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Quanto aos critérios objetivos (acuidade visual), os resultados encontrados neste trabalho
foram relevantes, uma vez que 22 (37%) dos 60 pacientes apresentaram acuidade de 0.0 (20/20),
o que pode ser considerado recuperação total da acuidade. Ainda assim, 27% (16 pacientes)
ficaram abaixo de 0.7 (20/100). Norregaard e cols. (1998) consideraram 0.3 a acuidade visual
ótima no pós-operatório. Conclui-se que parte considerável dos pacientes não obteve a acuidade
desejada. Porém, com os resultados obtidos no teste de função visual, ficou claro que mesmo que
a acuidade visual de alguns pacientes ainda permanecesse baixa, já lhes permitiu que atividades
do dia-a-dia fossem feitas. Tal fato é demonstrado pelas médias finais do VF-14, que no grupo
FACO foi de 94,1 ± 13,2 e no grupo EECP 89,4 ± 13. Portanto, a associação dos dois métodos,
objetivo e subjetivo, são muito importantes para a avaliação final do resultado da intervenção
cirúrgica.
Quanto à aplicação do teste e das respostas obtidas, observou-se que no pré-operatório a
função visual estava bastante comprometida. No que diz respeito à função visual, das 14
perguntas, quatro mostraram considerável comprometimento: Ler jornal, trabalhos manuais,
dirigir à noite e ler letras pequenas. As duas últimas obtiveram as menores médias: de 25,0
(FACO) e 18,8 (EECP) e 23,2 (FACO) e 23,1 (EECP), respectivamente. Já as atividades que
tiveram as melhores médias do VF-14 no pré-operatório nos pacientes de FACO foram:
reconhecer pessoas (56,7), enxergar os degraus da escada (58,3), jogar (65,3), esportes (58,3), ler
letras grandes (54,5) e cozinhar (55,4). Nos pacientes de EECP as melhores médias observadas
foram: enxergar os degraus da escada (45,0), esportes (53,6), cozinhar (54,0) e ler letras grandes
(47,2).
Após a realização da cirurgia, observou-se uma melhora considerável de todas as
atividades, melhora que se manteve em torno dos 40 pontos em cada atividade individualmente,
tendo apenas algumas atividades (ler jornal – FACO (82,1) e EECP (75,0) – e ler letras pequenas
– FACO (79,5) e EECP (72,2), que mesmo com a ampla melhora no resultado final, ainda
mantiveram um resultado aquém dos 95 pontos estipulados por Norregaard e cols. (1998). Em
seu estudo, foi utilizado um escore do VF-14 de 95 como indicador de sucesso ou função visual
ótima pós-operatória.
Esses resultados obtidos no pré e pós-operatório são de grande importância para
complementar a literatura atual, uma vez que em estudo de Friedman e cols. (2002),
aproximadamente metade dos pacientes entrevistados reportaram no pré-operatório que tinham