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Os “outros comportamentos” considerados nesse experimento
tiveram o ócio como o comportamento mais representativo com 90%
contra 10% da soma de andando, defecando, urinando e bebendo. Os
animais ficam mais tempo em ócio nos períodos de maior radiação solar
(DAMASCENO, 1999), necessitam do ócio e o priorizam em
determinadas ocasiões (ZANIVE et al., 2007). Na situação sem sombra
pode-se observar que as vacas ficaram mais tempo em ócio, de pé,
paradas e ofegantes, com isso aumentavam o contato da superfície do
corpo com os ventos e facilitavam a respiração (SHULTZ, 1983;
PERERA et al.,1986; PIRES et al., 2001).
A FR está sujeita a variações atribuídas a fatores extrínsecos
como os fatores climáticos, inclusive sombreamento (MULLER et al.,
1994; PIRES et al., 1998). Na ausência de estresse térmico a FR é de 20
a 60 mov/min (RANDALL et al., 1997), sob estresse moderado 80 a 120
mov/min. e quando ultrapassa 120 mov/min pode sinalizar que as vacas
estão sob carga excessiva de calor (GAUGHAN et al., 1999;
AZEVEDO et al., 2005). No presente experimento, nas situações em
que os animais não tinham sombra à disposição ou a tinham de forma
insuficiente verificou-se que as médias da FR foram de 97 e 86 mov/min
respectivamente, dentro da faixa de estresse moderado. As vacas sem
sombra ou com sombra insuficiente, nas horas mais quentes do dia,
ultrapassaram o valor de 120 mov/min, observado pelo comportamento
ofegante.
O aumento da FR na indisponibilidade de sombra também foi
verificado por outros pesquisadores (MITLÖHNER et al., 2001;
FERREIRA et al., 2006; CUNHA et al., 2007). Nesse ambiente, a
temperatura do ar é próxima ou maior que a corporal, tornando ineficaz
a termólise por condução e convecção (SILVA, 2000). Portanto, a
evaporação no trato respiratório é um mecanismo essencial para a
regulação térmica (CENA & MONTEITH, 1975; STARLING et al.,
2002; MORAIS et al., 2008). Os tratamentos “sol” e “única”
apresentaram maiores diferenças, quanto a FR, entre as temperaturas
vespertinas e matutinas, como constatado também por Cunha (2007)
com animais mantidos a céu aberto.
A TR mostra tendência de elevação no decorrer do dia
(BACCARI JR et al., 1984; MARTELLO, 2002; NEIVA, 2004).
Dependendo do nível de adaptação nos animais ao clima (AZEVEDO et
al., 2005), e da eficiência dos mecanismos de termo-regulatórios do
indivíduo a TR pode manter-se dentro dos limites fisiológicos ou
ultrapassar estes limites causando prejuízos a saúde do animal
(AZEVEDO, 2005; FERREIRA et al., 2009a). Nos tratamentos “sol” e