57
as quais 949 foram classificadas como trabalho pesado, que exigiam homens robustos e de
perfeita saúde; 3.338 exigiam desenvolvimento físico comum e força média; e as 3.595
restantes não exigiam força física superior à do homem mais fraco e débil ou à das
mulheres e meninos. A partir desse estudo Ford conseguiu adaptar em sua fábrica 9.563
homens em condições físicas abaixo do normal, entre mutilados, cegos, surdos-mudos,
epiléticos.
[...] ao tempo da última estatística possuíamos 9.563 homens em condições
físicas abaixo do normal. Entre estes havia 123 mutilados dos braços,
antebraços e mãos. Havia uns sem as duas mãos; quatro totalmente cegos; 207
cegos de uma vista; 37 surdos-mudos; 60 epilépticos; quatro sem pernas ou pés
e 234 sem uma perna ou pé. Os outros tinham defeitos de menor importância
(FORD, 1926, pág. 102).
Em 12 de janeiro de 1914, Ford já contratava sua mão-de-obra de acordo com a
seguinte classificação:
[...] com intuito de formar juízo seguro, mandei classificar todas as diversas
operações da fábrica, segundo a espécie da máquina e do trabalho, tomando em
consideração se o trabalho físico era fácil, mediano ou pesado; se era trabalho
em seco ou em úmido; se limpo ou sujo; se desempenhado em estufas ou
fornalhas; ocupava-se uma ou duas mãos; conservava-se o operário de pé ou
sentado; se barulhento ou silencioso; se exigia precisão; se em luz natural ou
artificial; que número de peças era preciso tratar por hora, qual o peso do
material manejado e o esforço exigido do operário. Além disto, os dados exatos
sobre o esforço que o trabalho requeria da parte do operador (FORD, 1926, p.
103).
[...] os trabalhos mais fáceis foram por sua vez classificados, a fim de
verificarmos quais exigiam o uso completo das faculdades; comprovou-se que
670 podiam ser feitos por homens privados das duas pernas; 2.637 por homens
de uma só perna; em 2 prescindiam-se os dois braços; em 715 casos, de um
braço; e em 10 casos, a operação podia ser feita por cegos. Das 7.882 espécies
de trabalho, portanto, embora algumas exigissem força corporal, 4.034 não
exigiam o uso completo das faculdades físicas. Isto quer dizer que uma indústria
aperfeiçoada pode proporcionar trabalho, normalmente remunerado, o grande
número de criaturas de validez abaixo da média (FORD, 1926, p.103-104).
Após 80 anos dos ensinamentos de Ford, as empresas ainda sofrem com a falta de
conhecimento sobre mão-de-obra da PPD e até mesmo com a falta de conhecimento dos
próprios cargos/funções. A atitude de Ford demonstrou que as empresas não utilizam o
potencial das pessoas integralmente, mas parte dele. Sendo assim, ter uma classificação
satisfatória dos cargos/funções, com boa descrição sobre a acessibilidade de cada um,
ajudaria as empresas a incluir PPDs.
Carreira (1997) menciona que, com o conhecimento do cargo/função, o
administrador de RH poderia incluir, no perfil de cada cargo da empresa onde atua, a