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RESUMO
FISCHER, Geferson. Avaliação da Capacidade Imunomoduladora de Extratos de
Própolis Verde em Animais Vacinados com Herpesvírus Suíno Tipo 1 (SuHV-1)
ou Herpesvírus Bovino tipo 5 (BoHV-5). 2007. 76f. Tese (Doutorado) – Programa
de Pós-Graduação em Biotecnologia Agrícola. Universidade Federal de Pelotas,
Pelotas. Orientador: Telmo Vidor. Co-orientador: Niraldo Paulino.
A formulação de vacinas frequentemente requer o uso de adjuvantes que prolongam
ou potencializam as respostas imunes humoral e/ou celular. Atualmente, muitas
vacinas são formuladas a partir de substâncias como o hidróxido de alumínio ou
emulsões oleosas, específicas para uso veterinário. Contudo, tem sido crescente o
interesse pela avaliação de substâncias naturais com potencial adjuvante, como os
extratos derivados de plantas. A própolis, produzida pelas abelhas a partir de
exsudatos coletados de plantas, tem despertado o interesse de pesquisadores em
função das inúmeras propriedades bioativas relatadas, como ação antiviral,
antiinflamatória e antitumoral. Além disso, apesar de desconhecidos muitos dos
mecanismos de ação, a própolis apresenta atividade sobre o sistema imune. O
objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade imunomoduladora de um extrato
etanólico da própolis verde brasileira, quando utilizado como adjuvante em vacinas
inativadas contra o herpesvírus suíno tipo 1 (SuHV-1) ou herpesvírus bovino tipo 5
(BoHV-5). A adição de 5 mg/dose do extrato a uma vacina com hidróxido de
alumínio contra o SuHV-1 incrementou a resposta imune humoral de camundongos,
quando comparado com a mesma vacina sem própolis (P<0,01). Este efeito foi mais
evidente quando a vacina foi diluída (1:4 e 1:8), podendo-se observar um aumento
no título de anticorpos neutralizantes, expresso em log
2
, que passou de 3 para 4,48
e de 2,18 para 4,48, respectivamente, sugerindo que quanto menor a massa
antigênica ou menos imunogênico o antígeno, mais pronunciado é o efeito adjuvante
da própolis. Quando a própolis foi utilizada isoladamente com o antígeno, não foi
observado aumento no título de anticorpos neutralizantes, determinado por
soroneutralização. Além de incrementar a resposta imune humoral, o uso da própolis
também aumentou a resposta celular, elevando a síntese de mRNA de IFN-γ nos
esplenócitos dos camundongos, mensurada pela técnica de RT-PCR. Este aumento
foi observado inclusive no grupo de animais imunizados somente com antígeno e
própolis, contrariando os resultados da resposta humoral. O efeito adjuvante da
própolis foi evidenciado também quando camundongos foram desafiados com 31,6
doses letais do SuHV-1, 21 após a segunda inoculação. A adição da própolis à
vacina com hidróxido de alumínio aumentou o percentual de animais protegidos,
especialmente nas maiores diluições, em comparação à vacina sem própolis.
Resultado semelhante foi observado no grupo de animas vacinados somente com
própolis e antígeno. A associação de 40 mg/dose do extrato etanólico de própolis
verde à vacina oleosa contra BoHV-5 aumentou o título de anticorpos neutralizantes
de bovinos (P<0,01), quando comparado à vacina sem própolis. Trinta dias após a