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conhecido fator de risco para doença periodontal e a escolaridade constitui
marcador de cuidados odontológicos e higiene bucal, já que o acesso ao
serviço odontológico é universal entre essa população. A população
HIV/AIDS estudada apresentou menor nível de escolaridade do que a
população controle, mesmo assim está acima do padrão brasileiro, pois
apesar dos esforços que vêm sendo feitos no País para a melhoria da
situação educacional, o Brasil ainda conta (2007) com um contingente de
analfabetos da ordem de 14,1 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de
idade (taxa de 10%), sendo expressivo o percentual (36,5%) entre 40 a 59
anos (http://www.ibge.gov.br).
Na análise multivariada, regressão logística, utilizando-se o critério
de Matchei, fumo (p=0,03) (OR=13,7) (IC=1,30 – 142,8) mostrou-se
fortemente associado com periodontite. A prevalência de periodontite
aumentou com a idade na análise bivariada e na regressão logística
(p=0,02) (OR=1,4) (IC=1,02 – 1,28).
No estudo de Alpagot et al. (2004), a idade esteve significativamente
associada com perda de inserção em indivíduos HIV+, mas não apresentou
importância significativa na PS. Stanford & Rees (2003), em revisão,
discutem se o envelhecimento é fator de risco para a PO, se a prevalência e
gravidade maiores nos indivíduos mais velhos seriam devido ao efeito
cumulativo ou verdadeiro aumento na suscetibilidade. Esses autores
alegaram que a prevalência da PO aumentou, não porque a idade seria um
fator de risco, mas porque há maior número de indivíduos mais velhos,
portanto mais dentes expostos à DP. Controlando fatores de risco como a
placa dental, fatores sistêmicos, as evidências indicam que a relação é
associada à idade, mas não uma consequência do envelhecimento. A
população deste estudo apresentou mediana de 42 anos, portanto de
adultos jovens.
Pelos critérios de Lopez e Matchei, pacientes com diabetes mellitus
apresentaram associação significativa com periodontite (p=0,05), como
também pelo critério de gravidade da AAP/CDC (p=0,05). Diabetes é
conhecido fator de risco para periodontite e, segundo o CDC, hiperglicemia,
desenvolvimento e exacerbação da doença, além de cetoacidose diabética,