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EDSON ALVES DE ARAÚJO
CARACTERIZAÇÃO DE SOLOS E MODIFICAÇÕES PROVOCADAS PELO
USO AGRÍCOLA NO ASSENTAMENTO FAVO DE MEL, NA REGIÃO DO
PURUS – ACRE
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Solos e Nutrição de
Plantas, para obtenção do Título de
Magister Scientiae”.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2000
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EDSON ALVES DE ARAÚJO
CARACTERIZAÇÃO DE SOLOS E MODIFICAÇÕES PROVOCADAS PELO
USO AGRÍCOLA E ASSENTAMENTO FAVO DE MEL, NA REGIÃO DO
PURUS - ACRE
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Solos e Nutrição de
Plantas, para obtenção do Título de
Magister Scientiae”.
APROVADA: 14 de dezembro de 2000.
_____________________________ _____________________________
Prof. João Carlos Ker Prof. Liovando Marciano da Costa
(Conselheiro)
______________________________ _____________________________
Prof. Guido Assunção Ribeiro Ramon Costa Alvarenga
__________________________
Prof. João Luiz Lani
(Orientador)
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ii
A Deus.
Aos meus pais, Tito e Ruth (in memoriam).
Aos meus irmãos Eci, Ecilda , Edílson.
Ao meu irmão Evandro (In memorian).
À minha esposa, Nazaré, pela paciência e perseverança.
À minha filha Naywara, pelo amor e compreensão.
Ao amigo Eufran pela força e incentivogo Eufran pela fornaãt004 t
iii
AGRADECIMENTO
A Deus, por me conceder força e iluminar meu caminho para concluir
este trabalho, e outros mais que eu possa vir a realizar.
À Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (SEAP) da Secretaria
de Estado de Produção do Acre (SEPRO), à Universidade Federal de Viçosa
iv
Ao técnico Alcimar e ao motorista Chagas da Fundação de Tecnologia
do Estado do Acre (FUNTAC), e ao agrônomo Nilson Bardales, pelo convívio e
auxílio na fase de coleta de dados no campo.
Aos técnicos Eugênio Amaral e Abdon Eluan, ambos do Projeto
LUMIAR de Sena Madureira, pelo apoio logístico no reconhecimento da área
de estudo e entrevista com produtores.
Aos produtores do Projeto de Assentamento Favo de Mel, em especial
aos Srs. Filomeno, Joaquim e José Sepulte.
Aos laboratoristas da EMBRAPA/AC, José Gutemberg, Gabriela
Carneiro Moncada, Pedro Raimundo de Araújo (Pedrinho) e Pedro Pereira da
Silva (Pedrão), pelo apoio durante a realizão das análises físicas e químicas.
A Fernando Cartaxo, Guilherme, Rozane, Milson, Momade, Meubles,
Hedinaldo, Severo, André Guarçoni e Erly, pelo convívio.
Aos funcionários e laboratoristas do Departamento de Solos, pela
paciência e pelo auxílio nas análises.
À estudante do curso de Agronomia, Fernanda Monteiro, que não
mediu esforços em me auxiliar nos trabalhos de laboratório.
Aos estudantes do curso de Agronomia, Adriano Guerra, Marcelo e
Valter, pelo auxílio na digitação e classificação da base de dados de solo e em
parte das análises químicas.
A todos os demais que, de alguma forma, vêm contribuindo para que
eu consiga realizar mais, e de melhor forma, as tarefas que se apresentam.
v
BIOGRAFIA
Edson Alves de Araújo, filho de Firmo Batista de Araújo (Tito) e Ruth
Alves de Araújo, nasceu em 25 de março de 1965 na cidade de Rio Branco,
Acre.
Em janeiro de 1989, graduou-se em Agronomia pela Universidade
Federal de Acre.
Em julho de 1989, foi contratado pela Secretaria de Estado de
Desenvovimento Agrário do Acre, atual Secretaria de Estado de Agricultura e
Pecuária (SEAP) da Secretaria de Produção (SEPRO).
Em fevereiro de 1992, concluiu o curso de Pós-Graduação “lato sensu”
em Agricultura Tropical pela Universidade Federal Rural de
Pernambuco/Associação Brasileira de Ensino Agrícola Superior.
Em 1998, iniciou o curso de Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas,
na Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa – MG.
vi
ÍNDICE
Página
RESUMO ................................................................................................ ix
ABSTRACT ............................................................................................ xi
1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 01
2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................. 03
2.1. Assentamentos rurais ................................................................. 03
2.2. Uso da terra e modificações provocadas pelo uso e manejo do
solo ........................................................................................... 06
2.3. Avaliação do sistema radicular ................................................... 07
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................. 09
3.1. Localização e extensão da área ................................................. 09
3.2. Características gerais da área .................................................... 11
3.3. Atividades realizadas ................................................................. 13
3.3.1. Atividades de campo ............................................................ 13
3.3.1.1. Reconhecimento da área, seleção, descrição morfológica
dos perfis, coleta e preparo das amostras de solo .......... 13
3.3.1.2. Coleta de amostras de solo em camadas delgadas ......... 17
3.3.1.3. Avaliação do sistema radicular ....................................... 19
3.3.1.4. Resistência do solo à penetração ................................... 20
3.3.1.5. Entrevista com os agricultores ........................................ 20
3.3.2. Análises de laboratório ......................................................... 21
3.3.2.1. Análises físicas .............................................................. 21
vii
3.3.2.1.1. Análise textural, argila dispersa em água .................. 21
3.3.2.1.2. Densidade do solo (D
s
) ............................................. 21
3.3.2.1.3. Densidade de partículas (D
p
) e porosidade total ....... 21
3.3.2.1.4. Curva de retenção de umidade ................................. 21
3.3.1.5. Parâmetros sedimentológicos ...................................... 22
3.3.2.2. Análises químicas .......................................................... 22
3.3.2.2.1. Complexo sortivo, fósforo disponível, pH em água e
KCl, alumínio trocável e carbono orgânico ............... 22
3.3.2.2.2. Fósforo remanescente .............................................. 24
3.3.2.2.3. Ferro extraível pelo ditionito ..................................... 24
3.3.2.2.4. Ferro extraível em oxalato ........................................ 25
3.3.2.2.5. Ataque sulfúrico......................................................... 25
3.3.2.2.6. Extração e fracionamento de substâncias húmicas ... 26
3.3.2.3. Análises mineralógicas ................................................... 26
3.3.2.3.1. Difratometria de raios X ............................................ 26
3.3.2.4. Avaliação do sistema radicular ....................................... 27
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................... 28
4.1. Morfologia .................................................................................. 28
4.1.1. Horizontes ............................................................................ 28
4.1.2. Cores ................................................................................... 30
4.1.3. Estrutura .............................................................................. 31
4.1.4. Consistência ........................................................................ 31
4.2. Características físicas ................................................................ 31
4.2.1. Aspectos gerais .................................................................... 31
4.2.2. Análise textural ..................................................................... 36
4.2.3. Parâmetros sedimentológicos ............................................... 42
4.2.4. Retenção de umidade ........................................................... 45
4.2.5. Densidade do solo ................................................................ 46
4.2.6. Resistência do solo .............................................................. 48
4.3. Características químicas ............................................................ 49
4.3.1. pH, alumínio trocável e saturação de alumínio ..................... 49
4.3.2. Cálcio e magnésio trocáveis ................................................ 52
4.3.3. Potássio trocável ................................................................. 55
4.3.4. Fósforo disponível ............................................................... 55
4.3.5. Soma de bases .................................................................... 57
viii
4.3.6. Capacidade de troca catiônica (CTC), saturação de bases e
saturação de alumínio .......................................................... 59
4.3.7. Carbono orgânico ................................................................ 60
4.2.8. Estoque de carbono e nutrientes no solo ............................. 62
4.2.9. Fósforo remanescente ......................................................... 69
4.2.10. Ferro extraível em ditionito e oxalato ................................. 71
4.2.11. Ataque sulfúrico ................................................................. 73
4.2.12. Substâncias húmicas ......................................................... 74
4.4. Mineralogia do solo .................................................................... 81
4.5. Estudo do sistema radicular ....................................................... 81
4.6. Entrevista com produtores .......................................................... 85
5. RESUMO E CONCLUSÕES .............................................................. 89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 92
APÊNDICES .................................................................................................. 107
ix
RESUMO
ARAÚJO, Edson Alves, M.S., Universidade Federal de Viçosa, dezembro de
2000. Caracterização de solos e modificações provocadas pelo uso
agrícola no assentamento Favo de Mel, na região do Purus – Acre.
Orientador: João Luis Lani. Conselheiros: João Carlos Ker, Mauro Resende
e Carlos Ernesto Carlos Ernesto Gonçalves Reinaud Schaefer.
Atualmente, no Acre, as pastagens extensivas e projetos de
assentamento (PA) são responsáveis pela maior parte do desmatamento. Nos
PA predomina a agricultura itinerante, onde o solo é utilizado por um período
de dois anos. Posteriormente, é deixado em pousio para recuperação da
fertilidade e, ou, incorporado à pastagem extensiva. O uso do solo por um
período mais longo, e de forma mais sustentada, poderia ser alcançado se
fossem adotadas práticas de manejo adequadas que evitassem a deterioração
do solo quanto às suas características físicas, químicas e biológicas. A partir
desta premissa, objetivou-se caracterizar os solos e avaliar suas alterações
físicas e químicas, sob diferentes tipos de uso, e assim fornecer subsídios à
tomada de decisão sobre um uso mais racional. Para tanto, selecionaram-se
quatro locais inseridos nas mesmas condições de solo (Argissolo Amarelo
distrófico, textura média/argilosa, relevo plano) no assentamento Favo de Mel,
a leste do Acre, na região do Purus. Os usos avaliados foram: mata natural
(testemunha); mata natural recém desbravada e submetida à queima intensiva;
plantio de pupunha (Bactris gassipae) com dois anos e pastagem de braquiária
(Brachiaria brizantha) com quatro anos. Também foram feitas entrevistas
x
informais com os agricultores e o sistema radicular foi avaliado com imagens
digitais. Conclui-se que o solo sob pastagem apresentou os maiores valores de
densidade, o que sugere uma tendência à compactação. Os nutrientes e o
carbono orgânico encontram-se em baixos teores, concentrados nos primeiros
centímetros de solo, tendendo a aumentar com a intensidade e o tempo de uso
do solo. O potássio decresceu, drasticamente, no ecossistema pastagem
devido, possivelmente, às perdas por erosão e retirada pelo pastejo. A fração
humina predominou nos quatro sistemas de uso do solo. As raízes da mata
concentraram-se na maior parte de sua biomassa vegetal, nos primeiros 20 cm
de profundidade do solo. Houve, também, alta correlação entre área e
comprimento de raízes. Os agricultores do Favo de Mel são provenientes de
assentamentos mal sucedidos, e o índice de desistência tem sido relativamente
pequeno, o que comprova a importância do ambiente na permanência do
homem no campo.
xi
ABSTRACT
ARAÚJO, Edson Alves, M.S., Universidade Federal de Viçosa, December of
2000. Soil characterization and modifications caused by agriculture
use in Favo de Mel settlement on Purus region – Acre
xii
that the soil under pasture presented the highest density values, so suggesting
a tendency to compaction. The nutrients and the organic carbon are found at
low contents as well as concentrated in the first soil centimeters; and they
tended to increase with intensity and time of soil use. The potassium drastically
decreased in the pasture ecosystem, possibly due to losses by erosion and
removal by pasture. The humina fraction prevailed on all four systems of soil
use. Most vegetal biomass of the forest roots were concentrated down to 20-cm
soil depth. There was also high correlation between the area and length of the
roots. The farmers of Favo de Mel are coming from unsuccessful settlements,
and the desistance index has been relatively low, so corroborating the
importance of the environment on man's permanence in field.
1
1. INTRODUÇÃO
O Acre notabilizou-se historicamente pela expressiva produção de
borracha no século passado. No entanto, a partir da década de 70, com os
incentivos do Governo Federal à ocupação dos solos, foram incrementados o
uso pastoril e os assentamentos rurais. Atualmente, estas duas formas de
ocupação da terra são responsáveis pela maior parte do desmatamento da
cobertura vegetal primária do Estado.
Os assentamentos rurais concentram-se na parte leste do Estado e
enfrentam vários problemas: assistência técnica deficitária, abandono das
áreas pelos assentados, dificuldades de acesso (estradas), doenças
endêmicas (malária), baixa produtividade devido às condições edáficas
adversas e à falta de utilização adequada de tecnologias, insumos e manejo do
solo. O quadro revela os problemas comuns na grande maioria dos
assentamentos no Brasil.
A utilização das terras nos assentamentos acreanos é baseada, quase
exclusivamente, no processo de derruba da mata virgem e, ou capoeira e
posterior queima. A estas práticas, segue-se o plantio de culturas anuais. Após
alguns anos de cultivo (em média 1 a 2 anos), devido a fatores como o
empobrecimento químico do solo, surgimento de plantas espontâneas,
ocorrência de pragas e doenças, dentre outros, o produtor deixa a terra em
descanso (pousio) em ciclos que, em média variam de 5 a 10 anos, para
recuperação de sua fertilidade, ou então, ocupa-a com pastagem extensiva,
enquanto novas áreas são desmatadas para utilização com agricultura.
2
A utilização da terra de forma mais sustentada, por um período mais
longo, poderia ser alcançada se fossem adotadas práticas de manejo
adequadas que evitassem a deterioração do solo quanto às suas
características físicas, químicas e biológicas. Para tanto, é preciso conhecer a
dinâmica desses processos nos solos do Acre. Com isto, poder-se-ia adotar
práticas que trariam menos danos ao meio ambiente, maior sustentabilidade e
preservação dos recursos naturais.
Torna-se, então, importante conhecer a dinâmica de nutrientes e os
impactos sofridos pelo solo, quando submetido a diferentes tipos de uso e
manejo, como forma de subsidiar as recomendações para um melhor uso do
solo, no Estado.
Neste contexto, desenvolveu-se o presente trabalho com o objetivo de
avaliar e interpretar as alterações físicas e químicas do solo, sob diferentes
tipos de uso e manejo, para melhor entender os processos envolvidos e
subsidiar a tomada de decisão para um melhor uso dos recursos naturais, na
área do assentamento rural Favo de Mel, situado na região do Purus, a leste do
Estado do Acre.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Assentamentos rurais
No Brasil, segundo dados do último censo da reforma agrária (NETTO,
1997), existem cerca de 200.000 famílias assentadas, sendo que a maioria dos
assentados já trabalhava anteriormente em alguma atividade rural. A
produtividade é normalmente abaixo da média nacional, uma vez que dispõe
de escassa assistência técnica, baixo nível tecnológico e, muitas vezes,
condições edáficas adversas. Como conseqüência, dentre outros fatores,
quase metade dos assentamentos são abandonados. Este fato é preocupante,
pois, a maioria dos assentados migra para os centros urbanos, aumentando os
bolsões de pobreza. Outro fato interessante, segundo o mesmo censo, é o
número expressivo de analfabetos, o que dificulta a compreensão dos projetos
e a adoção de novas tecnologias.
Sob o ponto de vista fundiário, o Acre tem duas características básicas.
A primeira é a parca ocupação demográfica e baixa atividade econômica. A
segunda, de natureza ambiental, refere-se à manutenção de grandes áreas
como reservas florestais, extrativistas e parques nacionais. Estas duas
características, aliadas à dimensão geográfica da Amazônia, determinam toda
uma gama de particularidades da região (SILVIA et al., 1999).
No âmbito Amazônico, na década de 70, houve políticas públicas de
incentivo à colonização (MORAN et al., 1994), tendo as experiências mais
significativas ocorrido em Rondônia e no Acre (VALVERDE, 1989).
4
Diversas são as modalidades de assentamentos rurais existentes no
Acre (ACRE, 2000a), destacando-se: Projetos de Colonização (PC),
anteriormente conhecidos como Projetos de Assentamento Dirigidos (PAD),
Projetos de Assentamento (PA), Projetos de Assentamento Agroextrativistas
(PAEX) e Pólos Agroflorestais (Quadro 1). Os assentamentos rurais ocupam
cerca de 10% da área do Estado, ou seja, 1,5 milhões de ha e concentram-se
na porção leste do Estado.
O único levantamento de solos, que contempla todo o Acre, foi
efetuado a nível exploratório pelo Projeto RADAMBRASIL, na década de 70
(BRASIL, 1976, BRASIL, 1977), na escala de 1:1.000.000, bastante limitada
para o planejamento de uso da terra. Embora alguns grandes assentamentos
rurais no Acre tenham tido levantamento prévio do meio físico e de suas
condições edafoclimáticas (INCRA, 1977, 1978), muitos desses projetos foram
implantados em áreas de solo com fortes restrições físicas e químicas, isoladas
dos centros de comercialização ou de assistência técnica, de difícil acesso,
como é o caso do PAD Boa Esperança, em Sena Madureira. Nesta área,
ocorrem Cambissolos com caráter vértico.
Recentemente, têm-se utilizado levantamentos de solo na escala de
1:50.000 (AMARAL e ARAÚJO NETO, 1998). Estes têm fornecido melhor
suporte para o planejamento e tomada de decisão, possibilitando melhor
dimensionamento e distribuição dos lotes.
Atualmente, alguns trabalhos vêm sendo direcionados no sentido de
levantar a capacidade de uso do solo desses assentamentos (ROCHA e
AMARAL, 1996; AMARAL et al., 1998; LIMA et al., 1999), seu potencial edáfico
e aptidão agrícola (AMARAL et al., 1995a; AMARAL e SOUZA, 1997), uso e
ocupação (FUJISAKA et al., 1996; CARDOSO et al., 1997) e características
sócio-econômicas (SILVA, 1988; FRANKE et al., 1998), objetivando conhecer
suas potencialidade e limitações, na tentativa de buscar um uso mais racional.
O INCRA, por intermédio do extinto Projeto Lumiar, procurou conter a
evasão das áreas de assentamento rural. Fomentou a assistência técnica e a
capacitação de famílias assentadas, fundamentais na consolidação e garantia
de sustentabilidade desses Projetos (INCRA, 1997; BRASIL, 1999).
5
Quadro 1 – Principais tipos de assentamentos rurais existentes no Acre
Tipo de assentamento Características Quantidade Área Famílias assentadas Comentários
----- ud ------ ----- ha ---- ------ ud ------
Projeto de Assentamento
Dirigido (PAD), atual
Projeto de Colonização
(PC)
Criado pelo INCRA entre 1977 e 1982,
com módulos que variam entre 70 e
500 ha com o objetivo de resolver
conflitos sociais.
05 803.242 15.246 Dentre os PC, destacam-se o Padre Peixoto
com 317.588 ha e o Boa Esperança com
275.646 ha, ambos localizados a leste do
Estado. O Padre Peixoto é o terceiro maior
assentamento do Brasil.
Projeto de Assentamento
(PA)
Visam a adequação do uso da terra à
sua função social e econômica.
48 575.842 9.288 O PA “Favo de Mel”, objeto de estudo deste
trabalho, está incluso nesta modalidade de
assentamento.
Projeto de Assentamento
Agroextrativista (PAEX)
Modalidade de assentamento destinado
às populações tradicionais
(seringueiros) para a exploração de
riquezas extrativas por meio de
atividades economicamente viáveis e
ecologicamente sustentáveis. São
áreas de domínio público,
administradas pelos assentados que
recebem concessão de uso.
08 193.447 1.039 A base econôm
6
Para não incorrer em erros cometidos no passado com a ocupação
desordenada em áreas impróprias para os projetos de assentamento rural,
recentemente tem-se empregado nova metodologia para o planejamento,
implantação e monitoramento desses projetos (WOLSTEIN et al., 1998;
AMARAL, 1999).
Esta metodologia é dividida em três etapas. A primeira é a fase
preparatória, em que são efetuados trabalhos de escritório (levantamentos) e
de geoprocessamento através da análise de dados preexistentes. A segunda
constitui-se de estudos temáticos relacionados a solos, vegetação e sócio-
economia. Ao final, é gerado um relatório técnico parcial. A última fase
representa a integração dos dados primários e secundários, e constitui a fase
mais sensível. Envolve a seleção dos assentados e a elaboração do plano de
uso (WOLSTEIN et al., 1998).
O antigo seringal Caquetá e a área ocupada pela Alcobrás (usina de
álcool abandonada), situados na região leste do Estado, estão adotando esta
metodologia. Mais recentemente, também aplicam-se estas técnicas no
seringal São Salvador – município de Mâncio Lima, região do Juruá.
A fim de conter a ocupação e o conseqüente desmatamento de novas
áreas com assentamentos rurais, recentemente, o Ministério da Política
Fundiária e do Desenvolvimento Agrário redigiu portaria que proíbe a
desapropriação, a aquisição e outras quaisquer formas de obtenção de terras
rurais com cobertura florestal primária, nos ecossistemas da Floresta
Amazônica, Mata Atlântica, Pantanal Mato-grossense e em outras áreas de
preservação ambiental ( BRASIL, 1999). Isto tem sido observado no Acre, uma
vez que o INCRA tem priorizado áreas já desmatadas para assentamento,
como é o caso da área da Alcobrás, que abrange cerca de 11.000 ha e teve
quase a metade de sua cobertura vegetal primária eliminada, na década de 80,
para o cultivo de cana-de-açúcar.
2.2. Uso da terra e modificações provocadas pelo uso e manejo do solo
No Acre, o uso da terra por pequenos produtores em áreas de
assentamentos baseia-se, em grande parte, no processo de derruba e queima da
floresta primária e, ou, secundária (capoeira) seguida do plantio de culturas anuais
como arroz, milho, feijão e mandioca por um período médio de um a dois anos
7
(FUJISAKA et al., 1996; FUJISAKA e WHITE, 1998; ACRE, 2000c). Após este
período, em razão de fatores como o empobrecimento químico do solo, surgimento
de plantas espontâneas, ocorrência de pragas e doenças, dentre outros, o produtor
deixa a terra em pousio, em ciclos que variam em média 5 a 10 anos, para
recuperação de sua fertilidade e, ou, incorpora pastagens extensivas, enquanto
novas áreas são desmatadas para utilização com culturas (ACRE, 2000c).
A estimativa dos efeitos do clima e manejo sobre o solo requer uma
avaliação integrada de suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Essas
propriedades devem ser sensíveis ao manejo do solo, acessíveis e aplicáveis
em condições de campo e, quando possível, deve-se ter previamente
disponível um banco de dados de solo (DORAN e PARKIN, 1994).
Diversos trabalhos evidenciam que, dependendo do tipo de manejo a
que foi submetido, o solo sofre alterações em suas propriedades físicas,
químicas e biológicas (SANCHEZ, 1976; DADALTO,1983; ROSA JÚNIOR,
1984; DADALTO et al., 1986; SILVA, 1986; MENDONÇA, 1988; DADALTO et
al., 1989; SOUSA, 1995; SILVA et al., 1995a) e, conseqüentemente na
ciclagem de nutrientes.
Em geral, a estrutura é deteriorada, enquanto o pH, as bases trocáveis
(Ca
2+
, Mg
2+
e K
+
), a matéria orgânica, a capacidade de troca catiônica (T) e o
fósforo disponível tendem a aumentar após a queima, e a decrescer
rapidamente com o tempo, em virtude de fatores como a erosão, lixiviação das
bases nos solos mais porosos, mineralização da matéria orgânica, exportação
com a colheita, dentre outros.
No Acre, poucos estudos foram efetuados sobre as alterações
conseqüentes ao uso (GOMES et al., 1990; AMARAL et al., 1995b; SILVA et
al., 1995; ARAÚJO et al., 2000), no estoque de nutrientes (SILVA et al., 1995b;
AMARAL e BROWN, 1995; ARAÚJO et al., 2000), assim como sobre as
ciclagem de nutrientes (McGRATH et al., 2000).
2.3. Avaliação do sistema radicular
O estudo mais detalhado sobre o sistema radicular é de fundamental
importância. A interação desse sistema com o solo é responsável pela
manutenção da vegetação. Além disso, o sistema radicular tem também um
8
papel relevante na adição de matéria orgânica e agregação do solo
(MIELNICZUK, 1999).
Diversos são os métodos empregados na avaliação quantitativa do
sistema radicular. Em sua maioria, são métodos tradicionais, que demandam
bastante tempo, e onerosos (BOHM, 1979). A maioria desses métodos utiliza o
princípio básico do quadrado reticulado para a quantificação de raízes (BOHM,
1979; UFV, 1984; ZOON e VANTIENDEREN, 1990; PAN e BOLTON, 1991;
COLOCHOORTEGA, 1991).
Recentemente, tem-se intensificado o estudo de quantificação de
raízes por meio de imagens digitais ou análise de fotografias do perfil. Este
método permite quantificar as raízes, de forma menos trabalhosa, mais rápida
e detalhada, além de viabilizar maior número de repetições experimentais
(CRESTANA et al., 1994; JORGE, 1996; JORGE, 1999). Pode ser aplicado,
também, na avaliação da cobertura do solo, na micromorfologia do solo e
determinação da área foliar (VAN LIER et al., 1993). Por outro lado, apresenta
algumas dificuldades devido ao pouco contraste raiz-solo e à qualidade das
imagens (BALBINO et al., 1995).
Em alguns estados da região Amazônica, o estudo sobre o sistema
radicular tem se restringido à determinação da biomassa de raízes (TEIXEIRA
e BASTOS, 1989; TEIXEIRA e BASTOS, 1995), enquanto outros estudos
evidenciam o efeito da compactação sobre o crescimento das raízes, absorção
de nutrientes e atividade microbiológica (TEIXEIRA, 1987; BAENA, 1994).
Alguns trabalhos sobre raízes de plantas, no Acre, têm sido realizados
em função de sua aptidão agroflorestal (ACRE, 2000b; AMARAL et al., 2000),
de forma a subsidiar as recomendações de manejo, corretivos e fertilização
para plantas perenes arbóreas componentes de sistemas agroflorestais, como
o café (AMARAL et al., 1999), pupunha e cupuaçu (OLIVEIRA et al., 1999) e
castanha-do-brasil (LUNZ et al., 1999).
9
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Localização e extensão da área
O assentamento Favo de Mel localiza-se a leste do Estado do Acre, na
região do Purus, município de Sena Madureira (Figura 1). Limita-se ao norte
com a BR 364, ao sul com a estrada Mário Lobão e a leste com a Fazenda
Forquilha I. Situa-se entre as coordenadas geográficas de 9º09’46,7”S e
68º34’20,9”W Gr.; 9º16’33,2”S e 68º29’55”W Gr.; 9º19’28”S e 68º38’05”W Gr. e
9º12’25,5” S e 68º36’12,7” W Gr, com uma altitude em torno de 250 metros
(AMARAL e ARAÚJO NETO, 1998).
A área total do Assentamento é 9.796 ha, com 168 famílias
assentadas. Cada unidade familiar possui lotes, que variam de 50 a 60 ha. É
um assentamento relativamente novo, estabelecido oficialmente há pouco mais
de cinco anos (INCRA, 1997).
10
Figura 1 – (a) Localização da área de estudo em relação ao Brasil; (b) Projeto
de assentamento Favo de Mel em relação ao município de Sena
Madureira e a BR 364.
(
b
)
(
b
)
(
a
)
11
3.2. Características gerais da área
O clima da região é tropical úmido (Awi), (Köppen), que se caracteriza
por apresentar índices pluviométricos relativamente elevados, com nítido
período seco (MESQUITA, 1996). A precipitação pluviométrica média anual é
da ordem de 2000 mm (MESQUITA e PAIVA, 1995). A umidade relativa
apresenta-se em níveis elevados, durante todo o ano, com médias normais em
torno de 80-90%, (MESQUITA, 1996). A temperatura média de Sena Madureira
é 24,8ºC (RIBEIRO, 1977). Os meses de menor precipitação são junho, julho e
agosto (Figura 2), que também apresenta as maiores variações. Normalmente,
o período chuvoso é de 5 meses (novembro a março). Janeiro é o mês de
maior precipitação (cerca de 280 mm).
0
50
100
150
200
250
300
J
AN
F
EV
MA
R
A
BR
MA
I
J
UN
J
UL
A
GO
S
ET
O
UT
N
OV
D
E
Z
Meses
Precipitação (mm)
0
20
40
60
80
100
120
CV (%)
Precipitação
CV
FONTE: MESQUITA E PAIVA, 1995.
Figura 2 – Precipitação pluviométrica média anual com seus respectivos
coeficientes de variação (CV), no município de Sena Madureira.
(Série de 21 anos –1970 a 1990).
12
O agricultor aproveita os meses menos chuvosos (junho a setembro)
para realizar as operações de broca que consistem na roçagem da vegetação
de menor porte com o uso de facão ou foice, derrubada e queima da mata. A
queima tem seu ápice no mês de setembro, com grande incidência de focos de
queimada neste período (SASSAGAWA e BROWN, 2000).
As cotas fluviométricas dos rios da região são bastante flutuantes,
durante o ano. Possivelmente, isso ocorre devido a pouca espessura e
infiltração de água nos solos (BRASIL, 1976; RESENDE e PEREIRA, 1988;
RESENDE, 1996; REZENDE et al., 1999). Como conseqüência, os rios
inundam as cidades localizadas próximas às suas margens, como Sena
Madureira e Rio Branco, principalmente nos meses compreendidos entre
janeiro e março, enquanto no período seco tornam-se menos navegáveis,
dificultando sobremaneira o transporte.
Assim, se houver um elevado déficit hídrico por um período mais longo,
os rios menores e igarapés poderão secar completamente. As represas
(açudes) são comuns nas fazendas, como prevenção para o período da seca e
suprimento de água para o gado.
Três igarapés permanentes denominados Limeira, Santa Rita e Vinte e
Quatro de Junho cortam o assentamento Favo de Mel. Além destes, há outros
temporários. O igarapé Seringueira ocorre nos limites NW do Assentamento
(AMARAL e ARAÚJO NETO, 1998).
Este Assentamento situa-se na unidade geomorfológica do Planalto
Rebaixado da Amazônia Ocidental, que se caracteriza pela ocorrência de uma
extensa unidade de áreas aplainadas, ainda conservadas e de relevos
dissecados em interflúvios tabulares (BRASIL, 1976).
A unidade geológica é representada pela Formação Solimões, de
origem sedimentar Cenozóica e que recobre as bacias do Alto Amazonas e do
Acre. É constituída por argilitos, arenitos finos a médios e siltitos argilosos com
estratificação plano-paralela, que influenciam enormemente o comportamento
dos solos (BRASIL, 1976).
Na área de estudo, predomina o Argissolo Vermelho-Amarelo
Alumínico (Podzólico Vermelho-Amarelo álico) associado a Latossolo
Vermelho-Amarelo álico (BRASIL, 1976). AMARAL e NETO (1998)
identificaram, em primeiro nível categórico, os Argissolos (48,93%),
Plintossolos (34,98%), Alissolos (12,93%) e Gleissolos (3,16%) (Quadro 2).
13
Os solos com melhor fertilidade natural encontram-se nas áreas de
baixada (Plintossolos e Gleissolos), porém com fortes limitações quanto à
drenagem e textura mais argilosa. Os Argissolos de textura média, com
melhores características físicas, ocorrem nos topos (interflúvios tabulares) e
possuem limitação quanto à fertilidade. Apresentam teores elevados de
alumínio, associado à baixa CTC, baixo pH, enfim, com escassez de nutrientes
para as plantas.
A área, após desmatamento, apresenta instabilidade, sendo comuns os
movimentos de massa, processos erosivos e assoreamento de canais ao longo
da BR 364, principalmente em áreas onde o relevo é mais movimentado, com
solos mais arenosos nos interflúvios tabulares.
3.3. Atividades realizadas
3.3.1. Atividades de campo
3.3.1.1. Reconhecimento da área, seleção, descrição morfológica dos
perfis, coleta e preparo das amostras de solo
A área do assentamento foi percorrida intensamente, realizando-se
correlações entre os solos e os outros fatores do meio físico, como o relevo,
vegetação e rede de drenagem, de maneira a facilitar a seleção das áreas de
estudo. Selecionaram-se quatro áreas com situações distintas de uso e manejo
(Figura 3), inseridas na mesma unidade taxonômica (Argissolo Amarelo
distrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta tropical densa relevo
ondulado localmente plano):
1. Área de mata virgem (MT) do tipo Floresta Tropical Densa, que serviu
como referência em relação às demais áreas.
14
Quadro 2 – Extensão e distribuição percentual das unidades de solos no assentamento Favo de Mel
Unidades de solos Extensão Percentual
Classificação anterior
1/
Classificação atual
2/
---- ha --- ---- % -----
Podzólico Vermelho-Amarelo álico Tb A moderado textura
média/argilosa fase floresta tropical densa das terras baixas relevo
ondulado.
Argissolo Vermelho-Amarelo alumínico típico A moderado textura
média/argilosa fase floresta tropical densa das terras baixas relevo
ondulado.
3.224 32,9
Plintossolo álico Ta A moderado textura siltosa/argilosa fase
floresta tropical densa das terras baixas relevo plano.
Plintossolo Argilúvico alumínico típico (epieutrófico) A moderado
textura siltosa/argilosa fase floresta tropical densa das terras baixas
relevo plano.
1.706 17,4
Podzólico Vermelho-Escuro endoálico A moderado textura média
fase floresta tropical densa das terras baixas relevo suave
ondulado.
Alissolo Crômico órtico típico A moderado textura média fase floresta
tropical densa das terras baixas relevo suave ondulado.
1.266 12,9
Plintossolo eutrófico Ta A moderado textura argilosa fase floresta
tropical densa das terras baixas relevo plano.
Plintossolo Argilúvico eutrófico típico A moderado textura argilosa
fase floresta tropical densa das terras baixas relevo plano.
1.119 11,4
Podzólico Vermelho-Amarelo álico A moderado textura
arenosa/média fase floresta tropical densa das terras baixas relevo
ondulado.
Argissolo Amarelo distrófico típico A moderado textura
arenosa/média fase floresta tropical densa das terras baixas relevo
ondulado.
1.088 11,1
Plintossolo Álico abrúptico Ta A moderado textura argilosa fase
floresta tropical aberta com palmeiras relevo suave ondulado.
Plintossolo Argilúvico alumínico abrúptico Ta A moderado textura
argilosa fase floresta tropical aberta com palmeiras relevo suave
ondulado.
603 6,2
Podzólico Vermelho-Escuro endoálico plíntico Abrúptico Ta A
moderado textura médio/argilosa fase floresta tropical densa das
terras baixas relevo suave ondulado.
Argissolo Vermelho distrófico plíntico Ta A moderado textura
médio/argilosa fase floresta tropical densa das terras baixas relevo
suave ondulado.
459 4,7
Glei Pouco Húmico eutrófico Ta A moderado textura argilosa fase
floresta tropical aberta com palmeiras relevo plano.
Gleissolo Háplico Ta eutrófico plíntico A moderado textura argilosa
fase floresta tropical aberta com palmeiras relevo plano.
309 3,2
Podzólico Vermelho-Amarelo álico plíntico Tb A moderado textura
média fase floresta tropical densa das terras baixas relevo
ondulado.
Argissolo Amarelo distrófico plíntico A moderado textura média fase
floresta tropical densa das terras baixas relevo ondulado.
22 0,2
9.796 100
1/ Conforme AMARAL e NETO, 1998.
2/ Classificação conforme EMBRAPA, 1999.
FONTE: Adaptado de AMARAL e NETO, 1998
.
15
(a)
(b)
Figura 3 Ecossistemas estudados: (a) mata; (b) área recém-desbravada e
submetida à queima; (c) plantio de pupunha com 2 anos; (d)
pastagem de braquiária com 4 anos.
16
(c)
(d)
Figura 3, Cont.
17
2. Área recém-desbravada e submetida à queima (QM) em 10 de
setembro de 1999, isto é, um mês antes da amostragem.
3. Área cultivada com pupunha (PP) (Bactris gassipae), com dois anos de
plantio e submetida à queima antes da implantação da cultura (localmente
mais inclinada que os demais ecossistemas).
4. Área de pastagem de braquiária (Brachiaria brizantha), com 4 anos de
plantio (PT). Esta área foi desmatada e queimada em 1996. No mesmo ano
(setembro/outubro), as sementes de braquiária foram semeadas na área.
Nos anos de 1997 e 1998, a área foi submetida à queima de modo a
facilitar a rebrota do capim braquiária e cortar as plantas espontâneas. A
área não teve nenhuma adição de corretivos e, ou fertilizantes minerais.
Em cada área, abriu-se uma trincheira em local representativo do
ambiente. Posteriormente, procedeu-se à descrição morfológica do perfil, coleta
de amostras de cada horizonte para fins de caracterização física, química, etc.
(Figura 4) (LEMOS e SANTOS, 1996).
As amostras de solo foram secas ao ar, destorroadas e passadas em
peneira (2,0 mm), obtendo-se a terra fina seca ao ar (TFSA).
Os solos descritos (Apêndice A) foram classificados como Argissolos
Amarelo distrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial
subperenifólia relevo plano (EMBRAPA, 1999).
3.3.1.2. Coleta de amostras de solo em camadas delgadas
Visando avaliar com maior acuidade as mudanças ocorridas no “status”
dos nutrientes e na dinâmica da matéria orgânica, assim como a influência do
uso e manejo do solo, coletaram-se amostras de solo em camadas delgadas
(SILVA, 1986; SOUSA, 1995; SILVA, 1999), ou seja, uma quantidade de solo
de modo a obter um volume total, por amostra, de 1,2 dm
3
. Nos primeiros 5
centímetros, coletaram-se 5 amostras de 1 cm de espessura; posteriormente, 2
amostras de 2,5 cm de espessura, 2 amostras de 5 cm de espessura, 2
amostras de 10 cm, e por último uma amostra de 20 cm de espessura, até à
profundidade de 60 cm (Quadro 3).
18
Figura 4 – Organograma das atividades realizadas em campo e em laboratório.
Entrevista com produtores
Resistência do solo à penetração
(Penetrômetro)
Obteão de fotografias do
sistema radicular
Coleta de amostras para
micromorfologia
Densidade aparente - anel de
Kopecky
Coleta de amostras de solo em
camadas delgadas
Abertura de trincheiras, descrição e
coleta de amostras de solo
Seleção de locais de amostragem
Reconhecimento geral da área
Campo
Parâmetros sedimentológicos
Densidade de partículas
Densidade do solo
Curva de retenção de umidade
A
rgila dispersa em água
A
lise textural
A
ná lises Física s
Fracionamento do carbono
A
taque sulfúrico
Ferro
ditionito oxalato
Fósforo remanescente
Carbono orgânico
A
l
3+
CTC efetiv a (t) e à pH 7,0 (T)
Fósforo disponível
Complexo sortivo
Ca
2+
, Mg
2
+, K
+
, Na
+
pH
H
2
0 e KCl
A
nálises Químicas
Semiquantificação de minerais
Difração de raios X
Preparo das lâminas
(argila natural)
Separação da argila
A
lises Mineralógica
s
Determinação da área e comprimento
(SIARCS )
Escaneamento dos desenhos do
sistema radicular
Desenho do sistema radicular
em papel vegetal a partir das
fotografias
Sistema radicular
Laboratório
A
tividades
19
Quadro 3 – Demonstrativo do números e das dimensões das camadas
delgadas coletadas em Argissolo Amarelo Distrófico textura
média/argilosa sob diferentes tipos de uso: mata; queimada;
pupunha e pastagem
1/
Ordem Prof. Espessura
Comprimento Largura
----------------------------------- cm ---------------------------------------
1 0-1 1 60 20
2 1-2 1 60 20
3 2-3 1 60 20
4 3-4 1 60 20
5 4-5 1 60 20
6 5-7,5 2,5 24 20
7 7,5-10 2,5 24 20
8 10-15 5 12 20
9 15-20 5 12 20
10 20-30 10 6 20
11 30-40 10 6 20
12 40-60 20 6 10
1/ No total foram coletadas 48 amostras, sendo 12 amostras para cada tipo de uso.
3.3.1.3. Avaliação do sistema radicular
Com a finalidade de determinar o comprimento, a distribuição e a área
ocupada pelas raízes em cada ecossistema avaliado, empregou-se o método
de análise de imagens digitais com o auxílio do Sistema Integrado para Análise
de Raízes e Cobertura do Solo – SIARCS (CRESTANA et al., 1994). Após a
descrição de cada perfil e coleta de todas as amostras, procedeu-se a
escarificação da parede do perfil, com o auxílio de uma faca, e depois aplicou-
se água com pulverizador costal (bico tipo cone cheio), para lavagem das
raízes. Logo após, foi sobreposta ao perfil uma grade de madeira de 1 m
2
,
dividida em 25 quadrículas de 20 x 20 cm cada. Cada quadrícula foi fotografada
(CANON EOS 1000F com objetiva de 50-80 mm) a uma distância fixa de 1 m,
com o centro da lente posicionado perpendicularmente ao ponto médio da
quadrícula, para obter o melhor foco possível das raízes.
20
3.3.1.4. Resistência do solo à penetração
A resistência do solo à penetração foi mensurada, usando-se um
penetrômetro de impacto tipo cone, modelo Stolf, nas profundidades de 0-20 e
20-40 cm. A transformação dos dados de penetrômetro de impacto em
resistência do solo foi efetuada conforme STOLF (1991), com o auxílio do
software Impact Penetrometer Stolf Model: Data Manipulation Program Version
2.1 (1991b).
Para determinação da umidade, retiraram-se 03 amostras de solo de
cada ambiente, nas profundidades de 0 a 20 e 20 a 40 cm, as quais foram
acondicionadas em saco plástico. As amostras foram postas para secar em
estufa a 105
o
C, sendo a umidade calculada segundo a expressão: V = 100
(a – b)/b, em que a = peso da amostra úmida (g); b = peso da amostra seca (g).
3.3.1.5. Entrevista com os agricultores
Concomitantemente com o reconhecimento da área de estudo os
agricultores foram entrevistados informalmente, a fim de que se sentissem à
vontade para expressar suas idéias e opiniões. Durante as entrevistas, tentou-
se direcionar as perguntas sobre o meio físico e as dificuldades encontradas
(UFV, 1979; ERNESTO SOBRINHO et al.,1983; LANI, 1987; CERQUEIRA,
1996).
No total, de acordo com uma seleção aleatória, foram entrevistadas
sete pessoas, isto é, cinco agricultores com reconhecida experiência na área e
dois técnicos do Projeto Lumiar, que prestam assistência técnica ao
Assentamento.
21
3.3.2. Análises de laboratório
3.3.2.1 Análises físicas
3.3.2.1.1. Análise textural, argila dispersa em água
As análises textural e da argila dispersa em água foram realizadas,
utilizando-se a metodologia recomendada pela EMPRESA BRASILEIRA DE
PESQUISA AGROPECUÁRIA-EMBRAPA (1997).
3.3.2.1.2. Densidade do solo (D
s
)
A densidade do solo foi determinada em triplicata com o auxílio de um
anel de aço (Kopecky) nos horizontes delimitados. As amostras foram
acondicionadas em latinhas de alumínio numeradas, de peso conhecido e
vedadas (EMBRAPA, 1997).
Em laboratório, as amostras de solos foram secas a 105
o
C. Após 48
horas, as amostras foram retiradas da estufa e foram esfriadas em dessecador.
Em seguida, pesou-se e determinou-se a densidade das amostras através da
relação: peso da amostra seca em estufa a 105
o
C/volume do anel de Kopecky
(EMBRAPA, 1997).
3.3.2.1.3. Densidade de partículas (D
p
) e porosidade total
A densidade de partículas foi determinada pelo método do balão
volumétrico (EMBRAPA, 1997). A porosidade total (PT) foi calculada a partir da
expressão: PT (%) = (d
p
-d
a
)/d
p
x100 (EMBRAPA, 1997).
3.3.2.1.4. Curva de retenção de umidade
Para caracterizar a retenção de água pelo solo, selecionaram-se duas
amostras de solo (TFSA), sendo uma do horizonte A e outra do horizonte Bt.
Em seguida, 30 g dessas amostras foram colocadas em anéis de borracha e
saturadas com água durante 16 horas. Posteriormente, foram submetidas a
pressões de 30; 50; 200; 300; 1.000 e 1.500 kPa, durante 72 horas, até
22
atingirem o equilíbrio. A partir daí, determinou-se a umidade pelo método
gravimétrico (RICHARDS, 1941; EMBRAPA, 1997).
3.3.2.1.5. Parâmetros Sedimentológicos
Foram peneirados 200 g de amostras de TFSA do horizonte A de três
ecossistemas (mata, pastagem e pupunha). Determinando-se, então, a fração
retida em cada peneira, com diâmetros entre 2,00 e 0,044 mm, num total de 23
peneiras (Quadro 4).
Os resultados foram expressos em curvas de freqüência cumulativa,
em escala ø (Phi), representando os diâmetros das frações em milímetros. Os
parâmetros utilizados na descrição das curvas cumulativas foram os de FOLK e
WARD (1957).
3.3.2.2. Análises químicas
3.3.2.2.1. Complexo sortivo, fósforo disponível, pH em água e KCl,
alumínio trocável e carbono orgânico
Foram determinadas na TFSA, e constaram de: pH em água e em
solução de KCl 1 mol L
-1
(1:2,5), cálcio, magnésio e alumínio trocáveis
extraídos com solução de KCl 1 mol L
-1
. O cálcio e o magnésio foram
quantificados por espectrofotometria de absorção atômica, e o alumínio
por titulação com solução NaOH 0,025 mol L
-1
, enquanto o potássio e
sódio trocáveis foram extraídos com solução de HCl 0,05 mol L
-1
e
quantificados por fotometria de chama. A acidez potencial (H + Al) foi
extraída com solução de acetato de cálcio 0,5 mol L
-1
ajustada a pH 7,0,
e determinada por titulação com solução de NaOH 0,025 mol L
-1
. O
fósforo disponível foi extraído com solução de HCl 0,05 mol L
-1
+ H
2
SO
4
0,0125 mol L
-1
(Mehlich 1), e determinado por colorimetria. Os
procedimentos de extração e quantificação foram realizados, conforme os
métodos descritos e aplicados rotineiramente na UFV (DEFELLIPO e RIBEIRO,
1997). O carbono orgânico total foi determinado pelo processo de Walkley-
Black, com oxidação da matéria orgânica, por via úmida, com dicromato de
23
potássio 0,1667 mol L
-1
sem aquecimento. A titulação foi realizada com sulfato
ferroso amoniacal 0,1 mol L
-1
(DEFELIPO e RIBEIRO, 1997).
Quadro 4 – Diâmetro das peneiras utilizadas na separação de partículas da
fração TFSA
Diâmetro de malha das peneiras Escala ø
---- mm ---- ---- Tyler ---- ---- -log
2
d
1/
----
2,00 09 -1,00
1,68 10 -0,75
1,41 12 -0,5
1,19 14 -0,25
1,00 16 0,00
0,84 20 0,25
0,71 24 0,50
0,59 28 0,75
0,5 32 1,00
0,42 35 1,25
0,35 42 1,50
0,297 48 1,75
0,25 60 2,00
0,21 65 2,25
0,177 80 2,50
0,149 100 2,75
0,125 115 3,00
0,105 150 3,25
0,088 170 3,50
0,074 200 3,75
0,062 250 4,00
0,053 270 4,25
0,044 325 4,50
1/ d = diâmetro da fração em milímetros.
24
3.3.2.2.2. Fósforo remanescente
O fósforo remanescente (P-rem) foi determinado conforme DEFELIPO
e RIBEIRO, 1997; ALVAREZ V. et al., 2000. Foram utilizados 5 cm
3
de TFSA
de cada amostra de solo, e transferiu-se para erlenmeyer de 125 mL. Em
seguida, adicionaram-se 50 mL de solução de CaCl
2
10 mmol L
-1
contendo 60
mgL
-1
de P na forma de KH
2
PO
4
. Agitou-se por 5 minutos, deixando em
repouso de um dia para o outro, ou seja, aproximadamente 16 horas. Decorrido
esse período de repouso, coletou-se uma alíquota de 1 mL do sobrenadante e
adicionaram-se 9 mL de reagente de trabalho. As diluições, quando
necessárias, foram efetuadas utilizando 0,5 mL de sobrenadante, 0,5 ml de
solução de CaCl
2
10 mmol L
-1
e 9 mL de RT. Depois, esperou-se 30 minutos
para completa formação da cor e procedeu-se a leitura em espectrofotômetro
(comprimento de onda de 725 nm).
3.3.2.2.3. Ferro extraível pelo ditionito
Foram feitas três extrações sucessivas de ferro com ditionito, de acordo
com COFFIN (1963). Pesou-se 1 g de solo (duplicata) passado previamente em
peneira de 100 mesh (0,149 mm), transferindo-a depois para tubos de ensaio
de 50 mL. Adicionaram-se 10 mL de solução 0,2 mol L
-1
de citrato de sódio e
0,5 g de ditionito em pó, e levou-se ao banho-maria à temperatura de 50
o
C por
30 min. Agitou-se continuamente para facilitar a extração. Após 30 minutos, o
material foi centrifugado a 2000 rpm por 10 minutos, sendo o extrato transferido
para recipiente de plástico e guardado em geladeira. Esse procedimento foi
repetido por mais duas vezes, sendo o extrato acondicionado em recipientes
diferentes a cada extração, totalizando, no final, três extrações. Para
determinação dos teores de ferro, retirou-se uma alíquota de cada extrato e
procederam-se às devidas diluições, sendo a determinação feita por
espectrofotometria de absorção atômica.
25
3.3.2.2.4. Ferro extraível em oxalato
A extração dos óxidos de ferro de baixa cristalinidade (amorfo) foi feita
com o oxalato ácido de amônio 0,2 mol L
-1
(McKEAGUE e DAY, 1966). Para
tanto, pesou-se 1 g de solo (em triplicata), passado previamente em peneira de
100 Mesh (0,149 mm), transferindo-a para tubos de PVC opacos (para que a
reação se processasse no escuro) com capacidade aproximada de 50 mL. Em
seguida, adicionou-se 10 mL de solução de oxalato ácido de amônio 0,2 mol L
-
1
. Os tubos foram vedados e submetidos à agitação horizontal por um período
de 2 horas. Depois, o material foi centrifugado a 2000 rpm durante 10 min.
Transferiu-se o extrato para recipientes de plástico escuro, que foram
guardados em geladeira. Para a determinação dos teores de ferro, retirou-se
uma alíquota de 2 mL de cada extrato, sendo a determinação feita por
espectrofotometria de absorção atômica.
3.3.2.2.5. Ataque sulfúrico
Para a determinação dos teores de silício (SiO
2
), ferro (Fe
2
O
3
),
alumínio (Al
2
O
3
) e titânio (TiO
2
), utilizaram-se amostras de TFSA tanto dos
horizontes como das camadas delgadas, submetidas ao ataque com H
2
SO
4
,
(EMBRAPA, 1997). De posse dos dados, calcularam-se as relações
moleculares Ki e Kr (EMBRAPA ,1997).
3.3.2.2.6. Extração e fracionamento de substâncias húmicas
O fracionamento químico de substâncias húmicas do solo foi baseado
nas características de solubilidade dos ácido húmico (AH), ácido fúlvico (AF) e
humina (HUM). Para extração, utilizou-se a metodologia preconizada por
SCHNITZER (1982). Pesou-se 1 g de TFSA (em duplicata) das camadas
delgadas (item 3.7.2), passado previamente em almofariz, e colocado em tubos
de centrífuga juntamente com 10 mL de NaOH 0,1 mol L
-1
. Em seguida, agitou-
se por 1 hora em agitador horizontal, deixando em repouso por 24 horas.
Decorrido esse tempo, centrifugou-se a 3000 rpm por 20 minutos. Transferiu-se
o sobrenadante para béquer de 50 mL. Esse procedimento foi repetido por
mais três vezes, excetuando a centrifugação e o tempo de descanso de um dia
para o outro, deixando-se em descanso por 1 hora. O precipitado obtido, que
26
inclui a fração HUM, foi transferido para tubos de digestão e seco em estufa a
45
o
C. O conteúdo do sobrenadante teve seu pH ajustado para um valor inferior
a 2,0 (entre 1,5 a 1,8) com H
2
SO
4
concentrado, com o propósito de precipitar a
fração AH. Deixou-se a suspensão em repouso por 18 horas, separando-se,
então, o AH da fração solúvel (AF) por centrifugação (3000 rpm por 10
minutos). A fração AF foi transferida para balão volumétrico de 50 mL,
completando-se seu volume com água destilada. Ao precipitado (AH),
adicionaram-se 30 mL de NaOH 0,1 mol L
-1
, agitando e deixando em repouso
por 1 hora. Depois, o precipitado redissolvido foi transferido para balão
volumétrico de 50 mL, completando-se o volume com água destilada. Na
determinação do carbono orgânico presente nessas frações (AF, AH e HUM) e
o carbono orgânico total (C
T
), utilizou-se o processo de dicromatometria com
aquecimento proposto por YEOMANS e BREMNER (1988).
3.3.2.3. Análises mineralógicas
3.3.2.3.1. Difratometria de raios X
Para a confecção de lâminas orientadas de argila natural dos
horizontes A e B amostrados, utilizou-se metodologia preconizada por
EMBRAPA (1997). Inicialmente, separou-se a fração argila das demais frações.
Em seguida, foram preparadas lâminas orientadas para difração de raios X.
Utilizou-se um difratômetro Rigaku Geirgerflex D-Max, com tubo de
ferro e o aparelho operado em 30 mA e 40 kV, filtro de cobalto, na escala º2θ
de 5 a 50º.
3.3.2.4. Avaliação do sistema radicular
Para cada fotografia, fez-se um ”overlay” de todas as raízes, em papel
vegetal (interpretação visual), com caneta nankin 0,3 mm, identificando-se a
27
quadrícula conforme a profundidade e repetição. As fotografias e os desenhos
de cada quadrícula foram digitalizados em SCANNER Genius Color Page-EP e
salvos com extensão ‘bmp’, no módulo 16 cores. Estes últimos requisitos são
indispensáveis à avaliação do programa SIARCS. Avaliou-se a área e o
comprimento (CR) das raízes.
28
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Morfologia
A morfologia do solo fornece informações úteis à interpretação
pedológica e ambiental. Essas informações são importantes também quanto ao
caráter preditivo de manejo e uso do solo.
A cor, por exemplo, um atributo do solo que chama mais atenção no
campo, reflete a quantidade de matéria orgânica e óxidos de ferro presentes,
além da classe de drenagem.
4.1.1. Horizontes
Uma síntese dos dados morfológicos, da textura e consistência dos
solos estudados é apresentada no Quadro 5. Observa-se uma certa
homogeneidade na nomeação e delimitação dos horizontes, nos quatro
ambientes estudados. No perfil 1 (mata), os dois últimos horizontes (Bt
f1
e Bt
f2
)
denotam a existência de condições de segregação de ferro, provavelmente
devido a oscilações do lençol freático. Nos ecossistemas pupunha e pastagem,
observa-se a presença de pequenas concreções endurecidas de ferro
(petroplintita), o que sugere que esses locais também sofreram processos
similares aos dos horizontes Bt
f1
e Bt
f2
do ecossistema mata (Figura 5).
29
Quadro 5 – Síntese da descrição de atributos morfológicos, textura e
consistência dos solos estudados
Horiz. Prof. (cm) Cor Textura Estrutura Consistência Transição
----------------------------------------- Perfil 1 Argissolo Amarelo distrófico – Mata (MT) ------------------------------------------------
A 0-15 9 YR 5/6 fa gs pm gr d2 f2 p1 g1 Tpg
AB 15-30 9 YR 5/8 fa 23 p Bs d3 f3 p2 g1 Tpd
BA 30-50 7,5 YR 5/6 fra 1 pm Bs d3 f3 p2 g2 Tpg
Bt
1
50-70 7,5 YR 5/8 fra 1 mg Bs d4 f4 p3 g2 Tpg
Bt
2
70-93 6 YR 5/6 Mcmdis 10R 4/6 fr 1 mg Bs d5 f4 p3 g3 Tpg
Bt
f1
93-120 2,5 YR 5/7 Mcmdis 10R 4/6 r 1 mg Bs d6 f5 p4 g4 Tpg
Bt
f2
120-140 + 2,5 YR 5/8 r 1 m Bs d6 f5 p4 g4
----------------------------------- Perfil 2- Argissolo Amarelo distrófico – Área Queimada (QM) ---------------------------------------
Ap 0-18 7,5 YR 5/5 fra gs mp-p gr f3 p2 g1 Tpg
AB 18-35 7,5 YR 5/4 fra 1 pm Bs f3 p2 g2 Tpc
BA 35-84 7,5 YR 5/4 fra 1 p Bs f3 p2 g2 Tpc
Bt
1
84-99 7,5 YR 4/6 fr 1 pm Bs f3 p2 g2 Tpc
Bt
2
99-120 + 5 YR 5/6 r 1 pm Bs f4 p3 g3
------------------------------- Perfil 3 – Argissolo Amarelo distrófico – Plantio de Pupunha (PP) -------------------------------------
Ap 0-12 7,5 YR 5/6 fa gs pm gr d2 f2 p1 g1 Tpg
AB 12-36 7,5 YR 5/4 fra 1 mg Bs d2d3 f2 p2 g2 Tpc
BA 36-66 7,5 YR 4/4 fra 1 mg Bs d3 f3 p2 g2 Tpg
Bt
1
66-88 7,5 YR 4/4 fra ? d3 f3 p2 g2 Tpc
Bt
2
88-120 + 5 YR 4/6 ra 12 m Bs d4 f3 p3 g3
------------------------------------------- Perfil 4 – Argissolo Amarelo – Pastagem (PT) --------------------------------------------------
Ap 0-10 7,5 YR 5/6 fa gs pm gr Bs d3d4 f3 p2 g1 Tpg
AB 10-35 7,5 YR 5/4 fra 1 pm Bs d3 f3 p2 g2 Tpc
BA 35-84 7,5 YR 5/4 fra 23 p Bs d3f3 p2 g2 Tpc
Bt
1
84-99 7,5 YR 4/6 r 23 mg Bs d4f3f4p2g2 Tpc
Bt
2
99-120 + 5 YR 5/6 r 1 pm Bs d4f4 p3 g3
Cor: Mcmdis = mosqueado comum médio distinto.
Textura: r = argila e argilosa; a = arenoso; f = franco; fa = franco-arenoso; fra = franco argilo-arenoso;
fr = franco-argiloso.
Estrutura: gs = grão-simples; 1 = fraca; 2 = moderada; 3 = forte; mp = muito pequena; p = pequena;
m = média; g = grande; gr = granular; bs = blocos subangulares.
Consistência : d2 = macia; d3 = ligeiramente dura; d4 = dura; d5 = muito dura; d6 = extremamente dura;
f2 = muito friável; f3 = friável; f4 = firme; f5 = muito firme; p1 = não plástico; p2 = ligeiramente plástico;
p3 = plástico; p4 = muito plástico; g1 = não pegajosa; g2 = ligeiramente pegajosa; g3 = pegajosa;
g4 = muito pegajosa.
Transição: Tpg = transição plana e gradual; Tpd = transição plana e difusa; Tpc = transição plana e clara.
30
Figura 5 – Desenho esquemático mostrando os ecossistemas estudados, a
delimitação dos horizontes e intervalo de profundidade (cm). As
pontuações escuras na pupunha e pastagem representam
concreções de ferro (petroplintita).
4.1.2. Cores
A coloração brunada, contida no matiz 7.5 YR, predomina na maioria
dos horizontes. Assim, neste caso, tem-se uma maior proporção do pigmento
amarelo e menor proporção do vermelho. A partir do horizonte Bt
2
, verifica-se
uma redução nessa proporção para o perfil 1 (6 YR), atingindo a igualdade nos
perfis 2, 3 e 4 (5 YR).
As cores amareladas presentes nestes solos indicam uma drenagem
deficiente, muito embora não seja muito expressa na superfície devido à
textura mais grosseira. Essa drenagem poderia contribuir, também, para o
retardamento do intemperismo do solo.
As cores amareladas sugerem que o óxido de ferro predominante seja
a goethita. As cores avermelhadas, nos horizontes Bt
f1
e Bt
f2
do perfil 1,
denotam segregação de ferro e flutuações do lençol freático, que, apesar de
encontrar-se na porção elevada do relevo, localmente situa-se numa área
deprimida. Isto indica baixa taxa de infiltração e pequena capacidade de
armazenamento de água.
Mata (Mt)
Queimada (Qm) Pupunha (PP) Pastagem (PT)
31
4.1.3. Estrutura
A estrutura predominante, quanto à forma, foi a de blocos
subangulares, bastante comum para esta classe de solo no Acre (BRASIL,
1976, 1977). Possivelmente, isto se explica pela atividade de exposição à
contração relativamente reduzida, por ser a argila de atividade baixa.
No horizonte A, devido às maiores proporções de areia e maiores
teores de matéria orgânica, o solo apresenta estrutura do tipo grãos simples e
granulares.
4.1.4. Consistência
A consistência do solo, quando seco, variou de macio a extremamente
duro, portanto, aumentando o grau de dureza à proporção que o teor de argila
aumenta. No perfil 4 (pastagem), o horizonte A apresenta-se duro, o que
possivelmente seja resultante da pressão exercida pela pata dos animais
(gado), os quais ficam continuamente no pasto.
Quanto à consistência úmida e moldada, observa-se um acréscimo nas
manifestações das propriedades da argila em profundidade, condizente com o
incremento no teor da argila.
Quanto ao grau de friabilidade (determinado quando o solo é
umedecido), foi de muito friável (f2) a muito firme (f4). A plasticidade e a
pegajosidade também tenderam a se intensificar com a profundidade.
4.2. Características físicas
4.2.1. Aspectos gerais
De modo geral, as características físicas parecem ser fortemente
influenciadas pelo material de origem constituído de argilitos e arenitos finos a
médios e siltitos argilosos, com estratificação paralela (BRASIL, 1976).
Nos primeiros contatos com técnicos e agricultores, estes
mencionaram a diferença de comportamento entre os solos “arenosos” (solos
de textura média à superfície) e “argilosos” (barrentos, no seu linguajar). Em
razão da menor susceptibilidade ao encharcamento, há preferência pelos solos
32
de textura média à superfície, de ocorrência nos topos, apesar de sua baixa
fertilidade.
Este comportamento pode nortear a escolha das áreas a serem
desmatadas, dando preferência a solos de textura média e deixando os
argilosos até à superfície para reserva florestal ou pastagem.
O comportamento dos estratos influencia, por exemplo, a conservação
das estradas. A erosão ocorre em maior intensidade nas camadas de arenito
(Figura 6) formando pequenas cavidades, e, por gravidade, a parte superior
(argilitos ou mesmo arenitos) desmontam e são levados pelas enxurradas
(Figura 7).
Este comportamento também irá influenciar o volume de água dos rios.
A menor infiltração de água nas camadas argilosas, depositadas
horizontalmente, propiciará maior erosão laminar nos solos, a qual tenderá a se
agravar cada vez mais com o desmatamento, aumentando o assoreamento das
calhas dos rios, provocando ou agravando as enchentes nas cidades
ribeirinhas, apesar das mesmas estarem a uma diferença de nível bastante
elevada em relação ao leito maior do rio, como pode ser ilustrado no caso de
Sena Madureira (Figura 8).
A diferença de nível entre o topo das elevações e o talvegue é
relativamente pequena. O lençol freático, como documentado pelas próprias
concreções, está relativamente elevado. Isso significa, que relativamente,
pouca água pode ser adicionada ao solo a cada ano; a maior parte escorre
como enxurrada. Isto é, como o solo tem baixo poder tamponante em relação
ao fluxo de água, sobra muita água na fase chuvosa e falta água na época
seca nos rios.
Por outro lado, no período da seca, a redução do volume de água dos
rios resulta no impedimento à navegação de embarcações, como os grandes
batelões e pequenos navios. Este fato é registrado desde a época em que o
Estado era praticamente coberto por mata natural (MOURA e WANDERLEY,
1938), mas a diferença de vazão entre o período chuvoso e, ou seco tenderá a
se a agravar com o desmatamento (RESENDE e PEREIRA, 1988; IBGE, 1990,
MESQUITA, 1996b).
33
(a)
(b)
Figura 6 – Com o desmatamento e uso inadequado, a chuva erode o solo e
esculpe pequenas ravinas (a). O mesmo pode ser observado nos
barrancos da BR 364, trecho compreendido entre o município de
Rio Branco e Sena Madureira (b).
34
(a)
(b)
Figura 7 – Solo mais arenoso na parte inferior. Com o tempo, devido à abertura
da estrada e à falta de cobertura vegetal original, o solo vai
“solapando” e os horizontes A e B caem por gravidade (a), formando
galerias (b). Este processo tenderá a se intensificar com o uso
inadequado do solo. Ainda não é tão intenso devido à alta
pluviosidade que facilita o surgimento da cobertura vegetal.
35
(a)
(b)
Figura 8 Rio Iaco no mês de outubro de 1999 (a). Observam-se algumas
casas que pertencem ao núcleo urbano do município de Sena
Madureira. O mesmo rio no período das chuvas, em fevereiro de
2000 (b). Ambas as fotografias (a e b) foram tiradas de cima da
ponte que dá acesso ao município. No período das cheias, muitas
vezes, o Rio chega a inundar o município, que se encontra a uma
altitude de 166 m acima do nível do mar.
36
Nas pastagens em que o manejo é inadequado e o pastoreio
excessivo, a vegetação é totalmente eliminada; mesmo em pequenos declives
as enxurradas podem atingir as camadas do arenito pelo processo de
solapamento, surgindo as voçorocas (Figura 9).
As voçorocas não são tão comuns na região, em áreas recém-
desmatadas e posteriormente queimadas. Neste caso, verifica-se maior
disponibilidade de nutrientes, assim como a precipitação elevada favorece uma
vegetação pujante que ajuda a proteger o solo. Se essas condições forem
alteradas, destruindo a cobertura vegetal do solo, o voçorocamento tenderá a
se agravar.
4.2.2. Análise textural
A fração areia predomina nos solos das áreas dos quatro tipos
diferentes de manejo avaliados até a profundidade de 60 cm; a areia fina
encontra-se em maior proporção (Figura 10). Os teores de argila tendem a
aumentar com a profundidade. Isto deve-se à migração da argila proveniente
dos horizontes superficiais e, também, à erosão diferencial em que as
partículas finas da superfície são carregadas mais facilmente, caracterizando o
processo de podzolização. Na mata, os teores de silte e argila estão
praticamente na mesma proporção em todas as camadas. Na área queimada,
os teores de argila são levemente superiores aos demais ecossistemas, o que
possivelmente esteja relacionado à variabilidade natural dos solos, uma vez
que os solos da região são originados de sedimentos, contribuindo
sobremaneira para essa variabilidade (Figura 11). Observa-se que os solos
enquadram-se no grupamento das classes texturais média e argilosa (Figura
12). Os solos encontrados nas baixadas (Plintossolos e Gleissolos)
apresentam-se mais argilosos (Figura 13).
A textura média superficial em relevo plano deve favorecer os
processos de lixiviação, translocando os compostos orgânicos solúveis,
argilominerais e nutrientes. Esse processo seria sinergizado, principalmente,
sem a proteção do dossel da vegetação, que funcionaria como uma espécie de
“amortecedor” durante o período chuvoso, quando ocorrem chuvas torrenciais.
37
(a)
(b)
Figura 9 – Pastagem (Brachiaria brizanta) começando a ser esculpida pelos
processos erosivos (a). Outra pastagem num processo mais
avançado de erosão (b).
38
(a)
0
10
20
30
40
50
60
020406080
Quantidade (dag kg
-1
)
Profundidade(cm)
(AG+AF)
silte
argila
AG
AF
(b)
0
10
20
30
40
50
60
0 20406080
Quantidade (dag kg
-1
)
Profundidade (cm
)
(AG+AF)
silte
argila
AG
AF
(c)
0
10
20
30
40
50
60
020406080
Quantidade (dag kg
-1
)
Profundidade (cm)
(AG+AF)
silte
argila
AF
AG
(d)
0
10
20
30
40
50
60
0 20406080
Quantidade (dag kg
-1
)
Profundidade (cm)
(AG+AF)
silte
argila
AG
AF
Figura 10 Variação das frações areia (AG + AF), areia grossa (AG) areia fina
(AF), silte e argila em profundidade, em Argissolo Amarelo
distrófico sob diferentes tipos de uso: (a) – mata (MT); (b) –
queimada (QM); (c) – pupunha (PP); e (d) – pastagem (PT).
39
0
10
20
30
40
50
60
5 101520253035
Argila (dag.kg
-1
)
Profundidade (cm
)
QM
PP
PT
MT
Figura 11 – Distribuição da fração argila de amostras de Argissolo Amarelo
distrófico textura média/argilosa submetido a diferentes tipos de
uso: MT= mata, QM = queimada, PP = pupunha (PP); e PT =
pastagem.
Figura 12 – Distribuição das frações granulométricas de amostras de Argissolo
Amarelo distrófico textura média/argilosa submetido a diferentes
tipos de manejos coletados em quatro trincheiras (camadas
delgadas; no intervalo de 0-60 cm) e quatro perfis (0-120 cm) no
assentamento Favo de Mel, Município de Sena Madureira – Acre.
(4)
n = 70
40
Figura 13 – Distribuição das frações granulométricas de solos descritos na área
de estudo. Número de perfis = 10 e horizontes = 60.
FONTE: AMARAL e ARAÚJO NETO, 1998; BRASIL, 1976.
Em geral, os teores de argila dispersa em água, nos quatro sistemas
de manejo, são menores nas primeiras camadas, crescendo gradualmente em
profundidade (Figura 14). Na mata (MT), as perdas de argila são menores,
ocorrendo menor variação em profundidade, quando comparado com os outros
tipos de usos.
É possível que o tipo de cobertura do solo e o manejo adotado
favoreçam a perda de argila para as camadas inferiores, podendo também
ocorrer ferrólise e perdas laterais de argila em relevo mais movimentado, uma
vez que a precipitação média é cerca de 2000 mm anuais.
Os agricultores preferem utilizar os solos mais arenosos para cultivo de
lavoura branca (arroz, milho, feijão e mandioca) e culturas perenes (café e
pupunha), pelo fato de apresentarem menor restrição à drenagem além de
ocorrerem em relevo plano a suave ondulado, apesar de sua baixa fertilidade
(ARAÚJO et al., 2000). Ao longo da BR 364, a água existente em reservatórios
(açudes) e igarapés, em sua maioria, apresenta coloração amarelada
(barrenta). Isto denota que a argila dispersa está saindo facilmente do sistema,
mesmo quando não ocorrem chuvas torrenciais, uma vez que a coleta de
dados foi realizada no início da estação chuvosa (Figura 15).
n = 60
41
0
10
20
30
40
50
60
02468101214161820
Quantidade (dag kg
-1
)
Profundidade (cm)
MT
QM
PP
PT
Figura 14 – Teores de argila dispersa em água em profundidade em Argissolo
Amarelo distrófico sob diferentes tipos de uso: mata (MT);
queimada (QM); pupunha (PP) e pastagem (PT).
42
4.2.3. Parâmetros sedimentológicos
Em razão da grande quantidade de areia fina contida nos solos
analisados e dos elevados valores de densidade do solo, procurou-se
pesquisar os parâmetros sedimentológicos de FOLK e WARD (1957),
verificando se a distribuição dos tamanhos dos grânulos facilitam o
empacotamento dos mesmos e, conseqüentemente, aumentando a densidade.
Para tanto, tentou-se comparar os dados dos diferentes tratamentos com o
horizonte Ap de um Argissolo Amarelo (PA), comprovadamente com problemas
de adensamento, sendo usado inclusive em substituição ao cimento industrial
na construção de casas de estuque (pau a pique) na região norte do Espírito
Santo (UFV, 1984).
Pela granulometria das quatro amostras analisadas (mata, pastagem e
Pupunha), observa-se que as maiores quantidades de solo concentram-se na
granulometria em torno de 2,75 (escala phi), ou seja, 0,149 mm (Figura 16).
Figura 16 Freqüência da granulometria dos diferentes tratamentos (MT =
mata; PP = pupunha e PT = pastagem) em Argissolo Amarelo
distrófico textura média argilosa do Projeto de Assentamento Favo
de Mel, Sena Madureira, AC.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
-0,75
-0,25
0,25
0,75
1
,
2
5
1
,
7
5
2
,
2
5
2
,
7
5
3
,
2
5
3
,
7
5
4
,
2
5
phi
Freqüência (%)
MT1%
Mt2%
PT%
PP%
43
A distribuição granulométrica do PA (Argissolo) é mais diversificada
(Figura 17). Isto não exclui a hipótese de que o ajuste das partículas nos solos
analisados, no Acre, possa ocorrer.
Figura 17 – Distribuição de partículas de areia por tamanho de material do
horizonte A de um Argissolo Amarelo dos Platôs Litorâneos do ES.
FONTE: UFV, 1984.
O que chama a atenção é a uniformidade da granulometria dos
sedimentos nos diferentes tratamentos (Figura 16). Isto demonstra a
uniformidade dos solos quanto aos aspectos de textura, e permite uma certa
confiança quanto aos aspectos químicos, pois, se os sedimentos são muito
semelhantes quanto à granulometria, devem ter tido a mesma fonte e a mesma
energia de transporte e deposição. A diferença química, ou mesmo física, em
alguns outros atributos do solo deve ocorrer em razão do tipo de uso ou
manejo adotado.
Esta informação não encontra respaldo com maior segurança quando
se interpretam as informações mineralógicas. Percebe-se que algumas
amostras apresentam maior expressividade de mica, embora o raio X apenas
qualifica.
44
Ao analisar os dados sedimentológicos (Quadro 6), percebe-se que as
informações qualitativas são condiz
45
1984) foi classificada como muito platicúrtica, e a distribuição tende a uma
curva normal.
RESENDE et al. (1992) mencionam que a interpretação da curtose,
sob o ponto de vista pedológico, é muito difícil; pois, pouca interpretação
pedológica pode ser obtida da mesma.
4.2.4. Retenção de umidade
Quanto à capacidade de retenção de água, verifica-se que o horizonte
A apresentou menores valores quando comparado com o horizonte Bt (Figura
18). Esta diferença seria basicamente em função da textura do Horizonte B
(maior teor de argila) e dos baixos valores de carbono orgânico no horizonte A,
que poderiam influenciar uma maior retenção.
0
5
10
15
20
25
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
Potencial Matricial (kPa)
Água retida (g/100g)
Horizonte A
Horizonte Bt
Figura 18 Curva de retenção de água do horizonte A e Bt de um Argissolo
Amarelo distrófico textura média/argilosa.
46
Como o horizonte Bt dos perfis descritos para cada ecossistema
encontram-se geralmente entre 50 a 80 cm da superfície do solo, presume-se
que durante a época de menor precipitação (estiagem), as plantas que
exploram mais a superfície, não aprofundando seu sistema radicular além
desse limite, possam sofrer estresse hídrico. Corroborando com isto, há relatos
de agricultores com problemas de murchamento das folhas de feijão em solo
com características similares ao coletado neste trabalho.
4.2.5. Densidade do solo
Tentou-se calcular a densidade do solo por meio da relação entre a
massa de solo seco ao ar das camadas delgadas e o volume de 1,2 dm
3
de
solo coletado. Dado a imprecisão da coleta para esta finalidade, optou-se por
somente determinar a densidade do solo dos horizontes com o auxílio do anel
de Kopecky. Os valores de densidade encontrados variaram de 1,34 a
1,73 g/cm
3
. Nos horizontes superficiais, os menores valores encontrados foram
para a mata (MT), seguido da área queimada e da cultivada com pupunha
(Figura 19). A área de pastagem apresentou o maior valor no horizonte
superficial. Esses valores decrescem logo abaixo, e nos horizontes inferiores
acompanham os valores da área de pupunha (PP). Os menores valores
encontrados na mata devem estar relacionados com o ambiente menos
perturbado, e praticamente todo coberto pelo dossel. O maior valor encontrado
para a pastagem (1,73 g/cm
3
), no horizonte superficial, provavelmente seja
resultante de pisoteio do gado. Outro fator, que deve ter contribuído, seria o
ciclo de umedecimento e secagem do solo, uma vez que o mesmo ficaria
descoberto e, portanto, exposto às intempéries como o sol e a chuva
(OLIVEIRA, 1992; OLIVEIRA et al., 1995a, OLIVEIRA et al, 1995b e OLIVEIRA,
1996). O fato da área recém-queimada apresentar valores de densidade
superiores aos da mata pode estar relacionado os primeiros impactos
provenientes da derruba e queima da mata: queda de árvores, pisoteio, dentre
outros.
47
0
20
40
60
80
100
120
140
1,3 1,4 1,4 1,5 1,5 1,6 1,6 1,7 1,7 1,8
Densidade (g cm
-3
)
Profundidade média (cm
)
MT
QM
PP
PT
Figura 19 Variação da densidade do solo em Argissolo Amarelo distrófico
com profundidade, submetido a diferentes tipos de uso: MT =
mata; QM = queimada; PP = pupunha; PT = pastagem.
A porosidade seguiu a ordem inversa da densidade. Assim, na mata,
tem-se um solo mais poroso, seguido da área queimada, pupunha e pastagem,
estes dois últimos com algumas variações ao longo do perfil (Figura 20).
0
20
40
60
80
100
120
140
30 40 50 60 70 80 90
Porosidade (%)
Profundidade média (cm)
MT
QM
PP
PT
Figura 20 – Variação da porosidade total com a profundidade em Argissolo
Amarelo distrófico submetido a diferentes tipos de uso: MT = mata;
QM = queimada; PP = pupunha; PT = pastagem.
48
A maior densidade e, por conseguinte, menor porosidade no horizonte
superficial na pastagem (PT) devem favorecer sobremaneira o escorrimento
superficial da água e o arraste de solo, um dos processos principais
responsáveis pela erosão do solo na área. A queima das pastagens, prática
comum na região, é utilizada pelo agricultor ao aproximar o início do período
chuvoso (setembro/outubro), de forma a controlar as plantas espontâneas e
estimular a rebrota rápida do capim. Isto favorece a erosão, principalmente em
relevos mais acidentados.
Os valores elevados de densidade do solo sugerem a tendência à
compactação. É possível que a areia fina possa se rearranjar, aumentando
bastante a densidade do solo (veja parâmetros sedimentológicos).
4.2.6. Resistência do solo
Os resultados da resistência do solo ao penetrômetro, em duas
profundidades (0-20 e 20-40 cm), demonstram que as menores resistências
foram encontradas para o ecossistema de mata e o da pupunha (Figura 21),
em contraste com a pastagem que apresentou os maiores valores de
resistência em ambas as profundidades. Os resultados para área queimada
ficaram entre aqueles verificados para a pastagem e os demais usos.
É possível que os valores maiores obtidos para pastagem sejam
devidos ao pisoteio pelo gado, provocando alteração na estrutura do solo
(ajuste de partículas). A área submetida à queima, mesmo sendo um ambiente
recém-desbravado, apresentou valores maiores de resistência, quando
comparada com a mata e o plantio de pupunha, podendo estar relacionados
com a maior proporção de argila nesse ambiente, menor proporção de areia
fina e aos impactos decorrentes da derruba e queima da vegetação.
49
Figura 21 – Resistência à penetração em Argissolo Amarelo distrófico textura
média/argilosa nas profundidades de 0 a 20 e 20 a 40 cm
submetido a diferentes tipos de uso: MT = mata; QM = queimada;
PP = pupunha e PT = pastagem. Valores no topo de cada coluna
representam os teores de umidade expressos em g kg
-1
.
4.3. Características químicas
Os dados analíticos das camadas delgadas, coletadas até a
profundidade de 60 cm da superfície do solo, encontram-se no apêndice B.
Para avaliação da fertilidade, utilizaram-se os níveis adotados pelo
Laboratório de Fertilidade do Solo da Universidade Federal do Acre, sendo a
mesma derivada e adaptada de uma outra utilizada pelo Laboratório de
Fertilidade da EMBRAPA-CPATU/Belém-PA, sendo estas comumente
utilizadas em trabalhos de avaliação da fertilidade do solo no Estado (AMARAL
e SOUZA, 1997; EMBRAPA, 1998).
4.3.1. pH, alumínio trocável e saturação de alumínio
Os valores de pH em água variaram de 3,6 a 5,4, o que caracteriza
uma acidez de elevada ( 5) a média (5,0-5,5). Isto está coerente com os
0-20 cm
20-40 cm
222,7
213,8
206,1
208,7
248,8
212,7
205,9
210,1
50
teores de alumínio trocável e a baixa disponibilidade de nutrientes. Os valores
de pH foram, em geral, maiores nos primeiros centímetros do solo, destacando-
se a pastagem que apresentou valores maiores nos três primeiros centímetros.
A área queimada apresentou pH próximo ao encontrado na pastagem somente
no primeiro centímetro de solo (Figura 22). Esses fatos estão associados,
basicamente, ao processo de queima da biomassa e conseqüente
disponibilização de nutrientes contidos nas cinzas.
0
10
20
30
40
50
60
3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0
pH
Profundidade (cm)
MT
QM
PP
PT
Figura 22 Valores de pH em H
2
O em Argissolo Amarelo distrófico submetido
a diferentes tipos de uso: MT = mata; QM = queimada; PP =
pupunha; PT = pastagem.
Os valores negativos do ΔpH (pH
KCl
– pH
H2O
) indicam solos de carga
líquida negativa, o que se encontrou condizentes com a intemperização não
muito intensa dos solos, provavelmente imposta pela estratificação dos
sedimentos da Formação Solimões.
Os teores de alumínio trocáveis, determinados nas camadas delgadas
(0-60 cm de profundidade), variaram de 0,1 a 3,6 cmol
c
dm
-3
. A tendência geral
foi para teores mais baixos e com maiores variações nos primeiros centímetros
(Figura 23), o que pode estar relacionado ao efeito da reciclagem de nutrientes,
ou seja, maior acúmulo de bases na superfície e, conseqüentemente, menor
51
Al
3+
(ARAÚJO et al., 2000). Observou-se essa mesma tendência nas amostras
coletadas nos horizontes, com valores de alumínio trocável inclusive superiores
em maiores profundidades (Apêndice A). Embora, este seja o comportamento
dos solos da área de estudo, sabe-se que é possível encontrar outras
variações, ou seja, solos com teores de alumínio trocável maiores na superfície
(epiálicos), conforme descrito por BRASIL (1976) em ambientes pouco
antropizados, na época.
0
10
20
30
40
50
60
00,511,522,533,54
Alumínio (cmol
c
dm
-3
)
Profundidade (cm)
QM
PP
PT
MT
Figura 23 – Teores de alumínio trocável em Argissolo Amarelo distrófico
submetido a diferentes tipos de uso. MT = mata; QM = queimada;
PP = pupunha; PT = pastagem.
A quase totalidade dos solos apresenta alumínio trocável em níveis
tóxicos para as plantas cultivadas, necessitando de corretivos para neutralizá-
lo, além do efeito benéfico da adição de bases trocáveis como o cálcio e o
magnésio. As alternativas que se têm para corrigir o solo via calcário e, ou
gessos agrícolas, além do uso de adubos, são bastante onerosos para o
pequeno agricultor na região, haja vista a não ocorrência natural desses
insumos no Estado e as grandes distâncias que os separam dos centros
produtores. Este fato é também relatado por MACEDO et al. (2000), para área
de assentamento rural agroextrativista no município de Xapuri.
52
Na impossibilidade do uso de corretivos e adubos, o caminho que os
órgãos de pesquisa e extensão rural do Estado têm estimulado junto ao
pequeno agricultor é o manejo da matéria orgânica, por intermédio da adição
de restos de culturas, plantio de leguminosas (GOMES e PEREIRA, 1992) e
uso de plantas rústicas de ocorrência na região e de valor econômico no
mercado, como a pimenta longa (Piper hispedinervium), o cupuaçu
(Theobroma grandiflorum), e a pupunha (Bactris gassipae) (PIMENTEL et
al.,1998; ACRE, 2000c), dentre outras.
A saturação de alumínio (Al) variou de 3 a 98%, portanto, muito baixo
(< 5 e 10%), baixo (10-20%) e alto (45 –99%) (Apêndice B). Entretanto, a
quase totalidade das camadas delgadas (86%) apresentou valores de Al
superiores a 45%, considerados altos. As áreas de mata e queimada
apresentaram valores altos e crescentes com a profundidade. A área de
pupunha apresentou valores baixos somente nos dois primeiros centímetros, o
que foi devido aos teores mais elevados de bases trocáveis que estão
ocupando a CTC do solo. A pastagem apresentou valor baixo (18%) no
primeiro centímetro, e valores baixos nas duas camadas seguintes (6 e 7%,
respectivamente).
4.3.2. Cálcio e magnésio trocáveis
Os teores de cálcio (Ca
2+
) e magnésio (Mg
2+
) encontrados foram
considerados baixos (< 2,0 e < 0,5 cmol
c
dm
-3
, respectivamente) e restritivos à
nutrição mineral de plantas. Os teores de Ca
2+
variaram de 0,0 a 2,0 cmol
c
dm
-3
,
e os teores de Mg
2+
de 0,0 a 0,7 cmol
c
dm
-3
, com a mata apresentando teores
de Ca
2+
e Mg
2+
somente no primeiro centímetro de solo (0,6 cmol
c
.dm
-3
e
0,10 cmol
c
dm
-3
, respectivamente) (Figuras 24 e 25). Tudo indica que este
comportamento está relacionado à eficiente reciclagem efetuada pela mata,
conforme constatado também em ecossistemas amazônicos (UFV, 1979;
SCHUBART et al., 1984; DIEZ et al., 1997) e no norte do Espírito Santo (UFV,
1984).
54
Os demais usos (pupunha e pastagem) apresentaram maiores teores
de Ca
2+
e Mg
2+
, mas sempre nos primeiros centímetros do solo, decrescendo e,
ou, alternando com a profundidade. Este fato ocorre, provavelmente, em
decorrência da lixiviação de Ca
2+
e Mg
2+
para as camadas inferiores,
proveniente da queima da mata, da especificidade do reciclo de cada cobertura
vegetal ou mesmo da decomposição do sistema radicular da mata original. No
caso do Mg
2+
, na pastagem e pupunha, constatou-se este nutriente até próximo
de 10 cm de profundidade, e a partir daí os valores foram nulos.
Quanto às relações Ca:Mg e Ca:K (Figura 26), observa-se que as
mesmas encontram-se, em sua maioria, desbalanceadas e em níveis
considerados baixos, muito embora não exista um consenso na literatura
quanto às relações adequadas destes nutrientes (TOMÉ Jr., 1997). A aplicação
de calcário para o suprimento de cálcio e, ou magnésio deverá influenciar o
equilíbrio nutricional no solo e na planta. O fornecimento equilibrado de cátions
básicos, e a eficiência das plantas em obter quantidades suficientes de um
nutriente, irá depender da associação dos valores da relação Ca:Mg do
corretivo com aqueles encontrados na análise do solo (HERNANDEZ e
SILVEIRA, 1998).
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Cálcio (cmol
c
dm
-3
)
Magnésio, Potássio (cmolc.dm-3
)
Ca/Mg
Ca/K
Figura 26 – Relações Ca:Mg e Ca:K nos ecossistemas estudados (n = 48).
55
4.3.3. Potássio trocável
Os teores de potássio (K
+
) variaram de 9 a 120 mgdm
-3
(0,02 a
0,31 cmol
c
dm
-3
, respectivamente), portanto, compreendendo valores baixos
(< 0,43 mgdm
-3
), médios (43-90 mgdm
-3
) e altos (90-234 mgdm
-3
). Em geral,
observa-se que os teores de K
+
tendem a decrescer exponencialmente. Os
maiores teores ocorrem nos primeiros centímetros, não raro, até próximo aos
10 cm de profundidade (Figura 27). Na área de mata natural, somente o
primeiro centímetro de solo apresenta nível médio de K
+
(52 mgdm
-3
), e as
demais camadas apresentam níveis baixos de K
+
. As áreas com pupunha e
pastagem, apresentam uma dinâmica semelhante de distribuição de K
+
com a
profundidade, com variações maiores nos primeiros cinco centímetros, a partir
daí com oscilações menores, entre 20 e 40 mgdm
-3
de K
+
. A área queimada
mostra sinais de acúmulo de potássio nos primeiros cinco centímetros, em
decorrência da queima e conseqüente disponibilização de K
+
das cinzas. O
potássio, comparado com o Ca
2+
e Mg
2+
, poderia servir, nestas condições,
como um indicador de qualidade e sustentabilidade do solo. Ele comporta-se
de maneira bastante sensível às intempéries e às práticas de manejo e uso do
solo (DORAN e PARKIN, 1994; LARSON e PIERCE, 1994).
4.3.4. Fósforo disponível
Os teores de fósforo disponíveis encontrados podem ser considerados
baixos nos quatro tipos de uso (< 10 mgdm
-3
). Entretanto, nos primeiros cinco
centímetros, as quantidades são superiores às das camadas inferiores,
excetuando o ecossistema com pastagem, que, já no primeiro centímetro de
solo, apresenta 2 mgdm
-3
, decrescendo em seguida para 1 mgdm
-3
, mantendo
esse valor constante até os 60 cm de profundidade (Figura 28).
No ecossistema QM, verifica-se o maior teor de fósforo disponível na
primeira camada (7 mgdm
-3
). Este fato está associado à contribuição das
cinzas proveniente da queima da biomassa. A partir daí, as quantidades de P
decrescem numa escala unitária (1 mgdm
-3
) até, aproximadamente, os 10 cm
de profundidade, mantendo-se constante até próximo dos 20 cm, onde os
valores de P são nulos até os 60 cm de profundidade.
56
0
10
20
30
40
50
60
0 20 40 60 80 100 120 140
Possio (mgdm
-3
)
Profundidade (cm
)
MT
QM
PP
PT
Figura 27 – Teores de potássio com profundidade em Argissolo Amarelo
distrófico submetido a diferentes tipos de uso: MT = mata; QM =
queimada; PP = pupunha; PT = pastagem.
0
10
20
30
40
50
60
012345678
Profundidade (cm)
MT
QM
PP
PT
Fósforo (mgdm
-3
)
Figura 28 Teores de fósforo disponível com profundidade em Argissolo
Amarelo distrófico submetido a diferentes tipos de uso: MT =
mata; QM = queimada; PP = pupunha; PT = pastagem.
57
O ecossistema MT comporta-se semelhantemente ao ecossistema QM,
com pequenas variações de P nos primeiros centímetros (2 a 5 mgdm
-3
). No
intervalo de 10 a 25 cm de profundidade, os valores de P não ultrapassam
1 mgdm
-3
. A partir daí, os valores são praticamente nulos. Os teores mais
baixos de P, encontrados no ecossistema PT, devem estar associados ao tipo
de manejo, ou seja, a saída de P do sistema via animal ou por erosão laminar é
mais intenso. O agricultor não incorporou ao solo nenhum corretivo ou
fertilizante.
A prática comum da região consiste em submeter a pastagem ao
processo de queima, no período da estiagem, comumente entre os meses de
agosto a setembro. A constatação de P (1 mgdm
-3
), nas demais camadas, deve
estar associada ao sistema radicular da braquiária (Brachiaria brizantha), neste
caso alcançando até pouco mais de 1 m de profundidade.
Na área de pupunha, o teor de P encontrado no primeiro centímetro de
solo foi de 4 mgdm
-3
, decrescendo a 2 mgdm
-3
até 5 cm de profundidade. Isto,
provavelmente, esteja associado ao manejo, ou seja, à incorporação de restos
culturais, ou seja resultante do processo de queima da mata, ali existente
anteriormente.
4.3.5. Soma de bases
As somas de bases, nos quatro sistemas de uso, variaram de 0,03 a
3,0 cmol
c
dm
-3
, portanto, valor baixo (< 2,0 cmol
c
dm
-3
) a médio (2,0 -
5,0 cmol
c
dm
-3
). Observa-se que somente na primeira camada (0-1 cm) (Figura
29), a soma de bases na pastagem e na pupunha tendem a valores médios
(2,82 e 3,00 cmol
c
.dm
-3
, respectivamente), sendo os dados restantes inferiores
a 2,0 cmol
c
dm
-3
. A soma de bases concentra-se basicamente nos dez primeiros
centímetros de solo, com menores valores na mata, daí crescendo para a área
queimada, pupunha e pastagem.
58
0
10
20
30
40
50
60
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Soma de bases (cmol
c
dm
-3
)
Profundidade (cm
)
MT
QM
PP
PT
Figura 29 Soma de bases em Argissolo Amarelo distrófico com profundidade
submetido a diferentes tipos de usos: MT = mata; QM = queimada;
PP = pupunha; PT = pastagem.
A concentração das bases trocáveis (Ca
2+
, Mg
2+
e K
+
) nos primeiros
dez centímetros de solo, demonstra que seja ocorrência está ligada
diretamente à incorporação de biomassa ao solo, resultante da queima de
resíduos vegetais da mata e da mineralização da matéria orgânica de restos
culturais e plantas espontâneas, fonte supridora de nutrientes para as plantas.
Isso é corroborado pela correlação linear positiva (r = 0,84
*
, ao nível de 5% de
probabilidade) entre o carbono orgânico e a saturação por bases (V). Esses
ambientes devem ser altamente susceptíveis a perdas por erosão, lixiviação e
mineralização da matéria orgânica, em se tratando de solos “desnudos” e em
ambientes de relevo mais movimentado.
Comparando-se a média da soma de bases, nos quatro sistemas de
usos, no intervalo de 0-60 cm (Figura 30), verifica-se que a mesma cresce à
medida que aumenta a intensidade de uso, o que mostra a eficiência da mata
na reciclagem de nutrientes, em sua maioria retidos na vegetação, ainda que o
solo seja pobre, conforme constatado também por UFV (1984).
59
0,00
0,50
1,00
1,50
MT QM PP PT
Usos
Soma de bases (cmol
c
dm
-3
)
Figura 30 – Soma de bases (média dos primeiros 60 cm) de Argissolo Amarelo
distrófico submetido a diferentes tipos de usos: MT = mata; QM =
queimada; PP = pupunha; PT = pastagem.
No caso dos ambientes estudados (MT, QM, PP e PT), por ocorrerem
em área de relevo plano, além do fato do agricultor não fazer uso de
equipamentos que revolvam o solo, uma vez que as ferramentas basicamente
empregadas para o desbravamento e capina são somente o machado, o
terçado e enxada, as perdas de solos são menos drásticas.
4.3.6. Capacidade de troca catiônica (CTC), saturação de bases e
saturação de alumínio
Os valores de CTC (C
2+
+ Mg
2+
+ K
+
+ Na
+
+ H + Al) variaram de 2,13 a
8,04 cmol
c
dm
-3
, portanto de baixo (< 4,5 cmol
c
dm
-3
) a médio (4,5-10 cmol
c
dm
-3
).
Os maiores valores de CTC foram constatados nos primeiros centímetros de
solo. Este fato está associado aos maiores teores de bases trocáveis e matéria
orgânica contidos nesta faixa de solo. A Mata apresentou valor médio de CTC
somente no primeiro centímetro (7,1 cmol
c
dm
-3
). As demais camadas,
excetuando as situadas entre 5 e 10 cm, encontram-se em níveis considerados
baixos (Apêndice B).
A área queimada apresentou teores médios, em todas as camadas. Os
teores são mais elevados na faixa dos cinco primeiros centímetros (6,9 a
8,04 cmol
c
dm
-3
). É possível que haja contribuição de cinzas provenientes da
60
queima da biomassa florestal, além do fato de esta área possuir maiores teores
de argila em relação aos demais usos.
As áreas com pupunha e pastagem comportaram-se de maneira
semelhante, quanto à variação da CTC com a profundidade do solo.
A saturação de bases (V) variou de 1 a 50%, estando incluída nas
classes limitante (< 25%), e muito baixa (25-50%). A área de mata e a
queimada possuem valores limitantes de V em todas as camadas, ou seja,
entre 1 e 12% para o ecossistema de mata, e entre 2 e 17% na área queimada.
Os valores compreendidos na classe baixa foram encontrados somente nos
dois primeiros centímetros para a pupunha, e nos três primeiros centímetros
para a área de pastagem (Apêndice B).
Os valores mais elevados de V, a exemplo da soma de bases e da
CTC, estão associados aos nutrientes disponibilizados durante a queima de
biomassa e mineralização da matéria orgânica. Por esta razão, observa-se a
importância da manutenção dos níveis de matéria orgânica nesses
ecossistemas de solo oligotrófico, assim como dos fatores que contribuem
positivamente para que isso aconteça, como a proteção do solo contra os
agentes intempéricos e a adição de restos culturais ao mesmo, dentre outros.
4.3.7. Carbono orgânico
O carbono orgânico (CO) variou de 0,26 a 1,57 dagkg
-1
, valores esses
que se enquadram nas faixas de baixo (< 0,8 dagkg
-1
), médio (0,8-1,4 dagkg
-1
)
e alto (> 1,4 dagkg
-1
). Os maiores teores, a exemplo dos nutrientes e a soma
de bases concentram-se nos primeiros 10 cm de solo (Figura 31). A Mata
apresenta um decréscimo gradual nos teores de CO, sem grandes oscilações
com a profundidade.
A área queimada evidencia que o material orgânico proveniente da
mata natural concentra-se nos 5 primeiros centímetros da camada delgada. Os
teores de CO, nesta profundidade, alcançaram valores elevados, chegando a
1,60 dagkg
-1
, quase o dobro dos demais sistemas de uso. Isto deve estar
associado à combustão incompleta durante a queima da vegetação, o que
deve ter contribuído para o incremento do CO. A partir dos 8 cm, os teores de
CO tendem a decrescer nos quatro tipos de uso, sem grandes variações (0,4-
0,8 dagkg
-1
).
61
0
10
20
30
40
50
60
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Carbono orgânico (dagkg
-1
)
Profundidade (cm)
Q
M
PP
PT
MT
Figura 31 – Teores de carbono orgânico entre 0 a 60 cm em Argissolo Amarelo
distrófico textura média/argilosa submetido a diferentes tipos de
usos: MT = mata; QM = queimada; PP = pupunha; PT = pastagem.
O teor de CO, na pastagem, decresce exponencialmente até próximo
aos 10 cm de profundidade, quando, então, tende a crescer até 25 cm, e a
partir daí decresce novamente. Isto sugere que este material pode ter sido
lixiviado e ou pode ser proveniente da decomposição do sistema radicular da
braquiária (Brachiaria brizantha). Não foi possível quantificar a procedência do
carbono do solo remanescente da mata e da pastagem, uma vez que não
foram feitos estudos com carbono marcado (CERRI, 1989; MORAES et al.,
1996; KOUTIKA et al., 1997; BERNOUX et al., 1999).
Objetivando estudar as variações nos teores de matéria orgânica, tanto
em superfície como em subsuperfície de Latossolos das regiões da Amazônia
e dos cerrados, TOGNON et al. (1998) constataram também que, em solos da
Amazônia, a matéria orgânica concentra-se mais na superfície, comparada
com o cerrado. Este fato foi atribuído, dentre outros fatores, ao tipo de
vegetação em cada ecossistema, à atividade biológica e ao material de origem.
O mesmo autor enfatiza também que espécies florestais, na Amazônia, embora
possuindo sistema radicular com hábitos pivotantes, estas pouco incorporam
matéria orgânica ao solo.
Mesmo o carbono orgânico, concentrando-se no horizonte superficial,
apresenta teor não expressivo tanto em Argissolos como nas demais classes
62
de solo no Acre. Predomina o horizonte diagnóstico superficial A moderado
(BRASIL, 1976; BRASIL, 1977). Este fato deve estar relacionado às elevadas
taxas de mineralização da matéria orgânica do solo, em decorrência das
condições edafoclimáticas propícias na região (temperatura, umidade,
pluviosidade). Isto demonstra a fragilidade desses ecossistemas, quanto
respeito à manutenção dos níveis de matéria orgânica do solo e,
conseqüentemente, todos seus benefícios.
Além disso, os ecossistemas em que a textura é mais grosseira na
superfície, como nos Argissolos, tendem a apresentar poros maiores,
facilitando a ação dos microorganismos decompositores, e, por conseguinte,
maiores taxas de decomposição do carbono, contrariamente a solos de textura
mais fina na superfície, como os Latossolos, em que a matéria orgânica está
mais protegida da ação microbiana por estar entre as partículas de argila ou
em pequenos poros (KOUTIKA et al., 1999; KOUTIKA et al., 2000). Fatores do
meio ambiente também influenciam para que isto ocorra, como a temperatura,
umidade e precipitação.
4.3.8. Estoque de carbono e nutrientes no solo
A avaliação do estoque de carbono e dos nutrientes Ca
2+
, Mg
2+
, K
+
e P
foi realizada em cada ecossistema, com o objetivo de verificar as principais
mudanças decorrentes do uso. O cálculo do estoque foi realizado para cada
sistema de uso (MT, QM, PP e PT), como o produto da espessura de cada
camada (m), concentração encontrada (kgkg
-1
) e a média da densidade do solo
(kgm
-3
), sendo os resultados expressos em kgm
–2
e kgha
–1
(SZOTT e PALM,
1996) (Quadro 7).
63
Quadro 7 Estoque de carbono em Argissolo Amarelo distrófico textura
média/argilosa de 0-60 cm de profundidade sob diferentes tipos de
uso
Uso Estoque de carbono Adição
/1
%
2/
--- tha
-1
--- --- kgm
-2
--- --- kgm
-2
--- --- tha
-1
---
Mata 42,3 4,23 0,0 0,0 0,0
Queimada 50,6 5,13 0,8 8,3 19,6
Pupunha 51,9 5,19 1,0 9,5 22,5
Pastagem 58,1 5,81 1,6 15,7 37,2
1/ Incremento em relação à mata.
2/ Porcentagem de acréscimo do estoque de C em relação à mata.
Levando-se em consideração o estoque de carbono orgânico contido
até 60 cm de profundidade, observa-se que os extremos variaram de
4,23 kg C m
-2
para o ecossistema mata a 5,81 kg C m
-2
para pastagem.
Portanto, uma quantidade crescente em relação ao tempo de uso do solo, o
que demonstra a influência das condições de uso e manejo do solo no estoque
de carbono. A área queimada e de pupunha apresentaram valores próximos
(5,06 e 5,19 kg C m
-2
, respectivamente) (Quadro 8).
Resultados similares foram encontrados para estoque de carbono, em
estudos realizados na região Amazônica por BATJES e DIJKSHOORN (1999),
para solos da mesma classe (Argissolos). Os teores variaram, em média, de
4,4 a 8,47 kg C m
-2
a intervalos de profundidades de 0-30 e 0-100 cm,
respectivamente. Entretanto, MORAES et al. (1995) encontraram, para a
mesma unidade de solo, valores maiores, isto é, 7,58 a 9,51 kg C m
-2
até 1 m
de profundidade. Estas diferenças, entretanto, devem estar associadas ao
emprego de diferentes metodologias, à variabilidade espacial dos solos e
estimativas de densidade para solos onde esta característica não foi
determinada.
64
Quadro 8 – Estoque de carbono a vários intervalos de profundidade
compreendidos entre 0 a 60 cm da superfície de um Argissolo
Amarelo distrófico textura média/argilosa a diferentes tipos de uso:
mata (MT); queimada (QM); pupunha (PP) e pastagem (PT)
Uso Prof. Estoque de carbono Diferença em relação à mata
cm kgha
-1
tha
-1
kgm
-2
kgha
-1
tha
-1
kgm
-2
%
MT 0-5 7023 7,02 0,70 - - - -
5-10 6541 6,54 0,65 - - - -
10-20 10251 10,25 1,03 - - - -
20-30 5814 5,81 0,58 - - - -
30-40 4743 4,74 0,47 - - - -
40-60 7956 7,96 0,80 - - - -
QM 0-5 8507 8,51 0,85 1484 1,48 0,15 21
5-10 4781 4,78 0,48 -1760 -1,76 -0,18 -27
10-20 6426 6,43 0,64 -3825 -3,83 -0,38 -37
20-30 5814 5,81 0,58 0 0,00 0,00 0
30-40 7038 7,04 0,70 2295 2,30 0,23 48
40-60 18054 18,05 1,81 10098 10,10 1,01
PP 0-5 5891 5,89 0,59 -2616 -2,62 -0,26 -31
5-10 4208 4,21 0,42 -574 -0,57 -0,06 -12
10-20 7191 7,19 0,72 765 0,77 0,08 12
20-30 8415 8,42 0,84 2601 2,60 0,26 45
30-40 9027 9,03 0,90 1989 1,99 0,20 28
40-60 17136 17,14 1,71 -918 -0,92 -0,09 -5
PT 0-5 6885 6,89 0,69 995 0,99 0,10 17
5-10 3902 3,90 0,39 -306 -0,31 -0,03 -7
10-20 10251 10,25 1,03 3060 3,06 0,31 43
20-30 11628 11,63 1,16 3213 3,21 0,32 38
30-40 7956 7,96 0,80 -1071 -1,07 -0,11 -12
40-60 17442 17,44 1,74 306 0,31 0,03 2
65
A menor quantidade encontrada para a mata deve estar associada à
eficiente reciclagem da mesma, além do fato de grande parte do carbono estar
contido na biomassa da floresta. Com o desmatamento, a queima e
subseqüente uso do solo, observou-se um acréscimo em relação à mata nativa
correspondente a 1,57 kg C m
-2
(37,18%) para a pastagem, a 0,83 e
0,95 kg C m
-2
(19,59 e 22,54%) para a queimada e pupunha, respectivamente,
ou seja, quase metade do estoque contido na pastagem (Quadro 7).
Quando se compara o estoque de carbono em intervalos menores de
profundidade, observa-se que as variações são menores nos primeiros cinco
centímetros (Quadro 8). No intervalo de 5 a 10 cm, a mata sobressai sobre os
demais ecossistemas, e, a partir daí, a pastagem começa a destacar-se. Isto
denota que, em maiores profundidades, os estoques de carbono na pastagem
tendem a ser maiores, provavelmente, em razão da decomposição das raízes
mais finas da braquiária. Isto é observado pelos teores cumulativos de carbono
orgânico, que tendem a se acentuar a partir dos 20 cm de profundidade
(Figura 32).
MORAES et al. (1996), em estudo de cronossequência de um Argissolo
(Podzólico Vermelho-Amarelo álico) em Rondônia, encontraram conteúdo de
carbono, no intervalo de 0-30 cm, de 3,30 kg C m
-2
para ecossistema mata e
4,60 kg C m
-2
para pastagem de 5 anos. Portanto, esses valores estão acima,
mas próximos dos encontrados neste trabalho, que foram de 2,96 kg C m
-2
e
3,27 kg C m
-2
para os ecossistemas mata e pastagem de 4 anos,
respectivamente.
Os estoques de Ca
2+
, Mg
2+
, K
+
e P contidos em 60 cm da superfície do
solo, a exemplo do carbono, tenderam crescer à medida que aumentava a
intensidade e o tempo de uso do solo (Quadro 9). O fósforo apresentou
algumas variações com o uso. Os estoques foram maiores na mata e
pastagem, seguido da pupunha e queimada. Comparando-se o percentual de
acréscimo e, ou, perda de nutrientes em relação à mata, verifica-se que os
maiores incrementos foram para o Ca
2+
e os menores para o P, inclusive com
déficit na queimada (-2,1 kgha
66
0
10
20
30
40
50
60
70
0 10203040506070
Carbono orgânico (tha
-1
)
Profundidade (cm)
MT
QM
PP
PT
Figura 32 – Teores cumulativos de carbono orgânico na profundidade de 0-
60 cm em Argissolo Amarelo distrófico textura média/argilosa,
submetido a diferentes tipos de uso: mata (MT); queimada (QM);
pupunha (PP) e pastagem (PT).
Quadro 9 – Estoque de nutrientes (Ca
2+
, Mg
2+
, K
+
e P) e incremento (Adição)
em relação à Mata contidos em 60 cm da superfície em Argissolo
Amarelo distrófico textura média/argilosa sob diferentes tipos de
uso: mata (MT); queimada (QM); pupunha (PP); pastagem (PT)
Usos Prof. Ca
2+
Adição Mg
2+
Adição K
+
Adição P Adição
- cm - ---------------------------------- kgha
-1
-------------------------------------
Mata 0-60 18,4 0,0 1,9 0,0 143,0 0,0 7,7 0,0
Queimada 0-60 353,4 335,1 7,5 5,6 252,9 109,9 5,6 -2,1
Pupunha 0-60 683,9 665,6 28,8 27,0 222,3 79,3 7,2 -0,5
Pastagem 0-60 728,5 710,1 28,8 27,0 22,3 -120,7 9,3 1,6
67
Comparando o estoque de nutrientes nos vários tipos de uso a vários
intervalos de profundidade, compreendidos entre 0–60 cm, verifica-se que na
mata o Ca
2+
concentra-se, somente, nos primeiros 5 cm (na realidade somente
no primeiro centímetro). O Mg
2+
encontra-se somente no intervalo de 0-5 cm,
no caso da mata e da queimada, ou no intervalo de 0-10 cm, na pupunha e
pastagem (Quadro 10).
O K
+
, mesmo na mata, apresenta estoques em todas as profundidades.
Isto indica que, provavelmente, o material originário desses solos é rico em K
+
e pobre em Ca
2+
, Mg
2+
e P (RESENDE et al., 1996). O K
+
teve um decréscimo
significativo na pastagem, quando comparado com os demais usos. Este fato
está associado às perdas sofridas com a queima anual da pastagem via
processos erosivos e lixiviação, assim como à retirada do sistema pelo pastejo,
dentre outros fatores.
MONTEIRO e WERNER (1989) afirmam que somente uma baixa
proporção de macronutrientes é retida no solo como produto de origem animal,
e que a maior parte deles retorna na forma de fezes e urina do animal.
Tomando-se os estoques de nutrientes contabilizados neste trabalho, sem
contar outras saídas do sistema, observa-se que, mesmo assim, o P parece ser
o elemento limitante na produtividade de pastagem (Quadro 11), como a
maioria dos resultados de pesquisa em ecossistemas de pastagem na
Amazônia têm demonstrado (TEIXEIRA et al.,1997).
Isto demonstra a baixa sustentabilidade desses ecossistemas, em
termos de fertilidade natural do solo. Assim, torna-se necessário, além do
manejo adequado, a entrada de nutrientes via corretivos e fertilização para que
o mesmo suporte o pastoreio por mais tempo. Do contrário, em pouco tempo,
a produtividade cairá, ocasionando o abandono da área para regeneração
natural de suas características físicas e químicas (pousio), e novas parcelas de
mata nativa serão derrubadas, embora se tenha observado, em campo, muitas
pastagens mantendo-se produtivas, mesmo sem um manejo adequado, por um
período de 10 a 15 anos. Isto sugere que esses sistemas mantêm-se
produtivos em virtude da eficiente reciclagem de nutrientes e carbono em
detrimento da deterioração física do solo.
68
Quadro 10 – Estoque de nutrientes (Ca
2+
, Mg
2+
, K
+
e P) a vários intervalos de
profundidade a 60 cm da superfície de um Argissolo Amarelo
distrófico textura média/argilosa submetidos a diferentes tipos de
uso: mata (MT); queimada (QM); pupunha (PP); pastagem (PT)
Usos Prof. Nutrientes
Ca
2+
Mg
2+
K
+
P
----- cm ------ ------------------------------ kgha
-1
------------------------------
Mata 0-5 18,4 1,9 24,1 2,8
5-10 0,0 0,0 16,5 1,9
10-20 0,0 0,0 24,4 2,0
20-30 0,0 0,0 15,3 1,0
30-40 0,0 0,0 13,8 0,0
40-60 0,0 0,0 49,0 0,0
Σ
18,4 1,9 143,0 7,7
Queimada 0-5 24,5 7,5 49,0 2,9
5-10 7,7 0,0 37,9 1,1
10-20 45,9 0,0 45,1 1,5
20-30 0,0 0,0 45,9 0,0
30-40 91,8 0,0 35,2 0,0
40-60 183,6 0,0 39,8 0,0
Σ
353,4 7,5 252,9 5,6
Pupunha 0-5 140,8 24,2 50,6 1,8
5-10 53,6 4,6 20,2 0,8
10-20 91,8 0,0 36,7 1,5
20-30 122,4 0,0 30,6 0,0
30-40 91,8 0,0 29,1 0,0
40-60 183,6 0,0 55,1 3,1
Σ
683,9 28,8 222,3 7,2
Pastagem 0-5 17,1 24,2 5,1 0,9
5-10 114,7 4,6 2,0 0,8
10-20 107,1 0,0 3,7 1,5
20-30 122,4 0,0 3,1 1,5
30-40 122,4 0,0 2,9 1,5
40-60 244,8 0,0 5,5 3,1
Σ
728,5 28,8 22,3 9,3
69
Quadro 11 – Composições do bovino adultos e nutrientes removidos
comparados com o estoque de nutrientes (Ca2+, Mg2+, K+ e P)
contido em Argissolo Amarelo distrófico textura média/argilosa em
diferentes ecossistemas: mata (MT); queimada (QM); pupunha
(PP); e pastagem (PT)
Nutriente Conteúdo no Remoção Estoque de nutrientes nos ecossistemas
2/
bovino adulto
1/
MT QM PP PT
------ kg ------- kgano
-1
.ha
-1
-------------------- kgano
-1
.ha
-1
-------------------
Ca 4,51-8,99 6,31-12,59 18 353 684 729
P 2,86-4,91 4,00-6,87 8 6 7 9
K 1,22 0,26 143 253 222 22
Mg 0,18 0,26 2 8 29 29
1/ RESENDE et al., 1996.
2/ Dados deste trabalho, estoque de nutrientes contido a 60 cm da superfície
de um Argissolo Amarelo distrófico textura média/argilosa, submetido a
diferentes tipos de uso mata (MT); queimada (QM); pupunha (PP);
pastagem (PT).
4.3.9. Fósforo remanescente
Os valores de fósforo remanescente (P-rem) variaram de 6 a
26 mg.dm
-3
, portanto, abrangendo as classes muito alta (4-10 mgdm
-3
), alta
(10-19 mg.dm
-3
) e média (19-30 mgdm
-3
), relativamente à adsorção de fosfato
(ALVAREZ V. et al., 2000).
Os valores de P-rem tendem a decrescer à medida que o teor de argila
aumenta (Figura 33), ou seja, com a profundidade, constatando-se uma
correlação linear negativa entre estes dois parâmetros para as camadas
delgadas (r = -0,71*, ao nível de 5% de probabilidade).
70
71
camadas delgadas ser mais “sensível” a essas variações, dentre outras
características estudadas. Além disso, o bloqueio de sítios de retenção de P
pela matéria orgânica poderia estar contribuindo para os maiores valores de
P-rem, encontrados nos primeiros centímetros dos ecossistemas estudados.
Observa-se que boa parte dos valores de P-rem, encontrados nas
camadas delgadas, enquadra-se, com relação à adsorção de fosfato, nas
classe alta a muito alta, e somente uma pequena parcela pertence à classe
média. Entretanto, como os solos em questão possuem baixos teores de ferro
e textura média/argilosa, espera-se que os mesmos não retenham P com tanta
intensidade.
4.3.10. Ferro extraível em ditionito e oxalato
Os resultados de Fe
2
O
3
, obtidos com três extrações sucessivas com o
citrato-ditionito (Fed) e uma extração com oxalato ácido de amônio (Feo),
mostram o predomínio de formas de óxidos de ferro de melhor cristalinidade
(Quadro 12).
Os teores de Fed, obtidos na primeira extração, foram bem expressivos
(87 a 99% do total das três extrações). No cômputo total das três extrações
sucessivas, o Fed variou de 1,61 a 8,0 dagkg
-1
. Estes valores aumentam da
superfície para a subsuperfície, em decorrência do aumento de argila para os
horizontes subsuperficiais. Esta tendência pode ser observada, uma vez que os
maiores teores de Fed, no horizonte Bt, foram para a área queimada
(8,00 dagkg
-1
) e os menores para a pupunha (3,71 dagkg
-1
), sendo a primeira
com maior proporção de argila e a segunda com o menor teor de argila.
Os menores teores de ferro e argila, observados no plantio de
pupunha, podem ser devidos à posição mais inclinada em que se encontra este
ecossistema em relação aos demais (MT, QM e PT), além do fato de já ter sido
desmatado estando, portanto, sujeito às chuvas torrenciais da região, o que
deve ter favorecido a migração lateral de ferro, juntamente com a argila.
72
Quadro 12 – Teores de Fe
2
O
3
solúveis em citrato-ditionito (Fed) obtidos em três
extrações sucessivas e em oxalato (Feo), relação Fe
o
/Fe
d
, e
Fe
2
O
3
proveniente do ataque sulfúrico em amostras de Argissolo
Amarelo distrófico textura média/argilosa, submetido a diferentes
tipos de uso: mata (MT); queimada (QM); pupunha (PP); e
pastagem (PT)
Uso
1/
Hor. Extrações Relação Fes
Fed Feo Feo/Fed
2/
1
a
2
a
3
a
Σ
única
--------------------------------------- dagkg
-1
------------------------------------------
QM A1 2,64 0,15 0,04 2,83 0,15 0,05 2,3
AB 2,77 0,18 0,05 2,99 0,11 0,04 2,8
BA 5,30 0,21 0,04 5,55 0,06 0,01 3,3
B
t1
6,00 0,19 0,05 6,24 0,05 0,01 3,7
B
t2
7,67 0,28 0,05 8,00 0,05 0,01 6,0
PP A1 1,47 0,12 0,03 1,61 0,14 0,08 1,6
AB 2,10 0,15 0,03 2,27 0,11 0,05 2,1
BA 2,41 0,12 0,03 2,56 0,07 0,03 2,5
B
t1
2,62 0,19 0,05 2,86 0,07 0,02 2,7
B
t2
3,41 0,23 0,06 3,71 0,06 0,02 4,4
PT A 1,80 0,20 0,04 2,04 0,26 0,13 2,0
AB 3,15 0,24 0,04 3,43 0,12 0,03 3,3
BA 4,63 0,17 0,05 4,86 0,07 0,01 3,9
Bt
f1
4,87 0,40 0,10 5,36 0,06 0,01 6,6
Bt
f2
4,52 0,14 0,14 4,81 0,06 0,01 6,5
MT A 2,15 0,15 0,03 2,33 0,16 0,07 -
AB 2,38 0,26 0,09 2,73 0,10 0,04 -
BA 2,60 0,27 0,10 2,97 0,07 0,02 -
Bt1 2,88 0,29 0,11 3,28 0,06 0,02 -
Bt2 5,56 0,34 0,11 6,01 0,06 0,01 -
Btf1 4,32 0,76 0,26 5,34 0,07 0,01 -
Btf2 4,37 0,59 0,25 5,21 0,05 0,01 -
1/ Usos: mata (MT); queimada (QM); pupunha (PP); pastagem (PT).
2/ Com base nas três extrações com ditionito.
3/ Fes = ataque sulfúrico.
73
Os teores de ferro por oxalato (Feo) foram muito baixos em todos os
ecossistemas, variarando de 0,05 a 0,26 dagkg
-1
. Os maiores valores foram
observados nos horizontes superficiais, devendo este fato estar relacionado
com a matéria orgânica, que tende a inibir a cristalização dos óxidos de ferro
(SCHWERTMAN e TAYLOR, 1989).
A relação Feo/Fed (Quadro 12) foi em geral baixa, uma vez que os
valores de Fed foram maiores que os do Feo, tendo a mesma variado de 0,01 a
0,13 dagkg
-1
. Os valores de ferro extraídos pelo ataque sulfúrico (Fes) foram,
na maioria dos casos, inferiores ao somatório (Σ) das três extrações sucessivas
do Fed. Isto é justificado em razão do Fes ter sido extraído a partir da fração
TFSA (menor que 2 mm), ao passo que o Fed foi extraído na fração 0,149 mm.
A coloração amarelada observada nos solos (maioria contidos no matiz
7,5 YR), os baixos valores de pH, os baixos teores de ferro (SCHWERTMAN,
1988) e ácidos fúlvicos (KODAMA e SCHNITZER, 1977) indicam que o óxido
de ferro favorecido seja a goethita, uma vez que os solos em questão, mesmo
estando na parte mais elevada do relevo (interflúvios tabulares) apresentam
cores amareladas. Este fato, provavelmente esteja ligado à restrição de
drenagem sofrida por esses solos em épocas pretéritas, favorecida pelo
material de origem, constituído predominantemente por sedimentos pelíticos,
constituídos sobretudo por argilitos e siltitos finamente laminados ou maciços
(BRASIL, 1976). Além disso, foram observadas concreções de ferro na forma
de nódulos (petroplintita), a partir do horizonte B textural, nos ecossistemas de
pupunha e pastagem (Apêndice A – perfis 3 e 4), o que demonstra ter havido
impedimento de drenagem interna e ciclos alternados de umedecimento e
secagem do solo nos tempos atuais.
4.3.11. Ataque sulfúrico
Em geral, não houve mudanças na mineralogia do solo em decorrência
de seu uso, pois, observa-se uma certa uniformidade nos dados de ataque
sulfúrico e nas relações moleculares. Isto indica que tais propriedades não são
susceptíveis, pelo menos a curto prazo, a mudanças em decorrência do
manejo e uso do solo.
Os valores de Ki são, em todos os tratamentos, maiores nos primeiros
centímetros. Em uma primeira análise, com os valores de Ki tão elevados, era
de se esperar uma argila de maior atividade, mas não é o que ocorre na
74
realidade. Este fato é explicado pela maior concentração de SiO
2
na superfície
pela vegetação (reciclagem) interferindo, assim, no cálculo de Ki (Quadro 13).
Em geral, a partir de 5 cm, os valores de Ki são próximos de 2,0,
caracterizando a argila como caulinita, o que é mostrado pelos difratogramas
de raios-x (Figuras 34 e 35) dos horizontes A e Bt, onde se identificou caulinita
e mica. Constataram-se valores de Ki semelhantes, para os horizontes
descritos (Apêndice A, Quadro 1A).
Os baixos teores de Fe
2
O
3
encontrados devem estar relacionados com
o material de origem da Formação Solimões, originado de rochas pelíticas, e
portanto, pobres em ferro. Além disso, a alta pluviosidade da região sugere que
grande parte do Fe (Fe
2+
) foi drenado dos sistemas para os cursos d’água e,
ou, para horizontes subsuperficiais.
4.3.12. Substâncias húmicas
O carbono contido nas frações ácido fúlvico (AF), ácido húmico (AH) e
humina (HM) e o carbono total por diferentes metodologias, como também suas
relações, estão expressos no Quadro 14.
A humina (HM) predomina nos quatro sistemas de uso, em todas as
profundidades. A exemplo do carbono orgânico, as maiores variações
relativamente às três frações ocorrem nos primeiros centímetros de solo. No
solo sob mata, as oscilações são menores, com o AF e AH decrescendo de
maneira similar.
A área queimada apresenta valores de HM mais distanciada dos
outros ecossistemas. Este fato deve estar associado aos maiores teores de
argila neste ecossistema e, por conseguinte, maior interação entre a matéria
orgânica e a matriz mineral coloidal do solo. Na pupunha e pastagem, observa-
se esta tendência nos primeiros centímetros. Ainda na área queimada,
observa-se que AF e AH decrescem, em profundidade, com valores similares.
75
Quadro 13 Resultados do ataque sulfúrico, das relações moleculares Ki e Kr
e potássio total (K
2
O) obtidos na TFSA das camadas de um
Argissolo Amarelo distrófico textura média/argilosa, sob diferentes
tipos de uso
Prof. SiO
2
Al
2
O
3
Fe
2
O
3
Ki K
2
O
1/
----- cm ----- ---------------------- gkg
-1
----------------------
------------------------------------------------ Mata -------------------------------------------------
0,5 40 23 14 2,96 0,18
1,5 44 25 14 2,99 0,18
2,5 48 24 17 3,40 0,21
3,5 47 35 18 2,28 0,34
4,5 53 35 19 2,57 0,24
6,25 55 36 19 2,60 0,27
8,75 54 43 21 2,13 0,25
12,5 64 48 23 2,20 0,25
17,5 64 50 24 2,18 0,25
25 67 52 24 2,19 0,26
35 59 54 24 1,86 0,25
50 67 57 26 2,00 0,31
-------------------------------------------- Queimada ----------------------------------------------
0,5 50 28 17 3,04 0,20
1,5 55 40 25 2,34 0,21
2,5 52 40 24 2,21 0,27
3,5 55 46 22 2,03 0,28
4,5 80 56 25 2,43 0,30
6,25 78 60 27 2,21 0,27
8,75 78 62 29 2,14 0,34
12,5 87 71 33 2,08 0,32
17,5 80 65 29 2,09 0,24
25 84 76 31 1,88 0,30
35 85 77 33 1,88 0,22
50 98 93 37 1,79 0,25
Continua ...
76
Quadro 13, Cont.,
Prof. SiO
2
A
l2
0
3
Fe
2
0
3
Ki K
2
O
1/
---- cm ---- --------------- gkg
-1
---------------------
--------------------------------------------- Pupunha ----------------------------------------------
0,5 30 14 11 3,64 0,14
1,5 37 25 12 2,52 0,12
2,5 39 28 14 2,37 0,19
3,5 45 35 17 2,19 0,19
4,5 42 37 17 1,93 0,22
6,25 44 39 19 1,92 0,15
8,75 49 42 22 1,98 0,26
12,5 50 46 21 1,85 0,26
17,5 50 48 22 1,77 0,24
25 62 54 26 1,95 0,30
35 86 71 29 2,06 0,30
50 78 63 27 2,1 0,33
-------------------------------------------- Pastagem ----------------------------------------------
0,5 46 25 18 3,13 0,18
1,5 46 29 17 2,7 0,21
2,5 50 33 19 2,58 0,21
3,5 48 34 20 2,4 0,24
4,5 46 35 22 2,23 0,22
6,25 50 39 22 2,18 0,27
8,75 53 47 24 1,92 0,30
12,5 63 57 29 1,88 0,33
17,5 66 66 30 1,7 0,17
25 80 74 32 1,84 0,23
35 85 72 32 2,01 0,18
50 92 77 38 2,03 0,21
1/ Extraído conforme EMBRAPA, 1997.
77
Figura 34 – Difratogramas de raios-X da fração argila do horizonte A de
Argissolo Amarelo distrófico textura média/argilosa, sob diferentes
usos: mata (MT); queimada (QM); pupunha (PP) e pastagem (PT).
Ka - caulinita e Mi – mica.
Figura 35 – Difratogramas de raios X da fração argila do horizonte Bt de
Argissolo Amarelo distrófico textura média/argilosa, sob diferentes
usos: mata (MT); queimada (QM); pupunha (PP) e pastagem (PT).
Ka = caulinita e Mi = mica.
MT
QM
PP
PT
2
θ
Mi
Ka
MiKa
Ka
Mi
Ka
PT
PP
QM
MT
2
θ
Mi
Ka
Ka
Ka
Mi
Ka
78
Quadro 14 – Carbono orgânico das frações ácido fúlvico (AF), ácido húmico
(AH), humina (HM) e no somatório destas frações (Σ), em relação
ao teor de carbono orgânico total (CT), e relações coeficiente de
extração (CE = AF+AH+HM)/CT), AH/AF e HM/(AF+AH) em
Argissolo Amarelo distrófico textura média/argilosa, sob
diferentes tipos de uso: mata (MT); queimada (QM); pupunha
(PP); pastagem (PT)
C nas frações húmicas % CT
2
Relações
Prof. AF AH HM
CT
1
CT
2
FREC
3
CE AF AH HM
AH/AF HM/(AF+AH)
-- cm -- --------------------dagkg
-1
-----------------------
----------------------------------------------------------------- Queimada -----------------------------------------------------------------------------
1,0 0,18 0,31 0,88 1,36 1,57 1,59 0,99 0,86 12 19 55 86 1,7 1,80
2,0 0,22 0,34 0,75 1,31 1,36 1,40 0,97 0,94 16 25 54 95 1,6 1,32
3,0 0,21 0,23 0,69 1,12 1,21 1,24 0,98 0,90 17 18 55 91 1,1 1,58
4,0 0,19 0,19 0,72 1,11 1,05 1,12 0,94 0,99 18 17 65 100 1,0 1,88
5,0 0,16 0,19 0,71 1,05 1,05 1,19 0,31 0,89 43 16 59 118 1,2 2,04
7,5 0,11 0,12 0,59 0,82 0,57 0,86 0,66 0,96 20 14 69 102 1,1 2,52
10 0,15 0,13 0,52 0,81 0,68 0,82 0,83 0,98 23 16 64 102 0,8 1,84
15 0,09 0,11 0,43 0,63 0,43 0,58 0,74 1,08 22 18 74 114 1,1 2,12
20 0,05 0,05 0,29 0,39 0,41 0,39 1,06 1,02 11 14 76 101 1,1 2,95
30 0,03 0,06 0,31 0,40 0,38 0,45 0,84 0,88 7 13 68 89 2,1 3,51
40 0,01 0,05 0,37 0,43 0,46 0,33 1,40 1,32 3 15 113 131 4,3 6,02
60 0,05 0,07 0,32 0,44 0,59 0,29 2,06 1,55 8 26 112 146 1,5 2,61
-------------------------------------------------------------------- Pupunha ----------------------------------------------------------------------------
1,0 0,11 0,25 1,30 1,66 1,14 1,38 0,83 1,21 10 18 94 122 2,2 3,55
2,0 0,12 0,15 0,50 0,77 0,80 0,84 0,95 0,91 15 18 59 92 1,2 1,85
3,0 0,12 0,12 0,61 0,84 0,62 0,85 0,73 0,99 19 14 71 104 1,0 2,56
4,0 0,10 0,08 0,54 0,71 0,70 0,78 0,89 0,91 14 10 69 93 0,8 3,13
5,0 0,20 0,05 0,41 0,67 0,59 0,78 0,75 0,85 34 7 53 93 0,3 1,63
7,5 0,19 0,02 0,19 0,41 0,53 0,77 0,69 0,53 37 3 24 64 0,1 0,85
10 0,16 0,07 0,19 0,41 0,57 0,72 0,79 0,56 27 9 26 62 0,4 0,84
15 0,13 0,01 0,28 0,43 0,51 0,60 0,85 0,71 26 2 47 75 0,1 1,89
20 0,13 0,05 0,26 0,44 0,43 0,51 0,85 0,87 31 9 51 91 0,3 1,45
30 0,08 0,02 0,23 0,33 0,55 0,44 1,26 0,76 15 5 52 72 0,3 2,19
40 0,04 0,00 0,09 0,14 0,59 0,39 1,52 0,36 8 0 24 32 0,0 2,07
60 0,06 0,00 0,14 0,21 0,56 0,39 1,45 0,53 11 1 37 49 0,1 2,30
-------------------------------------------------------------------- Pastagem ---------------------------------------------------------------------------
1,0 0,29 0,36 1,84 2,50 1,15 2,8 0,41 0,89 25 13 65 104 1,2 2,82
2,0 0,21 0,19 0,76 1,16 0,85 1,3 0,63 0,87 25 14 56 96 0,9 1,86
3,0 0,20 0,15 0,50 0,85 0,86 1,0 0,89 0,89 24 15 52 91 0,7 1,44
4,0 0,16 0,28 0,64 1,08 1,01 1,0 1,02 1,10 16 28 65 109 1,7 1,47
5,0 0,18 0,16 0,58 0,92 0,63 0,9 0,69 1,01 29 17 64 110 0,9 1,74
7,5 0,15 0,27 0,48 0,90 0,57 0,9 0,65 1,02 27 30 55 112 1,7 1,14
10 0,13 0,21 0,27 0,60 0,45 0,6 0,76 1,02 29 35 45 109 1,6 0,79
15 0,12 0,07 0,28 0,47 0,60 0,5 1,24 0,97 21 14 57 92 0,6 1,44
20 0,08 0,14 0,28 0,51 0,74 0,4 1,68 1,15 11 32 64 107 1,7 1,24
30 0,11 0,19 0,26 0,56 0,76 0,4 1,86 1,36 14 45 64 124 1,7 0,89
40 0,09 0,19 0,28 0,56 0,52 0,4 1,18 1,28 17 43 64 125 2,1 1,00
60 0,08 0,02 0,26 0,36 0,57 0,3 2,05 1,28 15 7 92 113 0,2 2,53
Continua...
79
Quadro 14, Cont.,
C nas frações húmicas % CT
2
Relações
Prof. AF AH HM
CT
1
CT
2
FREC
3
CE AF AH HM
AH/AF HM/(AF+AH)
-- cm -- --------------------dagkg
-1
-----------------------
--------------------------------------------------------------------- Mata ---------------------------------------------------------------------------------
1,0 0,27 0,42 0,75 1,44 0,85 1,21 0,70 1,19 31 35 62 128 1,6 1,08
2,0 0,26 0,36 0,52 1,14 1,05 0,90 1,17 1,27 25 40 58 123 1,4 0,84
3,0 0,20 0,39 0,45 1,05 1,01 0,90 1,12 1,16 20 44 50 114 2,0 0,76
4,0 0,19 0,29 0,50 0,97 0,84 0,76 1,11 1,28 22 38 65 126 1,6 1,04
5,0 0,20 0,24 0,45 0,88 0,84 0,82 1,03 1,08 23 29 55 108 1,2 1,05
7,5 0,21 0,19 0,42 0,82 0,96 0,78 1,24 1,06 22 24 54 100 0,9 1,06
10 0,21 0,19 0,45 0,85 0,75 0,85 0,88 0,99 28 22 53 103 0,9 1,15
15 0,19 0,14 0,36 0,70 0,68 0,73 0,93 0,96 28 19 50 98 0,7 1,09
20 0,19 0,11 0,33 0,62 0,66 0,65 1,01 0,95 29 17 50 95 0,6 1,09
30 0,17 0,13 0,27 0,57 0,38 0,60 0,63 0,94 44 22 45 110 0,8 0,90
40 0,11 0,10 0,26 0,46 0,31 0,34 0,92 1,38 36 29 76 141 0,9 1,24
60 0,09 0,10 0,17 0,36 0,26 0,31 0,84 1,17 35 32 56 123 1,1 0,91
1/ Determinado pelo método de Walkley-Black (DEFELIPO e RIBEIRO, 1997).
2/ Determinado pelo método de YEOMANS e BREMNER (1988).
3/ Fator de recuperação (FREC) = CT
1
/CT
2
.
O ecossistema pupunha apresenta maiores quantidades de AF com a
profundidade (a partir de 4 cm), o que sugere haver sido translocado para
camadas inferiores. Presumivelmente, isso foi facilitado pela maior proporção
de areia, encontrada neste ecossistema. Outro fator que deve ter contribuído
pode ser o sistema radicular da pupunheira, por intermédio da abertura de
pequenos canais. Na pastagem, a descida do AF foi menos expressa,
alternando em algumas camadas com o AH.
Recuperações inferiores a 100% (CE) indicam que parte do carbono
das frações húmicas esteja protegida da oxidação, o que se deve à maior
interação com a matriz mineral do solo (COREA, 1998). Este fato é importante,
pois, com o uso, devido à matriz arenosa, o carbono orgânico é facilmente
mineralizado e todas as suas influências positivas podem ser perdidas, e as
conseqüências podem ter uma participação maior nestes ambientes, o que
demonstra, por si só, baixa CTC, pobreza extrema de nutrientes, alta retenção
de fósforo, etc.
A relação AH/AF sugere que a translocação de AF tenha sido mais
expressiva para o ecossistema pupunha, dado os menores valores
encontrados para essa relação. Na mata, há uma tendência à diminuição em
80
profundidade dessa relação, até o limite de 20 cm, onde, então, começa a
crescer. Os maiores valores foram constatados para a pastagem, o que implica
em maiores teores de AH, provavelmente provenientes do sistema radicular da
mesma.
Os baixos teores observados de AF (considerada a porção lábil dentre
as frações húmicas) demonstram o baixo tempo de permanência no solo,
devido à mineralização da mesma, o que deve estar relacionado com as
condições de elevada temperatura e umidade, além das perdas por lixiviação.
Isto demonstra que grande parte do carbono orgânico estaria numa forma
recalcitrante, dificultando sobremaneira a liberação de nutrientes para as
plantas. Isso é denotado pelos valores da relação HM/(AF+AH), que
demonstram que a quase totalidade das substâncias húmicas é de maior
recalcitrância.
Comparando-se os dois métodos de determinação do CT utilizados,
WALKLEY e BLACK (CT
1
) e YEOMANS & BREMNER (CT
2
), verificou-se uma
correlação significativa entre ambas as metodologias (r = 0,75*, ao nível de 5%
de probabilidade). Os teores de CT encontrados nos dois métodos variaram
menos na área queimada e na mata, ao contrário da pupunha e pastagem
(Quadro 14). Na pastagem e pupunha, os valores de CT
2
são superiores ao
CT
1
até à profundidade de 10 e 20 cm, respectivamente. Isto acontece em
virtude do método proposto por Yeomans e Bremner ser superior ao de
Walkley e Black , em virtude do primeiro atingir a grande maioria das formas de
carbono e não requerer um fator de correção, embora o método CT
2
não seja
considerado um método padrão para determinação do CT (YEOMANS e
BREMNER, 1988; BENITES, 1998). Assim, as diferenças apresentadas no teor
de CT seriam advindas da contribuição, principalmente de raízes finas
existentes nos ecossistemas de pastagem e pupunha, fato este observado
durante a pesagem das amostras para determinação do CT. Outro fato que
deve ter contribuído foi a trituração prévia das amostras de solo, por ocasião da
determinação de CT
2
, fato que pode ter resultado na maior quebra e exposição
dos agregados do solo, e com isso maior liberação de compostos orgânicos
contidos nesses agregados.
Embora alguns trabalhos com fracionamento de substâncias húmicas
tenham sido realizados na parte leste do Acre (VOLKOFF et al., 1989; NUNES
et al., 1998), torna-se difícil a comparação dos resultados em virtude da não
81
padronização do processo (BENITES, 1998). Além, é claro, de aspectos
intrínsecos ligados a cada classe de solo como a textura e mineralogia, assim
como a interação desses com a matéria orgânica. BENITES (1998) ressalta
também que, geralmente, a fração HM é determinada por diferença, não
permitindo o cálculo de algumas relações com maior confiabilidade.
4.4. Mineralogia do solo
Os minerais identificados pela difratometria de raios X na fração argila
foram a caulinita e mica (Figuras 34 e 35). Os difratogramas demonstram que
os picos de caulinita são mais expressivos no horizonte Bt do que no horizonte
A. Isto sugere a melhor cristalinidade da caulinita em maiores profundidades, a
qual sofre menos interferência da matéria orgânica. A mica apresenta o mesmo
comportamento.
Os resultados para mica foram nulos, uma vez que os teores de
potássio total (K
2
O), necessários para sua estimativa, foram em geral baixos
(Quadro 13), embora tenham sido identificados picos deste mineral nos
difratogramas de raios X.
4.5. Estudo do sistema radicular
A maior parte do sistema radicular da mata concentra-se nos primeiros
20 cm de solo (71%). Isto sugere que o processo de reciclagem de nutrientes e
a atividade biológica sejam mais intensos nesta faixa de solo (Figura 36a). Este
fato explica também porque grande parte do carbono e nutrientes como o
cálcio e magnésio
concentram-se nessa faixa.
A pupunha com seu sistema radicular fasciculado possui uma
distribuição mais uniforme com a profundidade (Figura 36b), sem grandes
variações no intervalo de 20 a 80 cm de profundidade. Na pastagem, as raízes
apresentaram área menor, uma vez que em sua maioria são bastante finas, e
estão melhor distribuídas ao longo do perfil (Figura 36c).
82
(a)
(b)
(c)
Figura 36 Distribuição de raízes de mata (a), pupunha (b) e pastagem (c) de
0 a 100 cm de profundidade contidas numa quadrícula de 1m
2
em
Argissolo Amarelo distrófico textura média argilosa.
cm
0
0
100
100
80
80
60
60
40
40
20
20
83
Na Figura 37, estão expressos os dados do comprimento de raízes em
função da profundidade do solo. Observa-se uma variabilidade e maior
concentração na camada de 0 a 40
cm de profundidade, com diminuição a
partir daí. Estas variações devem estar relacionadas com a arquitetura do
sistema radicular de cada ecossistema. Na área sob mata, entretanto, houve
uma variação menor em profundidade até próximo aos 80 cm, quando, a partir
desse ponto, tende a decrescer. O maior comprimento radicular para a
pupunha nos primeiros 40 cm de profundidade, deve-se ao fato do sistema
radicular ser do tipo fasciculado, ramificando-se com bastante intensidade à
medida que diminui a distância do colo da planta, fato este constatado também
por OLIVEIRA et. al (2000).
Correlacionando-se a área de raízes e o comprimento radicular nos
ecossistemas de mata, pupunha e pastagem (Figura 38), obtiveram-se
coeficientes de correlação (ao nível de 5% de probabilidade) de 0,71, 0,99 e
0,83, respectivamente. Isto indica que houve uma forte correlação entre área e
comprimento de raízes. Este fato deve estar relacionado com as condições
físicas propícias ao desenvolvimento do sistema radicular, como a textura
média/argilosa. As concreções (petroplintita) existentes não impediram o
crescimento radicular, uma vez que se encontram em pequenas proporções.
Mesmo a presença de plintita (no ambiente de mata) não foi prejudicial, uma
vez que se encontra a maiores profundidades (100 cm), embora se saiba que
grande parte dos solos do Acre apresentam impedimento de drenagem interna
devido à pequena profundidade do solum (BRASIL, 1976, 1977). Com isso
ocasionam, muitas vezes, prejuízos na agropecuária, como o verificado
recentemente em pastagens de Brachiaria brizantha (VALENTIM et al, 2000).
84
0
20
40
60
80
100
120
00,511,52
Comprimento (cm
-2
)
Profundidade (cm)
Mata
Pupunha
Pastagem
Figura 37 Comprimento médio do sistema radicular dos ecossistemas
estudados, contidos em 1 m
2
de solo.
Mata (R
2
= 0.7123)
Pupunha (R
2
= 0.9909)
Pastagem (R
2
= 0.8359)
0
0,5
1
1,5
2
2,5
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
Área de raízes (cm
-2
)
Comprimento radicular (cm .cm
-2
)
Figura 38 Correlação entre área de raízes e comprimento radicular em
ecossistemas de mata, pupunha e pastagem (n = 25).
85
4.6. Entrevista com produtores
O assentamento Favo de Mel, criado há pouco mais de 5 anos, é
relativamente novo, quando comparado com outros assentamentos existentes
no Estado que chegam a 30 anos. Muitos dos agricultores já habitavam o
Assentamento antes do INCRA demarcar as áreas. Com a demarcação, os
agricultores adquiriram o direito de posse da terra e outros foram assentados.
Atualmente, existem 168 famílias assentadas, distribuídas em lotes que variam
de 50 a 60 ha.
O índice de abandono tem sido relativamente baixo, o que demonstra
que o ambiente é pelo menos razoável para a sustentabilidade das famílias.
Consta que, desde sua criação, somente 4 famílias de agricultores
abandonaram a área, devido principalmente a terem sido assentadas em locais
distantes dos ramais que dão acesso à BR 364, dificultando bastante o
escoamento da produção e o acesso à escola e posto de saúde. O contrário
tem sido observado em outros assentamentos como o PC Humaitá, localizado
no município de Porto Acre, em que quase 50% das famílias abandonaram
seus lotes (CARDOSO et al., 1997).
De acordo com os técnicos do Lumiar e INCRA (1997), esses
agricultores são, na maioria, acreanos provenientes de seringais e outros
assentamentos existentes no Estado, e a minoria de outras regiões do País.
Nas entrevistas com os agricultores, constatou-se que as causas do
abandono de outros assentamentos foram devidas principalmente às
dificuldades de acesso durante a estação chuvosa, dificultando o tráfego de
veículos e, por conseguinte, o escoamento da produção. Outro fato destacado
foi a quantidade e qualidade da água potável, como pode ser observado na fala
descrita abaixo:
“...Aqui está com quatro anos, quatro anos que eu comprei esta terra.
Eu morava lá no Projeto Boa Esperança, eu morava lá na linha da taboca, mas
aí lá tava meio difícil, que o transporte era difícil e água também, a água é
muito pouca e salobra (salgada), né! Aí eu fui, saí de lá e comprei essa terra
aqui. Aí eu fui remanejado aqui pra essa área...”
Quando o agricultor fala que era difícil o transporte e que a água era
pouca e salgada, está se referindo ao ambiente daquela localidade (Projeto
Boa Esperança), onde os agricultores foram assentados em área onde ocorrem
86
os Cambissolos com caráter vértico. Estes solos são rasos e a argila de alta
atividade dificulta bastante o transporte (agarra e desliza) durante a estação
chuvosa. Como esses solos possuem altos teores de Ca
2+
e Mg
2+
(BRASIL,
1976), talvez daí venha a expressão “...a água é salgada...”.
Outro fato interessante diz respeito à quantidade de água, “... a água é
pouca...” , mesmo sabendo que na região tem-se um elevado índice
pluviométrico. Entretanto, a dificuldade de infiltração da água nas camadas de
argilito não favorece o armazenamento de água no solo (RESENDE e
PEREIRA, 1988).
Quanto aos solos da área de estudo, de acordo com as conversas
mantidas com técnicos e agricultores da área, verificou-se a existência de dois
ambientes distintos em função da textura, isto é, os arenosos e os argilosos.
Os arenosos, conforme comentado anteriormente, são mais pobres
quimicamente, mas possuem melhores condições físicas, embora alguns
produtores tenham relatado terem conseguido produzir arroz a contento. Os
argilosos são relatados como sendo melhores para o cultivo de feijão e milho,
conforme a fala transcrita abaixo:
“...Aqui (solo arenoso), a lavoura para o arroz produz bem, agora nesse
solo aqui (solo argiloso) o milho e o feijão não produz não, qué dizer o milho
ainda produz um pouco, mas o feijão de maneira nenhuma, não produz, nós já
tentemos prantar aqui várias vez, mas em só uma parte de terra, agora você vê
aqui, só daquela árvore pra lá, seca, pra lá produz feijão, já nessa parte aqui
não produz, a gente já testou, já várias vezes e não conseguiu produzir..” “...A
terra de areia não produz feijão de jeito nenhum, quando ele vai germinar, você
fica de joelho, aí a quentura da terra esquenta muito a areia, né! Aí ele morre...”
No trecho descrito acima, observa-se que o agricultor já tem noção de
onde produz bem e o que pode produzir, ou seja, ele próprio já teria uma
espécie de zoneamento agrícola de sua propriedade.
Verificou-se, também, que os agricultores enfrentam problemas de
ordem fitossanitária, como é o caso da vaquinha (Diabrotica speciosa) que
comumente ataca a folha do feijoeiro, e que eles costumam manejar com o uso
de defensivos agrícolas. Isto demonstra a falta de assistência técnica.
“...E aí tem uma vaquinha, tem uma praga de vaquinha, aí come antes
de sair a folhinha, aí já começa sugar ele, aí não tem jeito, passa o veneno, o
veneno é aquele tal de folidol, né! E aí as vez a gente coloca muito forte, aí
87
consegue é matar a folhinha do feijão que tá saindo, e aí as vez a gente pranta
e passa o veneno e não consegue produzir...”
O uso predominante do solo é a lavoura branca, destacando-se o
plantio de arroz, feijão, milho e mandioca. As operações de desbravamento são
efetuadas comumente, com o uso de machado e terçado. A mão-de-obra para
estas atividades é basicamente de origem familiar.
A época preferida pelos agricultores, para o plantio, geralmente é o
início da estação chuvosa (setembro/outubro). O feijão é plantado,
preferencialmente, entre março e abril (Quadro 15).
Quadro 15 – Rendimento médio local, regional, estadual e nacional e época de
plantio das culturas anuais no Projeto de Assentamento Favo de
Mel, Sena Madureira, AC
Cultura Rendimento Época de Plantio
Favo de Mel
1/
Região do Purus
2/
Acre
2/
Brasil
2/
------------------------------- kgha
-1
---------------------------------
Arroz 1.700 1.630 1.210 2.730 Outubro/novembro
Feijão 600 580 480 600 Março/abril
Milho 2.500 1.840 1.220 2.690 Outubro/novembro
Mandioca - 18.020 18.000 13.000 Setembro/outubro
1/ INCRA, 1997.
2/ ACRE, 2000d.
Com as limitações físicas e químicas reinantes na maioria dos solos do
assentamento Favo de Mel, e em condições de fertilidade natural do solo, seria
esperado um baixo rendimento das culturas anuais como milho, arroz, feijão e
mandioca (denominadas “lavoura branca”). Entretanto, observa-se que o
rendimento de algumas dessas culturas (Quadro 15) chega a superar o
rendimento encontrado na região do Purus, no Acre e Brasil, embora os dados
levantados pelo INCRA (INCRA, 1997) no assentamento Favo de Mel possam
ser questionados, ou seja, em relação aos dados extraídos do censo do IBGE
(ACRE, 2000d) provavelmente eles estejam superestimados.
A produção destina-se primariamente à subsistência, sendo o
excedente comercializado pelo próprio agricultor no mercado municipal do
município de Sena Madureira e, ou, com o atravessador (marreteiro).
88
A renda média mensal oriunda de produtos agrícolas e extrativistas
(borracha e castanha), conforme o último levantamento do INCRA na área, gira
em torno de 2 salários mínimos, ou seja, na faixa de R$ 200,00 a 330,00
(INCRA, 1997).
Em termos de lavoura perene, destacam-se o café e pupunha,
principalmente devido ao apoio fornecido pelo Fundo de Investimento do Norte
(FNO), que tem fomentado o cultivo dessas plantas na região (ARAÚJO et al.,
2000). O conilon tem sido a principal variedade de café plantada, com um
rendimento médio de 80 sacos/ha de café em coco (saca de 50 kg).
Em área de solo semelhante ao deste trabalho observaram-se
sintomas de deficiência nutricional em café. Possivelmente, essas deficiências
estejam associadas à carência de Ca
2+
e Mg
2+
devido à escassez de nutrientes
nesses solos. O mesmo foi observado para plantas de milho, no estágio inicial
de crescimento.
89
5. RESUMO E CONCLUSÕES
Este trabalho teve por objetivo caracterizar os solos e avaliar os efeitos
de diferentes tipos de uso sobre as propriedades físicas e químicas de solos da
área do assentamento rural Favo de Mel, situado na região do Purus, leste do
Estado do Acre.
Foram selecionados quatro locais com diferentes usos inseridos na
mesma unidade taxonômica de solos, localizados em área de assentamento
agrícola. Os locais selecionados foram uma área de mata natural (usada como
referência); uma área de mata natural recém desbravada e submetida ao
processo de queima; uma área com plantio de pupunha (Bactris gassipae) com
2 anos; e uma área com pastagem de braquiária (Brachiaria brizantha) de 4
anos.
Em cada área, abriu-se uma trincheira onde se coletaram amostras, em
camadas delgadas, dos principais horizontes. No material coletado,
efetuaram-se análises físicas, químicas e mineralógicas. Os agricultores
da região foram entrevistados, informalmente. Incluiu-se, também, o estudo de
densidade do sistema radicular através de imagens digitalizadas (SIARCS).
Os resultados encontrados permitiram concluir que:
O solo sob pastagem apresentou valores elevados de densidade no
horizonte superficial, o que sugere uma tendência à compactação desses
solos. Também a granulometria e os ciclos alternados de umedecimento e
secagem do solo, podem ter influído, uma vez que foram encontrados
90
valores elevados de densidade nos ecossistemas com plantio de pupunha
e área recém-desbravada submetida ao processo de queima.
Os nutrientes (Ca
2+
, Mg
2+
, K
+
e P) e carbono encontram-se, em sua maioria
em teores baixos e concentrados nos primeiros centímetros de solo, o que
indica uma intensa reciclagem destes nutrientes pela vegetação e
mineralização intensa da matéria orgânica.
Os estoques de carbono, cálcio e magnésio tenderam a crescer à medida
que aumentou a intensidade e o tempo de uso do solo, ou seja, no sentido
mata-pastagem. O que demonstra a influência das condições de uso e
manejo nos estoques de nutrientes e carbono.
O potássio tendeu a valores maiores na área que sofreu queimada,
decorrente provavelmente da adição de cinzas, resultante da queima de
biomassa. No ecossistema de pastagem, os estoques de potássio caíram
drasticamente, o que deve estar associado às perdas sofridas via
processos erosivos, lixiviação, e retirada do sistema pelo pastejo.
Constatou-se que os valores de P-rem são maiores na superfície (nos
primeiros centímetros de solo), o que indica uma menor adsorção de P e,
portanto, constitui um fato positivo em se tratando da disponibilidade
desses nutrientes para nutrição mineral de plantas. Os fatores como teores
mais elevados de carbono orgânico, teores mais baixos de argila, alumínio
trocável e óxidos de ferro devem contribuir para que a adsorção de P seja
menor à superfície.
A fração humina (HM) predominou nos quatro sistemas de uso, em todas
as profundidades, o que demonstra que grande parte do carbono orgânico
estaria numa forma recalcitrante, dificultando, assim, a liberação de
nutrientes dessa fração para as plantas.
Os baixos teores de ácido fúlvico (AF) encontrados demonstram o baixo
tempo de permanência no solo devido à mineralização deste, além das
perdas sofridas por lixiviação.
O sistema radicular do ecossistema sob mata, comparado com os de
plantio de pupunha e pastagem, concentra grande parte de sua biomassa
vegetal nos primeiros 20 cm de profundidade.
Constatou-se um maior comprimento radicular, para o ecossistema com o
plantio de pupunha, na profundidade de 0 a 40 cm. Na área sob mata,
91
houve menor variação do comprimento radicular em função da
profundidade.
Obteve-se uma forte correlação entre a área de raízes e o comprimento
das mesmas, o que é devido às condições físicas propícias ao
desenvolvimento do sistema radicular, como a textura média/argilosa
desses solos.
Os agricultores do assentamento Favo de Mel são, em sua maioria,
provenientes de outros assentamentos mal sucedidos como o Projeto de
Colonização Boa Esperança. O índice de desistência tem sido
relativamente baixo, em virtude das condições de acesso e infra-estrutura
(escolas, posto de saúde), de financiamento e assistência técnica
oferecidos ainda por técnicos do extinto Projeto Lumiar, embora as
condições edáficas não sejam propícias à agricultura, o que demonstra que
pelo menos o ambiente é razoável para a sustentabilidade das famílias.
92
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APÊNDICES
108
APÊNDICE A
Descrição morfológica dos perfis e dados analíticos
PERFIL 1: Área de mata (MT)
Data: 01-10-1999.
Classificação: Argissolo Amarelo distrófico plíntico A moderado textura
média/argilosa fase floresta tropical densa das terras baixas relevo ondulado.
Localização, Município, Estado e Coordenadas: Propriedade do Sr. Filomeno,
Favo de Mel, Sena Madureira-Acre. 9º 16’ 17,4”S e 68º 33’ 53,1” W Gr.
Situação, Declive e Cobertura Vegetal sobre o perfil: Perfil descrito em
trincheira, declividade de 0 a 3%, sob Floresta Tropical Densa.
Formação geológica: Formação Solimões.
Pedregosidade: Não pedregosa.
Rochosidade: Não rochosa.
Relevo local: Plano.
Relevo regional: Ondulado.
Erosão: Não aparente.
Drenagem: Moderadamente drenado.
Vegetação primária: Floresta Tropical Densa.
Uso atual: Extrativismo vegetal (borracha e castanha).
Clima: Am, da classificação de Köppen.
Descrito e coletado por: Sebastião Elviro de Araújo Neto e Eufran Ferreira do
Amaral.
Descrição morfológica
A
1
0-15 cm, bruno-amarelado (9YR 5/6); franco-arenosa; grãos simples
pequenos e médios granular; macio, muito friável, não plástico e não
pegajoso; transição plana e gradual.
AB 15-30 cm, bruno-amarelado (9YR 5/8); franco-arenosa; moderada a forte
pequenos e médios blocos subangulares; ligeiramente duro, friável,
ligeiramente plástico e não pegajoso; transição plana e difusa.
109
BA 30-50 cm, bruno-forte (7,5YR 5/6); franco-argilo-arenosa; fraca
pequenos e médios blocos subangulares; ligeiramente duro, friável,
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual.
Bt1 50-70 cm, bruno-forte (7,5YR 5/8); franco-argilo-arenosa; blocos que se
desfazem em fraca médios e grandes blocos subangulares; duro, firme,
plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual.
Bt2 70-93 cm, vermelho-amarelado (6YR 5/6); franco-argilosa; blocos que se
desfazem em fraca médios e grandes blocos subangulares; cerosidade
comum e moderada; muito duro, firme, plástico e pegajoso; transição
plana e gradual.
Btf1 93-120 cm, vermelho (2,5YR 5/7) com mosqueado comum médio e
distinto vermelho (10R 4/6); argila; blocos que se desfazem em fraca
médios e grandes blocos subangulares; cerosidade comum e moderada;
extremamente duro, muito firme, muito plástico e muito pegajoso;
transição plana e gradual.
Btf2 120-140 cm +, vermelho (2,5YR 5/8) com mosqueado comum médio e
distinto vermelho (10R 4/6); argila; blocos que se desfazem em fraca
médios blocos subangulares; cerosidade abundante e forte;
extremamente duro, muito firme, muito plástico e muito pegajoso.
RAÍZES: Muitas finas médias e grossas no A ; muitas finas e médias no AB, BA e
B
t1
; comuns e finas no B
t2
; poucas e finas no B
tf1
e raras finas no B
tf2
.
A mata, apesar de estar na parte superior, encontra-se em uma área
deprimida, donde a presença dos horizontes Btf1, Btf2 mosqueados.
PERFIL 2: Área recém-desbravada e submetida à queima (QM)
Data: 31-10-99.
Classificação: Argissolo Amarelo distrófico A moderado textura média/argilosa
fase floresta equatorial perenifólia relevo plano.
Localização: Ramal do Filomeno – Área do Sr. Joaquim, Projeto de
Assentamento Favo de Mel, Sena Madureira-Acre. O9
o
15’56’’S e 068
o
37’46,5’’W.
Situação, Declive e Cobertura Vegetal no perfil: Perfil descrito em trincheira,
com 0-3% de declividade, em área desbravada e queimada
110
Altitude: 258 m.
Litologia: argilitos e siltitos da Formação Solimões.
Formação geológica: Formação Solimões.
Material originário: Sedimentos da Formação Solimões. Plio-Pleistoceno.
Pedregosidade: Não pedregosa.
Rochosidade: Não rochosa.
Relevo local: Plano.
Relevo regional: Ondulado.
Erosão: Não aparente.
Drenagem: Bem drenado.
Vegetação primária: Floresta Tropical Densa.
Uso atual: Plantio de milho.
Clima: Awi, da classificação do Koppen.
Descrito e coletado por: Edson Alves de Araújo, Alcimar Nascimento, Nilson
Gomes Bardales.
Descrição Morfológica
A
1
0-18 cm; bruno-forte (7.5YR 5/5 úmida); franco-argilo-arenoso; grãos
simples muito pequenos a médios granular; friável, ligeiramente
plástico e não pegajoso; transição plana e gradual.
AB 18-35 cm; bruno (7.5YR 5/4 úmida); franco-argilo-arenoso; fraca
pequena e média subangular; friável, ligeiramente plástico e
ligeiramente pegajoso; transição plana e clara.
BA 35-84 cm; bruno (7.5YR 5/4 úmida); franco-argilo-arenoso; fraca
pequena subangular; friável, ligeiramente plástico a plástico e
ligeiramente pegajoso a pegajoso; transição plana e clara.
Bt1 84-99 cm; bruno-forte (7.5YR 4/6 úmida); franco-argiloso; fraca
pequena média subangular; friável, ligeiramente plástico e ligeiramente
pegajoso; transição plana e clara.
Bt2 99-120+ ; vermelho-amarelado (5YR 5/6 úmida); argila; fraca pequena
a média subangular; firme, plástica e pegajosa.
Obs.: Área queimada no mês de setembro e já submetida às primeiras chuvas
da estação chuvosa. Raízes finas e médias, muitas no A; médias e
111
grossas comuns no AB; finas e médias, poucas no BA; finas e poucas,
no Bt1 e Bt2. Milho plantado com média de 20 cm de altura, já apresenta
sintomas característicos de deficiência de P. Área no topo com
drenagem melhor.
PERFIL 3: Área com plantio de pupunha (Bactris gassipaes) para palmito
(PP)
Data: 31-10-1999
Classificação: Argissolo Amarelo distrófico plíntico A moderado textura
média/argilosa fase floresta equatorial perenifólia relevo plano.
Localização, Município, Estado e Coordenadas: Ramal do Filomeno – Área do
Sr. José Sepulte, Projeto de Assentamento Favo de Mel, Sena Madureira-Acre.
09º 16’08,7’’S e 068º 33’47,9’’ W.
Situação, Declive e Cobertura Vegetal sobre o perfil: Perfil descrito em
trincheira, com 0-3% de declividade, em plantio de pupunha para palmito.
Altitude: 249 m.
Litologia: argilitos e siltitos da Formação Solimões.
Formação Geológica: Formação Solimões.
Material originário: Sedimentos da Formação Solimões, Plio-Pleistoceno.
Pedregosidade: Não pedregosa.
Rochosidade: Não rochosa.
Relevo local: Plano.
Relevo regional: Ondulado.
Erosão: Não aparente.
Drenagem: Bem drenado.
Vegetação primária: Floresta Tropical Densa.
Uso atual: plantio de pupunha destinada à produção de palmito.
Clima: Am , da classificação do Koppen.
Descrito e coletado por: Edson Alves de Araújo, Alcimar Nascimento, Nilson
Gomes Bardales.
112
Descrição Morfológica
Ap 0-12 cm; bruno-forte (7.5YR 5/6 úmida); franco-arenoso; grãos simples
pequenos a médios granular; macio, muito friável, não plástico e não
pegajoso; transição plana e gradual.
AB 12-36 cm; bruno (7.5YR 5/4 úmida); franco-argilo-arenoso; fraca média
a grande subangular; macio a ligeiramente duro, muito friável,
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e clara.
BA 36-66 cm; bruno escuro (7.5YR 4/4 úmida); franco-argilo-arenoso; fraca
média a grande subangular; ligeiramente duro, friável, ligeiramente
plástico a plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual.
Bt1 66-88 cm; bruno-avermelhado (7.5YR 4/4 úmida); franco-argilo-
arenoso; fraca média a grande subangular; ligeiramente duro, friável,
ligeiramente plástico a plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana
e clara.
Bt2 88-120+; vermelho-amarelado (5YR 4/6 úmida); argila arenosa; fraca a
moderada média subangular; duro, friável , plástica e pegajosa.
Obs.: Aparecimento de concreções a partir do horizonte Bt1. Raízes: médias e
muitas no horizonte A; finas e médias comuns no AB; finas e poucas no
BA e Bt1; muito finas e raras no Bt2. Produtor havia acabado de efetuar
a capina da área, e a copa das plantas já estão quase fechando e
sombreando o solo.
PERFIL 4 - Área de pastagem de braquiária de 4 anos (PT)
Data: 01-10-1999.
Classificação: Argissolo Amarelo distrófico plíntico A fraco textura
média/argilosa fase floresta equatorial perenifólia relevo plano.
113
Localização , Município , Estado e Coordenadas: Ramal do Filomeno – Área do
Sr. Filomeno, Projeto de Assentamento Favo de Mel, Sena Madureira-Acre. 09º
16’ 16,6’’ S e 068º 33’55,5 W.
Situação, Declive e Cobertura Vegetal sobre o perfil: Perfil descrito em
trincheira, com 0-3% de declividade, em área de pastagem.
Litologia: argilitos e siltitos da Formação Solimões.
Formação Geológica: Formação Solimões.
Material Originário: Sedimentos da Formação Solimões, Plio-Pleistoceno.
Pedregosidade: Não pedregosa.
Rochosidade: Não rochosa.
Relevo local: Plano.
Relevo regional: Ondulado.
Erosão: Não aparente.
Drenagem: Moderadamente drenado.
Vegetação primária: Floresta Densa.
Uso atual: Área de pastagem, Brizantão (Brachiaria brizanta).
Clima: Am da classificação do Koppen.
Descrito e coletado por: Edson Alves de Araújo, Alcimar Nascimento, Nilson
Gomes Bardales.
Descrição Morfológica
Ap 0-10 cm; bruno-forte (7.5YR 5/6 úmida); franco-arenoso; grãos simples
pequenos e médios granular a subangular; ligeiramente duro a duro,
friável, ligeiramente plástico e não pegajoso; transição plana e gradual.
AB 10-35 cm; bruno (7.5YR 5/4 úmida); franco-argilo-arenoso; fraca
pequena e média subangular; friável, ligeiramente plástico e ligeiramente
pegajoso; transição plana e clara.
BA 35-84 cm; bruno (7.5YR 5/4 úmida); franco-argilo-arenoso; moderada a
forte pequena subangular; friável, ligeiramente plástico a plástico e
ligeiramente pegajoso a pegajoso; transição plana e clara.
114
Bt1 84-99 cm; bruno forte (7.5YR 4/6 úmida); argila; moderada a forte médio
a grande subangular, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso;
transição plana e clara.
Bt2 99-120 cm; vermelho-amarelado (5YR 5/6 úmida); argila; fraca pequena
a média subangular; firme, plástica e pegajosa; transição plana e clara.
115
Quadro 1A – Resultados analíticos das amostras de solos dos perfis sob diferentes tipos de uso
Perfil Uso Horiz. Prof. Granulometria GF s/r Densidade Porosidade
AG AF AG+AF s r rN D
s
d
p
--- cm --- ----------------------------------- dag/kg ------------------------------------- %
-------- g/cm
3
------- ----- % -----
01 QM A
1
0-18 25 45 70 8 21 10 53 0,4 1,51 2,67 44
AB 18-35 25 28 53 22 26 16 38 0,8 1,51 2,68 47
BA 35-84 21 28 49 21 30 1 97 0,7 1,45 2,68 52
B
t1
84-99 18 28 46 19 35 1 97 0,6 1,41 2,78 49
B
t2
99 + 16 17 33 18 49 1 98 0,4 1,61 2,79 42
02 PP A
p
0-12 14 53 67 17 15 6 60 1,2 1,56 2,66 41
AB 12 36 12 45 57 22 22 11 49 1,0 1,61 2,54 37
BA 36-66 10 44 55 20 25 14 44 0,8 1,55 2,64 41
B
t1
66-88 9 42 51 21 28 13 53 0,7 1,53 2,64 46
B
t2
88+ 9 41 50 15 35 1 97 0,4 1,48 2,7 45
03 PT A
p
0-10 18 45 62 21 17 8 53 1,2 1,73 2,69 40
AB 18-35 11 37 48 26 26 18 30 1,0 1,52 2,72 44
BA 35-84 11 36 47 27 26 9 65 1,1 1,54 2,8 45
Bt
f1
84-99 6 20 26 27 48 1 98 0,6 1,52 2,7 44
Bt
f2
99+ 4 20 24 27 48 1 98 0,6 1,59 2,52 58
04 MT A
1
0-15 13 52 65 18 17 8 53 1,1 1,4 2,53 81
AB 15-30 11 7 18 21 21 12 42 1,0 1,34 2,42 81
BA 30-+50 11 47 57 22 21 14 32 1,1 1,4 2,38 70
Bt1 50-70 10 45 55 22 22 2 91 1,0 1,54 2,53 64
Bt2 70-93 10 41 50 19 30 1 97 0,6 1,6 2,64 65
Btf1 93-120 8 33 41 18 41 1 98 0,4 1,61 2,52 57
Btf2 120-140 7 32 39 18 43 1 98 0,4 1,64 2,53 54
Continua...
116
Quadro 1A, Cont.,
Perfil Uso Horiz Prof pH
ΔpH
Ca
2+
Mg
2+
Na
+
K
+
SB H
+
Al
3+
H
2
O KCl
------ cm ------ ----------------------------------------------- cmol
c
/dm
3
------------------------------------------------
01 QM A
1
0-18 3,9 3,2 -0,7 0,0 0,1 0,00 0,18 0,3 4,2 2,3
AB 18-35 3,9 3,4 -0,5 0,0 0,0 0,00 0,14 0,1 2,2 3,0
BA 35-84 4,0 3,5 -0,5 0,0 0,1 0,00 0,07 0,2 1,7 2,8
B
t1
84-99 4,6 3,5 -1,1 0,0 0,0 0,00 0,03 0,0 1 3,5
B
t2
99 + 4,3 3,5 -0,8 0,0 0,0 0,00 0,03 0,0 1,2 4,7
02 PP A
p
0-12 4,3 3,6 -0,7 0,6 0,2 0,01 0,20 1,0 2,3 4,2
AB 12 36 4,3 3,6 -0,7 0,3 0,0 0,01 0,10 0,4 1,5 2,1
BA 36-66 4,2 3,6 -0,6 0,3 0,0 0,01 0,10 0,4 1,5 2,5
B
t1
66-88 4,7 3,7 -1 0,5 0,0 0,00 0,05 0,5 1,1 2,8
B
t2
88+ 4,4 3,6 -0,8 0,2 0,0 0,00 0,03 0,2 1 3,9
03 PT A
p
0-10 4,9 3,8 -1,1 0,9 0,2 0,01 0,27 1,4 2,7 0,7
AB 18-35 4,7 3,6 -1,1 0,3 0,0 0,01 0,28 0,6 1,3 2,6
BA 35-84 4,9 3,7 -1,2 0,3 0,0 0,00 0,15 0,5 3,8 2,9
Bt
f1
84-99 4,8 3,6 -1,2 0,3 0,0 0,00 0,06 0,4 0,8 5,5
Bt
f2
99+ 4,7 3,5 -1,2 0,2 0,0 0,00 0,04 0,2 1,5 5,1
04 MT A
1
0-15 4,4 3,5 -0,9 0,1 0,1 0,01 0,09 0,3 5,6 1,9
AB 15-30 4,6 3,6 -1 0,0 0,0 0,00 0,06 0,1 4,7 1,9
BA 30-50 4,7 3,6 -1,1 0,0 0,0 0,00 0,04 0,0 4,5 2,1
Bt1 50-70 4,7 3,6 -1,1 0,0 0,0 0,00 0,04 0,0 3,8 2,2
Bt2 70-93 4,7 3,6 -1,1 0,0 0,0 0,00 0,04 0,0 3,2 2,8
Btf1 93-120 4,8 3,5 -1,3 0,0 0,0 0,00 0,06 0,1 3,0 3,6
Btf2 120-140 4,6 3,5 -1,1 0,0 0,0 0,00 0,05 0,0 5,2 2,6
Continua...
117
Quadro 1A, Cont.,
Perfil Uso Horiz Prof. H+Al t T Ativ. Arg. V m P Prem C M.O
----- cm ----- -------------------------- cmol
c
/dm
3
------------------- -------------- % ------------ -------mg/dm
3
------ -------- dag/kg --------
01 QM A
1
0-18 6,5 2,6 6,8 32,1 4 89 3 11 1,06 1,82
AB 18-35 5,2 3,1 5,3 20,8 3 96 1 9 0,52 0,89
BA 35-84 4,5 3 4,7 15,4 4 94 0 7 0,64 1,10
B
t1
84-99 4,5 3,5 4,5 13,0 1 99 0 5 0,5 0,86
B
t2
99 + 5,9 4,7 5,9 12,1 1 99 0 4 0,54 0,93
02 PP A
p
0-12 6,5 5,2 7,5 49,5 13 81 2 10 0,77 1,32
AB 12 36 3,6 2,5 4,0 18,6 10 84 0 9 0,38 0,65
BA 36-66 4 2,9 4,4 17,7 9 86 0 9 0,34 0,58
B
t1
66-88 3,9 3,3 4,4 15,9 12 84 0 8 0,48 0,83
B
t2
88+ 4,9 4,1 5,1 14,5 5 94 0 6 0,39 0,67
03 PT A
p
0-10 3,4 2,1 4,8 28,2 29 34 1 12 0,69 1,19
AB 18-35 3,9 3,2 4,5 17,5 13 82 1 7 0,58 1,00
BA 35-84 6,7 3,4 7,2 27,7 6 86 0 7 0,59 1,01
Bt
f1
84-99 6,3 5,9 6,7 13,9 5 94 0 20 0,5 0,86
Bt
f2
99+ 6,6 5,3 6,8 14,2 4 96 0 22 1,91 3,29
04 MT A
1
0-15 7,5 2,2 7,8 45,6 4 86 2 9 0,59 1,01
AB 15-30 6,6 2 6,7 31,9 1 97 1 8 0,46 0,79
BA 30-50 6,6 2,1 6,6 32,1 1 98 0 11 0,32 0,55
Bt
1
50-70 6,0 2,2 6,0 26,9 1 98 1 9 0,28 0,48
Bt
2
70-93 6,0 2,8 6,0 19,9 1 99 3 27 0,21 0,36
Btf
1
93-120 6,6 3,7 6,7 16,4 1 98 1 4 1,2 2,06
Btf
2
120-140 7,8 2,6 7,8 18,2 1 98 0 3 0,21 0,36
Continua...
118
Quadro 1A, Cont.,
Perfil Uso Horiz. Prof Ataque Sulfúrico Ki Kr Al
2
0
3
SiO
2
A
l2
O
3
Fe
2
O
3
TiO
2
Fe
2
O
3
------- cm ------ ----------------------------------------- g/kg ---------------------------------
01 QM A
1
0-18 59 49 23 4,8 2,05 1,56 3,34
AB 18-35 82 63 28 5,1 2,21 1,72 3,53
BA 35-84 89 79 33 6,1 1,92 1,51 3,76
B
t1
84-99 113 100 37 6,7 1,92 1,55 4,24
B
t2
99 + 147 155 60 8,2 1,61 1,3 4,06
02 PP A
p
0-12 44 29 16 4,8 2,58 1,92 2,85
AB 12 36 58 46 21 5,7 2,14 1,68 3,44
BA 36-66 63 60 25 5,7 1,78 1,41 3,77
B
t1
66-88 72 72 27 5,9 1,7 1,37 4,19
B
t2
88+ 106 106 44 6,3 1,7 1,34 3,78
03 PT A
p
0-10 49 35 20 4,8 2,38 1,73 2,75
AB 18-35 80 71 33 5,8 1,92 1,48 3,38
BA 35-84 82 78 39 6,2 1,79 1,35 3,14
Bt
f1
84-99 173 165 66 7,1 1,78 1,42 3,92
Bt
f2
99+ 167 165 65 7,3 1,72 1,37 3,99
04 MT A
1
0-15 - - - - - - -
AB 15-30 - - - - - - -
BA 30-50 - - - - - - -
Bt1 50-70 - - - - - - -
Bt2 70-93 - - - - - - -
Btf1 93-120 - - - - - - -
Btf2 120-140 - - - - - - -
QM = queimada; PP = pupunha; PT = pastagem; e MT = mata.
119
APÊNDICE B
Quadro 1B Dados analíticos das camadas delgadas coletadas no intervalo de 0-60 cm de profundidade em Argissolo
Amarelo distrófico, textura média/argilosa sob diferentes tipos de uso
Uso Prof. Composição granulométrica (TFSA) rN GF s/r pH DpH Ca
++
Mg
++
Na
+
K
+
SB
AG AF AG+AF s r H
2
O KCl
cm ---------------------------- dagkg
-1
----------------------------- -------------------------------- cmol
c
dm
-3
--------------------------
MT 0-1 17 56 73 11 17 05 72 0,7 4,7 3,5 -1,20 0,6 0,10 0,00 0,13 0,74
1-2 19 52 72 14 15 05 69 1,0 4,5 3,7 -0,80 0,0 0,0 0,01 0,08 0,10
2-3 16 58 73 13 13 05 61 1,0 4,1 3,7 -0,40 0,0 0,0 0,01 0,07 0,09
3-4 17 53 70 16 15 06 59 1,1 3,9 3,6 -0,30 0,0 0,0 0,01 0,06 0,09
4-5 22 45 67 16 17 05 69 1,0 4,0 3,8 -0,20 0,0 0,0 0,01 0,06 0,09
5-7,5 16 49 65 17 18 05 71 1,0 3,9 3,7 -0,20 0,0 0,0 0,01 0,06 0,09
7,5-10 15 48 64 18 18 06 65 1,0 3,8 3,3 -0,50 0,0 0,0 0,01 0,05 0,08
10-15 18 43 61 20 19 07 62 1,0 4,0 3,2 -0,80 0,0 0,0 0,01 0,04 0,07
15-20 14 46 59 20 21 08 60 1,0 4,3 3,8 -0,50 0,0 0,0 0,01 0,04 0,07
20-30 14 44 58 21 21 09 57 1,0 4,3 3,8 -0,50 0,0 0,0 0,01 0,03 0,05
30-40 15 43 58 21 21 10 52 1,0 4,6 3,9 -0,70 0,0 0,0 0,01 0,02 0,04
40-60 17 40 58 21 21 12 45 1,0 4,4 3,8 -0,60 0,0 0,0 0,01 0,04 0,07
QM 0-1 33 37 70 15 15 03 80 1,0 4,1 3,5 -0,60 0,7 0,3 0,01 0,28 1,00
1-2 28 35 63 18 19 06 70 0,9 3,7 3,0 -0,70 0,1 0,1 0,00 0,14 0,24
2-3 26 35 61 18 21 07 69 0,8 3,6 3,1 -0,50 0,0 0,0 0,00 0,14 0,15
3-4 27 32 59 20 21 08 64 0,9 3,6 3,2 -0,40 0,0 0,0 0,00 0,13 0,14
4-5 24 34 58 20 22 08 62 0,9 3,6 3,2 -0,40 0,0 0,0 0,00 0,13 0,14
5-7,5 24 31 56 20 24 10 58 0,8 3,6 3,2 -0,40 0,1 0,0 0,01 0,15 0,26
7,5-10 23 30 54 21 25 11 56 0,8 3,7 3,2 -0,50 0,0 0,0 0,00 0,11 0,12
10-15 22 26 48 25 27 13 53 0,9 3,6 3,3 -0,30 0,1 0,0 0,00 0,08 0,19
15-20 23 30 52 20 27 14 49 0,8 3,8 3,4 -0,40 0,2 0,0 0,00 0,07 0,28
20-30 22 28 50 21 29 13 53 0,7 3,7 3,5 -0,20 0,0 0,0 0,01 0,08 0,09
30-40 21 28 49 20 30 01 97 0,7 3,9 3,5 -0,40 0,3 0,0 0,00 0,06 0,37
40-60 22 26 48 20 32 01 97 0,6 4,1 3,5 -0,60 0,3 0,0 0,00 0,03 0,34
Continua...
120
Quadro 1B, Cont.,
Uso Prof.
AG AF AG+AF s r rN GF
s/r
pH
ΔpH
Ca
2+
Mg
2+
Na K
SB
-- cm --
-------------------------------------- dagkg
-1
------------------------------------- --- % ---
H
2
O KCl
----------------------- cmol
c
dm
-3
-----------------------
PP 0-1 18 57 75 17 8 2 70 2,0 5,3 4,6 -0,70 2,0 0,7 0,004 0,30 2,31
1-2 17 56 72 18 10 2 78 1,8 4,5 3,7 -0,80 0,9 0,2 0,004 0,15 1,06
2-3 16 51 67 20 13 3 77 1,6 4,1 3,6 -0,50 0,7 0,2 0,004 0,14 0,84
3-4 15 50 65 21 14 4 73 1,5 4,4 3,6 -0,80 0,5 0,1 0,004 0,10 0,61
4-5 14 49 63 22 15 5 67 1,4 3,9 3,5 -0,40 0,5 0,1 0,004 0,10 0,61
5-7,5 13 48 61 22 17 6 65 1,3 4,0 3,6 -0,40 0,4 0,1 0,004 0,08 0,49
7,5-10 14 45 59 23 18 8 52 1,3 4,1 3,6 -0,50 0,3 0,0 0,004 0,09 0,40
10-15 13 45 58 24 18 9 51 1,4 4,1 3,6 -0,50 0,3 0,0 0,004 0,07 0,38
15-20 12 45 57 24 19 9 54 1,3 4,0 3,5 -0,50 0,3 0,0 0,026 0,08 0,43
20-30 13 43 56 24 20 12 39 1,2 4,2 3,5 -0,70 0,4 0,0 0,009 0,07 0,48
30-40 13 40 53 23 24 15 38 1,0 4,4 3,6 -0,80 0,3 0,0 0,004 0,07 0,38
40-60 12 44 55 22 23 15 37 0,9 4,3 3,6 -0,70 0,3 0,0 0,004 0,07 0,38
PT 0-1 15 53 68 19 12 4 70 1,5 5,4 4,4 -1,00 2,0 0,5 0,009 0,31 2,33
1-2 16 0 16 21 13 5 65 1,6 5,0 3,8 -1,20 1,1 0,2 0,004 0,20 1,31
2-3 16 49 65 21 14 7 52 1,6 4,8 3,7 -1,10 0,9 0,2 0,009 0,13 1,05
3-4 16 49 65 20 15 7 52 1,4 4,6 3,7 -0,90 0,9 0,2 0,004 0,12 1,02
4-5 17 48 64 20 15 8 51 1,3 4,6 3,7 -0,90 0,7 0,2 0,004 0,09 0,80
5-7,5 15 46 61 22 17 8 51 1,3 4,5 3,6 -0,90 0,6 0,1 0,004 0,07 0,68
7,5-10 13 43 56 24 20 9 54 1,2 4,1 3,6 -0,50 0,9 0,0 0,004 0,07 0,98
10-15 12 41 53 24 23 12 50 1,1 4,2 3,6 -0,60 0,4 0,0 0,004 0,06 0,47
15-20 12 40 52 23 25 16 37 0,9 4,3 3,5 -0,80 0,3 0,0 0,004 0,06 0,37
20-30 12 37 49 23 28 18 37 0,8 4,4 3,6 -0,80 0,4 0,0 0,004 0,05 0,46
30-40 12 38 50 24 27 17 37 0,9 4,5 3,6 -0,90 0,4 0,0 0,004 0,05 0,46
40-60 10 36 46 25 29 8 74 0,9 4,7 3,6 -1,10 0,4 0,0 0,004 0,05 0,45
Continua...
121
Quadro 1B, Cont.,
Uso Prof. H
+
Al
3+
H + Al t T V m P Prem C.O
---- cm ---- ------------- % ----------- --------- mgdm
-3
------- dagkg
-1
MT 0-1 5,0 1,30 6,3 2,0 7,0 11 64 4 23 0,85
1-2 2,5 1,70 4,2 1,8 4,3 2 94 5 23 1,05
2-3 2,6 1,60 4,2 1,7 4,3 2 95 4 21 1,01
3-4 2,3 1,80 4,1 1,9 4,2 2 95 2 20 0,84
4-5 3,1 1,20 4,3 1,3 4,4 2 93 3 19 0,84
5-7,5 2,4 2,30 4,7 2,4 4,8 2 96 3 18 0,96
7,5-10 2,3 2,10 4,4 2,2 4,5 2 96 2 18 0,75
10-15 2,3 2,00 4,3 2,1 4,4 2 97 1 16 0,68
15-20 1,5 2,20 3,7 2,3 3,8 2 97 1 16 0,66
20-30 1,4 1,80 3,2 1,9 3,3 2 97 1 17 0,38
30-40 0,3 1,80 2,1 1,8 2,1 2 98 0 17 0,31
40-60 1,1 1,80 2,9 1,9 3,0 2 96 0 17 0,26
QM 0-1 5,1 1,0 6,1 2,0 7,1 14 50 7 13 1,57
1-2 5,0 2,7 7,7 2,9 7,9 3 92 4 10 1,36
2-3 4,6 2,8 7,4 2,9 7,5 2 95 3 11 1,21
3-4 4,1 3,1 7,2 3,2 7,3 2 96 3 11 1,05
4-5 3,6 3,2 6,8 3,3 6,9 2 96 2 11 0,37
5-7,5 3,0 3,4 6,4 3,7 6,7 4 93 2 10 0,57
7,5-10 2,3 3,6 5,9 3,7 6,0 2 97 1 11 0,68
10-15 2,4 3,3 5,7 3,5 5,9 3 94 1 10 0,43
15-20 1,9 3,4 5,3 3,7 5,6 5 93 1 7 0,41
20-30 1,3 3,6 4,9 3,7 5,0 2 97 0 9 0,38
30-40 1,0 3,3 4,3 3,7 4,7 8 90 0 8 0,46
40-60 1,1 3,6 4,7 3,9 5,0 7 91 0 6 0,59
Continua...
122
Quadro 1B, Cont.,
Uso Prof. H
+
Al
3+
H + Al t T V m P Prem C
---- cm ---- ------------------------------- cmol
c
dm
-3
--------------------------------- % % --------- mgdm
-3
--------- - dagkg
-1
-
PP 0-1 2,9 0,1 3,0 2,4 5,3 43 4 4 20 1,14
1-2 3,6 0,1 3,7 1,2 4,8 22 9 2 26 0,80
2-3 2,9 1,3 4,2 2,1 5,0 17 61 2 13 0,62
3-4 2,8 1,6 4,4 2,2 5,0 12 72 2 11 0,70
4-5 2,6 2,0 4,6 2,6 5,2 12 77 2 15 0,59
5-7,5 2,6 2,1 4,7 2,6 5,2 9 81 1 16 0,53
7,5-10 1,7 2,3 4,0 2,7 4,4 9 85 1 10 0,57
10-15 2,2 2,3 4,5 2,7 4,9 8 86 1 11 0,51
15-20 1,5 2,4 3,9 2,8 4,3 10 85 1 10 0,43
20-30 2,3 2,5 4,8 3,0 5,3 9 84 0 10 0,55
30-40 0,9 2,8 3,7 3,2 4,1 9 88 0 9 0,59
40-60 1,3 2,6 3,9 3,0 4,3 9 87 1 10 0,56
PT 0-1 3,5 0,6 4,1 2,9 6,4 36 21 2 22 1,15
1-2 3,8 0,1 3,9 1,4 5,2 25 7 1 20 0,85
2-3 3,9 0,1 4,0 1,2 5,1 21 9 1 20 0,86
3-4 3,0 1,0 4,0 2,0 5,0 20 49 1 19 1,01
4-5 2,8 1,2 4,0 2,0 4,8 17 60 1 18 0,63
5-7,5 2,5 1,6 4,1 2,3 4,8 14 70 1 18 0,57
7,5-10 2,2 2,0 4,2 3,0 5,2 19 67 1 17 0,45
10-15 1,7 2,6 4,3 3,1 4,8 10 85 1 16 0,60
15-20 1,4 2,9 4,3 3,3 4,7 8 89 1 16 0,74
20-30 1,3 2,8 4,1 3,3 4,6 10 86 1 14 0,76
30-40 1,4 2,8 4,2 3,3 4,7 10 86 1 15 0,52
40-60 1,2 2,9 4,1 3,4 4,6 10 86 1 12 0,57
Mata (MT); Queimada (QM); Pupunha (PP); e Pastagem (PT).
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