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um ano depois na França (POIREL et al., 2000) e até 2009, dezenove variantes de
VIM foram caracterizadas (CASTANHEIRA et al., 2009; GISKE et al., 2003; YAN et
al., 2001).
Toleman et al. (2002) descreveram uma nova enzima de MBL relatada pelo
programa “SENTRY - Antimicrobial Surveillence Program”, em isolado de P.
aeruginosa denominada SPM, por ter sido inicialmente descrita na cidade de São
Paulo. A amostra foi proveniente de urina e hemocultura de paciente do Instituto de
Oncologia Pediátrica da Universidade Federal de São Paulo. Posteriormente, P.
aeruginosa produtoras de SPM foram isoladas em diversos estados brasileiros, tais
como João Pessoa, Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro,
Fortaleza e Brasília (CARVALHO et al.; 2006; FIGUEIREDO-MENDES et al., 2005;
GALES et al., 2003; GASPARETO et al., 2007; MAGALHÃES et al., 2005; SANTOS
FILHO et al., 2002; TORRES & BLANCA, 2006).
Recentemente, várias subclasses de MBL têm sido decritas, tais como: GIM-1
na Alemanha, SIM na Koréia, KHM-1 em Tóquio, AIM-1 na Austrália, NDM-1 em
Nova Deli, DIM-1 na Holanda (CASTANHEIRA, I. et al., 2004; GUPTA, 2008; LEE et
al., 2005; POIREL et al., 2009; SEKIGUCHI et al., 2008). Esses genes de resistência
podem apresentar comportamento fenotípico semelhante, como por exemplo, Bush
et al. (1995) verificaram que a IMP-1 não hidrolisava os monobactâmicos
(aztreonam), o que também foi descrito mais tarde por Toleman et al. (2002) com
amostra de SPM-1.
Dados da literatura sugerem que MBL pode estar se disseminando por todo
mundo. Investigação na Grécia revelou que estes genes de resistência de P.
aeruginosa foram posteriormente descritos em outros países da Europa (LAURETTI
et al., 1999; TSAKRIS et al., 2000).
A emergência de MBL e a preocupação com esta disseminação em unidades
hospitalares mostrou a necessidade de desenvolver métodos simples e baratos para
a detecção de resistência no laboratório de rotina (ARAKAWA et al., 2000).
Arakawa et al. (2000) apresentaram método fenotípico com aproximação de
discos (teste disco aproximação, duplo disco ou teste sinérgico) para detectar cepas
produtoras de MBL. Estes autores utilizaram como substrato, ceftazidima frente a
agentes quelantes e tiólicos: EDTA, FeCl
2
, CuCl
2
, ácido 2-mercaptopropiônico e
mercaptoetanol. A presença de um íon quelante, inibe a atividade da enzima, devido