tônus muscular e a postura. O NMI com seu corpo celular na substância cinzenta
da medula espinhal e seu axônio se estendendo além do SNC forma uma porção
eferente com influência sobre o órgão efetor. A atividade motora normal depende
da iniciação de estímulos originados nos centros motores superiores localizados no
encéfalo. Estes impulsos são transmitidos às estruturas musculares, desde que
haja integridade medular e também do sistema nervoso periférico (MAYHEW,
1989; BORGES et al., 1997; BORGES et al., 2000).
Com a finalidade de detectar anormalidades na medula espinhal deve-se dar
atenção durante o exame físico a alguns aspectos. A simetria da musculatura
corporal, simetria de pescoço e tronco, tono anal e da cauda, posturas adotadas
em descanso e em locomoção podem evidenciar alterações medulares (BORGES,
2004).
As causas mais comuns de compressão medular na região cervical
consistem de fraturas, luxações ou subluxações, abcessos no corpo vertebral e má
formação ou má articulação entre atlas (C1) e áxis (C2) (MILLS et al., 1988; LE
COUTEUR & CHILD, 1995; KOESTNER & JONES, 1997; FENNER, 2000). As
alterações medulares podem ser encontradas tanto em único segmento como
também em grande extensão da medula espinhal, dependendo do tipo e
intensidade do trauma vertebral (MORGAN, 1972).
Lesões medulares severas na região cervical (C1-C5) estão associados ao
acometimento dos membros torácicos e pélvicos, sendo os sinais clínicos
caracterizados por tetraplegia espástica e ataxia. As compressões medulares neste
local provocam sinais mais intensos em membros pélvicos, devido ao
posicionamento mais superficial de seus tratos motores quando comparados aos
membros torácicos. Sendo assim, compressões leves podem acometer apenas os
membros pélvicos (STÕBER, 1987; MILLS et al., 1988; BRAUND et al., 1990;
BORGES et al., 1997; BORGES et al., 2000). A perda total da sensação dolorosa
dificilmente será encontrada, pois, um trauma desta magnitude na região de C1 a
C5 leva a falência respiratória com conseqüente óbito do animal (STÕBER, 1987;
BRAUND et al., 1990; LE COUTEUR & CHILD, 1995). Em caso de compressões