bem que deve existir em função do homem, tendo como princípio básico, promover sua
realização como um todo, dentro do seu meio e do seu tempo histórico, para que ele possa ser
capaz de enfrentar, de maneira equilibrada, os desafios que a realidade lhe exigir.
Acreditamos firmemente que educar é promover o crescimento da originalidade, da
espontaneidade do ser humano, é cultivar suas origens, é permitir que ele seja o que ele é e
não o que os outros querem que ele seja, é organizar seu próprio desenvolvimento. A
educação que precisamos não é a do servilismo, mas a da liberdade, da autonomia, não é a
que dobra o educando, mas a que mostra o caminho, a que aponta soluções, a que torna o
homem um ser criativo e atuante, um ser consciente e construtor da sua própria existência,
uma educação que seja capaz de torná-lo competente para resolver as dificuldades reais do
seu dia-a-dia, não para que ele seja apenas um dublê ou um narrador da história, mas para que
todos os homens sejam sujeitos ativos e construtores do universo.
A verdadeira educação constrói consciência e capacita o ser humano para acompanhar
o movimento do mundo em busca da libertação. Necessitamos de uma pedagogia libertadora
que nos ajude a ser verdadeiramente independentes tanto individual quanto nacionalmente,
uma pedagogia que valorize e promova o ser humano, que o ajude a encontrar o verdadeiro
significado da vida, que possa torná-lo forte e consciente para construir-se e construir o
mundo, que não cala o ser humano, mas torna-o testemunho autêntico da verdade, que se
pronuncia diante da realidade, que seja responsável, que não explore os outros, que não se
acomode, que não abandone os outros, que não anule a vida, mas que seja capaz de abrir a
mão, a mente, o coração, a alma do homem, para que ele possa exigir crítica e
conscientemente seus direitos e colaborar solidariamente na construção do mundo.
Assim, acreditamos que seja hora de agir, de buscar novas formas de cooperação, de
procurar compreender a condição do outro, de pensar e repensar seu conhecimento, sua
maneira de agir, é hora de construir ações responsáveis e comprometidas com a liberdade
humana, é hora de muita prudência, de muita sabedoria, mas de muita atitude a favor da
dignidade humana. Portanto, é hora de educar para o comportamento ético. Educar para a
compreensão, tanto a compreensão da realidade, sem máscaras, maquiagens ou ideologias,
como a compreensão do humano propriamente, compreensão do outro, para que possamos
viver harmoniosamente, apesar da adversidade da vida.
Toda educação que se pretende integral não pode descuidar da formação moral do
indivíduo, afinal, formar uma pessoa total, além de outras coisas, também é formar uma boa
pessoa. Nesse sentido, educação é, antes de tudo, educação moral. Não que haja um tipo de
comportamento moral pré-estabelecido que possa garantir uma boa formação moral, o que