Vasconcellos, M.(2009). Análise das topografias de controle de estímulos envolvidas em escolhas de
acordo com o modelo em indivíduos com Síndrome de Down. Tese de doutorado. Programa de Pós
Graduação em Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos, São Paulo.
RESUMO
A formação de classes de estímulos equivalentes é um fenômeno psicológico que possui
características importantes para a experimentação de processos relacionados à aquisição do
comportamento simbólico. Esse tipo de comportamento tem sido alvo de uma grande variedade de
estudos contemporâneos que tem demonstrado, inclusive, a possibilidade desse tipo de abordagem
em gerar repertórios comportamentais simbólicos com base no ensino de apenas algumas relações
entre estímulos. É de fundamental importância investigar os parâmetros que aperfeiçoam o
estabelecimento das classes de estímulos equivalentes desejadas pelo pesquisador, ao definirem o
comportamento instalado por meio do procedimento de matching-to-sample (MTS). Estudos da área
verificaram amplamente que, após o treino de A1B1 e B1C1, há emergência de algumas relações,
tais como, B1A1, C1B1, A1C1 e C1A1, que demonstram, respectivamente, as propriedades de
reflexividade, simetria, transitividade e equivalência. Um dos parâmetros que determinam a
efetividade de um procedimento na formação de classes é o tipo de relação de controle exercido em
tentativas de emparelhamento com o modelo. A partir disso, o presente estudo teve como objetivo
identificar o papel de tipos específicos de treino de discriminações condicionais no estabelecimento
de relações de controle por seleção e rejeição. Participaram do estudo dois jovens com síndrome de
Down. O treino consistiu em sessões de MTS com e sem máscara, aonde houve treinos dos tipos não
nodular, com um estímulo apresentando função única de modelo ou de comparação exclusivamente,
e houve também treino do tipo nodular, caracterizado por estímulos com dupla função, ou seja,
modelo e comparação simultaneamente. Os testes de verificação das relações de controle
estabelecidas na linha de base foram feitos após o treino não nodular, em seguida, após o treino
nodular, e só então os testes de verificação de emergência comportamental foi aplicado. Duas
estruturas envolveram tentativas com máscara, enquanto as outras duas estruturas constituíram-se
de tentativas sem máscara. O desenho experimental foi especificamente planejado para que, o treino
de uma estrutura de treino com máscara ocorresse quase simultaneamente com o de uma estrutura
sem máscara. Desse modo, evitou-se o papel de variáveis históricas indesejáveis para a inferência
derivada da comparação do desempenho nos dois tipos diferentes de estruturas e tentativas. Os
resultados mostraram, de um modo geral, que o procedimento de treino empregado foi bastante
eficiente no ensino e formação de classes, o que dificultou, inclusive, a comparação da maior
efetividade do procedimento com ou sem uso de máscara no treino das relações condicionais.
Sugere-se que o estudo, embora extenso no que diz respeito ao ensino e teste de relações,
considerando ainda o tipo de população envolvida, seja replicado com um número maior de
participantes para que a generalidade dos dados seja avaliada.
Palavras-chave: Equivalência de estímulos, Controle de estímulos, estímulos nodais, máscara,
comportamento simbólico, síndrome de Down