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CLÁUDIA CRISTINA GALVÃO XAVIER
ANÁLISE “IN VITRO” DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DA RESINA
COMPOSTA À DENTINA TRATADA COM DIFERENTES SISTEMAS
ADESIVOS.
ARARAQUARA
2005
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CLÁUDIA CRISTINA GALVÃO XAVIER
ANÁLISE “IN VITRO” DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DA RESINA
COMPOSTA À DENTINA TRATADA COM DIFERENTES SISTEMAS
ADESIVOS.
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de
Araraquara, Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”- UNESP, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Doutor em Odontologia.
Área de Dentística Restauradora.
Orientador : Prof. Dr. Sizenando de Toledo Porto Neto
.
ARARAQUARA
2005
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Xavier, Claudia Cristina Galvão
Análise “in vitro” da resistência de união da resina composta à
dentina tratada com diferentes sistemas adesivos. / Claudia
Cristina Galvão Xavier. – Araraquara : [s.n.], 2005.
157 f. ; 30 cm.
Tese (Doutorado) Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Odontologia.
Orientador: Prof. Dr. Sizenando de Toledo Porto Neto
1. Adesivos dentinários 2. Resistência à tração 3. Ataque
ácido dentário I. Título
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Marley Cristina Chiusoli Montagnoli CRB 8/5646
Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Odontologia de Araraquara / UNESP
DADOS CURRICULARES
Cláudia Cristina Galvão Xavier
Nascimento
o
31 de Dezembro de 1971 / Natal-RN
Filiação
o
Ismael Benévolo Xavier
o
Maria das Graças Galvão Xavier
1989 – 1993 - Curso de Graduação
o
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
1995 Cirurgiã Dentista do Centro Federal de Educação Tecnológica do
Rio Grande do Norte até a presente data
1995 – 1996 - Especialização em Dentística Restauradora
o
Faculdade de Odontologia de Araraquara
o
Universidade Estadual Paulista- UNESP
1997 Professora da EAP/ABO-RN (Atualização, Aperfeiçoamento, e
Especialização) até a presente data.
1999 – 2001 Curso de Mestrado em Odontologia- Área Clínicas
Odontológicas
o
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
2002- Professora Substituta da Disciplina de Dentística Pré-Clínica
o
Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN.
2003 – 2005 - Curso de Doutorado em Odontologia
o
Área de Dentística Restauradora
o
Faculdade de Odontologia de Araraquara
o
Universidade Estadual Paulista.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha filha, Juliana, maior razão,
amor da minha vida, e à uma imensa SAUDADE que
guardou no seu coração.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
A Deus, pela sua infinita força.
À minha mãe e ao meu pai, Graça e Ismael, que desde o início, se doaram
inteiros, permitindo que meus sonhos acontecessem. Não bastaria um
muitíssimo obrigada.
Às minhas lindas irmãs, Ana Karla e Karina, que sempre torceram e
apostaram em mim. Aos meus amados sobrinhos, Maria Eduarda e João
Victor, e aos meus queridos cunhados.
A João, que apesar do nosso grande desencontro, nunca deixou de ser,
verdadeiramente, um grande amigo.
A toda minha família, pelo permanente incentivo.
A Mariquinha, Lena e Creuza, por toda atenção e carinho dado à minha
filha durante minhas horas ausentes.
Ao Prof. Dr. Sizenando de Toledo Porto Neto, pela forma tão competente,
experiente e objetiva com que tive o privilégio de ser orientada.
AGRADECIMENTOS
Ao Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET-RN), colegas (em
especial, Dr. Auridam Dantas, Dra. Liana, Ercília Maria, Dra. Ana Cristina
e Luzia), pacientes, meus chefes (Keiler Soares, Prof. Otávio e Prof. Erivan
Sales), diretores (Prof. Sérgio França, Prof. Mariz) e, especialmente, Prof.
Getúlio Marques, por todo apoio e incentivo que deles recebi durante todo o
meu curso.
À Faculdade de Odontologia de Araraquara, nas pessoas de sua diretora
Prof.a. Dra. Rosemery Adriana Marcantonio e vice-diretor Prof. Dr. José
Cláudio Martins Segalla.
Ao Prof. Dr. José Roberto Cury Saad, coordenador do curso de Pós-
graduação em Dentística Restauradora, por essa oportunidade.
A todos os professores do Departamento de Odontologia Restauradora, em
especial aos professores da disciplina de Dentística Restauradora: Sizenando,
Saad, Marcelo, Welingtom, Salete, Sillas e Osmir.
Ao professor amigo, Marcelo Ferrarezi, por tudo e pela grande confiança que
teve em mim. Ao professor amigo, Edinho, pela ajuda que tive, logo que
cheguei em Araraquara.
Ao Prof. Dr. Ricardo Calazans e Dr. Francisco das Chagas Pinheiro
(Presidente da ABO/RN) pelo importante apoio. A toda equipe da
EAP/ABO-RN, em especial aos funcionários: Edna, Rose, Mônica e Gomes.
Obrigada.
À professora amiga, Dra. Iara Farias de Andrade, pelo constante incentivo.
À amiga Carla Simone.
À professora Dra. Marisa Gabrielli, da disciplina de Cirurgia Buco-Maxilo-
Facial, pela sua importantíssima ajuda, permitindo a obtenção das amostras,
o que tornou possível a elaboração desta pesquisa.
Ao professor Dr. Luis Geraldo Vaz, pela grandiosa e indiscutível colaboração
na realização da parte experimental deste trabalho.
À Paula Jaques, aluna do Doutorado em Odontopediatria, pelas grandes e
importantes sugestões no estudo de microtração.
A todos os funcionários da Faculdade de Odontologia de Araraquara,
especialmente: Conceição, D. Cida, Adriana, Marinho, Vanderlei, Cida,
Cláudio, Creuza.
A Amanda, estagiária de informática, muito obrigada.
A todos os funcionários da Biblioteca da Faculdade de Odontologia de
Araraquara, em especial Maria Helena e Marley.
Aos meus amigos das turmas de Mestrado e Doutorado: Cristina Magnani,
Elaine, Pedro, Eduardo, Ricardo, Taylane, Roberto, Emanuel, Alessandra,
Patrícia, Kina, Cláudia Freitas, Walisson, Leonardo, Cristina, Renato
Roperto, Renato, André, Martin, Cláudia Huck, Elídio, Rinaldo, pela
amizade, ajuda, oportunidade de tê-los conhecidos e por ter aprendido muito
com eles.
À minha amiga de Natal, Larissa Mesquita, pelo companheirismo e carinho.
À minha grande amiga-irmã de Araraquara, Gisele, e toda a sua família, por
todo carinho e tudo que fizeram por mim e por minha filha. À sua filha,
Linda Giovanna, pela alegria que trazia, em seu sorriso, quando chegava
em minha casa.
Aos meus queridos vizinhos, Inês, Sr. Zeca, Marli, Cris e Dani, por todo
carinho.
Às grandes amiguinhas de Juliana, Dani, Linda, Marina e Marcela, por
terem, de certa forma, amenizado a uma imensa saudade.
Ao Prof. Romeu Magnani, pela elaboração da parte estatística, e à sua filha
Cristina Magnani pela sua amizade, da qual terei saudade.
Às Empresas 3M do Brasil, Dentsply, Ivoclar/Vivadent, que cederam os
materiais pesquisados.
A todos que, de maneira direta ou indireta, contribuíram para a realização
deste trabalho.
“Ontem um menino que brincava me falou
Que hoje é semente do amanhã
Para não ter medo que esse tempo vai passar
Não se desespere
Nem pare de sonhar
Nunca se entregue
Nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida
Fé no homem
Fé no que virá
Nós podemos tudo nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será ”
Gonzaga Jr.
SUMÁRIO
1. Introdução.................................................................................10
2. Revisão da Literatura...............................................................22
3. Proposiςão................................................................................85
4. Material e Método .....................................................................87
5. Resultados..............................................................................100
6. Discussão................................................................................113
7. Conclusão...............................................................................132
8. Referências.............................................................................135
9. Apêndices ...............................................................................149
Resumo.........................................................................................156
Abstract .......................................................................................157
11
INTRODUÇÃO
Com o advento do condicionamento ácido (Buonocore
5
, 1955) como
um meio de retenção, tornaram-se disponíveis novas possibilidades
restauradoras com materiais resinosos. Conseqüentemente, os preparos
cavitários padrões foram alterados para acomodar esta nova forma de
retenção adesiva. Como a penetração da resina dentro das
irregularidades microscópicas do esmalte condicionado produz uma
retenção confiável, segundo Dogon et al.
16
, não se faz mais necessário
realizar retenções para manter a restauração. Dessa maneira, surge uma
nova era da “Odontologia Adesiva”, que relaciona os procedimentos
restauradores baseados em resinas com retenção por condicionamento
ácido. A adesão ao esmalte mostrou ser forte, consistente, confiável e
durável, providenciando excelente selamento, além de retenção. Um
benefício colateral deste desenvolvimento é a oportunidade de
conservação tecidual no desgaste para propósitos mecânicos, assim
como um aumento na capacidade de produzir restaurações estéticas que
se integram com os tecidos dentais remanescentes (Touati et al.
63
, 2000).
O sucesso com adesão ao esmalte levou os pesquisadores a
expandir seus esforços para incluir a dentina. Entretanto, as primeiras
tentativas com adesão dentinária não foram bem sucedidas, devido,
principalmente, a diferenças estruturais e de composição entre o esmalte
e a dentina. A adesão ao esmalte é um procedimento executado com
12
maior sucesso que a adesão ao substrato dentinário (Van Meerbeek et
al.
66
2003). A dentina é um tecido naturalmente úmido, orgânico,
apresentando cerca de 45% de hidroxiapatita inorgânica, disposta
irregularmente entre os componentes orgânicos
5
.
Além disso, apesar da dentina ser considerada uma estrutura única,
é encontrada uma grande variabilidade dentro do seu próprio substrato.
Marshall et al.
31
comentaram sobre a variabilidade encontrada dentro do
substrato dentinário e sua respectiva influência na adesão. O diâmetro e a
densidade dos túbulos dentinários variam tremendamente em diferentes
locais da dentina, os quais aumentam em amplitude e número à medida
que se caminha da dentina superficial, a profunda
53
. Deste modo, na
dentina superficial encontra-se uma grande quantidade de dentina
intertubular, sendo seus túbulos dentinários presentes em menor diâmetro
e número. Ao passo que, na dentina profunda, como os túbulos são bem
mais amplos e apresentados em maior número, o percentual de dentina
intertubular diminui, reduzindo, portanto, a área efetiva para adesão
dentinária.
Os primeiros condicionamentos da dentina com ácido fosfórico não
produziam nenhuma retenção com vários materiais restauradores
testados. Além disso, os estudos de vários pesquisadores demonstraram
um potencial de lesão pulpar, devido à aplicação do ácido para
condicionar a dentina. Entretanto, contrariando estudos anteriores,
Fusayama et al.
22
(1979) desenvolvia um sistema adesivo capaz de unir
13
efetivamente a resina composta restauradora à cavidade preparada,
através do condicionamento total, esmalte e dentina.
Uma grande variedade de sistemas adesivos foram desenvolvidos e
introduzidos no mercado odontológico. Contudo, a maioria deles não
resistiu à prova do tempo, apesar de ter proporcionado em cada fase de
desenvolvimento, condições para satisfazer requisitos básicos como: 1-
Ser principalmente biocompatível; 2- Proporcionar suficiente resistência
de união com o esmalte e a dentina; 3- Estabelecer imediata e efetiva
união; 4- Prevenir a penetração bacteriana; 5- Ser de fácil manuseio.
Os baixos valores de resistência de união (em testes laboratoriais)
foram um dos principais problemas com os primeiros sistemas adesivos,
que giravam em torno de 3,5 – 7,0 MPa. As forças de contração de
polimerização alcançavam forças da magnitude 10 MPa ou mais e, desta
forma, distorciam ou rompiam a adesão dentinária. O teste de resistência
adesiva é um indicador importante da capacidade dos adesivos para
resistir à contração de polimerização dos compósitos
4
.
O condicionamento da dentina é necessário para remoção da smear
layer e exposição das fibras colágenas da matriz dentinária. Durante o
tratamento com primer, monômeros hidrofílicos que difundem através da
dentina desmineralizada, estabiliza a rede de colágeno hidratado e
desloca água com monômeros polimerizáveis. Finalmente, o adesivo
resinoso é aplicado sobre a dentina tratada com primer formando um
novo composto de resina e colágeno, chamado camada híbrida
14
(Nakabayashi et al.
33
1982), representando o mais importante mecanismo
de adesão dentinária
3
. Caso o adesivo dentinário não venha a se infiltrar
corretamente, pode acontecer diminuição nos valores de força de união,
além de haver uma exposição de fibras colágenas desprotegidas à
degradação hidrolítica. Ainda, se o mesmo não chega a penetrar nos
túbulos dentinários, selando-os, há um aumento do risco de sensibilidade
dentinária e irritação pulpar devido à infiltração de produtos bacterianos
ao redor dos tags de resina
39
.
Quanto ao papel dos tags na resistência adesiva é ainda incerto,
mas a presença deles parece influenciar na adesão dentina e resina,
Ferrari et al.
18
.
Atualmente, três métodos de adesão têm sido usados na prática
dental para conseguir apropriada resistência adesiva entre materiais
dentais e tecido dental. Um método modifica a smear layer e a incorpora
no processo de adesão. Um segundo método remove completamente a
smear layer, enquanto o terceiro método preferencialmente dissolve a
smear layer, ao invés de removê-la. Portanto, enquanto muitos sistemas
adesivos requerem aplicação do condicionador ácido no tecido dental,
outros sistemas tem primers auto-condicionantes, que não necessitam de
um condicionamento dentinário prévio (Costa et al.
13
).
Dependendo das suas composições e reações químicas, os
adesivos atuais podem se classificados como sistemas adesivos
15
convencionais, adesivos passo único (universal simplificado / one-step /
self-priming) ou sistemas auto-condicionantes (self – etching)
3
.
A maioria dos sistemas adesivos convencionais (3 passos) pode
produzir elevadas resistências adesivas entre resina e a dentina, no
entanto relatos têm descrito fatores que poderiam influenciar na sua
performance de adesão. O condicionamento excessivo da dentina produz
uma frágil adesão, porque fibras colágenas da base da dentina
desmineralizada não são completamente impregnadas pela resina
42
. Além
disso, há um risco de colapso do colágeno, durante a secagem com ar
após condicionamento. O controle do umedecimento tem se mostrado
crítico quando sistemas adesivos convencionais são usados
56
.
Após condicionamento da substrato dentinário com ácido gel, a
elevada permeabilidade da dentina profunda é marcadamente aumentada
por causa: (1) da ampliação dos túbulos dentinários, (2) da remoção da
smear layer e smear plug e (3) das propriedades hipertônicas do ácido
gel. Todos os três fatores podem interferir com uma permeação intra -
dentinária de fluido resinoso dentro da dentina intertubular
13
. Essa grande
quantidade de fluido dentinário, após condicionamento dentinário, parece
interferir também com a completa polimerização do primer e/ou adesivo
resinoso
13
. Segundo Pashley e Carvalho
39
, torna-se importante conhecer
as características da permeabilidade dentinária para que se possa
compreender melhor o fenômeno da adesão.
16
Recentemente, fabricantes têm introduzido materiais adesivos com
primer próprio (sistema passo único, universal simplificado, one-step ou
self-priming) para simplificação dos procedimentos clínicos. Adesivos one-
step são solicitados para completar a infiltração na dentina condicionada,
com a resina em um único passo clínico. Entretanto, estudos atuais têm
sugerido que a combinação do primer e adesivo resinosos, em um passo
único, pode reduzir a efetividade da hibridização
3
.
Outra maneira de prevenir o risco de defeito na hibridização é o uso
de sistemas adesivos auto-condicionantes. Com estes sistemas,
condicionamento e tratamento com primer da dentina ocorrem
simultaneamente, pela infiltração na smear dentinária coberta com resinas
acidificadas. Portanto, procedimentos críticos como lavagem do ácido e
tratamento com primer das fibras colágenas hidratadas foram eliminados.
Além disso, o risco por uma impregnação incompleta da dentina
desmineralizada pelo adesivo resinoso é completamente evitado.
Contudo, é ainda incerto se estes materiais podem produzir adesão
resistente e durável quando aplicados na dentina
3
. Segundo Van
Meerbeek et al.
66
, 2003 , os adesivos de três passos e condicionamento
total são mais confiáveis ao longo do tempo, no entanto, os adesivos
auto-condicionantes apresentam as melhores perspectivas futuras.
Hoje, há alguns tipos de sistemas auto-condicionantes que
combinam o agente condicionador e o primer resinoso em um frasco
único, sendo que em outro frasco acondiciona o agente adesivo isolado.
17
Ainda, existem vários sistemas, que associam todos os componentes
(ácido + primer + adesivo) num frasco só
29
.
Segundo Costa et al.
13
, composições diferentes de muitos sistemas
adesivos e seqüências variáveis de suas aplicações na dentina, tem
levado a um aumento para diferenças nos aspectos da interface resina –
dentina e diferentes valores de resistência adesiva, com formação de
camadas híbridas em várias espessuras, assim como curtas e longas
formações de tags, que podem ocorrer, algumas vezes associadas ou
não com deslocamento de componentes resinosos através dos túbulos
dentinários. Nesta situação, glóbulos de resina podem alcançar o espaço
pulpar, promovendo efeitos citotóxicos a células pulpares.
Primers de sistemas adesivos self-etching tendem a criar camadas
híbridas finas de apenas 1µm de espessura, enquanto que os sistemas
adesivos convencionais, onde o condicionamento ácido e o tratamento
com primer são aplicados separadamente, originam camadas híbridas
mais espessas com 4–5µm
71
. Quando primers auto-condicionantes são
usados com ou sem enxágüe, é possível que o colágeno desmineralizado
da smear layer permaneça na dentina superficial, onde pode tornar-se
incorporado na camada híbrida
13
.
Além das propriedades do material adesivo, muitos outros fatores
podem influenciar a performance de adesão, como os relacionados com o
substrato dentinário. Dentro do fator substrato dentinário, o aumento da
área da matriz de dentina intertubular na dentina superficial, associada a
18
sua permeabilidade mais baixa, pode maximizar a formação da camada
híbrida, resultando em mais elevada resistência adesiva quando
comparada com a dentina mais profunda
13
. Com relação à presença da
umidade, característica do substrato dentinário, um dilema tem se
desenvolvido na adesão dentinária. A superfície de dentina
desmineralizada deve ser deixada visivelmente úmida para prevenir
colapso de completa rede de fibras colágenas expostas. Contudo, a água
residual na superfície da dentina pode diluir os monômeros dos primers,
previamente à polimerização. Dessa maneira, a diluição poderia
prejudicar a produção de polímeros de alta qualidade, comprometendo a
resistência de união
42
. Estudos indicam que a estrutura da matriz de
dentina desmineralizada é muito diferente nos estados úmidos e secos.
Existe uma grande evidência de que estas mudanças estruturais
produzem profundas alterações na permeabilidade da matriz dentinária
aos monômeros resinosos. Assim, isto modifica a qualidade da adesão
entre a dentina e a resina
39
.
Segundo Swift e Bayne
60
, adesivos resinosos contendo água são
menos sensíveis a variações no grau de umedecimento superficial da
dentina, particularmente, em casos que a trama de colágeno tem sofrido
um colapso parcial devido à secagem. Ao contrário, os adesivos a base
de acetona são considerados mais susceptíveis às condições de
umedecimento da dentina. Acetona é um solvente para o agente
hidrofílico (primer), capaz de deslocar a água entre as fibras colágenas
19
com grande eficácia. Contudo, em casos onde o espaço interfibrilar foi
reduzido pela secagem, a difusão do adesivo torna-se incompleta. Por
outro lado, com o chamado “fenômeno de superumedecimento”, o
excesso de umedecimento em certas áreas da superfície faz o adesivo, a
base de acetona, fluir sobre estes reservatórios, resultando em lacunas e
um incompleto selamento da dentina. Estas lacunas podem agir como
local de iniciação de fratura e seu efeito não podem ser superados pela
aplicação de camadas adicionais de adesivo.
No teste de resistência de união dos materiais adesivos,
basicamente uma fatia da superfície dentinária é preparada, através de
desgaste, e um bloco de resina composta é polimerizado na dentina,
seguindo pré-tratamento e aplicação do agente adesivo. Então,
cisalhamento ou resistência de união à tração são determinados. O termo
“resistência de união” implica que ocorreu desadaptação com resultado
de fratura da interface adesiva. Para agentes de união mais efetivos,
contudo, a fratura é freqüentemente localizada na resina restauradora ou
na dentina, indicando uma irreal resistência de união interfacial. Dessa
maneira, os valores de resistência de união deveriam ser relatados
associados com os modos de fraturas dos espécimes (Finger
19
1988).
Grandes avanços foram alcançados com relação aos adesivos
atuais, de maneira que altos valores de força de união tem sido
conseguidos. No entanto, o estudo das fraturas ocorridas durante os
testes tem mostrado um grande número de falhas coesivas, o que tem
20
obrigado os pesquisadores a tentar buscar outras formas de se avaliar a
interface da adesão. Para isso, novos testes têm sido desenvolvidos,
como é o caso do ensaio de microtração
40
. A microtração foi desenvolvida
em 1994, por Sano et al.
57
, com o objetivo de se analisar a relação
existente entre área de superfície para adesão e a resistência à tração de
materiais adesivos.
Para Pashley et al.
40
, esta nova alternativa para se avaliar a interface
adesiva, através da microtração, apresenta inúmeras vantagens em
relação às demais, tais como: proporcionar o aparecimento de maior
número de falhas adesivas, poder medir altos valores de força de união,
ser capaz de avaliar a força de união em regiões restritas, permitir
cálculos de valores em um único dente, permitir testes de união em
superfícies irregulares e possibilitar a avaliação ao microscópio eletrônico
de varredura.
O exame de microscopia eletrônica dá informações muito valiosas. A
superfície fraturada, a superfície pré-tratada e a interface têm sido
examinadas pela MEV e MET. A adesão na dentina não pode ser
discutida sem microscopia eletrônica, sendo perigoso explicar adesão
apenas por valores de resistência de união. Para o esclarecimento do
mecanismo de adesão da dentina, superfícies fraturadas (após teste de
resistência de união) e camada híbrida deveriam ser examinadas por
MEV. A qualidade da camada híbrida está na dependência da
21
durabilidade da adesão e é o que se torna importante (Watanabe e
Nakabayashi
69
, 1994).
Devido a esses avanços no estudo da Odontologia Adesiva, foi
introduzido um novo grau de confiabilidade em termos de resistência de
união e selamento, que tornou o processo de preparo tão conservador
que normalmente as retenções mecânicas são eliminadas e o material
restaurador é mantido apenas por retenção adesiva, sendo essa retenção
adesiva que será o motivo deste trabalho.
A justificativa deste trabalho baseia-se no fato de que, apesar do
grande desenvolvimento em torno dos sistemas adesivos dentinários,
estes ainda podem apresentar falhas de adesão, as quais podem levar a
problemas clínicos. Por esses motivos e com base na literatura pertinente,
resolveu-se avaliar “in vitro” a resistência de união de diferentes sistemas
adesivos atuais.
23
REVISÃO DE LITERATURA
Testando uma maneira para aumentar a adesão dos materiais
acrílicos às restaurações, Buonocore
5
, em 1955, observou que as
superfícies de esmalte podem ser alteradas com o auxílio de um ácido
oxálico-fosfomolibdate e um ácido fosfórico a 85%. Estes ácidos
promoveram uma alteração física e química nessa superfície,
favorecendo a união dos agentes resinosos. O tratamento com ácido
fosfórico, além de ter dado melhores resultados, foi mais simples de usar.
O condicionamento ácido da superfície de esmalte produziu um aumento
na área de superfície, aumentando sua capacidade de umectação,
permitindo um contato mais íntimo entre a resina e esmalte e aumentando
a adesão. Deste modo, houve maior adaptação da resina às margens da
cavidade, o que diminuiu a infiltração marginal, sugerindo este tipo de
tratamento para selamento de fóssulas e fissuras, com posterior aplicação
de resina acrílica, como método de prevenção à cárie.
Em 1979, Fusayama et al.
22
sugeriram um método para aumentar a
adesão de um material restaurador ao tecido dental. O adesivo Clearfil foi
utilizado em conjunção com uma resina Adaptic e Concise sobre o
esmalte, dentina e dentina cariada, sendo que houve variação
condicionando ou não a superfície dentinária. Em seguida, os corpos-de-
prova foram submetidos a testes de tração. Os autores observaram que o
24
agente adesivo realmente aumentou a resistência à adesão mesmo sobre
o tecido dentinário cariado. Observaram ainda que o condicionamento do
substrato favoreceu a uma melhora significante na adesão.
Em 1982, Nakabayashi et al.
33
realizaram um trabalho com o intuito
de verificar a efetividade da solução 4-meta na adesão de um cilindro de
acrílico ao esmalte e à dentina (bovina e humana), condicionados com
uma solução composta pela mescla de ácido cítrico a 10% e cloreto
férrico a 3%. Os autores observaram uma formação da então denominada
camada híbrida, onde os monômeros resinosos com grupamentos
hidrofóbicos e hidrofílicos, como o 4-Meta, infiltravam-se por entre as
fibras colágenas expostas pelo tratamento ácido. Após sua polimerização,
constituía-se uma zona mista ácido resistente de dentina desmineralizada
permeada por resina. Esta camada promovia o aumento na resistência de
união da resina composta à dentina. Este trabalho demonstrou que a
obtenção de uma ótima adesão não se dava exclusivamente pela
formação de tags no interior dos túbulos dentinários, mas principalmente
pela retenção micromecânica dos agentes resinosos com as fibras
colágenas da dentina intertubular e, por isso, o trabalho foi considerado
um marco nos estudos dos adesivos dentinários.
Propondo discutir a significância clínica de parâmetros avaliados “in
vitro”, especificamente valores de resistência de união, Finger
19
, em 1988,
25
realizou uma revisão de literatura sobre o assunto. Possíveis variáveis,
num maior ou menor grau de significância, introduzidas durante o teste de
resistência de união foram, dentro do trabalho, destacadas, como: idade,
condição de armazenamento e natureza do dente extraído (bovina ou
humana), região da dentina usada como área de adesão, rugosidade da
superfície dentinária, momento de aplicação da carga sobre o espécime,
termociclagem prévia ao teste e o grau de polimerização dos sistemas
adesivos. Ao final, o autor concluiu que a eficácia dos agentes de união
não é conclusivamente descrita pelos testes “in vitro”. Valores de
resistências de união são somente discriminações grosseiras de
parâmetros, não podendo ser muito predizível na performance clínica a
longo prazo de uma restauração de resina. Além disso, os valores de
resistências de união deveriam ser relatados junto com o modo de fratura
dos espécimes. Valores de resistência de união obtidos de diferentes
origens não são prontamente comparáveis. Valores de resistência de
união são relacionados insuficientemente com os testes realizados em
cavidades “in vitro” e os testes de resistência de união deveriam ser
padronizados.
Em 1989, Van Noort et al.
68
, levados pelas ambigüidades presentes
na interpretação dos dados de resistência de união à tração e ao
cisalhamento, resolveram estudar a sensibilidade das resistências de
união frente às mudanças nas condições dos testes, através da análise
26
do estresse por elemento finito. Especificamente, a geometria dos
espécimes testados, sob análise, era um bloco de resina composta de 6
mm de comprimento e 6 mm de largura aderida a uma superfície plana de
dentina. Era, então, aplicado um estresse de tração interfacial ou estresse
de cisalhamento de 10 MPa perpendicular ao bloco, numa carga de 60N
sobre materiais isotrópicos e linearmente elásticos para obtenção dos
valores de resistência de união nominal (carga da fratura dividida pela
área da secção transversal da superfície aderida). Dessa forma, uma
malha de tensões foi gerada usando TOMECH, programa de elemento
finito desenvolvido no Departamento de Engenharia Mecânica da
Universidade de Sheffield. O programa produziu mudanças nos números
dos parâmetros em diferentes condições, onde os efeitos foram
considerados e estudados. Nas diferentes propriedades dos materiais,
ocorreram mudanças nos módulos de elasticidade da resina composta,
que foram virtualmente aumentados de 5GPa para 15 e 25 GPa. Para se
estudar o efeito das mudanças na geometria dos espécimes, a altura do
cilindro de resina composta foi sistematicamente reduzida de 6 mm para
5,4,3,2,1 e 0,5 mm. Ao passo que, para se avaliar os efeitos de variação
das configurações do carregamento na distribuição do estresse interfacial,
este foi aplicado nos comprimentos de 1 a 6 mm, enquanto sob as forças
de cisalhamento as distâncias do ponto de aplicação variaram de
0,1,2,3,4 e 5 mm. Os resultados deste trabalho indicaram que a
resistência de união nominal pode mudar com a geometria dos
27
espécimes, configurações do carregamento (de maneira mais intensa sob
o cisalhamento) e dureza do material, pois estes levam a um aumento nas
diferenças de distribuições do estresse da interface adesiva. Os autores
concluíram que, de uma maneira geral, os testes deveriam ser suportados
por resultados de análises do estresse de forma detalhada, para que o
investigador possa interpretar a carga para fratura do espécime como
sendo a verdadeira resistência do local, uma vez que as distribuições das
tensões na interface são altamente heterogêneas. O trabalho demonstrou,
ainda, que há uma necessidade de padronização dos procedimentos
testes para as medidas de resistências de união, de maneira que uma
comparação válida, universalmente, entre diferentes agentes de adesão
possa ser realizada.
Através de uma revisão de literatura, Retief
53
, em 1991, enfatizou
a importância de uma padronização para os testes laboratoriais que
estudam a adesão à estrutura dental, tais como: testes de resistência de
união (tração/cisalhamento), microinfiltração e medições de fendas
marginais. Dessa maneira, os fatores variáveis aos testes de resistência
de união de materiais adesivos ao dente foram destacados: o tipo do teste
de resistência aplicado (tração ou cisalhamento), a natureza do dente
estudado (humano ou bovino), o meio e o tempo de duração da
armazenagem dos dentes, a preparação da superfície dentinária para
receber o material adesivo, a forma de preparação dos espécimes, o tipo
28
e o valor da força aplicada. Para o autor, embora os resultados dos testes
laboratoriais de adesão não possam ser extrapolados clinicamente,
servem como uma projeção da performance clínica do material
pesquisado. Por causa da grande variedade nas metodologias dos testes,
os resultados obtidos de diferentes estudos laboratoriais não podem ser
comparados.
Estudando o efeito da geometria local na medida da resistência à
tração da dentina, Van Noort et al.
67
,
em 1991, selecionaram coroas de 24
molares humanos extraídos livres de cárie, que foram cortados para
exposição da dentina, lixadas, lavadas, secas. Sobre estas foi aplicado o
primer do sistema Scotchbond 2
®
/ 3M. Dois grupos foram criados: no
Grupo A, aplicou-se sobre a superfície uma camada de adesivo que, logo
depois, foi fotopolimerizada. Sobre o adesivo foi construído, com o auxílio
de um molde, um cilindro de resina composta (6 mm de altura/4 mm de
diâmetro) que, em seguida, recebeu um pino de metal que foi cimentado
sobre este cilindro. O Grupo B foi tratado de maneira semelhante ao
Grupo A, exceto o momento da aplicação do adesivo, que foi feita depois
da adaptação do molde para construção de resina composta. As amostras
foram, posteriormente, levadas a uma máquina de tração (2 mm/min) e os
resultados obtidos foram submetidos à análise de variâncias com uma
variável. As superfícies fraturadas selecionadas foram examinadas ao
microscópio eletrônico de varredura. A espessura da película de adesivo
29
foi de 50 µm. Os resultados foram produzidos com uso de um programa
de elemento finito da Universidade de Sheffield, TOMECH. O módulo de
elasticidade da dentina, do adesivo e da resina composta foram 15GPa,
4GPa e 20 GPa respectivamente, sendo aplicada uma carga, distribuída
na porção superior do cilindro de resina, que gerou um “stress” nominal
de tensão 10 MPa. Os resultados mostraram que a resistência à tração da
resina à dentina foi afetada significativamente pelo método de aplicação
do adesivo. O valor da força de união foi 3MPa quando o adesivo foi
aplicado apenas na interface. No entanto, a força de união apresentou
uma aumento para 6,90 MPa quando o adesivo foi espalhado sobre toda
a dentina exposta. A inexistência do adesivo residual sobre a dentina para
os espécimes do Grupo B confirmou que as falhas ocorreram entre o
adesivo e a dentina. Segundo os autores, para uma medida verdadeira da
força de união, o adesivo deveria ficar restrito apenas à interface, uma
vez que a extensão do adesivo além da interface vai acarretar um valor
alto, mas irreal de resistência adesiva. Uma padronização para medida da
força de união se faz necessária, levando, porém, a geometria local e
outros fatores conhecidos em consideração, caso os resultados de
diferentes estudos sejam diretamente comparados.
Kanca III
28
, em 1992, realizou um estudo “in vitro” sobre a
capacidade de adesão à uma dentina seca ou úmida. O sistema All Bond
foi utilizado em ambas dentinas secas e úmidas, condicionadas com ácido
30
fosfórico 10%e 37%, sendo os corpos-de-prova confeccionados e
submetidos a teste de resistência à união numa máquina Inströn com
velocidade de 5,0mm/min. Os dados foram colhidos e submetidos à
análise estatística, revelando que as superfícies de dentina úmida
apresentavam maior resistência à união que as superfícies secas. O autor
sugere que este fato se deu devido ao comportamento da mistura primer-
resina, onde houve uma adaptação íntima à dentina úmida.
Em 1993, Gwinnett
25
determinou, quantitativamente, o papel da
infiltração da resina adesiva (camada híbrida) na adesão dentinária.
Utilizou quatro grupos de dez molares, onde trinta dentes foram
seccionados na região médio-coronária e a dentina foi aplainada com
lixas 600. Os grupos foram divididos em: grupo 1 (smear layer intacta);
grupo 2 (smear layer removida com Prophy jet); grupo 3 (condicionamento
com ácido fosfórico 10% por vinte segundos) e o grupo 4 (que consistia
numa dentina exposta por uma fratura transversa, médio-coronária). As
superfícies dentinárias foram tratadas com All Bond 2 seguida à
restauração com a resina P50. Os corpos-de-prova foram testados por
cisalhamento a uma velocidade de 5mm/min e as amostras foram
caracterizadas sobre microscopia eletrônica de varredura. Os resultados
analisados, estatisticamente, demonstraram que a penetração da resina
adesiva foi encontrada apreciável nos túbulos dentinários somente para o
grupo 4 e que a maior penetração intertubular e tubular ocorreu no grupo
31
3. O autor concluiu que a penetração da resina adesiva pode contribuir
com aproximadamente um terço da resistência à adesão desse sistema
de condicionamento ácido total, caracterizando que a hibridização
dentinária é de particular importância para otimizar resultados de adesão.
Heymann e Bayne
26
, em 1993, realizaram uma revisão de literatura
sobre os conceitos existentes em adesão, dando maior ênfase aos fatores
relacionados à adesão em dentina. Os autores fizeram um levantamento
sobre os principais fatores que interferem na adesão, tais como: fatores
relativos ao substrato dentinário, aspectos ligados ao paciente, fatores de
ordem dentinária e, finalmente, fatores relacionados com os próprios
materiais. Alguns aspectos foram levantados, como as diferenças
estruturais da dentina e do esmalte em relação ao mesmo dente, a
presença da smear layer, esclerose dentinária, a localização do dente, a
flexão dental, o tamanho e forma das lesões, a idade do paciente, o grau
de stress oclusal e, finalmente, aspectos ligados ao adesivo, bem como
ao material restaurador colocado sobre ele. Os autores concluíram que as
pesquisas tradicionais envolvendo a estrutura dentinária têm focado
principalmente os materiais odontológicos. No entanto, segundo os
autores, existem importantes aspectos relacionados com estrutura
dentária e ao próprio paciente, que não deveriam ser considerados
individualmente, uma vez que são tão importantes quanto os próprios
materiais em si.
32
Em 1994, Carvalho et al.
8
determinaram a resistência de união à
dentina dos sistemas adesivos Scotchbond MP e Variglass, usando um
novo método de ensaios por microtração. Esta nova metodologia permite
testar a resistência adesiva a pequenas áreas através do desgaste da
secção transversal dos espécimes até 0,5mm
2
. A principal conclusão
deste trabalho foi que a resistência à tração foi dependente da superfície
da área adesiva. As superfícies adesivas variaram de 0,5 a 5,0mm
2
,
sendo esta dimensão muito menor do que as superfícies adesivas,
utilizadas antes rotineiramente em testes de laboratório. Uma relação
inversa entre a resistência à tração e a área de superfície adesiva foi
encontrada para ambos os materiais. Quando utilizaram-se as menores
áreas, o Scotchbond MP atingiu valores de até 46 MPa e o Variglass
resultou em valores em até 34 MPa.
Charlton e Beatty
12
, em 1994, verificaram a resistência à união dos
sistemas adesivos Optibond e Scothbond Multi-Purpose, observando a
condição da dentina, se úmida ou seca. As amostras preparadas foram
termocicladas e levadas à máquina Inströn para teste mecânico. A análise
estatística dos resultados obtidos indicou não haver diferenças
estatisticamente significantes entre os dois tipos de situações na
superfície dentinária.
33
Para analisar a resistência adesiva com diferentes níveis de
mineralização, Perdigão et al.
46
, 1994, testaram quatro sistemas adesivos:
All Bond 2, Amalgamabond Plus, Prisma Universal Bond 3 e Scothbond
Multi-purpose, em 120 molares humanos extraídos, divididos em três
grupos de 40 dentes. Após a dentina média ser exposta, os grupos de
amostras foram artificialmente hipermineralizados em uma solução
remineralizadora, e desmineralizados, através de uma solução de ácido
acético ou sendo estocados em água destilada, sendo testados os grupos
de dentina esclerótica, cáries e dentina normal. Foram aplicados os
sistemas adesivos, realizadas as restaurações e verificada a resistência
adesiva dos diferentes substratos dentinários e a interface analisada sob
microscopia eletrônica de varredura. Para todos os adesivos, a resistência
da dentina normal foi significantemente alta em relação aos outros
substratos. A dentina hipermineralizada teve uma resistência adesiva
significantemente maior do que a dentina desmineralizada, exceto usando
o adesivo Prisma Universal Bond 3.
Sano et al.
55
, em 1994, realizaram um experimento com o intuito de
investigar o percentual de participação da matriz de dentina
desmineralizada (fibras colágenas) na resistência da dentina através da
medição e comparação da máxima resistência à tração (UTS) e módulos
de elasticidade de dentina mineralizada e desmineralizada. Partes
pequenas (4 x 0,5 x 0,5 mm) de dentina (bovina e humana), foram
34
testadas no aparelho teste de microtração, “in vitro”, sendo este uma
modificação do aparelho Bencor-Multi – T teste, através da confecção de
garras compostas por uma fenda e um dispositivo em cume. As garras
foram usadas para fixar as extremidades dos espécimes, que
posteriormente, foram estabilizados com uma cola à base de cianocrilato.
A dentina humana (coronária) foi obtida de terceiros molares humanos
não erupcionados, onde dois tipos de séries de espécimes foram
preparados a partir de discos de 0,5mm, obtidos através de secções
perpendiculares ao longo eixo do dente. Na primeira série, os espécimes
nos quais as resistências à tração foram medidas, apresentavam
dimensões com a região central modelada numa curva suave, evitando
extremidade cortante que possa levar as concentrações de estresse. Em
uma segunda série, os espécimes foram preparados com as paredes
paralelas entre si, onde os módulos de elasticidade foram medidos. Por
outro lado, na dentina bovina, secções longitudinais de dentina bovina
média (0,5mm) foram divididas dentro de metades coronária e radicular e
os mesmos tipos de espécimes foram separados como foram na dentina
humana. Todos os espécimes aproximadamente tiveram a mesma
dimensão final. Além disso, espécimes com as mesmas dimensões das
amostras dentinárias foram construídos em alumínio para que servisse de
comparação dos dados obtidos neste trabalho com os já citados na
literatura. A dentina coronária humana mineralizada apresentou uma
média de máxima resistência à tração (UTS) de 104MPa. Dentina
35
coronária de incisivo bovino exibiram uma UTS de 91MPa e dentina
radicular bovina de 129 MPa. Os módulos de elasticidade da dentina
bovina e humana mineralizados variaram de 13 a 15GPa. Quando
espécimes dentinárias foram desmineralizadas em EDTA, a UTS e
módulos de elasticidade caíram para 26–32MPa e 0,25GPa,
respectivamente, dependendo da espécime de dentina. Os resultados
indicaram que o colágeno contribui em torno de 30% da resistência à
tração da dentina mineralizada, sendo bem mais que o esperado.
Dando início a uma série de estudos através de uma nova
metodologia: o teste de microtração, Sano et al.
57
, em 1994, analisaram a
relação resistente entre a área de superfície para a adesão e a resistência
à tração. Neste trabalho, espécimes em formato de ampulheta permitiram
avaliar áreas menores que 0,4mm
2
. Foram utilizados 20 molares
humanos, que tiveram suas superfícies oclusais cortadas e polidas, para
serem restauradas com os sistemas adesivos: Scotchbond Multipurpose,
Clearfil Liner Bond 2 e Vitremer primer seguidos de uma coroa de resina
composta de 3 a 5 mm de altura. Os espécimes foram armazenados a
37
o
C por 24 horas. Os dentes restaurados foram cortados em fatias
paralelas, ao longo eixo do dente, e desgastados para tornar a interface
mais suave. A área de adesão foi calculada antes e depois do teste,
variando de 0,5x0,5 a 3x3mm. A quantidade de dentina remanescente
entre a interface adesiva e o corno pulpar foi medido usando um
36
micrômetro digital. Foi realizado o teste de tração em uma máquina de
testes universal. Segundo os resultados obtidos, foi encontrado uma
relação inversa entre a resistência à tração e a área de superfície aderida
para os 3 sistemas adesivos. Em superfície de área abaixo de 0,4mm
2
, a
resistência adesiva foi de 55 MPa para o Clearfil Liner Bond2, 38 MPa
para o Scotchbond MP e 20 MPa para o Vitremer. Pequenas áreas de
superfícies tiveram falhas de natureza adesivas. Este estudo permite a
medição de altas resistências adesivas sem falhas coesivas em dentina.
A utilização desta metodologia permitiu avaliar espécimes com tamanho
padrão, podendo ser obtido diversos corpos-de-prova no mesmo dente.
Watanabe e Nakabayashi
69
, em 1994, resolveram descrever os
métodos para medição de adesão à dentina, atualmente utilizados no
Japão, discutindo as vantagens e desvantagens, fatores que possam
afetar à adesão (substrato dentário, condições de armazenagem e o
método do teste de resistência de união) e a durabilidade da adesão
dentinária. Os métodos de testes para resistência de união são divididos
em dois, teste de tração e cisalhamento. Os autores discutiram o melhor
para prognóstico da performance clínica na resistência de união, a
padronização dos diversos métodos propostos e, além disso, ressaltaram
a importância da microscopia eletrônica. O teste de resistência à tração é
o mais utilizado para avaliar a união da resina a dentina no Japão. Os
autores finalizaram o trabalho afirmando que condições experimentais
37
padronizadas “in vitro” que possam simular condições “in vivo” estão
ainda sobre investigações.
Em 1994, Watanabe et al.
70
pesquisaram a concentração de phenyl-
P para se obter dissolução da estrutura dental através de um primer auto-
condicionante. Os autores utilizaram altas concentrações de phenyl-P em
30% de HEMA como condicionador dentinário para melhorar a adesão do
sistema adesivo a smear layer. O máximo de adesão foi conseguido na
proporção de 20% de phenyl-P resultando em 10,4 MPa. Uma análise em
microscopia eletrônica de transmissão demonstrou que essa proporção
desmineraliza a superfície dentinária pela dissolução parcial dos cristais
minerais ao redor do colágeno. Quando aplicada só sobre a smear layer,
este sistema desmineraliza a smear layer e se incorpora à resina
aplicada, que penetra a curta distância na dentina subjacente, criando
uma camada híbrida que contém smear layer original. A vantagem desse
sistema seria a possibilidade de permitir a adesão com uma simples
solução que serve como condicionador e primer, simultaneamente.
Em 1995, Nakajima et al.
35
resolveram constatar se a adesão afetada
pela cárie é inferior à dentina normal. Para isso, realizaram preparos em
47 molares humanos hígidos e com cáries coronárias na superfície
oclusal, que foram removidas e preparadas para receberem os adesivos
All Bond 2 (Bisco), Scotchbond Multi-purpose (3M), Clearfil Liner Bond II
38
(Kuraray). Foi aplicado o teste de microtração e foi observada a qualidade
da camada híbrida sob microscopia eletrônica de varredura. De acordo
com os resultados encontrados, os adesivos All Bond 2 (Bisco) e Clearfil
Liner Bond II
(Kuraray) apresentaram altas resistências adesivas para a
dentina não afetada por cárie em relação à dentina afetada pela cárie (All
Bond 2 – 26,90 vs 13,97 MPa; Clearfil Liner Bond II – 29,52 vs
13,97MPa). O adesivo Scotchbond Multipurpose/3M apresentou
resistências semelhantes para as duas condições de substrato (20,32 vs
18,49 MPa). Sob microscopia eletrônica de transmissão, a camada
híbrida formada pelos adesivos Clearfil Liner Bond II e All Bond 2, em
dentina normal e afetada pela cárie, mostraram resistência ao ácido
fosfórico e hipoclorito de sódio. A camada híbrida formada pelo
Scotchbond Multi – purpose em dentina normal e afetada pela cárie
mostraram susceptibilidade parcial ao tratamento com ácido fosfórico e
hipoclorito de sódio. Os resultados de resistência adesiva indicaram que a
adesão à dentina depende do tipo de adesivo e tipo de dentina, mas a
qualidade da camada híbrida pode nem sempre contribuir com a
resistência adesiva da dentina. O estudo das falhas adesivas determinou
que o teste de microtração não foi eficiente em mostrar falhas adesivas
exclusivas em muitos casos. As variações morfológicas e químicas
sofridas pela dentina durante um processo de cárie podem determinar
uma redução da qualidade adesiva e esse efeito é dependente do sistema
adesivo empregado.
39
Numa revisão de literatura realizada por Pashley et al.
40
, em 1995,
sobre os testes de adesão, os autores avaliaram aspectos como:
substrato, condicionamento dentinário e variáveis relacionadas com a
aplicação do primer e do adesivo, armazenamento e métodos de testes
dos espécimes. Para os autores, grandes avanços foram alcançados com
relação aos adesivos atuais, de maneira que altos valores de força de
união tem sido conseguidos. No entanto, o estudo das fraturas ocorridas
durante os testes tem mostrado em grande número de falhas coesivas, o
que tem obrigado os pesquisadores a tentar buscar outras formas de se
avaliar a interface de adesão. Para isso, novos testes têm sido
desenvolvidos, como o ensaio de microtração, que tem como vantagens:
proporcionar o aparecimento de maior número de falhas adesivas, poder
medir altos valores de força de união, ser capaz de avaliar a força de
união em regiões restritas, permitir cálculos de valores em um único
dente, permitir testes de união em superfícies irregulares e possibilitar a
avaliação ao microscópio eletrônico de varredura. Sendo suas
desvantagens: técnica laboratorial trabalhosa e sensível, dificuldade de se
medir forças de união menores que 5 MPa, necessidade de equipamento
especial e desidratação rápida dos espécimes devido ao tamanho
reduzido.
Em 1996, Ferrari et al.
17
estudaram “in vitro” e “in vivo”, através de
microscopia eletrônica de varredura, a formação da camada híbrida
40
utilizando três sistemas de adesão à dentina. Foram selecionados 24
pacientes voluntários, cada um com um dente íntegro, mas comprometido
periodontalmente com extração indicada. Metade dos dentes tiveram o
esmalte removido com uma ponta diamantada formando o grupo 1, a
outra metade recebeu preparos de classe II, constituindo o grupo 2.
Foram analisados os seguintes sistemas adesivos: Prime & Bond,
Scothbond Multi-Purpose Plus e Clearfil Liner Bond 2. Os dentes foram
divididos em subgrupos, nos quais foram testados diferentes materiais e o
sistema Clearfil Liner Bond 2 foi avaliado em tempos de 30 e 60 segundos
de aplicação. A parte “in vitro” dessa investigação utilizou 24 molares
recentemente extraídos, que receberam os mesmos procedimentos
descritos para o experimento “in vivo”. As amostras foram observadas sob
microscopia eletrônica de varredura, onde foi constatado que todos os
grupos apresentaram a formação da camada híbrida. O grupo que utilizou
o sistema Clearfil Liner Bond 2 demonstrou uma camada híbrida menos
espessa e tags mais estreitos, quando comparados com outros grupos. A
morfologia da camada híbrida foi similar entre os experimentos “in vivo” e
“in vitro”.
Tay et al.
61
, em 1996, avaliaram, num adesivo contendo acetona, os
efeitos de diferentes níveis de umedecimento da superfície na técnica de
adesão úmida. A superfície dentinária foi condicionada com ácido
fosfórico a 10% por 20 segundos. Num grupo, a água foi deslocada com 3
41
segundos de jatos de ar e, num outro grupo, a água foi removida com
papel absorvente. As superfícies foram caracterizadas pela formação de
uma camada híbrida intacta e os túbulos dentinários foram selados com
núcleos sólidos do primer logo abaixo de glóbulos intratubulares de
primers. O excesso de água sobre a superfície dentinária resultou na
criação de espaços com forma de bolha na interface dentina/primer. Uma
camada de dentina intertubular impregnada com resina esteve presente e,
abaixo dos espaços citados acima, houve um selamento incompleto dos
túbulos dentinários. Os autores discutiram que a presença de fendas
microscópicas na interface primer/dentina pode oferecer uma explicação
morfológica para o decréscimo da resistência à união quando esses
sistemas forem aplicados com excesso de umidade na superfície.
Yoshiyama et al.
73
, avaliaram, em 1996, através de microtração
regional, a influência do tipo de dentina na resistência de união de 3
sistemas adesivos. Pré-molares humanos extraídos por problemas
periodontais foram divididos em dois grupos: Grupo 1 – lesões naturais,
constituído por dentes que exibiram defeitos em cunha no terço cervical
da superfície radicular vestibular; Grupo 2 – lesões artificiais, constituído
por dentes que não exibiram nenhum tipo de lesão cervical. No segundo
grupo, os defeitos em cunha foram preparados com pontas diamantadas
finas em alta rotação. Foram testados os adesivos All Bond 2 (Bisco),
Scotchbond Multi – purpose (3M) e Clearfil Liner Bond 2 (Kuraray), sendo
42
as lesões preenchidas com um compósito de baixo módulo de
elasticidade (Protect Liner Bond). Após preparadas, as amostras foram
seccionadas em série, resultando em quatro secções por dente, cada
uma apresentando de 0,7 a 0,8mm de espessura. Em seguida, foram
desgastadas na interface adesiva, para formação de uma curva tênue e
,posteriormente, levadas a ensaios mecânicos. Duas das quatro secções
foram usadas para testar a adesão oclusal e as outras duas, a adesão
gengival. As espessuras de dentina remanescente foram calculadas para
cada “fatia”, medindo-se a distância entre o local da adesão e o corno
pulpar mais próximo. Os espécimes fraturados também foram avaliados
quanto à microdureza da região da interface e observados ao microscópio
eletrônico de varredura. Os resultados indicaram que não existem
diferenças regionais na força de união, apesar dos valores para a adesão
em lesões naturais serem de 20% a 45% mais baixos do que aqueles
obtidos para adesão à dentina normal de defeitos criados artificialmente,
dependendo do sistema adesivo. O teste de microdureza mostrou que a
dureza na região gengival foi menor do que na região oclusal, mas não foi
diferente para a dentina normal e esclerótica. Além disso, não foi
encontrada correlação entre força de união, espessura de dentina
remanescente e microdureza. A microscopia eletrônica de varredura
revelou que o sistema Clearfil Liner Bond 2 gerou as camadas híbridas
mais finas e que as lesões naturais continham dentina esclerótica e as
lesões artificiais dentina normal. Apesar dos valores de resistência
43
adesiva serem menores em dentina esclerótica do que em dentina
normal, os valores absolutos foram altos (16 a 17 MPa) em relação a
sistemas adesivos de gerações anteriormente passadas.
Em 1997, Campus et al.
6
analisaram a microestrutura da interface
resina adesiva / dentina, gerada por três sistemas adesivos em diferentes
substratos dentinários, com microscopia eletrônica de varredura e
transmissão. Dois tipos de estrutura dentinária foram utilizados: uma,
contendo dentes jovens e outra, contendo dentes adultos. Vinte preparos
de classe V, médios para profundos, foram confeccionados nas
superfícies vestibular e lingual dos dentes utilizando os seguintes
sistemas adesivos: Prime & Bond 2.0, Clearfil Liner Bond 2 e PSA. Após a
extração, os dentes foram fixados, dehidratados e secos para análise em
MEV e MET. A camada híbrida do sistema Prime & Bond 2.0 para dentina
jovem foi da ordem de 4-5µm, enquanto as superfícies dentinárias adultas
apresentaram uma espessura de camada híbrida reduzida (0,5 a 1,0 µm).
No sistema Clearfil Liner Bond 2, a espessura da camada híbrida para
dentina jovem foi de 3-4µm e 0,5-1,0µm para dentina adulta. Para os
autores, o reforço da camada híbrida é menos efetivo em amostras
esclerosadas do que em dentina normal.
Chappell et al.
11
, em 1997, realizaram um trabalho para definir o
tamanho ideal da amostragem e padronizar uma metodologia para o teste
44
de microtração. Foram preparados seis terceiros molares, recentemente
extraídos e não erupcionados, que tiveram o terço oclusal da coroa
removido e a superfície dentinária abrasionada com lixa 320. Em seguida,
cada dente foi tratado com Scotchbond Multipurpose, condicionado com
ácido fosfórico, coberto com resina Z100 (3M) e cortado em um mínimo
de 5 secções de (1,0mm ± 0,1mm) de espessura que representaram:
dentina externa, intermediária e interna. No final dos preparos, as
amostras apresentaram uma área de superfície central de 1,7 ± 0,1mm
2
,
foram levadas para o teste propriamente dito na Máquina Instron 11225 a
0,5mm/min de velocidade. As médias de resistências para dentinas
externas, intermediária e interna foram 30,4 ± 7,2 MPa, 32,3 ± 6,4 MPa e
25,5 ± 6,0 MPa, respectivamente e, para todos os grupos, foi de 30,1 ±
6,9 MPa. Além disso, ocorreram 6 fraturas coesivas em dentina durante
este trabalho, sendo 30 o total das amostras testadas. Após obtenção dos
resultados e de uma poderosa análise, para os autores, o tamanho ideal
da amostragem para futuros testes de resistência à união entre
dentina/adesivo por microtração deveria ser de 27 amostras ou seis
dentes.
Em 1997, May
32
avaliou a resistência de união de duas resinas
modificadas Fuji IILC (FL) e Photac-Fil (PF), com e sem pré-tratamento.
Além disso, os dados obtidos foram comparados com os valores de
resistência de união de um poliácido modificado (Dyract, Dy). Na pesquisa
45
foram utilizados dentes bovinos, sendo testados em 5 combinações: Fuji II
LC cápsula (FL) + condicionador GC (+C); FL sem condicionador (-C);
Photac – Fill aplicação rápida (PF) + Ketac – condicionador (+C); PF sem
condicionador (-C) e Dyract (DY). Após armazenagem a 100% de
umidade relativa a 36
o
C por 24h a resistência de união por tração (MPa)
foi determinada. O autor verificou que não houve diferença estatística
entre os grupos, concluindo que o Photac Fill sem a utilização de
condicionamento prévio mostrou-se igual aos outros materiais testados e,
portanto, pode ser utilizado como sistema auto-condicionante.
Segundo Nakajima et al.
34
(1997), a resistência de união da resina
à dentina afetada por cáries apresenta maior relevância clínica do que
quando aplicada em uma dentina normal. Dessa forma, os autores
decidiram avaliar as resistências de união à microtração de diversos
sistemas adesivos, aplicando a técnica de adesão úmida na dentina
normal versus dentina afetada. Dez molares humanos extraídos e com
cárie na porção coronária tiveram sua face oclusal nivelada (lixa 320), até
a exposição de uma superfície dentinária plana. Em seguida, todo tecido
afetado por cárie foi removido aplicando os critérios táctil, visual e com
auxílio de solução evidenciadora, deixando uma superfície com cárie no
lado experimental e outra normal no lado contrário do mesmo dente.
Posteriormente, a dentina foi polida (lixa 600), aderida com Scotchbond
Multipurpose Plus/3M (MPP) usando 37% de ácido fosfórico (I5 seg.) ou
46
One-Step Bisco (OS), seguindo as instruções dos fabricantes, através da
técnica de adesão úmida, seguida pela construção de blocos com a
resina APX. Após 1 dia em água a 37
o
C, os dentes foram seccionados
verticalmente em partes de 0,7mm de espessura e, posteriormente,
recortados para obtenção de área adesiva para testes de 0,9 mm
2
que
foram levadas à máquina operadora para o teste propriamente dito
(INSTRON) a uma velocidade de 1 mm/min. Após os resultados, os
autores concluíram que ambos os sistemas de adesão utilizados uniram-
se uniformemente bem em cada substrato (normal e com dentina
afetada). Quando a técnica de adesão úmida foi utilizada, os sistemasmas
se comportaram de maneira semelhante, não havendo, portanto,
diferenças significantes entre os valores de resistências adesiva à
microtração obtidos.
Pameijer e Louw
38
, em 1997, verificaram, “in vivo”, se a pressão
pulpar afeta a adesão à dentina. Tal experimento utilizou quatro macacos
babuínos, que receberam tratamento endodôntico intencional em alguns
dentes, para servir como grupo de comparação e outros mantidos vitais. A
superfície dentinária foi exposta e tratada com os seguintes sistemas
adesivos: Prime & Bond 2.0 e Permaquick, após condicionamento da
dentina com ácido fosfórico a 35% e restauradas com resina composta.
Após o sacrifício dos animais, os espécimes foram submetidos à teste de
resistência de união. Os resultados mostraram que não houve diferença
47
estatisticamente significante entre os materiais, em relação à condição
pulpar. Prime & Bond para polpa vital atingiu valores de 14,65± 3,00 MPa
e, para polpa não vital, 14,83±
6,70 MPa. Os valores para o sistema
Permaquick, em polpa vital, foram 19,68
+
5,90 MPa e, para polpa não
vital, 19,92± 5,70 MPa. Os autores concluíram que a pressão pulpar não
interfere adversamente na adesão à dentina.
Em 1997, Pashley e Carvalho
39
realizaram uma revisão de
literatura sobre a estrutura da dentina, associando-a com a adesão. Os
autores descrevem a fundamental importância da permeação da resina
adesiva nos espaços criados entre as fibras colágenas pelo
condicionamento ácido durante os procedimentos adesivos. Caso a resina
não venha a se infiltrar corretamente, pode acontecer diminuição nos
valores de força de união, além de haver uma exposição das fibras
colágenas desprotegidas à degradação hidrolítica. Dessa forma, se as
resinas não penetrarem dentro dos túbulos dentinários, selando-os, há um
aumento do risco de sensibilidade dentinária e irritação pulpar devido à
infiltração de produtos bacterianos ao redor dos tags de resina. Baseados
nisto, os autores discutem os vários fatores que podem influenciar a
adesão, tais como a permeabilidade dentinária, a umidade da dentina e a
presença de dentina anormal. São discutidos também aspectos
relacionados às metodologias de avaliação da adesão, como os testes de
resistência adesiva e os de microinfiltração, concluindo que é importante
48
entender as características da permeabilidade dentinária para que se
possa compreender melhor o fenômeno da adesão. Recentes estudos
indicam que a estrutura da matriz de dentina desmineralizada é muito
diferente nos estados seco e úmido. Existe uma grande evidência de que
estas mudanças estruturais produzem profundas alterações na
permeabilidade da matriz dentinária aos monômeros resinosos. Assim,
isto modifica a qualidade da adesão entre a dentina e as resinas. Apesar
dos maiores avanços em relação aos adesivos dentinários terem ocorrido
na última década, avanços futuros devem ocorrer, de modo que os
fabricantes possam aplicar os conhecimentos adquiridos, considerando a
dentina como um substrato adesivo sujeito a uma larga variedade de
condições.
Propondo estudar o efeito da água e da diferença regional na
resistência de união da resina composta à dentina, Pereira et al.
48
(1997)
selecionaram molares, recentemente extraídos, que foram nivelados e,
casualmente, divididos em 3 grupos: pressão pulpar = 0 (P=0), pressão
pulpar =15 cm H
2
O (P = 15) e dentina super-ressecada. Os sistemas
adesivos Clearfil Liner Bond II (LBII) e One – Step (OS) foram aplicados
sobre os dentes, seguindo instruções dos fabricantes, e restaurados com
a resina Clearfil Photo Posterior. Após 24 horas de armazenagem em
água, os dentes foram seccionados em 8 porções (sendo 0,7 mm de
espessura) e cortados para serem submetidos ao teste de microtração
49
(1mm
2
de área de superfície adesiva). Em seguida, foram ainda divididos
em 3 grupos: região comunicando com o corno pulpar através dos túbulos
dentinários (ph), região central (center) e região periférica (entre o corno
pulpar e a junção esmalte/dentina; peri). Após obtenção e análise dos
resultados, no grupo do sistema adesivo One-Step, a resistência de união
na região próxima ao corno pulpar foi significantemente mais baixa do que
na região central e periférica. Entretanto, no grupo LBII, não foram
encontradas diferenças estatisticamente significantes na resistência de
união, quanto às diferentes regiões estudadas. Além disso, quando as
amostras foram super-ressecadas, nenhuma diferença significante entre
regiões e materiais também não foi observada.
Em 1997, Schreiner et al.
58
propuseram comparar resultados dos
testes de resistência a microtração, aos do cisalhamento aplicados em 5
sistemas adesivos dentinários: Scotchbond Multipurpose com ácido
maleico (SM), Scotchbond Multipurpose com ácido fosfórico (SP),
Scotchbond Multipurpose plus (SBP), Clearfil Liner Bond (CL) e o Prime &
Bond (PB). Foi avaliado também o modo de fratura que ocorreram em
ambos os testes, através da MEV. Foram usados 30 terceiros molares
que tiveram seus terços oclusais removidos, o remanescente dentinário
abrasionado com carbide silicone (320 de granulação), enxaguado e
sobre eles aplicados os sistemas adesivos pré-selecionados. Em seguida,
foi construída uma coroa de resina Z100 (3M) em cada remanescente já
50
preparado. Após secções longitudinais e laterais, obtiveram-se amostras
para teste na máquina Instron 11225, de 1,7mm
2
±0,1mm
2
(área de
superfície). Após aplicação do teste de resistência à microtração,
obtiveram-se: SM = 24,6 ± 3,4, SP = 28,8 ± 8,9, SBP = 22,7 ± 1,8, PB =
25,5 ± 7,4 e CL = 36,8 ± 4,8 MPa, havendo uma diferença significante
(Teste Bonferroni) entre CL e PB, SM e SBP, além disso CL apresentou
significantemente mais fraturas coesivas de dentina e resina. Quanto ao
cisalhamento foram obtidos os seguintes resultados: SM = 19,4 ± 4, 4, SP
= 24,5 ± 8,4, SBP = 15,3 ± 4,9, PB = 23,2 ± 7,1 e CL = 24,8 ± 3,5 MPa,
não havendo, portanto, diferenças estatisticamente significantes entre
estes materiais. Além disso, no teste de cisalhamento houve mais fraturas
coesivas na dentina e na resina do que no teste de microtração, que
apresentou mais fraturas do tipo adesivas. No final deste estudo, CL se
apresentou significantemente mais resistente do que PB, SM e SBP, mas
não do que SP (P< 0,5).
You et al.
74
, em 1997, avaliaram a adesão ao cemento e dentina
úmida e seca, submetendo os seguintes sistemas adesivos a resistência
à união: All Bond 2, One-Step, Prime & Bond e Scothbond Multi-Purpose,
restaurados com a resina Prisma TPH. Para todas as condições testadas,
somente o sistema All Bond 2 teve valores acima de 20 MPa para todas,
as situações. Quando a superfície esteve úmida, a resistência à união
para o cemento e dentina foi praticamente a mesma com os sistemas All
51
Bond 2, One-Step e Scothbond Multi-Purpose, enquanto que o sistema
Prime & Bond aderiu melhor para a dentina (30,0 MPa) do que para o
cemento (25,2 MPa). Os resultados mostram que os sistemas utilizados
aderiram melhor à superfície úmida do que sobre a superfície seca.
Armstrong et al.
1
, em 1998, propuseram estudar a resistência
adesiva de dois adesivos (All Bond 2 e Optibond FL), mediante teste de
microtração e verificação dos modos de fratura, através de microscopia
eletrônica de varredura. Para o estudo foram utilizados 6 molares
humanos, onde a superfície oclusal foi removida, aplicados os sistemas
adesivos e restaurada. Após 24 horas, foi realizado o teste de
microtração, mostrando que não houve diferença estatística entre os
adesivos. Quanto aos modos de fratura, os modos coesivos ocorreram
tanto em dentina como em resina, obtendo um total de 55% das amostras
avaliadas. A medida do tamanho do espécime não afetou a resistência
adesiva.
Cinqüenta molares humanos, divididos em quatro grupos, foram
avaliados por Phrukkanon et al.
50
, em 1998, com o objetivo de analisar a
influência da forma e da área da secção transversal de união na
resistência a microtração e na distribuição do stress de quatro sistemas
adesivos. Os quatro grupos, sendo 1 para cada adesivo: Scothbond MP
Plus (SBMP), OptiBond FL (OBFL), OptiBond Solo (OBS), One-Step (OS),
52
foram divididos em subgrupos, para preparar espécimes com secção
transversal de união apresentando áreas de 1,1; 1,5; 3,1 mm
2
. Em cada
subgrupo, os dentes foram cortados verticalmente para formar metades.
Os dentes, após terem suas superfícies oclusais cortadas e lixadas,
receberam os tratamentos de acordo com as instruções do fabricante.
Foram construídos blocos de resina composta de aproximadamente 9mm
de comprimento, 3mm de largura e 5mm de altura. Uma metade dos
blocos foram seccionados em fatias e desgastados para formas secções
transversais cilíndricas com as diferentes áreas testadas. A outra metade
dos blocos de resina foi seccionada e lixada, para se obter espécimes
retangulares nas três dimensões testadas, submetidos ao ensaio de
tração na velocidade de 1mm / min.
-1
. Realizou-se a observação por
microscopia eletrônica de varredura. Um modelo de análise de elemento
finito foi criado usando dois programas de computador e simulando áreas
de secção transversal da adesão para determinar a distribuição do stress.
De acordo com os resultados, grupos com áreas de 3,1mm
2
apresentaram
valores de união significantemente menores do que os grupos com área
de 1,1 mm
2
. Isto não aconteceu quando foram utilizados os adesivos
SBMP e OS. Os espécimes cilíndricos com área de adesão de 1,1 e
1,5mm
2
exibiram, em sua maioria, falhas adesivas. Quanto a força de
união não foram encontradas diferenças entre os espécimes retangulares
e cilíndricos, no entanto, na análise de elemento finito, foi observado que
a distribuição do stress foi mais heterogêneo nos espécimes retangulares.
53
Sendo assim, os resultados confirmaram que pequenas áreas de
superfície produzem valores mais altos de força de união do que aqueles
que usam superfície das áreas mais largas. Isto provavelmente acontece
devido a uma menor quantidade de defeitos encontrados em espécimes
com pequena área.
Em 1998, Phrukkanon et al.
49
estudaram o efeito da área de adesão
na resistência a microtração, tração e ao microcisalhamento de 4
sistemas adesivos. Sessenta molares humanos extraídos foram,
aleatoriamente, divididos em quatro grupos: Scothbond Multipurpose Plus,
Optibond FL, Optibond Solo e One Step. Cada grupo foi novamente
dividido em três subgrupos com espécimes de 1,2; 1,4; 2,0mm de
diâmetro. Em cada grupo, os dentes foram cortados pela metade, para
realizar-se os preparos das amostras para os ensaios acima
mencionados. As médias de força de união foram comparadas mediante a
análise de variâncias (com uma e duas variáveis) e o teste T de Student.
Os modos de fratura foram observados sob microscópio eletrônico de
varredura e as freqüências dos modos de fratura comparadas usando os
testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Segundo os resultados, os
valores de resistência adesiva obtidos, tanto para o teste de microtração
como microcisalhamento, foram menores quando se utilizou espécimes
de 2,0 mm de diâmetro. Com relação aos modos de fratura, foi verificado
que a maioria dos espécimes com 1,2 e 1,4mm de diâmetro exibiu falhas
54
adesivas na interface entre os dentes e resina. Sendo assim, os autores
concluíram que altos valores de força de união estão associados a áreas
de pequeno diâmetro e que o efeito dos ensaios de tração e cisalhamento
é semelhante.
Prati et al.
51
, em 1998, avaliaram a morfologia da interface resina-
dentina e a resistência adesiva ao cisalhamento de vários adesivos
dentinários classificados como: condicionamento total de frasco único,
condicionamento total de múltiplos passos e auto-condicionantes.
Cavidades do tipo classe I e V foram preparadas em molares humanos,
recém-extraídos e restauradas com resina composta. Cada amostra, após
restaurada, foi seccionada, sendo que uma das metades foi
desmineralizada, enquanto a outra metade teve a superfície polida para
permitir a formação de uma camada de dentina infiltrada por resina
(RIDL). A avaliação da RIDL intertubular (iRIDL) e da RIDL peritubular
(pRIDL) foi feita em microscopia eletrônica de varredura. A resistência
adesiva de todos os adesivos avaliados foi mensurada 2 minutos após a
polimerização. A avaliação em MEV mostrou RIDL e tags de resina de
diferentes morfologias, dependendo do material utilizado e da localização
da dentina. A dentina profunda apresentou RIDL mais fina e superficial. A
pRIDL apresentou-se mais fina que a iRIDL. A resistência adesiva variou
dependendo do material utilizado. Os sistemas adesivos auto-
condicionantes apresentaram valores mais altos de resistência adesiva,
55
enquanto um dos adesivos de condicionamento total apresentou valores
muito altos. A contribuição da pRIDL na adesão da dentina superficial, foi
limitada pelo pequeno número de túbulos dentinários. Adesivos de
condicionamento total frasco único apresentaram resistência adesiva
similar aos de condicionamento total múltiplos passos. Os sistemas
adesivos auto-condicionantes produziram os valores mais altos de
resistência adesiva imediata. Este estudo não mostrou correlação entre
resistência adesiva e espessura e morfologia da RIDL.
Sano et al.
54
, em 1998, publicaram um artigo sobre considerações
clínicas em adesão dentinária. Inicialmente, os autores citam a
importância da hibridização na técnica restauradora, porém enfatizando
os fatores críticos que envolvem este procedimento. A manutenção da
rede de colágeno, após o condicionamento ácido, é um destes fatores,
podendo se colapsar se não for mantida umedecida para permitir a
penetração do adesivo. Para evitar este passo crítico - colapso das fibras
colágenas - existe uma outra estratégia, a utilização de sistemas auto-
condicionantes. Estes sistemas utilizam monômeros ácidos que permitem
que a rede de colágeno permaneça mais flexível e permeável à infiltração
e difusão do primer. Os autores concluem também que nenhuma das
duas estratégias de adesão permitem um selamento perfeito da dentina e
que estudos clínicos devem ser realizados para avaliar a degradação dos
sistemas adesivos a longo prazo.
56
Através de um estudo comparativo, Van Meerbeek et al.
65
, em 1998,
analisaram ao microscópio eletrônico de transmissão a morfologia da
interface resina – dentina produzida por 2 sistemas adesivos com primers
a base de água, em distintas situações de hidratação do substrato.
Terceiros molares humanos tiveram suas raízes removidas e seu esmalte
oclusal seccionado em dois cortes paralelos entre si, sendo o primeiro na
junção cemento – esmalte e o outro na face oclusal. Discos de dentina
foram (1mm de espessura) obtidos, lixados, condicionados (Optibond/
Keer –acido fosfórico 37,5% e Scotchbond MP/3M – ácido maleico a 10%)
seguindo as instruções dos fabricantes, lavados e secos sob quatro
situações diferentes. Dessa maneira foram criadas: situação 1 – secagem
da dentina com jatos de ar por 5s (técnica seca com suave secagem);
situação 2 – secagem da dentina com jato de ar por 15 s (técnica seca
com intensa secagem); situação 3 - ligeira secagem com ar (técnica
úmida com ligeira secagem); situação 4 – secagem com bolinha de
algodão seca (técnica úmida com remoção do excesso de umidade). Nas
técnicas úmidas, a dentina condicionada foi cuidadosamente observada
brilhante e visivelmente hidratada. Em seguida, os discos receberam seus
respectivos tratamentos (primers e resinas adesivas) e foram seccionados
perpendicularmente à interface adesiva em 2 metades, onde cada metade
foi ainda dividida em 3 ou 4 secções retangulares paralelas à interface.
Posteriormente à preparação dos espécimes, foi feita observação ao
microscópio eletrônico de transmissão de acordo com os procedimentos
57
próprios para este estudo. Os resultados deste trabalho mostraram que
uma camada híbrida morfologicamente bem organizada foi formada pelo
sistema Optibond/ Keer de maneira consistente, enquanto que o
Scotchbond MP/3M produziu uma zona híbrida com ultra-estrutura mais
variável. Quando os dois sistemas adesivos foram aplicados, tanto em
dentina úmida quanto em dentina seca, não foram encontradas maiores
diferenças na ultra – estrutura da camada híbrida. Quando os adesivos
foram aplicados pela técnica seca, não foram observados sinais de
colágeno desmineralizado, colapsado ou incompletamente infiltrado por
resina. Além disso, quando os dois sistemas adesivos foram aplicados na
dentina úmida, não foram encontrados sinais de “over wetting” (excesso
de umedecimento). Provavelmente, a quantidade de água existente nos
primers dos dois sistemas testados foi adequada para hidratar e expandir
a rede de fibras colágenas, suavemente secas por ar e colapsada. Novos
estudos se fazem necessário para determinar se estes resultados podem
ser extrapolados para outros sistemas adesivos, que contém primers a
base de água.
A proposta deste estudo, Yoshiyama et al.
71
(1998), foi medir as
resistências de união regional à tração (TBS) de dois sistemas adesivos,
disponíveis no mercado self-etching/self-priming, em várias localizações
de um mesmo elemento humano dental: esmalte, porção coronária e
cervical da coroa, porção média e apical da dentina radicular, além de
58
observar por microscopia (MEV) as interfaces adesivas formadas.
Esmalte e dentina foram removidos da superfície labial do dente para,
posteriormente, ser executado um preparo cavitário longo na porção
central da dentina, estendendo-se do meio da coroa até o ápice radicular
do dente. Os dois sistemas self-etching/self-priming, Clearfil Liner Bond
(LB2) (Kuraray) e Fluro Bond (FB) (Shofu), respectivamente, foram
aderidos nas superfícies seguindo as instruções dos fabricantes, e
coberto com Lite Fill II resina composta (Shofu). Em seguida, resina/dente
foram cortados, em série, em ângulo reto com o longo eixo do dente e os
cortes obtidos foram então acabados para se obter uma superfície com
área de secção transversal de 1mm
2
, para serem submetidos ao teste
(TBS). LB2 e FB mostraram, significantemente, valores de resistência de
união regional à tração (TBS) mais elevada na porção coronária, cervical
e média da dentina radicular. As MEV mostraram que a espessura da
camada híbrida, formada em ambos os sistemas, foram em torno de 1,0
µm na coroa, cervical e porção média da dentina radicular, sendo menor
que 0,5 µm na região apical da dentina radicular. Os autores concluíram
que, frente aos resultados, os sistemas self-etching e self-priming
produzem boa adesão na coroa, cervical e porção média da dentina
radicular, pela criação de camadas híbridas finas e transicionais.
Entretanto, a adesão ao nível de esmalte e porção apical da dentina
radicular deveria ser melhorada.
59
Pashley et al.
41
, em 1999, numa revisão bibliográfica descreveram
as várias modificações sofridas nos testes de microtração. Este teste é
realizado com espécimes que variam entre 0,5 a 0,7mm
2
de espessura e
são colocados de tal maneira que a força de adesão seja concentrada na
interface adesiva durante o teste, tendo a vantagem de que um mesmo
dente poderá fornecer vários espécimes e também vários substratos
podem ser analisados. Este é um método ideal para analisar a duração da
união entre a resina e o substrato dentário. Os autores concluíram que o
teste de microtração é um método versátil, que não pode ser executado
como um método convencional, sendo muito mais trabalhoso, porém, com
um grande potencial de discernimento da resistência de adesão de
materiais restauradores a vários substratos e regiões com relevância
clínica.
Em 1999, Paul et al.
42
propuseram avaliar as propriedades físicas
de polímeros experimentais feitos de um primer dentinário, consistindo de
HEMA e um tipo de adesivo dentinário composto de HEMA e BIS-GMA.
Ambos, primer e adesivos resinosos, foram diluídos em quantidades
específicas de água (0,5,9,17 ou 29% em volume) previamente à
polimerização com o intuito de simular o potencial de diluição dos primers
ou adesivos (frasco único) pela água na superfície dentinária. Espécimes
em miniatura (10 x 0,5mm) (comprimento x espessura) foram
confeccionadas num formato tipo taça (curva central) e num outro formato
60
com lados paralelos através do preenchimento dos moldes,
adequadamente, pelo monômero do primer (HEMA) ou mistura de um co-
monômero do adesivo (HEMA + Bis-GMA). Para os espécimes dos
adesivos resinosos, a preparação foi feita por intermédio da reprodução
em moldes de alumínio com um material de impressão vinylpolysiloxano.
No entanto, para os espécimes de primers resinosos, moldes de cera
foram solicitados pois o catalisador N – tributyl – borane usado para
polimerizar quimicamente misturas de HEMA – água interagiam com o
vinylpolysiloxano (material de impressão). O ensaio de tração foi realizado
em dispositivo nominado pelo Dr. Bernard Ciucchi com os espécimes
fixados por grampos, cimentados com cianoacrilato e fraturados por uma
velocidade de 0,6 mm/min, usando uma máquina de teste universal com
uma célula de carga de 5kg. Uma hora após polimerização, metade dos
espécimes foi submetida a testes físicos, sob condições a seco, e a outra
metade foram imersas em água por 24 horas e, então, testada enquanto
úmida. A máxima resistência à tração (UTS), módulos de elasticidade (E),
percentual de estiramento a fratura e dureza foram calculados. As
propriedades físicas do primer e adesivos resinosos, sob condições a
seco, não foram alteradas pela incorporação de água até 9% em volume,
sendo que o conteúdo de água mais elevado diminuíram as propriedades
físicas (P < 0,05). A imersão de primers em água por 24 horas (sob
condições de umidade) diminuiu significantemente suas propriedades,
enquanto que a imersão em água dos adesivos resinosos foram sem
61
efeito apenas quando o conteúdo intrínseco de água era de 0 ou 5% em
volume. Os autores concluíram que os efeitos da água de forma
extrínseca são mais relevantes do que os do conteúdo de água intrínseco
na resina Poli-Hema. Além disso, espera-se que camadas híbridas
formadas, principalmente de Poli-Hema sejam mais elásticas do que
aquelas formadas por cadeias de polímeros bifuncionais com ligações
químicas cruzadas.
Através de uma revisão de literatura, Perdigão e Lopes
43
, em 1999,
discutiram a evolução dos sistemas adesivos, os mecanismos de adesão
e as características da estrutura dentinária. Os autores citam que a
maioria dos sistemas adesivos utiliza condicionamento ácido previamente
à aplicação do adesivo dentinário, porém há adesivos que utilizam outra
estratégia de adesão. Estes outros sistemas são chamados de adesivos
auto-condicionantes, que, possuem em sua formulação substâncias que
ao mesmo tempo em que condicionam, penetram na dentina. A vantagem
deste segundo tipo de estratégia é que a simplificação da técnica adesiva
reduz o passo crítico, que é o procedimento de lavagem do ácido e
remoção do excesso de água. Com a eliminação dos passos de lavagem
e secagem, que são difíceis de padronizar, evita-se o colapso da rede de
colágeno, que pode influenciar na eficiência da técnica.
62
Em 1999, Shono et al.
59
avaliaram a uniformidade da união entre
resina e dentina oclusal, através de uma nova versão do teste de
microtração. Foram utilizados terceiros molares humanos extraídos, não
erupcionados, que tiveram sua superfície oclusal cortada e a dentina
preparada em dois níveis: superficial (0,5mm da junção amelo –
dentinária) e profunda (0,5mm do corno pulpar mais alto, preparada
através de um corte a 1,5mm abaixo do primeiro). Foram avaliados dois
sistemas adesivos, One-Step / Bisco e Tokuso Macbond / Tokuyama
Corp., que foram utilizados seguindo as instruções dos fabricantes. Em
seguida, coroas de resina composta (Z100/ 3M para o One-Step e
Palfique Estelite para o Macbond) foram confeccionadas. Posteriormente,
os dentes foram seccionados verticalmente para obtenção dos espécimes
em palitos com dimensões de 1x1x8mm, que foram individualmente
testados sob tração a uma velocidade de 1mm/min. A adesão com o One-
Step / 3M foi realizada por dois clínicos diferentes e a única diferença
entre eles foi que o clínico B cortou os espécimes em uma secção
transversal ligeiramente menor. No total, havia 5 grupos feitos pelo clínico
A: 1 – One-Step em dentina superficial; 2 – One Step em dentina
profunda ; 3 – Macbond em dentina superficial; 4 – Macbond em dentina
profunda; 5 – dois pares de cilindros de resina Z-100 pré-polimerizados,
com 10mm de diâmetro, aderidos um ao outro pelo adesivo One-Step. O
clínico B testou somente o adesivo One-Step nas dentinas superficial e
profunda. As falhas foram classificadas como adesivas, coesivas do
63
adesivo, coesivas da dentina, coesivas da resina ou mistas e confirmadas
ao microscópio eletrônico de varredura. Os resultados deste trabalho
indicaram que com o adesivo One-Step, o clínico A obteve um grande
número de adesões zero (adesão que não pode ser mensurada quando o
espécime fratura durante sua manipulação) na dentina superficial e em
um menor número na dentina profunda, acarretando um grande desvio
padrão na força de união (22 ± 20MPa na dentina superficial e 27 ±
14MPa na dentina profunda). No entanto, com o adesivo Macbond não
houve valores zero de adesão e, conseqüentemente, a variação foi menor
(41 ±13MPa na dentina superficial e 27 ± 12MPa na dentina profunda).
Quando os pares de cilindros da resina Z-100 foram unidos com o One-
Step, seccionados em palitos e testados como descrito anteriormente,
houve pequena variação na força de união regional (37 ± 1MPa). Através
deste trabalho, os autores concluíram que a metodologia utilizada
detectou diferenças regionais com relação à resistência à tração e que
amplas diferenças estavam relacionadas à técnica e não ao material. Isto
indica uma não homogeneidade da união adesiva, o que contraria
opiniões anteriores.
Braga et al.
4
, em 2000, determinaram e compararam a resistência
adesiva à tração de 3 adesivos com carga (Prime & Bond NT, Prime &
Bond NT dual cure e Optibond Solo ) e dois adesivos sem carga (Prime &
Bond 2.1 e Single Bond ), aplicados na dentina bovina. Fragmentos da
64
dentina labial de incisivos bovinos foram embebidos em cilindros de PVC
com resina acrílico auto-polimerizável e estabelecido superfícies planas,
usando lixa de granulação 200 e 600. Uma superfície com 3 mm de
diâmetro para adesão foi delimitada com uma fita adesiva perfurada.
Depois do condicionamento com ácido fosfórico 37% (15s.) e aplicação
do adesivo, uma base de resina, em forma de cone truncado, foi
construída (TPH). Em seguida, o teste de tração foi efetuado, após 24
horas de armazenagem em água destilada a 37ºC. Os modos de fratura
foram visualizados usando um estereomicroscópio 10x. Nenhuma
diferença estatisticamente significante foi encontrada no parâmetro
Neibull (m) entre os 5 adesivos testados. Para característica de
resistência, diferenças estatisticamente significantes foram encontradas
entre Single Bond (15,6 MPa) e Prime & Bond NT dual cure (8,5MPa) e
entre Single Bond e Prime & Bond 2.1 (7,1MPa). Single Bond e Prime &
Bond NT
mostraram áreas de fraturas coesivas na dentina, na maioria das
amostras. Para Optibond Solo, Prime & Bond NT dual cure e Prime &
Bond 2.1, as fraturas foram predominantemente adesivas. Durante a
comparação dos sistemas adesivos, neste estudo experimental, o uso de
adesivos particulados não foi um fator adotado determinante na conquista
dos principais fatores de resistência adesiva na dentina.
Costa et al.
13
, em 2000, através de uma revisão de literatura,
avaliaram o comportamento dos sistemas adesivos atuais na dentina,
65
assim como as respostas pulpares seguintes à sua aplicação na dentina
profunda ou nas exposições pulpares. Além disso, compararam e
discutiram evidências clínicas e radiográficas, de aparente sucesso na
terapia da vitalidade pulpar, e resultados obtidos de estudos em animais e
humanos. Segundo os autores, as propriedades física/mecânica
adequadas de sistemas adesivos auto-condicionantes, assim como a
possível ausência de difusão de glóbulos de resina, através dos túbulos
dentinários, sugerem que estes atuais sistemas adesivos podem ser úteis
e seguros, quando aplicados na dentina em procedimentos de adesão na
clínica diária. No entanto, estudos futuros são necessários para avaliar a
performance clínica, a longo prazo, de sistemas adesivos (auto-
condicionantes ou não), assim como a capacidade “in vivo” destes
materiais para se deslocarem dentro dos túbulos dentinários e
alcançarem o espaço pulpar, após a aplicação em cavidades profundas.
Em contraste, reações inflamatórias persistentes, assim como atraso na
cicatrização pulpar e falha de hibridização dentinária, foram vistos em
polpas humanas capeadas com agentes de adesão. Os resultados
observados em dentes de animais não podem ser diretamente
extrapolados para condições clínicas humanas. Conseqüentemente,
terapia em polpa vital, usando agentes ácidos e materiais adesivos,
parece ser contra-indicada.
66
Em 2000, Perdigão et al.
45
mostraram as novas tendências da
adesão em esmalte e dentina. Descreveram que a tendência da
Odontologia adesiva é simplificar os passos dos procedimentos adesivos.
Relataram que o adesivo Prompt L-Pop (3M ESPE) é um dos mais
recentes adesivos de um único passo e tem demonstrado resultados
promissores em testes laboratoriais, quando usado em esmalte.
Em 2000, Yoshiyama et al.
72
avaliaram a morfologia interfacial de
dois sistemas adesivos aplicados em dentina afetada por cárie, além da
sua resistência adesiva, através dos testes de microtração. Dentes
molares humanos foram preparados e aplicados os sistemas adesivos
Single Bond (SB) ou Fluorobond (FB), de acordo com as instruções do
fabricante e restaurados com a resina AP-X. Foram obtidos espécimes de
1mm
2
e, então, aplicado o teste de microtração, com uma velocidade de
1mm/minuto. As interfaces resina/dentina foram observadas sob
microscopia eletrônica de varredura, antes ou após o desafio ácido / base.
A resistência adesiva da dentina normal com os dois sistemas adesivos
se mostrou significantemente alta em relação à resistência adesiva da
dentina afetada por cárie. A técnica de molhamento adesivo aumentou
significantemente a resistência adesiva do SB para a dentina normal e a
dentina afetada por cárie. Na dentina afetada por cárie, não puderam ser
formadas a típica camada híbrida e tags de resina. Os resultados
sugeriram que a oclusão dos túbulos dentinários por depósitos minerais
67
pode evitar a penetração da resina, podendo também provocar resistência
ácida na matriz intertubular da dentina afetada pela cárie.
Em 2001, Bouillaguet et al.
3
compararam, “in vitro”, a performance
de união à dentina de 8 sistemas adesivos, usando um teste de
resistência adesiva a microtração. Foram utilizados 30 dentes bovinos, 2
sistemas adesivos convencionais (Scotchbond Multipurpose Plus,
Optibond FL), 4 sistemas one-step frasco único (Scotchbond 1, Asba
S.A.C, Prime & Bond NT, Excite), dois materiais adesivos
autocondicionantes (Clearfil Liner Bond 2V e Prompt L –Pop) e uma
resina para restauração (Z100). Cada sistema de adesão foi usado,
seguindo as instruções dos fabricantes, sobre as superfícies previamente
planificadas da dentina radicular e, em seguida, aplicada a resina
restauradora, já selecionada. Imediatamente à adesão, os dentes foram
preparados para teste de microtração. A resistência adesiva para dentina
foi mensurada usando um aparelho teste universal Vitrodyne V – 1000. As
amostras fraturadas foram posteriormente observadas pela MEV
(Microscopia Eletrônica de Varredura). Apesar da simplificação dos
procedimentos de adesão nos sistemas adesivos one – step e self –
etching (frasco único e auto-condicionante, respectivamente), os
resultados deste estudo indicam que apenas o Scotchbond MP Plus
(convencional, 30,3 MPa ± 9,4) estabeleceu, estatisticamente,
resistências adesivas mais elevadas na dentina radicular bovina.
68
Optibond FL (22,4MPa ± 4,3), Scotchbond 1 (18,9MPa ± 3,2), Clearfil
Liner Bond 2V (18,9MPa ± 3,0) e Prime e Bond NT (18,3MPa ± 6,9)
apresentaram estatisticamente os mesmos valores. Além disso, os modos
de fraturas foram principalmente adesivas. Enquanto, o Asba SAC, Excite
e o Prompt – L Pop apresentaram 14,4 ± 2,9 MPa, 13,8 ± 3,7MPa, 9,1 ±
3,3MPa, respectivamente, de resistência adesiva.
Por meio do teste de microtração, Castro
9
, em 2001, analisou “in
vitro” o efeito da solução de digluconato de clorexidina a 2% na força de
união da resina composta à dentina tratada com os sistemas adesivos
Prime & Bond NT (Dentsply), Single Bond (3M) e Clearfil SE Bond
(Kuraray). Para isso, foram avaliados 24 terceiros molares humanos
extraídos e livres de cárie, divididos aleatoriamente em oito grupos
experimentais, sendo as dentinas tratadas com um dos três sistemas
adesivos, de acordo com as instruções de cada fabricante, associados ou
não à aplicação da clorexidina, antes ou depois do condicionamento
ácido. Todas as amostras foram restauradas com a resina composta Z100
(3M), termocicladas em 250 ciclos e cortadas, obtendo-se espécimes com
secção transversal de 1,0mm
2
± 0,1mm
2
, para serem levados a uma
máquina de testes Universal, onde foi realizado o ensaio de microtração.
Os espécimes tiveram suas áreas de união e espessuras de dentina
remanescente medidas e anotadas. Os modos de fraturas ocorridos foram
analisados mediante microscopia óptica (40x) e as fraturas mais
69
representativas foram levadas à microscopia eletrônica de varredura.
Discos de dentina foram obtidos a partir de três dentes adicionais,
recebendo, logo após, os tratamentos de superfície para serem também
observados ao microscópio eletrônico de varredura. Os resultados deste
estudo mostraram não haver diferenças entre os grupos, independente do
sistema adesivo empregado e da aplicação ou não do desinfetante
cavitário. Não foi observada correlação entre a força de união e a
espessura da dentina remanescente. As falhas ocorreram na sua maioria
na união, mas não foram encontradas falhas puramente adesivas entre o
adesivo e a dentina em nenhum dos grupos. Os grupos em que o sistema
adesivo Clearfil SE Bond foi aplicado, apresentaram o maior percentual
de fraturas no substrato. A microscopia eletrônica de varredura revelou
que a clorexidina, aplicada sobre a “smear layer” provocou alterações
nesta camada e que, quando aplicada após o condicionamento ácido,
deixou “debris” cobrindo parcialmente a dentina intertubular e obliterando
a entrada de alguns túbulos dentinários.
Em 2001, Frankenberguer et al.
20
resolveram comparar o adesivo
auto-condicionante Prompt L-Pop com dois adesivos de condicionamento
total, EBS Multi e Prime Bond NT. Molares humanos extraídos foram
restaurados com resina composta Pertac II ou com o compômero Aplitip e
preparados para os testes de microtração. O Prompt L-Pop foi utilizado
aplicando-se 5 diferentes protocolos: (1) em uma camada, como indicado
70
pelo fabricante, (2) como primer auto-condicionante + adesivo, (3) ácido
fosfórico + primer + adesivo, (4) aplicado em várias camadas e (5) com
adição de carga. Após 24 horas de armazenamento em água a 37
o
C, os
espécimes foram seccionados e realizou-se o teste de microtração. A
interface dos espécimes foi analisada em microscopia eletrônica de
varredura e de transmissão. Os autores concluíram que, quando
combinado com resina composta, o Prompt L-Pop apresentou,
significantemente, menor resistência adesiva aplicado em uma única
camada que quando aplicado em várias camadas. Os maiores resultados
foram obtidos quando o adesivo foi utilizado com compômero. A
resistência adesiva do Prompt L-Pop aplicado em múltiplas camadas não
foi estatisticamente diferente dos valores oferecidos pelo Prime & Bond
NT.
Em 2001, Inoue et al.
27
avaliaram a resistência adesiva à microtração
de onze adesivos dentinários, sendo três adesivos auto-condicionantes de
um passo, quatro auto-condicionantes de dois passos, três adesivos de
condicionamento ácido total de dois passos e um de condicionamento
ácido total de três passos. Trinta e três molares humanos extraídos
tiveram sua coroas cortadas ao nível da dentina média. As restaurações
foram realizadas com resina composta Z100, seguindo orientações dos
fabricantes. Após o corte dos dentes, foram obtidos espécimes de
aproximadamente 1,0mm de espessura por 2,5mm de largura. Estes
71
espécimes foram adaptados ao formato de uma ampulheta, sendo que a
área adesiva apresentou cerca de 1,0mm
2
. Após os testes de
microtração, os resultados foram encaminhados para análise estatística.
Foi observada a ocorrência de fraturas durante o preparo dos espécimes
restaurados com os adesivos Prompt L-Pop2 e Prime & Bond NT. Os
autores concluíram que os adesivos auto-condicionantes ou de
condicionamento total de passos simplificados obtiveram os menores
resultados de resistência adesiva, quando comparados aos adesivos de
condicionamento total de três passos.
Com objetivo de comparar resultados de resistência adesiva à
microtração aos da macrotração, Luchterhandt et al.
30
(2001) testaram os
seguintes sistemas adesivos/compósito: Excite/Tetric Ceram
(Exc),Optibond Solo Plus/Prodigy (OBSP), Prompt-L-pop/Tetric Ceram
(PP) e um adesivo experimental auto-condicionante/Tetric Ceram (Expl).
Foram usados, em ambos os testes, 5 espécimes. Para teste de
microtração foi usada uma superfície da amostra de 1mm x 2,4mm. Os
resultados revelaram que na microtração OBSP (31,8 ± 6,8MPa) e Expl
(30,4 ± 10,9MPa) apresentaram valores médios de resistência adesiva
superiores aos dos sistemas Exc (13,9 ± 4,1MPa) e do PP (13,4 ±
6,8MPa), ao passo que a macrotração sobre a dentina, nenhuma
diferença significante pôde ser encontrada para os sistemas OBSP, PP e
Expl.
72
Em 2001, Ogata et al.
37
estudaram a influência da direção dos
túbulos dentinários sobre a resistência de união à dentina, utilizando-se
de 4 sistemas adesivos para dentina: Clearfil Liner Bond 2V, Single Bond,
Imperva Fuoro Bond e One-Step. Foram utilizados 18 dentes, que tiveram
suas coroas removidas por meio de corte transversal, expondo uma
superfície plana de dentina, o que determinou túbulos cortados
perpendicularmente. Os adesivos foram aplicados sobre esta superfície.
Outros 18 dentes foram cortados ao meio, no sentido do seu longo eixo, e
os sistemas adesivos aplicados lateralmente à dentina coronária, onde os
túbulos estavam cortados longitudinalmente. As superfícies foram polidas
(lixa 600) para criação da smear layer, previamente à aplicação do
adesivo, seguindo as recomendações do fabricante. Após aplicação do
adesivo, foi construída uma coroa de resina (Clearfil AP-X) (3 a 5mm de
altura). Em seguida, os dentes foram armazenados em água a 37
o
C por
24 horas e, então, seccionados paralelamente ao longo eixo, formando
fatias de 0,7mm de espessura, que foram desgastadas na interface
adesiva, até obtenção de áreas de 0,95 a 1,05 mm
2
. Os espécimes foram
levados à máquina de ensaios para microtração (1mm/min). As
superfícies foram inspecionadas visualmente e microscopicamente após a
fratura, para determinar o tipo de falha ocorrida. Os resultados
demonstraram que os valores de resistência de união foram maiores
quando os sistemas foram aplicados à superfície de dentina com os
túbulos paralelos à interface adesiva, do que à superfície da dentina com
73
os túbulos cortados perpendicularmente. Esta diferença foi
estatisticamente significante para os sistemas adesivos Single Bond e
One-Step. Quando inspecionados visualmente, a maioria dos espécimes
apresentou fratura adesiva, confirmada pela microscopia de luz (20x). Os
autores concluíram que a direção dos túbulos dentinários pode ser uma
variável importante na resistência de união.
Analisando a correlação entre resistência adesiva e nanoinfiltração
de restaurações de resina composta, Pereira et al.
47
, em 2001, utilizaram
adesivos dentinários de condicionamento total e adesivos auto-
condicionantes. Foram selecionados dez terceiros molares, que tiveram
suas coroas cortadas, expondo-se a dentina média. As restaurações
foram confeccionadas com o adesivo Clearfil Liner Bond 2V ou Single
Bond, sendo a resina composta utilizada do tipo Clearfil AP-X. Os dentes
foram seccionados perpendicularmente a interface adesiva, no sentido
mésio – distal, originando espécimes de aproximadamente 0,7mm. A área
adesiva foi ajustada apresentando largura de mais ou menos 1,4mm.
Alguns dos espécimes foram imersos em solução de nitrato de prata 50%
para ser possível a verificação da nanoinfiltração. Todos os espécimes
foram submetidos à microtração. Após os ensaios, os espécimes foram
preparados para serem observados ao microscópio confocal a laser, para
ser comprovada a penetração da prata no interior da interface
dente/restauração. Os autores concluíram que os valores de resistência
74
adesiva dos dois adesivos testados não foram significantemente
diferentes. No entanto, os valores dos espécimes que foram imersos nas
soluções de nitrato de prata por 1 hora aumentou significantemente.
Nenhuma correlação entre resistência adesiva e nanoinfiltração foi
mensurada.
Analisando a micromorfologia interfacial de restaurações estéticas
adesivas, em dentes decíduos e permanentes, Telles et al.
62
, em 2001,
selecionaram os sistemas adesivos Prompt L-Pop e Single Bond
(controle). A dentina superficial de 15 dentes permanentes foi exposta. O
Prompt L-Pop foi aplicado em uma das metades da cavidade e, na outra
metade, aplicou-se o adesivo Single Bond ou o Vitremer Primer. Os
dentes foram restaurados com a resina composta Z-250, compômero
Hytac ou Vitremer. Os espécimes foram avaliados em microscopia
eletrônica de varredura. Não foram observadas diferenças significantes na
qualidade do selamento interfacial quando as restaurações dos elementos
decíduos foram confrontadas às restaurações dos elementos
permanentes. Foram encontradas muitas microfendas nas restaurações
aderidas com o Prompt L-Pop. Os autores concluíram que o Prompt L-
Pop falhou em não produzir adequado selamento na interface
dente/restauração em resina composta ou compômero, em dentes
decíduos ou permanentes.
75
Toledano et al.
64
, em 2001, determinaram a resistência de união a
microtração de 5 sistemas adesivos em dentina superficial (SD) e em
dentina profunda (DD). O estudo utilizou terceiros molares humanos
extraídos, que tiveram suas coroas seccionadas ao nível da junção
esmalte/dentina (SD) e também em dentina mais profunda (DD). Os
sistemas adesivos testados foram: Single Bond (3M), Prime & Bond NT
(Dentsply), Excite (Vivadent), Etch & Prime (Degussa) e o Clearfil SE
Bond (Kuraray). Após aplicações dos sistemas, blocos de resina
(Z100/3M) foram construídos, armazenados por 24 horas em água a 37
o
C
e posteriormente cortados para obtenção de bastões (1,0mm
2
), que foram
levados à máquina Instron para obtenção dos seus respectivos valores de
resistência adesiva (MPa). As interfaces adesivas foram também
examinadas pela TEM (Microscopia Eletrônica de Transmissão). Após
análise dos resultados, os autores concluíram que a influência da
profundidade na força de união dos sistemas adesivos para dentina é
material dependente.
Em 2002, Guzmán Sierpinski
24
resolveu avaliar a influência que o
laser de Er: YAG exerce sobre a resistência de união do material
restaurador ao substrato dentinário, associando-se a diferentes sistemas
adesivos. Para isto, foram avaliados 30 molares humanos livres de cárie
divididos em três grupos experimentais, utilizando o laser de Er: YAG com
uma energia de 260mJ/10Hz, e três grupos controles, em que foram
76
aplicados os seguintes tratamentos: G1) Laser, ácido fosfórico a 37%,
Excite /Vivadent; G2) controle, ácido fosfórico a 37%, Excite /Vivadent;
G3) laser, sistema adesivo Promp L –Pop/Espe; G4) controle, Prompt L –
Pop/Espe; G5) laser, ácido fosfórico a 37%, Single Bond/3M; G6)
controle, ácido fosfórico a 37%, Single Bond /3M. Todas as amostras
foram restauradas com a resina composta Tetric Ceram/ Vivadent,
termocicladas em 550 ciclos, e cortadas, obtendo-se espécimes de mais
ou menos 1mm
2
, para serem levados a uma Máquina de Testes Universal
onde foi realizado o ensaio de microtração. Os tipos de fraturas ocorridos
foram analisados mediante microscopia óptica digital e as fraturas mais
representativas foram levadas à microscopia eletrônica de varredura. Os
resultados mostraram que o sistema laser de Er: YAG apresentou as
menores médias de tensão de ruptura, independente do sistema adesivo
utilizado. O sistema adesivo Prompt L-Pop mostrou resistência adesiva
estatisticamente menor, em relação aos outros sistemas adesivos
estudados. Não houve diferença estatística entre os sistemas adesivos
Single Bond
e Excite. A maior parte das fraturas encontradas para todos
os grupos foram do tipo adesiva.
Em 2002, Ogata et al.
36
analisaram por intermédio de testes de
resistência de união à microtração, os efeitos produzidos por dois tipos de
condicionadores para dentina (Mac Bond II, sistema auto-condicionante e
Single Bond, associado ao ácido fosfórico) aplicados sobre superfícies
77
preparadas com diferentes tipos de brocas. Vinte e quatro dentes foram
utilizados neste trabalho, que tiveram as coroas seccionadas em suas
porções médias, para exposição das superfícies de dentina. Após
regularização dessas superfícies com lixa abrasiva de granulação 600, os
espécimes foram divididos aleatoriamente em três grupos experimentais e
em grupo controle, de acordo com o tipo de tratamento determinado em
cada superfície: com lixa 600 (grupo controle); com broca de aço
laminada; com broca de aço picotada e, finalmente, com broca
diamantada de granulação média. Após o tratamento das superfícies
dentinárias com os sistemas adesivos descritos acima, blocos de resina
foram confeccionados em todos os dentes, usando a (Clearfil AP-X).
Posteriormente, os espécimes foram seccionados em forma de
ampulheta, para serem avaliados através do teste de microtração. Para
os espécimes tratados com o sistema Mac-Bond II, os piores resultados
de resistência de união foram observados no grupo tratado com broca
diamantada. Isto se deu, provavelmente, em função do agente
condicionador não conseguir remover totalmente a smear layer e smear
plug da superfície analisada. Já para os dois outros grupos tratados com
broca de aço, não houve diferença significante entre estes e o controle.
Para os espécimes tratados com Single Bond, os melhores resultados
foram observados no grupo tratado com broca de aço picotada, sem
haver diferenças estatisticamente significantes entre os dois outros
grupos e o grupo controle. O ácido fosfórico removeu toda a smear layer e
78
a smear plug dos espécimes de todos os grupos. Os valores de
resistência de união obtidos em superfícies de dentina, submetidas a
diferentes tipos de tratamento, variaram em função do tipo de sistema
adesivo utilizado. Além disso, os autores concluíram que, embora
diferentes sistemas adesivos possam influenciar nas respostas de
resistência de união da dentina, submetidas a diferentes tipos de
tratamento para potencializar os resultados de adesão, a smear layer
deve ser totalmente removida.
Avaliando a resistência de união à microtração de adesivos auto-
condicionantes e de condicionamento total, em dentina afetada por cárie,
Ceballos et al.
10
, em 2003, correlacionaram os valores de resistência
adesiva com o Diagnodent e a dureza Knoop dos substratos dentais. A
superfície dentinária, dos molares humanos selecionados e extraídos, foi
exposta onde a lesão cariosa foi circundada por dentina normal. Prime &
Bond NT, Single Bond, Clearfil SE Bond e Prompt L-Pop foram os
adesivos dentinários utilizados. As coroas dentais foram reconstruídas
com resina composta Tetric Ceram. Espécimes de 0,7mm de espessura
foram obtidos a partir de dentes seccionados e a área adesiva foi ajustada
para que os espécimes apresentassem dimensões finais de 1,0mm
2
,
formada por dentina normal e dentina cariada. Após a realização dos
ensaios mecânicos de microtração, os resultados indicaram que o adesivo
Prompt L-Pop mostrou significantemente resultados menores de
79
resistência adesiva. Os adesivos de condicionamento total avaliados
produziram valores maiores de resistência adesiva em dentina normal e
cariada que os auto-condicionantes. Além disso, o aumento da
fluorescência foi extremamente correlacionado com os baixos valores de
dureza Knoop, na dentina afetada por cárie.
Guzmán – Ruiz et al.
23
, em 2003, tentaram avaliar a correlação
existente entre resistência adesiva à microtração e nanoinfiltração,
utilizando terceiros molares humanos, sem cárie. Os dentes foram
montados em blocos de gesso individuais e tiveram o esmalte oclusal
removido. Imediatamente após o preparo, 6 dos dentes foram restaurados
com o sistema adesivo Optibond FL e a resina composta Prodigy. Foram
gerados espécimes cilíndricos com secção transversal de 0,5mm
2
e
2,0mm de comprimento para os testes de tração. As amostras foram
armazenadas em água, de acordo com seus grupos, durante 48 horas.
Uma camada de verniz de unhas foi aplicada nos espécimes, deixando-se
livre de 0,5 a 1,0mm da interface adesiva, antes da imersão em solução
de nitrato de prata a 50%, durante 15 minutos. Foram lavados durante 5
minutos e imersos em solução fotoreveladora, durante 12 horas.
Decorrida a fixação dos íons prata, foram realizados os testes de
microtração em máquina universal Zwick 1445 Materials Testing Machine
(Zwick 6mbh e CO, Uim, Germany) onde foi adaptado um dispositivo de
Dirck, a velocidade de 1,0mm/minuto. A porcentagem de área de
80
penetração da prata foi observada em microscópio ótico e analisada por
um programa computadorizado Image – Pro Plus. O mesmo estudo foi
repetido com cinco dentes para o adesivo de condicionamento total e de
três passos ScothBond Multi-Purpose e quatro dentes para o adesivo
auto-condicionante e dois passos Clearfil SE Bond, restaurados com a
mesma resina composta mencionada acima. Os valores encontrados não
mostraram relação entre resistência adesiva e nanoinfiltração, para os
três adesivos testados. Os autores concluíram que pelos valores obtidos
nenhuma evidência forte foi encontrada para a correlação entre os testes
laboratoriais de adesão avaliados neste estudo. Porém, a possibilidade de
existência desta relação não pode ser descartada. Para isto, serão
necessários futuros estudos que desenvolverão estes métodos para
investigar melhor a relação entre resistência adesiva e infiltração.
Em 2003, Perdigão et al.
44
relataram os avanços ocorridos na
adesão aos substratos dentais, principalmente à dentina. Evidenciaram as
novas gerações de adesivos dentinários e mostraram que a simplificação
dos procedimentos adesivos tem levado à introdução no mercado
odontológico, de adesivos que não utilizam o passo do condicionamento
ácido separadamente e, conseqüentemente, não condicionaram o
esmalte na mesma profundidade que os adesivos que utilizam o
condicionamento prévio com ácido fosfórico.
81
Determinando o efeito dos diferentes níveis de umidade dentinária
sobre a resistência adesiva, Reis et al.
52
, em 2003, utilizaram sistemas
adesivos a base de água/etanol (Single Bond), acetona (One – Step) e
água (Syntac Single Component). Após a remoção da superfície oclusal
de molares humanos, os adesivos testados foram aplicados. As coroas
dentais foram reconstruídas com resina composta. Para obtenção dos
espécimes com 0,8 mm
2
a serem testados por microtração, os dentes
foram seccionados nas direções dos eixos x e y. Após análise estatística,
os autores concluíram que os adesivos Single Bond e Syntac Single
Component apresentaram-se melhores nos substratos mais secos,
enquanto o One-Step mostrou melhor desempenho em substratos com
umidade. Os adesivos Syntac Single Component e One-Step obtiveram
superioridade em dentina úmida, com máximos valores de resistência
adesiva.
Em 2003, Van Meerbeek et al.
66
apresentaram a evolução dos
procedimentos adesivos e as novas tendências relacionadas a materiais e
testes para avaliação do selamento e resistência adesiva. Mostraram a
importância dos testes laboratoriais, por serem capazes de predizer o
desempenho clínico dos materiais adesivos. Determinaram que os
adesivos de três passos e condicionamento total são mais confiáveis ao
longo do tempo. No entanto, os adesivos auto-condicionantes apresentam
as melhores perspectivas futuras.
82
Freitas
21
, em 2004, estudou a avaliação do procedimento de
hibridização imediata em restaurações indiretas de resina composta. A
hipótese nula foi duplicada: os resultados dos adesivos de
condicionamento total e auto-condicionante são similares; a hibridização
imediata produz microinfiltração e resistência adesiva similares à
cimentação convencional. Foram selecionados 20 terceiros molares
humanos, recém extraídos e isentos de cárie, nos quais foram realizados
preparos cavitários MOD, padronizados para restaurações indiretas. Os
dentes foram divididos aleatoriamente em 4 grupos experimentais: G1)
Hibridização com adesivo de condicionamento total (SB, Single Bond/ 3M
ESPE), imediatamente após o preparo cavitário e antes da cimentação,
G2) Hibridização com adesivo de condicionamento total antes da
cimentação (SB), G3) Hibridização com adesivo auto-condicionamento
(AP, Adper Prompt/3M ESPE), imediatamente após o preparo cavitário e
antes da cimentação, G4) Hibridização com adesivo auto-condicionante
(AP) antes da cimentação. Os espécimes foram restaurados com inlays
de Targis (Ivoclar/Vivadent), cimentados com cimento resinoso Rely X
ARC (3M/ESPE). Todos os produtos foram manipulados de acordo com
as instruções do fabricante. Após termociclagem, os espécimes foram
imersos em solução de nitrato de prata 50%, seccionados para avaliação
da microinfiltração com escores pré-determinados de 0 a 3. Em seguida,
os espécimes foram novamente seccionados com 0,8mm x 0,8mm, para
realização dos testes de microtração. Os resultados obtidos foram
83
submetidos à análise estatística (P<0,05). Os escores da microinfiltração
foram submetidos ao teste de Mann-Whitney, não indicando diferença na
técnica de hibridização (P>0,05). Os resultados da microtração foram
submetidos à análise de variância, que revelou que G1 foi superior a G2 e
que G3 foi superior a G4. A hipótese nula foi parcialmente rejeitada.
Nenhum dos adesivos eliminou a microinfiltração. A hibridização após o
preparo cavitário e antes da cimentação, aumentou os valores de
resistência adesiva com SB e AP.
Kina
29
, em 2004, avaliou, comparativamente, a influência da smear
layer e da condição de tratamento da dentina (in vivo e in vitro), sobre a
resistência de união entre um sistema adesivo auto-condicionante e o
substrato dentinário. Foram realizados preparos cavitários de classe I em
primeiros pré-molares superiores humanos, com profundidade média de
2,5mm. Todos os dentes foram restaurados com resina composta
(Z100/3M), utilizando-se sistema adesivo auto-condicionante Clearfil SE
Bond (Kuraray). As amostras foram divididas em 4 grupos experimentais:
G1 – in vivo, com remoção da smear layer; G2 – in vivo, sem remoção da
smear layer; G3 – in vitro, com remoção da smear layer e G4 – in vitro,
sem remoção da smear layer. Para os grupos 1 e 2 (in vivo), os
procedimentos operatórios foram realizados com o dente na cavidade
bucal dos pacientes, sendo que para os grupos 3 e 4 (in vitro), estes
procedimentos foram realizados após extração dos dentes, em
84
laboratório. O agente condicionador EDTA 0,5M PH 7,2 foi utilizado para
remoção da smear layer. Os dentes foram mantidos em solução de
glutaraldeído a 2,5% por período máximo de 5 dias sendo, posteriormente
,cortados de tal forma a obter em média 8 “palitos” por dente. Cada
espécime foi individualmente submetido ao teste de microtração e os
valores de resistência de união expressos em MPa. Os resultados
mostraram que, tanto “in vivo” como “in vitro”, a resistência de união
média foi estatisticamente maior quando se realizou a remoção da smear
layer. No entanto, apesar dos grupos in vitro apresentarem valores de
resistência de união superiores aos grupos in vivo, esta diferença não foi
estatisticamente significante. Não houve correlação entre a resistência de
união e a espessura da dentina remanescente (p = 0,830). De acordo com
as condições experimentais, foi possível concluir que os grupos in vivo e
in vitro apresentaram valores de resistência de união semelhantes, que
foram superiores quando a smear layer foi removida.
86
PROPOSIÇÃO
O objetivo deste trabalho é avaliar “in vitro” a força de união da
resina composta à dentina tratada com quatro adesivos dentinários, por
meio do teste de microtração, sendo dois sistemas universais
simplificados (G1- Prime & Bond
®
NT™/Dentsply, G2- Single Bond™/3M
ESPE) e dois auto-condicionantes (G3- AdheSE
®
/Vivadent, G4- Adper™-
Prompt™L- pop™/ 3M ESPE).
88
MATERIAL E MÉTODOS
1. Preparo dos dentes
Para a realização deste estudo foram selecionados 20 terceiros
molares humanos íntegros, recém extraídos de pacientes com faixa etária
entre 18 e 25 anos, que logo após a exodontia foram limpos e
armazenados a 4ºC em solução fisiológica, contendo timol a 0,2%, até o
momento da sua utilização e por um período não superior a três meses.
Os dentes utilizados neste experimento foram obtidos seguindo a
metodologia para teste de análise de resistência adesiva sob microtração
8,9,24,57
, que foi revisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Odontologia de Araraquara, cujo documento de aprovação
é apresentado nos apêndices.
2. Preparo das superfícies de dentina
Primeiramente, aos 3mm oclusais, as superfícies dos dentes foram
cortadas (Figuras 1 e 2), utilizando uma máquina de cortes seriados
ISOMET 1000
®
(BUEHLER Ltda. Lakebluff, IL, EUA) (Figura 3 e 4) e um
disco de diamante série 15L (T= ½”, com 4” dia/ 0,012”, nº 11. 4254),
sob refrigeração. Logo após, as superfícies foram lixadas com folha
de carbureto de silício granulação 320 (3M) em uma politriz modelo
DP-10
®
(Panambra Industrial e Técnica S.A – São Paulo- Brasil)
(Figura 5) sob refrigeração com água, no intuito de eliminar as ilhas
89
de esmalte (Figura 6). Esta eliminação foi confirmada sob
microscopia óptica (DF Vasconcelus S. A-São Paulo-Brasil)
observando com um aumento de 30X. A “smear layer” foi
padronizada pelo desgaste da superfície da dentina durante 1
minuto com folha de carbureto de silício de granulação 600 (3M).
Se, durante o corte ou desgaste, a câmara pulpar fosse exposta, o
dente era descartado. Em seguida, foi realizada a lavagem com
água por 10 segundos e secagem com ar comprimido.
Posteriormente, os dentes foram armazenados em água destilada e
mantidos em temperatura ambiente.
Figura 2. Dente fixado em suporte
de madeira para preparo do corte da
s
uperfície oclusa
l
.
F
i
g
ura1. Dente selecionado.
90
F
i
g
ura 3.
M
á
q
uina de cortes
somet 1000. Figura 4. Amostra sendo preparada
para receber tratamento
experimental.
F
i
g
ura 5. Politriz D
P
-10. Figura 6. Superfície plana de dentina
p
reparada para receber os
respectivos tratamentos.
91
3. Grupos de tratamento
Quadro 1. Distribuição dos grupos com suas respectivas composições químicas,
segundo a técnica de aplicação dos sistemas adesivos universais simplificados e auto-
condicionantes, seguindo as instruções dos seus fabricantes
.
Grupos Material Comp. química Tipo cond. Téc. de aplicação
G1
Prime Bond®
NT™/ Dentsply
Lote: 168410
PENTA,Resinas de Di e
Trimetacrilato,Sílica
Coloidal nanométrica
silanizada,Fotoiniciadores,
Estabilizadores,
Hidroflureto de Cetilamina
e Acetona
Sistema
Universal
Simplificado
.Ácido fosfórico37% 15s;
. Lavagem c/ água 15s;
. Secar c/ papel absorvente;
. Aplicar 1 camada abundante de adesivo;
.Esperar 20 a30s;
.Jatos de ar no máximo 5s;
.Fotopolimerização 10s.
G2 Single
Bond™/3M
ESPE
Lote: 4JU
Água, etanol, Hema,BIS-
GMA, Dimetacrilatos,
fotoiniciador, copolímero
funcional dos ácidos
poliacrílicos.
Sistema
Universal
Simplificado
.Ác. fosfórico 37% 15s;
.Lavar c/ água 10s;
.Secar c/ papel absorvente;
. Aplic. 2 camadas consecutivas;
.Espalhar por 2 a 5s com leve jato de ar;
. Fotopolimerização 10s.
G3
AdheSE®/Vivad
ent
Lote: F53302
Primer:acrilato de ácido
fosfórico,amida,ácido
diacrílico,água,iniciadores,
estabilizantes
Adesivo:dimetacrilato,
HEMA,dióxido de silício
altamente
dispersos,iniciadores e
estabilizantes
Auto-
condicionante
. Recobrimento completo de todas as
superfícies com AdheSE primer, iniciando
pelo esmalte. Pincelar AdheSE Primer por
mais 15s;
.Remorver excesso com forte jato de ar;
.Aplicar AdheSE Bond, iniciando pela
dentina, e remover o excesso com leve
jato de ar ou com um aplicador novo;
. Fotopolimerização 10s.
G4
Adper™Prompt
™ L-Pop™/3M
ESPE
Lote: EXM-618
Água, Ester fosfórico
metacrilato, Bis-
GMA,Iniciadores a base de
canforoquinona,esta-
bilizadores, HEMA, ácido
polialkenoico.
Auto-
condicionante
.1a- aplic. 15s c/ ligeiro esfregaço;
. 2a- aplic. 5s s/ esfregaço;
. Se necessário, aplicar novamente;
.Secar c/ Jato de ar distante até próximo e
de intensidade crescente;
.Fotopolimerização 10s
Foram utilizados quatro marcas distintas de adesivos dentinários,
sendo dois sistemas universais simplificados (ácido fosfórico 37%
aplicado em separado) e dois sistemas auto-condicionantes, como
identificados no quadro 1. Foram confeccionados quatro grupos de
92
tratamento que são mostrados no Quadro 1: para G1 e G2, utilizou-se 4
dentes, e 6 dentes para G3 e G4, sendo um total de 20 amostras.
4. Restauração
Uma vez realizados os tratamentos da dentina, foram
confeccionadas restaurações das amostras com a resina Tetric
®
Ceram
cor B3 (Ivoclar/Vivadent) (Quadro 2), com o auxílio de uma espátula para
compósitos Thompson
®
/GTX nº 9, um porta-matriz Toflemire, uma
matriz de aço com dimensões de 0,7 x 0,07mm e em pequenas porções
de aproximadamente 1,5mm. Cada incremento de resina foi fotoativado
por 40 segundos, individualmente, através de um aparelho fotoativador
3M Curing Light XL 3000 (3M Dental Products) de intensidade sempre
superior a 450mW/cm
2
.
1,7,2
Ao final, as amostras obtiveram uma altura de
±4mm de coroas de resina composta, sendo que esta altura foi controlada
por uma sonda milimetrada, antes da inserção do compósito, de maneira
a posicionar a matriz no dente já na altura desejada ( Figura 7 e 8 ). Após
a polimerização, foi realizada a remoção da matriz metálica e todas as
faces dentárias foram novamente polimerizadas por 40 segundos. As
amostras foram armazenadas em água destilada numa estufa de cultura
(FANEM Ltda.-São Paulo-SP-Brasil), mantendo-se a temperatura de 37ºC
por 24horas.
93
Quadro 2. Material utilizado para confecção das restaurações das
amostras, sua composição química e técnica de aplicação
Material Comp. química Técnica de
aplicação
Tetric
Ceram®/IvoclarVivadent
Lote: E43096
BISGMA, dimetacrilato de
uretano e trietileno glicol
dimetecrilato(20,2%), vidro de
bário, dióxido de silício
altamente disperso e óxidos
mistos esferoidais (79%).
Estabilizadores e pigmentos
(8%). Tamanho das partículas de
0,04 e 3µm com uma média de
0,7µm.
.Colocação de
incrementos de mais
ou menos 1,5mm de
compósito.
.Fotopolimerização
por 40s cada
incremento
Figura 7. Conjunto formado
por resina composta e
estrutura denta
l
.
Figura 8. Amostras confeccionadas de resina
com
p
osta e estrutura denta
l
.
94
5. Ciclagem Térmica
A ciclagem térmica foi feita com base em trabalhos
anteriormente realizados
15,14,24,9,69
.
Após 24 horas de armazenamento em água destilada, as
amostras foram submetidas à ciclagem térmica com temperaturas de
10°C e 50°C em água. O tempo de permanência foi de 15 segundos
em cada temperatura, num total de 550 ciclos. Foi utilizado um
aparelho de ciclagem térmica (Ética Equipamentos Científicos S.A –
São Paulo- Brasil). As amostras, após a ciclagem, foram novamente
armazenadas em água destilada e mantidas em uma temperatura de
37°C por 12 horas.
6. Obtenção dos Espécimes para o teste de microtração
Todo o preparo das amostras para o teste de microtração,
desde o corte das superfícies oclusais dos dentes à obtenção dos
espécimes, assim como o teste propriamente dito, foram realizados
de acordo com a descrição da literatura
8,9,24
. Após o período de
armazenamento, os conjuntos resina composta e dente foram
fixados em suportes de madeira com godiva de baixa fusão e
cortados na maquina de cortes ISOMET 1000, com o auxilio de um
disco de diamante serie 15L em baixa velocidade, com constante
irrigação. As amostras foram cortadas paralelamente ao seu longo
eixo, em espessuras de 1,0mm ± 0,1mm, nos sentidos vestíbulo-
95
lingual (Figura 9) e mesio-distal, obtendo-se espécimes com 1,0mm
2
± 0,1mm
2
de secção transversal e comprimento de ±8mm, sendo
4mm de resina e 4mm de dentina (Figura 10). Todos os espécimes
foram analisados sob microscopia óptica com o aumento de 30X,
sendo eliminados aqueles que apresentavam falhas, bolhas ou
esmalte. De cada conjunto formado por resina composta e elemento
dental, após a realização dos cortes, foram selecionados 8 palitos de
cada das 4 ou 6 amostras, obtendo-se um total de 32 ou 48 valores
de resistência de união para cada modelo de tratamento das
respectivas amostras. Foi necessário um número maior de amostras
(6 dentes) para os grupos de estudo (G3 e G4) devido a presença de
adesões zero durante o desenvolvimento da metodologia destes
grupos.
Figura 9. Amostra sendo
cortada no sentido VL.
Figura 10. Aspecto dos
espécimes (palitos) preparados
p
ara o teste de microtra
ç
ão.
96
7. Teste de Microtração
Para o ensaio de microtração, os espécimes foram medidos em
sua secção transversal de união através de um paquímetro digital
com leitura eletrônica (Digmatic Caliper
®
- Mitutoyo-Absolute - Nº.
serie BB07467). Estes espécimes foram, posteriormente,
posicionados pelas suas extremidades no dispositivo de microtração
através de uma pinça clinica, de maneira a localizar a área de
adesão perpendicular ao longo eixo da forca de tração, onde foram
fixados com um adesivo instantâneo (Superbonder Gel
®
- Henkel
Loctite Adesivos Ltda-Itapevi-São Paulo-Brasil) (Figura 11)
associado a um acelerador de cianoacrilato Zip Kicker (Figura 12).
Figura 11. Adesivo
instantâneo (Superbonder Gel
®
a base de cianoacrilato).
Figura 12. Acelerador de
cianoacrilato (Zip Kicker).
97
O ensaio microtração foi realizado em uma Máquina de Ensaios
Universal MTS
®
(Material Test System 810- MTS System Corporation
- Minneapolis-Minnesota-EUA) (Figura 13) a uma velocidade do
atuador de 0,5mm/min, com adaptação de uma célula de carga de
1KN load transducer modelo 66118D-01 e com um programa
acoplado a estes ( Testworks
®
- Sistema TestStart 2-MTS System
Corporation-Minneapolis-Minnesota- EUA ). Logo após a fratura dos
corpos-de-prova (Figura 14), o movimento foi imediatamente
cessado e os dados coletados para posterior cálculo e análise. Os
valores finais de resistência adesiva foram obtidos dividindo-se os
valores de carga de ruptura obtidos em Newton (N) pelas secções
transversais dos espécimes em mm
2
e expressos em MPa.
Posteriormente ao teste de tração as superfícies de dentina e resina
correspondentes ao local da área da adesão foram secas com papel
absorvente e observadas ao microscópio óptico, em aumento de
40X, verificando o modo das fraturas e classificando-as em quatro
tipos : Adesiva, coesiva da dentina, coesiva da resina e mistas.
98
8 Preparo dos espécimes para observação ao Microscópio
Eletrônico de Varredura (MEV).
Imediatamente após o teste de microtração, os espécimes fraturados
mais representativos de cada grupo foram armazenados em glutaraldeído
2,5% por 48horas. Decorrido este período, foram removidos do
glutaraldeído e mantidos a seco em temperatura ambiente até o momento
da leitura do tipo de fratura ocorrida. Antes de serem analisados ao MEV,
os espécimes foram desidratados por meio da imersão em soluções de
concentração crescente de etanol (30%, 50%, 75%, 95% e 100%). O
tempo de permanência em cada solução foi de 30 minutos, sendo que
para as duas últimas concentrações, esse tempo foi repetido em duas
vezes. Em seguida, os espécimes foram colocados no dessecador por 12
Figura 13. Dispositivo de
microtração acoplado à
máquina de ensaios
mecânicos.
Figura 14. Espécime fixado ao
dispositivo de microtração com cola à
base de cianoacrilato, numa vista
aproximada.
99
horas, sendo uns montados com as fraturas, com a porção de dentina
direcionada para cima (posição vertical), e outros com as fraturas, porção
de resina e de dentina, uma de encontro à outra (posição horizontal), para
observações e, também, confirmações dos modos de falhas.
Posteriormente, os espécimes receberam uma camada de ouro com o
auxilio de uma máquina metalizadora (Bal-Tec SCD 050) e foram
observados ao MEV (Modelo JSM T 330A JEOL Co., Tokyo, Japão), com
aceleração de voltagem de 20KV, sob aumento de 75 e 1500X.
101
RESULTADO
Neste trabalho, estão em análise as resistências adesivas de dois
sistemas universais simplificados e de dois sistemas auto-condicionantes,
formando quatro grupos experimentais. Amostras de dentes foram
submetidas à microtração para cada sistema adesivo. Assim, o
delineamento experimental foi o hierárquico (ou aninhado) de modelo
misto, considerando grupos como efeito fixo e dentes como efeito
aleatório.
Quando estiveram satisfeitas as condições de homogeneidade de
variâncias, julgada pelo teste de Levene, e de normalidade dos erros
experimentais, avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk, foi utilizada a análise
de variância na avaliação da resistência. Caso contrário, empregou-se o
teste não-paramétrico de Mann-Whitney.
1) Resistência adesiva
Nas tabelas A1 a A4 do apêndice A são dados os valores de
resistência adesiva, em MPa, de acordo com o sistema adesivo utilizado:
dois sistemas universais simplificados, Prime Bond
®
NT™ (Grupo 1) e
Single Bond™ (Grupo 2), e dois sistemas auto-condicionantes, AdheSE
®
(Grupo 3) e Adper™ Prompt™ L-Pop™ (Grupo 4). Esses dados estão
representados graficamente na figura 15. Nota-se que os sistemas auto-
condicionantes (Grupo 3 e Grupo 4) apresentaram resultados de
102
resistência adesiva menores do que os outros dois sistemas e de difícil
previsão. Diversas amostras deram resistências nulas ou próximas de
zero, enquanto outras deram valores de resistência tão grandes quanto
aos sistemas universais simplificados.
0
10
20
30
40
50
60
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4
Resistência (MPa)
Figura 15 - Representação gráfica de valores de resistência adesiva, em
MPa, obtidos em amostras dos grupos experimentais em
estudo
Tabela 1 - Estatísticas descritivas da resistência adesiva, em MPa, de
acordo com os grupos experimentais
Estatística Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4
Mínimo 11,26 14,13 0,00 0,00
Máximo 55,82 56,17 33,21 44,87
Mediana 29,65 33,67 8,80 11,63
Média 31,52 35,15 10,75 13,26
Desvio padrão 12,71 8,24 11,19 12,80
103
Na tabela 1 são mostradas algumas estatísticas descritivas da
resistência adesiva, em MPa: mínimo, máximo, mediana, média e desvio
padrão, referentes aos quatro grupos experimentais em estudo.
Considerando a avaliação realizada no item anterior e a observação
dessas medidas descritivas, vê-se que as médias dos sistemas auto-
condicionantes são indiscutivelmente menores do que as médias de
resistência dos sistemas universais simplificados. Assim, faz pouco
sentido a comparação estatística das médias de resistência dos grupos 1
e 2 em relação às médias dos grupos 3 e 4. Esses grupos estão
comparados separadamente a seguir. Entretanto, a comparação conjunta
dos quatro grupos experimentais pelo o teste de Kruskal-Wallis, seguido
por comparações múltiplas não-paramétricas, confirmou que a resistência
dos grupos 3 e 4 são significativamente menores do que a resistência dos
grupos 1 e 2.
Na tabela 2 é dado o sumário da análise de variância para avaliar o
efeito dos sistemas adesivos universais simplificados (grupos 1 e 2) sobre
a resistência adesiva. Observa-se que não há evidência de efeito de
grupo sobre a resistência adesiva (p>0,05). Há, entretanto, efeito
significativo de dente dentro de grupo, ou seja, pelo menos um dente teve
comportamento diferente em um mesmo grupo. Na tabela 2 são
mostrados também os valores de probabilidade p do teste de Levene e de
Shapiro-Wilk para julgar-se, respectivamente, a homogeneidade de
104
variância e a normalidade dos erros experimentais. Como em ambos os
casos p>0,05 essas suposições podem ser consideradas válidas.
Tabela 2 - Sumário da análise de variância para a avaliação do efeito de
grupos sobre a resistência adesiva
Efeito Graus de Média F p
liberdade quadrática
Grupo
1 211,52 0,462 0,522
Dente dentro de Grupo
6 458,17 5,879 <0,001
Resíduo
56 77,93
Homogeneidade de variâncias: p= 0,326 (teste de Levene)
Normalidade dos resíduos: p=0,609 (teste de Shapiro-Wilk)
Quanto aos grupos 3 e 4, a variabilidade dos valores de resistência
adesiva é heterogênea e muito grande relativamente à média,
inviabilizando a análise de variância. Aplicou-se o teste de Mann-Whitney,
considerando-se todos os resultados, independentemente dos dentes, e
não se comprovou diferença significativa entre esses grupos (p=0,429).
Mesmo quando se considerou a média de resistência das amostras de
cada dente não ficou evidenciada diferença significativa entre os grupos 3
e 4 quanto à resistência adesiva pelo teste de Mann-Whitney (p=0,631).
Na figura 16 é mostrado o gráfico contendo a mediana, média,
primeiro e terceiro quartis, mínimo e máximo dos valores de resistência
adesiva, em MPa, dos quatro grupos experimentais. Esse gráfico resume
105
as distribuições dos valores de resistência dos grupos 1 e 2 em relação
aos grupos 3 e 4, corroborando com as análises realizadas.
Figuras 16 - Representação gráficas da mediana, média, primeiro e
terceiro quartis, mínimo e máximo dos valores de resistência
adesiva.
2) Modos de fraturas
Nas tabelas A1 a A4 do apêndice A são dados os modos de fratura
observados nas amostras submetidas à microtração. Números e
percentuais de ocorrências dos modos de fraturas, de acordo com os
grupos experimentais, são dados na tabela 3. A figura 17 contém a
representação gráfica das porcentagens de ocorrência de cada modo de
fratura nos quatro grupos em análise.
0
10
20
30
40
50
60
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4
Resistência (MPa)
25%:75%
n:Máx
Mediana
Média
106
Nos grupos 1 e 2, 87% dos modos de fratura estão distribuídos entre
adesiva e coesiva da resina. Nos grupos 3 e 4, entretanto, predomina a
fratura adesiva.
Tabela 3 - Número e percentual de ocorrências dos modos de fraturas de
acordo com os grupos experimentais.
Modo da fratura G1 G2 G3 G4
Adesiva 11 (34,4) 17 (53,1) 42 (87,5) 48 (100,0)
Coesiva da dentina 3 (9,4) 2 (6,3) 1 (2,1) 0 (0,0)
Coesiva da resina 17 (53,1) 10 (31,3) 2 (4,2) 0 (0,0)
Mista 1 (3,1) 3 (9,4) 3 (6,3) 0 (0,0)
Figura 17- Representação gráfica dos percentuais de ocorrências dos
modos de fraturas de acordo com os grupos experimentais.
34,4%
53,1%
87,5%
100,0%
9,4%
6,3%
53,1%
31,3%
4,2%
9,4%
6,3%
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4
mista
coesiva da resina
coesiva da dentina
adesiva
107
A microscopia eletrônica das superfícies dos espécimes
fraturados selecionados confirmou o que foi observado no exame por
microscopia óptica; As figuras de 18 a 31 ilustram o aspecto destas
superfícies.
FRATURAS COESIVAS DA RESINA
Figura 18. Aspecto da fratura coesiva da resina, no espécime
G2D1(4), sob MEV com aumento de 75X.
Figuras 19 e 20. Aspecto da fratura coesiva da resina, no espécime G2D1(4),
s
ob MEV com aumento de 1500X.
108
Figura 21. Aspecto da fratura coesiva da resina, no espécime G3D5(2)
(porção dentina), sob MEV com aumento de 1500X.
109
FRATURAS ADESIVAS
Figura 22. As
p
ecto da fratura adesiva, no espécime G3D4(6), sob MEV com
aumento de 75X.
Figuras 23 e 24. Aspecto da fratura adesiva, no espécime G3D4(6), sob ME
V
com aumento de 1500X.
110
Figura 25. Aspecto da fratura adesiva, no espécime G3D4(5) (porção dentina),
sob MEV com aumento de 1500X.
Figura 26. Aspecto da fratura adesiva, no espécime G1D4(1) (porção dentina),
sob MEV com aumento de 1500X.
111
Dentina
Resina
Resina
FRATURAS MISTAS
Figura 27. Aspecto da
f
ratura mista, no espécime
G3D6(3), sob MEV com
aumento de 75X.
Figuras 28 e 29. Aspecto da fratura mista, no espécime G3D6(3), sob MEV com
aumento de 1500X.
112
Figura 30. Aspecto da fratura mista, no espécime G2D2(5) (porção dentina)
s
ob MEV com aumento de 1500X.
Figura 31. Aspecto da fratura mista, no espécime G2D2(5) (porção dentina),
s
ob MEV com aumento de 1500X.
114
DISCUSSÃO
As idéias e as avaliações elaboradas por Buonocore
5
(1955),
Fusayama et al.
22
(1979) e, posteriormente, por Nakabayashi et al.
33
(1982) foram, indiscutivelmente, as sementes para revolucionar o que
hoje os adesivos dentinários representam para a Odontologia
restauradora adesiva moderna.
Para a avaliação dos sistemas adesivos dentinários, a resistência de
união à dentina tem sido e é, ainda, o maior parâmetro comumente
relatado
19
.
A larga extensão das formas de resistência de união
determinada por sistemas de materiais idênticos, indica que o teste é
muito complexo.
19
Possíveis variáveis são introduzidas, num maior ou
menor nível de significância, durante o teste de resistência de
união
19,26,40,53,69,39
. Desta maneira, muitos fatores podem influenciar a
performance de adesão dos sistemas adesivos a dentina, tais como: os
procedimentos para o teste, o substrato dentinário e o material testado
3
.
Com relação aos fatores ligados aos procedimentos da metodologia
para os testes de resistência de união, há uma grande variação na
preparação e desenho dos espécimes. Quanto à natureza dos espécimes
a serem estudados, segundo revisão de Finger
19
, terceiros molares
extraídos sem cárie apresentaram, consideravelmente, resistência de
união menor do que uma amostra aleatória de dente extraído. No entanto,
a razão para esse achado não está completamente compreendida.
115
Contudo, é hipotetizado que terceiros molares sem cárie são, usualmente,
extraídos de indivíduos jovens, logo após a sua erupção. Estes dentes
podem ter túbulos dentinários mais largos e, conseqüentemente, uma
diminuição na área efetiva da adesão (dentina intertubular) para formação
da camada híbrida. Além disso, podem ser menos mineralizados do que
elementos dentais, que tem sido expostos ao meio ambiente oral por
período de tempo mais longo. Bouillaguet et al.
3
concordam com o
trabalho supracitado quando relataram que os terceiros molares jovens
humanos consistem de uma dentina altamente permeável, que
influenciará na resistência de união. Campus et al.
6
evidenciaram
formações de camadas híbridas mais espessas para dentina jovem do
que para dentina adulta.
Com relação às condições de armazenagem (tipo de solução e
tempo) recomendadas para as amostras, o efeito das soluções tipo
formalina, salina ou água corrente na resistência de união não foi bem
identificado, apesar de se saber que estas podem levar a alterações na
dentina.
69
De acordo com algumas informações dentro do trabalho de
Watanabe e Nakabayashi
69
, recomenda-se que as amostras sejam
mantidas por ao menos 6 meses na água a 37
o
C, para se avaliar a
estabilidade da adesão. No entanto, muitos grupos mediram resistências
de união de suas amostras após imersão em água por 24
horas
9,20,24,32,37,48
, concordando com alguns estudos, como o de Finger
19
,
quando encontrou pouca significância na resistência de união relacionada
116
aos tempos de armazenagem. Este trabalho seguiu Castro
9
quando,
também, armazenou suas amostras em solução fisiológica contendo timol
a 0,2%, enquanto Guzmán Sierpinski
24
as conservou em água destilada e
timol a 0,2%, ao passo que Freitas
21
utilizou solução fisiológica a 0,9% até
o momento da utilização das amostras.
Os resultados de Van Noort et al.
67,68
indicaram que a resistência de
união pode mudar com a geometria dos espécimes. Nos testes de
resistência adesiva à tração, encontram-se espécimes com diferentes
desenhos e dimensões. Alguns trabalhos utilizam os espécimes em forma
de ampulheta
57,42,27,36
para execução dos seus ensaios mecânicos,
porém outros preferem a utilização de bastões ou palitos
9,21,24,29,58,59
.
Quanto às dimensões dos espécimes, para Sano et al.
57
, as máximas
resistências à tração da dentina podem tornar-se mais elevadas por
causa do menor tamanho destes. Uma vez que, se a dentina contém
defeitos ou falhas, pode produzir distribuição irregular de estresse, então
a probabilidade de se ter bastante falhas diminui quando amostras
menores são usadas
57,50
. Dessa maneira, Sano et al.
57
desenvolveram o
teste de microtração, encontrando uma relação inversa entre resistência à
tração e a área da superfície aderida, quando a área de adesão dos
espécimes variaram de 0,5 a 3,0 mm
2
. Carvalho et al.
8
e Phrukkanon et
al.
49
, também, encontraram a mesma relação inversa, no entanto variaram
de 0,5 a 5,0mm
2
e 1,2; 1,4; 2,0mm
2
, respectivamente, a área de adesão
das amostras testadas.
117
Pashley et al.
40,41
destacaram inúmeras vantagens da microtração em
relação aos demais testes. A possibilidade de se medir resistência de
união em dentina normal e afetada por cárie num mesmo espécime, foi
uma outra vantagem do ensaio de microtração, acrescentada por
Ceballos et al.
10
, além da padronização do tamanho dos espécimes,
destacada por Sano et al.
57
A sensibilidade do teste de microtração
encontrada nos resultados de Luchterhandt et al.
30
e de Schreiner et al.
58
,
quando compararam significância estatística de valores do teste de
microtração com macrotração e com cisalhamento, respectivamente,
também foi evidenciada como outra vantagem deste teste. Isto
provavelmente explica porque alguns trabalhos, como May
32
, não
encontraram diferenças significantes entre distintos sistemas adesivos
dos seus grupos testados, de valores de resistência de união à tração,
quando não aplicaram o teste de microtração. Pashley et al.
40
relataram
ainda, no entanto, algumas desvantagens do teste de microtração, como
sendo: técnica laboratorial trabalhosa e sensível, dificuldade de se medir
forças de união menores que 5 MPa, necessidade de equipamento
especial e desidratação rápida dos espécimes, devido ao tamanho
reduzido. Shono et al.
59
encontraram uma não homogeneidade da união
adesiva durante a microtração, o que contrariou opiniões anteriores
55
.
Partindo para os aspectos relacionados ao fator substrato
dentinário, Yoshiayama et al.
73
encontraram valores de resistência
adesiva menores em dentina esclerótica do que em dentina normal.
118
Pashley e Carvalho
39
consideraram a dentina um substrato sujeito a uma
larga variedade de condições: permeabilidade, umidade e presença de
dentina anormal.
Ainda dentro do fator substrato, Nakajima et al.
34
não encontraram
diferenças significantes entre os valores de resistência adesiva quando os
sistemas adesivos, One-Step e Scotchbond multipurpose plus + ácido
fosfórico 37%, foram aplicados sobre dentina normal e afetada por cárie.
Além disso, os adesivos uniram-se uniformemente bem em cada
substrato. Contrariando, de certa forma, seus estudos anteriores,
Nakajiama et al.
35
,
quando afirmaram que as variações morfológicas e
químicas sofridas pela dentina durante um processo de cárie podem
determinar uma redução da qualidade adesiva e que esse efeito é
dependente do sistema adesivo empregado. No trabalho de Perdigão et
al.
46
, para todos os adesivos testados (All Bond 2, Amalgamabond Plus,
Prisma Universal Bond 3 e Scotchbond Multi-purpose), a resistência da
dentina normal foi significantemente alta em relação aos outros substratos
(dentina esclerótica e cariada). Da mesma forma, a resistência adesiva da
dentina normal com dois sistemas adesivos (Single Bond e Fluorobond),
no trabalho de Yoshiyama et al.
72
, também se mostraram
significantemente mais altas em relação à resistência adesiva da dentina
afetada por cárie.
Quanto aos resultados de adesão frente às condições do substrato
da dentina seca ou úmida, Pereira et al.
48
, contrariando alguns estudos,
119
não encontraram nenhuma diferença significante na resistência de união
entre diferentes regiões (próxima ao corno pulpar, região central e
periférica da dentina) e materiais (One-Step e Clearfil Liner Bond II)
quando as amostras foram super-ressecadas. Por outro lado, Reis et al.
52
,
determinando o efeito dos diferentes níveis de umidade dentinária sobre a
resistência adesiva, encontraram que os sistemas adesivos Single Bond
(água / etanol) e Syntac Single Component (água) apresentaram-se
melhores nos substratos mais secos, enquanto o One-Step (acetona)
mostrou melhor desempenho em substrato com umidade.
Estudos recentes indicam que a estrutura da matriz dentinária é
muito diferente nos seus estados úmidos e secos
39
. Kanca III
28
encontrou
que as superfícies de dentina úmida apresentaram maior resistência à
união que as superfícies secas quando o sistema All Bond foi utilizado em
ambas dentinas (úmidas e secas), condicionadas com ácido fosfórico
10% e 37%. Da mesma maneira, You et al.
74
, também, mostraram que os
sistemas utilizados (All Bond 2, One-Step, Prime & Bond e Scothbond
Multi-Purpose) aderiram melhor à superfície úmida do que sobre a
superfície seca. Por outro lado, Charlton & Beatty
12
não verificaram
diferenças estatisticamente significantes entre os dois tipos de situações
(condição da dentina úmida ou seca) quanto aos resultados de resistência
à união dos sistemas adesivos Optibond e Scothbond Multi-Purpose.
Ainda sobre umedecimento do substrato dentinário, segundo Paul et al.
42
,
120
os efeitos da água de maneira extrínseca são mais relevantes do que os
do conteúdo de água intrínseco no material adesivo (Poli – Hema).
A influência da profundidade do substrato dentinário (dentina
superficial e profunda) na força de união dos adesivos dentinário foi
encontrada como dependente do material
64
.
Pereira et al.
48
encontraram
que, no grupo do sistema adesivo One-Step, a resistência de união, nas
regiões próximas ao corno pulpar, foi significantemente mais baixa do que
na região central e periférica. Enquanto no grupo Clearfil Line Bond II, não
foram encontradas diferenças significantes na resistência de união quanto
às diferenças de regiões estudadas, o que indicou, portanto, material
dependência dos resultados. Shono et al.
59
detectaram, também,
diferenças regionais entre dentina superficial e profunda com relação a
resistência a tração. No entanto, para os autores tais diferenças estavam
relacionadas com a técnica e não com o material.
Embora trabalhando com diferentes tipos de sistemas adesivos e
sob diferentes condições, Yoshiyama et al.
71
, Castro
9
e Kina
29
não
observaram uma correlação entre a espessura do remanescente
dentinário com os resultados de resistência de união obtidos em seus
trabalhos.
Sano et al.
55
sugeriram que estudos futuros deveriam examinar o
efeito da orientação dos túbulos dentinários sobre a resistência adesiva.
Ogata et al.
37
encontraram valores de resistência de união maiores
quando os sistemas foram aplicados à superfície de dentina com túbulos
121
paralelos à interface adesiva, do que a superfície da dentina com os
túbulos cortados perpendicularmente, o que comprovou as especulações
de Sano et al.
55
Testando possíveis tipos de tratamentos recebidos pelo substrato
dentinário em diferentes sistemas e tempos, com o intuito de tentar
pesquisar formas para maximizar a adesão dentinária, Guzmán
Sierpinski
24
encontrou menores resistências de união quando o sistema
laser de Er: Yag foi aplicado independente do sistema adesivo usado.
Castro
9
não detectou diferenças significantes nos valores de resistência
quando tratou a smear layer, com ou sem a clorexidina. Enquanto que
Kina
29
apresentou valores médios de resistência adesivas
estatisticamente maiores quando se removeu a smear layer usando
EDTA, antes da aplicação de um sistema auto-condicionante (Clearfil SE
Bond). Para Ogata et al.
36
, embora diferentes sistemas adesivos possam
influenciar nas respostas de resistência de união da dentina, submetidas
a diferentes tipos de tratamento, para potencializar os resultados de
adesão, a smear layer deve ser totalmente removida. Freitas
21
aumentou
os valores de resistência adesiva do Single Bond e do Adper Prompt
quando o tratamento de hibridização foi realizado após o preparo e antes
da cimentação, ao invés da maneira convencional. Além disso,
considerando resistência adesiva, encontrou diferenças entre o
comportamento dos adesivos Single Bond e Adper Prompt. Diferença de
comportamento essa, também, encontrada dentro deste trabalho.
122
Ainda na tentativa de potencializar valores de adesão, alguns
fabricantes defendem o uso de adesivo de cura dual. Contudo, Braga et
al.
4
detectaram que a adição de um ativador auto-polimerizável para o
sistema Prime &Bond NT causou uma visível tendência à diminuição da
resistência, sendo explicada, talvez, pelo influxo de bolhas no adesivo
durante a mistura ou diluição da nanopartícula, quando o ativador não é
particulado.
4
Relacionando qualidade de adesão dentinária com o tipo de material
solvente encontrado no material adesivo, adesivos à base de acetona
representado, no estudo de Braga et al.
4
, por Prime & Bond NT, Prime
&Bond cura dual e Prime & Bond 2.1, foram considerados mais
susceptíveis a condições de umedecimento da dentina. Segundo Tay et
al.
61
, a presença de fendas microscópicas na interface primer/dentina
pode oferecer uma explicação morfológica para o decréscimo da
resistência à adesão, quando sistemas a base de acetona forem
aplicados com excesso de umidade na superfície. Para Van Meerbeek et
al.
65
, provavelmente a quantidade de água existente nos primers à base
de água que foram testados (Scotchbond MP e Optibond), foi adequada
para hidratar e expandir a rede de fibras colágenas suavemente secas por
ar e colapsadas.
Dentro dos resultados de resistência de união dos adesivos
dentinários presentes na literatura consultada, Braga et al.
4
, comparando
os sistemas adesivos: três particulados (Prime & Bond NT, Prime & Bond
123
2.1, Prime & Bond de cura dual) e dois não particulados (Single Bond e
Optibond Solo), encontraram, experimentalmente, que o uso de sistemas
particulados não foi um fator determinante na conquista dos principais
valores de resistência adesiva na dentina. Tal fato é compreensível, pois,
nessas amostras experimentais, a resina foi aderida sobre uma superfície
de dentina. Desta maneira, a contração da polimerização da resina torna-
se livre para ocorrer, o que minimiza o estresse da interface adesiva.
Além disso, Braga et al.
4
detectaram uma tendência para superioridade de
resistência adesiva do Single Bond, quando comparado com outros
adesivos não particulados. Esse achado, talvez, ocorra pelo fato do Single
Bond ser à base de água e, portanto, menos sensível a variações no
estágio de umedecimento superficial da dentina
4
. Esta superioridade
também foi detectada neste trabalho, ao se comparar os valores de
resistência de união do Single Bond-G2 com os sistemas AdheSE-G3 e o
Adper Prompt L-Pop-G4. Schreiner et al.
58
encontraram que o sistema
Clearfil Liner Bond foi superior ao Prime & Bond, Scotchbond
multipurpose com ácido máleico e ao Scotchbond Multipurpose Plus,
porém não superou aos resultados de resistência de união de Scotchbond
Multipurpose com ácido fosfórico, quando ensaios de microtração foram
realizados, ao passo que Castro
9
não observou diferenças
estatisticamente significantes nas resistências adesivas dos sistemas
estudados sob microtração: Prime & Bond NT, Single Bond e Clearfil SE
Bond.
124
No trabalho de Guzmán Sierpinski
24
, com microtração, o sistema
Prompt L-Pop mostrou resistência adesiva estatisticamente menor, em
relação aos outros adesivos testados (Excite e Single Bond).
Apesar disto, a resistência adesiva do Prompt L-Pop, aplicado em
múltiplas camadas, não foi estatisticamente diferente dos valores
oferecidos pelo Prime & Bond, durante o trabalho de Frankenberguer et
al.
20
, o que contrariou, de certa forma, os resultados deste trabalho,
quando se comparou resultados de resistência adesiva dos sistemas
universais simplificados (G1- Prime & Bond NT, G2- Single Bond) com
auto-condicionantes (G3- AdheSE, G4- Adper Prompt L-Pop). Para
Bouillaguet et al.
3
, é também possível que a baixa resistência adesiva
registrada com Prompt L-Pop possa indicar que um material
monocomponente não pode ainda preencher todos os requisitos para a
produção de camadas adesivas efetivas. Por outro lado, Perdigão et al.
45
relataram que o adesivo Prompt L-Pop é um dos mais recentes adesivos
de um único passo e, segundo os autores, tem demonstrado resultados
promissores em testes laboratoriais.
No estudo de Freitas
21
, o adesivo Adper Prompt proporcionou
valores significantemente menores, quando comparado ao Single Bond,
apresentando uma variação das medidas desordenadas, presentes
também neste trabalho. Neste estudo, nota-se que os sistemas auto-
condicionantes (G3- AdheSE e G4- Adper Prompt L-Pop) apresentaram
uma variabilidade dos valores de resistência adesiva de maneira
125
heterogênea e muito grande relativamente à média. Diversas amostras
deram resistências nulas ou próximas de zero, enquanto outras amostras
deram valores de resistência tão grandes quanto os sistemas universais
simplificados. De acordo com o fabricante, o Adper Prompt apresenta um
pH baixo, em torno de 0,9 a 1,0, sendo considerado forte. O baixo pH de
um sistema adesivo pode prejudicar a formação de uma camada híbrida
estável.
62
Confrontando resultados de resistência de união dos sistemas auto-
condicionantes com os sistemas convencionais, Inoue et al.
27
concluíram
que os adesivos auto-condicionantes ou os de condicionamento total de
passo simplificado (one-step) obtiveram os menores resultados, quando
comparados aos adesivos de condicionamento total (3 passos). Este
achado coincidiu, de certa forma, com os resultados de Ceballos et al.
10
,
quando mostraram que o sistema Prompt L-Pop (auto-condicionante)
apresentou-se com os menores valores de resistência adesiva, enquanto
o Prime & Bond NT e o Single Bond, que realizaram condicionamento
total prévio, avaliados, produziram valores maiores de resistência adesiva
em dentina normal e cariada. Este achado concorda com os resultados
deste trabalho, onde foi detectado valores de resistência de união mais
elevados para os sistemas universais simplificados, que utilizaram
condicionamento ácido prévio, (Prime & Bond NT-G1 e o Single Bond-G2)
do que para os sistemas auto-condicionantes (AdheSE-G3 e o Adper
Prompt L-Pop-G4). Estes, além de resultados de resistência menores,
126
apresentaram os valores de difícil previsão. Em contrapartida, Pereira et
al.
47
não encontraram diferenças de resistência adesiva significantes,
quando um adesivo de condicionamento total e um auto-condicionante
foram testados, Single Bond e Clearfil Liner Bond 2V, respectivamente.
Van Meerbeek et al.
66
determinaram que os adesivos de três passos e
condicionamento total são mais confiáveis, ao longo do tempo. No
entanto, os adesivos auto-condicionantes apresentam as melhores
perspectivas futuras.
Alguns trabalhos questionam a durabilidade da camada híbrida
formada pelos sistemas auto-condicionantes. Para Nakajima et al.
35
, nem
sempre a qualidade da camada híbrida está associada com os valores de
resistência adesiva. De acordo com Yoshiyama et al.
71
, embora camadas
híbridas dos sistemas auto-condicionantes (self-etching) possam produzir
resistências de união laboratoriais muito elevadas por 24 horas, a
durabilidade destas ligações frente a estresse mecânico e térmico precisa
ser determinado, para se avaliar os efeitos da fadiga nestas estruturas
adesivas, especialmente ligações com o esmalte, já que, no mínimo a
metade destas camadas híbridas, consiste de smear layer hibridizada, a
qual é relativamente fraca. Dessa maneira, Costa et al.
13
preconizam que
estudos futuros são necessários para avaliar a performance clínica a
longo prazo de sistemas adesivos (auto-condicionantes ou não), assim
como a capacidade “in vitro” destes materiais para se deslocarem dentro
127
dos túbulos dentinários e alcançarem o espaço pulpar após aplicação em
cavidades profundas.
Por outro lado, Perdigão e Lopes
43
e Sano et al.
54
ressaltaram que
os sistemas auto-condicionantes tornam-se uma grande estratégia para
controle da permeabilidade dentinária, além de proporcionar simplificação
da técnica adesiva ( Watanabe et al.
70
). Ainda quanto aos adesivos auto-
condicionantes, segundo Perdigão et al.
44
, estes novos sistemas, no
entanto, não condicionam o esmalte na mesma profundidade que os
adesivos que utilizam o condicionamento prévio com ácido fosfórico.
É também conhecido que combinação de um agente de união
dentinária, com diferentes sistemas de resina restauradora, pode
apresentar diferentes formas de resistência de união
19
. Os maiores
resultados de resistência adesiva foram encontrados quando o adesivo
Prompt L-Pop foi utilizado com o compômero Aplitip do que com a resina
Pertac II, durante o trabalho de Frankenberguer et al.
20
Os valores de resistência de união tem sido criticamente
considerados pelo fato de que, isoladamente, não descrevem
corretamente a qualidade da adesão. Algumas vezes, podem até refletir
características da resistência de união da resina restauradora por isso se
deve associá-los com a microscopia para explicar os modos de fratura
dos sistemas adesivos
19
. Quanto aos resultados dos modos de fratura aos
testes de microtração, Guzmán Sierpinski
24
encontrou a maior parte das
fraturas como sendo do tipo adesiva, da mesma forma que também foram
128
observadas, na sua maioria, aqui neste trabalho para os grupos G3 e G4,
e confirmadas pela MEV. Nos grupos G1 e G2, 87% dos modos de fratura
foram distribuídas entre adesivas e coesivas da resina. Apesar das
fraturas terem ocorrido, em sua maior parte, na união, Castro
9
não
observou em nenhum dos grupos fraturas puramente adesivas. Poucas
fraturas do tipo coesivas foram encontradas por Chappel et al.
11
Para
Ogata et al.
37
, a maioria dos seus espécimes apresentou fraturas
adesivas, confirmada pela microscopia de luz. No entanto, Armstrong et
al.
1
encontraram, na metade de suas amostras avaliadas (55%), fraturas
do tipo coesivas, ocorrendo tanto em resina como em dentina.
Contrariando estudos anteriores
57
, Nakajima et al.
35
, estudando as
falhas, determinaram que o teste de microtração não foi eficiente em
mostrar falhas adesivas. Segundo Braga et al.
4
, quando ocorre fratura
coesiva na dentina, isto é devido à ausência de uniformidade de
distribuição de estresse gerado durante o teste. Uma concentração de
estresse elevado pode iniciar uma fratura coesiva por defeitos no
substrato da dentina. No trabalho acima citado, os autores cogitaram que
a espessura do filme do adesivo deve ter proporcionado distribuição mais
homogênea do estresse produzido pela interface aderida, impedindo
fratura coesiva.
Desde 1982, Nakabayashi et al.
33
afirmavam que a formação da
camada híbrida produzia um aumento na resistência de união da resina
composta a dentina. Para Gwinnett et al.
25
, a hibridização dentinária é de
129
particular importância para otimizar resultados de adesão. Bouillaguet et
al.
3
encontraram uma zona bem desenvolvida de resina impregnada
(camada híbrida) de 2 a 4µm com o sistema Scotchbond MP Plus. O fato
de que as camadas híbridas, observadas por Yoshiyama et al.
71
, foram
mais espessas na dentina coronária do que na dentina radicular mas que
as resistências de união foram geralmente semelhantes, sugere que não
há correlação entre resistência de união e espessura e, também, segundo
Prati et al.
51
, morfologia de camada híbrida, de acordo com observações
prévias
71,51
. Segundo Yoshiyama et al.
71
, especula-se, provavelmente,
que camadas híbridas muito finas, apenas envolvendo a porção superior
(0,1 – 0,2µm) de dentina intacta, poderiam apresentar elevadas
resistências de união. Os resultados obtidos usando sistemas adesivos
self-etching/self-priming indicam que elevada resistência de união pode
ser obtida com camadas híbridas finas e transicionais. Van Meerbeek et
al.
65
evidenciaram, através de microscopia de transmissão, uma camada
híbrida morfologicamente bem organizada para o sistema Optibond,
enquanto que, para o Scotchbond MP, observaram uma zona híbrida com
ultra-estrutura mais variável.
Tem sido questionado se a resistência de união “in vitro” refletirá na
resistência de união da dentina “in vivo”
19
. Para Braga et al.
4
e Finger
19
, o
teste da resistência adesiva é um parâmetro incerto para predizer a
performance clínica, a longo prazo, dos sistemas adesivos. No entanto,
provas laboratoriais são, indispensavelmente, importantes para a reunião
130
de informações a curto período de tempo, em volta de algumas
propriedades específicas. Segundo Watanabe e Nakabayashi
69
,
condições experimentais padronizadas “in vitro” que possam simular
condições “in vivo”, como as forças intra-orais, estão ainda sobre
investigações.
Uma vez que as forças aplicadas clinicamente nas restaurações ou
dentes são de natureza complexa, desta forma nem tração nem
cisalhamento, simulam as forças intra-orais. Além disso, de acordo com
Finger
19
, o padrão de estresse normalmente, produzido pela maioria dos
testes laboratoriais “in vitro” é muito diferente de um desenvolvido na
cavidade oral, onde consideráveis estresses são gerados, resultando
freqüentemente em desadaptação. Para o autor, apesar da similaridade,
encontrada na literatura para resultados de resistência de união “in vivo” e
“in vitro”, a significância clínica das formas de resistência de união
permanecem questionáveis. Trabalho recente de Kina
29
não encontrou
diferença estatisticamente significante entre resultados “in vivo” e “in
vitro”, apesar dos grupos “in vitro” apresentarem valores de resistência de
união superiores aos grupos “in vivo”. Além disso, Ferrari et al.
17
, em
1996, já encontravam similaridade na morfologia da camada híbrida entre
os experimentos “in vivo” e “in vitro”. Pameijer e Louw
38
mostraram que
não houve diferença estatisticamente significante, quanto aos valores de
resistência de união entre os materiais, em relação à presença ou não de
pressão pulpar nos túbulos dentinários.
131
Numa correlação entre resistência adesiva e microinfiltração,
segundo Braga et al
4
, diversos autores demonstraram que materiais com
altos valores de resistência adesiva mostraram também menos
microinfiltração. Contudo, devido a variações no substrato dentinário, esta
relação não foi Linear
4
. Pereira et al.
47
e Guzmán-Ruiz et al.
23
não
conseguiram mensurar nenhuma correlação entre resistência adesiva e
nanoinfiltração. No entanto, a possibilidade de existência desta relação
não pode ser descartada. Para isto, serão necessários futuros estudos
que desenvolvam estes métodos para investigar melhor a relação entre
resistência adesiva e infiltração (Guzmán-Ruiz et al.
23
).
Com relação à performance clínica dos adesivos dentinários, é de
bom senso selecionar um produto para uso clínico com bases em suas
resistências de união, desde que nenhum importante dado de avaliação a
longo prazo seja aproveitado na prática.
19
Van Meerbeek et al.
66
, em estudos mais recentes, mostraram a
importância dos testes laboratoriais, por serem capazes de predizer o
desempenho clínico dos materiais adesivos. Segundo Retief
53
, embora os
resultados dos testes laboratoriais de adesão não possam ser
extrapolados clinicamente, servem como uma projeção da performance
clínica do material estudado.
133
CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos e a metodologia empregada,
pode-se concluir que:
1. Os valores de resistência de união encontrados foram mais
elevados, homogêneos e previsíveis para os sistemas universais
simplificados ( G1 e G2 ), que utilizaram o condicionamento ácido
prévio, do que para os grupos dos sistemas auto-condicionantes (
G3 e G4).
2. Os sistemas universais simplificados e auto-condicionantes
apresentaram, também, comportamentos diferentes quanto aos
modos de fraturas. Sendo que 87% dos modos de fraturas dos
grupos universais simplificados foram distribuídas entre adesiva e
coesiva da resina e nos grupos dos auto-condicionantes a
maioria das fraturas foram do tipo adesiva.
3. Não houve diferença estatisticamente significante entre os
grupos G1 e G2 (p > 0,05) e nem entre os grupos G3 e G4,
quanto aos valores de resistência de união.
4. Apesar das vantagens dos sistemas adesivos auto-
condicionantes quanto à simplificação da técnica e controle da
permeabilidade dentinária, fator importante no processo de
134
adesão, estes sistemas ainda necessitam ser avaliados a longo
prazo.
136
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150
9. Apêndices
Apêndice A : Dados de resistência adesiva e modo de fratura
Tabela A1. Valores de resistência adesiva, em MPa, obtidos em amostras
do Grupo 1 (Prime & Bond
®
NT™) e os respectivos modos de fratura.
Dente Espécime Resistência Modo de fratura Dente Espécime Resistência Modo de fratura
1 1 40,93 adesiva 3 1 38,19 coesiva da resina
1 2 36,15 coesiva da dentina 3 2 44,15 coesiva da resina
1 3 23,74 coesiva da resina 3 3 31,51 coesiva da resina
1 4 27,73 coesiva da resina 3 4 24,93 adesiva
1 5 27,79 coesiva da resina 3 5 39,51 coesiva da resina
1 6 55,82 coesiva da dentina 3 6 35,32 adesiva
1 7 45,29 coesiva da resina 3 7 46,35 coesiva da resina
1 8 32,23 adesiva 3 8 53,96 mista
2 1 23,86 coesiva da resina 4 1 23,07 adesiva
2 2 19,46 coesiva da resina 4 2 11,76 coesiva da dentina
2 3 26,13 coesiva da resina 4 3 14,98 adesiva
2 4 35,54 coesiva da resina 4 4 11,26 adesiva
2 5 48,23 coesiva da resina 4 5 21,51 adesiva
2 6 33,21 adesiva 4 6 15,52 coesiva da resina
2 7 27,34 coesiva da resina 4 7 14,59 adesiva
2 8 55,42 coesiva da resina 4 8 23,12 adesiva
151
Tabela A2. Valores de resistência adesiva, em MPa, obtidos em amostras do
Grupo 2 (Single Bond ™) e os respectivos modos de fratura.
Dente Espécime Resistência Modo de fratura Dente Espécime Resistência Modo de fratura
1 1 38,32 adesiva 3 1 29,82 coesiva da resina
1 2 29,69 adesiva 3 2 49,04 coesiva da resina
1 3 14,13 adesiva 3 3 56,17 coesiva da dentina
1 4 44,53 coesiva da resina 3 4 29,69 adesiva
1 5 27,67 adesiva 3 5 37,82 adesiva
1 6 38,75 adesiva 3 6 44,96 coesiva da resina
1 7 32,71 adesiva 3 7 43,7 coesiva da resina
1 8 30,74 coesiva da resina 3 8 33,56 adesiva
2 1 32,74 adesiva 4 1 34,92 coesiva da resina
2 2 33,78 adesiva 4 2 29,79 coesiva da resina
2 3 29,67 mista 4 3 39,3 coesiva da resina
2 4 39,9 adesiva 4 4 25,25 adesiva
2 5 27,31 mista 4 5 26,14 coesiva da resina
2 6 45,64 adesiva 4 6 40,32 adesiva
2 7 31,82 adesiva 4 7 34,06 adesiva
2 8 42,4 adesiva 4 8 30,61 coesiva da dentina
152
Tabela A3. Valores de resistência adesiva, em MPa, obtidos em amostras do
Grupo 3 (AdheSE
®
) e os respectivos modos de fratura.
Dente Espécime Resistência Modo de fratura Dente Espécime Resistência Modo de fratura
1 1 9,53 mista 3 1 8,07 adesiva
1 2 22,16 adesiva 3 2 0,00 adesiva
1 3 9,8 adesiva 3 3 0,00 adesiva
1 4 12,54 mista 3 4 0,00 adesiva
1 5 0,00 adesiva 3 5 0,00 adesiva
1 6 0,00 adesiva 3 6 0,00 adesiva
1 7 0,00 adesiva 3 7 0,00 adesiva
1 8 0,00 adesiva 3 8 0,00 adesiva
2 1 0,00 adesiva 4 1 3,83 adesiva
2 2 0,00 adesiva 4 2 28,53 adesiva
2 3 0,00 adesiva 4 3 5,45 adesiva
2 4 0,00 adesiva 4 4 4,58 adesiva
2 5 0,00 adesiva 4 5 11,9 adesiva
2 6 0,00 adesiva 4 6 17,61 adesiva
2 7 0,00 adesiva 4 7 20,39 adesiva
2 8 0,00 adesiva 4 8 14,23 adesiva
5 1 28,26 adesiva 6 1 20,73 adesiva
5 2 33,05 coesiva da resina 6 2 26,89 coesiva da dentina
5 3 0,53 adesiva 6 3 19,05 mista
5 4 29,29 adesiva 6 4 17,41 adesiva
5 5 16,59 adesiva 6 5 12,51 adesiva
5 6 18,2 adesiva 6 6 25,37 adesiva
5 7 26,54 coesiva da resina 6 7 22,44 adesiva
5 8 33,21 adesiva 6 8 17,12 adesiva
153
Tabela A4. Valores de resistência adesiva, em MPa, obtidos em amostras do
Grupo 4 (Adper™ Prompt™ L-Pop™) e os respectivos modos de fratura.
Dente Espécime Resistência Modo de fratura Dente Espécime Resistência Modo de fratura
1 1 13,14 adesiva 3 1 18,24 adesiva
1 2 15,51 adesiva 3 2 14,06 adesiva
1 3 0,00 adesiva 3 3 10,5 adesiva
1 4 0,00 adesiva 3 4 0,00 adesiva
1 5 0,00 adesiva 3 5 0,00 adesiva
1 6 0,00 adesiva 3 6 0,00 adesiva
1 7 0,00 adesiva 3 7 0,00 adesiva
1 8 0,00 adesiva 3 8 0,00 adesiva
2 1 15,48 adesiva 4 1 16,1 adesiva
2 2 31,18 adesiva 4 2 13,75 adesiva
2 3 12,15 adesiva 4 3 44,87 adesiva
2 4 33,65 adesiva 4 4 20,38 adesiva
2 5 6,64 adesiva 4 5 22,68 adesiva
2 6 0,00 adesiva 4 6 20,27 adesiva
2 7 0,00 adesiva 4 7 25,9 adesiva
2 8 0,00 adesiva 4 8 36,97 adesiva
5 1 11,56 adesiva 6 1 36 adesiva
5 2 26 adesiva 6 2 24,21 adesiva
5 3 4,07 adesiva 6 3 11,08 adesiva
5 4 3,78 adesiva 6 4 8,95 adesiva
5 5 30,14 adesiva 6 5 11,69 adesiva
5 6 27,48 adesiva 6 6 30,86 adesiva
5 7 8,11 adesiva 6 7 0,00 adesiva
5 8 31,05 adesiva 6 8 0,00 adesiva
154
Apêndice B
Figura B1- Representação gráfica de médias de resistência adesiva de
acordo com os grupos experimentais.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4
Média de resistência (MPa)
156
XAVIER, C.C.G. Análise “in vitro” da resistência de união da resina composta
à dentina tratada com diferentes sistemas adesivos.
2005. 157f. Tese
(Doutorado em Dentística Restauradora) – Faculdade de Odontologia,
Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2005.
Resumo
Este trabalho teve como objetivo avaliar “in vitro” a força de união da resina
composta à dentina tratada com quatro adesivos dentinários, sendo dois
sistemas universais simplificados (G1- Prime & Bond
®
NT™/ Dentsply, G2-
Single Bond™/ 3M) e dois auto-condicionantes (G3- AdheSE
®
/ Vivadent, G4-
Adper™- Prompt™L-Pop™/ 3M). Para a realização deste estudo, foram
selecionados 20 terceiros molares humanos íntegros e livres de cárie, que
tiveram suas superfícies oclusais cortadas em 3mm. Após o corte, cada
grupo de dentes receberam seus respectivos sistemas de tratamento
adesivo, pré-selecionados. Todas as amostras de dentes foram restauradas
com a resina composta Tetric Ceram
®
/ IvoclarVivadent, termocicladas em
550 ciclos e cortadas. Dessa forma, obtendo-se espécimes de 1,0mm
2
±0,1mm
2
que foram levados a uma Máquina de Teste Universal onde foi
realizado o ensaio de microtração. Os tipos de fraturas foram analisados,
mediante microscopia óptica (40X) e as fraturas mais representativas foram
levadas à microscopia eletrônica de varredura. Os resultados mostraram que
os sistemas universais simplificados (G1 e G2) apresentaram valores de
resistência de união mais elevados do que os sistemas auto-condicionantes
(G3 e G4). A maioria das fraturas encontradas foram do tipo adesiva para os
grupos G3 e G4, enquanto nos grupos G1 e G2 87% dos modos de fraturas
foram distribuídas entre adesivas e coesivas da resina.
Palavras chave: adesivos dentinários; resistência à tração; universal
simplificado; auto – condicionante.
157
XAVIER, C.C.G. “In vitro” evaluation of the bond strength of composite resin
to dentin treated with differents types of adhesives systems.
2005. 157f. Tese
(Doutorado em Dentística Restauradora) – Faculdade de Odontologia,
Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2005.
Abstract
This work had with aim to evaluate “in vitro” the bond strength of composite
resin to dentine bonded with four dentin adhesives. In this study, were used
two one-step adhesive systems (G1- Prime & Bond
®
NT™/Dentsply, G2-
Single Bond™/ 3M)and two self-etching adhesive systems (G3- AdheSE
®
/Vivadent, G4- Adper™Prompt™L-Pop™/3M). For this, were chosen twenty
human healthy third molars, that had their oclusal surfaces cut in 3mm. After
the cut, each group of teeth received their respectives adhesive systems,
even then chosen. All the samples were restored with the composite Tetric
Ceram
®
/ IvoclarVivadent, thermocycled 550 times and cut. Then, obtaining
specimens of 1,0mm
2
± 0,1mm
2
that were made a test of micro tensile bond
strength in a Universal Test Machine. The fractures were analyzed in a optical
microscope (40X), and the more representative fractures were then analyzed
at scanning electronic microscope. The results revealed that the one-step
adhesive systems (G1 and G2) showed higher values of bond strength
compared to the self-etching adhesive systems (G3 and G4). The fractures
more commum were the adhesive type in the G3 and G4 groups, while in the
G1 and G2 groups, 87% of the fractures were the adhesive and cohesion of
resin types.
Keywords : dentin adhesives, tensile bond strength, one-step, self-etching.
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