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previa a técnica, o objetivo e, hoje, é preciso contextualizar, ler, interpretar para além do
escrito, em uma nova concepção de leitura e texto.
Comenta que não observou grandes mudanças com relação à linguagem, mas quando
reclama dos “rodeios das perguntas” vai de encontro com a sua afirmação. Essa nova maneira
de condução para os enunciados desvela também uma nova forma de usar a linguagem. As
suas colegas de trabalho Marlúcia e Vânia enfatizam mais essas mudanças:
Houve mudança no livro, ele veio mais chamativo, mais colorido, começou-se a
trabalhar as propagandas. A linguagem dos primeiros livros era mais difícil, agora é
mais fácil, mais do cotidiano. Os alunos, no início, gostavam dos livros. Mas de
uma certa época para cá os alunos começaram a gostar mais, quando as editoras
começaram a melhorar a qualidade dos livros. Quando se iniciou a era da
Comunicação, os textos vinham bem mais ilustrados, a linguagem ficou bem mais
moderna, propiciando o gosto pelo livro, tanto do professor quanto do aluno. Os
alunos começaram a participar mais das aulas, os alunos evoluíram bem, era a era
da Comunicação, a era da tecnologia mais avançada. Depois que os livros
alteraram, passou também a chamar mais a minha atenção. Achei que com as novas
mudanças iria chamar mais a atenção dos alunos e aprenderiam mais. A linguagem
utilizada para abordar os conteúdos era mais moderna. Os textos também
modernizaram. Nos primeiros livros, os textos eram mais clássicos: Machado de
Assis, José de Alencar. Os outros livros, já modernizados, apresentavam
propagandas, textos de autores contemporâneos, textos mais alegres (Marlúcia,
2006)
O livro mudou ficou mais chamativo e atraente. Antes tinha textos de autores
clássicos, apenas, eram mais profundos, e, agora, tem textos mais modernos, são
mais leves. Antes o livro era mais duro, pesado, denso, tratava-se mais o texto e o
conteúdo. A linguagem dos últimos é mais acessível. Prefiro trabalhar com os
modernos temos que acompanhar a evolução (Sonia, 2006).
Totalmente, não sei a partir de que era também, quando começamos com o “Estudo
Dirigido”, aí facilitou, textos... Os textos continuaram normais, mas os exercícios
vinham em abundância. As ilustrações também eram bem chamativas, então, tudo
isso aí ajudava a amenizar, a fazer com que o aluno ficasse relaxado e trabalhar
brincando, daí passava o tempo e pronto. O aprendizado tornou-se mais
interessante. A linguagem ficou mais leve, a do final bem mais leve, os termos
inclusive...porque antigamente, os textos eram daqueles autores, como Rubens
Braga, então era preciso levar o dicionário, que era muito difícil o aluno ter e na
escola dificilmente você encontrava, então termos assim que eles nunca...(...)
porque é difícil, você comparando os textos daquela época com os textos de agora,
com autores bem mais modernos, eu acho que ficou tudo mais fácil. Ficou bem
mais ameno, o linguajar já mais popular, o cotidiano, o dia-a-dia, então facilitou.
Essa parte facilitou em grande parte mesmo, comparando aqueles textos dos livros
do início. Quanto à estrutura, eu acho que houve mudança. Nessa leveza que eu já
comentei com você... Nessa leveza daí de agora. Você pega um livro de hoje, bem
que faz tempo que eu não manuseio um livro, mas aqueles do final da minha
carreira, eu acho que eles estavam com o linguajar mais acessível, e mais leve pelas
gravuras, pelo colorido, pela espessura, tudo isso aí, já faz... Desde a capa do livro
já chama a tenção, já agrada. Não só dos livros, como os dos cadernos, nossos
cadernos de antigamente, não... Hoje, você pode ver, você está com um desse daí
todo ilustradinho, quem que não quer pegar um caderno cheio de coração, todo
mundo, então isso daí também já é uma maneira de tentar segurar... (Vânia, 2006)