É sabido que existem comunidades negras vivendo, ou melhor, sobrevivendo
semi isoladas e/ou nos quilombos. Os ciganos continuam nos acampamentos.
Imigrantes estão reunidos nas colônias. Migrantes sendo rechaçados dentro do próprio
país. Os indígenas, vivendo em reservas protegidas por Lei federal. Recentemente,
houve disputa pela posse de terras entre indígenas e arrozeiros. Felizmente o bom senso
e a justiça se fizeram presentes e os indígenas ganharam a causa.
A propósito: você conhece algum quilombola? Quem era o líder do movimento
negro e dos quilombolas, falecido em 2008 no Rio Grande do Norte? Você sabia que o
atual Governo Federal, atendendo as reivindicações dos defensores das minorias,
sancionou Lei dando direito à cidadania para um povo que, também, tem representação
no Rio Grande do Norte. Que povo é este?
Não podemos esquecer-nos dos indígenas do Rio Grande do Norte. O que
aconteceu com eles? Infelizmente, seus descendentes não sabem da importância de se
conhecer suas origens e valorizar a cultura. Muitos, sequer conhecem suas ascendências.
No Brasil, houve o genocídio de 4.650.000 índios e, conseguentemente, o
etnocídio. Ninguém toca no assunto!
Foi necessário se impor, através da Lei nº 10.639, de janeiro de 2003, a
obrigatoriedade da temática sobre a história e cultura afra brasileira, no ensino público.
Estamos no ano de 2009 e os aprendente e ensinantes continuam a renegar suas origens.
José Ricardo Oriá Fernandes nos faz refletir sobre a importância do
conhecimento da própria origem, ao citar João José dos Reis (1993, p.189), em seu
texto sobre o Ensino de História e Diversidade Cultural: Desafio e Possibilidades.
Na atual conjuntura e, com tanta falta de respeito às diferenças e conhecimentos
de causa sobre a miscigenação no Brasil, neste artigo, a autora parafraseando João José
dos Reis diria: “enquanto o povo brasileiro não tiver acesso ao conhecimento da história
de si próprio, a escravidão intelectual e a cultural se manterão no país”.
Nota-se muita resistência do brasileiro em aceitar sua etnia. Muitos não se
conformam e renegam a realidade da mistura interracial.
O termo mestiço é visto como ofensivo. Se a pele da pessoa for clara, é chamada
de branco. Se for mais escura, é negro. Partem do princípio anglo saxão: escapou de
branco preto é.
A falta de informação e a dificuldade na interpretação de fatos que viabilizem a
reflexão do ensinante para que se possa atingir o conhecimento através da compreensão
do que foi lido, pesquisado ou estudado faz com que no século XXI, a mídia e muitos