Na edição de 12/04/1973, A Tribuna verificava que: uma grande faixa de terra ganha
ao mar constituía a infra-estrutura e também a parte mais concreta do Projeto Praia Grande.
Dividida em três áreas distintas, seu avanço, mar adentro, servia também de termômetro do
andamento das obras para quem as acompanhava desde o início.
E, observava a publicação:
“Não era difícil notar que, em meados de 1974, as partes um e três (justamente seus
extremos) já estavam prontas, faltando aterrar apenas a pequena enseada artificial
por onde penetravam e aportam até hoje as barcas do STBG até alcançar a Estação
Hidroviária de Niterói.
Para que o projeto se transformasse num todo seria preciso, portanto, que fosse
aterrada a parte dois, além de completados os serviços hidráulicos e mecânicos da
área.
As negociações nesse sentido estavam sendo mantidas em nível de governo, porque
elas implicavam na saída das barcas para outro local.
Se concluída a transferência, a DESURJ garantia que, em noventa dias, seria
aterrada a área, passando-se à urbanização prevista no projeto.
O aterro havia sido dimensionado para ocupar uma área de 1.200 mil metros
quadrados.
Dragas - uma da EMAQ, com capacidade para movimentar 200 mil metros cúbicos
de aterro por mês; outra, a STER 2 (que havia trabalhado no Canal do Panamá e em
praias artificiais da Guanabara: Botafogo, Flamengo e Cocotá)- operaram, em
conjunto, na feitura do aterro que recebeu, em sua execução, milhares (mais de 50
mil) de metros cúbicos de terra e areia do fundo da Baía, até 300 metros do litoral.
Destaque para draga STER 2: em setembro de 1973, entrava em funcionamento a
draga Ster, que deveria trabalhar 24 horas por dia, só parando aos domingos, para
conservação. O seu motor tinha potência de 2.500 cavalos e os tubos de sucção
mediam 26 polegadas de diâmetro. Os varredores caminhavam em semicírculo,
colhendo areia num raio de 90 metros. Era a maior draga da América do Sul e uma
das maiores do mundo, com capacidade para movimentar mil metros cúbicos de
areia por hora e tripulação de oitenta homens.
A expectativa era de que, ao entrar em operação, a draga permitisse a conclusão, até
o final de 1973, da primeira parte do Projeto Praia Grande, compreendendo o trecho
localizado entre o Forte Gragoatá e a Praça do Valonguinho.
Ao assistir ao início das operações da draga, o governador Raimundo Padilha
assegurava que a urbanização da orla marítima- “um magnífico pórtico de entrada”
(O Fluminense- 19/09/1973) de Niterói estaria concluída até o final de seu governo,
recebendo a cidade uma área de 1 milhão e 200 mil metros quadrados, inteiramente
destinada ao lazer. A previsão oficial era de que, até março de 1974, a área estivesse
totalmente urbanizada.
As milhares de toneladas de pedras para o enrocamento foram extraídas do Morro
do Samanguaiá, em Jurujuba.
Espigões de pedras foram colocados pelo Consórcio Codrasa-Ster (empresa
encarregada de executar as obras de aterramento), para dar ao aterro a proteção
necessária para que as águas do mar podessem ser, efetivamente, afastadas. Eram
fixados no fundo da Baía e passavam a constituir uma muralha firme para o suporte
de areia, dando ao aterro a proteção necessária para que as águas do mar pudessem
ser efetivamente afastadas.
Os espigões eram formados por blocos de granito; em alguns trechos mediam mais
de 15 metros de largura e 10 de profundidade.
Calculava-se que a faixa de aterro, em toda a sua extensão, exigiria a movimentação
de um milhão de metros cúbicos de pedra e areia.
O avanço da Capital em direção ao mar seria de até 500 metros em alguns trechos.
O consórcio Codrasa-Ster, responsável pelo empreendimento, orientado pela
Tecnoplan - empresa de consultoria e construção-, promoveu, paralelamente, com as
obras do aterro da orla central de Niterói, um corte no Morro do Gragoatá, da ordem
de 500 mil metros cúbicos. Para o local, estava prevista, como já se viu, a