destacá-los. Tal método foi usado em larga escala no século XIX e chega aos dias
atuais, é conhecido por denteamento ou picotagem
305
.
Esses selos foram impressos na American Bank Note Co., de Nova York, em
papel branco de espessura variável ficando em uso por mais de dez anos
306
. A primeira
encomenda feita a companhia norte-americana deu entrada na mesma em fevereiro de
1866, a primeira remessa feita ao Brasil ocorreu em 27 de abril e o pedido foi concluído
em 20 de julho do mesmo ano
307
. Os valores e cores dos selos correspondem a
determinado padrão: 10 réis, vermelho; 20 réis, castanho lilás; 50 réis, azul; 80 réis,
violeta; 100 réis, verde; 200 réis, preto e 500 réis, laranja
308
. Os montantes impressos
podem ser avaliados pela tabela que se segue, vale ressaltar que as cifras evidenciam um
índice de circulação e um movimento de correspondências considerável para a realidade
sul-americana do século XIX
309
.
a) Tabela das Emissões D. Pedro II
Valor Primeiras ordens Total de emissões
10 réis 1 milhão 25 milhões
20 réis 500 mil 15 milhões
50 réis 1 milhão 10,4 milhões
80 réis 300 mil 5,7 milhões
100 réis 300 mil 44,6 milhões
310
200 réis 300 mil 8,8 milhões
500 réis 200 mil 2,9 milhões
Fonte: HENNAN, Clarence W. As Emissões D. Pedro, 1866-1879. Brasil Filatélico. Rio de Janeiro. Ano
XLIV, n. 174, p. 3-27, out/dez 1975.
Entre 1876 e 1877 foram produzidos novos selos. Nessa emissão, os valores e
cores foram mantidos, porém não incorporava a picotagem às folhas impressas,
retornando ao modelo percê. Para Hennan
311
essa mudança correspondeu a uma nova
política da American Bank Note, uma vez que outros clientes da empresa, como a
Argentina, Chile e Nicarágua, também conheceram essa alteração.
Em 1877 foi encomendada uma nova série de selos à companhia norte-
americana, tendo começado a circular no Brasil entre janeiro de 1878 e setembro de
1879. Foi batizada no meio filatélico de D. Pedro II barba branca. Era composta de dez
305
A utilização do método da picotagem nos selos postais foi obra do irlandês Henry Archer, que utilizou
uma máquina que já fazia o mesmo em outros tipos de papéis. In: WILLIAMS, Leon Norman;
WILLIAMS, Maurice. Op. Cit. p. 23.
306
HENNAN, Clarence W. Op. Cit. p. 3 – 5 .
307
Id. Ibid. p. 12.
308
MEYER, Rolf Harald. Op. Cit. p. 11.
309
Os dados da tabela forma retirados de: HENNAN, Clarence W. Op. cit. p. 12.
310
O que pode explicar as quantidades muito maiores desse valor em relação aos demais, é o fato de que
100 réis era o preço da franquia usual para uma correspondência que circulasse dentro do Império.
311
HENNAN, Clarence W. Op. cit. p. 11.