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(TORSVIK et al., 2002). Assim, todas as abordagens suportam a afirmação de que o
solo representa um dos mais diversos habitats para os microrganismos.
No solo pode ser encontrada uma alta proporção de bactérias Gram-positivas,
quando comparados ao ambiente aquáticos, além disso, deve ser levado em conta
que existe relativas proporções de gêneros bacterianos dentro de cada hábitat
(ATLAS e BARTHA, 1998 citados por SILVEIRA, 2004). São encontrados no solo,
por meio de técnicas tradicionais de isolamento, principalmente os gêneros de
bactérias: Acinetobacter, Agrobacterium, Alcaligenes, Artrobacter, Bacillus,
Brevibacterium, Caulobacter, Cellulomonas, Clostridium, Corynebacterium,
Flavobacterium, Micrococcus, Mycobacterium, Pseudomonas, Staphylococcus,
Streptococcus e Xanthomonas (ATLAS E BARTHA, 1998 citado por SILVEIRA,
2004). Segundo estimativas realizadas por Lewinsohn et al. (2002) existe
aproximadamente 4.200 espécies de bactérias descritas. Entretanto, poucos
trabalhos foram realizados com comunidades bacterianas do solo da Mata Atlântica,
dificultando dessa forma o conhecimento da biodiversidade microbiana desse bioma.
Um filo bastante comum no solo é o Acidobacteria (KENT e TRIPLETT, 2002),
porém, segundo Holmes et al., (2000) esse grupo contém poucas seqüências
cadastradas no GenBank. Por outro lado o Filo Proteobacteria apresenta uma
grande diversidade morfológica e fisiológica, e apresentam coloração Gram-negativa
e 5 subdivisões: alfa, beta, gama, delta e epsilon (CANHOS et al., 1997). Outro
grupo importante no solo são as actinobactérias, os quais representam de 10 a 33%
das bactérias existentes no solo. Este grupo é constituído por microrganismos
bastante resistentes, conseguindo sobreviver em ambientes como desertos, embora
sejam bastante sensíveis a ambientes ácidos, desenvolvendo melhor em ambientes
neutros ou alcalinos (HOLMES et al., 2000). A maioria das actinobactérias tem como
característica a produção de odor de mofo, são responsáveis pela degradação de
substâncias muito complexas, são produtores de antibióticos e podem auxiliar na
fixação de nitrogênio sendo um grupo de grande importância para o melhoramento
do solo (TAMAYO e VILLAMIL, 2003; CANHOS et al., 1997). Segundo Pereira
(2003) a população de actinobactérias que vive em solos de florestas tende ser
levemente maior que em solos cultivados.
Por meio da análise de amostras de solo é possível determinar que a
diversidade bacteriana é composta de espécies já conhecidas e grupos novos. Em
análise por metagenômica de solo agrícola foi observado que 98,4% das seqüências