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lanceolada, de coloração verde-escura com tênue pilosidade na face ventral e sobre as
nervuras na face dorsal (Rosseto et al., 1997). De acordo com Lorenzi (1991), suas
inflorescências são brancas, terminais em glomérulos achatados, com 10-15 mm de
diâmetro, protegidos por um invólucro de 2-6 brácteas semelhantes a folhas, sendo o fruto
uma cápsula oboval-trígona, de 2-4mm de comprimento.
R. brasiliensis é uma espécie nativa da América do Sul, sendo encontrada desde a
Cordilheira dos Andes até a Costa Atlântica. No Brasil, tem vasta distribuição geográfica,
com maior ocorrência em regiões agrícolas do Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Esta planta é
mais comum nos solos com boa umidade, mas não encharcados, além de ser estimulada em
presença de boa iluminação e em solos de vegetação menos densa (Lorenzi, 1984).
Além da importância econômica relacionada às culturas agrícolas, a poaia é
utilizada na medicina popular como expectorante, emético e diaforético através de infuso
ou decocto da raiz (Grandi et al., 1989). Sabe-se que o conhecimento de plantas medicinais
simboliza muitas vezes o único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos
étnicos. Desta forma, têm-se relato do uso de plantas no tratamento e na cura de
enfermidades desde 5000
a 45000 a. C (Rocha & Silva, 1961). Ainda hoje nas regiões mais
pobres do país e até mesmo nas grandes cidades brasileiras, as plantas medicinais são
comercializadas em feiras livres, mercados populares e encontradas em quintais
residenciais (Maciel et al., 2002).
A nível mundial, a terapia medicinal vem crescendo notadamente nestes últimos
anos, com uma renda aproximada de 22 milhões de dólares por ano (Yunes et al., 2001).
Este aumento crescente na busca por terapias medicinais, em especial as plantas
medicinais, é devido especialmente a facilidade na obtenção dos espécimes, o baixo custo
e crença popular de que tudo que é natural é inofensivo (Rates, 1996). Entretanto, pouco se
sabe sobre os constituintes de certas plantas e os riscos que podem acarretar à saúde, e o
uso indiscriminado de plantas medicinais sem o respaldo científico, tem sido causa de
intoxicações, atribuídas aos efeitos já conhecidos da planta ou ainda pelo uso da espécie
errada (Simões et al., 1995). Segundo Farnsworth & Soerjato (1985), das 119 substâncias
químicas extraídas de plantas e usadas na medicina, 74% foram descobertas através do
conhecimento popular.
Neste contexto, o Brasil seria privilegiado, pois é detentor de aproximadamente um
terço da flora mundial. Entretanto, a maioria dos fitoterápicos fabricados pela indústria
nacional, está fundamentada somente no uso popular das plantas sem nenhuma
comprovação pré-clínica, não podendo, portanto, ser competitivo a nível nacional e muito