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Na mesma época, na Itália, Aldo Rossi
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publica o livro L’architettura della
città (1966), também uma crítica ao modernismo, especialmente em seus aspectos
urbanísticos; no livro, Rossi aborda os aspectos tipológicos, estruturais e históricos na
formação da cidade. (MONEO, 2008)
A reavaliação do papel da história, o retorno do uso de ornamentação, de cores
contrastantes, como forma de crítica ao modernismo foram as estratégias da nova forma
de se fazer arquitetura do movimento que ficou conhecido genericamente como “pós-
moderno”.
Robert Venturi, Aldo Rossi, Charles Moore
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, Michael Graves
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, Philip
Johnson
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e Ricardo Bofill
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foram os principais nomes da arquitetura pós-moderna que
teve seu auge nos anos 1970 e 1980. A arquitetura pós-moderna no sentido estilístico do
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Aldo Rossi (Milão, Itália, 1931 – 1997). Arquiteto e teórico italiano, formado pela Escola Politécnica de Milão, em
1959. Seus principais livros foram: L’architettura della città e Autobiografia Scientifica. O termo genius loci não foi
inventado por Aldo Rossi, embora ele o cite no seu livro a propósito das construções romanas. Os Romanos
entendiam que um edifício só deveria ser construído se o lugar a ele destinado estivesse sob a protecção do genius
loci, uma divindade ou o espírito do lugar. Em 1990 foi ganhador do Prêmio Pritzker pelo conjunto de sua obra.
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Charles Willard Moore (Michigan, Estados Unidos, 1925 – Texas, Estados Unidos, 1993). Arquiteto americano,
professor, escritor. O design de Moore era muito peculiar, incluía combinações de cores contrastantes, grafismo,
colisões de estilos, a reuso de soluções histórico-esotéricas e a utilização de materiais não tradicionais como plástico,
alumínio, telhas de platina e letreiros de néon; como resultado, seu trabalho provoca excitação, exige atenção e, por
vezes, se aproxima do kitsch. Seu projeto mais típico é a Piazza d’Italia, Nova Orleans, 1975-78 Essas características
fizeram de Moore um dos primeiros inovadores pós-modernos, juntamente com Robert Venturi e outros.
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Michael Graves (Indianápolis, Estados Unidos, 1934). Formado em Cincinnati, teve uma curta temporada
trabalhando no escritório do designer e arquiteto George Nelson, para logo ir para Roma, por ter recebido o Prix de
Rome, onde passou dois anos estudando pintura e desenho e entrando em contato com os grandes clássicos teóricos e
críticos de arquitetura que influenciaram grandemente sua carreira. Michael Graves utilizava cores com uma
preocupação peculiar, por exemplo, a terracota, que representa a terra, geralmente é visto perto da base das suas
estruturas, o azul utilizado como uma metáfora para o céu, é muitas vezes escolhida para o teto. Michael Graves era
obcecado com a comunicação do significado de cada elemento do seu trabalho, suas cores suaves reforçam esta
preocupação de simbolismo.
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Philip Cortelyou Johnson (Ohio, Estados Unidos, 1906 – Connecticut, Estados Unidos, 2005). Estudou artes e
filosofia na Universidade de Harvard (1923-30) e foi o primeiro diretor do Departamento de Arquitetura do Museu de
Arte Moderna (MOMA) em 1930-36. Voltou a Harvard para estudar arquitetura com Gropius e Breuer (1942-6) e fez
parcerias com Richard Foster e John Burges. Construiu a Casa de Vidro em New Canaan influenciado pela Casa em
Plano (1945) de Mies van der Rohe. Com a Sinagoga Kneses Tifereth Israel em Port Chester, New York (1954-6)
ampliou o espectro de seu ecletismo. Cria controvérsia ao usar elementos barrocos na estrutura de arranha-céu.
Durante sua trajetória foi representante do Estilo Internacional, Pós-Modernismo, e até Deconstrutivismo, levando
críticos a dizerem que é um seguidor das tendências, e não um arquiteto com estilo próprio. Ganhou o Prêmio
Pritzker (1978) e medalha de ouro do American Institute of Architects (1978).
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Ricardo Bofill Levi (Barcelona Espanha, 1939). Estudou na Escola Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona,
de onde foi expulso, em 1957, por suas actividades políticas, em seguida, viajou para a Suíça e continuou os seus
estudos na Universidade de Genebra. Em 1963 criou o Taller de Arquitectura, um estúdio que conta com sociólogos,
além de arquitectos e engenheiros. Bofill é um dos máximos representantes do estilo pós-moderno da arquitectura
contemporânea. Em seus desenhos mantém as linhas claras do estilo moderno, mas abandona as formas frias que
caracterizam outras tendências modernas. Consegue-o incorporando nos seus edifícios elementos clássicos, como
colunas ou arcos, que ao público leigo dão a sensação de familiares e entendíveis. Boffil é autor de uma extensa obra
teórica, e entre os muitos livros que escreveu destacam-se Espacio y vida, La ciudad del arquitecto e El dibujo de la
ciudad.