RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo determinar a composição bioquímica de
Chaetoceros muelleri Lemmerman, uma importante espécie para atividades na
aqüicultura, em diferentes meios de cultivo. Os bioensaios foram realizados em duas
etapas e mantidos nas mesmas condições (iluminação constante; 22±1°C; pH de 8 a
9 e salinidade 33 ups). O meio controle utilizado foi F/2 Guillard (F/2) e os meios
alternativos de cultivo foram extrato de esterco de gado (EEG) e de minhoca (EEM).
Na primeira etapa, a diatomácea C. muelleri foi cultivada em 500 mL dos meios de
cultivo, em triplicatas, e determinou-se a densidade celular, taxa diária de
crescimento, clorofila a e biovolume. A fase exponencial foi definida através da curva
de crescimento. A segunda etapa dos bioensaios foi iniciada em garrafão plástico
até o volume final de 20 litros, para cada meio. A cada aumento do volume foram
determinadas a densidade celular e a concentração de clorofila a. As análises
bioquímicas foram realizadas com o material precipitado dos garrafões (20 L),
através de centrifugação (4000 rpm, 15 min). Esse precipitado foi seco em estufa até
peso constante, à temperatura de 40ºC. Foram analisados nitrogênio total,
carboidrato total, proteína total e lipídeo total, em triplicatas. Na primeira etapa dos
bioensaio, as maiores densidades celulares foram de 11,05±1,32 x10
6
céls.mL
-1
, F/2;
no 6
0
dia; de 8,33±0,83 x10
6
céls.mL
-1
,
EEG, no 4
0
dia e de 6,86±0,38 x10
6
céls.mL
-1
,
EEM, 8
0
dia. O valor médio da taxa diária de crescimento celular de C. muelleri, na
fase log, para o meio F/2 foi de 0,65±0,70, enquanto que, para os meios EEG e EEM
foi de 0,97±0,43 e 0,36±0,31, respectivamente. Os teores máximos de clorofila a
foram de 0,34±0,03 pg.cél.
-1
,
no 7
0
dia, meio F/2; de 0,74±0,90 pg.cél.
-1
, no 9
0
dia;
meio EEG e de 2,26±1,70 pg.cél.
-1
, no 12
0
dia, meio EEM. Os maiores valores de
biovolume celular foram de 528,55±321,06 μm
3
, para o meio F/2 e de 515,28±351,87
μm
3
, para o meio EEG, no 5
0
dia, em ambos meios; e, de 534,17±454,13 μm
3
, para
o meio EEM, no 11
0
dia. Na segunda etapa dos bioensaios, para o volume final de
20 L, as concentrações médias da densidade celular para o meio F/2 foi de
21,61±0,24 x10
6
céls.mL
-1
, para o meio EEG de 18,53±0,43 x10
6
céls.mL
-1
e para o
meio EEM de 23,07±0,44 x10
6
céls.mL
-1
. Os teores médios de clorofila a foram de
0,90±0,01 x10
-7
pg.cél.
-1
, para o meio EEG, seguida de 0,79±0,05 x10
-7
pg.cél.
-1
,
para o meio EEM e de 0,73±0,02 x10
-7
pg.cél.
-1
,
para o meio F/2. Quanto ao
nitrogênio total, os valores médios foram 3,35±0.06% de matéria seca, para o meio
EEM; 2,30±0,05% de matéria seca, para o meio F/2 e 1,80±0.05% de matéria seca,
para o meio EEG. Em relação ao valor médio de lipídio total, no meio EEM foi de
0,112±0,001 pg.cél.
-1
; e para os meios F/2, de 0,104±0,001 pg.cél.
-1
e EEG,
0,100±0,001 pg.cél.
-1
. Para a proteína total, o valor médio no meio EEM, foi de
0,226±0,012 pg.cél.
-1
e nos meios F/2, de 0,140±0,014 pg.cél.
-1
e EEG, 0,125±0,001
pg.cél.
-1
. Para o carboidrato total, o valor médio no meio EEM, foi de 36,22±1,53
pg.cél.
-1
,
seguido dos meios EEG, 29,16±0,81 pg.cél.
-1
e F/2, 19,76±0,85 pg.cél.
-1
.
Entre as médias dos dados analisados para os bioensaios (F/2, EEG e EEM), foram
encontradas diferenças significativas (p<0,05). Estatisticamente, em relação aos
parâmetros analisados para a espécie C. muelleri, o meio extrato de esterco de
minhoca demonstrou que pode ser utilizado como fonte nutritiva para o
desenvolvimento algal, podendo substituir meios convencionais como o meio F/2
Guillard.
Palavras-chave: Crescimento; propriedades nutricionais; Chaetoceros muelleri,
meios alternativos; composição bioquímica.