orixá que desperta paixões, o único orixá feminino que desceu, por ordem de Olodumaré,
deus supremo, ao panteon dos orixás, para formar e estabelecer o equilíbrio na terra.
Oxum é o grande amor de Oxossi, né. Aliás, Oxum é o amor de todos, né,
todos são apaixonados por ela. Oxum é uma beleza. Todos são apaixonados
por ela. Oxum é a grande feiticeira, ela é realmente a grande feiticeira,
Oxum. É a primeira orixá feminina que desceu do panteon dos orixás, que
veio pra terra, de tão forte que ela é. E ela que teve o poder de: quanto o
mundo era só água, Orumilá deu o poder a ela de descer e formar o mundo
aqui embaixo, entendeu? E foi ela que fez, que jogou a terra na água pra
formar a terra e no dia que os homens, os orixás masculinos queriam tirar
ela do meio, ela fez tudo secar, as planta, secou tudo, as mulheres não
pariam mais, nada acontecia porque eles excluíram ela. Coisa do machismo,
né. Isso acontece desde os tempos dos orixás, pra você ver como são as
coisas. Ai foi que Olodumaré perguntou o que tava acontecendo no mundo,
se ele criou o mundo pra crescer, mandou Oxum descer justamente porque
ela é a dona do ventre, né. Ela que dá o poder da mulher, da maternidade,
de tudo, como é, o que é que tava acontecendo? Ai ficou todo mundo,
ninguém sabia, que não sei o que, que não sei o que, ah que vocês fizeram
alguma coisa, o que foi que vocês fizeram? Ai, Oxum disse: “Eles me
tiraram, eles me excluíram”. Ai Olodumaré: “Mas vocês são malucos,
Oxum é a dona da fertilidade”. E ela é metida a gostosa, senhora da beleza,
do poder, toda, toda, se sentiu logo ofendida e não fez por menos: “A é, é!
Não pode não é? Então vocês vão ver o que é bom pá tosse, se mulher tem
ou não tem poder!”. Ai num instante eles correram, ficaram doido e
mandaram logo chamar Oxum, pra Oxum voltar pra, ai pronto, tudo
floresceu novamente
” (2008, Ent. 5)
A mitologia ecoa na vida prática das pessoas para quem os orixás são pais e mães,
donos das cabeças e cujas histórias sevem de espelho, de exemplos para moldar as condutas
éticas e morais dos religiosos.
A água significa minha mãe, né! Minha mãe é a divindade que se chama
Oxum; é uma das. Eu sou filha de todas as yabás: eu sou filha de Oxum, sou
filha de Iemonjá, sou filha de Nanã, Nanã foi a mulher que me trouxe ao
mundo. Minha mãe era de Nanã, que é um dos orixás, é a mãe de todas, a
grande vó, a senhora da vida e da morte, é senhora dos pântanos, dos
manguezais, né. E a nossa vida a gente tem que agradecer a ela, apesar de
Oxum ser a grande genitora, a protetora da barriga, do ventre, aquela que
envolve a criança, que a gente nasce numa bolsa de água. É oxum que
protege a barriga das mulheres, Oxum é a senhora da fertilidade. Mas Nanã
também é a dona da vida. Eu vim ao mundo através de Nanã, minha mãe
(biológica) era de Nanã, né, e foi através do ventre dela que eu fui gerada.
Oxum me trouxe no ventre de uma mulher de Nanã, né. Então eu tenho
muito envolvimento com a água. E eu sou de Xangô e Sangô é filho de
Iemonjá, então eu sou filha de Iemanjá, também. Sem contar que Iemanjá é
a dona dos oris, é a senhora das cabeças, é a dona das águas salgadas, a
grande mãe peixe, né. Então, são as iabás mais ligadas as águas, né, ou que
são a própria água, né, cada uma no seu, do seu jeito, mas Iemanjá também
é a senhora das águas paradas, das lagoas, não só Oxum que é dona da