Contudo, analisando-se os resultados apresentados na Tabela 4.8 e nas Figuras
4.3 e 4.4, verificou-se que as leituras de pH, obtidas após uma hora da mistura da cal ao
solos, não chegaram a atingir nem mesmo o valor de 12,3. Dessa forma, utilizando-se
como parâmetro apenas o método de dosagem de EADES e GRIM (1966), não se pôde
concluir qual o teor ótimo de cal necessário para se estabilizar os solos estudados.
Porém, como mencionado anteriormente no subitem 3.4.3, esse método de
dosagem apresenta limitações quando utilizado na análise de estabilização de solos
tropicais. Além disso, é importante mencionar que o valor de pH estabelecido por
EADES e GRIM (1966) como uma referência para a determinação da porcentagem
ideal de cal na estabilização de solos, foi determinado em função do índice de
plasticidade. Buscava-se que as misturas solo-cal apresentassem plasticidade nula, ou
seja, fossem caracterizadas como não-plásticas (NP). Porém, os autores também
verificaram que para este mesmo valor de pH (12,4) nem sempre as misturas de solo-cal
apresentavam melhores resultados nos ensaios referentes à sua capacidade de suporte.
NÚÑEZ (1991), após analisar o processo de estabilização físico-químico de um
solo residual de arenito Botucatu, obteve resultados de pH superiores a 12,4 com a
adição de apenas 2% de cal. Contudo, o autor verificou, durante a tentativa de
realização dos ensaios de RCS, que corpos de prova de solo com 2%, 3%, 5%, 7% e 9%
da cal, após 7 dias de cura, se desintegraram imediatamente ao serem imersos em água.
NÚÑEZ (1991) verificou, então, a impropriedade do método de pH, proposto por
EADES e GRIM (1966), na dosagem da sua amostra de solo.
THOMÉ (1994), em sua dissertação, também observou a impropriedade do
referido método para os materiais estudados, ao determinar o teor ótimo de um solo
(caracterizado como Gley Húmico) tratado com a cal. O valor indicado pelo método, na
ocasião, forneceu como teor ótimo de estabilizante uma porcentagem de 9% e essa
amostra apresentou melhorias apenas nos índices de consistência do material, não
cimentando as partículas como esperado.
Dessa forma, verificando-se estas referências bibliográficas, pressupõe-se que
nem sempre se deve analisar uma mistura de solo-cal como reativa apenas quando esta
apresentar um valor de pH igual 12,4, principalmente quando o solo analisado for
originário de regiões com climas tropicais e/ou subtropicais. Contudo, esse valor é uma