ferrita podem provocar uma fragilização e, também, levar a uma corrosão intergranular. Para
evitar que isso ocorra, faz-se uma estabilização com titânio e/ou nióbio. Por outro lado, o
reaquecimento, pode causar uma precipitação de NbC/TiC nas discordâncias, como, por
exemplo, nas regiões termicamente afetadas das peças soldadas.. Estes NbC/TiC formados,
também causam fragilização.
Uma grande quantidade de aços ferríticos, como o 430 e o 434, são produzidos sem a
adição de um elemento estabilizador, Ti e/ou Nb. A utilização destes elementos, como
estabilizadores, começou em 1954. No princípio, considerava-se somente o percentual de
carbono para se definir o quanto de Nb e/ou Ti seria adicionado. Mais tarde, o nitrogênio
também passou a fazer parte dos cálculos de estabilização, isto porque começaram a ser
observadas as formações de nitretos, onde, anteriormente, só se pensava formar carbonetos.
Durante o processamento do aço líquido, onde T > 1500°C, o Ti e o N formam um
composto estável, TiN, que devido à forte afinidade química, não se decompõe ao longo do
processamento posterior do aço. O reaquecimento de placas, em temperaturas superiores a
1200°C, pode provocar a formação de sulfeto de titânio, Ti
1-x
S, nos aços com baixos teores
de C e com Ti em excesso, ainda que em percentuais baixos, qualquer que seja o teor de
enxofre. Esses compostos de enxofre, Ti
4
C
2
S
2
, têm baixa estabilidade e são transformados
durante a laminação a quente, entre 900 e 1200°C, e o bobinamento, entre 600 e 700°C. O
Ti
4
C
2
S
2
prende o C e limita a precipitação fina de TiC, durante o bobinamento.
O Nb é conhecido como um elemento melhorador da resistência mecânica. Desenvolve
boa textura, melhora a qualidade superficial e a conformabilidade, além de ser utilizado como
retardador dos processos de recuperação, recristalização e crescimento de grão. Estes efeitos
ocorrem tanto com o Nb como solução sólida, quanto com o Nb como precipitado.
NOONING, R. G. (1999, p.11) estudou os efeitos de elementos estabilizadores no
comportamento de precipitados em aços inoxidáveis ferríticos AISI 409, estabilizados ao Ti e
ao Ti+Nb, cujas composições químicas eram de 0,0091C-0,0081N-0,22Ti-0,007Nb-11,8Cr-
0,050Ni-0,27Mn-0,39Si e 0,015C-0,013N-0,20Ti-0,150Nb-11,07Cr-0,240Ni-0,31Mn-0,45Si,
respectivamente. Segundo o seu trabalho, devido ao seu baixo percentual de cromo, cerca de
11%, os aços inoxidáveis ferríticos AISI 409 são propensos à transformação da fase
austenítica durante o processamento, sendo que, quanto mais próximas ao “nariz” da lupa
austenítica estiver o percentual de cromo, mais drasticamente poderá ocorrer mudanças nos
balanços das fases ferríticas e austeníticas, durante a laminação a quente.
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