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PNAD 2003 aponta redução de desigualdades , queda no rendimento, aumento na
desocupação e mais empregados com carteira assinada
Nordeste foi a região que apresentou os maiores avanços em dez anos, com a taxa de escolarização
das crianças de 7 a 14 anos de idade, chegando a 96,0% e quase igualando-se à do total do País,
que era de 97,2% em 2003; o mesmo em relação à taxa de analfabetismo (de 10 anos de idade) que,
caiu de 30,9% para 21,2% em 10 anos, embora ainda seja o dobro da do País (10,6%). Também o
percentual de domicílios com bens duráveis teve grande aumento no Nordeste. Em 1993, pouco mais
da metade dos domicílios (53%) tinha televisão e, dez anos depois, 80,1%.
Quanto às desigualdades entre homens e mulheres, a PNAD 2003 também registrou mudanças, com
as taxas de escolarização de meninos e meninas de 7 a 17 anos, antes afastadas, se aproximando
em 2003, o mesmo ocorrendo com as taxas de analfabetismo masculina e feminina na faixa de 10 a
14 anos, antes de 14,1% e 8,5%, caindo para 4,7% e 2,2%, em 10 anos. No que se refere ao
rendimento das mulheres, que era de 59,0% do rendimento dos homens, houve igualmente redução
desse distanciamento, passando a corresponder a 69,6% do rendimento dos homens.
Os dados da PNAD mostram ainda que o rendimento médio real dos trabalhadores caiu 7,4% de
2002 para 2003, no entanto, a perda real para a metade da população com as menores
remunerações de trabalho foi de 4,2%, enquanto que para a outra metade da população, com os
maiores rendimentos, a perda real foi de 8,1%, o dobro. A análise desses 10 anos, 1993 a 2003,
mostra que os 10% dos ocupados com os maiores rendimentos, que detinham praticamente metade
do total das remunerações (49,0%) em 1993, passaram, em 2003, a deter 45,3% do total. Na outra
ponta, os 10% dos trabalhadores com os menores rendimentos, que ficavam com 0,7% do total das
remunerações, passaram a receber 1,0% do total de todos os rendimentos, em 2003. O indice de
Giní, que estava em 0,600 em 1993, registrou 0,555 em 2003, a melhor marca desde 1981. Quando
considerado o rendimento domiciliar, que reúne a remuneração de todas as fontes de rendimento dos
moradores, a PNAD registrou queda de 8,0% de 2002 para 2003. A taxa de desocupação, detectada
pela PNAD, passou de 9,2% para 9,7% nesse período.
A comparação dos últimos dez anos da PNAD (1993 a 2003) mostrou melhoras generalizadas sob
diversos aspectos: em 10 anos, a proporção de domicílios com telefone mais que triplicou, passando
de menos de 20% para 62,0%; a proporção de habitações consideradas rústicas, aquelas com
paredes feitas com material não-durável, como madeira aproveitada de embalagens, taipa, palha, etc.
se reduziu à metade nesses dez anos, passando de 5,1% para 2,5%, um fenômeno ocorrido em
todas as regiões; a parcela de crianças de 7 a 14 anos que não freqüentava escola, que era de
11,4% em 1993, ficou em 2,8% em 2003. No Nordeste, a redução foi de 16,6% para 4,0% no
percentual de crianças nessa faixa de idade fora da escola. Outro indicador que reflete o nível de
instrução da população é o número médio de anos de estudo e esse, passou de 5 anos em 1993 para
6,4 anos em 2003. Entre a população ocupada, a média de anos de estudo era de 7,1 anos em 2003,
sendo maior entre as mulheres (7,7 anos de estudo).
A PNAD 2003 confirma ainda o movimento de ingresso da mulher no mercado de trabalho. Em
números absolutos, de 2002 para 2003, entraram no mercado de trabalho 547 mil mulheres e 524 mil
homens. Outro movimento importante na economia foi o aumento dos trabalhadores com carteira de
trabalho assinada (3,6%). Na sociedade, o uso de computadores se disseminou e foi o bem durável
que mais cresceu nos últimos anos, presente, em 2003, em 7,5 milhões de domicílios, sendo que 5,6
milhões dispunham de acesso à Internet.
Em dez anos, triplicou o percentual de domicílios com telefone
Com o aumento da oferta dos serviços de telefonia, a proporção de domicílios com telefone mais que
triplicou em dez anos: de 19,8% passou para 62,0%. Apesar do aumento de 7,0% de 2001 para 2002
e de 3,9% de 2002 para 2003, a maior taxa de crescimento anual (28,9%) se deu de 1999 para 2001.
A partir de 2001, a pesquisa capta o tipo de telefone que o domicílio possui: fixo convencional, celular
ou ambos.