Trabalhos demonstram que as características químicas do MP são
dependentes de um grande número de fatores tais como: condições atmosféricas
(luminosidade, temperatura, velocidade dos ventos), fontes de emissão e o tamanho
das partículas. Apesar da diversidade nas propriedades das diferentes amostras de
MP, vários constituintes comuns são identificados incluindo o carbono elementar,
alguns compostos orgânicos, traços de metais, Sulfatos e Nitratos em forma de
aerossol e material biológico (CARNELLEY e LE., 2001).
Partículas Totais em Suspensão (PTS) ou MP compreendem partículas de
qualquer tamanho suspensas no ar, sendo que as maiores que 30 - 70 µm
permanecem pouco tempo em suspensão antes de serem depositadas. Esses
materiais podem ser classificados de acordo com seu diâmetro aerodinâmico: MP 10
bruto (menor que 10 µm ), MP 2,5 fino (menor que 2,5 µm ) e Ultrafinas (UF) ou
nanopartículas (menor que 0,1 µm). Eles penetram no trato respiratório sendo
capazes de passar através da barreira sanguínea (SEATON et al., 1995).
O tamanho das partículas inaladas é um fator importante na determinação do
efeito que essas irão exercer nos organismos, uma vez que as partículas maiores
que 10 µm ficam depositadas nas vias aéreas superiores e são removidas pela
atividade ciliar. As menores que 10 µm, especialmente as com diâmetros menores
que 2,5 µm, geralmente resultantes da oxidação incompleta de materiais de carbono
(GHIO et al., 2002) têm potencial para serem depositadas nos alvéolos e parecem
ser as maiores responsáveis pelos efeitos provocados por esses poluentes. É sabido
ainda, que exposições crônicas às partículas finas estão altamente associadas com
aumentos no índice de doenças crônicas, incluindo câncer pulmonar e problemas
cardiovasculares (POPE et al., 2002).
O sistema de clearance mucociliar é uma das defesas individuais mais
importantes contra agentes inalados (MACCHIONE et al., 1995 e WARNNER et al.,
1996). Este sistema é baseado no transporte contínuo do muco das vias áreas para
a orofaringe pelo batimento ciliar (MACCHIONE et al, 1999). Os poluentes podem
provocar irritação da mucosa nasal com edema e alteração das características do