30
vezes, são considerados imutáveis. Porém, elas explicam apenas parte desse comércio. Aquele
fundamentado nas diferenças entre países e produtos implica um tipo de comércio entre países
de características econômicas diferenciadas que intercambiassem produtos distintos,
explicando assim, um aspecto de especialização, porém não consegue explicar as mudanças
observadas nas pautas de exportação da maioria dos países. (VELASCO, 2001).
A outra é fundamentada na economia de escala e diferenciação de produtos onde,
segundo Avelino (2006), possibilita que cada país produza uma quantidade restrita de bens e
que tenha vantagens da economia de escala sem sacrificar a variedade no consumo. Assim,
cada país pode se especializar na produção de uma variedade limitada de bens, produzindo-os
de forma mais eficiente do que se o país tentasse produzir tudo por si mesmo. Essas
economias especializadas comercializariam entre si para ter acesso a uma maior variedade de
bens.
Dessa forma, os conceitos de vantagens comparativas estáticas, decorrentes das
dotações de fatores de produção diferentes entre países, dão lugar à necessidade de criação de
vantagens competitivas dinâmicas, ou seja, adquiridas via introdução sucessiva de tecnologia
nos processos produtivos e de gestão.
De acordo com Vasconcelos (2003), conceitualmente o comércio intra-indústria
consiste no comércio, exportação e importação, entre dois países (ou grupos de países) de
produtos de um mesmo segmento industrial. Por outro lado, no comércio interindústria o
intercâmbio dá-se entre diferentes setores de atividade.
O comércio intra-setorial compreende a diferenciação horizontal (pela variedade) ou
vertical (pela qualidade) de produtos pertencem a um mesmo setor e são objeto de um
comércio cruzado. A troca intra-setorial de produtos diferenciados pela qualidade e cujos
conteúdos dos fatores diferem representa uma especialização de gama no interior da indústria
em detrimento de uma especialização por indústria. Poderia, assim, existir uma divisão
qualitativa do trabalho entre países posicionados na alta qualidade (imagens das marcas das
firmas, conteúdo em trabalho qualificado ou em inovação dos produtos) e países
especializados na baixa qualidade. Esta linha divisória poderia corresponder a uma
diferenciação entre centro e periferia. (FONTAGNÉ e FREUDENBERG, 1999 e 2001).
Uma importante contribuição para a compreensão dos determinantes do comércio
intra-setorial é o de GRUBEL e LLOYD (1975), que identifica, no processo de abertura
comercial, um impulso no seu desenvolvimento. Nessa perspectiva, a diferenciação de
produtos seria uma resposta de produtores nacionais a uma liberalização de tarifas que
ocasiona um aumento de importações. Neste caso, a busca pela diferenciação promoveria a