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sistema radicular, do tipo fasciculado, é superficial, pois a maior parte das raízes fica nos
primeiros 15 cm de solo (CUNHA; CABRAL, 1999). O talo apresenta o formato de uma
clava, relativamente curta e grossa. As folhas têm forma de calha e estão inseridas no talo,
formando uma densa espiral dextrogira e levogira (WIKIPEDIA, 2007).
As mudas produzidas pela planta são classificadas em quatro tipos: 1- coroa: muda do
ápice do fruto; 2- filhote: muda do pedúnculo; 3- filhote-rebentão: muda da região de inserção
do pedúnculo; 4- rebentão: muda do talo da planta. O abacaxizeiro é planta muito sensível ao
frio, mas resiste bem às secas. Embora seja planta tropical, nos dias de sol muito intenso, os
frutos podem sofrer queimaduras, quando não são protegidos (EPSTEIN, 1999).
Geralmente, o florescimento natural do abacaxizeiro ocorre no inverno, mas o
comprimento do ciclo natural pode variar de 10 a 36 meses, pois, além de condições
climáticas, depende da época de plantio, do tipo e do peso das mudas utilizadas, e também das
práticas culturais adotadas. A antese do abacaxizeiro (fenômeno que está diretamente
associado com variáveis climáticas, como temperatura, umidade e comprimento do dia)
ocorre por etapas, de acordo com a abertura das flores, em seqüência helicoidal, iniciando-se
na base até atingir o ápice da inflorescência, permanecendo aberta cada flor por apenas um dia
(PY et al., 1984).
De acordo com Epstein (1999) a cultura racional do abacaxizeiro exige bastante
técnica e tratos culturais. Sua propagação é feita por mudas e são exploradas uma ou duas
safras. Muito útil é o fato de que a época de produção dos frutos pode ser controlada
artificialmente, mediante emprego de substâncias químicas, tais como o carboneto de cálcio e
outras.
As cultivares de abacaxi mais conhecidas do mundo são classificadas em cinco grupos
distintos (Cayenne, Spanish, Queen, Pernambuco e Mordilona Perolera), de acordo com o
conjunto de caracteres comuns relativos ao porte da planta, à forma do fruto, à importância
das brácteas e às características morfológicas das folhas (PY et al., 1984).
A principal variedade cultivada no mundo é a do grupo ‘Smooth Cayenne’, que produz
frutos de polpa amarelo-pálida ou amarela, rica em ácidos e açúcares, e a planta tem as folhas
praticamente desprovidas de espinhos. No Brasil, porém, a principal variedade é a ‘Pérola’,
que produz fruto de polpa amarelo-pálida, quase branca, de sabor bastante doce; as folhas têm
as margens armadas de espinhos (EPSTEIN, 1999). Essa variedade produz muitos filhotes
(10-15) presos ao pedúnculo, próximo da base do fruto, que apresenta forma cônica, casca
amarela (quando maduro), polpa branca, sucosa, com teor de sólidos solúveis de 14 a 16ºBrix,
e pouco ácida, agradável ao paladar brasileiro. O fruto pesa de 1,0 kg a 1,5 kg, possui coroa