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CRISTINA WERKMAN
ESTUDO DOS EFEITOS DO RISEDRONATO E DA
CALCAREA PHOSPHORICA 6CH NA REPARAÇÃO ÓSSEA
EM RATOS MACHOS CASTRADOS
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de São José dos Campos,
Universidade Estadual Paulista, como parte
dos requisitos para obtenção do título de
MESTRE, pelo Programa de Pós Graduação
em BIOPATOLOGIA BUCAL, Área
Biopatologia Bucal.
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CRISTINA WERKMAN
ESTUDO DOS EFEITOS DO RISEDRONATO E DA
CALCAREA PHOSPHORICA 6CH NA REPARAÇÃO ÓSSEA
EM RATOS MACHOS CASTRADOS
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de São José
dos Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de MESTRE, pelo Programa de
Pós Graduação em BIOPATOLOGIA BUCAL, Área Biopatologia
Bucal.
Orientadora: Profa. Dra. Adriana Aigotti Haberbeck Brandão
São José dos Campos
2005
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais DELMINA PINTO WERKMAN e JACOB WERKMAN
por todo amor e carinho que sempre dedicaram a mim, pelos esforços e
renúncias, a eles dedico a chance que tive de vencer etapas e transpor
barreiras, ganhando um mundo de liberdades.
Homenageio
À amada Professora Doutora ADRIANA AIGOTTI
HABERBECK BRANDÃO, pela tranqüilidade de mostrar como o mundo é
repleto de surpresas boas, com sua constante alegria e paciência (principalmente
nos meus momentos elétricos), me ensinou muito, alcançando âmbito tanto
profissional quanto pessoal, de coração eu agradeço.
À minha querida Professora Doutora ROSILENE
FERNANDES DA ROCHA, pelos abraços, sorrisos e alegrias sempre
disponíveis a todos que entram em sua vida proporcionando uma agradável
convivência para quem está tão longe de casa, acolhendo e transmitindo seus
valiosos conhecimentos, muito obrigado por me fazer uma profissional mais
capaz.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
na pessoa do Diretor da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos
Professor Doutor PAULO VILELA SANTOS JÚNIOR pela oportunidade da
realização do curso de Pós-Graduação em Biopatologia Bucal.
À Professora Adjunta YASMIN RODARTE CARVALHO.
pelas sugestões, auxílios e colaboração durante a realização deste curso.
Ao Professor Doutor LUIZ EDUARDO BLUMER ROSA,
Chefe do Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal, pelo apoio e
sugestões em diversos momentos.
Ao professor IVAN BALDUCCI pela disposição em transmitir
seus conhecimentos, experiências e orientações, pelas idéias e ajudas. Pela
elaboração da análise estatística e gráficos dos resultados deste estudo.
À secretária SÍLVIA SCARPEL, pela ajuda e compreensão em
todas as dúvidas, pelos conselhos e orientações profissionais e pessoais.
Aos funcionários do Biotério, LOURIVAL JACOB,
ANTÔNIO DOMINGOS SÁVIO BARBOSA MAIA VASCONCELOS e
VALDIR MARQUES pela colaboração na fase experimental desta pesquisa.
Aos ANIMAIS EXPERIMENTAIS cujas vidas foram
sacrificadas em benefício do progresso da ciência.
À técnica de laboratório MARIA SALETE FARIA, pelo
preparo do material histológico.
Às secretárias do Programa de Pós-Graduação, ROSEMARY
DA FÁTIMA SALGADO, ERENA MICHIE HASEGAWA e MARIA
APARECIDA CONSIGLIO DE SOUZA, pela atenção e disponibilidade.
À bibliotecária ÂNGELA DE BRITO BELLINI, pela
disponibilidade e paciência na revisão deste estudo.
A todos os COLEGAS DO PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO pela convivência
A COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE
PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES) pela bolsa concedida durante o
deccorer da tese.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
À FAMÍLIA BRANDÃO, CELSO, HENRIQUE, MARGARIDA,
EDUARDO, GUIDO, ELISA, MARINA, por todos os momentos que precisei
do apoio e suporte de uma família, vocês estiveram lá. Trazendo alegrias,
conselhos e me tornando uma pessoa mais feliz.
À minha irmã CAROLINA WERKMAN TAVARES e seu esposo VINÍCIUS
TAVARES pelas lições de vida que me proporcionaram.
Aos meus amados padrinhos, ANA MARIA e WERNER NIFFLER PINTO,
que sempre acreditaram em mim.
A minha queridos tios JOÃO e TEREZA CAVALCA PINTO, minha prima
ANA ELISA CALAVALCA ERN e seu esposo ODILON ERN, por todos os
momentos de descanso e alegria durante estes dois anos
Aos amigos PAULO VIANNA, JULIMAR VIANNA, ARLETE e FELIPE
LOPES, DAVI LAVAREDA que aconselharam e apoiaram todos os momentos,
ensinando que “até para chorar nesta vida a gente deve organizar”, mesmo longe,
sempre fizeram presentes em palavras e lembranças, sempre alegres e positivos
todas as etapas que passamos juntos.
À querida amiga GISELLE SENRA pela força, compreensão e amizade, em
todos os momentos, agüentando toda a energia e ansiedade que compõem esta
amiga, sendo minha “irmã adotante” no decorrer desta tese.
Ao amigo PIETRO MAINENTI, por todas as conversas, risadas e dicas
dispensadas a mim desde que nos conhecemos, certamente lições aprendidas e
levadas em conta a cada dia..
A todos os que fizeram parte desta jornada, amigos e colegas do programa de pós-
graduação e também alunos da graduação. Em diversos momentos contei com
todos, fosse para apoio, companhia; para as horas de estudo, dúvida e choro
(aqueles que a gente acha que nunca vai passar..., mas passam) e pessoas que
estão conosco sempre ensinam durante a caminhada. Vocês passaram em minha
vida deixando marcas e lições que levarei em minha jornada, acadêmica e pessoal,
obrigada por terem dividido seu tempo e vivência.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS............................................................................12
LISTA DE FIGURAS............................................................................14
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS...............................................17
RESUMO.............................................................................................19
1 INTRODUÇÃO..................................................................................20
2 REVISÃO DA LITERATURA.............................................................22
2.1 Osteoporose .................................................................................22
2.2 Processo de remodelação óssea...................................................32
2.3 Reparo ósseo.................................................................................34
2.4 Tratamentos...................................................................................36
2.4.1 Bifosfonatos................................................................................37
2.4.2 Homeopatia.................................................................................46
3 PROPOSIÇÃO..................................................................................52
4 MATERIAL E MÉTODO....................................................................53
4.1 Animais e grupos experimentais....................................................55
4.2 Procedimentos Cirúrgicos..............................................................55
4.2.1 Anestesia....................................................................................55
4.2.2 Antibiótico ...................................................................................55
4.2.3 Castração verdadeira e falsa......................................................55
4.3 Defeitos ósseos .............................................................................57
4.4 Tratamento e preparação do medicamento...................................58
4.5 Eutanásia e coleta do material.......................................................59
4.6 Análise da densidade radiográfica.................................................60
4.7 Análise Histológica.........................................................................61
4.8 Fotografia.......................................................................................62
4.9 Análise histomorfométrica..............................................................62
4.10 Delineamento experimental e análise estatística.........................63
5 RESULTADOS..................................................................................64
5.1 Densidade radiográfica..................................................................64
5.2 Histomorfometria do osso formado no reparo................................70
5.2.1 Histomorfometria: retículo...........................................................70
5.2.2 Histomorfometria: espessura do calo..........................................75
5.2.3 Histomorfometria: espessura da cortical.....................................79
5.3 Análise histológica descritiva.........................................................81
6 DISCUSSÃO.....................................................................................88
7 CONCLUSÃO...................................................................................96
8 REFERÊNCIAS ................................................................................97
ANEXO ...............................................................................................109
Abstract................................................................................................110
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Estrutura química do pirofosfato e do bifosfonato............ 39
FIGURA 2 - Estrutura química do risedronato...................................... 43
FIGURA 3 - Esquema demonstrativo dos procedimentos realizados
em função do tratamento e do tempo...............................
54
FIGURA 4 - Castração do rato macho: a) desinfecção do escroto; b)
exposição do testículo; c) ligadura do pedículo vascular;
d) remoção do testículo....................................................
56
FIGURA 5 - Procedimento cirúrgico: a) exposição do tecido ósseo;
b) realização do defeito com broca trefina; c)
visualização do defeito de 3mm; d) defeito ósseo............
58
FIGURA 6 - Administração do medicamento por via oral, com auxílio
de conta gotas e imobilização manual do animal.............
59
FIGURA 7 - Esquema dos procedimentos experimentais em função
do tempo...........................................................................
60
FIGURA 8 - Gráfico das médias de densidade óssea para os quatro
diferentes tipos de tratamento nos três períodos
experimentais...................................................................
66
FIGURA 9 - Gráfico das médias de trabéculas ósseas neoformadas
(%) para as doze diferentes condições experimentais
estabelecidas pelas variáveis: tempo e condição de
tratamento.........................................................................
72
FIGURA 10 - Gráfico das médias de calo ósseo neoformado para as
doze diferentes condições experimentais estabelecidas
pelas variáveis tempo e espessura do calo ósseo ..........
77
FIGURA 11 - Gráfico das médias de cortical óssea para as doze
diferentes condições experimentais estabelecidas pelas
variáveis tempo e tratamento...........................................
81
FIGURA 12 - Imagens panorâmicas dos aspectos morfológicos
observados nos quatro diferentes grupos analisados em
função do tempo e dos tratamentos. HE. 25X. CS)
grupo falso castrado (sham) sem medicação. C) grupo
castrado sem medicação. CCp) grupo castrado e
tratado com Calcarea phosphorica 6CH. CR) grupo
castrado e tratado com risedronato. Observar as
variações no volume e espessura do calo ósseo e da
cortical remodelada..........................................................
84
FIGURA 13 - Imagens dos aspectos morfológicos observados nos
quatro diferentes grupos aos sete dias. HE: CS) grupo
falso castrado (sham) sem medicação - trabéculas
jovens e tecido de granulação abundante. Aumento
original 400X; C) grupo castrado sem medicação -
trabéculas delgadas e mais espaçadas. Aumento
original 400X; CCp) grupo castrado e tratado com
Calcarea phosphorica 6CH – trabéculas numerosas e
pouco espaçadas, presença de alta celularidade dentro
e ao redor das trabéculas, vários osteoblastos. Aumento
original 400X; CR) grupo castrado e tratado com
risedronato - trabéculas delgadas e tecido de
granulação abundante. Aumento original 400X................
85
FIGURA 14 - Imagens dos aspectos morfológicos observados nos
quatro diferentes grupos aos catorze dias. HE: CS)
grupo falso castrado (sham) sem medicação – poucas
trabéculas e lâmina cortical evidente. Aumento original
400X; C) grupo castrado sem medicação – várias
trabéculas e lâmina cortical pouco evidente. Aumento
original 400X; CCp) grupo castrado e tratado com
Calcarea phosphorica 6CH – várias trabéculas, alta
celularidade ao redor das trabéculas e lâmina cortical
delgada. Aumento original 400X; CR) grupo castrado e
tratado com risedronato - trabéculas mais espessas.
Aumento original 400X.....................................................
86
FIGURA 15 - Imagens dos aspectos morfológicos observados nos
quatro diferentes grupos aos vinte e oito dias. HE: CS)
grupo falso castrado (sham) sem medicação – lâmina
cortical organizada e liberação da cavidade medular
evidenciando remodelação avançada. Aumento original
400X; C) grupo castrado sem medicação – formação de
lâmina cortical muito delgada. Aumento original 400X;
CCp) grupo castrado e tratado com Calcarea
phosphorica 6CH – lâmina cortical pouco evidente e
presença de várias trabéculas. Aumento original 400X;
CR) grupo castrado e tratado com risedronato – lâmina
cortical espessa e manutenção de várias trabéculas
invadindo o canal medular. Aumento original
400X.................................................................................
87
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Média e desvio padrão da densidade radiográfica
obtida nos quatro grupos de animais nos diferentes
tempos de observação do reparo das lesões ósseas..
64
Tabela 2 - ANOVA para os dados de densidade óssea no defeito 65
Tabela 3 - Comparação de médias das condições experimentais
pelo teste de Tukey (5%).............................................
67
Tabela 4 - Resultado do teste de Dunnett (5%) para os dados de
densidade óssea comparando animais castrados com
diferentes medicamentos e o grupo falso castrado
(sham) e sem medicamento, para o tempo de sete
dias................................................................................
68
Tabela 5 - Resultado do teste de Dunnett (5%) para os dados de
densidade óssea comparando animais castrados com
diferentes medicamentos e o grupo falso castrado
(sham), para o tempo de 14 dias...................................
68
Tabela 6 - Resultado do teste de Dunnett (5%) para os dados de
densidade óssea comparando animais castrados com
diferentes medicamentos e o grupo falso castrado
sham, para o tempo de 28 dias.....................................
69
Tabela 7 - Média e desvios padrão da quantidade de osso
neoformado na área do retículo, obtido nos quatro
grupos nos três períodos de observação......................
70
Tabela 8 - ANOVA para os dados da quantidade de osso
neoformado no defeito ósseo na área do retículo........
71
Tabela 9 - Comparação de médias de osso neoformado em %
nas condições experimentais pelo teste de Tukey
(5%)..............................................................................
73
Tabela 10 - Resultado do teste de Dunnett (5%) para os dados da
quantidade de osso formado dentro do retículo,
comparando os animais castrados com diferentes
tratamentos e o grupo sham, para sete dias................
74
Tabela 11 - Resultado do teste de Dunnett (5%) para os dados
obtidos comparando a quantidade de trabeculado
ósseo formado em animais castrados com diferentes
tratamentos e o grupo sham falso castrado e sem
medicamento, para o tempo de 14 dias.......................
74
Tabela 12 - Resultado do teste de Dunnett (5%) para os dados
comparando a quantidade de osso formado em
animais castrados com diferentes medicamentos e o
grupo sham, para o tempo de 28 dias.........................
75
Tabela 13 - Média e desvio padrão da espessura do calo ósseo
formado durante o reparo do defeito............................
76
Tabela 14 - ANOVA para os dados da espessura do calo ósseo
formado durante o reparo do defeito.............................
76
Tabela 15 - Comparação de médias de espessura do calo ósseo
nas condições experimentais pelo teste de Tukey
(5%)...............................................................................
78
Tabela 16 - Média e desvio padrão da espessura da cortical
adjacente à lesão óssea................................................
79
Tabela 17 - ANOVA para os dados da quantidade de osso na
cortical óssea.................................................................
80
Tabela 18 - Comparação de médias da espessura da cortical
adjacente ao calo ósseo nas condições experimentais
pelo teste de Tukey (5%)...............................................
80
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANOVA = Análise de Variância
DMO = Densidade mineral óssea
BMU = Unidade multicelular básica
CAST = Castração
C = Grupo castrado e não medicado
CCp =
Grupo castrado e medicado com Calcarea
phosphorica 6CH
CR = Grupo castrado e medicado com risedronato
FDA =
Food and Drug Administration
DEXA = Absorptiometria de emissão dupla de RX
DO = Densidade óssea
EUA = Estados Unidos da América
H
+
= Hidrogênio
H
3
O
+
= Radical livre de oxigênio
HE = Coloração por hematoxilina e eosina
IL = Interleucina
MO = Microscópio óptico
MCT = Tomografia micro-computadorizada
OH = Grupamento hidroxil
OMS = Organização Mundial de Saúde
PDGF = Fator de crescimento derivado de plaquetas
P = Fósforo
PTH = Hormônio paratireoidiano
RX = Raios X
CS = Grupo falso castrado e não medicado
SHAM = Grupo submetido à falsa castração
TGF- Beta = Fator de crescimento transformante Beta
TGF-Alfa = Fator de crescimento transformante Alfa
FGF = Fator de crescimento para fibroblasto
3D = Tridimensional
WERKMAN, C. Estudo comparativo dos efeitos de risedronato e de
Calcarea phosphorica 6CH na reparação óssea em tíbias de ratos
machos castrados. 2005.110f. Dissertação (Mestrado em Biopatologia
Bucal, Área Biopatologia Bucal) - Faculdade de Odontologia de São José
dos Campos, Universidade Estadual Paulista, São José dos Campos,
2005.
RESUMO
A osteoporose, doença caracterizada pela perda de massa óssea, tem sido alvo de
estudos nos últimos anos. Fraturas decorrentes da osteoporose são muito comuns e
podem apresentar consolidação mais lenta. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito
do risedronato (medicamento alopático) e da Calcarea phosphorica 6CH (medicamento
homeopático) no processo de reparo ósseo em ratos machos com osteoporose induzida
por castração. Para tanto, foram utilizados oitenta e quatro ratos de três meses de idade
separados em quatro grupos de vinte e um animais, sendo três grupos submetidos à
castração e um grupo a falsa cirurgia (sham). Um mês após, foram realizadas lesões
ósseas monocorticais na tíbia de todos os animais e a partir do dia seguinte, os
respectivos tratamentos foram iniciados de acordo com os seguintes grupos: CR -
castrado/ risedronato (1mg/kg/dia); CCp - castrado/Calcarea phosphorica 6CH (três
gotas/dia); CP - castrato/placebo e SP – sham/placebo que receberam apenas três gotas
ao dia de água destilada. Os animais foram sacrificados aos sete, catorze e vinte e oito
dias após o início do tratamento e as tíbias removidas. Radiografias digitais foram
realizadas e avaliadas pelo programa Image Tool para obter a densidade óptica na área
do defeito. Então as tíbias foram descalcificadas e processadas para a realização das
análises histológicas. A histomorfometria mediu a porcentagem de osso formado
utilizando um retículo graduado colocado no centro da lesão através do programa Image
J. Para a análise estatística, os dados foram submetidos aos testes de ANOVA, Tukey e
Dunnett, ao nível de 5%. Segundo a análise da densidade óptica, o grupo CCp
apresentou os melhores resultados aos sete e catorze dias, mas foi superado pelo grupo
CR aos vinte e oito dias. Segundo a histomorfometria o grupo SP apresentou o melhor
resultado aos sete dias, mas o grupo CR, superou os valores dos demais aos catorze e
vinte e oito dias. Medindo a espessura do calo o grupo CR formou o calo mais espesso
aos sete e vinte e oito dias. Concluiu-se que o tratamento com risedronato estimulou a
maior quantidade de formação óssea no reparo da lesão, devido à formação de osso
resistente à remodelação. A Calcarea phosphorica 6CH foi mais eficiente nas fases
iniciais do processo de reparo, porém, sofreu remodelação óssea. A castração interferiu
de forma prejudicial no reparo levando à perda óssea contínua. O exame radiográfico
mostrou-se pouco sensível a pequenas variações na perda e neoformação óssea em
ratos.
PALAVRAS-CHAVE: Regeneração óssea; risedronate; Calcarea
phosphorica; osteoporose; histologia comparada ; homeopatia; análise de
variância; ratos.
1 INTRODUÇÃO
Com o aumento da expectativa de vida, cresce também o
número de patologias que acometem pessoas idosas.
A osteoporose é atualmente uma doença de alta
prevalência mundial, principalmente após os cinqüenta anos de idade.
Tem sido bastante estudada em mulheres pós-menopausa, mas hoje é
conhecido que homens também são acometidos por esta patologia. A
osteoporose é caracterizada pelo desequilíbrio entre formação e
reabsorção óssea, levando a perda de massa e estrutura óssea
progressiva com a idade. Geralmente tem curso silencioso e
assintomático, com diagnóstico confirmado após algum tipo de fratura.
(NATIONAL OSTEOPOROSIS FOUNDATION
52
, 2004; GUEDES JUNIOR
et al.
29
, 2003; WATTS et al.
80-1
, 2004; GILBERT & McKIERNAN
27
, 2005).
Com a perda da qualidade óssea e as fraturas que
ocorrem devido à diminuição da densidade óssea, os pacientes
apresentam importante diminuição da qualidade de vida, passam a ter
suas vidas limitadas e dependentes de diversos recursos terapêuticos,
constituindo atualmente um problema de saúde pública. (NATIONAL
OSTEOPOROSIS FOUNDATION
52
, 2004; GILBERT & McKIERNAN
27
,
2005).
Existem vários tipos de tratamento, visando prevenir a
perda de massa óssea e aumentar a densidade óssea e assim diminuir o
risco de fratura. Entre os medicamentos alopáticos tradicionais temos a
reposição hormonal, complementação mineral com cálcio e vitamina D,
bifosfonatos, raloxifeno, sinvastatina (ANBINDER
4
, 2004) e calcitonina
(MARCUS
43
, 1996; ARISAWA et al.
5
, 2000; HOOVEN et al.
34
, 2005). O
21
risedronato é um bifosfonato de última geração com alta efetividade anti-
reabsortiva que leva a ganho ósseo importante e estável (FOGELMAN et
al.
25
, 2000; CRANEY
20
, 2002; WATTS et al.
79
, 2003).
Terapias alternativas têm sido investigadas buscando a
melhora ou prevenção da doença e melhora no reparo ósseo, além de
redução de efeitos colaterais e menor custo do tratamento. Entre estas
são citadas a fitoterapia, derivados da soja (AMADEI
3
, 2004) e a
homeopatia (TYLER
74
, 1992; VIJNOVSKY
76
, 1992).
Este trabalho teve como intenção avaliar
comparativamente o efeito do medicamento alopático risendronato e o
homeopático Calcarea phosphorica 6CH na reparação de lesão óssea em
animais com osteopenia.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Osteoporose
A osteoporose é uma doença sistêmica caracterizada pela
perda de massa óssea e deterioração estrutural do tecido ósseo, que
pode conduzir a fraturas, especialmente no quadril, fêmur, corpos
vertebrais e antebraço, embora qualquer osso possa ser afetado
(MARCUS
43
, 1996). É considerada um problema de saúde pública, que
ameaça aproximadamente 44 milhões de norte americanos,
correspondendo a 55% das pessoas com mais de cinqüenta anos. Oitenta
por cento dos casos ocorre em mulheres e (GUEDES JUNIOR et al.
29
,
2003; NATIONAL OSTEOPOROSIS FOUNDATION
52
, 2004; WATTS et
al.
80-1
, 2004) somente a partir das últimas décadas passou a ser
valorizada a ocorrência e o impacto da osteoporose na população
geriátrica masculina (O´KEEFE
53
, 2001; BAE & STEIN
7
, 2004).
Atualmente estima-se que 10.000.000 desse total apresentam a doença
instalada e que 34.000.000 apresentam diminuição menos acentuada da
massa óssea, constituindo uma alteração denominada osteopenia, com
alto risco de evoluir para osteoporose (SALGADO
63
, 2002; GUEDES
JUNIOR et al.
29
, 2003; NATIONAL OSTEOPOROSIS FOUNDATION
52
,
2004; WATTS et al.
80-1
, 2004).
Esta é uma doença silenciosa, geralmente ocorre de
maneira assintomática e os indivíduos acometidos terão diagnóstico
confirmado após algum tipo de fratura. Uma em duas mulheres e um entre
quatro homens com idade superior a cinqüenta anos terá uma fratura
relacionada à osteoporose no decorrer da sua vida. Ao ano ocorrem
23
associadas à osteoporose, mais de setecentas mil fraturas vertebrais,
trezentas mil no quadril, cerca de duzentas e cinqüenta mil no pulso e
trezentas mil fraturas em outras localizações (GUEDES JUNIOR et al.
29
,
2003; NATIONAL OSTEOPOROSIS FOUNDATION
52
, 2004; WATTS et
al.
80-1
, 2004).
Um risco significante do desenvolvimento desta doença é
relatado em pessoas de todos os grupos étnicos e apesar da osteoporose
ser uma patologia comum em pessoas idosas, pode aparecer também em
outras faixas etárias (CALERO et al.
13
, 2000; RIGGS et al.
58
, 2002;
FUKS
26
, 2004; LANGER
41
, 2004).
Didaticamente é dividida em osteoporose primária e
secundária, sendo a primária subdividida em tipo I e tipo II.
A osteoporose primária tipo I, também conhecida como
pós-menopausa, acarreta rápida perda óssea na mulher, atingindo
predominantemente o osso trabecular e freqüentemente está associada a
fraturas das vértebras e do rádio distal. A tipo II ou senil é relacionada ao
envelhecimento, ocorre por deficiência crônica de cálcio e diminuição da
formação óssea (MARCUS
43
, 1996; BANDEIRA et al.
8
, 2000;
SZEJNFELD
69
, 2000). A osteoporose secundária é decorrente de diversas
condições sistêmicas como alterações endócrinas (aumento da atividade
do paratormônio, hipertireoidismo e desordens adrenais), mieloma
múltiplo, falta de atividade física, processos inflamatórios como a artrite
reumatóide e uso de substâncias como heparina, álcool, vitamina A e
corticoesteróides (WATTS et al.
80-1
, 2004; RIGGS et al.
58
, 2002;
LANGER
41
, 2004; VONDRACEK & HANSEN
78
, 2004).
A osteoporose, primária ou secundária, é caracterizada
pelo desequilíbrio entre a formação e reabsorção óssea (BANDEIRA et
al.
8
, 2000; MARIE
45
, 2001; VONDRACEK & HANSEN
78
, 2004).
Apesar da etiologia da osteoporose não ser
completamente entendida, existe um consenso que ela tem origem
multifatorial (RUBIN et al.
62
, 1992).
24
Com o passar dos anos a perda de massa óssea tem
aumentado, abrangendo uma grande parcela da população mundial.
Geralmente a partir dos quarenta anos de idade é identificada uma perda
óssea anual de aproximadamente 0,3-0,7%. A menopausa acelera o
processo, podendo essa perda óssea chegar a valores maiores que 9%
de osso trabecular e 2% de osso cortical (RUBIN et al.
62
, 1992).
O aumento de massa óssea se dá de forma gradual,
sendo acelerada na fase da adolescência até alcançar a maturidade
sexual e seu pico acontece por volta dos 25 anos na mulher e trinta a
trinta e cinco anos no homem (GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003;
LANGER
41
, 2004).
O pico de massa óssea atingido quando adulto jovem
bem como a perda deste associado à idade, são considerados fatores
diretamente ligados à instalação da doença e à maior resistência ou
susceptibilidade às fraturas. Este pico ser elevado é fundamental para
que, mesmo havendo perdas em idades mais avançadas, principalmente
pós-menopausa, o indivíduo mantenha densidade mineral óssea
suficiente para evitar fraturas osteoporóticas (SMITH JUNIOR & THIER
66
,
1992; GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003; LANGER
41
, 2004).
Admite-se que o valor do pico de massa óssea possa ser
influenciado por componente genético, carga mecânica, ambiente
hormonal e nutricional da criança e do adolescente (GUEDES JUNIOR et
al.
29
, 2003; LANGER
41
, 2004). A suplementação de cálcio em crianças
aumenta de maneira significante o pico de massa óssea alcançado na
vida adulta (BANDEIRA et al.
8
, 2000). Após a puberdade, o crescimento
ósseo cessa, a formação e a reabsorção óssea se equilibram, ocorrendo
na mesma proporção, mantendo desta forma a massa óssea estável por
um tempo variável (CALERO et al.
13
, 2000; FUKS
26
, 2004).
Durante a idade adulta, a quantidade de osso estável vai
ser proporcional ao pico de massa óssea atingido. Existem divergências
sobre a duração desta fase de equilíbrio ósseo, alguns autores
25
consideram que o pico se mantém por um breve período de tempo antes
do início da perda óssea relacionada à idade, enquanto outros acreditam
que ele permanece em um platô por vários anos (CALERO et al.
13
, 2000;
FUKS
26
, 2004).
Com o avanço da idade, há um desequilíbrio no ciclo de
remodelação óssea, evidenciando uma formação mais lenta e menor em
proporção à reabsorção óssea. O mecanismo da involução óssea está
relacionado com um desequilíbrio entre formação e reabsorção, não
apenas com o aumento da reabsorção. Com este desequilíbrio, existe
menor capacidade de formar osso em quantidades suficientes para repor
o que foi reabsorvido (GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003). Com a perda da
estrutura e fragilização dos ossos acometidos, é comum que os indivíduos
sejam mais susceptíveis à fratura óssea espontânea (TEITELBAUN
71
,
2000).
Inicialmente são afetadas regiões onde
existepredominância de osso trabecular, como corpos de vértebras
dorsais e lombares e região distal do radio. A ação no osso cortical leva
um tempo maior para se desenvolver, e os primeiros ossos a evidenciá-la
são o colo do fêmur e vértebras. Tal perda óssea é geralmente
assintomática, porém, é sinalizada clinicamente através de dor crônica e
deformidade óssea quando existe fratura (BANDEIRA et al.
8
, 2000;
CALERO et al.
13
, 2000; GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003; FUKS
26
, 2004).
Como a perda óssea sistêmica é cumulativa, há a predisposição de que o
esqueleto apresente maior risco de fratura ao longo dos anos (RUBIN
62
,
1992; BLAKE & FOGELMAN
9
, 2002; STEENBERGHE
68
, 2003).
O envelhecimento é um fator importante para o processo
de involução óssea que acomete homens e mulheres, independente da
diminuição dos hormônios sexuais. O decréscimo da massa óssea em
função da idade tem início por volta dos trinta-quarenta anos de vida,
ocorre de forma lenta e linear, sendo contínuo e de caráter irreversível, e
26
seu efeito é mais evidente no osso cortical que no trabecular
(RANDOMINSKI et al.
56
, 2002).
Diversas condições relacionadas à qualidade de vida são
relatadas como adjuvantes para maior perda óssea. A não existência de
uma rotina de vida saudável com alimentação adequada e exercícios
regulares agrava quadros de osteopenia e osteoporose. Hábitos do
mundo “moderno”, como pequenos lanches hipercalóricos e
hiperproteicos, com sal e gordura em demasia, são marcantes no
cotidiano da população mundial, levando ao desenvolvimento de
indivíduos adultos que apresentam deficiências nutricionais importantes
(RUBIN et al.
62
, 1992). A baixa ingestão de cálcio é bastante comum,
sendo correlacionada com o aumento da incidência de pacientes com
osteoporose (LANGER
41
, 2004).
Alguns valores sociais estéticos também podem
influenciar. Indivíduos com bulimia e anorexia, doenças que alteram seus
hábitos alimentares em favor da estética, sem noção do colapso causado
aos seus organismos, afetando entre diversos aspectos também a
densidade óssea adquirida (WATTS et al.
80
, 2004).
Desordens endócrinas como a diabetes, hipertireoidismo
e hipotireoidismo também podem causar perda óssea (MUSSOLINO et
al.
51
, 2003; WATTS et al.
80-1
, 2004).
Pessoas acometidas de hipogonadismo desenvolvem
osteoporose, fato demonstrado através de densitometria óssea
(WYLLIE
83
, 2003; VONDRACEK & HANSEN
78
, 2004; WATTS et al.
80-1
,
2004). Investigações revelaram que a densidade mineral óssea (DMO) em
vértebras era 44% menor que a esperada e 38% menor na região de colo
do fêmur (ASPRAY
6
, 1996).
A inatividade física compromete de maneira direta o
aumento da perda óssea. A prática de exercícios físicos corretamente
orientados estimula o ciclo de remodelação óssea. Estes devem ser
regulares, pois os efeitos osteogênicos são rapidamente perdidos quando
27
ocorre diminuição da intensidade ou freqüência dos mesmos (RUBIN et
al.
62
, 1992; LANGER
41
, 2004).
Pacientes sob condições de imobilização, permanência
prolongada em leito e astronautas que ficam por longos períodos sem
ação da gravidade apresentam perda óssea substancial (LANGER
41
,
2004).
Nas últimas décadas, estudos na área da biologia
molecular demonstraram que a expressão e ativação de alguns genes
contribuem para o fenótipo clínico da osteoporose em ambos os sexos
(MARIE
45
, 2001; GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003).
Além da quantidade, a qualidade óssea deve ser avaliada,
compreendendo a arquitetura trabecular, o grau de mineralização da
matriz, o tipo e quantidade de colágeno entrelaçado, o equilíbrio durante o
processo de turnover ósseo e o acúmulo de microfraturas (VONDRACEK
& HANSEN
78
, 2004; WATTS et al.
80-1
, 2004).
A perda de massa óssea ocorre de maneira semelhante
em mulheres e homens até o momento em que elas ingressam no
processo de menopausa. Existe uma diminuição abrupta da massa óssea,
atingindo valores médios de 2% ao ano, durante cinco a dez anos
seguintes, basicamente em função do aumento do turnover ósseo, devido
à deficiência estrogênica, superposta à perda óssea associada à idade
(GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003; VONDRACEK & HANSEN, 2004).
Como as taxas de renovação óssea diferem em diversas
partes do esqueleto, vale a pena considerar o esqueleto apendicular ou
periférico em separado do axial ou central. Os ossos apendiculares
compreendem 80% da massa óssea total e são compostos principalmente
por osso cortical compacto, os axiais como a coluna e a pélvis, contém
quantidades consideráveis do osso trabecular, possuindo uma cortical fina
(MARCUS
43
, 1996).
Durante os primeiros anos da pós-menopausa, a
proporção de osso perdida no esqueleto periférico difere da ocorrida no
28
esqueleto axial. Esta se faz de maneira mais marcante no osso trabecular
explicando, em parte, a apresentação mais precoce de fratura vertebral
quando comparada à fratura do fêmur proximal, que acontece em idades
avançadas. A taxa de perda óssea na pós-menopausa varia, não apenas
entre os sítios do esqueleto, mas também de mulher para mulher, sendo a
constituição corporal parcialmente responsável por essa variação
(GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003).
Os homens sofrem com a perda óssea, e após entrar na
faixa dos sessenta anos, apresentam o mesmo risco de fratura que as
mulheres, cinco anos depois do início da menopausa (DE LAET et al.
21
,
1997). Mas esta perda acontece de maneira diferente, é lenta e sem
grandes picos, uma vez que as funções gonadais masculinas involuem
gradualmente. Assim, o diagnóstico só é feito em idade avançada quando
a perda óssea é intensa, podendo chegar a condições devastadoras
(VONDRACEK & HANSEN
78
, 2004).
Homens submetidos a tratamentos que levam a
diminuição parcial ou total dos hormônios masculinos, desenvolvem
osteoporose (BAE & STEIN
7
, 2004; NATIONAL OSTEOPOROSIS
FOUNDATION
52
, 2004; SMITH JUNIOR & THIER
66
, 2003). Aspray et al.
6
(1996), em relato de caso clínico, descrevem que pacientes masculinos,
portadores de hipogonadismo, privados da terapia hormonal com
testosterona, tiveram uma contribuição maior para a instalação da
osteoporose. Langer
41
(2004) sugere que homens com baixo nível de
testosterona têm indicação de fazer reposição, com finalidade de
prevenção ou tratamento da osteoporose.
A taxa da perda de massa óssea nos homens é de
apenas 3-5% por década, explicando a menor incidência de fraturas
osteoporóticas nos homens. Observando-se uma curva normal de
densidade mineral óssea da coluna lombar (L2-L4) em homens, nota-se
que a partir dos quarenta-cinquenta anos esta começa a diminuir
lentamente, a uma taxa praticamente constante, podendo resultar em
29
fraturas em idade mais avançada (GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003). É
relatado que o risco de ocorrer fratura decorrente da osteoporose na
população masculina é de 13% (O´KEEFE
53
, 2001; BAE & STEIN
7
, 2004;
VONDRACEK & HANSEN
78
, 2004), sendo que este número aumenta
para 25% em homens com mais de sessenta anos (BAE & STEIN
7
, 2004).
Para diagnóstico, acompanhamento e avaliação da
qualidade e quantidade óssea em casos de osteoporose, osteopenia e
mesmo em pacientes sem a doença, diversas opções são
disponibilizadas, desde exames de urina e sangue até exames mais
sofisticados que utilizam imagens dos ossos a serem analisados
(FOGELMAN et al.
25
, 2000; GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003; LEDER et
al.
42
, 2003).
A presença de minerais como o cálcio e o fosfato na
circulação sangüínea são essenciais para o organismo. Para diversas
funções, os íons são removidos do tecido ósseo e por isso quanto maior a
taxa de cálcio presente no plasma sangüíneo, maiores as perdas minerais
ocorridas nos ossos (TORTORA & GRABOWSKY
72
, 2002; LANGER
41
,
2004).
A avaliação da quantidade de hormônios, cálcio, fosfato,
creatinina e fosfatase alcalina, no sangue ou urina, possibilitam quantificar
o turnover ósseo, sendo em muitos casos, usados para decidir se o
tratamento está ou não sendo eficaz. Porém, os valores obtidos nos
exames sangüíneos refletem apenas as perdas recentes ou em atividade,
sem mensurar o quanto já foi perdido (HOFBAUER & SCHOPPOL
33
,
2004; VONDRACEK & HANSEN
78
, 2004; WATTS et al.
80-1
, 2004).
No passado, a avaliação de osteoporose era realizada
através de biópsias removendo o tecido ósseo. Porém, devido à grande
invasividade representada por estes procedimentos aliado ao
desenvolvimento de sofisticados métodos diagnósticos, foram elaborados
novos protocolos. Atualmente existem diversos exames e técnicas para
quantificar a densidade do osso trabecular e cortical, seja em região
30
restrita ou em todo o esqueleto. São exames de imagem como
radiografias, densitometrias ósseas, ultrassons e tomografias (CALERO et
al.
13
, 2000; BAE & STEIN
7
, 2004; BOONEM et al.
11
, 2004).
A radiografia convencional tem fácil execução e custo
bastante acessível. Porém, não é considerado o procedimento mais
adequado, pois só teremos imagens compatíveis com rarefação óssea
quando a perda mineral já estiver em torno de 30-50% (CALERO et al.
13
,
2000; GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003). É um método mais eficiente para
mensurar o osso cortical, sendo, portanto um exame menos sensível
(BAE & STEIN
7
, 2004).
O ultra-som é uma outra opção em estudo para avaliação
da densidade mineral óssea (DMO). O paciente não é submetido à
radiação, o aparelho é portátil e o exame é rápido. Porém, ainda não tão
preciso quanto a densitometria óssea, sendo indicado como um exame
complementar (CALERO et al.
13
, 2000; GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003;
BAE & STEIN
7
, 2004)
A densitometria óssea é um exame adequado para
quantificar a massa óssea, com baixa radiação e acessível à população.
Através do método Dual Energy X-ray Absorptiometry (DEXA) mede a
quantidade óssea não individualizando se é osso trabecular ou cortical
(LANGER
41
, 2004, FUKS
26
, 2004; VONDRACEK & HANSEN
78
, 2004). É
considerado o melhor exame quando observados cabeça de fêmur ou o
osso como um todo (BAE & STEIN
7
, 2004).
Em 1994, a Organização Mundial de Saúde (OMS),
recomendou que a osteoporose fosse mensurada por T-escores,
calculada com base na densidade mineral óssea (DMO). Para determinar
esta medida, deve-se subtrair a DMO encontrada nos pacientes
estudados (com osteoporose) pela DMO média padrão de um grupo
etário, étnico e sexualmente semelhante, sem osteoporose ou osteopenia
(BLAKE & FOGELMAN
9
, 2002; VONDRACEK & HANSEN
78
, 2004).
31
Com protocolo estabelecido e adequado para a
osteoporose em mulheres, a OMS não estabeleceu o mesmo para
homens. Assim, são utilizados os parâmetros femininos em homens,
podendo estimar valores inadequados para a osteoporose masculina
(BAE & STEIN
7
, 2004; VONDRACEK & HANSEN
78
, 2004).
A tomografia computadorizada avalia a densidade nos
ossos, isolando o trabecular do cortical. Como o osso trabecular
apresenta maior turnover que o cortical, este é considerado um exame
mais sensível e claro que o DEXA. Porém, comparado com este último,
tem maior quantidade de radiação emitida e é menos acessível à
população (TAKAHASHI et al.
70
,1999; BAE & STEIN
7
, 2004). A tomografia
micro-computadorizada (MCT) permite uma visão direta tridimensional
das trabéculas, possibilitando medir seu número, conectividade,
espessura e resistência à tração (BOONEN
10
, 2004).
Imagens de ressonância magnética de alta resolução
estão sendo investigadas para estudar o osso trabecular e suas
propriedades mecânicas (TAKAHASHI et al.
70
, 1999).
Novos métodos para mensuração rápida e precisa da
mineralização surgem a cada ano, sendo esta uma área dinâmica de
pesquisa em busca de uma melhor detecção da qualidade e quantidade
das condições ósseas.
2.2 O Processo de remodelação óssea
A remodelação óssea é um processo cíclico que envolve
formação e reabsorção do osso assim como sua mineralização (GUEDES
JUNIOR et al.
29
, 2003; LANGER
41
, 2004; RANG et al.
57
,2004). As células
responsáveis por este processo são os osteoblastos, que depositam
matriz óssea e os osteoclastos, que degradam a matriz presente. Agindo
32
em conjunto, formam a unidade multicelular básica (BMU). O osteoblasto
é considerado o principal agente promotor, controlando também a
diferenciação dos osteoclastos durante o contato intercelular (BOYLE et
al.
12
, 2003; RANG et al.
57
, 2004; JUNQUEIRA & CARNEIRO
38
, 2004).
Os osteoclastos agem aderindo-se à matriz do osso
mineralizado que será reabsorvido, formando uma zona de adesão ou
zona selada. Esta adesão é bem organizada, envolvendo a interação
específica entre moléculas da membrana celular e proteínas específicas
da matriz óssea, sendo delimitada por um anel de membrana plasmática.
Funcionalmente esta área é considerada um compartimento de
reabsorção óssea (BOYLE et al.
12
, 2003; GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003;
LANGER
41
, 2004). No interior desse compartimento, enzimas proteolíticas
que foram produzidas pelos osteoclastos são secretadas. Estas digerem a
matriz mineral e orgânica quando em ambiente ácido. Simultaneamente
ocorre a diminuição do pH neste compartimento pelo bombeamento ativo
de prótons, bem como a formação da borda em escova, modificação da
membrana plasmática na porção da célula em contato direto com a área
de reabsorção óssea com finalidade de aumentar a área ativa de célula
em contato com o osso a ser reabsorvido. Além de secretar H+ para o
meio, uma vez estimulado, o osteoclasto produz quantidades substanciais
de ácido lático e hialurônico, o que resulta numa redução do pH local e
maior poder de dissolução das fibras colágenas (TEITELBAUN
71
, 2000;
GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003; LANGER
41
, 2004).
Após reabsorver o tecido ósseo até certa profundidade, o
osteoclasto se solta, move-se ao longo da superfície óssea até encontrar
um novo sítio de adesão, onde uma nova zona de reabsorção será
formada. Ao longo deste processo, cálcio, fosfato e outros componentes
da matriz óssea serão liberados para a circulação, podendo também
servir localmente como agentes de acoplamento entre formação e
reabsorção óssea (GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003).
33
Quando os osteoclastos saem das áreas dissolvidas,
migram para a região cerca de cem a cento e cinqüenta osteoblastos para
cada osteoclasto antes presente (LANGER
41
, 2004), constituindo a
chamada frente de formação e mineralização óssea. Nesse local, há um
equilíbrio de íons, permitindo que os osteoblastos iniciem a síntese e
deposição de matriz óssea. Inicialmente a matriz é depositada de maneira
aleatória, formando o tecido ósseo primário; posteriormente organizando-
se em tecido ósseo maduro ou secundário. A formação óssea é
proporcional ao número de osteoblastos presentes e quanto maior o
tempo de vida destas células, maior será a osteogênese local (DUCY et
al.
22
, 2000).
O fato da remodelação óssea ocorrer simultaneamente
em diferentes locais, é interpretado como evidência da existência de um
controle local, através de mecanismos autócrinos e/ou parácrinos, além
de controle sistêmico, através do sistema endócrino (DUCY et al.
22
,
2000). Assim sendo, vários são os fatores que modulam a remodelação
óssea, bem como a relação do cálcio e fósforo circulantes no organismo.
Entre eles temos a ação de citocinas, interleucinas, fatores de
crescimento, vitamina D, vários hormônios como o paratireoidiano e
tireoidiano, hormônios gonadais (particularmente estrógeno e
progesterona), corticosteróides, calcitonina e atividade física (DUCY et
al.
22
, 2000; ALKAN et al.
1
, 2002; BAE & STEIN
7
, 2004; RANG et al.
57
,
2004).
Diferentes tipos de ossos têm velocidades de
remodelação diferentes. Cerca de 30% do osso trabecular renova-se
anualmente enquanto apenas 3% do osso cortical são renovados neste
período. Este fato torna-se importante, pois ressalta a suscetibilidade
muito maior do osso trabecular aos fatores que interferem na
remodelação óssea (LANGER
41
, 2003).
34
2.3 Reparo ósseo
Nos pacientes com osteoporose, observamos que não há
equilíbrio entre a reabsorção e formação óssea, sendo a taxa de
reabsorção maior. Desta forma, acredita-se que o reparo ósseo será
dificultado nestes indivíduos. Diversos são os estudos realizados
simulando traumas ósseos, nos quais, lesões são confeccionadas para
observar o processo de reparo nesse tecido (GOSAIN et al.
28
, 2000).
Em animais normais, defeitos de vários tamanhos podem
ser realizados com brocas esféricas diamantadas ou carbide ou com
brocas trefina, em diversas localizações. Gosain et al.
28
(2000) definem
que o tamanho crítico para o defeito ósseo em um estudo em animais, é
aquele que certamente não terá seu reparo total durante o período a ser
estudado. Avaliaram o tamanho crítico realizando lesões com diferentes
dimensões em calota craniana de cobaias e observando o processo de
reparo em diferentes períodos de tempo, concluindo que as avaliações
histométricas devem ser mais sensíveis em relação à mensuração da
quantidade de osso formada, sugerindo estudos tridimensionais.
A partir da lesão óssea, ocorre a ativação de diversos
fatores e células de maneira simultânea, objetivando o reparo da área.
Imediatamente após a lesão, intensa hemorragia local é verificada devido
ao rompimento de vasos sanguíneos, destruição de matriz óssea e morte
de células ósseas (osteócitos e osteoblastos). Além da lesão óssea
propriamente dita, normalmente ocorre injúria nos tecidos moles
adjacentes, envolvendo endósteo e periósteo, tecidos com grande
potencial proliferativo que atuarão de maneira importante no reparo
(TROWBRIDGE & EMLING
73
, 1996). A hemorragia é estancada pela
ativação da cascata da coagulação, e o processo inflamatório atua para
remover o coágulo formado, restos de células e matriz óssea necrosada
(sem suporte nutricional). O coágulo é substituído por tecido de
35
granulação, que é um tecido conjuntivo jovem e rico em células
mesenquimais indiferenciadas e vasos sanguíneos neoformados.
Diversos fatores de crescimento são liberados durante este processo a
fim de estimular as alterações celulares que ocorrem no local. O periósteo
e endósteo respondem com intensa atividade celular, dando origem a
numerosas células osteoprogenitoras organizadas como um colar ao
redor da área lesada, penetrando nesta e diferenciando-se em
osteoblastos (TROWBRIDGE & EMLING
73
, 1996; GOSAIN et al.
28
, 2000;
GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003).
Estas células promoverão a síntese de matriz óssea,
inicialmente formando trabéculas delgadas a partir da periferia para o
interior da lesão (ALMEIDA et al., 2000). O primeiro tecido formado
chamado de tecido ósseo primário, exibe a matriz disposta de maneira
aleatória, imatura e pouco mineralizada. Com o passar do tempo e da
ação do processo de remodelação, forma-se o tecido ósseo secundário
ou maduro, no qual as trabéculas adquirem maior espessura,
mineralização e os osteócitos encontram-se regularmente espaçados e
dispostos em lamelas concêntricas, organizadas formando os canais de
Harvers, que facilitam a troca de substâncias entre as células e maior
fluxo sanguíneo (SMITH JUNIOR & THIER
66
, 1992; JUNQUEIRA &
CARNEIRO
38
, 2004).
Simultaneamente temos a ação dos osteoclastos que
reabsorvem o osso necrótico e com o passar do tempo, agem no tecido
ósseo neoformado, remodelando-o (TROWBRIDGE & EMLING
73
, 1996;
JUNQUEIRA & CARNEIRO
38
, 2004).
Após todo o processo de formação e remodelação óssea,
os tecidos assumirão o aspecto morfológico que tinham antes da lesão,
ou seja, de tecido ósseo esponjoso ou cortical compacto (TROWBRIDGE
& EMLING
73
, 1996; JUNQUEIRA & CARNEIRO
38
, 2004).
No entanto, a quantidade e qualidade do osso formado,
dependerão de diversos fatores, locais e sistêmicos, como idade,
36
localização anatômica e estabilidade do defeito, condição do periósteo
adjacente, estado nutricional do indivíduo e presença de substâncias que
alterem a formação óssea (ALKAN et al.
1
, 2002).
2.4 Tratamentos
Diversos estudos são realizados com a finalidade de
diminuir os efeitos causados pela perda de massa óssea existente em
ambos os sexos após certa idade. Eles têm como objetivo desenvolver
medicamentos para melhorar a qualidade de vida destas pessoas
(MARCUS
43
, 1996; MARIE
45
, 2001).
Durante a última década, muito foi estudado e
esclarecido, avaliando o efeito das terapias para osteoporose sobre a
densidade óssea assim como na diminuição do risco de fraturas,
enfatizando a importância do diagnóstico precoce e da prevenção. Porém,
o impacto de terapias sobre a microestrutura do osso ainda não alcançou
alta especificidade, sendo necessárias novas pesquisas (BOONEN et
al.
11
, 2004).
Os agentes farmacológicos usados para controlar a
osteoporose, atuam diminuindo a taxa de degradação óssea promovida
pelos osteoclastos ou promovendo a maior síntese de matriz óssea pelos
os osteoblastos (MARCUS
43
, 1996). É importante ressaltar que além do
tratamento com medicamentos específicos, a mudança no estilo de vida
dos pacientes tem grande influência no sucesso do mesmo (WATTS et
al.
80
, 2000; BAE & STEIN
7
, 2004).
37
2.4.1 Bifosfonatos
São diversas as formas de tratamento para a prevenção
da perda óssea decorrente da involução das gônadas e ação do tempo.
Estudos são realizados para verificar a capacidade de diferentes terapias,
entre as mais estudadas e utilizadas, pode-se citar a reposição hormonal,
substâncias fitoterápicas substitutas de estrogênio como as isoflavonas
(AMADEI
3
, 2004), a calcitonina (ARISAWA et al.
5
, 2000), a sinvastatina
(JUNQUEIRA et al.
38
, 2002; ANBINDER
4
, 2004), a vitamina D e
medicamentos como os bifosfonatos (RANG et al.
57
, 2004).
Apesar dos bifosfonatos terem sido sintetizados no século
XIX, o conhecimento sobre suas características biológicas vem da década
de 60. Estudiosos notaram que o pirofosfato, o mais simples fosfato
condensado, agregava cristais de fosfato para o cálcio, impedindo que
este cálcio formasse cristais ou se dissolvesse in vitro. Mais tarde foi
demonstrado que o pirofosfato inibia a calcificação em experimentos in
vivo, sendo sugerido que estes poderiam regular a formação e destruição
de tecidos mineralizados, sendo modulado localmente, através de trocas
em sua síntese e destruição, pela pirofosfatase entre outras fosfatases
alcalinas, explicando a presença da fosfatase alcalina nos locais de
mineralização (COMPSON
17
, 1994; PLOTKIN
55
, 2004; BAE & STEIN
7
,
2004).
Porém o pirofosfato falhou na experimentação por via
oral, sendo inativado pelos ácidos gástricos antes de ser reabsorvido pelo
organismo (PLOTKIN
55
, 2004). Em vista deste fracasso, procuraram
análogos do pirofosfato que resistissem ao período de "queda"
metabólica, mantendo atividade físico-química similar ao pirofosfato.
Então, estudos mostraram que os chamados bifosfonatos ou difosfonatos,
análogos dos pirofosfatos, agiam de modo similar ao fosfato de cálcio in
38
vitro, inibindo tanto mineralização quanto reabsorção óssea em
experimentos animais (BAE & STEIN
7
, 2004; PLOTKIN
55
, 2004).
Os bifosfonatos constituem uma classe de medicamentos
muito utilizada atualmente em diversas doenças que têm como
característica o aumento da reabsorção óssea, como a doença de Paget
do osso, a hipercalcemia associada com tumores malignos ou capacidade
renal reduzida com excreção de cálcio, agindo também como regulador
da homeostase do cálcio (COMPSON
17
, 1994; HARRIS et al.
30
, 1999;
FOGELMAN et al.
25
, 2000; RISEDRONATE
59
, 2001; HIRABAYASHI &
FUJISAKI
32
, 2003; ROSEN
61
, 2003).
Eles agem inibindo os osteoclastos. Uma hipótese é que
atuem na prevenção da reabsorção óssea, alterando as proteínas do
citoesqueleto dos osteoclastos ou inibindo a síntese do colesterol, o que
interfere diretamente na formação da borda em escova. Outra hipótese
sugere que induzam apoptose celular, por meio de efeitos citotóxicos
diretos (BAE & STEIN
7
, 2004).
Observando a conformação espacial do pirofosfato e do
bifosfonato, é possível observar a substituição de um oxigênio por um
carbono, o que confere aos bifosfonatos resistência à hidrólise química e
enzimática (FIGURA 1). Assim, a molécula do pirofosfato é representada
por P-O-P, com ligações de fósforo–oxigênio–fósforo e a molécula do
bifosfonato P-C-P, fósforo–carbono–fósforo (COMPSON
17
, 1994). Os
bifosfonatos ativos têm sua ligação P-C-P estável na presença de
aquecimento e da maioria dos reagentes químicos e é completamente
resistente à hidrólise enzimática. Esta significante mudança na estrutura é
eventualmente responsável pelo amplo efeito dos bifosfonatos
farmacologicamente ativos na inibição da reabsorção óssea (PLOTKIN
55
,
2004).
39
FIGURA1 – Estrutura química do pirofosfato e do bifosfonato
14
.
A fórmula química básica dos bifosfonatos, com seus
característicos átomos de carbono, permite trocando a cadeia lateral do
átomo de carbono, a síntese de um grande número de variações de
bifosfonatos. Mesmo pequenas mudanças na estrutura dos vários
bifosfonatos afetam suas características físico-químicas e biológicas
(HIRABAYASHI & FUJISAKI
32
, 2003; PLOTKIN
55
, 2004). É cogitado que o
efeito anti-reabsortivo seja mediado através de células, porém, este
mecanismo ainda não foi claramente explicado. Foram escritos efeitos na
diferenciação, recrutamento e atividade dos osteoclastos. Recentemente
evidências sugerem que os efeitos na reabsorção óssea também são
mediados, pelo menos em parte, por osteoblastos (COMPSON
17
, 1994).
Bifosfonatos tem forte afinidade por cristais de
hidroxiapatita e mesmo quando administrados em baixas concentrações,
inibem a precipitação do fosfato de cálcio; retardam a agregação dos
cristais de apatita dentro de aglomerados maiores e diminuem a
dissolução dos cristais de apatita. Isto é de grande importância, pois a
forte ligação do bifosfonato com o fosfato de cálcio é a base da ação
farmacológica específica deste componente no osso e da sua baixa
toxicidade (PLOTKIN
55
, 2004). Esse fenômeno se dá por um mecanismo
físico-químico, sendo que essa capacidade irá variar consideravelmente
entre bifosfonatos, não sendo relacionada com a potencialidade de anti-
reabsorção (COMPSON
17
, 1994; HIRABAYASHI & FUJISAKI
32
, 2003).
40
Os compostos dos bifosfonatos são hidrofílicos e
altamente solúveis em água, conjugando a natureza ácida ao pH
fisiológico, eles dificilmente ultrapassam membranas celulares de tecidos
moles. Essa propriedade físico-química também reduz a capacidade
intrínseca da substância ao metabolismo, promovendo excreção urinária e
biliar da molécula praticamente não alterada (HIRABAYASHI &
FUJISAKI
32
, 2003), entretanto, alguns componentes colaterais podem
sofrer modificação (MARCUS
43
,1996), não devendo ser utilizados por
pacientes com disfunção renal (CRANDALL
19
, 2001).
Sua absorção intestinal é pobre, variando de 0,5-3%,
podendo ser reduzida se ingerido o medicamento juntamente com
alimento, especialmente os que contêm cálcio. A meia vida plasmática é
alta, variando em torno de duas horas, sendo que 20-60% do
medicamento é absorvido em frações pelo esqueleto (CRANDALL
19
,
2001). Devem ser ingeridos em jejum apenas com água, duas horas antes
do café da manhã, e o paciente deve permanecer ereto e sem comer pelo
período de 30 minutos, com finalidade de evitar agressão esofágica
(FOGELMAN et al.
25
, 2000; CRANDALL
19
, 2001; RISEDRONATE
59
,
2001). Caso ingerido uma hora antes do café da manhã, a absorção do
mesmo será 30% inferior (CRANDALL
19
, 2001).
A meia vida do medicamento é bastante alta no interior do
osso e em alguns casos mantida no esqueleto a vida toda. Mudanças na
remodelação óssea induzida pelos bifosfonatos são particularmente
relevantes frente ao seu uso prolongado na prevenção e tratamento da
osteoporose (WATTS
81
, 2004). A concentração sistêmica do fármaco
precisa manter um nível plasmático constante que permita sua ação
farmacológica (HIRABAYASHI & FUJISAKI
32
, 2003).
Sistemas marcadores de substâncias também tem sido
utilizados para avaliar os efeitos de alguns medicamentos. Hirabayashi &
Fujisaki
32
(2003), em experimentos com animais, analisaram a
característica osteotrópica do bifosfonato, utilizando o bifosfonato
41
associado a uma pró-droga marcada (carboxifluorecina – CF-
bifosfonatos). Administrada por via intravenosa, a substância saiu da
circulação, sendo mais de 60% rapidamente localizada nos ossos e retida
nestes por longo período, com vida-média de 3,2 dias (HIRABAYASHI &
FUJISAKI
32
, 2003). Este método de análise auxiliou na busca de
medicamentos realmente específicos para os ossos, permitindo avaliar
melhor sua eficiência.
Chaves
15
(2003), estudando ratos com osteopenia,
concluiu que o risedronato teve ação anti-reabsortiva óssea efetiva em
animais castrados.
É grande a evidência de que os bifosfonatos reduzem o
turnover do osso, guiando para um transitório aumento da massa óssea
como resultado da formação sem a existência de cavidades de
reabsorção. Entretanto, os efeitos no balanço de remodelação são menos
definidos e não podem ser deduzidos apenas através dos marcadores
bioquímicos (TAKAHASHI et al.
70
, 1999; WATTS
80
, 2004).
Os bifosfonatos são mais efetivos na prevenção de perda
óssea do que no tratamento da doença estabelecida, pois o osso já
afetado necessita restauração tanto na massa quanto na sua estrutura.
Estudos clínicos recomendam que pacientes com osteoporose e quadro
de fratura óssea, sejam tratados com medicamentos específicos para
fratura e não com medicamentos direcionados para o aumento da
densidade mineral óssea (WATTS
80
, 2004). Sua eficácia na prevenção
em homens é estabelecida em casos de osteoporose primária e
investigada com sucesso em casos de osteoporose secundária (BAE &
STEIN
7
, 2004).
Estudos in vitro, demonstram que os bifosfonatos
estimulam a proliferação de osteoblastos (WANG et al.
82
, 2003; RANG et
al.
57
, 2004), promovem o aumento da absorção intestinal de cálcio,
estimulam a formação do colágeno da cartilagem e inibem o ácido láctico
e a síntese de prostaglandinas (WANG et al.
82
, 2003).
42
Os principais representantes dos bifosfonatos são o
etidronato, alendronato e o risedronato, sendo estes considerados
medicamentos de primeira linha para a osteoporose (CRANNEY
20
, 2002;
LANGER
41
, 2004).
O risedronato, com nome químico, [1-hidroxi-2-(3-piridinil)
ethilidene] bis [ácido fosfórico] sal monossódico (HARRIS et al.
30
, 1999), é
a terceira-geração de bifosfonatos, que por virtude do átomo de nitrogênio
terciário, age de forma mais potente. Administrado oralmente, sua
dosagem é expressa em termos do sal, tanto para prevenção quanto
tratamento, podendo ser usado uma vez por semana na dose de 35mg ou
diariamente 5mg (TAKAHASHI et al.
70
, 1999; FOGELMAN et al.
25
, 2000;
RISEDRONATE
59
, 2001; WATTS
79
, 2003).
Como a maioria dos bifosfonatos, o risedronato também
não deve ser administrado em pacientes com insuficiência renal
(RISEDRONATE
59
, 2001).
Estudos sobre o risedronato encontraram evidências
comprovando sua maior efetividade antireabsortiva. Mostrando estimular
aumento da densidade óssea em maior quantidade que outros
medicamentos com esta mesma função, como o caso do raloxifeno ou
calcitonina (HARRIS et al.
30
, 1999; BLAKE & FOGELMAN
9
, 2002;
BOONEN et al.
10
, 2004).
Ele atua a nível celular. Quando os osteoclastos chegam
ao osso para reabsorvê-lo, o medicamento é internalizado, pois se
encontra conjugado à hidroxiapatita. No interior do osteoclasto, o
risedronato vai produzir uma alteração do citoesqueleto, provocando a
perda de estruturas intracelulares implicadas na secreção de enzimas
hidrolíticas e de heterogêneas (H
3
O
+
), necessárias para a ação destrutiva
dos osteoclastos sobre o tecido ósseo. Alguns estudos indicam que o
risedronato é capaz de provocar apoptose dos osteoclastos (CONSEJO
GENERAL DE COLEJOS OFICIALES DE FARMACEUTICOS
18
, 2000;
TEITELBAUM
71
, 2000; VONDRACEK & HANSEN
78
, 2004)
43
Apesar da semelhança estrutural existente entre os
diversos bifosfonatos, existem diferenças no mecanismo de ação, embora
todos sejam capazes de inibir a reabsorção óssea, uns afetam os
processos de mineralização e outros os de reabsorção do osso. A ação in
vitro não é sempre correlacionada com os resultados terapêuticos
observados (CONSEJO GENERAL DE COLEJOS OFICIALES DE
FARMACEUTICOS
18
, 2000).
A capacidade inibidora da reabsorção óssea ligada aos
bifosfonatos parece ser potencializada pela presença de grupos amino na
cadeia lateral (FIGURA 2), tal como ocorre no alendronato, ibandronato e
pamidronato. Esta capacidade é aumentada no risedronato graças à
integração do grupo a um anel aromático (piridina) (CONSEJO GENERAL
DE COLEJOS OFICIALES DE FARMACEUTICOS
18
, 2000). Com a
presença do nitrogênio neste anel, o bifosfonato é fixado rapidamente no
tecido mineral (RODAN & RESZKA
60
, 2003).
FIGURA 2 – Estrutura química do risedronato
14
.
Evidência da ação anti-reabsortiva sobre a estrutura
óssea foi observada em pesquisas realizadas por Takahashi et al.
70
(1999), que através de tomografia micro-computadorizada e obtenção de
imagens tridimensionais (3D), visualizaram a microarquitetura óssea em
porcos miniatura que receberam risedronato durante 18 meses. Estes
44
quando comparados com animais controle não tratados, apresentaram
trabéculas ósseas com espessura, número e conectividade relativamente
melhores e com pontes ósseas preservadas. Através do teste de
compressão, foi comprovado que estas mudanças estavam associadas
com a capacidade de resistência à carga apoiada nas trabéculas ósseas.
Unindo as melhores características de arquitetura e de massa óssea, o
risco estimado de fratura, diminuiu em mais de 90%. Portanto, o uso do
risedronato induziu alterações no osso, que devem ser o motivo da melhor
qualidade e resistência óssea (TAKAHASHI et al.
70
, 1999).
A Food and Drug Administration (FDA) considera o
risedronato um medicamento indicado para homens com osteoporose,
incluindo também outros dois medicamentos, alendronato e teriparatida
(VONDRACEK & HANSEN
78
, 2004). É importante ressaltar que a
medicamento ideal deve ser escolhida levando em conta a idade e
doenças associadas de cada paciente individualmente e com muito
critério (FUKS
26
, 2004). Autores orientam durante o tratamento a fazer
complementação na dieta com cálcio e vitamina D (JEE
36
, 1995;
FOGELMAN et al.
25
, 2000; RISEDRONATE
59
, 2001; WATTS et al.
81
,
2003; MUSSOLINO et al.
51
, 2003; NATIONAL OSTEOPOROSIS
FOUNDATION
52
; 2004). Com o uso continuado de no mínimo três anos, o
risco de fratura vertebral decai para 50%. É sabido que esse efeito
persiste por até três anos quando o uso da substância é interrompido
(BOONEM et al.
11
, 2004).
Para determinar a eficácia do risedronato em mulheres
com 80 anos ou mais, Boonem et al.
11
(2004) analisaram de maneira
randomizada, controlada, em estudo duplo-cego, 8.680 pacientes,
dividindo-os em grupo controle (que recebeu placebo) e grupo risedronato
(2,5 ou 5mg por dia), estudando fraturas com um e três anos de
tratamento. Mediram de forma acumulativa a condição óssea e avaliaram
a incidência de novas fraturas ocorridas neste período. Com isso,
concluíram que após um ano de uso do risedronato, o risco de novas
45
fraturas vertebrais nestes pacientes foi 81% menor do que nos pacientes
que receberam placebo. E aos três anos, o risco de novas fraturas em
ossos não vertebrais, foi de 14% no grupo recebendo risedronato e 16,2%
no grupo placebo.
McClung et al.
46
(2001) estudaram 5445 mulheres entre
setenta e 79 anos, com osteoporose e fraturas nos ossos do quadril ou
em outros ossos, sendo 1821 tratadas com placebo e 3624 com
risedronato (2,5 e 5,0mg/dia). Concluíram que o risedronato diminuiu
significantemente o risco de fraturas vertebrais e não vertebrais em
mulheres com osteoporose.
Watts et al.
79
(2003) realizaram estudo comparando 1226
pacientes na Europa e Austrália com 2458 pacientes nos Estados Unidos,
sendo que todos os participantes apresentavam fratura vertebral,
comprovada por duas ou mais radiografias da região (T4-L4). Todas as
pacientes participantes tinham menos de 85 anos e já tinham entrado no
processo de menopausa há pelo menos cinco anos. Nos dois estudos, os
pacientes foram igualmente instruídos a tomar risedronato 5mg/dia,
2,5mg/dia ou placebo, complementando com 1000 mg/dia de cálcio, além
de 500 UI/dia de vitamina D. Os autores concluíram que o tratamento com
5mg/dia de risedronato mostrou-se significante e consistente para
redução do risco de novas fraturas vertebrais, evidente após um ano de
tratamento, principalmente no grupo com alto risco de fraturas.
Fogelman et al.
25
(2000) em estudos com 355 mulheres
com 80 anos, em treze diferentes centros na França, avaliaram a eficácia
do risedronato administrado em 2,5mg ou 5mg por dia, comparando com
um grupo controle, em período de 24 meses. Pacientes com patologias
associadas à alteração nos ossos (hiperparatireoidismo, hipertireoidismo,
osteomalácia) ou realizando tratamentos que interferem no metabolismo
ósseo foram excluídos. Avaliaram por meio da BMD (pelo método DEXA),
as vértebras lombares, cabeça e corpo do fêmur. Após os 24 meses, os
pacientes que receberam 5mg/dia de risedronato apresentaram aumento
46
na BMD de 4% ao mês, também constatado nos exames com seis, 12 e
18 meses. Os pacientes que receberam 2,5mg/dia também apresentaram
aumento da BMD, porém em quantidade de 1,4% ao mês. Através de
marcadores bioquímicos, confirmaram que diferenças percentuais
comparando o grupo placebo e o grupo risedronato 5mg, foram
significantes em todos os períodos testados.
2.4.2 Homeopatia
A medicina alternativa engloba diversas formas de
interpretação e de tratamento das doenças, nas quais a cura das doenças
é baseada na interação dos campos energéticos humanos com outros
campos energéticos. O corpo humano sofre influências de diversos tipos
de energias e também emite energias. Saúde e doença parecem estar
relacionadas ao fluxo constante e fácil destes sistemas energéticos ou ao
desequilíbrio deste. Os estudiosos e terapeutas nesta área são capazes
de descrever o padrão de movimentos das energias que são típicas e
específicas de cada doença. O paciente é visto de uma forma global,
individualizado de outros pacientes e seu tratamento é realizado de
maneira também individualizada (JONES & KASSITY
37
, 2001).
A homeopatia, considerada uma das grandes áreas da
medicina alternativa até 1990, atualmente é reconhecida como
especialidade médica oficial. Surgiu no final do século XVII, quando o
médico e químico alemão Samuel Christian Friedrich Hahnemann, propôs
uma nova abordagem terapêutica para doenças, desiludido com os
resultados que a medicina tradicional da época fornecia, com tratamentos
invasivos e espoliadores, como sangrias, purgantes, mercúrio, enxofre e
outros. Parou de clinicar e dedicou-se a traduzir antigos escritos médicos,
buscando formas de tratamento menos ameaçadoras. Interessando-se
por uma substância chamada "cinchona" (casca da Chinchona), utilizada
no tratamento da malária, resolveu testá-la. Usando diferentes
47
concentrações a experimentou em si mesmo, percebendo que, a partir de
determinada dose, desencadeavam-se nele os mesmos sintomas da
enfermidade para a qual era indicada como curativa (no caso a malária).
Isso o levou a considerar que uma substância pode provocar sintomas
que ela mesma alivia. A partir desta descoberta, nascia a prática da
medicina pela lei dos semelhantes (MELLO
47
, 2004).
Esta modalidade terapêutica teve diversos momentos nos
quais provou ser eficaz ao longo da História, como em 1799, quando
Hahnemann controlou uma epidemia de escarlatina com o medicamento
Belladona. Em 1813 tratou uma epidemia de tifo em Leipzig, curando 178
de 180 casos com apenas uma fatalidade. Na grande epidemia de cólera
de 1831, a medicina homeopática perdeu apenas seis de 154 pacientes
(0,25%), enquanto a medicina convencional da época perdeu 821 de
1501 casos (55%). Nesta época Hahnemann também deu um espantoso
ensinamento de saúde pública para época, publicando conselhos sobre
ventilação, higiene, esterilização, infecção e quarentena (MELLO
47
, 2004).
Assim, a Homeopatia surgiu como doutrina médica,
defendendo a cura das enfermidades pelo princípio das semelhanças (do
grego homeo=semelhança e pathos=sofrimento ou doença). Apresentava
ideologia antagônica à medicina convencional praticada que defendia o
tratamento pela lei dos contrários (ULLMAN
75
, 1998; FISHER & SCOTT
24
,
2001; MORAES
49
, 2004; MELO
47
, 2004).
Chegou à América no início do século XX, originando 22
cursos, inclusive em conhecidas universidades como a Boston University
e Michigan University entre outras (ULLMAN
75
, 1998). No Brasil, o
reconhecimento de sua eficácia vem desde a época do Império, mas só
em 1980 ela foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e em
1990 passou a constar do Conselho de Especialidades Médicas da
Associação Médica Brasileira, deixando assim de fazer parte das terapias
alternativas (MORAES
49
, 2004).
48
Muitas substâncias foram experimentadas visando avaliar
seu potencial medicamentoso, em diferentes concentrações. Os
medicamentos homeopáticos têm diversas origens nos reinos animal,
vegetal e mineral. As matérias-primas utilizadas variam de substâncias
sem efeito se usadas alopaticamente, como o Lycopodium, a substâncias
altamente tóxicas como diversos tipos de venenos todas, porém, com
efeito terapêutico homeopático (MORAES
50
, 2004).
Segundo a homeopatia, todo o indivíduo ou ser vivo
possui uma energia interna chamada força vital, que quando em harmonia
mantêm o estado de saúde do indivíduo. Quando essa energia é rompida
ou desequilibrada, desenvolvem-se os problemas de saúde, que podem
se manifestar de diversas formas com diferentes níveis de gravidade.
Assim as classificações dos distúrbios de saúde consideram o indivíduo
doente como um todo e não com doenças isoladas, localizadas em
determinado órgão, sistema ou tecido. A homeopatia busca estimular a
própria resposta de cura do organismo, os mecanismos de defesa
naturais, de modo que estes atuem na prevenção e cura das doenças
(VOISIN
77
, 1987; FISHER & SCOTT
24
, 2001).
O princípio da semelhança parte da premissa que, a
mesma substância que desequilibra o organismo, pode promover sua
cura, quando preparada de maneira adequada (altas diluições e
dinamização). Deste conceito, parte o dogma central da homeopatia, em
latim: "Similia similibus curantur", ou seja, "o semelhante se cura pelo
semelhante" (ULLMAN
75
, 1998; VOISIN
77
, 1987; MORAES
48-50
, 2004;
PHILIPPE
54
, 2004).
As altas diluições assim obtidas não apresentam os
efeitos tóxicos eventualmente presentes nas substâncias originais e
podem ser administradas aos pacientes praticamente sem riscos. Com a
finalidade de padronizar as "pequenas doses", Hahnemann utilizou um
método de diluições sucessivas a partir de uma solução original
49
concentrada da substância a ser usada como medicamento (Tintura Mãe -
TM), intercalada por agitações (MORAES
48-50
, 2004; PHILIPPE
54
, 2004).
Na farmacotécnica homeopática esse processo de
manipulação com altas diluições do medicamento é chamado de
dinamização. A razão da diluição realizada em cada etapa do processo
define a escala utilizada. Quando cada etapa do processo dilui a solução
anterior numa razão de um para cem, diz-se que a escala é centesimal,
identificada com a letra “C”. Quando a razão é de um para dez, diz-se que
é “decimal”, utilizando-se as letras D ou X. Além dessa notação identifica-
se a quantidade de diluições com um número ordinal. A agitação
seqüencial, chamada de sucussão é realizada de forma ritmada, em
número de 100, manual quando seguindo a técnica hahnemanianna
original, ou automatizada (PHILIPPE
54
, 2004). Tem por finalidade
promover a ativação energética do medicamento. A notação CH
eventualmente é utilizada para reforçar o fato de o medicamento ter sido
preparado através da técnica hahnemanianna tradicional, de frascos
individuais para cada diluição e agitação manual (ULLMAN
75
, 1998;
PHILIPPE
54
, 2004, MORAES
50
, 2004).
Assim, o medicamento homeopático se define pelo nome
da substância original em latim seguida de sua escala de diluição e do
número de diluições realizadas, além da apresentação farmacêutica
escolhida (líquido, glóbulos, tabletes ou comprimidos, pó, pomadas e
óvulos) e sua quantidade em mililitros ou gramas (PHILIPPE
54
, 2004).
O medicamento homeopático deve ser veiculado em
substâncias inertes para sua absorção, após a obtenção do medicamento
dinamizado. Normalmente usa-se como veículo a lactose, que é o açúcar
de leite, nos medicamentos em forma de pós (embalados em papéis) ou
em tabletes. Também podem ser usados glóbulos de sacarose, que é o
açúcar de cana impregnados do medicamento, ou a forma líquida que
utiliza na veiculação água alcoolizada. Já as formas de pomadas, óvulos
50
e supositórios são obtidos com as tinturas-mãe misturadas em vaselina
sólida, nas proporções adequadas (MORAES
50
, 2004).
É necessário que haja todo um cuidado quanto à
manipulação dos medicamentos homeopáticos, evitando tocar com as
mãos antes da administração. Devido à natureza energética dos
medicamentos, estes são sensíveis a frio e calor excessivo e devem ser
mantidos longe de televisões, microondas, aparelhos de som ou qualquer
outra coisa que emita um campo magnético. Cheiros fortes como mentol,
pimenta, café, essências e outros agentes químicos também podem
alterar sua potência (SILVA
64
, 2001; MELLO
47
, 2004).
Várias explicações têm sido propostas para esclarecer
como os remédios homeopáticos funcionam. Estudos de pesquisa em
homeopatia têm sido contraditórios. Alguns concluíram que não há
evidências fortes que suportem seus efeitos em qualquer condição clínica,
enquanto outros encontraram efeitos positivos. Entretanto, esses efeitos
ainda não são totalmente explicados em termos científicos (FISHER &
SCOTT
24
, 2001; SILVA
64
, 2001).
A Calcarea phosphorica é um dos medicamentos
homeopáticos que atua sobre o tecido ósseo. O fósforo está presente no
corpo principalmente sob a forma de fosfato, tem papel importante para o
organismo, como componente importante na ativação de enzimas,
hormônios e sinalização de moléculas celulares que dependem de
fosforilação, bem como na constituição nuclear (DNA e RNA). No osso
atua como componente estrutural sob a forma de fosfato de cálcio,
também conhecido como hidroxiapatita, que compreende
aproximadamente 85% de todo o fosfato contido no organismo
(HIGDON
31
, 2003).
Formulada a partir da diluição do fosfato de cálcio,
participa da formação de novas células do sangue e da primeira base
necessária para tecidos novos iniciarem seu crescimento. Age de forma
curativa nas doenças dependentes de distúrbios das moléculas de cálcio
51
no organismo, tal como ocorre na formação tardia de calos nas
extremidades de fraturas ósseas, no crescimento não natural e deficiente
do osso. Prescrita em casos de fraturas e lesões ósseas acompanhadas
de dores com sensação de rastejamento, adormecimento e frialdade,
dores repuxantes ou dilacerantes nos ossos e também para dificuldade
de união das fraturas, principalmente em idosos (TYLER
74
, 1992).
Segundo Vijnovsky
76
(1992), pelo fato da Calcarea
phosphorica ser o principal constituinte ósseo, sua ação medicamentosa
fundamental é manifestada nos ossos. Por isso é indicada na formação
lenta ou tardia do calo, podendo ser usada preventivamente nas fraturas,
pois acelera a formação óssea (KENT
40
, 1989). Também é indicada em
alterações do raquitismo como ossos encurvados, amolecidos, finos e
frágeis, fontanelas e suturas que persistem abertas por tempo
prolongado, dentição tardia ou complicada entre vários outros distúrbios
dos tecidos ósseos. Segundo este autor, a Calcarea phosphorica alivia
dores ósseas com sensação de adormecimento, formigamento, calafrios,
tipo reumáticas que pioram com o frio.
Voisin
77
(1987) relata que a ação alopática e homeopática
da Calcarea phosphorica são muito próximas, com importante ação em
distúrbios da ossificação e descalcificação.
Senra et al.
65
(2004) estudaram o reparo ósseo em ratos
hipertensos, demonstrando que entre os animais que receberam Calcarea
phosphorica e Calcarea fluorica, os animais que receberam Calcarea
phosphorica tiveram melhor reparo.
3 PROPOSIÇÃO
Este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito do
tratamento com a Calcarea phosphorica 6CH e o risedronato sobre o
processo de reparo ósseo em ratos machos com osteopenia, através de
densitometria óssea e avaliação histomorfológica e histomorfométrica.
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 Animais e grupos experimentais
Para a realização deste trabalho foram utilizados oitenta e
quatro ratos machos adultos (Rattus norvegicus, variação albinus, Wistar)
com aproximadamente noventa dias de idade, peso em torno de 300
gramas, mantidos em gaiolas em temperatura ambiente, alimentados com
ração Guabi Nutrilabor e água ad libitum, durante todo o experimento,
fornecidos pelo Biotério da Faculdade de Odontologia de São José dos
Campos - UNESP.
Este estudo foi realizado de acordo com os Princípios
Éticos para a Experimentação Animal, adotado pelo Colégio Brasileiro de
Experimentação Animal (COBEA), sendo aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da FOSJC-UNESP com o protocolo número 0021/2003
(Anexo A).
Os animais foram divididos em quatro grupos:
a) Grupo CS – não castrado ou sham, no qual os animais
foram submetidos à falsa castração recebendo placebo
(água), servindo para controle dos outros grupos;
b) Grupo C – castrado – no qual os animais foram
castrados e recebendo placebo (água);
c) Grupo CCp – no qual os animais foram castrados e
medicados com Calcarea phosphorica 6CH;
d) Grupo CR – no qual os animais foram castrados e
medicados com risedronato (Actonel ®).
Trinta dias após a castração (falsa ou verdadeira), todos
54
os animais foram submetidos à realização de lesão óssea na tíbia. A partir
do dia de lesão óssea, os animais receberam o tratamento de acordo com
o respectivo grupo, com o uso ou não dos medicamentos teste, até o dia
do sacrifício. Este foi realizado em grupos de sete animais, que foram
sacrificados aos sete, 14 e 28 dias após o início do tratamento. Conforme
demonstrado no diagrama seguinte (Figura 3).
FIGURA 3 - Esquema demonstrativo dos procedimentos realizados em função
do tratamento e do tempo.
55
4.2 Procedimentos cirúrgicos
Todos os procedimentos cirúrgicos foram realizados na
sala cirúrgica do Biotério da Faculdade de São José dos Campos –
UNESP.
4.2.1 Anestesia
Para todos os procedimentos cirúrgicos, foi utilizada para
anestesia geral uma mistura de 13mg/kg de cloridrato xilasina 2%
(Rompun – Bayer – São Paulo, SP, Brasil), substância sedativa,
analgésica e relaxante muscular com 33mg/kg de ketamina base
(Dopalen - Agribrands do Brasil), anestésico geral.
4.2.2 Antibiótico
Após os procedimentos cirúrgicos para confecção do
defeito ósseo, todos os animais receberam dose única de 1mg/kg do
antibiótico (Pentabiótico Veterinário - Fort Dodge) por via intramuscular.
4.2.3 Castração verdadeira e falsa
Para a castração verdadeira, os ratos, depois de
anestesiados, foram posicionados em decúbito dorsal, tendo seu escroto
desinfetado com álcool iodado. Realizou-se incisão longitudinal na linha
média do saco escrotal com lâmina de bisturi nº15, exposição dos
56
testículos nos quais foi realizada a ligadura do pedículo vascular seguida
de seccionamento e remoção dos testículos. A ferida operatória foi
suturada com fio de algodão n
o
4 e o local novamente desinfetado com
álcool iodado (Figura 4).
FIGURA 4 - Castração do rato macho: a) desinfecção do escroto; b) exposição
do testículo; c) ligadura do pedículo vascular; d) remoção do
testículo.
Para a castração falsa (castração sham), os animais
foram igualmente anestesiados e preparados, tendo seus testículos
expostos e reposicionados no escroto sem ligadura do pedículo vascular.
A ferida cirúrgica foi suturada com fio de algodão n
o
4, e desinfetada com
álcool iodado do mesmo modo que o grupo castrado.
57
4.3 Defeitos ósseos
Trinta dias após a castração, todos os ratos foram
anestesiados para a realização do defeito ósseo experimental
monocortical na tíbia direita.
Após a depilação da pele e antissepsia com álcool iodado,
realizou-se incisão de extensão aproximada de 1,5cm em pele e músculo
na região do terço proximal tibiano, até alcançar o periósteo, com lâmina
intercambiável n
o
15 montada em bisturi Barder-Parker. Os tecidos moles
e periósteo foram afastados com espátula n
o
7 até a exposição do tecido
ósseo. Um defeito monocortical foi realizado na região de maior extensão
látero-medial do osso, com a utilização de broca trefina de 2mm de
diâmetro e aumentado com broca de aço esférica n
o
8, utilizando-se motor
elétrico (Asséptico– AEV- 707 Implant Surgery System), na velocidade de
1400 rpm sob irrigação constante e abundante com solução de estéril de
cloreto de sódio a 0,9% durante toda a manipulação. O defeito final
apresentava-se de forma arredondada medindo 3,0mm de diâmetro,
sendo confirmado este tamanho com auxílio de sonda periodontal
milimetrada (HuFridy) (Figura 5).
Após a estabilização do coágulo sanguíneo no defeito
ósseo, a camada muscular foi suturada e posteriormente a pele
subjacente com fio de seda n
o
4 (Ethicon - Johnson & Johnson) sendo
novamente realizada a anti-sepsia com álcool iodado na área operada.
58
FIGURA 5 - Procedimento cirúrgico para realização do defeito ósseo: a)
exposição do tecido ósseo; b) realização do defeito com broca
trefina; c) visualização do defeito de 3mm; d) defeito ósseo.
4.4 Tratamento e preparação do medicamento
O medicamento alopático risedronato (Actonel®) foi
administrado na dose de 1mg/kg diluído em veículo aquoso, uma vez ao
dia. A diluição foi realizada no momento da administração e calculada
para que a dose por animal, correspondesse a três gotas, as quais foram
administradas via oral com auxílio de conta gotas.
O medicamento Calcarea phosphorica 6CH
(Pharmaciantiga - Homeopatia), preparado em solução hidroalcoólica, foi
administrado por via oral, em dose de três gotas por animal, uma vez ao
dia com o auxílio de conta-gotas (Figura 6).
59
FIGURA 6 - Administração do medicamento por via oral, com auxílio de conta
gotas e imobilização manual do animal.
4.5 Eutanásia e coleta do material
Para a eutanásia foi utilizada dose excessiva de
anestésico geral, em sete animais de cada grupo, aos sete, 14 e 28 dias
após a confecção do defeito ósseo e início do tratamento. As tíbias foram
removidas, o tecido mole excedente eliminado. A fixação foi realizada
com solução de formaldeído a 10% tamponado, durante o período mínimo
de 48 horas.
O esquema de todos os procedimentos realizados, em
função do tempo.
60
FIGURA 7 - Esquema dos procedimentos experimentais em função do tempo.
4.6 Análise da densidade radiográfica
Foram realizadas tomadas radiográficas das tíbias direitas
em aparelho de RX digital Spectro 70x (DabiAtlante - SP), utilizando 7mA
e 65kvp, com padrões de exposição de 0,0125 segundos e distância foco-
objeto de 30cm, padronizando a posição das peças. As imagens foram
digitalizadas através do programa VIX-WIN 1,4r (Gendex Dental System),
este padronizado com resolução em 600dpi, sendo as imagens salvas em
JPEG.
Foram realizadas leituras da densidade radiográfica,
obtidas em tons de cinza, da área total do defeito de cada tíbia, com
auxílio do programa Image Tool (de domínio público). A densidade de
cada radiografia foi medida seis vezes em tempos diferentes, obtendo-se
uma média das mesmas. Os valores obtidos foram submetidos à análise
estatística. O procedimento de radiografias foi realizado por dois
Cirurgia para castração
verdadeira e falsa
Dia 0
Dia 30
Dia37
Confecção da Lesão
Óssea e início do
t
r
ata
m
e
n
to
Dia58
Coleta das
tíbias com 28
dias
Coleta das
tíbias com 14
dias
Dia44
Coleta das
tíbias com
sete dias
61
observadores, para obter melhor imagem das tíbias.
As radiografias foram realizadas com a colaboração da
Disciplina de Radiologia da Faculdade de Odontologia de São José dos
Campos – UNESP.
4.7 Análise histológica
Após as tomadas radiográficas, as tíbias direitas foram
descalcificadas em solução de PLANK. Inicialmente foi preparada uma
solução estoque contendo: cloreto de alumínio 126,10 g + ácido clorídrico
10N, 85ml + acido fórmico 88%, 54ml dissolvidos em um litro de água
destilada. No momento a ser utilizada, esta solução foi diluída em água
destilada na proporção de 1:4 e colocada nos recipientes contendo as
peças.
Com a descalcificação completa após 5 meses, com troca
do descalcificador em dias alternados, as tíbias foram secionadas
transversalmente na região central do defeito ósseo. Após o
processamento técnico histológico de rotina, cada fragmento foi incluído,
no sentido da superfície de corte, em bloco de parafina. Foram obtidos 10
cortes semi-seriados de cada bloco, com quatro micrômetros de
espessura e corados com Hematoxilina e Eosina (HE – Merck & Co., Inc.).
Estes foram submetidos à análise em microscopia de luz, para
observação dos aspectos morfológicos da reparação óssea, analisando o
desenvolvimento, substituição, maturação e remodelação das diversas
estruturas que se formam nas fases seqüenciais do reparo ósseo:
coágulo sangüíneo, tecido de granulação, aparecimento de células como
osteoblastos e osteoclastos, trabéculas ósseas neoformadas (matriz
osteóide e matriz mineralizada), trabéculas ósseas maduras e
remodelação das mesmas.
62
4.8 Fotografia
Para a documentação e análise histomorfométrica, as
lâminas foram fotografadas em diferentes aumentos com microscópio de
luz Zeiss Axiophot 2 (Carl Zeiss, Oberköchen, Alemanha), acoplado com
câmera digital Cyber-shot Sony modelo DSC-S85.
As imagens digitalizadas foram gravadas em arquivos
JPEG para serem posteriormente analisadas.
4.9 Análise histomorfométrica
Para análise quantitativa do tecido ósseo neoformado,
foram utilizadas as imagens digitalizadas em aumento de 25x. Foram
selecionadas quatro lâminas por defeito sendo cada uma em um nível de
corte diferente. As imagens gravadas em arquivos JPEG foram enviadas
para um computador para análise morfométrica das estruturas
selecionadas. Utilizou-se o programa de imagem Image J 1.31 (domínio
público). Foi delimitada uma área específica de 300 por 150 pixels no
centro do defeito (de acordo com régua micrometrada calibrada, essa
medida equivale a um retângulo de 360 por 180 micrômetros), colocando
superposto à imagem histológica contida no retângulo selecionado, um
retículo com 72 pontos resultantes das intersecções entre as linhas
verticais e horizontais.
Foram contados os pontos de intersecção que coincidiam
com trabéculas ósseas neoformadas, sendo a relação entre o número de
pontos sobre a estrutura analisada e o número total de pontos do retículo
considerado correspondente à proporção de matriz óssea formada no
defeito.
63
O observador que analisou desconhecia o grupo aos
quais as lâminas pertenciam. O valor de porcentagem de matriz óssea
neoformadas na região analisada, por animal, foi obtido a partir da média
dos valores nas quatro lâminas analisadas.
4.10 Delineamento experimental e análise estatística
A análise estatística obedeceu a uma estrutura fatorial
tipo 4x3 e as variáveis independentes foram os tipos de tratamentos (sem
castração e sem medicamento; com castração e sem medicamento; com
castração e com Calcarea phosphorica 6CH; com castração e
risedronato) e os tempos de coleta das tíbias (sete, 14 e 28 dias).
A variável resposta (ou dependente) foi o reparo ósseo
das tíbias dos sete ratos em cada uma das doze condições
experimentais. O reparo ósseo foi medido operacionalmente de três
diferentes formas:
a) por meio da densidade óssea da tíbia, expressa pelo
número de tons de cinza de osso formado,
observados a partir da radiografia digital;
b) proporção de osso formado (contagem em retículo
graduado com 72 pontos de intersecção);
c) espessura do calo ósseo formado, traçando uma linha
entre os pontos superior e inferior do calo no centro
do defeito.
Foi efetuado para cada variável dependente,
separadamente, a estatística descritiva (média e desvio padrão) e a
inferencial, mediante o teste paramétrico ANOVA, o teste de comparação
múltipla de Tukey e o teste de Dunnett. O nível de significância adotado
foi o valor convencional de 5%.
5 RESULTADOS
5.1 Densidade radiográfica
A formação óssea no defeito foi avaliada através da
densidade radiográfica por meio de tomada radiográfica, nos quatro
grupos de oito animais, em três diferentes tempos de sacrifício (sete, 14 e
28 dias).
A média dos dados obtidos para os animais e a estatística
descritiva dos mesmos é apresentada na Tabela 1.
Tabela 1 - Média e desvio padrão da densidade radiográfica obtida nos
quatro grupos de animais nos diferentes tempos de
observação do reparo das lesões ósseas.
Tratamento dos ratos Tempo de
reparo
n
CS C CCp CR
7 dias
7 116,37
±12,73
113,50
±13,35
118,62
±13,33
109,12
±6,88
14 dias
7 107,50
±14,30
114,75
±9,51
125,50
±10,36
118,87
±7,81
28 dias
7 96,63
±10,01
114,50
±7,62
108,87
±7,34
121,75
±8,91
n = número de animais
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
Os valores médios de densidade óssea (DO), nos animais
castrados e tratados com Calcarea phosphorica 6CH são superiores aos
valores obtidos nas outras condições experimentais para os tempos de
sete e 14 dias. Porém, aos 28 dias, o grupo castrado e medicado com
risedronato foi o que demonstrou maior densidade.
65
Aplicado o teste ANOVA para avaliar a influência das
variáveis, tratamento e tempo de reparo, foi verificado que o efeito
conjunto dessas duas variáveis foi estatisticamente significante
(Tabela 2).
Tabela 2 - ANOVA para os dados de densidade óssea no defeito.
Fonte de Variação gl SQ QM F p
Tratamento 3 1722,0 574,010 5,22 0,0024*
Tempo sacrifício 2 640,2 320,094 2,91 0,0600
Interação 6 2765,3 460,885 4,19 0,0010*
Resíduo 84 9241,1 110,013
Total 95 14368,7
*p<0,05
O tempo de sacrifício influencia diretamente nas medidas
de densidade óssea nos diferentes grupos, como podemos constatar no
gráfico da Figura 8.
66
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
DO= densidade óssea
FIGURA 8 - Gráfico das médias de densidade óssea para os quatro diferentes
tipos de tratamento nos três períodos experimentais.
As médias das condições experimentais estabelecidas
pelas variáveis: tempo de reparo e tratamento, foram comparadas pelo
teste de Tukey (5%)(Tabela 3).
No tempo de reparo ósseo de sete dias, verifica-se que as
médias de densidade óssea não diferem estatisticamente para os quatro
grupos. Para o tempo de 14 dias, foi observada diferença entre os grupos
castrados que receberam Calcarea phosphorica 6CH e grupo controle
sham. Mas, para o tempo de 28 dias, a diferença observada foi em
relação aos grupos castrado que receberam risedronato e controle sham.
67
Tabela 3 - Comparação de médias de densidade óssea nas diferentes
condições experimentais, pelo teste de Tukey (5%).
Tratamento
Tempo de
reparo
Média
DO
Grupos Homogêneos
CCp 14 dias 125,63 A
CR 28 dias 121,75 A B
CR 14 dias 118,88 A B
CCp 7 dias 118,62 A B
CS 7 dias 116,38 A B
C 14 dias 114,75 A B
C 28 dias 114,50 A B
C 7 dias 113,50 A B C
CR 7 dias 109,12 A B C
CCp 28 dias 108,87 A B C
CS 14 dias 107,50 B C
CS 28 dias 96,63 C
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado + Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado + risedronato
DO= densidade óssea
Através do teste de Dunnett, foi possível comparar os três
grupos castrados com o grupo controle sham, de forma individual obtendo
dados apresentados nas tabelas abaixo (Tabela 4, 5 e 6).
68
Tabela 4 - Resultado do teste de Dunnett (5%) para os dados de
densidade óssea comparando animais castrados com
diferentes medicamentos e o grupo controle sham sem
medicamento, para o tempo de sete dias.
Grupos Médias
Diferença de médias
de DO vs sham
(média = 116,38)
Erro
padrão da
diferença
t
p
C 113,50 2,88 0,484 0,930
CCp 118,63 2,25 0,379 0,964
CR 109,13 7,25
5,944
1,220 0,484
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
t
(5%) gl = 21
= 2,483
DO= densidade óssea
Os resultados obtidos com a comparação dos valores
obtidos no período de sete dias de reparo após a lesão óssea, dos três
grupos de animais castrados sendo, um grupo tratado com Calcarea
phosphorica 6CH, um grupo com risedronato e um grupo sem tratamento
quando, comparado com o grupo de animais que não receberam
tratamento e não foram castrados (sham), não se mostraram
significativos.
Tabela 5 - Resultado do teste de Dunnett (5%) para os dados de
densidade óssea comparando animais castrados com
diferentes medicamentos e o controle sham, para o tempo
de 14 dias.
Grupos Médias
Diferença de médias
de DO vs sham
(média = 107,50)
Erro
padrão da
diferença
t
p
C 114,75 7,25 1,347 0,407
CCp 125,63 18,13 3,368 0,006*
CR 118,88 11,38
5,382
2,114 0,108
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
t
(5%) gl = 21
= 2,483
*p<0,05
DO= densidade óssea
69
Os resultados obtidos no período de 14 dias de reparo
ósseo nos grupos castrado sem medicamento e no grupo castrado tratado
com risedronato, comparado com o grupo de animais sham, não foram
significativos. Porém o grupo de animais castrados que receberam o
medicamento homeopático Calcarea phosphorica 6CH, quando
comparado com o grupo sham, apresentou maior densidade (p<0,05).
Tabela 6 - Resultado do teste de Dunnett (5%) para os dados de
densidade óssea comparando animais castrados com
diferentes medicamentos e o grupo controle sham, para o
tempo de 28 dias.
Grupos Médias
Diferença de médias
de DO vs sham
(média = 96,63)
Erro
padrão da
diferença
T
p
C 114,50 17,88 4,188 0,001*
CCp 108,87 12,25 2,870 0,021*
CR 121,75 25,13
4,268
5,887 0,001*
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
t
(5%) gl = 21
= 2,483
*p<0,05
DO= densidade óssea
Os resultados obtidos com a comparação entre os valores
no período de 28 dias, mostraram que os três grupos de animais
castrados apresentaram valores significativamente maiores quando
comparados com o grupo sham (p<0,05).
70
5.2 Histomorfometria do osso formado no reparo
5.2.1 Histomorfometria: retículo
Considerando uma área padronizada de 300 por 150
pixels, com superposição de retículo com 72 pontos na região central do
defeito, os ossos foram analisados quanto à quantidade de pontos de
intersecção que coincidiram com o tecido ósseo neoformado. Este dado
foi transformado em porcentagem (%) do total de 72 pontos. As áreas
onde as intersecções incidiam em outros tipos de tecidos ou em áreas
sem qualquer tecido, foram consideradas negativas quanto à
neoformação de tecido ósseo.
Os dados da análise estatística descritiva obtida para os
diferentes grupos de animais são visualizados na Tabela 7.
Tabela 7 - Média e desvios padrão da quantidade de osso neoformado na
área do retículo, obtido nos quatro grupos nos três períodos
de observação.
Animais
Tempo de
reparo
n
CS C CCp CR
7 dias
7 0,71±
0,073
0,63±
0,06
0,54±
0,03
0,67±
0,07
14 dias
7 0,39±
0,05
0,50±
0,06
0,52±
0,05
0,59±
0,03
28 dias
7 0,46±
0,06
0,37±
0,05
0,49±
0,11
0,58±
0,01
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
71
Os valores médios de osso formado no retículo para os
animais controle sham, são superiores aos valores obtidos nos demais
grupos aos sete dias.
Quando se aplica o teste ANOVA para as variáveis:
tempo de reparo e tratamento, verificou-se que o efeito conjunto dessas
duas variáveis foi estatisticamente significante, como observado na
Tabela 8.
Tabela 8 - ANOVA para os dados da quantidade de osso neoformado no
defeito ósseo na área do retículo.
Fonte de Variação gl SQ QM F p
Tratamento 3 0,16317 0,05439 13,58 0,0000*
Tempo de sacrifício 2 0,43083 0,21542 53,78 0,0000*
Interação 6 0,24301 0,04050 10,11 0,0000*
Resíduo 72 0,28839 0,00401
Total 83 1,12541
*p<0,05
A quantidade de osso formado durante o processo de
reparo, é menor para 14 e 28 dias quando comparado com sete dias
conforme mostra Figura 9.
72
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
FIGURA 9 - Gráfico das médias de tecido ósseo neoformado (%) para as doze
diferentes condições experimentais estabelecidas pelas variáveis:
tempo e condição de tratamento.
As médias das condições experimentais estabelecidas
pelas variáveis tempo e tratamento foram comparadas pelo teste de
Tukey (5%) (Tabela 9).
73
Tabela 9 - Comparação de médias de osso neoformado em % nas
condições experimentais pelo teste de Tukey (5%).
Tratamento Tempo Média Grupos Homogêneos
CS 7 dias 0,7168 A
CR 7 dias 0,6761 A B
C 7 dias 0,6344 A B C
CR 14 dias 0,5913 B C D
CR 28 dias 0,5833 B C D
CCp 7 dias 0,5432 C D E
CCp 14 dias 0,5233 C D E
C 14 dias 0,5010 D E F
CCp 28 dias 0,4975 D E F
CS 28 dias 0,4673 E F G
CS 14 dias 0,3998 F G
C 28 dias 0,3730 G
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
Através do teste de Dunnet, foram comparados os grupos
castrados com o grupo controle sham, de forma individual, obtendo dados
na Tabela 10.
Os resultados obtidos no período de sete dias, nos grupos
castrado sem medicamento e no grupo que recebeu tratamento com
risedronato, quando comparados com o grupo sham, não mostraram
resultados significativos. Porém o grupo de animais castrados que
recebeu o medicamento homeopático Calcarea phosphorica 6CH, quando
comparado com o grupo sham, apresentou resultado significativo
(p<0,05).
74
Tabela 10 - Resultado do teste de Dunnett (5%) para os dados da
quantidade de osso formado dentro do retículo,
comparando os animais castrados com diferentes
tratamentos e o grupo sham, para sete dias.
Grupos Médias
Diferença de médias
vs sham
(média = 0.643)
Erro padrão
da
diferença
t
p
C 0.716 0.073 2.224 0.085
CCp 0.544 0.172* 5.249 0.001
CR 0.687 0.029
0.0328
0.904 0.688
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
t
(5%) gl = 27
= 2,481
*p<0,05
Nos resultados obtidos para o período de 14 dias, o grupo
castrado sem medicamento, quando comparado com o grupo controle
sham, não mostrou resultado significativo. Porém os grupos de animais
castrados que receberam risedronato e Calcarea phosphorica 6CH,
quando comparados com o grupo sham, apresentaram significância
(p<0,05).
Tabela 11 - Resultado do teste de Dunnett (5%) para os dados obtidos
comparando a quantidade de tecido ósseo formado em
animais castrados com diferentes tratamentos e o grupo
controle sham e sem medicamento, para o tempo de 14
dias.
Grupos Médias
Diferença de médias
vs sham
(média = 0,4939)
Erro padrão
da diferença
t
p
C 0,399 0,094 2,470 0,051
CCp 0,518 0,118* 3,120 0,011
CR 0,592 0,192*
0,381
5,045 0,001
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
t
(5%) gl = 27
= 2,481
*p<0,05
75
Para o resultado obtido no período de 28 dias, o grupo
castrado sem medicamento, comparado com o grupo sham, mostrou
resultado significativo. Porém os grupos de animais castrados que
receberam risedronato e Calcarea phosphorica 6CH, quando comparados
ao sham, não apresentaram resultado significativo (p<0,05).
Tabela 12 - Resultado do teste de Dunnett (5%) para os dados
comparando a quantidade de osso formado em animais
castrados com diferentes medicamentos e o grupo sham,
para o tempo de 28 dias.
Grupos Médias
Diferença de médias
vs sham
(média = 0.345)
Erro padrão
da
diferença
t
p
C 0.467 0,122* 3,020 0,014
CCp 0.475 0,008 0,198 0,994
CR 0.555 0,087
0,040
2,171 0,095
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
t
(5%) gl = 27
= 2,481
*p<0,05
5.2.2 Histomorfometria: espessura do calo ósseo
Para a análise histológica do volume do calo ósseo
apresentado, foi considerada a maior medida da espessura formada nos
mesmos.
A espessura média do calo ósseo nos quatro diferentes
grupos é demonstrada na Tabela 13.
76
Tabela 13 - Média e desvio padrão da espessura do calo ósseo formado
durante o reparo do defeito.
Tempo de
reparo
n
Grupo
CS
Grupo
C
Grupo
CCp
Grupo
CR
7 dias 5
165,20±
72,70
160±
43,07
182,80±
42,11
287,60±
114,26
14 dias 5
146,40±
79,57
199,60±
49,63
239,20±
40,24
202,40±
47,65
28 dias 5
141,40±
29,73
32,00±
5,10
65,20±
12,46
257,40±
69,59
n = número de animais
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
Quando foi aplicado o teste ANOVA para as variáveis:
tempo de reparo e espessura do calo, verificou-se que o efeito conjunto
dessas duas variáveis foi estatisticamente significante, como observado
na Tabela 14.
Tabela 14 - ANOVA para os dados da espessura do calo ósseo formado
durante o reparo do defeito.
Fonte de Variação gl SQ QM F p
Tratamento 3 122766 40922.0 12.11 0.0000*
Tempo sacrifício 2 72959 36479.4 10.79 0.0001*
Interação 6 102942 17157.0 5.08 0.0004*
Resíduo 48 162238 3379.9
Total 59 460905
*p<0.05
77
Em relação à espessura do calo ósseo é claramente
observada uma inversão de comportamento entre os grupos castrados
tratados com Calcarea phosphorica 6CH (CCp) e com risedronato, sendo
que o grupo CCp, assumiu comportamento semelhante ao grupo castrado
sem medicação (C) (Figura 10).
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
FIGURA 10 - Gráfico das médias da espessura de calo ósseo formado para as
doze diferentes condições experimentais estabelecidas pelas
variáveis tempo e espessura do calo ósseo.
As médias das condições experimentais estabelecidas
pelas variáveis tempo e espessura do calo ósseo foram comparadas pelo
teste de Tukey (5%) (Tabela 15).
78
Tabela 15 - Comparação de médias de espessura do calo ósseo nas
condições experimentais pelo teste de Tukey (5%).
Tempo Tratamento Média Grupos Homogêneos
7 dias CR 287.60 A
28 dias CR 257.40 A B
14 dias CCp 239.20 A B
14 dias CR 202.40 A B
14 dias C 199.60 A B
7 dias CCp 182.80 A B C
7 dias CS 165.20 A B C
7 dias C 160.40 B C
14 dias CS 146.40 B C D
28 dias CS 141.40 B C D
28 dias CCp 65.20 C D
28 dias C 32.00 D
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
Quando são avaliados os tempos em relação a espessura
do calo ósseo formado, observa-se que aos sete dias há diferença
estatística entre o grupo castrado que recebeu como medicação o
risedronato (CR) e os demais grupos.
Aos 14 dias não houve diferenças estatísticas entre os
grupos estudados.
Aos 28 dias, existiu diferença estatística entre o grupo
castrado e tratado com risedronato (CR) e os grupos castrado sem
medicação (C) e castrado tratado com Calcarea phosphorica 6CH (CCp).
Neste tempo, o valor referente ao tamanho do calo ósseo em CCp
assume valor inferior ao encontrado nos animais controle sham (CS).
79
5.2.3 Histomorfometria: espessura da cortical
Com a intenção de verificar a influência dos diferentes
tratamentos (Calcarea phosphorica 6CH e risedronato) no osso cortical
fora da área de lesão, obtivemos medidas da espessura da cortical
adjacente ao defeito, que foram analisadas obtendo a média e o desvio
padrão como observado na Tabela 16.
Tabela 16 - Média e desvio padrão da espessura da cortical adjacente à
lesão óssea.
Tempo C CCp CR CS
7 dias
117,00±
12,37
101,20±
14,53
140,80±
12,93
124,80±
10,57
14 dias
122,40±
11,87
141,60±
24,27
141,60±
29,03
139,20±
3,90
28 dias
117,60±
24,39
116,00±
20,83
145,60±
31,13
140,80±
16,16
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
Através do teste ANOVA para as variáveis: tempo e
espessura da cortical, verificou-se que o efeito conjunto dessas variáveis
não foi estatisticamente significante (Tabela17).
80
Tabela 17 - ANOVA para os dados da espessura da cortical óssea fora do
defeito.
Fonte de Variação gl SQ QM F p
Tratamento 3 6155,0 2051,66 4,38 0,0084
Tempo sacrifício 2 2352,7 1176,35 2,51 0,0919
Interação 6 2755,2 459,19 0,98 0,4492
Resíduo 48 22494,0 468,63
Total 59 33756,8
As médias das condições experimentais estabelecidas
pelas variáveis tratamento e espessura da cortical, foram comparadas
pelo teste de Tukey (5%) (Tabela 18).
Tabela 18 - Comparação de médias da espessura da cortical adjacente ao
calo ósseo nas condições experimentais pelo teste de Tukey
(5%).
Tratamento Média Grupos Homogêneos
CR 142.67 A
CS 134.93 A B
CCp 119.60 B
C 119.00 B
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
Quando são avaliados os tempos em relação à espessura
da cortical óssea, observa-se que o grupo castrado e medicado com
risedronato (CR), tem diferença estatística significante em relação ao
81
grupo castrado (C) e castrado medicado com Calcarea phosphorica 6CH,
como observado na Figura 11.
CS = controle sham, sem medicamento
C = castrado, sem medicamento
CCp = castrado medicado com Calcarea phosphorica 6 CH
CR = castrado medicado com risedronato
FIGURA 11 - Gráfico das médias de cortical óssea para as doze diferentes
condições experimentais estabelecidas pelas variáveis tempo e
tratamento.
5.3 Análise histológica descritiva
Apesar de ser observado o fechamento das lesões em
todos os grupos, existiu variação na formação do calo ósseo e em sua
remodelação, apresentando evolução com aspectos morfológicos distintos
entre os grupos. Aos sete dias todos os animais tiveram o defeito ósseo
completamente preenchido por trabéculas jovens formadas a partir da
82
proliferação do endósteo e periósteo. Aos 14 dias sinais de remodelação
óssea foram observados e aos 28 dias foi constatada a presença de osso
mais maduro com substituição parcial das trabéculas por osso compacto,
porém em diferentes quantidades.
Aos sete dias observou-se quantidade abundante de
células mesenquimais, diferenciadas em células osteoprogenitoras,
numerosos osteoblastos sintetizando matriz osteóide, formação de
trabéculas delgadas, irregulares com diversos osteócitos volumosos
presos em seu interior e pouca atividade osteoclástica. Foi observada
grande projeção do calo para o interior do espaço medular e pequena
projeção deste para a superfície externa na tíbia.
Aos catorze dias, já foi possível visualizar osteoclastos,
iniciando o processo de remodelação óssea. O número de trabéculas
diminuiu, e as presentes eram mais espessas e repletas de osteócitos em
seu interior com maior espaçamento entre si. Houve diminuição da
quantidade de células osteoprogenitoras e osteoblastos, além do calo
com menor volume.
Aos 28 dias, a remodelação estava em etapa avançada,
apresentando lâmina óssea compacta unindo as margens do defeito e
pouco osso trabecular remanescente e evidente organização do tecido,
com formação de tecido ósseo secundário. Também foi observado na
maioria dos animais a liberação do espaço medular.
Nos grupos estudados, foram excluídos e substituídos os
animais que apresentaram fratura (um animal) e infecção (cinco animais),
procurando manter a amostra o mais homogênea possível.
O grupo castrado e medicado com risedronato, já aos
sete dias, mostrava trabéculas numerosas e mais espessas, que os
demais grupos, mantendo este aspecto até os 28 dias. Foi evidente a
menor quantidade de células osteoclásticas e, por conseguinte menor
remodelação óssea. Embora discreta, foi constatada um aumento na
espessura da cortical.
83
O grupo castrado e medicado com Calcarea phosphorica
6CH teve uma alta taxa na proliferação celular mesenquimal, bastante
evidente aos sete e aos 14 dias, quando a espessura do calo ósseo
superou a dos demais grupos. Aos 28 dias observamos grande
remodelação óssea com formação de ponte óssea mais delgada que a
cortical normal, constituída por lâmina de osso compacto na superfície e
poucas trabéculas na porção interna.
O grupo castrado sem medicação, mostrou aos sete e 14
dias, trabéculas delgadas e espaçadas entre si, entremeadas por tecido
conjuntivo com pouca celularidade. No vigésimo oitavo dia, foi pequeno o
número de trabéculas e formou-se uma ponte óssea de tecido laminar
compacto. Vale ressaltar que esta é a mais delgada quando comparada
àquelas presentes nos outros grupos.
Nas pranchas a seguir, é possível visualizar os aspectos
morfológicos em todos os grupos estudados (Figuras 12, 13, 14 e 15).
84
FIGURA 12 - Imagens panorâmicas dos aspectos morfológicos observados nos
quatro diferentes grupos analisados em função do tempo e dos
tratamentos. HE. 25X. CS) grupo falso castrado (sham) sem
medicação. C) grupo castrado sem medicação. CCp) grupo
castrado e tratado com Calcarea phosphorica 6CH. CR) grupo
castrado e tratado com risedronato. Observar as variações no
volume e espessura do calo ósseo e da cortical remodelada.
85
FIGURA 13 - Imagens dos aspectos morfológicos observados nos quatro
diferentes grupos aos sete dias. HE: CS) grupo falso castrado
(sham) sem medicação - trabéculas jovens e tecido de
granulação abundante. Aumento original 400X; C) grupo
castrado sem medicação - trabéculas delgadas e mais
espaçadas. Aumento original 400X; CCp) grupo castrado e
tratado com Calcarea phosphorica 6CH – trabéculas numerosas
e pouco espaçadas, presença de alta celularidade dentro e ao
redor das trabéculas, vários osteoblastos. Aumento original
400X; CR) grupo castrado e tratado com risedronato -
trabéculas delgadas e tecido de granulação abundante.
Aumento original 400X.
86
FIGURA 14 - Imagens dos aspectos morfológicos observados nos quatro
diferentes grupos aos catorze dias. HE: CS) grupo falso
castrado (sham) sem medicação – poucas trabéculas e lâmina
cortical evidente. Aumento original 400X; C) grupo castrado sem
medicação – várias trabéculas e lâmina cortical pouco evidente.
Aumento original 400X; CCp) grupo castrado e tratado com
Calcarea phosphorica 6CH – várias trabéculas, alta celularidade
ao redor das trabéculas e lâmina cortical delgada. Aumento
original 400X; CR) grupo castrado e tratado com risedronato -
trabéculas mais espessas. Aumento original 400X.
87
FIGURA 15 - Imagens dos aspectos morfológicos observados nos quatro
diferentes grupos aos vinte e oito dias. HE: CS) grupo falso
castrado (sham) sem medicação – lâmina cortical organizada e
liberação da cavidade medular evidenciando remodelação
avançada. Aumento original 400X; C) grupo castrado sem
medicação – formação de lâmina cortical muito delgada.
Aumento original 400X; CCp) grupo castrado e tratado com
Calcarea phosphorica 6CH – lâmina cortical pouco evidente e
presença de várias trabéculas. Aumento original 400X; CR)
grupo castrado e tratado com risedronato – lâmina cortical
espessa e manutenção de várias trabéculas invadindo o canal
medular. Aumento original 400X.
6 DISCUSSÃO
O objetivo deste trabalho foi comparar o efeito de dois
medicamentos no reparo ósseo, um alopático, na figura do risedronato e
outro homeopático, representado pela Calcarea phosphorica 6CH.
Para tal, em nosso trabalho foi realizado um estudo
experimental em ratos, o que constitui modelo animal já consagrado para
pesquisa de doenças ósseas, pois estes animais têm semelhança com os
tecidos encontrados nos humanos, além de apresentarem tempos mais
curtos de observação devido ao metabolismo acelerado, possibilitarem
controle das interferências do meio ambiente e serem de fácil
manipulação pelo pequeno porte (JEE
36
, 1995, JÄRVINEN et al.
35
, 1998;
CHO et al.
16
, 2004).
A rata ovariectomizada é considerada um bom modelo
para o estudo da perda do osso esponjoso induzida pela deficiência de
estrogênio e um modelo pobre para o estudo da perda óssea cortical nas
mesmas condições (JEE
36
,1995).
A tíbia foi o osso de escolha porque tem sido utilizada
para estudo por diversos autores e apresenta poucos planos teciduais
superpostos, facilitando o acesso cirúrgico à sua superfície (JÄRVINEN et
al.
35
, 1998).
Quando é induzida lesão óssea monocortical na tíbia,
diversos são os fenômenos simultâneos que acontecem para que ocorra o
reparo. O coágulo sangüíneo da primeira fase do reparo dá lugar ao
tecido de granulação que é prontamente substituído por proliferação e
diferenciação celular abundantes, formando o calo ósseo, massa tecidual
volumosa que une as extremidades do defeito, além de invadir parte da
cavidade medular ou mesmo proliferar para a porção externa
89
ultrapassando uma linha imaginária traçada entre as bordas da cortical
óssea. Com o passar do tempo, ocorre o processo de remodelação
óssea, quando todo o osso formado de maneira excessiva, será
remodelado, objetivando a formação de uma lâmina compacta de osso
maduro. Tal lâmina, inicialmente é delgada, porém após determinado
tempo, atinge espessura semelhante às corticais adjacentes à área da
lesão.
Em nosso trabalho, todos os animais tiveram suas lesões
ósseas fechadas no período de observação, porém os resultados foram
conflitantes quando comparados entre si.
As medidas de densidade óssea demonstraram que no
período de sete dias, o grupo castrado utilizando a Calcarea phosphorica
6CH (CCp) foi o que apresentou maior densidade óssea (DO), seguido do
grupo castrado sham (CS), grupo castrado sem medicação (C) e por
último do grupo castrado e tratado com risedronato (CR), porém nesse
período a diferença entre os grupos não foi significante. Aos 14 dias
observamos que o grupo CCp mostrou aumento do valor de densidade
óssea, assumindo o maior valor entre os grupos, seguido do grupo CR
que também aumentou a DO em relação ao período de sete dias, com
curva semelhante ao grupo tratado com Calcarea phosphorica. O grupo
castrado sem medicação manteve a DO em um platô, enquanto o grupo
sham diminuiu a densidade óssea. Finalmente aos 28 dias, o grupo
tratado com risedronato assumiu o maior valor entre os grupos, com valor
superior ao de 14 dias e equiparável ao do grupo da Calcarea
phosphorica aos sete dias. Segue o grupo CR, em valores decrescentes,
os grupos castrado sem medicação, o tratado com o medicamento
homeopático e por último o grupo sham (Figura 8).
A diminuição nos valores de densidade óssea, observada
no grupo sham, progressiva do sétimo para o vigésimo oitavo dia, pode
ser explicada pelo processo de remodelação fisiológica do calo ósseo que
acontece normalmente na evolução do reparo, levando a diminuição
90
temporária da quantidade de osso e pelo fato do reparo ainda não estar
completo no último dia do experimento o que pode ser verificado nos
aspectos histológicos (Figura 15). Os animais deste grupo podem ser
considerados como padrão de normalidade, uma vez que a falsa
castração ou castração sham não interfere no balanço hormonal,
submetendo os animais apenas a um estresse cirúrgico que não deve
modificar o metabolismo ósseo, aliado ao fato de não terem sido
medicados.
Como demonstrado na Figura 8, o grupo castrado sem
medicação (C) mostrou valores de densidade óssea praticamente iguais
nos três períodos experimentais e aos sete dias esse valor é
estatisticamente semelhante ao observado nos demais grupos (Tabelas 3
e 4). Tais dados indicam que os animais nesse grupo responderam ao
estímulo inicial para a formação do calo ósseo e que a DO atingida em
uma semana manteve-se estável até o vigésimo oitavo dia. Tal fato
sugere que as modificações morfológicas que ocorreram no osso
neoformado ao longo do período de reparo considerado não provocaram
alterações na densidade óssea detectáveis pela metodologia utilizada.
Os animais castrados e tratados com Calcarea
phosphorica foram os que mostraram maior densidade óssea aos sete e
14 dias, com discreto aumento do primeiro para o segundo tempo
experimental. A diferença aos 14 dias só foi estatisticamente significante
quando comparado ao grupo sham (Tabelas 3 e 5). No entanto,
apresentaram grande queda na densidade óssea aos 28 dias, com níveis
inferiores ao grupo castrado e tratado com risedronato e até mesmo do
grupo castrado sem medicação, porém permanecendo com densidade
maior que o grupo sham. Esses dados demonstram que o osso
neoformado aos sete e 14 dias, apresentava quantidade e/ou qualidade
suficiente para exibir alta densidade, sugerindo que o medicamento
homeopático estimulou a formação do calo ósseo nas fases iniciais do
91
reparo. A queda intensa na densidade aos 28 dias, pode ser explicada
pela remodelação óssea do calo.
O grupo castrado e tratado com risedronato apresentou
aumento gradual da DO nos três tempos avaliados. Isso pode ter
acontecido supostamente devido a incorporação do risedronato no tecido
ósseo neoformado e à sua afinidade pelo cálcio além da ação inibitória
sobre os osteoclastos, interferindo diretamente no processo de
remodelação óssea. Diversos autores relataram que este medicamento
diminui a ação dos osteoclastos através de modificações nessas células
como alterações protéicas no citoesqueleto ou inibição da síntese de
colesterol e indução de apoptose por ação citotóxica direta (COMPSON
17
,
1994; GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003; LANGER
41
, 2004; CASTRO et
al.
14
, 2004; BAE & STEIN
7
, 2004; BOONEN et al.
10
, 2004; SENRA et al.
65
,
2004).
Em comparação com os animais falsos castrados e não
medicados (CS) podemos verificar que tanto a castração como os dois
tipos de tratamento foram acompanhados de aumento na densidade
óssea ao longo do reparo tecidual.
Vários são os estudos utilizando dados provenientes da
análise da densidade mineral óssea para diagnosticar a osteoporose e
osteopenia além de acompanhar o tratamento em humanos. Este
procedimento pode ser realizado através de densitometria óssea
(MCCLUNG et al.
46
, 2001; WATTS
81
, 2003; MUSSOLINO et al.
51
, 2003,
FELDSTEIN et al.
23
, 2005; HOOVER et al.
34
, 2005), do método DEXA
(ASPRAY et al.
6
, 1996; JÄRVINEN
35
, 1998; FOGELMAN et al.
25
, 2000;
GILBERT & MCKIENAN
27
, 2005; MARITZ et al.
44
, 2001; BLADE &
FOGELMAN
9
, 2002) ou de métodos mais sofisticados como tomografia,
ressonância magnética, ultrassom e espectometria (CALERO et al.
19
,
2000; GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003; BAE & STEIN
7
, 2004).
Alguns autores afirmaram que o exame radiográfico é
pouco sensível, diagnosticando a osteoporose apenas quando a redução
92
de massa óssea é superior a 30-50%, e que pequenas variações não são
detectadas (GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003; FUCKS
26
, 2004; LANGER
41
,
2004).
Durante o processo de reparo várias modificações que
podem influenciar a densidade no tecido ósseo são observadas, incluindo
a mineralização da matriz osteóide, o amadurecimento do osso com
transformação do osso esponjoso em lamelar compacto e a remodelação.
Os tratamentos usados nesse trabalho estão relacionados
com diferentes alterações morfológicas como variação na quantidade,
espessura e qualidade das trabéculas, na celularidade apresentada nos
tecidos do calo ósseo e no grau de mineralização. A alta variabilidade dos
fatores observados, quando em conjunto, podem possivelmente interferir
de maneira direta na variação da densidade óssea.
Autores relataram que os bifosfonatos além de atuarem
prevenindo a perda óssea, promovem o aumento de densidade. O
risedronato é considerado por muitos como um medicamento de grande
capacidade dentro deste grupo (TAKAHASHI et al.
70
, 1999; CASTRO et
al.
14
, 2004; NATIONAL OSTEOPOROSIS FOUNDATION
52
, 2004).
Para quantificar histomorfometricamente o osso
neoformado, delimitamos uma área de 300 por 150 pixels, no calo ósseo,
localizada no centro da região entre as duas extremidades corticais das
margens do defeito. Nessa área retangular foi sobreposto um retículo,
graduado com 72 pontos, provenientes da intersecção entre linhas
horizontais e verticais. Os pontos que coincidiram com tecido ósseo foram
considerados positivos para formação óssea, gerando dados para a
análise estatística. Essa localização foi selecionada por representar a
área onde ocorreria mais tardiamente tanto a neoformação quanto a
remodelação e maturação óssea.
Aos sete dias, os animais falso castrados (sham) sem
medicação (CS) apresentaram a maior quantidade de osso neoformado,
seguido pelos animais que receberam risedronato (CR), animais
93
castrados sem medicação (C) e por último pelos animais do grupo da
Calcarea phosphorica 6CH (CCp). Porém, a diferença entre os grupos foi
estatisticamente insignificante (Figura 9).
Aos 14 dias, o grupo CR assumiu a maior porcentagem
de formação óssea frente aos outros grupos, seguido pelos grupos CCp e
C, que mostraram valores semelhantes entre si, e por último pelo grupo
CS cujo valor foi estatisticamente menor que o grupo tratado com
risedronato. É importante ressaltar que os valores referentes à quantidade
de osso neoformado diminuiu nessa fase, em todos os grupos, devido ao
processo de remodelação óssea que já foi iniciado. Porém, a intensidade
e velocidade da remodelação foram influenciadas diretamente pelo
tratamento recebido ou não.
Aos 28 dias o grupo tratado com risedronato exibiu
praticamente a mesma quantidade de osso novo que aos 14 dias e
mesmo assim foi o que apresentou maior quantidade de osso, seguido
pelo grupo CCp, grupo CS e grupo C.
A estabilização da quantidade de osso formado no grupo
CR observado nos tempos de 14 e 28 dias, além do fato que o osso
formado superou o encontrado nos demais grupos, demonstra que
ocorreu um retardo no processo de remodelação óssea verificado no
resultado histológico (Figuras 14 e 15).
Quando expostos à ação do risedronato os osteoclastos
sofrem alterações morfológicas e funcionais que acarretam na inibição ou
diminuição da reabsorção óssea (COMPSON
17
, 1994; GUEDES JUNIOR
et al.
29
, 2003; LANGER
41
, 2004; CASTRO et al.
14
,2004; BAE & STEIN
7
,
2004; BOONEN et al.
11
, 2004). Por isso esse medicamento tem sido
indicado como uma boa escolha para o tratamento da osteoporose,
principalmente em casos com perda óssea avançada. Alguns autores
relataram que também deve ocorrer ativação de osteoblastos com
indução de formação óssea e não somente controle da reabsorção
excessiva (COMPSON, 1994). Em nosso material, a grande quantidade
94
de osso formado no sétimo dia de experimento no grupo castrado e
tratado com risedronato comprova essa hipótese, uma vez que superou
os valores do grupo castrado sem tratamento e dos animais castrados e
tratados com o medicamento homeopático.
A quantidade de osso formada no grupo tratado com
Calcarea phosphorica 6CH, detectada pela contagem de pontos no
retículo, manteve-se estável ao longo dos três períodos, sugerindo que
houve maior estímulo formador de osso que de remodelação.
Os animais do grupo castrado sem tratamento
conseguiram formar o calo ósseo, porém, devido à falta de hormônios
sexuais, perdeu massa óssea continuamente à medida que ocorreu a
remodelação do calo.
O grupo falso castrado sem tratamento, que é o nosso
controle biológico, mostrou grande estímulo formador de osso no início do
reparo, grande atividade remodeladora aos catorze dias, demonstrada
pela presença de cortical delgada e espessamento dessa cortical na fase
final do reparo.
No entanto, comparando os dados da histomorfometria
usando o retículo com os da densidade óssea observamos discrepância
entre os resultados obtidos e passamos a questionar que o tamanho da
janela que continha o retículo limitava a interpretação da real quantidade
de osso neoformado. Então, resolvemos medir a espessura do calo ósseo
através de uma linha no centro da lesão, acreditando que observaríamos
de modo mais acurado as variações no comportamento dos grupos, o que
de fato foi evidenciado após a avaliação estatística.
Pudemos verificar que todos os grupos fizeram calo ósseo
volumoso, porém, o que formou este em maior espessura aos sete e vinte
e oito dias foi o grupo tratado com risedronato, seguido aos sete e vinte e
oito dias pelos demais grupos CS, CCp e C. Novamente nossos dados
sugeriram que o risedronato deve tanto estimular a formação óssea
quanto impedir sua reabsorção e remodelação (Figura 12).
95
Aos catorze dias os animais tratados com o medicamento
homeopático Calcarea phosphorica 6CH foram os que exibiram a maior
espessura de calo ósseo, o que pode ser explicado por um pico de ação
mais tardio. No entanto, esse medicamento não impediu a reabsorção do
osso formado uma vez que a remodelação do calo mostrou valores
semelhantes aos do grupo castrado sem medicamento no vigésimo oitavo
dia (Figura 15).
Medindo a espessura do tecido cortical adjacente à lesão
observamos a influência dos medicamentos no osso fora da lesão, foi
extremamente discreta e estatisticamente insignificante (Figura 11). Os
medicamentos estudados não modificaram a condição óssea externa à
lesão óssea.
Todas as projeções de aumento de tecido ósseo apontam
que após os 28 dias de tempo deste experimento o grupo tratado com
risedronato continuará a incrementar a formação de tecido ósseo,
sugerindo que tempos mais longos de observação e estudo através de
marcadores bioquímicos (HARRIS et al.
30
, 1999; FOGELMAN et al.
25
,
2000; GUEDES JUNIOR et al.
29
, 2003; LEDER et al.
42
, 2003), e testes de
resistência mecânica (CALERO et al.
13
,2000; BAE & STEIN
7
, 2004) serão
úteis na interpretação da ação dos medicamentos.
7 CONCLUSÃO
Os resultados do presente trabalho possibilitaram as
seguintes conclusões:
a) o medicamento risedronato foi o que apresentou
melhores resultados quanto ao reparo ósseo
em todos os períodos;
b) o osso formado no grupo que recebeu
risedronato mostrou-se mais resistente à
remodelação;
c) a Calcarea phosphorica 6CH foi mais eficiente
nas fases iniciais do processo de reparo;
d) os animais tratados com risedronato e Calcarea
phosphorica 6CH formaram osso de qualidade
morfológica semelhante a dos grupos sem
tratamento;
e) a castração interferiu de forma prejudicial no
reparo devido à perda óssea contínua;
f)
o exame radiográfico mostrou-se pouco sensível
a pequenas alterações da perda e
neoformação óssea;
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ABSTRACT
Osteoporosis, a disease characterized by progressive bone loss, has been the target of
several studies lately. It results in a much higher risk for fractures and might cause slower
bone consolidation. The aim of this work was to study the effects of Risedronate
(allopathic medicine) and Calcarea phosphorica 6CH (homeopathic medicine) to repair
bone lesions in male rats with osteoporosis, induced by castration. For this, eighty-four
three-months-old rats were used divided in four groups of twenty-one animals. Three
groups where castrated and one group was submitted to Sham surgery. One month later,
monocortical lesions were made in all animals’ tibiae and after one day they began the
different treatments according to the following groups: CR – castrated/Risedronate
(1mg/kg/day); CCp - castrated/Calcarea phosphorica 6CH (3 drops/day); CP -
castrated/placebo and SP - Sham/placebo that received 3 drops/day of distilled water.
The animals were sacrificed at seven, fourteen and twenty-eight days after the beginning
of treatment and had their tibiae removed. The tibiae’s digital XR was analyzed in order to
evaluate optical density, using the Image Tool program. Then, they were decalcified and
processed for histologic analysis. Histomorphometric measures of bone percentual
formation were evaluated using a graticule in the central area of the lesion, with the
Image J program. Data was submitted to ANOVA, Tukey and Dunnett tests (5% level).
According to the optical density, the CCp group showed the best results at seven and
fourteen days, but it was surpassed by the CR group at the 28
th
day. The
histomorphometrical analyses showed that the SP group had the best result at seven
days but the CR group formed more bone than all the other groups at 14 and 28 days.
Measuring the bony callus, the CR group had the thicker callus at seven and 28 days. It
was concluded that Risedronate stimulated more bone formation then Calcarea
phosphorica 6CH during bone repair, due to the formation of a bone resistant to
remodelation. Calcarea phosphorica was more efficient at the initial stages of bone repair
process. Castration has interfered negatively leading to continuous bone loss.
Radiographic exams demonstrated low sensibility to detect small variations on bone loss
and neoformation in rats.
KEYWORDS: Bone tissue repair; risedronato; Calcarea phosphorica 6CH;
comparative study; allopathic and homeopathic medicine; osteoporosis.
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