69
conhecimento com aqueles que tinham nas mãos o poder sobre outros. Por ser
um cristão, sentia o dever de auxiliar o próximo. Nas palavras de Rivas:
Alcuíno considera um dever de caridade, ao qual o obriga sua
posição na Igreja, o aconselhar, não somente a seus discípulos ou
achegados, mas também a todas aquelas pessoas que ocupam a
um posto de comando como o Imperador, arcebispos ou abades.
Alcuíno toma certa responsabilidade sobre o cumprimento dos
preceitos cristãos e consequentemente da salvação eterna dos
seus amigos (RIVAS, 2004, p. 92. Tradução nossa).
50
O contato que Alcuíno estabeleceu com diversos líderes, ora aconselhando
ora ensinando, fez dele um mestre político que se preocupava em atender as
diversas solicitações dos governantes a fim de beneficiar a própria sociedade. Os
conselhos eram específicos para cada líder, mas todas as orientações buscavam
estimulá-los a orientar suas vidas nos moldes cristãos
(...) Alcuíno de York, além de desempenhar tarefas relacionadas
com a cultura e educação do Império Carolíngio, foi um funcionário
político de destaque. Seu epistolário testemunha a nutrida
correspondência que trocava com diversos expoentes do governo,
foram estes, parte do governo imperial ou não
. Depois da vitória de
Carlos Magno sobre os avaros em 796, Alcuino instruiu o rei e a
Mangefredo, tesoureiro do palácio, sobre o modo de dirigir a
conversão deste povo ao cristianismo. [...] Aconselha também aos
filhos do Imperador: a Pepino, rei da Itália, o repreende a fim de
que deixe seus costumes licenciosos; escreve um livro de
conselhos a Luis, rei da Aquitânia; e aconselha a Carlos sobre
diversos temas. Os soberanos anglo-saxões, que não faziam parte
do reino, são também destinatários dos conselhos sobre suas
obrigações: Aeterredo, Osvaldo e Eardulfo, reis da Nortumbria;
Offa, Egfrido e Ceonulfo, reis de Mercia e o duque Osberto.
Escreve a um chefe franco e sua esposa sobre o amor conjugal e a
Mangenario, conde de Sens, sobre as suas responsabilidades
como governante (RIVAS, p. 90, Tradução nossa).
51
50
Alcuino considera un deber de caridad, al cual lo obliga su posición en la Iglesia, el aconsejar,
no solamente a sus discípulos o allegados, sino también a todas aquellas personas que ocupan un
puesto de mando como el emperador, arzobispos o abades. Alcuino toma cierta responsabilidad
acerca del cumplimiento de los preceptos cristianos y, consecuentemente, de la salvación eterna
de sus amigos (RIVAS, 2004, p. 92-93).
51
(...) AlcuIno de York, además de desempeñar tareas relacionados con la cultura y la educación
del imperio carolingio, fue un destacado funcionario político. Su epistolario testimonia la nutrida
correspondencia que intercambiaba con diversos exponentes del gobierno, fueran estos parte del
gobierno imperial o no. Luego de la victoria de Carlomagno sobre los ávaros n 796, Alcuino
instruye al rey y a Mangefredo, tesorero del Palacio acerca del modo de manejar la conversión de
este pueblo al cristianismo. […] Aconseja también a los hijos del imperador: a Pepino, rey de Italia,
lo reprende a fin de que deje sus costumbres licenciosas, escribe un libro de consejos a Luis, rey
de Aquitania; y aconseja a Carlos sobre diversos temas. Los soberanos anglosajones, que no