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trabalhar foi que eu pude investir em mim, fazer um curso. Foi aí que eu fui aprender, só que
daí eu tinha que estar em sala de aula”;
P3: “Eu tenho que melhorar no próprio conhecimento da língua inglesa”;
P6: “O nosso grande problema é a falta de reciclagem na parte de oralidade, a gente tinha que se
encontrar, trocar experiência, praticar conversação, porque você sabe que a gente vai perdendo,
porque inglês a gente tem que praticar”;
P7: “Tenho muito que melhorar na língua estrangeira, na parte de conversação”;
P9: “a questão da fluência, para estarmos sempre praticando”;
P11: “Faltam mais cursos na área, por exemplo, conversação”.
Não é promissor para o processo de ensino-aprendizagem que o professor
ensine um conteúdo para o qual ele não se sente preparado adequadamente,
pois, como vimos anteriormente, o saber (conhecimento específico) integra o
fazer pedagógico. Para o exercício da profissão professor, pressupõe-se o
domínio de um saber. E, no caso dos professores de língua inglesa, este saber
revelou-se incompleto.
As informações demonstram que, em decorrência desta formação
deficitária, professores de inglês da rede estadual de ensino, geralmente,
priorizam o ensino de outras habilidades – leitura e escrita – por não se sentirem
aptos a desenvolver atividades que envolvam a oralidade com seus alunos. Além
da falta de fluência do próprio professor, as condições de trabalho,
principalmente, a grande quantidade de alunos em sala, não permitem que este
tipo de atividade seja implementado, pois é praticamente impossível acompanhar
a produção oral de 40 alunos, mesmo que seja uma mera reprodução/repetição.
P2: “Eu não posso me considerar a melhor das melhores, porque aqui a gente não trabalha a
oralidade, a gente trabalha escrita, interpretação, ali no papel. Eu gostaria que se trouxessem
um curso direcionado pra esse lado da fluência, da pronúncia, de como trabalhar em sala
de aula com 30, 40 a oralidade, se é que tem uma maneira”;
P3: “eu uso mais a metodologia tradicional. Não tenho muita criatividade de fazer coisas
diferentes, pela quantidade de alunos também em sala de aula dificulta você ficar fazendo
trabalhos diferenciados”;
P7: “Eu gostaria de ter menos alunos pra trabalhar a conversação, porque os alunos pedem
muito isso, porque os cursos de idiomas oferecem e nós não temos essa oportunidade”;
P9: “Se fosse possível a diminuição das turmas, isso seria um bom começo para se trabalhar a
oralidade, pois já trabalhei com turmas menores em colégios particulares e o rendimento é outro.
Na universidade são grupos de 20 alunos, para ter aulas de inglês, aqui poderia ser feito
assim também, ou então, que soluções existem pra isso? [...] Como trabalhar de forma prática
a língua inglesa em uma turma com 40 alunos, eu queria que alguém me desse uma
orientação, pois já tenho 15 anos de sala de aula e ainda não descobri como fazer”.