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BIODEGRADAÇÃO, SORÇÃO E DESSORÇÃO DO HERBICIDA
14
C-DIURON EM DOIS LATOSSOLOS TRATADOS
COM LODO DE ESGOTO
VIRGINIA DAMIN
Dissertação apresentada à Escola
Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Universidade de São Paulo,
para obtenção do título de Mestre em
Agronomia, Área de Concentração:
Solos e Nutrição de Plantas
P I R A C I CA B A
Estado de São Paulo –Brasil
Maio – 2005
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BIODEGRADAÇÃO, SORÇÃO E DESSORÇÃO DO HERBICIDA
14
C-DIURON EM DOIS LATOSSOLOS TRATADOS
COM LODO DE ESGOTO
VIRGINIA DAMIN
Engenheira Agrônoma
Orientador: Prof. Dr. ARQUIMEDES LAVORENTI
Dissertação apresentada à Escola
Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Universidade de São Paulo,
para obtenção do título de Mestre em
Agronomia, Área de Concentração:
Solos e Nutrição de Plantas
P I R A C I CA B A
Estado de São Paulo –Brasil
Maio – 2005
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Damin, Virginia
Biodegradação,sorção e dessorção do herbicida
14
C-Diuron em dois latossolos
tratados com lodo de esgoto / Virginia Damin. - - Piracicaba, 2005.
71 p. : il.
Dissertação (mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2005.
Bibliografia.
1. Biodegradação 2. Biomassa microbiana 3. Física do solo 4. Latossolo 5. Lodo de
esgoto 6. Pesticida 7. Química do solo I. Título
CDD 631.41
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
Isso nós sabemos,
Todas as coisas são conectadas
Como o sangue
Que une uma família...
O que acontecer com a terra
Acontecerá com os filhos e filhas da terra
O homem não teceu a teia da vida
Ele é dela apenas Um fio
O que ele fizer para a teia
Estará fazendo a si mesmo.
Ted Perry
(inspirado pelo Chefe Seatle)
OFEREÇO
Aos meus pais,
Reinaldo e Cida, pelo amor
e pelo exemplo de dignidade e determinação
Ao meu irmão Plínio pelo carinho e companheirismo
E ao Nando pelo amor, paciência
e por acreditar mais em mim do que eu mesma
DEDICO
À querida Sofia, sua geração e às gerações vindouras
No vislumbre de uma Sociedade Sustentável
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todas as pessoas que de alguma maneira contribuíram para a
realização desta pesquisa, em especial:
Ao Prof. Dr. Arquimedes Lavorenti, pela orientação, pelo aprendizado e pela
amizade;
Ao Prof. Dr. Valdemar Luis Tornisielo, pelos ensinamentos, colaboração,
estímulo, sugestões e amizade;
À Dra Jussara Borges Regitano pela sugestão do tema desta pesquisa, pelas valiosas
contribuições e pela amizade;
Aos professores: Dr Pedro Christoffoleti e Dra Elke Cardoso pelas proveitosas
sugestões dadas na banca examinadora de qualificação;
Aos amigos Cristiano, Jonas, Barizon e Alex por estarem sempre dispostos a
ajudar;
Aos amigos do Departamento de Química e de Solos pelos bons momentos
compartilhados e pela valiosa amizade. Em especial ao Alexandre, Ana Carolina,
Camila, Carol, Carol Maluche, Dani, Diumar, Keila, Fabiana, Lambari, Letícia, Liliam,
Mara, Marcelo, Sayonara, Suzana, Tapi, Valdomiro e Zaqueu;
Às mocras Camila, Renata e Vanisse que mesmo longe estiveram sempre tão
perto;
À amiga e laboratorista Rosangela pelo carinho, bom humor e colaboração na
realização das análises.
À amiga e funcionária do setor de Ecotoxicologia do CENA/USP Luciana pelo
carinho, pela ajuda na resolução de problemas técnicos e pelo conhecimento transmitido;
Ao amigo e Técnico de Nível Superior do setor de Ecotoxicologia do CENA/USP
Dorelli pelas conversas, pela colaboração na realização das análises e pelas sugestões;
Aos funcionários Armelinda, Angélica, Rita, Lenita, Gertrudes, Carlos e Janaína do
Departamento de Química da ESALQ/USP e Denise, Fernando, João e Luis Silva do
Departamento de Solos e Nutrição de Plantas pelo carinho e pela ajuda na realização das
análises;
À bibliotecária Silvia pelas correções e pelo bom humor de sempre;
À BIOAGRI pelo empréstimo do material utilizado neste trabalho;
À Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, pelo
suporte financeiro;
v
SUMÁRIO
Página
RESUMO..................................................................................................................
viii
SUMMARY...............................................................................................................
x
1
INTRODUÇÃO...........................................................................................
1
2
REVISÃO DE LITERATURA...................................................................
3
2.1
Processos que governam o destino dos pesticidas no ambiente..................
3
2.1.1
Transformação de pesticidas.......................................................................
4
2.1.2
Sorção de pesticidas no solo........................................................................
6
2.1.2.1
Influência de algumas propriedades do solo na sorção de pesticidas .........
7
2.1.3
Resíduo ligado ............................................................................................
9
2.2
Lodo de esgoto ............................................................................................
10
2.2.1
Composição do lodo ...................................................................................
11
2.2.2
Efeito do lodo de esgoto nas propriedades do solo ....................................
13
2.3
Comportamento de pesticidas em solos tratados com lodo de esgoto ........
14
2.4
Herbicida diuron..........................................................................................
15
3
MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................
18
3.1
Solos............................................................................................................
18
3.1.1
Análises químicas, físicas e mineralógicas dos solos .................................
18
3.2
Lodo de esgoto ............................................................................................
21
3.3
Diuron .............................................................. ..........................................
22
3.4
Avaliação da biodegradação atividade e biomassa microbiana...................
23
3.4.1
Determinação da umidade de incubação.....................................................
23
3.4.2
Pré-incubação do solo com o lodo de esgoto .............................................
23
3.4.3
Biodegradação do diuron ............................................................................
23
3.4.3.1
Preparo da solução de trabalho do herbicida...............................................
24
vii
3.4.3.2
Condução do experimento..........................................................................
24
3.4.4
Atividade e biomassa microbiana................................................................
26
3.4.4.1
Atividade microbiana..................................................................................
27
3.4.4.2
Biomassa microbiana...................................................................................
28
3.5
Sorção..........................................................................................................
28
3.5.1
Preparo da solução do herbicida .................................................................
28
3.5.2
Incubação do solo com o lodo de esgoto ....................................................
29
3.5.3
Condução do experimento ..........................................................................
29
3.6
Dessorção ...................................................................................................
30
3.7
Cálculos de sorção e dessorção ..................................................................
30
3.7.1
Quantidade do herbicida sorvido.................................................................
30
3.7.2
Quantidade do herbicida dessorvido ...........................................................
30
3.7.3
Isotermas de sorção e dessorção .................................................................
31
3.7.4
Coeficiente de partição (K
d
) .......................................................................
31
3. 8
Estatística ....................................................................................................
32
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................
32
4.1
Mineralização do herbicida ........................................................................
33
4.2
Biomassa e atividade microbiana ...............................................................
35
4.3
Extração do herbicida .................................................................................
37
4.4
Formação de resíduo ligado.........................................................................
38
4.5
Sorção .........................................................................................................
40
4.5.1
Sorção nos solos sem incubação ................................................................
42
4.5.2
Sorção após 63 dias de incubação do lodo com o solo ...............................
43
4.6
Dessorção ....................................................................................................
44
4.6.1
Dessorção nos solos sem incubação ...........................................................
44
4.6.2
Dessorção após 63 dias de incubação do lodo com o solo .........................
48
4.7
Fração remanescente no solo após a dessorção ..........................................
48
5.
CONCLUSÕES ............................................................................................
52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................
53
Apêndice ....................................................................................................................
70
BIODEGRADAÇÃO, SORÇÃO E DESSORÇÃO DO
HERBICIDA
14
C-DIURON EM DOIS LATOSSOLOS TRATADOS
COM LODO DE ESGOTO
Autor: VIRGINIA DAMIN
Orientador: Prof. Dr. ARQUIMEDES LAVORENTI
RESUMO
A adição de lodo de esgoto ao solo pode modificar o comportamento dos
pesticidas. Sua degradação pode ser favorecida quando materiais orgânicos são
adicionados ao solo, já que estes fornecem nutrientes e energia aos microrganismos
capazes de degradar a molécula (Felsot & Dzantor, 1990). Por outro lado, solos ricos em
matéria orgânica apresentam maior capacidade de retenção, diminuindo o potencial de
lixiviação e a biodisponibilidade dos pesticidas às plantas e aos microrganismos. Nesse
contexto, esta pesquisa objetivou avaliar o efeito do lodo de esgoto na biodegradação,
sorção e dessorção do herbicida diuron em dois Latossolos. A biodegradação foi
avaliada semanalmente, durante 63 dias, pelo método da radiorespirometria, sob
condições controladas de umidade e temperatura. Ao final do período de incubação, a
molécula original e os metabólitos formados foram extraídos e quantificados. Utilizou-se
delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2(solos) x 3
(doses de lodo de esgoto: 0, 10 e 20 t ha
-1
). Paralelo ao ensaio de biodegradação, foram
avaliadas a atividade e biomassa microbiana utilizando os mesmos tratamentos
usados no ensaio de biodegradação, porém com dois fatores para o herbicida (com e sem
herbicida). A atividade microbiana foi avaliada semanalmente e a biomassa foi avaliada
no início e após 63 dias de incubação. Posteriormente, a sorção e adessorção foram
ix
avaliadas utilizando o método“Batch”, o herbicida foi aplicado, em cinco concentrações,
na mistura solo + lodo sem incubação e após um período de incubação de 63 dias.
Utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial
2(solos) x 3 (doses de lodo de esgoto: 0, 10 e 20 ton ha
-1
) x 2 (sem incubação e após 63
dias de incubação). Os resultados mostraram que a biodegradação e a dessorção foram
diminuídas nos solos tratados com lodo de esgoto, enquanto a sorção e formação de
resíduo ligado foram maiores nestes solos. A atividade e biomassa microbiana não foram
afetadas pela adição do resíduo. Estes resultados evidenciam que a adição de lodo de
esgoto ao solo pode reduzir a eficiência agronômica do diuron e aumentar sua
persistência no ambiente, devido a maior retenção da molécula nos solos tratados com o
resíduo.
BIODEGRADATION, SORPTION AND DESORPTION OF
14
C-DIURON IN
TWO BRAZILIAN SOILS AMENDED WITH SEWAGE SLUDGE
Author: VIRGINIA DAMIN
Adviser: Prof. Dr. ARQUIMEDES LAVORENTI
SUMMARY
Adding sludge to agricultural soil may modify the behavior of pesticides in the
soil. In some cases, the application of organic amendment increases the degradation of
pesticides, by providing nutrients and energy to the microorganisms able to degrade the
molecule (Felsot & Dzantor, 1990), in other cases, the sorption is increased, resulting in
the decrease of leaching potential of the molecule, and smaller bioavailability of the
pesticide to the plants and to the microorganisms. In this context, the aim of this work
was to evaluate the effect of the sewage sludge on the biodegradation of the diuron
herbicide in 2 oxisoils. The biodegradation was evaluated weekly, for 63 days, by
methods of the radiorespirometry, under controlled condition of the humidity and
temperature. At the end of the incubation, the original compounds and their metabolites
were extracted and quantify. Completely randomized design was used with a factorial
experiment of 2 (soil ) x 3 (sewage sludge: 0, 10 e 20 ton ha
-1
). In parallel to this study,
were evaluated the microbial activity and biomass, using the same treatments of the
biodegradation experiment, but with two factories for herbicide (with and without
herbicide).
xi
The microbial activity was evaluated weekly and the biomass was evaluated at
the beginning and at the end of the experiment. In the sorption/desorption experiment
was used Batch methods and the herbicide was applied in five doses, in the mixture soil
+ sewage sludge, without incubation and after of 63 days of incubation. Um factorial
design of 2 (soil) x 3 (sewage sludge doses) x 2 (with and without herbicide) was used.
The results showed, in two oxisoils, the biodegradation and the desorption was
decreased in the amended soils with sewage sludge, while the sorption and formation of
bound residue were major those soils. The microbial activity and biomass was not
affected by applied waste. These results evidence that the application of sewage sludge
in soils may decreasing of agronomic efficiency of the diuron and increasing them
persistence in environmental, consequence of the increasing the retention of the
herbicide those soils.
1 INTRODUÇÃO
O atual sistema de produção agrícola exige a utilização intensiva de insumos,
dentre eles destacam-se os pesticidas. Estas substâncias utilizadas no controle de plantas
daninhas, insetos e microrganismos nocivos às culturas possibilitam a produção e
colheita de grandes quantidades de alimento em áreas relativamente pequenas, com
participação reduzida de trabalho humano.
Apesar da importância dos pesticidas para a agricultura seu uso pode acarretar
sérios problemas ao meio ambiente e à saúde humana. Na tentativa de minimizar estes
problemas buscam-se moléculas que apresentem rápida degradação e baixo potencial de
lixiviação no ambiente, alta especificidade, eficiência em doses baixas e baixa
toxicidade para organismos não alvo.
No entanto, a expressão destas características não depende somente das
propriedades físico-químicas da molécula, mas também do ambiente no qual o pesticida
é inserido. Fatores climáticos e as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo
influenciam os processos de degradação, retenção e lixiviação destas moléculas.
Em ecossistemas tropicais, onde a maioria dos solos são pobres em nutrientes e
apresentam baixa capacidade de retenção, a dinâmica dos pesticidas é grandemente
influenciada pela matéria orgânica presente no solo.
A degradação dos pesticidas pode ser favorecida quando se adicionam materiais
orgânicos ao solo, já que estes fornecem nutrientes e energia aos microrganismos
capazes de promover a degradação da molécula (Felsot & Dzantor, 1990). Por outro
lado, solos ricos em matéria orgânica apresentam maior capacidade de retenção,
diminuindo o potencial de lixiviação e a biodisponibilidade dos pesticidas às plantas e
aos microrganismos. A diminuição da biodisponibilidade da molécula pode
comprometer sua eficiência agronômica e aumentar sua persistência no ambiente.
2
Na tentativa de solucionar problemas econômicos e ambientais, resíduos
orgânicos oriundos da atividade antrópica vêm sendo utilizados na agricultura como
condicionadores físicos e químicos dos solos. Alguns destes resíduos apresentam em sua
composição teores consideráveis de metais pesados e substâncias orgânicas
recalcitrantes, como é o caso do lodo de esgoto. O efeito da aplicação destes resíduos no
comportamento dos pesticidas no solo é muito pouco conhecido, em ecossistemas
tropicais estas pesquisas são ainda mais escassas.
Existem evidências de que a eficiência agronômica dos herbicidas é bastante
reduzida pela adição de lodo de esgoto em áreas sob o cultivo de cana-de-açúcar.
Nesse contexto, esta pesquisa objetivou avaliar o efeito do lodo de esgoto na
biodegradação, sorção e dessorção do herbicida diuron em dois Latossolos, visto que
estes processos exercem grande influência sobre a eficiência agronômica e persistência
da molécula no ambiente. A opção por este herbicida baseou-se na predileção pelo seu
uso na cultura de cana-de-açúcar.
Como metodologia utilizou-se o herbicida marcado com o radioisótopo carbono-
14. O emprego deste composto como traçador permitiu determinar o comportamento do
herbicida no solo.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Os negócios com pesticidas movimentam valores superiores a 40 bilhões de
dólares por ano no mercado mundial (Foloni, 2000). O Brasil é, atualmente, o terceiro
país que mais consome pesticidas, sendo a receita obtida pelas vendas destes produtos
de, aproximadamente, 2,5 bilhões de dólares por ano (Cardoso, 2002). A classe dos
herbicidas responde por 56 % das vendas (Guilherme et al., 2000), sendo a soja, o milho
e a cana-de-açúcar as culturas onde estas moléculas são mais utilizadas (Cardoso, 2002).
O uso de pesticidas pode causar problemas muito sérios a diversos ambientes e
conseqüentemente à saúde do ser humano, isto porquê estas moléculas apresentam
menor taxa de degradação e maior bioatividade do que as de origem biogênica (Moreira
& Siqueira, 2002). Nos Estados Unidos, aproximadamente metade dos alimentos
consumidos contém níveis mensuráveis de, no mínimo, uma molécula de pesticida
(Baird, 2002), no Brasil não existem estudos suficientes para fornecer dados desta
magnitude.
2.1 Processos que governam o destino dos pesticidas no ambiente
Quando um pesticida é inserido no ambiente seu destino mais provável é o solo,
seja por aplicação direta ou pela incorporação de restos culturais. Uma vez no solo pode
sofrer processos de retenção, transformação e transporte e, a extensão em que estes
processos ocorrem determina seu destino, persistência e eficiência agronômica. Os
principais fatores que influenciam estes processos são: as condições climáticas, as
propriedades físico-químicas do produto e as características físicas, químicas e
microbiológicas do solo.
4
2.1.1 Transformação de pesticidas
A transformação de pesticidas se refere à alteração de sua estrutura molecular por
meios bióticos e abióticos. A transformação pode ser: - completa, dando origem a CO
2
,
H
2
O e sais minerais; – incompleta, dando origem a metabólitos. Normalmente os
metabólitos formados são menos tóxicos, embora ocasionalmente ocorra a formação de
produtos mais tóxicos do que a molécula original (Cox, 1997).
A transformação abiótica ocorre quando o pesticida é transformado pela ação
de componentes físicos ou químicos do ambiente. A elevação do pH do solo, por
exemplo, pode contribuir com a hidroxilação destas moléculas, sendo este um dos
principais processos envolvidos na degradação de pesticidas devido ao aumento de sua
polaridade (Bollag e Liu, 1990).
A transformação biótica ou biodegradação ocorre pela ação do metabolismo de
microrganismos. Estes excretam enzimas que em contato com moléculas de pesticidas,
dentro ou fora das células microbianas, participam de uma série de reações, como:
oxidação, redução, hidrólise, hidroxilação, etc (Lavorenti, 1996). Estas transformações
podem ocorrer por vias metabólicas diretas, consideradas primárias, ou por efeitos
indiretos dos microrganismos nas características físicas e químicas do ambiente,
resultando em transformações secundárias (Bollag & Liu, 1990).
A biodegradação é o principal mecanismo de desaparecimento de pesticidas no
solo, porém sua contribuição varia muito para diferentes substâncias. Para o DDT,
menos de 20% de sua degradação ocorre por via biológica, enquanto para a atrazina, este
tipo de transformação é responsável por mais de 80% de sua degradação no ambiente
(Moreira & Siqueira, 2002
).
A biodegradação ocorre, principalmente, através de dois processos:
Catabolismo: o pesticida serve como fonte de energia e de nutrientes para o
crescimento e desenvolvimento dos microrganismos degradadores. Este
processo, geralmente, leva a degradação completa da molécula, fenômeno
chamado de mineralização. A ausência de fósforo no meio pode induzir a
5
biodegradação do herbicida glifosato, o qual serve como fonte do nutriente
para a microbiota (Eijsackers, 1985).
Cometabolismo: o pesticida é transformado por reações metabólicas, mas não
serve como fonte de energia para o microrganismo. Normalmente não ocorre a
transformação completa da molécula.
Influência da matéria orgânica na biodegradação de pesticidas
Dentre os fatores que afetam os processos de biodegradação de pesticidas pode-
se destacar: fatores climáticos (temperatura e umidade); do solo (pH, matéria orgânica,
teor de argila, óxido de ferro e de alumínio, comunidade microbiana, estrutura,
porosidade e fertilidade); solubilidade e estrutura química do produto (Rodrigues, 1985).
Quando um material orgânico é adicionado ao solo os pesticidas podem se tornar
mais persistentes, provavelmente, devido a maior sorção destas moléculas. Em outros
casos a matéria orgânica pode acelerar a degradação dos pesticidas, fornecendo
nutrientes e energia para os microrganismos (Felsot & Dzantor, 1990).
Embora a rápida degradação de pesticidas seja desejável do ponto de vista
ambiental, ela pode comprometer a eficiência agronômica do produto. Quando um
herbicida é adicionado ao solo pela primeira vez, um período de “lag fase”, ou seja, de
crescimento lento dos microrganismos capazes de degradar a molécula, é comumente
observado, antes que a degradação ocorra a uma taxa significativa. Aplicações
subseqüentes do mesmo herbicida associadas a condições ambientais favoráveis ao
desenvolvimento microbiano, podem resultar em uma rápida degradação com pequeno
ou nenhum período de “lag fase” (Asthon, 1982), fenômeno chamado de biodegradação
acelerada.
A contribuição de diferentes resíduos orgânicos para a biodegradação de
agroquímicos é bastante variável, além dos fatores ambientais e do solo, a composição
química do resíduo é muito importante. Os açúcares, proteínas, amido e celulose são
substâncias facilmente decomponíveis pela microbiota heterotrófica do solo, enquanto as
gorduras, ligninas e graxas são substâncias de difícil biodegradação, apresentando
persistência elevada no ambiente (Subba Rao, 1995). A proporção entre estas
6
substâncias presentes num resíduo orgânico é um indicativo da degradabilidade deste
resíduo e, conseqüentemente, de sua contribuição para o aumento da microbiota
heterotrófica do solo, da qual fazem parte os microrganismos capazes de promover a
degradação de pesticidas.
Além da composição química, a taxa de aplicação do resíduo também influencia
a comunidade microbiana do solo. A adição de um resíduo orgânico por vários anos
consecutivos pode favorecer o crescimento de algumas populações de microrganismos
em detrimento de outras. Martinez-Cruz et al. (1987) observaram, em solos tratados com
vinhaça (resíduo rico em glicerol, substância de rápida biodegradação), diminuição
qualitativa da microbiota quimiorganotrófica, embora em termos quantitativos a
comunidade microbiana tenha aumentado.
Alguns pesticidas podem ser degradados por uma grande diversidade de
microrganismos, outros somente podem ser degradados por uma pequena parcela da
comunidade microbiana do solo, além disso, a comunidade degradadora é variável para
diferentes moléculas de pesticidas (Moreira & Siqueira, 2002). Assim, nem sempre o
aumento da biomassa e atividade microbiana é acompanhado do aumento da degradação
de pesticidas. O efeito tóxico que os pesticidas podem exercer sobre os microrganismos
também deve ser salientado. O herbicida 2,4,5-T apresenta uma persistência muito maior
do que o 2,4-D apesar de ambos pertencerem ao mesmo grupo químico, o que está
relacionado à sua toxicidade e de seus metabólitos aos microrganismos.
2.1.2 Sorção de pesticidas no solo
O termo sorção é utilizado para descrever o processo de retenção de moléculas
orgânicas, pelo fato de não se saber se está ocorrendo fenômeno de adsorção, absorção,
precipitação ou partição hidrofóbica. Portanto, sorção representa a “apreensão” de um
soluto pelo solo (ou constituinte do solo), sem indicar o mecanismo envolvido
(Bouchard et al., 1989). A sorção de pesticidas pelos constituintes do solo controla a
quantidade destas moléculas presentes na solução do solo, e determina a persistência,
lixiviação, mobilidade e biodisponibilidade dos pesticidas no meio.
7
Influência de algumas propriedades do solo na sorção de pesticidas
A matéria orgânica do solo tem sido o primeiro fator a ser considerado em
estudos de sorção de pesticidas (Velini, 1992) em decorrência de sua alta capacidade de
troca catiônica (CTC) e grande superfície específica.
Os principais mecanismos de retenção envolvidos na sorção de pesticidas pela
matéria orgânica são as interações hidrofóbicas, que dizem respeito à afinidade de uma
molécula orgânica pela fração orgânica do solo, devido à sua baixa afinidade pela água
(solução do solo). Este tipo de interação está relacionado ao K
ow
da molécula, medida de
sua hidrofobicidade, e à qualidade e ao teor de matéria orgânica do solo (Koskinen &
Harper, 1990).
Em um estudo sobre a velocidade de degradação de
14
C-ametrina, Kretova et al.
(1986) avaliaram o efeito da adição de fontes de nutrientes prontamente disponíveis em
solos com diferentes teores de matéria orgânica. Nos solos com baixos teores de matéria
orgânica, a velocidade de degradação foi maior do que naqueles com altos teores de
matéria orgânica. Os referidos autores atribuíram este fato à retenção do herbicida na
matéria orgânica estabilizada do solo.
Para controlar 80 % de plantas daninhas com trifluralina é necessário que a dose
seja aumentada em 0,29 kg/ ha a cada 1 % de aumento no teor de matéria orgânica do
solo (Peter e Weber, 1985). Por outro lado, solos com baixos teores de matéria orgânica
possuem baixa capacidade de sorção, favorecendo as perdas do produto por lixiviação
(Kruger et al., 1993).
Os sítios de sorção fornecidos pela matéria orgânica podem se encontrar em
associação íntima com os componentes inorgânicos do solo, como areia, silte, argila e
óxidos. Essa fixação de substâncias húmicas, na forma de complexos organo - minerais,
é muito importante na preservação da matéria orgânica do solo (Stevenson, 1986) e,
conseqüentemente, na sorção de pesticidas.
Embora a fração orgânica tenha importância primordial na sorção de muitos
pesticidas, o papel dos argilominerais nesse processo deve ser salientado.
8
Regitano et al. (1997) observaram, para seis solos com cargas dependentes de pH
e doze com cargas permanentes, que o principal mecanismo envolvido na sorção de
imazaquin (pesticida que nos valores de pH comumente encontrado em solos tropicais se
comporta como ácido fraco) foi a partição hidrofóbica. Entretanto, nos sítios do solo
com carga positiva, como na superfície dos óxidos de Fe e Al, houve expressiva sorção
do produto, devido a mecanismos de troca aniônica e/ou formação de ligantes,
principalmente em solos com baixos teores de carbono orgânico.
Prata et al. (2001) verificaram a influência da matéria orgânica na sorção e
dessorção do glifosato em diferentes solos. Estes autores concluíram que a sorção do
herbicida esteve relacionada à fração mineral desses solos, principalmente óxidos de Fe
e Al, tendo a fração orgânica desempenhado papel secundário.
A sorção de pesticidas ionizáveis é altamente influenciada pelos valores de pH
do solo. Pesticidas básicos, como a ametrina, tornam-se protonados a baixos valores de
pH (pH inferior ao valor de pK
a
do pesticida), enquanto pesticidas ácidos, como o
imazaquin, se ionizam, tornando-se aniônicos a valores de pH mais altos (1 ou mais
unidades de pH acima do valor de pK
a
do pesticida). Como, geralmente, ocorre
predomínio de cargas negativas no solo, a elevação do pH tende a contribuir para uma
menor sorção das moléculas de pesticida pelos colóides do solo. Yamane & Green
(1972) mostraram que a adsorção da ametrina, pela montmorilonita aumentou cerca de
quatrocentas vezes com uma mudança de pH de 8,4 para 4,3.
No entanto, para pesticidas não-iônicos como o diuron o pH exerce pouca
influencia sobre o processo de sorção e quando esta influencia ocorre parece não estar
relacionada a fatores intrínsecos da molécula. Sheng et al (2005) estudaram o efeito do
pH na sorção de diuron em solos tratados com cinzas (black carbon). Diferenças
significativas foram encontradas somente no solo testemunha e os autores atribuíram
este efeito ao aumento de matéria orgânica dissolvida em pH mais alto, a qual compete
pelos sítios de sorção do solo. Nos solos tratados com carvão este efeito não foi
observado, o que foi atribuído ao aumento de sítios sortivos nestas condições.
A umidade do solo também tem grande influência sobre o processo de sorção.
Rocha (2003) estudou a biodegradação e sorção de 2,4 D e diuron em solos a 25%, 50 %
9
e 75 % da capacidade de campo e concluiu que tanto a biodegradação como a sorção
foram maiores nos solos com maior umidade. Para compostos polares, como o diuron, a
água favorece a difusão dentro dos agregados do solo e o composto têm acesso a novos
sítios hidrofílicos. Assim, a aplicação deste produto no solo quando este apresenta baixa
umidade pode favorecer a disponibilidade da molécula para as plantas. No entanto deve-
se ressaltar que a água é o veículo através do qual o herbicida é absorvido pela planta e
que baixos teores de umidade podem resultar na diminuição da eficiência agronômica do
produto.
2.1.3 Resíduo ligado
A formação de resíduo ligado é um importante mecanismo de dissipação de
pesticidas no ambiente, pois, na grande maioria dos casos, essas moléculas ficam
indisponíveis no solo. A formação de resíduo ligado também influencia diretamente a
biodegradação dos pesticidas, diminuindo a disponibilidade das moléculas aos
microrganismos do solo (Steen et al., 1980; Kawamoto & Urano, 1989).
Resíduo ligado, de acordo com a União Internacional de Química Pura e
Aplicada (IUPAC), é o nome dado às espécies químicas (ingrediente ativo, metabólitos e
fragmentos), originadas de pesticidas, que somente são passíveis de extração por
métodos que alteram significativamente a natureza da molécula e/ou da matriz (solo,
plantas e animais) (Führ et al., 1998).
A matéria orgânica é o principal sítio de formação destes resíduos. Além da
ligação química, os produtos de degradação são firmemente retidos pelas frações
húmicas, provavelmente por um processo que envolve sorção às superfícies externas e
penetração dos vazios internos das ligações entre as moléculas com arranjo estrutural
tipo peneira (Khan, 1991). A distribuição desses resíduos entre as frações húmicas
(acidos húmicos, ácidos fúlvicos e humina) não é constante e varia em função da
molécula estudada e do tempo de exposição (Khan, 1982).
Em alguns casos, parte desta fração ligada pode retornar à solução do solo, sendo
este processo conhecido por remobilização (Lavorenti, 1997). Estudos de biodegradação
de resíduo ligado com vários pesticidas têm mostrado grandes variações. Entretanto, o
10
fato dos microrganismos serem capazes de quebrar ligações heterocíclicas que resistem à
hidrólise ácida e alcalina indica que os resíduos ligados de pesticidas possam se tornar
biodisponíveis para as plantas. Num estudo realizado por Khan & Behki (1990), duas
espécies de Pseudomonas foram incubadas em solos com resíduo ligado de
14
C-atrazina
tratados com glicose. Ao final de 56 dias ocorreu um aumento na liberação de resíduo
ligado, provavelmente em conseqüência do aumento da comunidade microbiana.
Resultados similares foram encontrados por Peixoto et al., 2000.
A extensão dos processos de degradação, sorção e formação de resíduo ligado
dos pesticidas no solo dependem, entre outros fatores, do tipo e quantidade de matéria
orgânica adicionada ao solo. O grau de estabilização e a composição química do
material são os principais fatores qualitativos da matéria orgânica relacionados ao
comportamento dos pesticidas no solo. Assim, para entender o comportamento dos
pesticidas frente à adição de materiais orgânicos, é preciso, ainda, conhecer as
propriedades físico-químicas do material adicionado e seus efeitos no solo.
2.2 Lodo de esgoto
O tratamento dos esgotos antes da devolução aos corpos d’água receptores
constitui-se numa das principais medidas para a manutenção da qualidade das águas.
Porém, tal prática gera resíduos.
O lodo de esgoto é um resíduo semi-sólido, predominantemente orgânico, com
teores variáveis de componentes inorgânicos, originado do tratamento de esgotos
domiciliares e/ou industriais (Andrade, 1999). Espera-se, para os próximos anos, um
aumento substancial na produção deste resíduo decorrente da inclusão de mais 70
milhões de habitantes nas redes de coleta e tratamento nos próximos 15 anos (Andreoli
& Pegorini, 1998). Como a utilização agrícola é, atualmente, a alternativa mais viável
para descarte do resíduo, espera-se um aumento significativo na utilização do lodo na
agricultura.
A disposição final do lodo gerado pelo tratamento de esgoto pode representar até
60 % dos custos operacionais de uma estação de tratamento (Centro Nacional de
Referência em Gestão Ambiental Urbana, 1998). No Brasil, a maior parte do lodo
11
produzido tem como destino os aterros sanitários, os quais representam cerca de 40 %
dos custos operacionais das estações de tratamento de esgoto (Tsutya, 2000). Além do
alto custo, existem problemas quanto ao manejo dos resíduos no aterro e quanto ao
rápido esgotamento da capacidade de recepção desses locais.
Tavares (2003) cita que o uso agrícola de lodo de esgoto reduziu cerca de 25 % o
custo relacionado ao seu destino final, em relação à disposição em aterros sanitários.
Além de benefício econômico, o uso agrícola de lodo de esgoto representa benefício
ecológico pelo retorno ao campo de parte da matéria orgânica, nutrientes e energia
exportados para os centros urbanos (Poggiani et al, 2000) e, benefício social pela
possibilidade de aumento da produtividade das culturas e menor impacto negativo sobre
o meio ambiente, esta última em comparação com as outras possibilidades de descarte
do resíduo.
O lodo de esgoto pode apresentar teores consideráveis de patógenos. Assim,
preconiza-se sua aplicação em culturas como a cana, para a indústria de açúcar e álcool e
o eucalipto, para produção de madeira, celulose e papel, pelo fato destas culturas não
serem destinadas ao consumo humano, pelo menos diretamente.
2.2.1 Composição do lodo
As características gerais do lodo de esgoto variam, principalmente, com o tipo de
esgoto (domiciliar e/ou industrial), época do ano, processo de tratamento, tipo de lodo
(primário, secundário e terciário), estabilização e condicionamento final (Melo &
Marques, 2000; Tsutya, 2001).
Oliveira (2000) reuniu dados apresentados por diversos autores (Bettiol &
Carvalho, 1982a; Bataglia et al., 1983; Carvalho, 1983; Berton et al., 1989; Marques,
1996; Berton et al., 1997; Bertoncini, 1997) e realizou uma aproximação da amplitude
de variação da composição de lodos oriundos da região metropolitana de São Paulo. As
concentrações mínimas e máximas para matéria orgânica e algumas espécies químicas
estão descritas na tabela 1.
12
Tabela 1. Composição química e amplitude de variação da matéria orgânica e espécies químicas
presentes no lodo de esgoto
Parâmetro Unidade Concentrações
Matéria orgânica g kg
-1
313 a 722
C-orgânico g kg
-1
132 a 299
N-total g kg
-1
7,2 a 30,7
P-total g kg
-1
0,5 a 21
K g kg
-1
0,8 a 14,6
Ca g kg
-1
13,5 a 162,7
Mg g kg
-1
2,1 a 27,3
S-total g kg
-1
7,2 a 19,2
Cd mg kg
-1
4 a 35
Co mg kg
-1
30 a 41
Cr mg kg
-1
545 a 2227
Cu mg kg
-1
379 a 2404
Fe mg kg
-1
34954 a 170955
Ni mg kg
-1
378 a 1331
Mn mg kg
-1
54 a 820
Pb mg kg
-1
119 a 835
Zn mg kg
-1
683 a 4327
Pesquisas nacionais têm evidenciado não haver problemas de fitodisponibilidade
no solo ou lixiviação para o lençol freático das espécies químicas potencialmente
tóxicas, quando a dose de resíduo aplicada é calculada com base na exigência de
nitrogênio pela cultura e na taxa de mineralização do nitrogênio presente no resíduo
(Bertoncini, 1997; Andrade, 1999; Anjos, 1999; Oliveira 2000). Porém, deve ser
salientado que a composição química do lodo, como já foi mencionado anteriormente, é
muito variável e que o cálculo da dose aplicada com base na exigência de nitrogênio
pode não ser adequado para lodos com teores elevados de metais pesados.
13
2.2.2 Efeito do lodo de esgoto nas propriedades do solo
A aplicação de lodo de esgoto em áreas agrícolas pode incrementar a fertilidade
do solo, devido ao elevado conteúdo de C-orgânico, nitrogênio e fósforo presentes neste
resíduo (Da Ros et al.,1993; Berton et al., 1997), além dos demais macro e
micronutrientes presentes em sua composição. Outros efeitos como a elevação do pH
(Silva et al., 2000); redução da acidez potencial (Berton et al., 1989); elevação da
condutividade elétrica, devido aos altos teores de sais presentes nestes resíduos
(Hortenstine & Hothwell, 1972, 1973; Epstein et al., 1976); e incremento da CTC do
solo (Melo et al., 1994) também têm sido verificados.
A contribuição de um resíduo orgânico para a CTC do solo depende da natureza
de seus compostos orgânicos. Como o lodo de esgoto apresenta em sua composição uma
diversidade de compostos orgânicos, dentre eles substâncias apolares, se estas estiverem
em concentração elevada, a contribuição para o aumento da CTC do solo pode ser
pequena. Isto porquê estas substâncias são insolúveis em água e não apresentam carga
(Oliveira, 2000).
No entanto, Gloria (1992) ressalta que resíduos orgânicos ricos em compostos
simples como a vinhaça, são oxidados rapidamente no solo e a formação de húmus pode
ser incipiente, não contribuindo para elevação da CTC. O mesmo autor vincula o
aumento da CTC à velocidade de decomposição das substâncias orgânicas do resíduo e
aos produtos finais formados, destacando que talvez sejam desejáveis teores
relativamente elevados de lignina e celulose, pois estes compostos tendem a sofrer
oxidação mais lenta, podendo afetar de maneira duradoura a CTC do solo.
Estima-se que de 55 a 80 % do C-orgânico presente no lodo seja recalcitrante
(Terry et al., 1979a). Diversos trabalhos têm mostrado que, quando adicionado em solos
aeróbios, o C-orgânico presente no lodo de esgoto apresenta uma fase inicial de rápida
degradação seguida por outra de estabilização progressiva (Miller, 1974; Terry et al.,
1979a, Terry et al., 1979b; Levi-Minzi et al., 1990) decorrente da presença, em sua
fração orgânica, de compostos estáveis como lignina, celulose, lipídeos, substâncias
húmicas, graxas, ceras, óleos e resinas (Pagliai et al., 1981; Clapp et al., 1986; Andrade,
14
2004). A degradação mais lenta do lodo quando comparado a outros materiais orgânicos
tem sido atribuída ao processo de estabilização que este resíduo recebe durante as etapas
de tratamento do esgoto.
Hohla et al. (1978), aplicaram uma carga acumulada de 297,5 t ha
-1
(base seca)
de lodo de esgoto anaeróbio num solo durante 6 meses. Os teores de C-orgânico do solo
aumentaram, neste período, de 9,5 para 22,9 g kg
-1
. No entanto, estudos de
fracionamento revelaram que do C-orgânico presente no solo tratado com lodo, 10,9%
era C-carboidrato e 11,9% era de óleos e graxas enquanto que no solo testemunha estas
frações representaram, respectivamente, 18,9 e 1,67%.
Estudos que avaliaram o efeito do lodo sobre a microbiota do solo mostraram
que a adição deste resíduo ao solo pode diminuir a biodiversidade da comunidade
heterotrófica do solo, embora a biomassa microbiana nem sempre seja afetada
(Kuperman & Carreiro, 1990; Banerjee et al., 1997; Reber 1992). Efeitos mais severos
sobre a biomassa microbiana foram verificados, apenas, em solos tratados com lodos
que apresentavam, em sua composição, altas concentrações de metais pesados.
2.3 Comportamento de pesticidas em solos tratados com lodo de esgoto
O efeito do lodo de esgoto aplicado ao solo no comportamento de pesticidas,
ainda é pouco conhecido, o que é atribuído à insipiência dos estudos relacionados a este
assunto.
Num estudo que avaliou o efeito do lodo de esgoto na biodegradação do diuron e
outros treze pesticidas Doyle et al. (1978) observaram que, dos quatorze pesticidas
estudados, metade teve sua taxa de biodegradação diminuída pela adição do resíduo e os
demais apresentaram maior biodegradação ou não foram afetados. Estes autores
avaliaram, ainda, o efeito do lodo de esgoto na atividade microbiana e concluíram que a
atividade microbiana foi maior no solo tratado com o resíduo.
Perrin-Ganier et al. (2001), estudaram o efeito da adição de lodo na atividade
microbiana do solo e na biodegradação do herbicida isoproturon e concluíram que a
adição do resíduo aumentou a atividade microbiana, mas não interferiu
significativamente na biodegradação do herbicida.
15
O efeito da adição de lodo de esgoto na sorção do herbicida atrazina foi estudado
por Celis et al. (1998). Estes autores constataram que a sorção da atrazina foi muito
superior em solos que receberam aplicação do resíduo e atribuíram este fato à alta
capacidade sortiva do material recalcitrante presente no resíduo, estes resultados estão
de acordo com os encontrados por O’Connor et al. (1981), Jin and O’Connor (1990)
Barriuso et al. (1997), Graber et al. (1997), e Sluszny et al. (1999) que constaram
aumento da sorção e diminuição do transporte pela adição de lodo aos solos.
Graber et al. (2001) estudaram, em condições de campo com irrigação, o efeito
da adição de lodo no transporte de bromacil, atrazina e terbuthilazina e constataram que
a adição de lodo pode aumentar o transporte destes pesticidas. Os autores sugeriram que
este aumento pode ser atribuído a formação de complexos entre a molécula e partículas
do lodo que permanecem em solução. Comparando os resultados obtidos neste trabalho
com aqueles obtidos em condições de laboratório os autores concluíram que a avaliação
do transporte de pesticidas com base em experimentos de sorção e de colunas realizados
em condições de laboratório pode levar a conclusões errôneas sobre o efeito do lodo
neste processo.
2.4 Herbicida diuron
O diuron, [3-(3,4-diclorofenil)-1,1-dimetiluréia] (figura 1), é um herbicida
pertencente ao grupo químico das feniluréias, que apresenta amplo espectro de ação e
pode ser aplicado em pré ou pós-emergência. Seu uso é recomendado para diversas
culturas, sendo intensivamente aplicado em cana-de-açúcar (Musumeci et al., 1995).
As principais características desta molécula relacionadas ao seu comportamento
são a baixa solubilidade em água, 40 mg L
-1
a 25
º
C (Montgomery, 1997); logK
ow
de 2,85
(Luchini, 1987) e persistência relativa nos solos (meia-vida de dissipação de 90 a 180
dias) (Cullington & Walker, 1999). Quando aplicado em baixas doses os resíduos
fitotóxicos do herbicida são dissipados, geralmente, em alguns meses, porém aplicações
em doses mais elevadas, favorecem a persistência destes resíduos por mais de um ano
(Kidd and James, 1991).
16
A principal forma de dissipação do diuron no solo é a degradação microbiológica
(figura 1). A fotodegradação é significativamente importante apenas quando a molécula
permanece na superfície do solo por vários dias ou semanas (Hess and Warren, 2002).
A sorção do diuron no solo tem sido atribuída, principalmente, a matéria
orgânica do mesmo. Diversos estudos mostraram que o comportamento sortivo do
herbicida apresenta correlação significativa com os teores de matéria orgânica e CTC do
solo (Liu et al., 1970; Helling, 1971; Grover, 1975; Peck et al., 1980; Spurlock &
Biggar, 1994; Rocha, 2003). Assim, solos com baixos teores de matéria orgânica
apresentam alto potencial de lixiviação do herbida. Estudos realizados em águas
subsuperficiais da Califórnia mostraram que o diuron esteve presente na maioria das
amostras avaliadas e atribuíram este fato a sua elevada persistência e a alta mobilidade
que o composto apresenta em solos com baixos teores de matéria orgânica (Troiano et
al., 2001).
Estudos de cinética de sorção e dessorção do diuron tem mostrado que o
processo de sorção ocorre em duas fases distintas: uma fase inicial rápida e uma fase
lenta que pode se estender por várias semanas antes que o equilíbrio seja alcançado.
Inoue et al. (2004) observaram, num estudo sobre a cinética de sorção do diuron, que
cerca de 85 % do herbicida foi sorvido após 30 minutos de contato entre a molécula e o
solo. A sorção na fase lenta foi similar nos seis solos estudados, embora os teores de
matéria orgânica e de argila fossem muito diferentes. Os autores concluíram que a
sorção na fase lenta não foi influenciada por estes atributos dos solos.
17
Figura 1 - Esquema geral de biodegradação do herbicida diuron e metabólitos formados.
(1) 3,4-diclorofenilureia, (2) N-(3,4-diclorofenil)-N-metilureia, (3) 3,4-dicloroanilina
(1)
(2)
(3)
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Solos
Os dois solos utilizados nos experimentos foram coletados na Estação
Experimental da ESALQ/USP, situada no município de Itatinga, São Paulo. Foram
escolhidos solos com granulometria e conteúdo de carbono orgânico contrastantes,
sendo, o local de coleta, desprovido da adição de resíduos orgânicos como vinhaça, torta
de filtro, cinzas e lodo de esgoto. A amostragem foi realizada na camada de 0-20 cm, e
após a coleta uma parte das amostras foi secada ao ar e peneirada em malha de 2mm;
estas amostras foram utilizadas para análise das propriedades físicas, químicas e
mineralógicas dos solos. Para os ensaios de biodegradação, sorção, atividade e biomassa
microbiana as amostras de solo foram peneiradas (2mm) e armazenadas com a umidade
natural em câmera fria (4
o
C) até o inicio do experimento.
3.1.1 Análises químicas, físicas e mineralógicas dos solos
As análises foram realizadas no Departamento de Solos e Nutrição de Plantas da
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. As metodologias utilizadas
encontram-se em Camargo et al. (1986).
19
Análises químicas
Matéria orgânica: obtida pela oxidação da matéria orgânica do solo com
solução de dicromato de potássio em presença de ácido sulfúrico e titulação
do excesso com sulfato ferroso amoniacal;
Teores de óxidos (SiO
2
, Fe
2
O
3
, Al
2
O
3
): obtidos após ataque do solo com
ácido sulfúrico.
pH em água, em KCl 1 mol L
-1
e pH em CaCl
2
0,01 mol L
-1
: foram
determinados utilizando a relação 1:2,5;
Fósforo: extraído do solo por resina trocadora de íons e determinado em
extrato ácido de cloreto de sódio;
Ca, Mg, K
e P: extraídos do solo por resina trocadora de íons;
Al: determinado em solução de sal neutro KCl 1 mol L
-1
;
H + Al: extração com acetato de cálcio a pH 7,0.
A partir das análises anteriores foram calculados:
- T (capacidade de troca catiônica a pH 7,0) = Ca
2+
+ Mg
2+
+ K
+
+ (H + Al);
- V % (saturação por bases) = [(Ca
2+
+ Mg
2+
+ K
+
) / T] x 100;
- m % (saturação por alumínio) = [Al
3+
/ (Ca
2+
+ Mg
2+
+ K
+
+ Al
3+
)] x 100
- Ki (índice de intemperização) = (SiO
2
/ Al
2
O
3
) x 1,7 e
- pH = pH
KCl
– pH
água
Análises físicas
Determinação da argila dispersa em água;
Análise granulométrica pelo método do densímetro.
A partir das análises anteriores foi calculado:
- Grau de floculação = 100 x (argila total – argila dispersa em água)/ argila total
Com base nas análises realizadas os solos foram classificados como Latossolo
Vermelho-Amarelo distrófico típico, A moderado, textura média (LVA) e Latossolo
Vermelho distrófico típico, A moderado, textura argilosa (LV).
20
As características químicas, físicas e os teores de óxidos dos solos LVA e LV
encontram-se descritos nas tabelas 2, 3 e 4, respectivamente.
Tabela 2. Caracterização química dos solos
Solo N M.O. P K Ca Mg Al H +Al T V m
----g kg
-1
---- mg dm
-3
-------------------mmol
c
dm
3
------------------ ------%------
LVA 0,8 25 3,5 0,09 1,0 1,0 7,4 44,5 46,6 4,5 78,0
LV 2,0 44 8,4 0,36 20,5 20,5 2,6 57,2 98,6 41,9 5,9
M.O.= matéria orgânica; T = capacidade de troca de cátions (CTC) a pH 7,0; V= saturação por bases
m= saturação por alumínio
Tabela 3. Valores de pH e caracterização física dos solos
Solo pH pH
1
Areia Silte Argila ADA
Grau de
floculação
2
H
2
O CaCl
2
KCl ----------------------------%------------------------------
LVA 5,26 4,00 4,11 -1,15 778,7 121,2 100,1 20,2 80
LV 5,47 4,73 4,98 -0,49 265,0 168,0 567,0 42,0 92
ADA = argila dispersa em água
Tabela 4. Quantidades de óxidos e índice Ki
1
O pH é utilizado para estimar a carga elétrica líquida do solo. Valores negativos de pH (pH
KCl
<
pH
H2O
) indicam predominância de cargas negativas, enquanto valores de pH positivos indicam
predominância de cargas positivas no solo.
2
O grau de floculação indica a porcentagem de argila floculada em relação a argila total do solo. È um
parâmetro particularmente importante na diferenciação de solos da classe dos Latossolos, já que estes
geralmente apresentam microagregação forte, a qual é verificada através deste parâmetro.
Solo SiO
2
Al
2
O
3
Fe
2
O
3
Ki
-----------------g kg
-1
--------------
LVA 15,0 30,4 17,5 0,84
LV 124,0 168,4 173,8 1,25
21
3.2 Lodo de esgoto
O lodo de esgoto utilizado nos ensaios foi obtido junto a Estação de Saneamento
de Jundiaí. A escolha da dose utilizada nos experimentos baseou-se num fornecimento
de nitrogênio para soqueira de cana, de aproximadamente 80 kg ha
-1
. A dose de lodo
necessária foi calculada com base no teor de nitrogênio do lodo utilizado (2,8 %) e sua
taxa de mineralização (28 % em 120 dias). Para fins de comparação foi utilizada a dose
calculada (10 t ha
-1
), o dobro da dose (20 t ha
-1
) e uma testemunha sem o lodo.
Para facilitar a homogeneização do lodo com o solo, o resíduo foi secado ao ar
durante uma semana e após este período sua umidade diminuiu para 60 % .
O lodo selecionado é advindo de esgoto tratado por meio de lagoas aeradas,
seguidas de lagoas de decantação (idade média de 1 ano). Posteriormente, o resíduo
passa por um processo de desidratação com polímeros sintéticos e, em etapa
complementar, é compostado durante 120 dias. No processo de compostagem, a
temperatura do resíduo atinge, aproximadamente, 70-75
o
C o que é importante para sua
melhor adequação ao uso na agricultura devido a inativação de microrganismos
patogênicos, como coliformes, Salmonella, Streptococcus e Aspergillus. A
compostagem maximiza a decomposição dos componentes orgânicos do lodo através do
metabolismo de microrganismos, possibilitando a formação de substâncias húmicas mais
estáveis, as quais são menos efetivas como substrato orgânico e como fonte de energia
aos microrganismos (Hernández –Apaolaza et al, 2000).
Para a caracterização química do resíduo foram empregados os métodos SW
3051 da EPA-US, para metais; Kjeldahl para nitrogênio total e digestão com dicromato
de potássio para carbono orgânico. Os teores de metais pesados presentes no lodo (tabela
5) estiveram dentro dos valores permitidos na Norma P4. 320 (CETESB, 1999) da
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB, que regula o uso de
lodo de esgoto em áreas agrícolas do estado de São Paulo.
22
Tabela 5. Caracterização química do lodo de esgoto utilizado neste estudo
(1) ND – Não detectado (concentrações menores do que 1,0 mg kg
-1)
3.3 Diuron
O herbicida utilizado neste estudo foi o diuron. Nos ensaios de biodegradação e
sorção foram utilizados o herbicida não-radiomarcado (pureza química de 96 %) e
radiomarcado (
14
C-marcado uniformemente no anel, pureza radioquímica de 99 %). Para
3
A baixa relação C/N (< 20) do lodo de esgoto está relacionada aos altos teores de nitrogênio do material de origem e
ao processo de obtenção deste resíduo. Para reduzir a carga poluidora dos esgotos sua matéria orgânica é degradada
por microrganismos através da respiração. Neste processo o carbono orgânico é liberado na forma de dióxido de
carbono, metano e outros compostos voláteis. A energia obtida através da respiração é utilizada pelos microrganismos
na síntese de compostos celulares ricos em nitrogênio. Após a morte celular o N, presente nos compostos formados,
torna-se disponível novamente. Assim, à medida que a decomposição dos compostos orgânicos avança, ocorre
diminuição de C e acúmulo de N, o que culmina na diminuição da relação C/N no resíduo formado, o lodo de esgoto.
Parametro Unidade Base seca
pH (em água) ---- 5,8
Umidade % 80,5
Sólidos voláteis % 64,9
Carbono orgânico g kg
-1
306,7
Nitrogênio total g kg
-1
28,3
C/N
3
--- 10,8
Fósforo g kg
-1
5,9
Potássio mg kg
-1
2,1
Cálcio mg kg
-1
10,6
Enxofre mg kg
-1
4,2
Magnésio mg kg
-1
14,9
Boro mg kg
-1
14,8
Cobre mg kg
-1
800
Ferro mg kg
-1
15011
Manganês mg kg
-1
429
Molibdênio mg kg
-1
ND
(1)
Zinco mg kg
-1
874
Sódio mg kg
-1
1354
Alumínio mg kg
-1
22362
Arsênio mg kg
-1
ND
Cádmio mg kg
-1
12,5
Chumbo mg kg
-1
106
Cromio total mg kg
-1
108,1
Mercúrio mg kg
-1
ND
Níquel mg kg
-1
30,3
Bário mg kg
-1
373
Cobalto mg kg
-1
115
23
avaliação da biomassa e atividade microbiana utilizou-se somente o produto grau
técnico.
3.4 Avaliação da biodegradação, atividade e biomassa microbiana
3.4.1 Determinação da umidade de incubação
Durante o período de incubação a umidade dos solos foi mantida a 60 % da
capacidade de campo das misturas (solo + lodo). A capacidade de campo dos solos foi
determinada pelo método do torrão separado pela frente de molhamento, descrito por
Costa (1983). Em uma amostra de 150 g de solo, contida em béquer de 500 mL, foram
gotejados 2 mL de água destilada em 40 segundos. Após esse procedimento, realizado
com três repetições, o torrão úmido formado (separado do resto do solo pela frente de
molhamento) foi colocado em uma placa de Petri e levado à estufa a 100
o
C, por 24
horas. O torrão foi pesado, e a capacidade de campo foi calculada pela diferença entre as
massas das amostras úmida e seca.
3.4.2 Pré – incubação do solo com o lodo de esgoto
Antes de iniciar os ensaios de biodegradação, atividade e biomassa microbiana os
solos permaneceram incubados com o lodo de esgoto, nas doses 0, 10 e 20 t ha
-1
(base
seca), por um período de três dias em sala climatizada (22
o
C) e escura. A pré-incubação
teve por objetivo a ativação da microbiota do solo, sem, no entanto, exaurir as reservas
de substâncias facilmente decomponíveis presentes no lodo. No campo, o intervalo de
tempo entre a aplicação do lodo e a do herbicida é bastante variável. Geralmente, aplica-
se o lodo e logo após o primeiro episódio de chuva aplica-se o herbicida.
3.4.3 Biodegradação do diuron
O ensaio de biodegradação foi conduzido em delineamento experimental
inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 2x3. Os fatores utilizados foram: solos
(Latossolo Vermelho-Amarelo e Latossolo Vermelho) e doses de lodo (testemunha, 10 e
20 t ha
-1
). Os tratamentos utilizados no ensaio estão descritos na tabela 6.
24
Tabela 6. Tratamentos utilizados no ensaio de biodegradação
3.4.3.1 Preparo da solução de trabalho do herbicida
A quantidade total de ingrediente ativo utilizado foi de 167 µg 50 g
-1
de solo,
correspondente a 4kg de i.a. (ingrediente ativo) por hectare, dose máxima do herbicida
recomendada para a cultura da cana-de-açúcar. O cálculo da dose aplicada em 50 g de
solo, baseou-se numa profundidade de 10 cm e densidade do solo de 1,2 g cm
-1
. Dos 167
µg aplicados 3,42 µg corresponderam ao produto radiomarcado, o qual apresentou
atividade específica de 2,43 MBq mg
-1
. O produto grau técnico e o radiomarcado foram
solubilizados em acetona, resultando num total de 300 µL de solução de trabalho para
cada 50 g de terra.
3.4.3.2 Condução do experimento
Mineralização do diuron
Amostras de 50g de solo (base seca) foram incubadas com lodo de esgoto e o
herbicida diuron em frascos de Bartha, hermeticamente fechados, durante 63 dias. Os
frascos foram mantidos em sala climatizada e escura, à temperatura de 22
o
C + 2 e
umidade correspondente a 60 % da capacidade de campo das misturas.
O
14
CO
2
liberado pela mineralização do herbicida foi capturado em 10 mL de
solução de hidróxido de sódio 0,2 mol L
-1
, formando Na
2
14
CO
3
(figura 2)
.
A
radioatividade presente no Na
2
14
CO
3
foi determinada por
espectrometria de cintilação
Tratamento Dose de lodo de esgoto
t ha
-1
(base seca)
Solo
LVA00 testemunha LVA
LVA10 10 LVA
LVA20 20 LVA
LV00 testemunha LV
LV10 10 LV
LV20 20 LV
25
líquida (ECL) nos dias 1 ,3 ,7 ,14 ,21 , 28, 35, 42, 49, 56 e 63 após a aplicação do
herbicida, sendo a soda substituída após cada medição.
Figura 2 - Frasco de Bartha utilizado no estudo de mineralização do herbicida
Foram utilizadas 4 repetições para cada tratamento, resultando num total de 24
unidades experimentais representadas pelos frascos de Bartha.
Extração do herbicida e determinação dos metabólitos formados
Ao final do período de incubação, o herbicida e seus metabólitos presentes no
solo foram extraídos. Para a extração, os 50 g de solo contidos nos frascos de Bartha
foram removidos e transferidos para tubos de centrífuga, com capacidade para 250 mL,
aos quais foram adicionados 150 mL de CaCl
2
0,01 mol L
-1
. Os tubos foram agitados por
2 horas a 120 rpm e após este período, a suspensão foi centrifugada a uma velocidade
de 10000 rpm durante 15 minutos, o sobrenadante foi retirado e reservado. Às amostras
de solo remanescentes nos frascos foram adicionados 100 mL de metanol (puro para
análise) e o procedimento descrito foi repetido. Ao todo foram realizadas 3 extrações
com metanol, que resultaram na formação de, aproximadamente, 300 mL de
sobrenadante para cada frasco de Bartha. Este volume foi concentrado por
rotaevaporação e ressuspendido em 10 mL de metanol, dos quais 100 µL foram
utilizados para leitura da radioatividade emitida no cintilador líquido e 200 µL foram
aplicados em placa de cromatografia de camada delgada (TLC) para determinação dos
metabólitos formados. As placas foram eluídas em hexano-acetona (6:1) e após sua
Solo + Lodo + diuron +
14
C-diuron
NaOH
2NaOH +
14
CO
2
Na
2
14
CO
3
+ H
2
O
26
secagem, procedeu-se a detecção dos metabólitos no Automatic TLC-Linear Analyser
Berthold. Este mesmo procedimento descrito foi realizado para o sobrenadante que
havia sido reservado após a extração com CaCl
2
0,01 mol L
-1
.
Determinação do resíduo ligado e fechamento do balanço de massa
As amostras de solo remanescentes nos frascos de centrífuga, após as extrações,
foram removidas e alíquotas de 400 mg foram oxidadas, em oxidador biológico para
determinação da radioatividade presente na amostra, possibilitando o fechamento do
balanço de massa e a determinação do resíduo ligado formado.
3.4.4 Atividade e biomassa microbiana
Para avaliação da atividade e biomassa microbiana foram utilizados os
tratamentos descritos na tabela 7.
Tabela 7. Tratamentos utilizados no ensaio de atividade microbian
(1) O herbicida foi aplicado na dose correspondente a 4 kg de i.a. (ingrediente ativo) ha
-1
. Foi utilizado
somente o produto grau técnico.
Semelhante ao ensaio de biodegradação o experimento foi conduzido em frascos
de Bartha, hermeticamente fechados, que foram mantidos em sala climatizada e escura,
à temperatura de 22
o
C + 2 e umidade correspondente a 60 % da capacidade de campo
das misturas, por um período de 63 dias.
Tratamento Dose de lodo de esgoto
t ha
-1
(base seca)
Solo
Herbicida
(1)
LVA00 testemunha LVA Diuron
LVA10 10 LVA Diuron
LVA20 20 LVA Diuron
LVASH testemunha LVA Sem herbicida
LV00 testemunha LV Diuron
LV10 10 LV Diuron
LV20 20 LV Diuron
LVASH testemunha LV Sem herbicida
27
3.4.4.1 Atividade microbiana
Para avaliação da atividade microbiana 1 g solo (base úmida) foi removido do
frasco de Bharta e transferido para um Erlenmeyer (50 mL), onde foram aplicados
300 µL de
14
C-glicose na concentração de 2 µmol mL
-1
. Em um copinho, preso a parte
inferior da rolha utilizada para tampar o Erlenmeyer, foram colocados 250 µL de
monoetanolamina e uma fita de papel. A monoetanolamina foi utilizada para capturar o
14
CO
2
liberado pela mineralização da glicose e a fita de papel foi empregada para
aumentar a superfície de contato entre a monoetanolamina e o
14
CO
2
liberado. Após uma
hora de incubação, o conteúdo do copinho (fita de papel + monoetanolamina) foi
depositado num frasco de cintilação contendo 10 mL de solução cintiladora e a leitura da
radioatividade presente foi determinada no cintilador líquido. O procedimento descrito
foi realizado em duas replicatas de cada unidade experimental nos dias 0,1 ,3 ,7 ,14 ,21 ,
28, 35, 42, 49, 56 e 63 após a aplicação do herbicida.
Calculou-se a atividade microbiana pela seguinte fórmula:
X = (A/Ao) x (C/M) x (V/T)
Onde:
X = µmol
14
C-glicose consumida g
-1
solo seco h
-1
A = Atividade da amostra (dpm)
Ao = Atividade do padrão de
14
C-glicose (dpm)
C = Concentração da solução de
14
C-glicose (µmol mL
-1
)
M = Massa de solo seco (g)
V = Volume da solução de
14
C- glicose (µL)
T = Tempo de incubação (h)
28
3.4.4.2 Biomassa microbiana
A biomassa microbiana foi avaliada logo após a aplicação do herbicida, e ao
final do experimento, 63 dias. Os tratamentos utilizados no experimento de biomassa
foram os mesmos utilizados para determinação da atividade microbiana e cada
tratamento constou de 3 repetições. O método utilizado foi o da fumigação-extração
4
,
descrito por Vance et al. (1987).
3.5 Sorção
A sorção do foi avaliada pelo método “batch” logo após a adição do lodo ao solo
e após um período de incubação da mistura de 63 dias. Os tratamentos utilizados foram
os mesmos descritos para o ensaio de biodegradação, porém o herbicida foi aplicado em
5 concentrações. O experimento foi conduzido em delineamento experimental
inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 2x2x3. Os fatores utilizados foram: solos
(Latossolo Vermelho-Amarelo e Latossolo Vermelho); tempo de incubação do lodo com
o solo ( 0 e 63 dias) e doses de lodo (testemunha, 10 e 20 t ha
-1
).
3.5.1 Preparo da solução do herbicida
Para obtenção das 5 concentrações do herbicida foi utilizada uma solução
estoque de diuron em acetona. A partir desta solução foram obtidas soluções nas
concentrações de 0,1; 0,5; 1,33; 5,0 e 10,0 µg mL
-1
de diuron. Os correspondentes
marcados com o radioisótopo carbono-14 foram diluídos em cada uma destas soluções
de forma a apresentar atividade de 0,33 kBq mL
-1
.
4
Neste método, o carbono, elemento presente em maior quantidade na biomassa microbiana, é
determinado por diferença entre amostras de solo fumigadas e não fumigadas. A fumigação promove a
morte dos microrganismos, os quais tem seu conteúdo de carbono das células, liberado para o meio, no
caso, o solo. O método baseia-se na premissa de que o extrator usado (K
2
SO
4
) é competente para extrair
do solo somente o carbono presente no meio, não extraindo o carbono contido no interior das células
microbianas.
29
3.5.2 Incubação do solo com o lodo de esgoto
Para avaliar o efeito do tempo de incubação do solo com o lodo de esgoto, 100 g
de terra foram incubados com o correspondente a 0, 10 e 20 t ha
-1
de lodo de esgoto
(base seca). Foram utilizadas 3 repetições para cada tratamento, os frascos foram
mantidos, durante 63 dias, no escuro a temperatura de 27 ± 2
o
C e umidade
correspondente a 60 % da capacidade de campo das misturas.
3.5.3 Condução do experimento
Amostras de 4 g de solo, foram transferidas para tubos de centrífuga de 50 mL,
aos quais adicionou-se 10 mL de solução de CaCl
2
0,01 mol L
-1
. Posteriormente, o
herbicida foi aplicado nas 5 concentrações pré-estabelecidas. Os tubos foram fechados e
agitados por 24 horas em agitador horizontal (120 agitações min
-1
). Após este período
procedeu-se a centrifugação dos tubos a 2500 rpm durante 10 minutos. Alíquotas de 1
mL dos sobrenadantes foram removidas para análise por espectrometria de cintilação
líquida (ECL). A figura 3 ilustra os procedimento descrito.
O experimento foi conduzido com 3 repetições para cada tratamento e um branco
(solução de CaCl
2
0,01 mol L
-1
com herbicida sem solo), utilizado como padrão para
todas as concentrações do herbicida.
A quantidade de herbicida sorvido foi determinada por diferença entre a
concentração da solução padrão (branco) e a concentração do herbicida na suspensão do
solo.
Figura 3 - Representação esquemática do ensaio de sorção
4 g de solo + 10 mL de
solução *
Agitação
24 h
Centrifugação
Leitura do
sobrenadante no
ECL
* Diuron frio (5 concentrações) +
14
C-diuron + CaCl
2
(0,01M)
30
3.6 Dessorção
Após a retirada de 1 mL do sobrenadante para determinação da concentração de
herbicida sorvido, o sobrenadante foi descartado e foram adicionados aos tubos de
centrifuga 10 mL de solução de CaCl
2
0,01 M sem herbicida. As amostras foram
novamente agitadas, centrifugadas, e alíquotas de 1 mL do sobrenadante foram retiradas
para análise por espectrometria de cintilação líquida (ECL).
3.7 Cálculos de sorção e dessorção
3.7.1 Quantidade de herbicida sorvido
A quantidade de herbicida sorvido por grama de solo, para cada concentração,
foi determinada pela seguinte equação:
S = V / M (C
b
– C
e
)
Onde:
S = quantidade de herbicida sorvido por grama de solo (
µg g
-1
)
V = volume de solução de herbicida adicionado (mL)
M = massa de solo (g)
C
b
= concentração de herbicida na solução padrão (branco) (µg mL
-1
)
C
e
= concentração de herbicida na solução em equilíbrio com o solo (µg mL
-1
).
3.7.2 Quantidade de herbicida dessorvido
A quantidade de herbicida dessorvido por grama de solo, para cada
concentração, foi determinada pela seguinte equação:
D = (C
e
d
. V
d
- C
e
a
. V
R
) / M
Sendo:
D = quantidade de herbicida dessorvido por grama de solo (µg g
-1
)
V
d
= volume de solução aquosa de CaCl
2
adicionado (mL)
C
e
d
= concentração de herbicida na solução em equilíbrio com o solo após o
processo de dessorção (
µg mL
-1
).
31
C
e
a
= concentração de herbicida na solução em equilíbrio com o solo obtida no
processo de sorção (
µg mL
-1
).
V
R
= Volume remanescente do processo anterior (mL).
M = massa de solo (g)
3.7.3 Isotermas de sorção e dessorção
Isotermas de sorção e dessorção são equações matemáticas utilizadas para
descrever convenientemente os processos de sorção e dessorção de solutos pela matriz
do solo em termos quantitativos. Ela é obtida pela relação gráfica entre a concentração
sorvida/dessorvida de herbicida na fase sólida e aquela remanescente na solução após
atingido o equilíbrio com o solo.
O modelo matemático de Freundlich tem sido o mais utilizado para descrever
estas relações. Segundo este modelo temos:
S = K
f
. C
e
N
Sendo a forma linear desta equação dada por:
log S = log K
f
+ N log C
e
Onde:
S = quantidade do herbicida sorvido/dessorvido (ug g
-1
)
C
e
= concentração do herbicida na solução em equilíbrio com o solo (ug mL
-1
)
K
f
= coeficiente de sorção ou dessorção
N = grau de linearidade da isoterma.
3.7.4 Coeficiente de partição (K
d
)
O coeficiente de partição K
d
representa a relação entre a concentração de
pesticida sorvido no solo (S) e sua concentração na solução de equilíbrio (C
e
).
Kd = S/C
e
32
3.8 Estatística
Foi utilizado o teste de Tukey ao nível de 5 % de significância para os dados de
liberação de
14
CO
2
acumulado, biomassa e atividade microbiana, coeficiente de partição
e % dessorvida.
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Mineralização do herbicida
A figura 4 apresenta a liberação semanal de
14
CO
2
(em relação ao aplicado)
proveniente da mineralização do diuron nos solos Latossolo Vermelho (LV) e Latossolo
Vermelho-Amarelo (LVA). Todos os tratamentos apresentaram degradação baixa nos
primeiros dias, evoluindo para uma fase de degradação intensa e, após este período, a
mineralização diminuiu progressivamente até tornar-se constante. A baixa degradação
inicial ou lag fase pode ser atribuída a fase de multiplicação dos microrganismos
capazes de degradar a molécula (Kubiak et al., 1995; Perrin-Ganier et al., 2001).
Figura 4 - Liberação de
14
CO
2
(%) proveniente da mineralização do herbicida
14
C-diuron nos
solos Latossolo Vermelho Amarelo distrófico típico, textura média, e Latossolo
Vermelho distrófico típico, textura argilosa
Liberação de
14
CO
2
(%)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
0 7 14 21 28 35 42 49 56 63
Tempo de incubação (dias)
LVA00
LVA10
LVA20
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
0 7 14 21 28 35 42 49 56 63
Tempo de incubação (dias)
LV00
LV10
LV20
Tempo de incubação (dias) Tempo de incubação (dias)
34
0
1
2
3
4
5
6
7
1
Liberação de
14
CO
2
(%)
0
1
2
3
4
5
6
7
1
Liberação de
14
CO
2
(%)
O tempo de contato entre o pesticida e o solo influencia a extensão do processo
de mineralização (Rijnaarts et al, 1990; Scow & Alexander, 1992 e Bosma et al, 1997).
A diminuição deste processo, que foi verificada após algumas semanas de incubação,
pode ser decorrente da maior retenção do herbicida à matriz do solo. As moléculas
retidas tornam-se menos susceptíveis ao ataque microbiano.
A adição de lodo de esgoto diminuiu significativamente a degradação do diuron
(figura 5). No solo LVA o total mineralizado após 63 dias de incubação diminuiu de
5,9 %, na testemunha, para 3,6 e 3,1 % nos solos tratados, respectivamente, com 10 e
20 t ha
-1
de lodo de esgoto. No solo LV essa redução foi de 4,9 % para 3,3 e 2,8 % nos
solos tratados com lodo. A análise destes valores sugere que a redução na taxa de
mineralização está mais relacionada à presença ou não do lodo do que a dose utilizada.
Resultados similares foram encontrados por Doyle et al. (1978) que observaram taxas de
mineralização de 3,6; 1,5 e 1,4 % para o diuron, num solo tratado com 0, 50 e
100 t ha
-1
de lodo de esgoto, respectivamente.
Figura 5 - Liberação de
14
CO
2
(%) acumulado proveniente da biodegradação do diuron nos solos
Latossolo Vermelho Amarelo distrófico típico, textura média, e Latossolo Vermelho
distrófico típico, textura argilosa, após 63 dias de incubação
Em todos os tratamentos a mineralização do diuron foi baixa, provavelmente,
porque foram utilizados solos sem histórico de aplicação do herbicida. Dellamatrice et
al. (2004) avaliaram a mineralização do diuron e a biomassa microbiana em solos com e
LVA00 LVA10 LVA20 LV20 LV10 LV00
a
cb b
c
a
35
sem aplicação prévia do herbicida. Estes autores observaram que a mineralização foi
sete vezes maior no solo com aplicação prévia, enquanto a biomassa não sofreu
alterações significativas. Resultados similares foram observados por Cullington &
Walker (1999) e Rouchard et al. (2000).
4.2 Biomassa e atividade microbiana
A biomassa microbiana (figura 6), ao contrário da mineralização do diuron, foi
significativamente maior no solo LV do que no solo LVA. Não foram encontradas
diferenças significativas para as doses de lodo de esgoto aplicadas e tempo de
incubação. Porém, houve uma tendência de aumento da biomassa pela aplicação do
resíduo.
A presença ou ausência do herbicida também não influenciou significativamente
a biomassa microbiana. Estes resultados estão de acordo com os encontrados por
Dellamatrice et al. (2004) que avaliaram, ainda, o número de fungos, bactérias e
actinomicetos, nos solos com e sem diuron e concluíram que o número de bactérias e
fungos foi aumentado com a aplicação do herbicida. Porém, deve-se salientar que
estudos desta natureza não avaliam a diversidade de espécies no solo e, portanto, não são
válidos para inferir sobre o impacto do herbicida na comunidade microbiológica do
mesmo.
Os resultados de atividade microbiana (figura 7) foram similares aos encontrados
para biomassa, não sendo observadas diferenças significativas entre as doses de lodo de
esgoto utilizadas e a presença ou ausência do herbicida.
Provavelmente
, o lodo de esgoto não influenciou significativamente a biomassa e
atividade microbiana dos solos em decorrência dos altos teores de substâncias
recalcitrantes presentes em sua fração orgânica. Andrade (2004) analisou a composição
química da fração orgânica do lodo de esgoto oriundo da ETE de Jundiaí (lodo utilizado
neste estudo) e encontrou 30,6 % de lignina, 28,6 % de celulose e 27,6 % de proteína em
sua fração orgânica. Segundo Hernández-Apaolaza et al (2000) a predominância destas
substâncias no resíduo resulta em sua menor efetividade como substrato orgânico e
como fonte de energia aos microrganismos.
36
0,00
0,06
0,12
0,18
0,24
0,00
0,06
0,12
0,18
0,24
.
Figura 6 - Carbono da biomassa microbiana nos solos Latossolo Vermelho Amarelo distrófico
típico, textura média, e Latossolo Vermelho distrófico típico, textura argilosa
Figura 7 - Atividade microbiana nos solos Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico,
textura média, e Latossolo Vermelho distrófico típico, textura argilosa
µmol de
14
C-glicose consumida g
-1
h
-1
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0 7 14 21 28 35 42 49 56 63
LVA00
LVA10
LVA20
LVAS H
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0 7 14 21 28 35 42 49 56 63
LV00
LV10
LV20
LVSH
Tempo de incubação (dias) Tempo de incubação (dias)
LVA00 LVA10 LVA20 LVASH LV00 LV10 LV20 LVASH
µg C g solo
-1
37
Os resultados de atividade e biomassa microbiana evidenciaram que a menor
mineralização do herbicida nos solos com lodo não esteve relacionada ao efeito do
resíduo sobre os microrganismos do solo; visto que a menor degradação do herbicida
não foi acompanhada da diminuição da atividade e biomassa microbiana e que estes
parâmetros microbiológicos foram maiores no solo LV, onde o herbicida apresentou
menor mineralização.
4.3 Extração do herbicida
A tabela 8 apresenta as porcentagens de
14
C extraído dos solos (em relação ao
aplicado) e os valores de K
d
aparente obtidos após 63 dias de incubação. A dessorção
(extraído em CaCl
2
0,01mol L
-1
) foi menor nos solos tratados com lodo de esgoto.
Os resíduos extraíveis foram comparados em termos de K
d
ap
, que representa a
relação entre a quantidade de herbicida sorvido, mas na forma lábil (extraído com
metanol) e sua quantidade na solução do solo (extraída com CaCl
2
). Este parâmetro foi
utilizado para avaliar a força de retenção da molécula à matriz do solo. Desta forma os
maiores valores de K
d
ap
nos solos tratados com lodo indicam que a força de retenção do
diuron foi maior onde o resíduo esteve presente.
A formação de metabólitos, semelhante à mineralização, foi menor nos solos
tratados com lodo de esgoto. O solo LV apresentou maior formação de metabólitos que
o LVA. Neste solo, talvez estejam presentes, em maiores quantidades, microrganismos
capazes de degradar parcialmente a molécula, ou que atuem somente em alguma das
fases de degradação (Bollag & Liu, 1990; Alexander, 1994).
38
Tabela 8. Porcentagens (em relação ao aplicado) de
14
C extraído em metanol e CaCl
2 ,
formação
de metabólitos e valores de K
d
aparente
* Para cada solo, letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5
% de significância.
/1 Rf = 0,28
/2 Rf = 0,36
4.4 Formação de resíduo ligado
A formação de resíduo ligado foi maior nos solos com lodo de esgoto em relação
à testemunha e no solo LV em relação ao LVA (figura 8). Embora as diferenças entre os
tratamentos tenham sido significativas a variação na porcentagem de resíduo ligado
formado foi pequena, com valores variando de 24,7 a 32, 2 %.
A formação de resíduo ligado é atribuída ao aumento das forças de ligação com o
tempo de contato e a penetração do pesticida na matéria orgânica do solo ou em poros de
minerais. Entre estes mecanismos, inclui-se a formação de ligações covalentes da
molécula original ou de seus metabólitos, sorção dentro de partículas do solo e difusão
em micro e macro poros (Gevao et al., 2000). A formação de resíduo ligado é de grande
importância em estudos de destino dos pesticidas no ambiente. Quando estes resíduos
são formados, a biodisponibilidade dos pesticidas é reduzida e, como conseqüência,
reduz-se, também, a mobilidade e atividade biocida, devido a forte ligação com à matriz
do solo (Burauel & Führ, 2000).
Lodo de esgoto Extraído K
d
ap
14
C-Metabólitos
/1
14
C-diuron
/2
(t ha
-1
) Metanol (%) CaCl
2
(%) L kg
-1
% do extraído
Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico
00 61,15 b* 6,17 a 29,8 c 14,5 a 85,0 b
10 66,07 a 4,48 b 44,7 b 8,6 b 91,4 a
20 66,91 a 4,00 c 50,2 a 8,3 b 91,6 a
Latossolo Vermelho distrófico típico
00 62,46 c 5,56 a 33,7 c 18,2 a 79,9 b
10 65,11 b 4,51 b 43,5 b 10,2 b 87,7 a
20 68,70 a 3,80 c 54,4 a 9,6 c 87,9 a
39
A determinação do resíduo ligado possibilitou o fechamento do balanço de
massa. A recuperação do
14
C-diuron aplicado (mineralizado + extraído com metanol e
CaCl
2
0,01 mol L
-1
+ resíduo ligado) variou de 97,9 a 107,6 % (apêndice 1).
Figura 8 - Formação de resíduo ligado (% do aplicado) do herbicida diuron nos solos Latossolo
Vermelho-Amarelo distrófico típico, textura média, e Latossolo Vermelho distrófico
típico, textura argilosa, após 63 dias de incubação
É amplamente assumido que os microrganismos podem utilizar moléculas
presentes na solução do solo, ou sorvidas as superfícies externas dos agregados do solo e
que moléculas retidas no interior destes agregados necessitam ser transferidas para a
parte exterior para que possam ser degradadas (Alexander, 1994; Nan & Alexander,
1998). Vários estudos de laboratório relatam que a extensão da mineralização parece ser
função do tempo de contato entre o pesticida e o solo e que as propriedades da matéria
orgânica afetam os processos de sorção e dessorção, que também influenciam a
degradação e mineralização dos pesticidas (Rijnaarts et al., 1990; Scow & Alexander,
1992; Scribner et al., 1992; Guerin & Boyd, 1992; Bosma et al., 1997; Chung &
Alexander 1998 e Lamoureux & Brownawell, 1999). Assim,o aumento na formação de
resíduo ligado e na força de retenção do diuron nos solos tratados com lodo, aliados à
diminuição da mineralização e da formação de metabólitos, evidenciam que houve
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1
b
ab
a
a
b
a
Resíduo ligado (%)
LV20 LVA00 LVA10 LVA20 LV00 LV10
40
menor biodisponibilidade da molécula nestes solos, decorrente da maior retenção do
herbicida nos solos tratados com lodo de esgoto.
4.5 Sorção
A figura 9 apresenta as isotermas de sorção dos solos LVA e LV, sem incubação
e após 63 dias de incubação com lodo de esgoto. Os parâmetros derivados da equação de
Freundlich encontram-se nas tabelas 9 e 10, solos LVA e LV, respectivamente.
Figura 9 - Isotermas de sorção dos solos Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico, A
moderado, textura média (LVA) e Latossolo Vermelho distrófico típico, A
moderado, textura argilosa (LV) sem incubação e após 63 dias de incubação, sendo:
() testemunha, () 10 t ha
-1
e () 20 t ha
-1
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
012345
mg L
-1
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
012345
mg L
-1
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
012345
mg L
-1
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
012345
mg L
-1
Sem incubação
Sem incubação
Após 63 dias de incubação
Após 63 dias de incubação
µg mL
-1
µg g
-1
µg g
-1
µg mL
-1
LVA
LV
41
Tabela 9. Parâmetros derivados da equação de Freundlich, coeficiente de partição (K
d
) e K
d
para sorção no solo Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico, A moderado,
textura média
* Para cada período de incubação, letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey ao nível de 5 % de significância.
Tabela 10. Parâmetros derivados da equação de Freundlich, coeficiente de partição (K
d
) e K
d
para sorção no solo Latossolo Vermelho distrófico típico, A moderado, textura
argilosa
Para cada período de incubação, letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey ao nível de 5 % de significância.
1
K
d
= [K
d
(solo + lodo) - K
d
(testemunha)] *100/ K
d
(testemunha)
Lodo de esgoto Parâmetros de Freundlch - Sorção K
d
K
d
1
t ha
-1
K
f
N R
2
L kg
-1
%
Sem incubação
00 4,61 ± 0,24 0,84 ± 0,01 0,99 5,54 ± 0,71 b ---
10 4,91 ± 0,47 0,84 ± 0,04 0,99 5,86 ± 0,28 b 5,78
20 6,05 ± 0,15 0,90 ± 0,01 0,99 6,79 ± 0,25 a 22,56
Após 63 dias de incubação
00 7,36 ± 0,35 0,83 ± 0,01 0,99 9,60 ± 0,26 b ---
10 8,08 ± 0,17 0,84 ± 0,02 0,99 10,37 ± 0,10 a 8,02
20 8,38 ± 0,26 0,85 ± 0,01 0,99 10,67 ± 0,10 a 11,14
Lodo de esgoto Parâmetros de Freundlch - Sorção K
d
K
d
1
t ha
-1
K
f
N R
2
L kg
-1
%
Sem incubação.
00 9,08 ± 0,99 0,84 ± 0,01 0,99 11,89 ± 0,12 c ---
10 10,90 ± 0,03 0,86 ± 0,00 0,99 13,82 ± 0,11 b 16,23
20 12,19 ± 0,29 0,86 ± 0,01 1,00 15,72 ± 0,08 a 32,21
Após 63 dias de incubação
00 14,00 ± 0,15 0,81 ± 0,00 0,99 21,45 ± 0,20 a ---
10 14,00 ± 0,11 0,82 ± 0,00 0,99 20,95 ± 0,18 a - 2,33
20 14,24 ± 0,12 0,82 ± 0,00 0,99 20,92 ± 0,08 a -2,47
42
O modelo de Freundlich apresentou bom ajuste as isotermas de sorção do diuron,
verificado pelos valores de R
2
> 0,98.
Foram encontrados valores de N menores que a unidade, indicando que os sítios
de ligação do solo com a molécula são limitados e que, à medida que a concentração da
molécula em solução aumenta, estes sítios vão sendo saturados progressivamente
(Weber & Miller, 1989; Dell et al., 1994). Para cada solo, dentro do mesmo período de
incubação, houve uma tendência de aumento nos valores de N com a adição do lodo,
evidenciando que o número de sítios de ligação disponíveis foi maior onde o resíduo
esteve presente.
Como os valores de N variaram entre os tratamentos, a utilização do coeficiente
de sorção (K
f
) para fins de comparação não seria adequada. Para tanto, foi utilizado o
coeficiente de sorção (K
d
), o qual assume que N é igual à unidade.
4.5.1 Sorção nos solos sem incubação
Comparando as isotermas de sorção (figura 9) e os valores de K
d
(tabelas 9 e 10)
dos solos LV (44 g kg
-1
de M.O.) e LVA (25 g kg
-1
de M.O.) sem incubação, observa-se
que a sorção foi maior no solo LV. Resultados similares foram encontrados por
Gallardon (1997), Luchini (1987), Peck et al. (1980) e Liu et al (1970) que estudaram a
sorção de diuron em diversos tipos de solos e concluíram que a sorção do herbicida foi
maior nos solos com teores mais elevados de matéria orgânica. Chiou (2002), Gallardon
(1997) e Luchini (1987) sugeriram que a partição hidrofóbica é o principal mecanismo
de sorção deste herbicida.
A análise das isotermas de sorção mostra que a quantidade de herbicida sorvido
foi maior nos solos tratados com lodo de esgoto. Nestes solos a diferença na quantidade
sorvida, em relação à testemunha, foi mais acentuada com o aumento da concentração
do herbicida na solução de equilíbrio (Ce). Os valores de K
d
também foram maiores com
a adição do resíduo.
Estes resultados estão de acordo com os encontrados por Celis et al. (1998), que
avaliaram o efeito do lodo de esgoto na sorção da atrazina. Nesse estudo foram
comparados, ainda, valores de K
f
obtidos
experimentalmente, para a sorção da atrazina
43
na mistura solo-lodo, e valores de K
f
calculados a partir de dados experimentais dos
sistemas isolados (somente o solo e somente o lodo). Os valores de K
f
experimentais
foram de 10 a 15 % menores do que os calculados. Os autores atribuíram este fato ao
bloqueio de sítios de sorção pela interação do solo com o lodo de esgoto.
Estes resultados evidenciam que, em algumas situações, a sorção pode ser
diminuída pela adição do resíduo ao solo, como foi verificado por Morillo et al (2002),
que estudaram o efeito da aplicação de lodo de esgoto na sorção e dessorção do
herbicida norflurazon e observaram aumento da sorção somente nos solos com baixos
teores de matéria orgânica. Nos solos com teores mais elevados de matéria orgânica, a
sorção foi diminuída pela adição do resíduo ou não houve diferença significativa. Os
autores atribuíram esta diminuição da sorção ao recobrimento dos sítios de ligação do
solo com o herbicida pela matéria orgânica do lodo de esgoto.
4.5.2 Sorção após 63 dias de incubação do lodo com o solo
Após 63 dias de incubação os valores de K
d
do solo LV não foram
significativamente diferentes entre as doses de lodo. No solo LVA estes valores foram
maiores nos tratamentos com lodo em relação à testemunha. As isotermas de sorção
apresentaram comportamento coerente a estes resultados. Da mesma maneira que os
solos sem incubação, a sorção no solo LV foi superior ao do LVA.
Em todos os tratamentos foram encontrados maiores valores de K
d
nos solos
incubados em relação aos não incubados. Este incremento nos valores de K
d
parece estar
mais relacionado ao efeito da incubação nas propriedades do solo do que a adição do
lodo de esgoto, já que, após o período de incubação, os valores de K
d
das testemunhas
foram maiores do que aqueles observados nos solos sem incubação e as variações nos
valores de K
d
( K
d
) entre a testemunha e os tratamentos com lodo foram menores após
este período, chegando a ser observados valores negativos de K
d
.
Uma possível explicação para a diminuição dos valores de K
d
após a
incubação é o chamado efeito priming, que se refere a maior degradação da matéria
orgânica edáfica do solo na presença de resíduos orgânicos. Terry et al (1979a), Hsieh et
al. (1981) e Bernal et al., 1998a avaliaram o efeito priming em solos tratados com lodo
44
de esgoto e verificaram aumento na degradação da matéria orgânica do solo de até 100
%. A diminuição mais acentuada do K
d
no solo LV (44 g kg
-1
de M.O.) em relação ao
LVA (25 g kg
-1
de M.O.) reforça esta hipótese.
4.6 Dessorção
As isotermas de dessorção e os parâmetros derivados da equação de Freundlich
para dessorção estão apresentados na figura 10, tabela 11 e figura 11, tabela 13 para os
solos LVA e LV, respectivamente. O modelo de Freundlich também se ajustou bem as
isotermas de dessorção do diuron, verificado pelos valores de R
2
> 0,96.
4.6.1 Dessorção nos solos sem incubação
Como pode ser observado na figura 10, no solo LVA sem incubação, o processo
de sorção foi altamente reversível, sendo esta reversibilidade diminuída no solo com a
maior dose de lodo em relação à testemunha. Os valores de K
d
dos solos LVA e LV
foram maiores nos solos com lodo, evidenciando que após o processo de dessorção as
moléculas do herbicida ficaram mais retidas nestes solos .
Os valores de K
d
observados na dessorção foram maiores que seus respectivos
valores de K
d
obtidos para sorção, indicando a ocorrência de histerese. A histerese pode
ter várias causas, dentre elas: I - frações resistentes ou irreversivelmente sorvidas (Khan,
1982). Para compostos orgânicos hidrofóbicos não-iônicos, como o diuron, o principal
mecanismo envolvido na histerese é a difusão do soluto através da estrutura da matéria
orgânica do solo, com cinética de dessorção mais lenta que a de sorção (Huang et al.,
2003); II - mudanças físicas no solo durante o processo de sorção-dessorção (Brusseau a
& Rao, 1989; Mingelgrin, 1997 e Tomson et al., 1997); III - transformações químicas
ou biológicas do composto original (Pignatello, 2000) e, IV - equilíbrio químico não
estabelecido entre a fase sorvida e a solução (Brusseau & Rao, 1989 e Pignatello, 2000).
No caso deste estudo as causas I e IV parecem ser as mais prováveis. A causa I
devido a natureza da molécula e aos maiores valores de K
d
da dessorção observados nos
solos com lodo de esgoto em relação à testemunha e no solo LV em relação ao LVA,
evidenciando a importância da matéria orgânica na retenção do diuron e a causa IV,
45
Figura 10 - Isotermas de dessorção (linha tracejada) e sorção (linha contínua) do herbicida
diuron no solo Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico, textura média, sem
incubação e após 63 dias de incubação
0
4
8
12
16
20
0,0 1,0 2,0 3,0
0
4
8
12
16
20
0,0 1,0 2,0 3,0
0
4
8
12
16
20
0,0 1,0 2,0 3,0
0
4
8
12
16
20
0,0 2,0 4,0 6,0
0
4
8
12
16
20
0,0 2,0 4,0 6,0
0
4
8
12
16
20
0,0 2,0 4,0 6,0
Sem incubação Após 63 dias de incubação
testemunha testemunha
10 t ha
-1
10 t ha
-1
20 t ha
-1
20 t ha
-1
µg g
-1
µg g
-1
µg g
-1
µg mL
-1
µg mL
-1
46
Figura 11 - Isotermas de dessorção (linha tracejada) e sorção (linha contínua) do herbicida
diuron no solo Latossolo Vermelho distrófico típico, textura argilosa, sem
incubação e após 63 dias de incubação
0
4
8
12
16
20
24
0,0 1,0 2,0 3,0
0
4
8
12
16
20
24
0,0 1,0 2,0 3,0
0
4
8
12
16
20
24
0,0 1,0 2,0 3,0
0
4
8
12
16
20
24
0,0 1,0 2,0 3,0
0
4
8
12
16
20
24
0,0 1,0 2,0 3,0
0
4
8
12
16
20
24
0,0 1 ,0 2,0 3,0
Sem incubação Após 63 dias de incubação
µg g
-1
µg g
-1
µg g
-1
testemunha testemunha
10 t ha
-1
10 t ha
-1
20 t ha
-1
20 t ha
-1
µg mL
-1
µg mL
-1
47
Tabela 11. Parâmetros derivados da equação de Freundlich, coeficiente de partição (K
d
) e
dessorção (% do sorvido) do solo Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico, A
moderado, textura média
* Para cada período de incubação, letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey ao nível de 5 % de significância.
Tabela 12. Parâmetros derivados da equação de Freundlich, coeficiente de partição (K
d
) e
dessorção (% do sorvido) do solo Latossolo Vermelho distrófico típico, A
moderado, textura argilosa
Para cada período de incubação, letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey ao nível de 5 % de significância.
Lodo de esgoto Parâmetros de Freundlich - dessorção K
d
D
t ha
-1
K
f
N R
2
L kg
-1
%
Sem incubação
00 3,74 ± 0,14 0,70 ± 0,00 0,96 7,48 ± 0,92 b
38,94 a
10 4,80 ± 0,29 0,80 ± 0,18 0,99 6,70 ± 0,22 b
35,47 b
20 6,30 ± 0,22 0,86 ± 0,30 0,99 8,01± 0,44 a
27,46 c
Após 63 dias de incubação.
00 7,96 ± 0,59 0,77 ± 0,21 a 0,99 13,18 ± 0,35 c
20,41 a
10 9,20 ± 0,39 0, 80 ± 0,02 0,99 14,40 ± 0,19 b
17,46 b
20 9,70 ± 1,04 0,79 ± 0,03 0,99 15,61 ± 0,46 a
17,60 b
Lodo de esgoto Parâmetros de Freundlich - dessorção K
d
D
t ha
-1
K
f
N R
2
L kg
-1
%
Sem incubação
00 12,35 ± 0,56 0,80 ± 0,01 0,99 19,80 ± 0,33 c 15,94 a
10 18,43 ± 0,08 0,86 ± 0,01 0,99 26,25 ± 0,44 b 12,07 b
20 21,11 ± 2,81 0,81 ± 0,01 0,99 37,23± 6,63 a 9,75 c
Após 63 dias de incubação.
00 33,46 ± 0,34 0,80 ± 0,04 0,99 70,85 ± 7,60 b 6,95 a
10 33,56 ± 0,70 0,78 ± 0,01 0,99 73,36 ± 1,35 a 6,91 a
20 34,44 ± 0,51 0,79 ± 0,00 0,97 73,59 ± 0,93 a 6,76 a
48
porque neste experimento a sorção foi determinada após um período de 24 horas, não
sendo avaliado se o equilíbrio químico foi ou não atingido após este período.
A histerese pode representar diminuição da atividade química da molécula,
resultando na redução da reatividade biológica, menor disponibilidade para as plantas e
diminuição da toxicidade (Alexander 1995, Loehr & Webster, 1997 e Lueking et al,
2000).
4.6.2 Dessorção após 63 dias de incubação do lodo com o solo
Após 63 dias de incubação a dessorção foi menor no solo LVA tratado com lodo
em relação à testemunha, porém no solo LV não foram encontradas diferenças
significativas entre os tratamentos. Possivelmente, as causas para esta similaridade entre
os tratamentos no solo LV são as mesmas relatadas para sorção após 63 dias de
incubação.
Pela análise das isotermas de dessorção e dos valores de K
d
, verifica-se que a
histerese foi maior nos solos incubados em relação aos não incubados, evidenciando a
menor reversibilidade do processo de sorção nestes solos. Talvez a diminuição da
dessorção e o aumento da sorção após o período de incubação estejam relacionados ao
processo de humificação da matéria orgânica edáfica do solo. As frações orgânicas
humificadas, geralmente, apresentam maior número de sítios de ligação.
Semelhante à sorção, os valores de K
d
no solo LV foram maiores do que no solo
LVA, indicando menor dessorção nestes solos, o que provavelmente está relacionado ao
maior teor de matéria orgânica do mesmo.
4.7 Fração remanescente no solo após a dessorção
As figuras 12 e 13 mostram, para as cinco concentrações iniciais utilizadas, a
porcentagem de herbicida (em relação ao aplicado) que permaneceu no solo após a
dessorção.
49
Figura 11 - Porcentagem (em relação ao aplicado) de herbicida remanescente nos solo Latossolo
Vermelho-Amarelo distrófico típico, textura média, sem incubação e após 63 dias
de incubação
0
10
20
30
40
50
60
70
80
%
0,1 0,5 1,33 5 10
0
10
20
30
40
50
60
70
80
%
0,1 0,5 1,33 5 10
Sem incubação
Após 63 dias de incubação
%
%
Diuron (µg mL
-1
)
Testemunha 10 t ha
-1
de lodo de esgoto 20 t ha
-1
de lodo de esgoto
50
Figura 12 - Porcentagem (em relação ao aplicado) de herbicida remanescente no solo Latossolo
Vermelho distrófico típico, textura argilosa, sem incubação e após 63 dias de
incubação
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
%
0,1 0,5 1,33 5 10
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
%
0,1 0,5 1,33 5 10
Sem incubação
Após 63 dias de incubação
%
%
Diuron (µg mL
-1
)
Testemunha 10 t ha
-1
de lodo de esgoto 20 t ha
-1
de lodo de esgoto
51
A porcentagem de herbicida remanescente no solo diminuiu com o aumento da
concentração inicial da solução (Ci) e foi maior nos solos com lodo de esgoto, exceto no
solo LV após 63 dias de incubação, onde não foram observadas variações nestas
porcentagens para os solos com e sem a adição do resíduo. No solo LV a porcentagem
de herbicida remanescente foi maior que no solo LVA.
5.0 CONCLUSÕES
A adição de lodo de esgoto ao solo diminuiu a biodegradação do herbicida
diuron, mas não influenciou significativamente a atividade e biomassa microbiana.
Após 63 dias de residência do herbicida no solo, a formação de resíduo ligado e a
força de retenção do diuron à matriz do solo foram maiores nos solos tratados com lodo
de esgoto.
De modo geral, a sorção foi maior e a dessorção foi menor nos solos tratados
com o resíduo, resultando em maior quantidade de herbicida remanescente nestes solos.
A incubação dos solos resultou em aumento na quantidade sorvida, porém a
contribuição do lodo para a sorção do herbicida foi menor após o período de incubação.
Evidenciando que o resíduo foi degradado durante este período.
A maior retenção do diuron nos solos tratados com lodo de esgoto, observada nos
experimentos de biodegradação e sorção, evidencia que a eficiência agronômica do
herbicida pode ser comprometida e sua persistência no ambiente pode ser maior nestes
solos; visto que as moléculas retidas tornam-se menos disponíveis às plantas e aos
microrganismos.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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APÊNDICE
Apêndice 1. Balanço de massa do herbicida diuron nos solos Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico e latossolo Vermelho
distrófico típico após 63 dias de incubação ( valores em %).
Extraível
Dose de lodo (t ha
-1
) CO
2
Liberado Não extraível
CaCL
2
Metanol
Balanço de massa
Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico
00
5,91 24,70 6,17 61,15 97,93
± 0,18 ± 1,39 ± 0,19 ± 1,17
10
3,57 26,95 4,48 66,07 101,07
± 0,13 ± 0,56 ± 0,52 ± 1,83
20
3,11 27,31 4,00 66,91 101,33
± 0,33 ± 1,00 ± 0,06 ± 2,45
Latossolo Vermelho distrófico típico
00
4,87 29,12 5,56 62,46 102,01
± 1,54 ± 2,20 ± 0,16 ± 0,53
10
3,30 31,68 4,51 65,11 104,6
± 0,50 ± 3,77 ± 0,23 ± 3,34
20
2,83 32,23 3,80 68,70 107,56
± 0,15 ± 4,00 ± 0,20 ± 0,83
71
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