O curso de licenciatura plena em química não apresenta uma prática
curricular que lhe assegure identidade própria; A falta desta identidade
prejudica o desempenho do aluno ao longo do curso, além de tornar
ineficiente a formação pedagógica percebida pelos egressos em suas
atividades; O curso de LPQ da UFMT não se adequa as condições de
entrada do aluno; A maioria dos docentes delimita os problemas
relacionados com o desempenho do aluno às deficiências desse aluno e às
condições institucionais; O horário de funcionamento do curso não é
pertinente às condições sócio-econômicas dos alunos; Há necessidade da
definição de uma linha política de pesquisa e extensão, que proporcione o
aproveitamento da formação dos docentes e das suas experiências no
ensino médio e fundamental e, a integração do aluno nas indústrias e
escolas; O curso de LPQ se justifica plenamente, diante do fato, que a
maioria dos profissionais formados, atuando no mercado de trabalho,
exercem atividades relacionadas com o ensino de química; A competência
profissional dos egressos do curso de LPQ tem correspondido, em grande
parte, ás exigências das condições de entrada do mercado de trabalho de
pós-graduação; As ações que caracterizaram a crítica da realidade do curso
demonstraram que esta avaliação ocorreu num processo plural e
democrático; O Departamento de Química da UFMT e a comunidade de
docentes, técnicos, discentes e egressos, demonstram maturidade e
compromisso pela qualidade do profissional e ensino de química, diante das
ações que culminaram na criação coletiva.
A partir de 1997, uma comissão de professores começou a trabalhar
na reformulação dos cursos de licenciatura e bacharelado, levando-se em
consideração a avaliação emancipatória feita por Santos. Todavia, em 1999,
quando os trabalhos já estavam quase terminados
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, estes foram paralisados
em razão das reformulações na política das licenciaturas que estavam sendo
propostas pelo Ministério da Educação.
Em 2000, o MEC remeteu ao Conselho Nacional de Educação a
proposta de Diretrizes para a Formação de Professores da Educação Básica
em cursos de nível superior, modificada e aperfeiçoada por vários Pareceres
e Decretos. Ocorre que, durante esse período, o Departamento de Química
juntamente com a coordenação de ensino se omitiram e nada foi feito no
sentido de adequar a licenciatura às novas regras.
A partir de 2005, após solicitação da Pró-reitoria de Ensino e
Graduação, duas equipes de professores foram formadas, uma para
trabalhar a reestruturação da Licenciatura em Química (coordenada pelo
Laboratório de Pesquisa e Ensino de Química – LabPEQ) e outra para
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Um texto foi elaborado pela equipe (Santos et al, 1999) onde se fazia uma análise das diretrizes curriculares
para os cursos de Química. Este texto foi enviado ao MEC e discutido em Encontro Regional de Ensino de Química
em Brasília (ECODEQ – Encontro Centro-Oeste de Debates sobre o Ensino de Química). Importante ressaltar que,
muitas das propostas apresentadas neste documento foram incorporadas ao documento do MEC, o que demonstra
que as discussões no Curso de Química da UFMT estavam avançadas.