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Em 1972, segundo o site da empresa, a BRS mudou seu nome para Nike, o deus grego da
vitória.
Segundo Naomi Klein(2004), após 1980, adotando a idéia desenvolvida pelos teóricos do
marketing de que as corporações de sucesso deveriam produzir basicamente marcas e não
produtos, a empresa abandona a antiga idéia de que a sua função básica seria a de
produção de coisas, e que quanto mais se produzisse, maior seria a renda de seu negócio,
limitando às fábricas a produção de riquezas.
A partir de 1990 (Klein, 2004, p.47), a marca passa a tratar clara e completamente de valor,
vendo no produto/objeto um tapa-buraco para o produto real.
Assim, a Nike, marca de atitude que fornece bens essenciais ao estilo de vida, atinge espaços
culturais cada vez maiores.
“Just do it!”.
A marca adquire um componente espiritual, como uma “alucinação coletiva” (Klein, 2004,
p.46).
1.2.2 A Mitologia e a deusa Nike
Presentes em todas as culturas, os “Mitos situam-se entre a Razão e a Fé”
20
, e são
considerados sagrados. Os principais tipos de mito referem-se à origem dos deuses, do
mundo e ao fim das coisas. Nesse aspecto a mitologia grega, e por herança a romana, é uma
das mais fantásticas que um povo já produziu. Os gregos antigos adoravam vários deuses,
todos com formas e atributos humanos, que povoavam o céu, a terra, os mares e o mundo
subterrâneo. Eles diziam que seus deuses tinham as mesmas paixões, defeitos e qualidades
dos homens, por isso estavam sempre envolvidos em aventuras, o que completa o sentido da
palavra mitologia. Os próprios gregos moldaram seus deuses e, ao contrário das outras
mitologias, tinham deuses humanizados, fazendo do céu um ambiente familiar. As
divindades principais habitavam o monte Olimpo e formavam a corte de Zeus, o deus
supremo. Além das muitas divindades secundárias, havia também os semideuses, deuses
ilegítimos, filhos de deuses com mortais, que por isso dependiam dos deuses.
Dentro desses conceitos religiosos bem diversificados, cabia uma verdadeira democracia de
pensamentos, desde os materialistas até os que acreditavam no julgamento após a morte. Esta
“símbolo construído por palavras ou grupo de letras, apresentadas em desenho característico, destinado a funcionar
como elemento de identidade visual de uma empresa, de uma instituição, de um produto etc.”, pois essa definição
limita-se ainda, em sua essência, ao sentido original da palavra logotipo, que, segundo Antônio Houaiss (Dias- Pino,
Wlademir e Santos, José Felício. A marca e logotipos brasileiros. Rio Velho Indústria Gráfica, 1974.), “é de
formação moderna, calcada sobre os elementos gregos (logos/palavra e týpos/impressão/marca) e tem sua origem
inequivocamente estabelecida. Foi forjada, em 1816, em inglês, pelo conde Stanhope, citado da Typographia, de
1825, no Hansard’s Parliamentary Debates, nos seguintes termos, por tradução: “Estimei oportuno forjar um novo
por de caixotins compostos...introduzindo um conjunto novo de letras duplas, que denominei logotipos”. Daí – dada
a internacionalização e motivação óbvia em línguas de cultura – a palavra passou para outras, sempre, de início,
como termo de tipografia no sentido de “tipo com uma palavra, ou duas ou mais letras, fundidas numa peça
única”...O que há é consignar o fato de que, do sentido original, a palavra logotipo tem, hoje em dia, pelo menos no
Brasil, uma aura semântica que se aproxima da de “marca comercial”.”
Dessa forma destinei o uso da palavra logomarca como representante semântica real do termo que quero abordar.
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Kloss, Renato Monteiro. Só biografias: mitologia grega - inicial. Disponível em:
http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/MGindex.html. Acesso em: 27/06/2006.