4
curimbatá alimenta-se basicamente de detritos orgânicos, fauna bentônica e, aceita
bem ração.
Atenção especial tem-se dado à piscicultura continental, principalmente, nas
regiões sudeste e sul do país, pois, as populações das melhores espécies de peixes
estão em acentuado declínio resultante das modificações ecológicas provocadas
pelo crescimento demográfico, construção de barragens hidrelétricas, destruição
das lagoas marginais, desenvolvimento industrial e intensa sobrepesca, provocando
a queda da produtividade e a inadequação do ambiente, principalmente, das
espécies migradoras (Godinho et al., 1984; Barbieri et al, 2004).
Pelas características alimentares e reprodutivas (Rosa Júnior e Schubart,
1945; Godoy 1959; 1967; 1972; Romagosa et al., 1985 a,b) e de crescimento do
curimbatá, em condições de confinamento, (Cestarolli et al., 1981; Verani, 1987;
Narahara et al., 1990; Ayroza et al., 1992) esta espécie vem despertando grande
interesse para a piscicultura extensiva e semi-intensiva. Mais recentemente, vem
sendo utilizado também, em sistema intensivo (tanques-rede), onde tem papel de
peixe sanitário, promovendo a limpeza de algas, bactérias e matéria orgânica
depositadas nas malhas do tanque (Zaniboni Filho, 1997).
Alguns parâmetros reprodutivos do curimbatá em condições naturais foram
estudados, destacando-se aqueles relativos às migrações reprodutivas
ascendentes, isto é, em direção às cabeceiras dos rios na primavera, portanto,
como espécie reofílica, percorre grande distância no período da maturação gonadal
(Godoy, 1959; 1967; 1972), a fecundidade (Rosa Júnior e Schubart, 1945) e ao tipo
de desova (Romagosa et al., 1985), entre outros. Esta espécie atinge a primeira
maturação gonadal com cerca de 19,7cm de comprimento, cujo período reprodutivo
estende-se de novembro a fevereiro. A desova é do tipo total, sazonal, a
fecundação é externa e não cuidam da prole (Vazzoler, 1996).
Estas migrações com fins reprodutivos estão sincronizadas com flutuações
do nível da água. Tais migrações são disparadas pelo acréscimo da precipitação
pluviométrica e aumento da temperatura e nível das águas, ocasião em que os
machos produzem sons característicos que, provavelmente servem como fator de
agrupamento (Kavamoto et al., 1996; Lowe-McConnell, 1999).
Os ovos são pelágicos e podem apresentar diâmetro médio de 3,92mm, a
diferenciação do embrião inicia-se cerca de 08 horas após a fertilização. A eclosão
das larvas ocorre 16 horas após a fertilização, à temperatura de 25,9ºC, medindo