ESTUDO DO EFEITO ANALGÉSICO DO TOPIRAMATO EM MODELOS DE DOR
AGUDA E NEUROPATIA DIABÉTICA.
Luciano da Silva Lopes. Orientadora: Francisca
Cléa Florenço de Sousa. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em
Farmacologia. Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal do Ceará,
2007.
No presente estudo, o Topiramato (TP) foi avaliado em modelos de dor aguda e de dor
neuropática diabética. Camundongos Swiss machos foram utilizados nos testes de nocicepção
aguda (formalina, placa quente e capsaicina) e ratos Wistar machos no teste de dor neuropática
(filamentos de von Frey). No teste da formalina (2 %; 20
µ
L/i.pl.), foi quantificado o tempo que
o animal lambia a pata que recebeu o estímulo durante 0-10 min (fase 01) e 20-40 min (fase 02).
Os resultados mostraram uma redução na segunda fase (***p<0,001) nas três doses utilizadas do
TP, enquanto que apenas a maior dose mostrou efeito na primeira fase do teste (***p<0,001). O
efeito do TP (80 mg/Kg) foi revertido pela naloxona 2 mg/Kg na segunda fase do teste da
formalina , mas não pela glibenclamida 3mg/Kg, ciproeptadina 5 mg/Kg e ondansetrona 0,5
mg/Kg quando comparado com o controle em ambas as fases. No teste da placa quente (52
°
) foi
verificada a reação do camundongo ao estímulo térmico onde o animal responde tentando pular
ou lamber uma de suas patas traseiras. Os animais foram submetidos a placa aos 00, 30, 60, 120
e 240 min após os tratamentos e comparou-se os grupos que receberam TP nas diferentes doses (
20, 40 e 80 mg/Kg) e o grupo controle. Nesse modelo, TP demonstrou atividade aos 90 e
120min (**p<0,01; ***p<0,001) apenas na maior dose utilizada (80 mg
/
Kg). Em outro
protocolo, os animais receberam capsaicina (20
µ
L, 2
µ
g/ i.pl), sendo quantificado o tempo
durante 5 min que estes lamberam ou morderam a pata estimulada, com comparação posterior
entre os grupos Não se verificou efeito significativo de TP em todas as doses utilizadas quando
comparado com o controle. Para avaliação da ação antinociceptiva em dor neuropática, os
animais foram inicialmente induzidos a diabetes com estreptozotocina 40 mg
/
Kg i.p e após
trinta dias foram submetidos ao teste com filamentos de von. Não se verificou efeito
significativo do TP nas doses utilizadas quando comparado com o controle. O TP não alterou a
freqüência de locomoção dos animais no teste do campo aberto e no teste do Rota rod e não
aumentou o número de quedas nem diminuiu o tempo de permanência na barra giratória,
sugerindo que o TP não exerce sua atividade antinociceptiva por ação depressora ou relaxante
muscular. Em conclusão, a partir desses resultados podemos sugerir que o TP apresenta efeito
antinociceptivo frente a diferentes estímulos de dor aguda, mas não na dor neuropática diabética.
O efeito analgésico nos testes de dor aguda, provavelmente envolve sistema opióide, porém não
os canais de potássio sensíveis ao ATP e sistema serotoninérgico.
Palavras chave: Analgésicos. Anticonvulsivos. Dor. Medição da dor.