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a FEMSA Cerveza adquiriu o controle da cervejaria brasileira Kaiser, ao comprar 68% da
sociedade pelo valor de 68 milhões de dólares. Mediante essa ação, a companhia se tornou a
única empresa com operações em dois dos mercados mais atrativos do mundo, o México e o
Brasil. O mercado mexicano soma 67 milhões hectolitros por ano, enquanto o brasileiro, 85
milhões de hectolitros (um hectolitro equivale a 100 litros ou 26.4 galões). Atualmente, a
FEMSA Cerveza tem como sócios, no Brasil, a Heineken (17%) e a MolsonCoors (15%),
sendo que a última é a antiga proprietária da Kaiser.
A FEMSA Cerveza é a principal cervejaria do México e produz marcas de renome
internacional como Tecate, Sol, Carta Blanca, Bohemia, XX Âmbar, XX Lager, Superior e
Índio. A cervejaria brasileira possui 8 fábricas localizadas em Jacareí (SP), Araraquara (SP),
Gravataí (RS), Ponta Grossa (PR), Cuiabá (MT), Feira de Santana (BA), Pacatuba (CE) e
Manaus (AM) com capacidade total de produção de 19 milhões de hectolitros.
A FEMSA Cerveja Brasil fabrica Kaiser, Kaiser Bock, Summer, Gold, Bavaria Pilsen,
Bavaria sem Álcool, Bavaria Premium, Heineken, Santa Cerva, Xingu e Sol. A empresa conta
com a distribuição do Sistema Coca-Cola e gera, atualmente, cerca de 2100 empregos diretos
e indiretos (S2 COMUNICAÇÃO INTEGRADA, 2006).
A mexicana FEMSA unificou as operações da Coca-Cola FEMSA Brasil e da
cervejaria. Isso porque a sua maior ambição é competir com a Ambev, que detém, atualmente,
68% das vendas de cerveja no Brasil, contra 8% da FEMSA. Portanto, as políticas para
comportar um crescimento rentável e sustentável passam pelo aproveitamento das
capacidades internas da companhia, também como forma de redução de custos. Coca-Cola
FEMSA Brasil e a FEMSA Cerveza Brasil deixam de ser empresas independentes para se
tornarem divisões de negócios de um mesmo grupo. Valem-se da mesma sede administrativa,
possuem os mesmos diretores para as áreas financeira e de recursos humanos bem como as
compras de insumos e serviços são unificadas. Isso significa que, para vender cerveja no
Brasil, a companhia aproveita a força da marca Coca-Cola e o seu sistema de distribuição.
Maior atenção tem sido dada a pontos de venda de pequeno porte, como pequenos bares,
restaurantes e lojas de conveniência (Valor Econômico, 14.07.2006). Mais uma vez, é
possível encontrar indícios de que a companhia tem, em suas práticas, políticas e
determinação necessárias para integração com outras empresas, o que pode favorecer o clima
para adaptações em situações de alianças estratégicas. Não é possível afirmar que seu
comportamento seria satisfatório e sustentável em alianças do tipo competitivas ou pré-
competitivas, mesmo que tenham sido identificadas alianças estratégicas com as cervejarias
Heineken e MolsonCoors em outros países. No entanto, em uma aliança pró-competitva,