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RESUMO
O propósito desta Dissertação é estudar a Rádio Nacional como pioneira na produção do
radioteatro brasileiro. Capítulo I analisa a origem e o desenvolvimento do rádio no Brasil, sob
aspectos históricos. Parte da premissa de que os caminhos do rádio se inter-relacionam com os
caminhos político-econômicos e sócio-culturais do Brasil. Baseando-se na obra La radio por
dentro y por fuera, de Jimmy Garcia Camargo, o autor enfatiza a descoberta da eletricidade
como fator que proporcionou a invenção do aparelho capaz de transmitir sinais através de ondas
eletromagnéticas, dispensando a conexão por meio de fios. As invenções do telégrafo e do
telefone constituem a base da radiodifusão. Esses equipamentos permitiam a transmissão de
sinais, com o uso de fios. Os militares foram os pioneiros a utilizarem a teleradiodifusão pelo fato
de ser um instrumento que facilitava comunicação entre os navios de uma frota. A paternidade
do invento do rádio foi atribuída a Guilherme Marconi, graças aos interesses e apoio da
Inglaterra. Porém, no Brasil, a figura do padre Landell de Moura que inventou construiu
equipamentos para a radiodifusão sonora, começa ser apontado como precursor de Marconi.
Contudo, não obteve apoio do governo brasileiro, apesar de ter suas invenções patenteadas nos
Estados Unidos, como acentua Antonio Costella. A radiodifusão é implantada no Brasil, após a
Primeira Guerra Mundial, em 1922. Nesse ano festejava-se o Centenário da Independência.
Duas importantes indústrias de produtos eletrônicos, a Westinghouse e a General Electric,
colaboraram nas instalações da primeira emissora brasileira que foi denominada mais tarde de
Rádio Sociedade do Rio de Janeiro por iniciativa de Roquette Pinto e Henrique Moritze. Após
destacar os fatos que marcaram o início da radiodifusão brasileira, incluindo as fases em que
surgem as primeiras modificações da programação chega-se à conclusão, de que o Capítulo I
enfatiza que o rádio tem uma importância fundamental graças ao seu alcance geográfico e a
função de informar, formar, orientar, educar e entreter o seu público-alvo. O capítulo II enfatiza o
radiodrama como veia artística da radiodifusão sonora.
Sinaliza que existem poucos autores que tratam do gênero. No Brasil, Antonio Adami escreveu
sobre o tema em livros e revistas. Para a redação deste texto recorreu-se a Fernando Curado
Ribeiro (de Portugal) e à coletânea organizada por George Bernard SPERBER, (da Alemanha).
A produção do radiodrama tem sua origem quase concomitante ao surgimento do próprio rádio.
As primeiras peças surgiram na Europa, a partir de 1924, como assinala Fernando Curado
Ribeiro. Para esse autor, a primeira peça que marca definitivamente foi francesa e era
denominada de Maremoto, datada de maio de 1924. O texto do radiodrama possui
peculiaridades em relação aos demais gêneros radiofônicos. Ribeiro indica uma estrutura para
sua produção. Esse autor classifica as etapas de uma produção radiofônica, identifica os códigos
da linguagem radiofônica aplicados ao radiodrama. De falar de “imagens sonoras”, o autor
ensina que “ruídos e trucagens” fazem parte da arte da dramaturgia no rádio. Os “elementos da
peça radiofônica” são apresentados por Wemer Klippert, na coletânea de Sperber, destaca a
função do microfone e da fita magnética na edição de peças. Tratava-se de uma tecnologia que
colocava no ostracismo a apresentação ao vivo, como acontecia nos primeiros tempos do rádio.
Depois de focalizar o rádio como instrumento de difusão da cultura popular, este capítulo traça
um perfil da Era Vargas, em que o controle do Estado se fazia presente em toda programação
nacional, com o objetivo de manipular a opinião pública para a manutenção do “status quo” do
sistema vigente no Brasil. No capítulo III aborda-se a Raio Nacional como fenômeno de
vanguarda em se tratando da radiodifusão sonora no Rio de Janeiro e no Brasil. Analisa as fases
pelas quais a emissora passou desde sua fundação, em 1936. Enfatiza seu papel no
desenvolvimento da programação popular, principalmente na difusão de gêneros de produção de
radioteatro. A Rádio Nacional deixou uma marca na história da radiodifusão sonora, mormente
em se tratando de produções de radionovelas, antes do advento da Televisão, em 1950. A nova
mídia fez com que o rádio buscasse novas alternativas de linguagens. A isso se deve o
surgimento das emissoras de Freqüência Modulada (FM). As programações iniciais constavam
mais de músicas dirigidas aos jovens. As emissoras em AM, conhecidas como Onda Média,
diante da Televisão, também se adequaram à nova dimensão da cultura midiática no Brasil.
Ressalte-se que a Rádio Nacional destacou-se, sobretudo, pela produção do radioteatro. Sua
capacidade administrativa, descobriu que o radioteatro trazia para a emissora uma grande