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UFRJ
Rio de Janeiro
Novembro de 2006
BIOCRONOESTRATIGRAFIA E CORRELAÇÃO GRÁFICA DE TRÊS
TESTEMUNHOS A PISTÃO DO TALUDE CONTINENTAL DA BACIA DE
CAMPOS, RJ – BRASIL
Antonio Enrique Sayão Sanjinés
Dissertação de Mestrado submetida ao
Programa de Pós-graduação em Geologia,
Instituto de Geociências, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como
requisito necessário à obtenção do grau de
Mestre em Ciências (Geologia).
Orientador:
Claudia Gutterres Vilela
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Rio de Janeiro
Novembro de 2006
BIOCRONOESTRATIGRAFIA E CORRELAÇÃO GRÁFICA DE TRÊS
TESTEMUNHOS A PISTÃO DO TALUDE CONTINENTAL DA BACIA DE CAMPOS,
RJ – BRASIL
Antonio Enrique Sayão Sanjinés
Orientador: Claudia Gutterres Vilela
Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em
Geologia, Instituto de Geociências, da Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em
Ciências (Geologia).
Aprovada por:
_____________________________________
Presidente: Profa. Dra. Valesca Maria Portilla Eilert, Departamento de Geologia,
UFRJ
_____________________________________
Dr. Eduardo Apostolos Machado Koutsoukos, CENPES/PETROBRAS
_____________________________________
Profa. Dra. Maria Antonieta da Conceição Rodrigues, Faculdade de Geologia, UERJ
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SANJINÉS, ANTONIO ENRIQUE SAYÃO
Biocronoestratigrafia e Correlação Gráfica de Três Testemunhos a Pistão
do Talude Continental da Bacia de Campos, RJ – Brasil / Antonio Enrique Sayão
Sanjinés. – Rio de Janeiro: UFRJ/ IGEO, 2006.
xiv, 121p.:il.; 29,7 cm.
Orientador: Claudia Gutterres Vilela
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)/
Instituto de Geociências (IGEO)/ Programa de Pós-Graduação em Geologia,
2006.
Referências Bibliográficas: p. 111-121.
1. Foraminíferos Planctônicos. 2. Bioestratigrafia. 3. Bacia de Campos. 4.
Correlação Gráfica. I. Vilela, Claudia Gutterres. II. Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia.
III. Título.
Aos meus pais Raúl e Wanda
iv
AGRADECIMENTOS
Pela ajuda prestada para a realização deste projeto, apresento meus profundos
agradecimentos:
Aos meus orientadores e amigos, Oscar Strohschoen Jr. e Claudia Gutterres Vilela
pelo empenho e dedicação prestados. Sem eles esta obra não teria o mesmo valor.
Ao Dr. Francisco Henrique de Oliveira Lima, pelas inúmeras sugestões, correções e
pelas instrutivas discussões técnico-científicas.
À Dra. Elizabete Pedrão por seu entusiasmo e constante incentivo.
À geóloga Jeanine Grillo pelo auxílio nas horas de dificuldades.
À geóloga Kátia Regina Nogueira Mendonça pela providencial ajuda na amostragem
dos testemunhos.
Ao técnico Rogério S. Martins da Costa pela primorosa confecção das
fotomicrografias.
À PETROBRAS através: da Gerência de Bioestratigrafia e Paleoecologia Aplicada –
BPA/CENPES/PETROBRAS – pelo suporte técnico; e da UNIVERSIDADE
CORPORATIVA/PETROBRAS, pela concessão da bolsa de estudos.
À secretária do Programa de Pós-Graduação da UFRJ Christina Barreto pela
agilidade, atenção e prestatividade.
Às biólogas Daniele da Silva Batista e Brígida Orioli Figueira pela paciência,
compreensão e amizade durante as longas horas de triagem.
Ao meu amigo de todas as horas Fabio Vieira por estar sempre na outra ponta da
corda.
À Helena Maribel (Preta), fonte de minha inspiração.
Aos meus familiares, colegas de profissão e todos aqueles que de forma direta ou
indireta contribuíram para a conclusão deste trabalho.
“Geocientistas são limitados somente por sua própria imaginação, inovação e
determinação” (Halbouty, 2001)
“Viva como se fosse morrer amanhã. Aprenda como se fosse viver pra sempre”
(Ganghi)
vi
Rio de Janeiro
Novembro de 2006
RESUMO
BIOCRONOESTRATIGRAFIA E CORRELAÇÃO GRÁFICA DE TRÊS
TESTEMUNHOS A PISTÃO DO TALUDE CONTINENTAL DA BACIA DE CAMPOS,
RJ – BRASIL
Antonio Enrique Sayão Sanjinés
Orientador: Claudia Gutterres Vilela
Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de
Pós-graduação em Geologia, Instituto de Geociências, da Universidade Federal do
Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título
de Mestre em Ciências (Geologia).
Foram analisadas 222 amostras provenientes de três testemunhos a pistão do talude
continental (~1270m de lâmina d’água) da Bacia de Campos, RJ. As amostras foram tratadas
segundo metodologia padrão para microfósseis calcários. Foi estabelecida uma interpretação
biocronoestratigráfica onde identificaram-se ao todo 13 biozonas: W2, W1, X3, X2, X1, Y5,
Y4, Y3, Y2, Y1B, Y1A, Z2 e Z1. A Zona W só ocorre no poço C. Nos poços A e B não foi
identificada a Subzona Y3, sugerindo um hiato associado a uma discordância candidata a
limite de seqüências. No poço C só foram reconhecidas três subzonas de X, sugerindo uma
seção condensada no limite W/X relacionado a uma Superfície de Inundação Máxima (SIM).
A técnica de Correlação Gráfica forneceu valores absolutos referentes à taxa de acumulação
dos sedimentos analisados variando entre 7 e 30cm/Ka e duração dos hiatos entre 3Ka (poço
B) e 6Ka (poço A). A análise biocronoestratigráfica e a Correlação Gráfica dos testemunhos
revelaram quatro contextos deposicionais diferentes. A análise conjunta das formas
bentônicas e planctônicas aliada com dados de isótopos de oxigênio revelou um ciclo
Transgressivo-Regressivo-Transgressivo. Foram identificados três tratos de sistemas (TST-
TSMA-TST) pertencentes a duas seqüências de 5ª ordem: a primeira com uma duração em
torno de 99Ka e a segunda de aproximadamente 66Ka.
Palavras-chave: foraminíferos planctônicos; bioestratigrafia; Bacia de Campos;
Correlação Gráfica
vii
Rio de Janeiro
Novembro de 2006
ABSTRACT
BIOCHRONOSTRATIGRAPHY AND GRAPHIC CORRELATION OF THREE
PISTON CORES FROM CONTINENTAL SLOPE OF CAMPOS BASIN, RIO DE
JANEIRO – BRAZIL
Antonio Enrique Sayão Sanjinés
Orientador: Claudia Gutterres Vilela
Abstract da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de
Pós-graduação em Geologia, Instituto de Geociências, da Universidade Federal do
Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título
de Mestre em Ciências (Geologia).
Foraminiferal studies have been carried out for 222 samples from three piston cores
collected on the continental slope (~1270m water depth) of Campos Basin, RJ. Samples
prepared for foraminiferal investigations have been processed according to the standard
methodology. A biochronostratigraphic interpretation was established with the identification
of 13 biozones: W2, W1, X3, X2, X1, Y5, Y4, Y3, Y2, Y1B, Y1A, Z2 and Z1. The W Zone occurs
only in well C. The Y3 Subzone was not identified in both wells A and B, suggesting a hiatus
associated to a sequence boundary unconformity. In well C, only three X subzones had been
recognized, suggesting a condensed section at W/X boundary related to a Maximum Flooding
Surface (MFS). Graphic Correlation supplied absolute values for rate of rock accumulation
(ranged from 7 to 30cm/Kyr) and hiatuses, from 3Kyr (well B) to 6Kyr (well A). The
biochronostratigraphic and Graphic Correlation analyses of wells indicated changes in the
rate of rock accumulation, suggesting four different depositional settings in the slope.
Analyses of benthic and planktic forms in addition to oxygen isotopic data showed a
Transgressive-Regressive-Transgressive cycle. Two fifth-order sequences and three systems
tracts (TST-HST-TST) were identified. The first sequence extended for approximately 99Kyr
and the second 66Kyr.
Key-words: planktonic foraminifera; biostratigraphy; Campos Basin; Graphic
Correlation
Rio de Janeiro
Novembro de 2006
SUMÁRIO
Agradecimentos
iv
Resumo
vi
Abstract
vii
Lista de figuras
xi
Lista de tabelas
xiv
1 INTRODUÇÃO
1
2 OBJETIVOS
3
3 FORAMINÍFEROS
4
3.1 GENERALIDADES
4
3.2 ECOLOGIA E PALEOECOLOGIA
5
3.3 MONITORAMENTO AMBIENTAL
6
3.4 BIOESTRATIGRAFIA
7
3.4.1 Síntese da Distribuição Estratigráfica
7
3.4.2 Definições de Unidades Bioestratigráficas
8
3.4.3 Comentários a respeito do termo “Ecozona”
11
3.4.4 Considerações sobre o termo “Quaternário”
12
4 ÁREA DE ESTUDO – BACIA DE CAMPOS
14
4.1 RELEVÂNCIA DA BACIA DE CAMPOS
14
4.2
EVOLUÇÃO ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DE CAMPOS
16
4.3
PLEISTOCENO/HOLOCENO DA BACIA DE CAMPOS
17
4.3.1 Fisiografia
19
4.3.2 Hidrografia e Oceanografia
22
4.3.3 Sedimentologia
23
5 MATERIAL E MÉTODOS
26
Rio de Janeiro
Novembro de 2006
5.1 MATERIAL DE ESTUDO TESTEMUNHOS
26
5.2 AMOSTRAGEM E TRATAMENTO DAS AMOSTRAS
28
5.3 ANÁLISE QUANTITATIVA E QUALITATIVA
29
5.4 CORRELAÇÃO GRÁFICA
31
5.4.1 Definição
32
5.4.2 Descrição do Método
32
5.4.3 Taxas de Acumulação
34
5.5 RAZÃO FORAMINÍFEROS PLANCTÔNICOS / BENTÔNICOS
36
6 BIOESTRATIGRAFIA DO PLEISTOCENO/HOLOCENO
39
6.1 HISTÓRICO
39
6.2 REFINAMENTO BIOESTRATIGRÁFICO PARA O PLEISTOCENO/HOLOCENO DA
BACIA DE CAMPOS
42
6.2.1 Discussão sobre a classificação das biozonas utilizadas
45
6.3 DÁTUNS UTILIZADOS
51
6.3.1 Desaparecimento de Globorotalia menardii flexuosa
51
6.3.2 Bio-Horizontes Pulleniatina obliquiloculata
51
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
54
7.1
ANALISES DE FORAMINÍFEROS 54
7.1.1 Poço A
58
7.1.2 Poço B
65
7.1.3 Poço C
71
7.2
AVALIAÇÃO DA FAUNA BENTÔNICA
78
7.3 CORRELAÇÃO ENTRE OS TESTEMUNHOS
81
7.4 RESULTADOS DA CORRELAÇÃO GRÁFICA
88
7.4.1 Correlação Gráfica utilizando Escala Cronoestratigráfica
89
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Novembro de 2006
7.4.2 Correlação Gráfica utilizando Poço de Referência
91
7.5 ISÓTOPOS DE OXIGÊNIO (δ
18
O)
94
7.6 ELEMENTOS DE ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS 99
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
104
8.1 CONCLUSÕES 104
8.2 RECOMENDAÇÕES 110
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
111
APÊNDICE
APÊNDICE A – Tabela de tempo geológico (Ogg, 2006)
APÊNDICE B – Lista de Espécies
APÊNDICE C – Estampas
Estampa I
Estampa II
Estampa III
APÊNDICE D – Poço A
APÊNDICE E – Poço B
APÊNDICE F – Poço C
APÊNDICE G – Testemunho B de Tokutake (2005)
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Novembro de 2006
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Exemplos de tipos de zonas bioestratigráficas. Modificado de NASC
(2005).
9
Figura 2: Mapa de localização dos furos geológicos estudados na Bacia de
Campos. Detalhe da feição de paleodrenagem que corta a área de estudo com
projeção dos furos geológicos estudados. Os poços A e B situam-se em canais
inativos distintos. O poço C situa-se fora de canal. Modificado de Tokutake
(2005).
15
Figura 3: Carta estratigráfica da Bacia de Campos segundo Rangel et al. (1994).
18
Figura 4: Aspecto geral do fundo do mar atual da margem continental sudeste
brasileira. Modificado de Machado et al. (2004).
20
Figura 5: Fisiografia de fundo e distribuição espacial das fácies sedimentares
superficiais da Bacia de Campos. Modificado de Machado et al. (2004).
21
Figura 6: Descrição litofaciológica dos sedimentos recuperados nos poços A, B e
C, a partir da descrição fornecida. Cores escolhidas arbitrariamente.
27
Figura 7: Correlação Gráfica pode ser usada para: (a) comparar duas seções
estratigráficas e (b) comparar uma seção estratigráfica contra um padrão de
fósseis. Modificado de Carney & Pierce (1995).
34
Figura 8: Esquema simplificado do biozoneamento do Pleistoceno Final e
Holoceno, modificado de Ericson & Wollin (1968); Kennett & Huddleston (1972);
et al. (1976); Prell & Damuth (1978); Thunell (1984); Vicalvi (1997 e 1999) e
Kowsmann & Vicalvi (2003). Idades representadas fora de escala.
43
Figura 9: Representação da Zona W, conforme Ericson & Wollin (1968).
46
Figura 10: Representação das subzonas W2 e W1, conforme Kennett &
Huddlestun (1972).
47
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Novembro de 2006
Figura 11: Representação da Zona X, conforme Ericson & Wollin (1968).
47
Figura 12: Representação das subzonas de X, divididas em ímpares (X11, X9,
X7, X5, X3 e X1) e pares (X10, X8, X6, X4 e X2), conforme Vicalvi (1999).
48
Figura 13: Representação da Zona Y, conforme Ericson & Wollin (1968).
48
Figura 14: Representação das subzonas de Y, conforme Vicalvi (1999) e
Kowsmann & Vicalvi (2003).
49
Figura 15: Representação da Zona Z, conforme Ericson & Wollin (1968).
50
Figura 16: Representação das subzonas Z2 e Z1, conforme Vicalvi (1999).
50
Figura 17: Representação dos dátuns de G. m. flexuosa e P. obliquiloculata para
a Bacia de Campos.
53
Figura 18: Síntese das curvas de freqüência de foraminíferos utilizadas para as
análises bioestratigráficas nos poços A, B e C.
57
Figura 19: Distribuição da freqüência dos grupos de foraminíferos selecionados
para o biozoneamento no poço A.
64
Figura 20: Distribuição da freqüência dos grupos de foraminíferos selecionados
para o biozoneamento no poço B.
70
Figura 21: Distribuição da freqüência dos grupos de foraminíferos selecionados
para o biozoneamento no poço C.
77
Figura 22: Distribuição de frequência dos foraminíferos bentônicos, foraminíferos
bentônicos por composição de carapaça e abundância da fauna total.
80
Figura 23: Seção de correlação entre os poços estudados, utilizando a
distribuição da freqüência do plexo G. menardii. Dátum de referência: Nível
Relativo do Mar (NRM).
82
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Figura 24: Seção de correlação entre os poços estudados, utilizando a
distribuição da freqüência do plexo G. menardii. Dátum de referência: fundo
marinho.
83
Figura 25: Carta biocronoestratigráfica elaborada a partir das biozonas
interpretadas para os três testemunhos analisados. Representação dos canais
com exagero horizontal.
85
Figura 26: Projeção dos poços em perfil dip. Seção de correlação entre os poços
estudados, utilizando a distribuição da freqüência do plexo G. menardii. Dátum de
referência: Nível Relativo do Mar (NRM).
87
Figura 27: Correlação Gráfica Poço Vs. Escala Cronoestratigráfica para os poços
A, B e C. Taxas de acumulação e duração de hiatos calculados graficamente. (n)
estágio de comportamento da LOC descrito no texto.
90
Figura 28a: Correlação Gráfica Poço Vs. Poço C (referência). (n) estágio de
comportamento da LOC descrito no texto.
92
Figura 28b: Correlação Gráfica Poço Vs. Escala Cronoestratigráfica para os
poços A e B, com os aprimoramentos alcançados. Taxas de acumulação e
duração de hiatos calculados graficamente. (n) estágio de comportamento da
LOC descrito no texto.
92
Figura 29: Localização do Testemunho B de Tokutake (2005), fonte das análises
geoquímicas apresentadas. Detalhe da feição de paleodrenagem que corta a
área de estudo com projeção dos furos geológicos estudados. Modificado de
Tokutake (2005).
95
Figura 30: Curva de isótopos de oxigênio, modificada de Tokutake (2005). Perfil
litofaciológico e interpretação bioestratigráfica retirados de Kowsmann & Vicalvi
(2003). Dados originados por análises em foraminíferos planctônicos.
97
Figura 31: Comparação entre os dados geoquímicos apresentados em Tokutake
(2005) e os resultados de foraminíferos bentônicos e de abundância da fauna
98
Rio de Janeiro
Novembro de 2006
total alcançados para o poço C.
Figura 32: Resumo dos resultados da análise de elementos de estratigrafia de
seqüências, tendo como base o poço C. Descrição no texto. Distribuição de
frequência dos foraminíferos bentônicos, abundância da fauna total, correlação
gráfica e isótopos de oxigênio (Tokutake, 2005).
103
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Testemunhos a pistão do talude continental da Bacia de Campos
utilizados neste trabalho.
26
Tabela 2 – Resumo dos resultados alcançados com a análise de elementos de
estratigrafia de seqüências, tendo como base o poço C.
102
1
1 INTRODUÇÃO
No século XXI, a demanda global por recursos energéticos continuará a aumentar,
direcionada pelo crescimento econômico e populacional. Apesar do mundo estar iniciando uma
transição da energia fóssil convencional para fontes de energia alternativas, é evidente que a
demanda mundial principal por energia vai depender de suprimentos de óleo e gás natural por boa
parte deste século (Armentrout, 1997; Halbouty, 2001).
O grande interesse exploratório em depósitos de águas profundas e ultra-profundas justifica
a importância de estudos (bio)estratigráficos e sedimentológicos no talude e nas bacias marginais
brasileiras, com a finalidade de avaliar a estabilidade regional do talude e seu comportamento
como fundação dos equipamentos permanentes de produção e escoamento de petróleo (Vicalvi,
1997).
São apresentados os resultados da investigação micropaleontológica, baseada em
foraminíferos planctônicos recentes e sub-recentes de 222 amostras provenientes de três
testemunhos a pistão, recuperados do talude continental da Bacia de Campos, após análise de
material cedido pela PETROBRAS.
O intervalo de interesse para este trabalho (Pleistoceno/Holoceno) é caracterizado por
mudanças climáticas cíclicas, marcadas por avanços e recuos do gelo sobre amplas áreas
continentais e pelas variações eustáticas do nível do mar (Vicalvi, 1997). O limite
Plioceno/Pleistoceno é estimado em aproximadamente 1.81Ka AP (Lourens et al., 2004; Gibbard
& Kolfschoten, 2004). O talude da Bacia de Campos se mostra local ideal para o estudo de
foraminíferos planctônicos do Neógeno Superior em virtude de ocorrerem taxas de sedimentação
consideravelmente mais altas do que em outras áreas oceânicas, o que facilita a análise e permite
melhor definir zonas e subzonas bioestratigráficas (Vicalvi, 1999).
Os foraminíferos planctônicos são abundantes nos sedimentos marinhos, têm tamanho
relativamente grande (geralmente maior do que 74µm) e poucas espécies são necessárias para o
estudo bioestratigráfico ao longo de uma seção (Vicalvi, 1999). Suas associações são muito
utilizadas em paleoecologia, paleoceanografia, bioestratigrafia e em monitoramento ambiental. A
importância atribuída ao grupo nesses estudos deve-se, entre outros fatores, à sua elevada
2
abundância e diversidade, ampla distribuição geográfica e batimétrica, rápida evolução, e grande
sensibilidade às variações ambientais (Barbosa, 2002).
O zoneamento bioestratigráfico do Neógeno Superior é baseado na presença/ausência de
determinadas espécies de foraminíferos planctônicos (principalmente a espécie Globorotalia
menardii - presente em águas quentes) como reflexo de flutuações climáticas. Este
biozoneamento é subdividido em zonas representadas por letras do alfabeto no sentido inverso,
de Q (Pleistoceno) a Z (Holoceno), segundo Ericson & Wollin (1968). Vicalvi (1999) refinou
este zoneamento para a Bacia de Campos com base nas variações de freqüência do plexo G.
menardii, G. inflata e G. truncatulinoides, complementadas por observações na freqüência do
plexo Pulleniatina.
Os trabalhos de Ericson & Wollin (1968), Kennett & Huddleston (1972), Bé et al. (1976),
Prell & Damuth (1978), Thunell (1984) e Vicalvi (1997 e 1999) constituem o principal
embasamento teórico para as interpretações e conclusões apresentadas nesta dissertação.
A integração dos resultados gerou uma correlação cronológica entre as biozonas
identificadas nos três poços. Os dátuns reconhecidos, assim como os limites entre as biozonas,
foram utilizados para análises de Correlação Gráfica, que forneceram um panorama geral da
história evolutiva dos sedimentos estudados, bem como valores absolutos para taxas de
sedimentação (acumulação) e duração de hiatos.
Com a intenção de utilizar as informações fornecidas pelos foraminíferos bentônicos, foi
calculada a razão entre o número de indivíduos planctônicos e bentônicos. Os foraminíferos
bentônicos foram avaliados ainda quanto ao tipo de carapaça (calcária hialina, porcelanosa e
aglutinante).
Agregando os resultados dos foraminíferos planctônicos e bentônicos com análises de
isótopos de oxigênio (δ
18
O) foi possível identificar elementos de estratigrafia de seqüências. A
análise das variações no padrão de ocorrência dos foraminíferos bentônicos, bem como a
integração entre os diversos resultados, foram fundamentais para as conclusões apresentadas
neste trabalho.
3
2 OBJETIVOS
Tendo por base os zoneamentos propostos por Ericson & Wollin (1968) e Vicalvi (1997 e
1999), aliados a dados complementares retirados de Kennett & Huddleston (1972), Bé et al.
(1976), Prell & Damuth (1978), pretende-se:
Estabelecer um biozoneamento para os testemunhos estudados;
Determinar horizontes de correlação, hiatos e outras superfícies estratigráficas, com datação
relativa dos depósitos;
Correlacionar as biozonas identificadas;
Quantificar taxas de sedimentação (acumulação) e amplitude de hiatos, utilizando a técnica de
Correlação Gráfica;
Aperfeiçoar o modelo de ocorrência de foraminíferos bentônicos em depósitos alóctones
aplicados à caracterização de depósitos desta natureza no talude, fornecendo evidências de
proveniência dos sedimentos e retrabalhamento por correntes;
Correlacionar os dados obtidos na análise de foraminíferos com a curva de isótopos de
oxigênio (δ
18
O) da área;
Elaborar um arcabouço estratigráfico integrado.
4
3 FORAMINÍFEROS
3.1 G
ENERALIDADES
Os foraminíferos atualmente são classificados no Reino PROTOCTISTA, Filo
GRANULORETICULOSA, Classe FORAMINIFERA (Sen Gupta, 1999).
Estes microorganismos secretam uma teca (ou carapaça) calcária, silicosa, ou orgânica
(teca quitinosa), podendo também aglutinar partículas do meio para sua construção. Medem de
20µm a 19cm (Neusina agassizi – formas gigantes), mas a grande maioria dos indivíduos varia de
100µm a 1mm.
A teca pode consistir de uma ou mais cavidades denominadas câmaras, interligadas por
orifícios, chamados forâmen, através dos quais o protoplasma circula pelo organismo. Do termo
foramen deriva a palavra foraminífero (do latim foramen = orifício; ferre = possuir).
O protoplasma se estende para o exterior através de uma ou mais aberturas e circunda a
carapaça formando uma massa de pseudópodes ramificados e anastomosados usados para a
locomoção, trocas gasosas, captura de alimento, construção da teca e fixação do organismo. Os
foraminíferos se alimentam de algas, diatomáceas, larvas de crustáceos e moluscos, metazoários
de corpo mole e bactérias. Apresentam uma alternância de gerações entre reprodução assexuada e
sexuada, sendo que a primeira está sempre presente e a segunda pode estar ou não (Brasier, 1980;
Bignot, 1988; Murray, 1991; Sen Gupta, 1999).
Foramiferos ocorrem em todas as latitudes eo essencialmente marinhos (existe um
único grupo de água doce, Ordem Allogromiida), podem ser classificados de acordo com seu
hábito em planctônicos ou bentônicos. Os foraminíferos bentônicos surgiram no Cambriano, e
são aqueles que vivem junto ao substrato, na interface água-sedimento, ou ligeiramente
enterrados nas camadas mais superficiais do substrato; habitam os mais variados ambientes,
podendo ser livres ou sésseis. Os foraminíferos planctônicos surgiram no Jurássico, e vivem
flutuando passivamente na massa d’água, executando subidas e descidas diurnas na zona fótica
dos oceanos, dispersos principalmente pela ação de correntes (Brasier, 1980; Bignot, 1988;
Murray, 1991; Sen Gupta, 1999).
5
A sistemática da maioria das espécies é feita com base no estudo da carapaça, a porção
fossilizável do organismo. O estudo científico dos foraminíferos, segundo Boltovskoy (1965), se
presta para determinar a idade relativa de rochas e/ou sedimentos, assim como estimar batimetria,
temperatura, salinidade entre outros parâmetros ambientais das águas marinhas. Estes organismos
são importantes para o estudo da paleoecologia, paleooceanografia, bioestratigrafia e do
monitoramento ambiental.
De acordo com Sen Gupta (1999), existem 16 ordens de foraminíferos, sendo somente uma
de foraminíferos planctônicos, a ordem Globigerinida. Na bioestratigrafia do
Pleistoceno/Holoceno utilizam-se espécies planctônicas pertencentes à Superfamília
Globorotaliacea, Famílias Globorotaliidae e Pulleniatinidae, indicativas de variações climáticas
que inferem períodos glaciais e interglaciais. O comportamento das espécies encontra-se mais
detalhado no capítulo 5 (item 5.3).
A utilização dos foraminíferos em estudos de micropaleontologia aplicada vem sofrendo
modificações em sua natureza e apresentando um forte desenvolvimento nos últimos anos. A
interpretação de processos marinhos por meio destes organismos tem-se desenvolvido e o
resultado disso é um crescente número de publicações. Nas bacias brasileiras, os foraminíferos
têm sido intensamente utilizados em estudos aplicados e pesquisas científicas de paleoecologia,
paleooceanografia, bioestratigrafia e monitoramento ambiental em depósitos mesocenozóicos
marinhos (Antunes & Melo, 2001).
3.2 E
COLOGIA E PALEOECOLOGIA
As formas bentônicas são mais utilizadas em análises ecológicas/paleoecológicas. O estudo
ecológico de exemplares atuais é empregado para inferências paleoecológicas e inclui
observações de ordem morfológica, química, física e biológica.
A distribuição das associações de foraminíferos é condicionada por fatores como:
temperatura, nutrientes, salinidade, pH, luz, oxigênio, teor de CaCO
3
e batimetria. As espécies
mais tolerantes ou menos tolerantes a variações ambientais podem ser indicadoras do ambiente
em que foram encontradas e servem como referencial para se determinar paleoambientes. Os
6
índices ecológicos mais utilizados em estudos desta natureza são: abundância, freqüência e
diversidade.
A microestrutura da teca também pode indicar condições ambientais. O percentual de
indivíduos com parede aglutinante, calcária e porcelanosa varia de acordo com o ambiente (zona
litoral, nerítica, batial e abissal). A diversidade taxonômica também reflete as condições do
ambiente. Em ambientes instáveis dominam poucas espécies com alta abundância, enquanto em
ambientes estáveis ocorrem muitas espécies sem que nenhuma delas seja muito abundante em
relação às demais. Dados trabalhados a partir do número de foraminíferos planctônicos podem
fornecer taxa de sedimentação e paleobatimetria (Boltovskoy, 1965; Brasier, 1980; Murray,
1991; Haslett, 2002).
3.3 M
ONITORAMENTO AMBIENTAL
A distribuição dos foraminíferos bentônicos em áreas marinhas poluídas vem sendo
intensamente estudada há três ou quatro décadas. O efeito da poluição sobre as associações de
foraminíferos pode ser melhor determinado comparando-se o estado natural do ambiente, antes
da poluição, com o estado atual. Muitos trabalhos têm apontado os foraminíferos como
marcadores sensíveis para indicar deteriorações em ambientes marinhos, sendo amplamente
aplicados na avaliação dos impactos antropogênicos. As principais fontes de poluição são:
matéria orgânica, metais pesados e hidrocarbonetos (Alve, 1995).
A variação da diversidade taxonômica, abundância e dominância associadas a modificações
morfológicas nas carapaças são parâmetros utilizados na avaliação do grau de poluição de regiões
impactadas (Vilela et al., 2004).
7
3.4 B
IOESTRATIGRAFIA
3.4.1 Síntese da Distribuição Estratigráfica
Os foraminíferos aparecem no registro geológico desde o Cambriano e vêm evoluindo e se
diversificando até o Recente. Segundo Bignot (1988) os foraminíferos apareceram no Cambriano,
com carapaças aglutinantes e uniloculares. As carapaças calcárias microgranulares são
conhecidas a partir do Siluriano. No limite Devoniano-Carbonífero as primeiras carapaças
multiloculares aparecem. No Carbonífero se desenvolvem as carapaças porcelanosas, os
indivíduos com dimorfismo morfológico e enrolamento trocoespiral. A Ordem Fusulinida
(microgranular) se proliferou durante o Paleozóico Superior, antes de desaparecer no princípio do
Mesozóico. Em síntese, foraminíferos aglutinantes e microgranulares regem a bioestratigrafia do
Paleozóico.
No Mesozóico inicial o domínio é dos foraminíferos bentônicos e, na parte final desta Era,
surgem os exemplares planctônicos que predominam. No Triássico se encontram poucos
foraminíferos, mas é o período que gerou as espécies dominantes do Jurássico. No Cretáceo
inferior algumas espécies começam a colonizar os ambientes lagunares. A diversificação
continua em todo o Cretáceo, com a proliferação das formas planctônicas e as formas bentônicas
de grandes dimensões.
O início do Cenozóico é marcado por um evento de extinção significativo, seguido de um
boom populacional. A evolução dos mares propiciou a disseminação das formas planctônicas que
se distribuem e diversificam até o presente (Bignot, 1988).
Atualmente, os grandes foraminíferos se reduzem a alguns gêneros, mas as formas menores
planctônicas e bentônicas encontram-se muito bem representadas. A bioestratigrafia do
Pleistoceno/Holoceno, em particular, será discutida no capítulo 6.
8
3.4.2 Definições de Unidades Bioestratigráficas
A bioestratigrafia é o ramo da estratigrafia que se baseia no conteúdo fossilífero das rochas
e/ou estratos para subdividir e ordenar eventos seqüenciais no registro geológico, com o objetivo
de organizar estes em unidades bioestratigráficas (CBNE, 1986; Emery & Myers, 1996; GEI,
2003; NASC, 2005). A bioestratigrafia utiliza a variação cronoestratigráfica de espécies fósseis
para correlacionar seções estratigráficas e seus paleoambientes, preferencialmente fornecendo
informações sobre as condições deposicionais (Emery & Myers, 1996).
De acordo com o Código Brasileiro de Nomenclatura Estratigráfica – CBNE (1986), uma
unidade bioestratigráfica é um pacote de camadas caracterizado por determinado conteúdo
fossilífero, que permite diferenciá-las das camadas adjacentes.
A classificação bioestratigráfica tem como unidade fundamental a Zona, que é um pacote
de rocha definido ou caracterizado por seu conteúdo fóssil. Uma Zona pode ser dividida em
Subzonas ou agrupada em Superzonas. A subzona, por sua vez, pode ser dividida em Zônulas.
Entretanto, o uso deste último termo é desaconselhado pelo Guia Estratigráfico Internacional -
GEI (2003). Uma unidade bioestratigráfica qualquer (Superzona, Zona, Subzona ou Zônula) pode
ser denominada genericamente de Biozona (CBNE, 1986, Antunes & Melo, 2001; GEI, 2003).
Cinco tipos específicos de zonas bioestratigráficas são previstas pelo CBNE (1986) e, mais
recentemente, redefinidas pelo GEI (2003) e pelo North American Stratigraphic Code - NASC
(2005): Zona de Associação (ou Cenozona), Zona de Amplitude, Zona de Linhagem (ou
Filozona), Zona de Abundância (ou Epíbole) e Zona de Intervalo. O NASC (2005) apresenta
ainda um sexto tipo de biozona: Zona Híbrida. Após consultados os códigos estratigráficos
NASC (1983), CBNE (1986), GEI (2003), NASC (2005) e o livro de Mendes (1984), serão
adotadas as definições apresentadas no código mais recente: NASC (2005) (Figura 1).
A
B
C
D
E
F
G
9
A) Zona de Associação;
B) Zona de Amplitude de Táxon;
C) Zona de Amplitude Concorrente;
D) Zona de Linhagem;
E) Zona de Abundância;
F) Zona de Intervalo, baseado no último
aparecimento do taxon (LAD);
G) Zona de Intervalo, baseado no primeiro
aparecimento do taxon (FAD).
Figura 1: Exemplos de tipos de zonas bioestratigráficas. Modificado de NASC (2005).
Amplitude vertical do táxon
Aparecimento/desaparecimento;
Extinção/desaparecimento do táxon.
Limite inferior ou superior da biozona
Táxons
10
Zona de Associação (ou Cenozona)
Uma Zona de Associação (Figura 1A) é um corpo de rocha caracterizado por uma única
associação de três ou mais táxons. Tal associação a distingue em caráter bioestratigráfico dos
estratos adjacentes. Uma Zona de Associação pode ser baseada em apenas um grupo taxonômico,
por exemplo, trilobitas, ou em mais de um grupo, por exemplo, acritarcas e quitinozoários.
Zona de Amplitude
Uma Zona de Amplitude é um corpo de rocha representando a distribuição estratigráfica e
geográfica conhecida da ocorrência de algum elemento ou elementos selecionados do táxon ou
táxons fósseis presentes no registro geológico. Existem dois tipos de zonas de amplitude: Zona de
Amplitude de Táxon e Zona de Amplitude Concorrente.
Uma Zona de Amplitude de Táxon (Figura 1B) é um corpo de rocha representando a
distribuição estratigráfica e geográfica conhecida de um táxon escolhido. Uma Zona de
Amplitude Concorrente (Figura 1C) é um corpo de rocha incluindo a parte concorrente,
coincidente, ou sobreposta da distribuição de dois táxons específicos.
Zona de Linhagem (ou Filozona)
Uma Zona de Linhagem (Figura 1D) é um corpo de rocha contendo espécies representando
um segmento específico de uma linhagem evolutiva. De acordo com o CBNE (1986), outros
nomes que podem ser aplicados a este tipo de zona são: zona evolutiva, zona morfogenética e
zona filogenética.
Zona de Abundância (ou Epíbole)
Uma Zona de Abundância (Figura 1E) é um corpo de rocha no qual a abundância de um
táxon particular ou grupo específico de táxons é significativamente maior do que em partes
adjacentes da seção.
11
Zona de Intervalo
Uma Zona de Intervalo (Figura 1F e G) é um corpo de rocha entre duas superfícies
bioestratigráficas específicas (bio-horizontes). As feições nesses bio-horizontes são relacionadas
principalmente ao surgimento ou à extinção de entidades taxonômicas, ocorrências distintas, ou
mudanças em características de um táxon específico (ex. mudanças na direção do enrolamento de
um foraminífero, ou mudanças no número de septos em corais).
Zona Híbrida ou novos tipos de biozonas
Uma Zona Híbrida é uma mistura de mais de um tipo de biozona. O código NASC (2005)
não proíbe a utilização de outras formas de biozonas para se adequar a problemas específicos,
incluindo zonas híbridas.
3.4.3 Comentários a respeito do termo “Ecozona”
A bioestratigrafia baseia-se em eventos evolucionários irreversíveis ou em dátuns, como o
primeiro e último aparecimento de um táxon para subdividir o tempo geológico. O primeiro
aparecimento de Globorotalia truncatulinoides e o último desaparecimento de Globigerinoides
obliquus, que sempre são utilizados para definir o limite Plioceno/Pleistoceno, são provavelmente
os dois eventos evolucionários mais recentes que ocorreram com os foraminíferos planctônicos e
que podem ser utilizados globalmente (Thunell, 1984).
Estudos de sedimentos do Atlântico Equatorial revelaram que, em intervalos periódicos
durante o Pleistoceno Final e Holoceno, ocorrem expansões na distribuição geográfica de
espécies de foraminíferos planctônicos e que estas expansões são conseqüências de mudanças nas
condições climáticas (Bé et al., 1976).
Como resultado, as subdivisões do Pleistoceno são baseadas em eventos bioestratigráficos
não evolucionários, com significado local ou regional. Na maioria dos casos, estes eventos
representam eventos migracionais ou uma resposta a mudanças nas condições oceanográficas
e/ou climáticas (Thunell, 1984).
12
As biozonas utilizadas neste trabalho reúnem características de mais de um tipo de biozona
segundo a classificação de NASC (1983), CBNE (1986), GEI (2003) e NASC (2005), o que
dificulta seu enquadramento em um tipo específico de zona bioestratigráfica. Sendo assim,
estamos tratando de um tipo híbrido de biozonas.
Vella (1964) cunhou o termo “ecozona” que reúne todas as características das zonas
utilizadas no presente trabalho. Ecozona é um corpo de rocha com seus limites superior e inferior
marcados por mudanças de fauna reversíveis, diácronas no tempo. Este termo não foi adotado
pelos códigos estratigráficos que se seguiram. Entretanto o código NASC (1983) recomenda sua
utilização com uma conotação informal para associações diretamente afetadas por controles
ecológicos em zonas de associação e abundância.
Para este trabalho o termo Ecozona é reconhecido como um atributo da Biozona Híbrida,
uma vez que não se pode atribuir um status de biozona a uma definição não reconhecida pelos
códigos mundialmente aceitos.
3.4.4 Considerações sobre o termo “Quaternário”
A classificação e interpretação das seqüências estratigráficas mais recentes, amplamente
conhecidas como Pleistoceno, Holoceno e Quaternário, tem sido assunto de inúmeras discussões
(Gibbard & Van Kolfschoten, 2004; Suguio et al., 2005). Em 1989 e 2000, a International
Comission on Stratigrphy (ICS) publicou escalas de tempo geológico onde o termo “Terciário”
foi eliminado. Na escala de tempo publicada pela ICS em 2004, o termo “Quaternário” foi da
mesma forma abandonado (Salvador, 2006).
Em virtude dos termos “Primário”, “Secundário” e “Terciário” terem sido abandonados, o
contínuo uso do “Quaternário” é visto por um grupo de estratígrafos como arcaico (Gibbard &
Van Kolfschoten, 2004) e ambíguo (Suguio et al., 2005). Contrariamente, outro grupo defende o
uso do “Quaternário” por se tratar de um termo amplamente difundido na literatura e consagrado
na comunidade científica (Salvador, 2006).
Gradstein (2005) em nome da International Comission on Stratigrphy (ICS) recomenda que
o termo “Quaternário” seja enquadrado como Sub-Era (Sub-Eratema) na coluna de tempo
13
geológico, admitindo seu limite inferior coincidente com a base do Andar Gelasiano (~2,6Ma).
Tal proposta foi submetida à aprovação da International Union of Quaternary Research
(INQUA) e posterior ratificação da International Union of Geological Sciencies (IUGS) em
dezembro de 2005. Recentemente foi publicada no site da ICS (www.stratigraphy.org
) uma
escala de tempo geológico desenhada por Ogg (2006), com a recomendação formal aprovada por
esta comissão, ratificada pelo IUGS e submetida ao INQUA (Apêndice A).
Suguio et al. (2005) propõe o abandono da palavra Holoceno e a permanência do termo
“Quaternário” como unidade cronoestratigráfica informal. De acordo com estes autores, o
“Quaternário” seria utilizado como sinônimo da Época Pleistoceno do Período Neógeno, cujo
limite inferior é rebaixado para 2,6 Ma (Andar Gelasiano).
Esta discussão, ainda em andamento, foge ao escopo da presente dissertação. Assim, o
corrente trabalho seguirá a proposta de Gradstein et al. (2004), a escala de tempo geológica mais
recente, na qual o termo “Quaternário” foi abandonado e as Épocas Pleistoceno e Holoceno são
parte do Período Neógeno.
14
4 ÁREA DE ESTUDO – BACIA DE CAMPOS
A Bacia de Campos está localizada na margem continental sudeste brasileira e ocupa uma
área de aproximadamente 100.000km
2
, abrangendo o sul do Estado do Espírito Santo e o
nordeste do Estado do Rio de Janeiro, entre os paralelos 21°S e 23°S. É limitada em sua porção
norte pelo Alto de Vitória, com a Bacia do Espírito Santo e ao sul pelo Alto de Cabo Frio, com a
Bacia de Santos (Figura 2).
Os furos geológicos estão localizados na porção Norte do talude continental da Bacia de
Campos, em profundidades entre 1150 e 1350m de lâmina d’água. Tal localização corresponde à
parte Sul do estado do Espírito Santo, a cerca de 75km da linha de costa (Figura 2). O fundo do
mar na região estudada tem relevo entrecortado por canais e apresenta declive suave (0-3°)
(Kowsmann & Vicalvi, 2003; Tokutake, 2005). É inteiramente recoberto por uma capa de
sedimentos (drape) conformante com a geomorfologia. Dois canais sinuosos, expressos em
superfície, e vários outros soterrados, cortam a área gerando feições de paleodrenagem
(Kowsmann & Vicalvi, op. cit.). Os poços A e B foram amostrados nesses canais inativos de
orientação W-E e tamanho 2Km e 1Km, respectivamente. O poço C encontra-se fora dos canais
(Figura 2).
Na maior parte da bacia, a deposição atual (Holoceno) consiste numa delgada camada de
vasa de nanofósseis e foraminíferos, correspondente à superfície de inundação máxima do
interglacial atual. A vasa holocênica/pleistocênica varia localmente de espessura e cobre de modo
monótono praticamente todo o fundo do mar da bacia em águas profundas (Machado et al.,
2004).
4.1 R
ELEVÂNCIA DA BACIA DE CAMPOS
A produção comercial de petróleo na Bacia de Campos começou em agosto de 1977, no
Campo de Enchova. As primeiras descobertas ocorreram em águas atualmente consideradas
rasas, em torno de 100m, as primeiras plataformas construídas eram do tipo fixas, que consistem
em jaquetas, assentadas no fundo do oceano, sobre as quais são posicionados os conveses com as
Brasil
14 Km
15
Figura 2: Mapa de localização dos furos
geológicos estudados na Bacia de Campos.
Detalhe da feição de paleodrenagem que
corta a área de estudo com projeção dos
furos geológicos estudados. Os poços A e B
situam-se em canais inativos distintos. O
poço C situa-se fora de canal. Modificado
de Tokutake (2005).
Poço A
Poço B
Poço C
Canal
Canal
Canal
Canal
2,8 Km
16
utilidades e instalações de perfuração e produção. Hoje, os trabalhos da PETROBRAS na área, se
situam na liderança mundial, tanto no segmento exploratório como no desenvolvimento da
produção.
A importância da Bacia de Campos se deve às suas reservas comprovadas de óleo e gás
natural que, em 2002, foram calculadas em 8,5 bilhões de barris de óleo e 125,3 bilhões de
metros cúbicos de gás, respectivamente, totalizando, naquela data, 9,2 bilhões de barris de óleo
equivalente - boe (óleo e gás). Este volume representa cerca de 84% da reserva do país: 11,01
bilhões de boe.
Espalhados por dezenas de campos de petróleo estão em operação mais de mil poços de
óleo e gás, 38 plataformas fixas e móveis de produção, 4.200 quilômetros de dutos submarinos,
produção de mais de um milhão de barris de óleo e 15,7 milhões de metros cúbicos de gás,
representando cerca de 80% e 42% da produção nacional, respectivamente (disponível em:
<http://www2.petrobras.com.br/portal/tecnologia.htm
>).
4.2 E
VOLUÇÃO ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DE CAMPOS
A origem e a evolução tectono-estratigráfica da Bacia de Campos assemelham-se às das
demais bacias brasileiras da margem leste, cuja origem está relacionada com o rompimento do
supercontinente Gondwana (Barbosa, 2002).
A Bacia de Campos é embasada por rochas pré-cambrianas de natureza gnáissica,
recobertas por derrames basálticos e camadas vulcanoclásticas eocretáceas da Formação
Cabiúnas, datada entre 120Ma e 130Ma (Dias et al., 1990), que constituem o assoalho de todo o
preenchimento sedimentar da bacia.
Discordantemente com a Formação Cabiúnas se depositam as rochas barremianas e
aptianas da Formação Lagoa Feia, que incluem conglomerados polimíticos, arenitos, folhelhos
ricos em matéria orgânica, siltitos e coquinas, definindo uma seqüência completa de
sedimentação lacustre. As coquinas formam camadas com espessuras entre 15m e 50m,
nomeadas de Membro Coqueiros. O Membro Retiro designa uma suíte evaporítica, apresentando
17
intercalações rítmicas de anidrita e halita. Dos evaporitos deste Membro se originam grandes
domos salinos, que perfuram boa parte das rochas sedimentares sobrejacentes.
Durante o intervalo Albiano-Cenomaniano, predominam as condições marinhas, quando
são depositadas concordantemente com a Formação Lagoa Feia as rochas da Formação Macaé. O
Membro Quissamã, consiste de calcarenitos e calcirruditos oolíticos, por vezes dolomitizados. A
sucessão vertical inclui camadas de calcilutito, marga e folhelho, um pacote conhecido como
Membro Outeiro. Corpos de areias turbidíticas que ocorrem isoladamente são chamados de
Arenito Namorado. Na parte proximal da bacia, a Formação Macaé consiste em conglomerados e
arenitos mal selecionados que caracterizam o Membro Goitacás.
O Grupo Campos representa o preenchimento pós-Cenomaniano na bacia e é caracterizado
pela seção clástico-carbonática sobreposta aos carbonatos Macaé. Consiste em três unidades
principais interdigitadas lateralmente. A unidade proximal, Formação Emboré, é caracterizada
por arenitos e carbonatos impuros sobrepostos e lateralmente interdigitados com a Formação
Ubatuba. Como resultado da atuação de correntes de turbidez em ambiente de talude e bacia,
foram depositados os arenitos finos a conglomeráticos da Formação Carapebus. Depositada em
ambiente francamente marinho, a Formação Ubatuba é composta por milhares de metros de
folhelhos e margas, com corpos turbidíticos intercalados, coletivamente conhecidos como
Membro Carapebus (Dias et al., 1990; Rangel et al., 1994) (Figura 3).
4.3 P
LEISTOCENO/HOLOCENO DA BACIA DE CAMPOS
A Bacia de Campos possui uma plataforma continental arenosa e um talude argiloso,
erodido por vários cânions. Mais de 70% desta bacia está em águas com profundidades maiores
que 200m. A plataforma continental tem em média 100km de largura e a quebra da plataforma
varia de 80m de lâmina d’água, na porção norte, até 130m na parte Sul, com uma profundidade
média de 110m. O talude continental tem início na quebra da plataforma, próximo à isóbata de
120m e termina na isóbata de 2.000m, na região do Platô de São Paulo. O talude se estende por
mais de 400km, com um gradiente de inclinação médio de 2,5° (Viana et al., 1998; Vicalvi, 1997
e 1999; Viana et al., 2003; Gonthier et al., 2003; Machado et al., 2004) (Figuras 2, 4 e 5).
Figura 3: Carta estratigráfica da Bacia de Campos segundo Rangel (1994).et al.
18
19
A grande quantidade de areia acumulada no talude superior da Bacia de Campos sugere que
estes depósitos podem constituir excelentes reservatórios de hidrocarbonetos, caso fiquem
preservados no registro geológico. Este tipo de preservação pode ser comprovada e observada no
final do Neógeno da Bacia de Campos através da análise de dados sísmicos (Viana & Faugères,
1998, Viana et al., 2003, Gonthier et al., 2003; Machado et al., 2004).
A hidrodinâmica do Atlântico Sul, em larga escala, não teve mudanças significativas desde,
pelo menos, o Oligoceno/Mioceno Inicial. Sendo assim os processos que atuam hoje podem, em
termos gerais, ser extrapolados para tempos passados (Viana et al., 1998).
Os principais controles da sedimentação atual da Bacia de Campos incluem características
fisiográficas, oceanográficas, padrões hidrodinâmicos e disponibilidade de sedimentos (Viana &
Faugères, 1998; Viana et al., 1998; Caddah et al., 1998, Viana et al., 2003, Gonthier et al., 2003;
Machado et al., 2004).
4.3.1 Fisiografia
A Bacia de Campos é marcada pela similaridade entre a linha de costa atual e a quebra da
plataforma. Grandes cânions submarinos foram desenvolvidos com uma tendência radial
divergente a partir da projeção da margem (São Tomé, Itapemirim, Grussai, Almirante Câmara,
entre outros). Tais cânions aliados a voçorocas são considerados os maiores condutos de
sedimentos que alimentam ambientes profundos (Figura 4 e 5).
O limite da plataforma é marcado por: (i) vários quilômetros de bancos de carbonato que
formam, localmente, altos topográficos; (ii) sistemas de voçorocas que escavam esta região; (iii)
constante atuação de movimentos de massa. A quebra da plataforma é marcada por uma escarpa
entre as isóbatas de 120 e 220m atingindo, em determinado locais, mais de 14° de mergulho
(Viana & Faugères, 1998, Viana et al., 2003, Gonthier et al., 2003, Machado et al., 2004).
Área de Estudo
Figura 4: Aspecto geral do fundo do mar atual da margem continental sudeste brasileira.
Modificado de Machado (2004).et al.
20
21
Figura 5: Fisiografia de fundo e distribuição espacial das fácies sedimentares superficiais da Bacia de Campos.
Modificado de Machado (2004).et al.
Área de Estudo
22
4.3.2 Hidrografia e Oceanografia
Fenômenos físicos oceânicos possuem diferentes escalas temporais e espaciais, e podem ser
observados em todos os oceanos. Estes vários processos (muitos deles direcionados por
fenômenos atmosféricos) levam a heterogeneidades na distribuição de propriedades e
características das águas marinhas (Viana et al., 1998). Entre eles, a estratificação da coluna
d’água em diferentes massas d’água com propriedades termodinâmicas particulares (temperatura,
salinidade, etc.) e suas características de movimentação (componentes de velocidade e nível de
superfície marinha) desempenham uma importante função na sedimentação (Viana et al., 1998,
Rahmstorf, 2002).
A hidrografia da margem sudeste brasileira tem sido intensamente estudada (Viana &
Faugères, 1998; Viana et al., 1998, Viana et al., 2003, Gonthier et al., 2003). O limite da
plataforma e o talude continental apresentam uma massa d’água estratificada em múltiplas
camadas com diferentes padrões de circulação. Adicionalmente, exercem influência nestes
padrões fatores como: correntes de fundo relacionadas à maré, ondas de tempestade de alta
amplitude, redemoinhos e o meandramento da Corrente do Brasil (CB).
De acordo com Viana & Faugères (1998), Viana et al. (1998), Viana et al. (2003) e
Gonthier et al. (2003), a circulação superficial pode ser separada em correntes de plataforma e a
Corrente do Brasil (CB).
Correntes de plataforma são o resultado da combinação de fatores meteorológicos e de
maré, que agem sobre as águas plataformais.
A Corrente do Brasil é um corpo d’água que flui em sentido sul, direcionada pela ação dos
ventos. A margem interna desta corrente coincide grosseiramente com a quebra da plataforma.
Em sentido oposto à CB, existe a Corrente Contrária do Brasil (CCB), que flui abaixo das
isóbatas de 350 e 400m de sul para norte, e constitui uma massa d’água conhecida como Águas
Centrais do Atlântico Sul (ACAS).
Segundo Viana et al. (1998) e Rahmstorf (2002), as massas d’água podem ser divididas,
verticalmente, em dois grupos principais: águas superficiais e águas profundas.
23
As águas superficiais são influenciadas principalmente por regimes de ventos anticiclônicos
e compreendem duas massas d’água distintas: Águas Tropicais Superficiais (ATS) e Águas
Centrais do Atlântico Sul (ACAS).
As águas profundas, definidas assim por estarem abaixo da isóbata de 500m (termoclina),
podem ser divididas em: Águas Intermediárias Antárticas (AIA); Águas Profundas
Circumpolares (APC); Águas Profundas do Atlântico Norte (APAN) e; Águas de Fundo
Antárticas (AFA).
4.3.3 Sedimentologia
O sistema deposicinal de águas profundas do Cenozóico da Bacia de Campos é melhor
compreendido no estudo do atual fundo marinho (Machado et al., 2004). De acordo com Viana et
al. (1998), o padrão moderno de sedimentação na margem continental sudeste brasileira é
representativo de um nível relativo de mar alto. Dados geológicos e oceanográficos sugerem que
uma contínua e significante transferência de sedimentos da plataforma para o talude ocorre até os
dias atuais. Tais dados sugerem também que diferentes correntes termoalinas exerceram uma
importante função na determinação dos padrões de sedimentação no talude pelo menos durante o
Neógeno Superior.
Os sedimentos do Pleistoceno/Holoceno do talude da Bacia de Campos são em sua maioria
compostos por lamas siliciclásticas com baixo conteúdo carbonático e matéria orgânica.
Laminações e gradação normal nas lamas siltosas e siltes sugerem que a sedimentação é
dominada por correntes turbidíticas diluídas. Tais lamas siliciclásticas são intercaladas com finas
camadas de areia turbidítica. O espalhamento de areias lamosas plataformais bioturbadas ocorre
no talude médio e superior, e lamas hemipelágicas e margas no talude inferior (Caddah et al.,
1998, Viana et al., 2003, Gonthier et al., 2003, Machado et al., 2004).
Areias siliciclásticas e bioclásticas ocupam a plataforma interna e média. Lamas
plataformais derivam da descarga do Rio Paraíba do Sul. A plataforma externa moderna é
dominada por sedimentos principalmente silicilásticos e subordinadamente por sedimentos
carbonáticos. Areias siliciclásticas se estendem por toda a área da plataforma externa,
24
desenvolvendo amplos campos de dunas e constituem a principal fonte de suprimento arenoso
para águas profundas (Viana & Faugères, 1998; Viana et al., 1998).
Os sedimentos superficiais do talude superior geralmente compreendem areias derivadas da
plataforma se estendendo até a isóbata de 750m no norte e 600m no sul. Essas areias são
siliciclásticas e bioclásticas em sua composição, com alguma presença de mica e glauconita.
Sedimentos lamosos também ocorrem, na maioria das vezes, associados às areias e onde a
atuação de correntes não seja tão significativa. O talude médio é recoberto por intercalações de
areia-lama com uma capa de lama hemipelágica arenosa enriquecida em ferro. O talude inferior é
capeado por uma marga pelágica; ocorre ainda uma fina camada (< 10cm de espessura) de vasa
calcária, composta por nanofósseis e foraminíferos, que recobre a crosta enriquecida em ferro
(Caddah et al., 1998; Viana & Faugères, 1998; Viana et al., 1998, Viana et al., 2003, Gonthier et
al., 2003, Machado et al., 2004).
Condições paleoclimáticas, de acordo com análise de foraminíferos, demonstram que os
principais episódios de transferência de sedimentos arenosos da plataforma externa para o talude
superior e médio ocorreram durante o início do Holoceno. Depósitos de movimentos de massa,
incluindo amplas unidades de escorregamentos (slumps) e discretas camadas de fluxo de detritos
(debris flow), são associadas com períodos de nível de mar baixo. (Caddah et al., 1998, Viana et
al., 2003, Gonthier et al., 2003, Machado et al., 2004)
O talude apresenta uma taxa de sedimentação em média variando de 26 a 2cm/Ka do talude
superior para o inferior; e esta mesma taxa variando de 98 a 74cm/Ka do talude médio para o
talude inferior (Caddah et al., 1998).
Através da análise de foraminíferos planctônicos, para o talude e sopé continental da
margem equatorial brasileira, Vicalvi & Palma (1980) encontraram taxas de sedimentação para o
Holoceno variando de 5,4 a 16,3cm/Ka. No final do Pleisoceno (Glacial), as taxas de acumulação
variam de 21,2 e 22,5cm/Ka.
De acordo com os cálculos apresentados por Vicalvi (1997) para o talude da Bacia de
Campos, as taxas de sedimentação variam de 249 a 3,2cm/Ka. Mais recentemente, Kowsmann &
Vicalvi (2003) apresentaram valores de taxa de sedimentação na área adjacente aos testemunhos
estudados nesta dissertação, variando de 16 a 8cm/Ka.
25
Globalmente, segundo Kennett & Huddlestun (1972), as taxas de sedimentação no
Pleistoceno/Holoceno oscilam entre 20 e 10cm/Ka.
26
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1 M
ATERIAL DE ESTUDO TESTEMUNHOS
Na campanha realizada em 2003 pelo navio de sondagem Bucentaur na porção Norte da
Bacia de Campos foram coletados oito testemunhos a pistão, através de um Jumbo Piston Core de
21m de comprimento, visando caracterizar o solo marinho (Kowsmann & Vicalvi, 2003).
Foram analisadas neste estudo 222 amostras provenientes de três testemunhos a pistão
(Tabela 1) perfurados na região de talude continental da Bacia de Campos durante a campanha
acima mencionada. Estes testemunhos foram amostrados na direção aproximadamente N-S
(Figura 2) e encontram-se atualmente em Macaé, sob custódia da PETROBRAS.
Tabela 1 – Testemunhos a pistão do talude continental da Bacia de Campos utilizados neste trabalho.
TESTEMUNHO RECUPERADO (cm) COORDENADAS UTM (m) BATIMETRIA (m)
A 0 (topo) – 1975 (base) 7.643.476 N / 394.814 E 1346
B 0 (topo) – 1910 (base) 7.650.326 N / 386.778 E 1179
C 0 (topo) – 1815 (base) 7.654.702 N / 391.369 E 1287
Os testemunhos a pistão são coletados em um tubo que penetra sedimentos marinhos ou
lacustres por métodos hidráulicos, ao invés de introduzidos por gravidade ou tração (Allaby &
Allaby, 1990; Bates & Jackson, 1987).
O Jumbo Piston Core possui cabeça de quatro toneladas e seções de tubo de aço com
comprimento total de 21 metros, lançado em queda livre de dois metros. A bordo, os
testemunhos, encapsulados num liner de PVC de 102mm de diâmetro interno, foram cortados em
seções de 90cm, para acondicionamento. No Laboratório de Geologia, em Macaé, as seções
foram abertas longitudinalmente e descritas (Kowsmann & Vicalvi, 2003).
A descrição, efetuada na escala 1:20, incluiu cor, granulometria, fácies e estruturas
primárias (Figura 6). A classificação de fácies combinou a textura do sedimento com o teor de
CaCO
3
, este último estimado através da intensidade de fervura em HCl 10% (Kowsmann &
Vicalvi, 2003). As cores associadas foram escolhidas arbitrariamente para efeito de melhor
representação gráfica nas figuras. Os teores de carbonato foram os seguintes:
MG
LR
LL
LR
LL
L
LA
AS
L
AS
L
AS
0cm
1815 cm
Poço C
MG
LR
LL
0cm
1910 cm
Poço B
MG
LR
LL
LR
LL
LR
LL
0cm
1975 cm
Poço A
(MG) Marga amarelada a cinza oliva, bastante bioturbada
(e).Planolites, Chondrites, Thalassinóides Zoophycos
(LR) Lama rica em carbonato, cinza oliva,
bioturbada ( ), com níveis oxidados.Planolites, Chondrites
(LL) Lama levemente carbonática, cinza esverdeada escura com
partes mais claras, bioturbada ( e
).
Chondrites, Zoophycos
Planolites
(L) Lama siliciclástica, cinza esverdeada escura, bioturbada,
micácea, com níveis centimétricos ricos em matéria orgânica,
e com tubos de pirita.
(LA) Lama arenosa, cinza esverdeada escura,
micácea e bioturbada.
(AS) Areia siliciclástica composta de grãos de quartzo e mica,
fino a médio; base abrupta e topo bioturbado.
Litologias
Figura 6: Descrição litofaciológica dos sedimentos recuperados nos poços A, B
e C, a partir da descrição fornecida. Cores escolhidas arbitrariamente.
27
28
Margas (MG) possuem teores entre 30 e 60%;
Lama rica em carbonato (LR) entre 30 e 15%;
Lama levemente carbonática (LL) entre 15 e 5%;
Lama siliciclástica (L) entre 5 e 0%;
Lama arenosa (LA) e;
Areia siliciclástica (AS).
5.2 A
MOSTRAGEM E TRATAMENTO DAS AMOSTRAS
A amostragem paleontológica retirou aproximadamente 10cm
3
de sedimentos por amostra
ao longo dos testemunhos, preferencialmente espaçados em intervalos regulares de 30cm ou
acordo com variações litológicas.
O tratamento das amostras seguiu a metodologia padrão para microfósseis calcários
(Ericson & Wollin, 1968; Kennett & Huddleston, 1972; Bé et al., 1976; Boltovskoy & Wright,
1976; Prell & Damuth, 1978; Thunell, 1984; Martin et al., 1990a; Vicalvi, 1977, 1997 e 1999;
Sanjinés et al., 2003 e 2005; Duleba et al., 2003; Silva, 2004; Sanjinés, 2004), que consiste nas
seguintes etapas:
No laboratório, as amostras são lavadas em água corrente com peneira de abertura de malha de
62µm;
Posteriormente, são levadas à estufa com temperatura em torno de 60ºC para secagem;
Quando secas, as amostras passam por novo peneiramento com malha de 125µm;
O resíduo das amostras é quarteado, quando necessário, e triado à lupa binocular;
Na fase de triagem foi analisado o resíduo da peneira com abertura de malha superior a 125µm
(Boltovskoy, 1968; Ottens & Nederbragt, 1992; Kandiano & Bauch, 2002; Kowalewski &
Hoffmeister, 2003;).
29
Observa-se sempre a contagem mínima representativa de 300 espécimes de foraminíferos
planctônicos e bentônicos por amostra (Chang, 1967; Weiss & Marshall, 1999). Ao se contar um
número superior a este, a redução do erro é tão insignificante que o tempo empregado não é
compensador (Dixon & Massey Jr., 1969; Beurlen, 1970).
As amostras foram preparadas no Laboratório de Microfauna da gerência de
Bioestratigrafia e Paleoecologia (BPA) do Centro de Pesquisas Leopoldo Miguez (CENPES) da
PETROBRAS. As carapaças foram analisadas com auxílio de lupa binocular (marca Zeiss,
modelo Stemi SV-11), no Laboratório de Análise Micropaleontológica (MicroCentro), da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O registro fotográfico foi feito em microscópio
eletrônico de varredura (MEV), no CENPES.
5.3 A
NÁLISE QUANTITATIVA E QUALITATIVA
Foram identificadas e classificadas taxonomicamente somente as espécies de foraminíferos
relevantes para o biozoneamento do Neógeno Superior, segundo Ericson & Wollin (1968),
Kennett & Huddlestun (1972), Prell & Damuth (1978), Thunnel (1984), Martin et al. (1990a),
Duleba et al. (2003), e especificamente para a Bacia de Campos, neste mesmo intervalo de
tempo, Vicalvi (1997 e 1999).
A taxonomia adotada no presente trabalho apoiou-se em Stainforth et al. (1975), Bolli &
Saunders (1985) e Loeblich & Tappan (1988). A maioria das carapaças analisadas encontra-se
em perfeito estado de conservação. O Apêndice B lista todas as espécies de foraminíferos
planctônicos classificadas, em ordem alfabética, com autor e ano.
As espécies selecionadas para análise bioestratigráfica foram: Globorotalia menardii
menardii (Parker, Jones & Brady), Globorotalia tumida (Brady), Globorotalia fimbriata (Brady),
Globorotalia menardii flexuosa (Koch), Pulleniatina obliquiloculata (Parker & Jones),
Pulleniatina primalis Banner & Blow, Pulleniatina finalis Banner & Blow, Globorotalia inflata
(d’Orbigny), Globorotalia truncatulinoides (d’Orbigny) e Globorotalia crassaformis (Galloway
& Wissler). Vide Estampas I e II, Apêndice C.
30
As globorotalias “menardiformes” constituem um grupo de espécies do gênero
Globorotalia que possui feições morfológicas em comum com a espécie G. menardii, neste
trabalho denominado de plexo G. menardii, seguindo Stainforth et al. (1975). O plexo G.
menardii, por sua particular sensibilidade à temperatura, reúne algumas das mais importantes
espécies indicadoras de águas quentes: G. m. menardii, G. tumida, G. m. flexuosa e G. fimbriata.
Representa um elemento estratégico para a subdivisão estratigráfica do final do Neógeno, uma
vez que sua presença caracteriza intervalos de tempo climaticamente quentes e,
conseqüentemente, sua ausência é associada a períodos glaciais (Ericson & Wollin, 1968;
Adegoke et. al., 1971; Kennett & Huddleston, 1972; Bé et al., 1976; Boltovskoy & Wright, 1976;
Prell & Damuth, 1978; Thunell, 1984; Martin et al., 1990a; Vicalvi, 1977, 1997 e 1999; Duleba
et al., 2003; Sanjinés, 2004).
Pulleniatina é um gênero planctônico típico de águas quentes, controlado pela temperatura
e principalmente pela salinidade (Jones, 1967; Parker, 1962; Bé & Tolderlund, 1971; Cifelli &
Beniér, 1976). Este gênero parece apresentar uma maior tolerância a águas relativamente mais
frias do que o plexo G. menardii (Prell & Damuth, 1978). O plexo Pulleniatina utilizado neste
trabalho envolve três espécies: P. primalis, P. obliquiloculata e P. finalis. Este grupo não foi
classificado em nível específico.
A espécie Globorotalia inflata é indicativa de águas temperadas/frias e tem sido muito
utilizada para melhorar a resolução estratigráfica dos episódios glaciais do Pleistoceno
(Boltovskoy, 1968; Adegoke et. al., 1971; Bé & Tolderlund, 1971; Kennett & Huddlestun, 1972;
Kennett, 1982; Thunnel, 1984; Vicalvi, 1977; Martin et al., 1990a, Vicalvi, 1997 e 1999; Duleba
et al., 2003).
G. truncatulinoides é outra espécie de foraminífero planctônico utilizada como indicadora
de águas frias para o Atlântico Sul (Bé et al., 1976; Vicalvi, 1977; Kennett & Huddlestun, 1972;
Vicalvi & Palma, 1980; Kennett, 1982; Martin et al., 1990a; Duleba et al., 2003).
Segundo Kennett & Huddlestun (1972) que estudaram testemunhos do Golfo do México,
G. crassaformis atinge altas freqüências durante intervalos moderadamente frios, ou seja,
transicionais, e é geralmente ausente durante os períodos de frio mais rigoroso. De acordo com
Vicalvi (1999), para a Bacia de Campos as freqüências mais elevadas de G. crassaformis não
31
mostraram uma relação muito clara com distintas temperaturas, embora possa ser notada uma
tendência para águas mais frias.
De acordo com Martin et al. (1990a), tanto o plexo G. menardii, quanto as espécies G.
inflata e G. truncatulinoides com enrolamento dextral e sinistral, podem ser usadas com sucesso
para subdivisões estratigráficas no Atlântico, Mar do Caribe e Golfo do México.
Segundo Duleba et al. (2003), para regiões de plataforma e talude, o controle estratigráfico
ao longo de testemunhos, pode ser obtido por meio de: (i) curvas paleoclimáticas construídas com
base na freqüência relativa das espécies indicadoras de águas quentes e frias, como a G.
menardii; (ii) desaparecimentos e reaparecimentos de determinadas espécies de foraminíferos
planctônicos, como P. obliquiloculata; (iii) mudança no sentido de enrolamento das câmaras de
determinadas espécies planctônicas de foraminíferos, como G. truncatulinoides entre outros.
Uma vez identificadas e contadas, as espécies foram utilizadas para a determinação de
associações que definem os intervalos característicos (biozonas). A partir das biozonas
identificadas ao longo dos três testemunhos analisados foi estabelecida uma correlação entre eles.
As interpretações bioestratigráficas serão discutidas no capítulo 7.
5.4 C
ORRELAÇÃO GRÁFICA
A Correlação Gráfica tem como objetivo estabelecer o escopo total de táxons fósseis e de
correlacioná-lo entre seções estratigráficas, colocando todas as seções num arcabouço
padronizado. Este método de análise evoluiu consideravelmente durante as últimas três décadas e
vem sendo difundido e utilizado tanto no meio acadêmico, para resolver problemas clássicos de
bioestratigrafia, como na indústria do petróleo, para correlacionar poços num contexto de
estratigrafia de seqüências (Edwards, 1984, 1989 e 1995, Mann & Lane, 1995, Shaw, 1995;
Herrmann et al., 2003).
32
5.4.1 Definição
Correlação Gráfica é um método usado para obter correlações bioestratigráficas precisas,
consistentes e altamente detalhadas entre poços e/ou entre determinadas seções de afloramentos.
Dados não paleontológicos também podem ser correlacionados através deste método (Carney &
Pierce, 1995).
De acordo com Wescott et al. (1998), a Correlação Gráfica é um método quantitativo, com
o qual é possível obter dados mais precisos com relação à taxa de sedimentação, duração de
hiatos e descontinuidades estratigráficas e desta maneira estabelecer a evolução estratigráfica dos
sedimentos que compõem os testemunhos analisados. Segundo Edwards (1995), Correlação
Gráfica é uma ferramenta para solucionar problemas em estratigrafia, análise de bacias,
paleobiogeografia, ou história evolucionária.
A aplicação deste método facilita o reconhecimento de discordâncias e seções condensadas,
resultando em interpretações diretamente aplicáveis em estudos de estratigrafia de seqüências.
Aliada com dados de perfilagem de poço e dados sísmicos, esta técnica auxilia e aperfeiçoa a
exploração de trapas estratigráficas difíceis de serem encontradas, facilitando o reconhecimento
de estruturas mascaradas por discordâncias (Carney & Pierce, 1995, Edwards, 1995, Wescott et
al., 1998).
A Correlação Gráfica não substitui as técnicas tradicionais de paleontologia, é um método
para auxiliar o processamento e a exposição dos dados, acrescentando alternativas aos métodos
tradicionais (Carney & Pierce, 1995).
5.4.2 Descrição do Método
O método de Correlação Gráfica trata primariamente com dados de distribuição de fósseis
(topos e bases), que promovem o melhor meio disponível de correlação paleontológica. Outros
tipos de dados não paleontológicos podem ser utilizados, como: datações radiométricas, análises
de isótopos, padrões magnéticos, logs elétricos e refletores sísmicos (Carney & Pierce, 1995,
Edwards, 1995, Wescott et al., 1998).
33
O processo de correlação gráfica envolve: (i) confrontar duas seções estratigráficas de
idades similares nos eixos coordenados x e y e projetar as associações fossilíferas observadas em
ambas as seções numa linha de correlação (LOC = Line of Correlation) para fazer correlações
precisas, Figura 7a; (ii) confrontar as variações observadas em uma seção estratigráfica contra um
padrão de fósseis escalonados em unidades cronoestratigráficas, Figura 7b (Carney & Pierce,
1995, Edwards, 1995, Wescott et al., 1998).
Em ambos os tipos de comparações, a distribuição de fósseis de uma seção estratigráfica
(poço ou afloramento) é plotada paralela a um eixo do gráfico (geralmente o eixo y) e a
distribuição de fósseis de outra seção ou de um padrão de fósseis é plotada paralelamente ao
outro eixo (geralmente o eixo x). A distribuição de topos e bases dos fósseis em comum entre os
dois eixos é então projetada horizontalmente a partir do eixo y e verticalmente a partir do eixo x e
o cruzamento é plotado no campo do gráfico, oferecendo ao bioestratígrafo todos os pontos de
correlação possíveis entre os dois eixos. Alguns desses pontos potenciais de correlação serão
utilizados, outros não. Com base nos métodos tradicionais de análise bioestratigráfica, na
experiência profissional e no conhecimento da geologia da área, o bioestratígrafo seleciona os
pontos mais razoáveis e toma estes como pontos de correlação entre os dois eixos. Uma vez
apresentada uma disposição destes pontos de correlação no gráfico, o bioestratígrafo pode então
finalizar sua interpretação traçando a LOC, com base nos pontos selecionados (Figura 7). A LOC
interpretada representa o maior e melhor esforço do bioestratígrafo no sentido de descobrir e
expressar a relação naturalmente existente entre as duas seções estratigráficas ou entre a seção e
o padrão de fósseis (Carney & Pierce, 1995, Edwards, 1995, Wescott et al., 1998).
Todos os fatores que o bioestratígrafo precisa considerar utilizando um método
convencional de correlação são igualmente importantes na Correlação Gráfica. Falhas,
descontinuidades, retrabalhamento, influência de ambientes instáveis, grau de preservação dos
fósseis, redistribuição de assembléias mortas (tafonomia) e qualidade da amostragem devem ser
consideradas (Carney & Pierce, 1995, Edwards, 1995, Wescott et al., 1998).
O padrão de fósseis é construído combinando-se associações de fósseis definidas com base
em diversas seções estratigráficas, quanto mais grupos de fósseis forem adicionados, mais preciso
se torna o padrão. Tal padrão pode ser definido tanto localmente, no caso do estudo de uma bacia
34
específica, quanto regionalmente, caso haja necessidade de correlações entre bacias sedimentares
(Carney & Pierce, 1995, Edwards, 1995, Wescott et al., 1998).
A LOC reflete a taxa mínima de sedimentação, quanto mais inclinada maior será o valor da
taxa, ou seja, grande quantidade de sedimentos sendo depositada em um pequeno espaço de
tempo. Por outro lado, quanto mais suave for a curva, menor será a taxa de sedimentação. LOC
horizontal significa período sem deposição e/ou erosão. No próximo item será apresentada uma
discussão pertinente a este tema.
Figura 7: Correlação Gráfica pode ser usada para: (a) comparar duas seções estratigráficas e (b) comparar uma
seção estratigráfica contra um padrão de fósseis. Modificado de Carney & Pierce (1995).
5.4.3 Taxas de Acumulação
É tentador considerar a espessura estratigráfica medida contra a magnitude do intervalo
cronoestratigráfico representado por essa espessura como a taxa de sedimentação. Entretanto,
uma relação direta entre a taxa de sedimentação original e a espessura observada na rocha não
pode ser facilmente estabelecida em decorrência do efeito dos processos geológicos
(compactação, redistribuição, remoção parcial, diagênese e metamorfismo) que atuam nestes
sedimentos antes e durante a litificação (Carney & Pierce, 1995). Miller (1977, p.166, apud
35
Carney & Pierce, 1995) afirmou que: “Numa seção estratigráfica, nós observamos somente o
sedimento que foi preservado e litificado, não a quantidade total de sedimento que foi
originalmente depositada. Inúmeros efeitos do processo tal como a taxa de sedimentação original,
erosão subaérea e subaquosa anterior ao soterramento, e compactação posterior ao soterramento
são compensados para a espessura de rocha que nós observamos e medimos. Shaw define a
espessura de rocha que é atualmente observada numa seção estratigráfica contra um intervalo
cronoestratigráfico representado como taxa de acumulação da rocha e não como taxa de
sedimentação...” A idéia apresentada por Shaw e Miller (apud Carney & Pierce, 1995) será
seguida nesta dissertação e os resultados numéricos serão apresentados sob o título de taxa de
acumulação.
A LOC representa uma comparação da espessura de rocha observada em duas seções
estratigráficas, ou uma comparação da espessura de rocha observada em uma seção estratigráfica
com uma escala geocronológica, expressa em termos da distribuição de fósseis (Figura 7). Por
conseguinte, existe uma relação direta entre a inclinação da LOC e a média da taxa de
acumulação das seções estratigráficas envolvidas. No caso da correlação entre duas seções
estratigráficas, se a média da taxa de acumulação da rocha for igual nas duas localidades, a LOC
entre estas seções terá uma inclinação de 45°. Qualquer diferença na média da taxa de
acumulação entre as seções analisadas implicará numa LOC com ângulo maior ou menor que
45°. Igualmente, quando uma seção estratigráfica é confrontada com um padrão de fósseis,
variações na inclinação da LOC refletem diferenças na taxa de acumulação ao longo da história
geológica da seção. Períodos de erosão/não deposição materializados em: discordâncias, hiatos e
seções condensadas, são representados por terraços na correlação gráfica, quando a LOC assume
um comportamento horizontal. Este intervalo de tempo pode ser mensurado (Carney & Pierce,
1995, Wescott et al., 1998).
Uma seção estratigráfica expressa o resultado da deposição de seus sedimentos sob variadas
condições ambientais, incluindo diferentes taxas de sedimentação. A LOC reflete estes distintos
contextos, logo, esta linha pode num mesmo gráfico assumir diferentes comportamentos,
apresentando pequenas quebras, mudanças de inclinação e superfícies horizontais (Carney &
Pierce, 1995, Wescott et al., 1998).
36
A técnica de Correlação Gráfica proporciona uma visão ampla e integrada de todas as fases
da história evolutiva dos testemunhos ou afloramentos analisados. Com o auxílio da LOC podem
ser realizados cálculos com relação à duração de hiatos e à taxa de acumulação, tendo sempre em
mente que o resultado é uma estimativa da real taxa de sedimentação da seção estratigráfica
estudada (Carney & Pierce, 1995, Wescott et al., 1998).
5.5 R
AZÃO FORAMINÍFEROS PLANCTÔNICOS/BENTÔNICOS
Foraminíferos têm sido utilizados como indicadores batimétricos desde a década de 1930
(Norton, 1930, apud Boltovskoy & Wright, 1976; Natland, 1933, apud Savini 1995 e Boltovskoy
& Wright, 1976; Smith, 1955; Natland, 1957, apud Kennett, 1982, Boltovskoy & Wright, 1976,
Culver, 1988). Essencialmente, a distribuição de foraminíferos bentônicos na associação total é
inversamente proporcional à profundidade (Smith, 1955; Beurlen, 1970; Van der Zwaan et al.,
1990). Com o aumento da profundidade, o percentual de indivíduos planctônicos aumenta
(Smith, 1955; Murray, 1976; Valchev, 2003).
Em 1955, Grimsdale e Van Morkhoven (apud Van der Zwaan et al., 1990) publicaram um
clássico estudo da aplicação da razão entre foraminíferos planctônicos e bentônicos (razão P/B)
em reconstruções paleobatimétricas. Seu trabalho seguiu os estudos de Phleger (1951, apud Van
der Zwaan et al., 1990), que também apontava a relação entre a razão P/B e a profundidade. Eles
estabeleceram que a proporção de foraminíferos planctônicos na associação total aumenta
sistematicamente em direção às águas profundas (Van der Zwaan et al., 1990). A razão P/B tem
sido amplamente aplicada em estudos paleoecológicos e bioestratigráficos (Smith, 1955; Beurlen,
1970; Murray, 1976; Berger & Diester-Haass, 1988; Bertels et al., 1989; Van der Zwaan et al.,
1990; Savini, 1995; Lagoe et al., 1997; Van der Zwaan et al., 1999; Valchev, 2003; Van
Hinsbergen et al., 2005, entre outros)
A razão P/B é dependente do suprimento de foraminíferos bentônicos e planctônicos, junto
com os efeitos pós-morte de transporte e destruição. Toda área do assoalho oceânico está sujeita à
processos químicos (dissolução), físicos (transporte, abrasão) e biológicos (predação) que podem
alterar a associação em variados níveis. Considerando uma situação ideal onde os efeitos de
tafonomia são desprezíveis, a associação de foraminíferos acumulada no assoalho oceânico vai
37
consistir em: carapaças bentônicas produzidas in situ e carapaças planctônicas decantadas das
águas oceânicas acima (Murray, 1976).
De posse de dados do Mar Céltico, Golfo do México, Golfo Pérsico e Mar de Andaman,
Murray (1976) postulou que: a plataforma interna é caracterizada por menos de 20% de
indivíduos planctônicos; a plataforma média por 10 a 60%; a plataforma externa por 40 a 70%; e
o talude superior por mais de 70%. Os maiores valores foram estabelecidos para o talude inferior,
em torno de 90% de formas planctônicas (Boersma, 1983).
A distribuição dos foraminíferos é o resultado de uma complexa interação de inúmeras
variáveis (temperatura, nutrientes, salinidade, substrato, pH, luz, oxigênio, teor de CaCO
3
, entre
outras). Um único fator ambiental, como a profundidade, não pode ser a razão para todas as
variações observadas na distribuição das assembléias. Variáveis como massas d’água, influxo de
lama terrígena, redeposição e suprimento de matéria orgânica são fatores importantes que
influenciam a distribuição destes organismos no talude continental. Adicionalmente, essa razão é
ainda influenciada pela dissolução parcial dos carbonatos (Lagoe et al., 1994; Lagoe et al., 1997;
Buzas & Culver, 1980; Culver & Buzas, 1981; Berger & Diester-Haass, 1988; Culver, 1988;
Savini, 1995; Collins et al., 1996; Haslett, 2002; Leckie & Olson, 2003).
Os dois fatores, profundidade e disponibilidade de nutrientes no assoalho oceânico, estão
intimamente relacionados. A produtividade é alta em áreas costeiras e apresenta um decréscimo
acentuado com a profundidade. Como uma conseqüência da relação entre produtividade-
profundidade, as atividades das assembléias bentônicas diminuem; o que parece ter relação com a
profundidade pode ser controlado pela disponibilidade de matéria orgânica (nutrientes) no
assoalho oceânico (Berger & Diester-Haass, 1988). O fato do fluxo orgânico ser inversamente
proporcional à profundidade explica o porquê da razão P/B co-variar com a profundidade (Berger
& Diester-Haass, 1988, Van der Zwaan et al., 1990). Portanto, segundo Berger & Diester-Haass
(1988), quando se trabalha com a razão P/B, é necessário levar em consideração pelo menos três
fatores ambientais que não são independentes: profundidade, suprimento alimentar e dissolução
parcial.
A quantidade, qualidade e diversidade, bem como o tamanho da carapaça dos foraminíferos
bentônicos são utilizados também na identificação de fácies turbidíticas (arenosas ou lamosas)
depositadas em águas profundas e depósitos de movimentos de massa, diferenciando estes
38
eventos das fácies características de talude (Brunner & Ledbetter, 1987 e 1989; Collins et al.,
1996; Vilela & Maslin, 1997; Maslin et al., 1998; Scott et al., 2001; Vilela, 2003; Maslin et al.,
2005). A utilização das formas bentônicas neste sentido serve como um índice de aloctonia para
depósitos de águas profundas (Scott et al., 2001; Sanjinés et al., 2003 e 2005; Sanjinés, 2004).
39
6 BIOESTRATIGRAFIA DO PLEISTOCENO/HOLOCENO
6.1 H
ISTÓRICO
Estudos sobre foraminíferos sub-recentes e fósseis do Pleistoceno/Holoceno tem sido
realizados no Brasil desde as décadas de 1950 e 1960, quando Ericson et al. (1956; 1963; 1964) e
Ericson & Wollin (1956a; 1956b; 1968), analisaram testemunhos coletados em regiões de oceano
profundo do Atlântico, para identificar períodos glaciais (Thunell, 1984; Duleba et al., 2003).
Um dos primeiros zoneamentos do Pleistoceno/Holoceno foi proposto por Ericson &
Wollin (1968) que, motivados pela falta ou descontinuidade do registro geológico continental,
decidiram explorar as bacias oceânicas, convictos de que os sedimentos marinhos oferecem uma
alternativa aproximada. Segundo os autores, a sedimentação contínua e lenta de partículas muito
finas e a presença de microorganismos sensíveis a alterações climáticas junto aos sedimentos
marinhos promovem um mecanismo ideal para o registro geológico. Os autores tinham o objetivo
de determinar o limite Plioceno/Pleistoceno e a duração desta última época glacial. Para tal foram
estudados 10 testemunhos, coletados no Golfo do México, Mar do Caribe e Oceano Atlântico,
pertencentes à coleção do Lamont Geological Observatory. Foram definidas quatro zonas glaciais
e três interglaciais, baseadas na variação da freqüência do plexo G. menardii (G. menardii, G.
tumida e G. m .flexuosa) e na variação na direção de enrolamento de G. truncatulinoides. São
elas: Q (glacial); R (interglacial); S (glacial); T (interglacial); U (glacial); V (interglacial); W-X-
Y (glacial) e; Z (pós-glacial).
O limite Plioceno/Pleistoceno, segundo Ericson & Wollin (1968) é marcado pela extinção
do gênero de nanofóssil calcário Discoaster e pelo primeiro aparecimento de G. truncatulinoides
em abundância. Este limite é datado em 2 milhões de anos antes do presente por
paleomagnetismo.
Kennett & Huddlestun (1972) desenvolveram um extenso trabalho com testemunhos a
pistão do Golfo do México, correspondentes ao final do Pleistoceno e Holoceno. Dentre suas
inúmeras contribuições destacam-se para esta dissertação a identificação do dátun G. m. flexuosa
(item 6.3.1) e a definição de 18 subzonas de foraminíferos planctônicos, baseadas no zoneamento
40
de Ericson & Wollin (1968), e relacionadas a mudanças paleoclimáticas. São elas: W (2 e 1), X
(5 a 1), Y (8 a 1) e Z (2 e 1).
Analisando as associações de foraminíferos planctônicos em testemunhos do Atlântico
Equatorial, Bé et al. (1976) reconheceram o último reaparecimento de Pulleniatina
obliquiloculata na parte superior da zona glacial Y de Ericson & Wollin (1968) e dataram este
marco em 15Ka AP, através de radiocarbono.
Prell & Damuth (1978) definiram o desaparecimento de Pulleniatina obliquiloculata na
Zona Y de Ericson & Wollin (1968) como o bio-horizonte P. obliquiloculata, designado Y
P.obliq
.
Este bio-horizonte divide a Zona Y aproximadamente no meio e é diácrono, com idades variando
de aproximadamente 60Ka AP no Golfo do México, para 50Ka AP no Caribe Ocidental até 35Ka
AP para o Atlântico Equatorial. Esse diacronismo deve-se a mudanças climáticas e ambientais no
Oceano Atlântico.
No sentido de refinar as zonas propostas por Ericson & Wollin (1968), Martin et al.
(1990a) estudaram testemunhos do “Ocean Drilling Program” (ODP), do Golfo do México, Mar
do Caribe e Oceano Atlântico. Utilizando a abundância relativa do plexo G. menardii e de G.
inflata, suplementada por variações no enrolamento de G. truncatulinoides, subdividiram as
zonas pleistocênicas mais antigas que a Zona W de Ericson & Wollin (op. cit.) em 16 subzonas,
resultando em uma duração média de 100Ka por unidade, fornecendo uma resolução
significativamente superior à proposta anteriormente, que era em média de 300Ka por unidade.
Destaca-se em importância para este trabalho o zoneamento proposto por Vicalvi (1997 e
1999). Trata-se de um trabalho pioneiro no Brasil, que enfoca o Pleistoceno e Holoceno do talude
da Bacia de Campos.
Segundo Vicalvi (1997 e 1999), o limite Pleistoceno/Holoceno e os limites entre zonas e
subzonas do Pleistoceno podem ser obtidos por meio do controle presença/ausência/abundância
relativa do plexo G. menardii (G. menardii, G. tumida, G. m. flexuosa e G. fimbriata). Este autor
inclui a espécie holocênica G. fimbriata no plexo G. menardii. Também são considerados valores
percentuais de G. inflata e G. truncatulinoides, controle dos desaparecimentos e reaparecimentos
do plexo Pulleniatina (P. primalis, P. obliquiloculata e P. finalis) durante os últimos 175Ka e o
desaparecimento de G. m. flexuosa.
41
De acordo com Vicalvi (1997 e 1999), as subdivisões do Pleistoceno são baseadas em
episódios adicionais de aparecimentos e desaparecimentos de determinadas espécies de
foraminíferos planctônicos, representando simplesmente eventos migracionais não-
evolucionários ou a resposta a mudanças climáticas, comumente de significado regional. Um
exemplo disto é o caso do desaparecimento de G. m. flexuosa no final do último episódio
interglacial (Kennett & Huddlestun, 1972; Thunnel, 1984) e dos desaparecimentos de
reaparecimentos de P. obliquiloculata nos últimos 175Ka (Bé et al., 1976; Prell & Damuth,
1978).
Com base nas variações de freqüência do plexo G. menardii, de G. inflata e de G.
truncatulinoides, complementadas pelas observações sobre o desaparecimento/reaparecimento do
plexo Pulleniatina, Vicalvi (1997) subdividiu as zonas X, Y (Pleistoceno) e Z (Holoceno) de
Ericson & Wollin (1968) em 15 subzonas (X11 a X1, Y2, Y1, Z2 e Z1).
A partir das zonas propostas por Ericson & Wollin (1968) e de seus estudos com
foraminíferos na Bacia de Campos publicados em Vicalvi (1997), Vicalvi (1999) reconheceu 18
distintas subzonas de foraminíferos planctônicos, desde a parte superior da Zona W até o presente
(Zona Z). A variação percentual do plexo G. menardii em relação à fauna total de foraminíferos
planctônicos permitiu a subdivisão da Zona X (último episódio interglacial) em onze subzonas
(X11 a X1) e a divisão da Zona Z (pós-glacial) em duas subzonas (Z2 e Z1). O controle da
freqüência do plexo Pulleniatina fundamentou a divisão da Zona Y (último episódio glacial) em
cinco subzonas (Y5 aY1).
Os trabalhos de Vicalvi de 1997 e 1999 são complementares e a principal diferença está na
Zona Y. No trabalho mais antigo o autor reconhece somente duas divisões para este período,
enquanto em sua tese de doutorado (1999) ele propõe que o último período glacial seja divido em
cinco subzonas.
42
6.2 R
EFINAMENTO BIOESTRATIGRÁFICO PARA O PLEISTOCENO/HOLOCENO DA BACIA DE
CAMPOS
Serão abordadas somente as biozonas de W a Z em virtude dos testemunhos analisados
restringirem-se a este intervalo estratigráfico. As definições das biozonas identificadas foram
modificadas de Vicalvi, (1997 e 1999) e encontram-se sintetizadas a seguir (Figura 8).
Zona W (Pleistoceno)
Representa um intervalo glacial de curta duração, 38Ka. Os limites inferior (V/W) e
superior (W/X) foram determinados radiometricamente em 165Ka e 127Ka antes do presente,
respectivamente (Broecker & Van Donk, 1970). Esta zona é distinguida pela ausência ou pelos
percentuais muito baixos de formas de águas quentes como o plexo menardiforme e o plexo
Pulleniatina, e pela ausência de G. m. flexuosa. As formas de águas frias G. inflata e G.
truncatulinoides estão presentes em proporções variáveis. A zona está marcada também pela
presença constante de G. crassaformis.
Nesta dissertação, a Zona W foi dividida em duas (W1 e W2), segundo as definições de
Kennett & Huddlestun (1972). W2 é caracterizada pela presença de G. crassaformis, G.
truncatulinoides e baixas freqüências dos plexos G. menardii e Pulleniatina. Próximo ao contato
W2/W1 ocorre um abrupto aumento na freqüência de G. inflata. A Subzona W1, por sua vez, é
marcada por altas freqüências de G. inflata e G. truncatulinoides.
Zona X (Pleistoceno)
Esta unidade se estende de 127Ka a 84Ka antes do presente (Broecker & Van Donk, 1970;
Damuth, 1975) e representa um episódio relativamente quente (interglacial), com a ocorrência de
curtos períodos mais frios. Caracteriza-se pela consistente presença do plexo G. menardii,
incluindo G. m. flexuosa como espécie mais importante do grupo, associado a outras formas
indicativas de águas quentes como o plexo Pulleniatina. As espécies indicativas de águas frias,
G. inflata e G. truncatulinoides, são registradas com algum significado em determinados
intervalos. Decresce o número de G. crassaformis em relação à zona W. O topo é marcado pelo
Pleistoceno
Holoceno
Cronoestratigrafia
Intervalo
Pós-Glacial
Glacial
Interglacial
Glacial
Interglacial
Ericson & Wollin (1968)
Z
Y
X
V
W
Z1
Z2
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
Y6
Y7
Y8
X1
X2
X3
X4
X5
W1
W2
Kennett & Huddlestun (1972)
Vicalvi (1999)
Z1
Z2
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
X5
X7
X9
X11
X4
X6
X8
X10
W
Y1A
Y1B
Kowsmann & Vicalvi (2003)
0
5,5
11
15
45/42
74,4/67,7
84
127
165
375
Idade (Ka)
(YP.4)
(YP.3)
(YP.2)
(YP.1)
Bio-horizontes
PresenteAusente
Plexo G.menardii
PresenteAusente
Plexo Pulleniatina
PresenteAusente
G.inflata
43
Figura 8: Esquema simplificado do biozoneamento do Pleistoceno Final e Holoceno, modificado de Ericson & Wollin (1968);
Kennett & Huddleston (1972); Bé (1976); Prell & Damuth (1978); Thunell (1984); Vicalvi (1997 e 1999) e Kowsmann & Vicalvi (2003). Idades representadas fora de escala.et al.
44
desaparecimento do plexo G. menardii e pela última ocorrência de G. m. flexuosa (Kennett &
Huddlestun, 1972), evento datado em 84Ka AP (Damuth , 1975).
Oscilações nos percentuais das espécies menardiformes, causadas por curtos períodos mais
frios, possibilitaram a divisão desta Zona em 11 subzonas para a Bacia de Campos. As subzonas
identificadas com números ímpares (X11, X9, X7, X5, X3 e X1) apresentam os maiores
percentuais do plexo G. menardii (acima de 5%) e representam os períodos mais quentes dentro
da última zona interglacial, contrariamente às subzonas identificadas com números pares (X10,
X8, X6, X4 e X2), que representam intervalos de clima mais frio (percentuais de menardiformes
abaixo de 5%).
Zona Y (Pleistoceno)
Esta zona reflete o último episódio glacial, com duração de 84Ka (Damuth, 1975) a 11Ka
antes do presente (Broecker et.al., 1960). É subdividida por Vicalvi (1999) em cinco subzonas
(Y5 a Y1), com base no desaparecimento e reaparecimento do plexo Pulleniatina. Caracteriza-se
também pela ausência do plexo G. menardii e pela alta freqüência das formas de águas frias G.
inflata e G. truncatulinoides. A espécie G. crassaformis está presente na parte mais basal e na
parte superior do intervalo.
Seguindo as orientações de Kowsmann & Vicalvi (2003), no presente trabalho a Subzona
Y1 foi dividida em duas, Y1B e Y1A, baseado no último aparecimento do plexo Pulleniatina em
torno de 15Ka antes do presente (Bé et al., 1976). Assim, a Zônula Y1B possui idade entre 42ka
(bio-horizone YP.3) e 15ka (bio-horizonte YP.4), enquanto a Zônula Y1A possui idade entre
15Ka (bio-horizonte YP.4) e 11Ka (Holoceno). Como o uso do termo Zônula é desencorajado
por GEI (2003), Y1B e Y1A serão referidas como Subzonas.
Zona Z (Holoceno)
Intervalo pós-glacial, de 11Ka até o recente (Broecker et.al., 1960). Assinala o retorno de
águas oceânicas mais quentes, após o último período glacial. É caracterizado pela presença do
plexo G. menardii (com destaque para G. tumida) e pela ausência ou fraca expressão de G.
inflata. G. truncatulinoides só tem ocorrência significativa próximo ao limite com o Pleistoceno,
45
tornando-se um dos seus indicadores. A espécie G. fimbriata, que só ocorre no Holoceno, está
representada. G. crassaformis apresenta-se, em geral, com baixos percentuais. Esta zona é
dividida em duas subzonas, Z2 e Z1. A primeira apresenta percentuais do plexo G. menardii para
fauna total entre 3% e 7% e a segunda entre 1% e 3% (Vicalvi, 1999).
6.2.1 Discussão sobre a classificação das biozonas utilizadas
Este item representa uma tentativa de adaptar as características das biozonas citadas no
item 6.2 às exigências do código NASC (2005), uma vez que nenhum dos autores citados
classifica estas biozonas conforme os tipos previstos nos códigos estratigráficos. Como visto no
terceiro capítulo (item 3.4.2), o tipo de biozona utilizado nesta dissertação não se enquadra em
um único tipo de zona bioestratigráfica, caracterizando Zonas Híbridas.
A Zona de Linhagem não será considerada nesta discussão em virtude das espécies
diagnósticas não apresentarem derivação genética no intervalo de tempo estudado (Thunell,
1984).
As biozonas utilizadas no presente trabalho são identificadas:
pela distribuição vertical de um táxon diagnóstico (Vicalvi, 1997 e 1999), característica de
uma Zona de Amplitude de Táxon. Tal distribuição, por vezes recorrente, é provavelmente de
significado local e não contém a distribuição vertical completa do táxon (Figura 1B).
pela abundância relativa das formas diagnósticas (Ericson & Wollin, 1968; Kennett &
Huddleston, 1972; Martin et al., 1990a; Vicalvi, 1997 e 1999), características de uma Zona de
Abundância (Figura 1E).
pelo comportamento de diferentes espécies que tenham respostas similares a alterações
ambientais, principalmente climáticas (Kennett & Huddleston, 1972; Bé et al., 1976; Thunell,
1984). Logo, é necessária a observação do comportamento de mais de uma espécie para a
identificação precisa de uma biozona, características de uma Zona de Associação (Figura 1A).
Foi considerada como associação a presença de dois ou mais táxons.
46
pela identificação de bio-horizontes que assinalem a alternância de presença/ausência de
espécies diagnósticas (Ericson & Wollin, 1968; Prell & Damuth, 1978; Martin et al., 1990a;
Vicalvi, 1997 e 1999), características de uma Zona de Intervalo (Figura 1F e G).
O código brasileiro (CBNE, 1986; GEI, 2003), define bio-horizonte como: ”superfícies de
mudança bioestratigráfica ou de caráter bioestratigráfico peculiar, de grande valor em correlações
(não necessariamente cronocorrelações). São limites de biozonas ou horizontes de biozonas”. No
código norte-americano (NASC, 2005), está prevista a utilização de mudanças de características
individuais como bio-horizonte limite para as Zonas de Intervalo, apesar de tradicionalmente
estas serem definidas por surgimentos e desaparecimentos absolutos dos táxons diagnósticos.
Desse modo, a seguir será discutido o enquadramento de cada tipo de biozona utilizada no
presente trabalho, segundo as denominações de NASC (2005).
Zona W (Figura 9)
Biozona com características de uma Zona Híbrida, caracterizada pela mescla entre uma
Zona de Intervalo (plexo G. menardii; plexo Pulleniatina) com uma Zona de Associação (G.
inflata; G. truncatulinoides; e ausência de plexo G. menardii e plexo Pulleniatina).
Figura 9: Representação da Zona W, conforme Ericson & Wollin (1968).
A Subzona W2 (Figura 10) apresenta características de uma Zona de Associação (G.
inflata; G. truncatulinoides; e ausência de plexo G. menardii e plexo Pulleniatina).
A Subzona W1 (Figura 10) apresenta características de uma Zona de Abundâcia (G. inflata
e G. truncatulinoides).
47
Figura 10: Representação das subzonas W2 e W1, conforme Kennett & Huddlestun (1972).
Zona X (Figura 11)
Biozona com características de uma Zona Híbrida, caracterizada pela mescla de uma Zona
de Amplitude (plexo G. menardii (G. m. flexuosa); plexo Pulleniatina) com Zona de Intervalo
(G. inflata).
Figura 11: Representação da Zona X, conforme Ericson & Wollin (1968).
Dentre as Subzonas da Zona X (Figura 12), as de número ímpar (X11, X9, X7, X5, X3 e
X1) apresentam características de uma Zona de Abundância do plexo G. menardii. As Subzonas
de número par (X10, X8, X6, X4 e X2) apresentam características de um Zona de Associação
(plexo G. menardii; plexo Pulleniatina; ausência de G. inflata).
48
Figura 12: Representação das subzonas de X, divididas em ímpares (X11, X9, X7, X5, X3 e X1) e pares (X10, X8,
X6, X4 e X2), conforme Vicalvi (1999).
Zona Y (Figura 13)
Biozona com características de uma Zona Híbrida, caracterizada pela mescla de uma Zona
de Intervalo (plexo G. menardii) e uma Zona de Amplitude (G. inflata).
Figura 13: Representação da Zona Y, conforme Ericson & Wollin (1968).
A Subzona Y5 (Figura 14) apresenta características de uma Zona de Intervalo (G. inflata;
plexo G. menardii; plexo Pulleniatina).
A Subzona Y4 (Figura 14) apresenta características de uma Zona Híbrida entre uma Zona
de Amplitude do plexo Pulleniatina e uma Zona de Abundância de G. crassaformis.
49
A Subzona Y3 e a Subzona Y1B (Figura 14) apresentam características de uma Zona de
Associação (G. inflata; e ausência de plexo G. menardii e plexo Pulleniatina).
A Subzona Y2 (Figura 14) apresenta características de uma Zona de Amplitude do plexo
Pulleniatina.
A Subzona Y1A (Figura 14) apresenta características de uma Zona Híbrida entre uma zona
de Amplitude Concorrente (plexo Pulleniatina e G. inflata) e uma Zona de Intervalo (plexo G.
menardii e G. inflata).
Figura 14: Representação das subzonas de Y, conforme Vicalvi (1999) e Kowsmann & Vicalvi (2003).
50
Zona Z (Figura 15)
Biozona com características de uma Zona Híbrida, caracterizada pela mescla entre uma
Zona de Amplitude (plexo G. menardii) e uma Zona de Associação (plexo G. menardii; plexo
Pulleniatina; e ausência de G. inflata).
Figura 15: Representação da Zona Z, conforme Ericson & Wollin (1968).
A Subzona Z2 (Figura 16) apresenta características de uma Zona Híbrida entre uma Zona
de Abundância do plexo G. menardii e uma Zona de Intervalo (final do acme de plexo G.
menardii; e G. inflata).
A Subzona Z1 (Figura 16) apresenta características de uma Zona de Associação (plexo G.
menardii; ausência de G. inflata; e plexo Pulleniatina).
Figura 16: Representação das subzonas Z2 e Z1, conforme Vicalvi (1999).
51
6.3 D
ÁTUNS UTILIZADOS
Além do zoneamento identificado pelo controle de freqüência dos plexos G. menardii e
Pulleniatina, existem outros eventos bioestratigráficos de natureza não evolucionária ou de
restrito uso regional que fornecem meios adicionais para subdividir o Pleistoceno (Vicalvi, 1999),
utilizados no presente trabalho.
6.3.1 Desaparecimento de Globorotalia menardii flexuosa
Um evento distinto e valioso para a correlação entre testemunhos é o desaparecimento de
G. m. flexuosa, que ocorre no final do último episódio interglacial do Pleistoceno (Kennett &
Huddlestun, 1972), datado por Damuth (1975) em 84Ka AP e considerado válido por Vicalvi
(1999) para a Bacia de Campos (Figura 17).
O desaparecimento de G. m. flexuosa no topo da Zona X não é um evento evolucionário, já
que existem indivíduos desta espécie vivendo atualmente em diversas áreas oceânicas, segundo
Boltovskoy (1968), Bé & McIntyre (1970), Adegoke et. al. (1971) e Adelseck Jr. (1975).
Portanto, é possível o aparecimento isolado de indivíduos de G. m. flexuosa após a Zona X. Para
estes, Adelseck Jr. (1975) recomenda o uso do nome informal Globorotalia menardii forma
neoflexuosa.
6.3.2 Bio-horizontes Pulleniatina obliquiloculata
O plexo Pulleniatina fornece quatro dátuns para a Bacia de Campos, três deles
identificados e datados por Vicalvi (1999) (Figuras 8 e 17).
et al. (1976) observaram que a espécie Pulleniatina obliquiloculata reaparece na parte
superior da Zona Y e é abundante durante o Holoceno (Zona Z). Este dátum é citado por Vicalvi
(1997) e utilizado por Kowsmann & Vicalvi (2003) para subdividir a Subzona Y1. No presente
trabalho este marco foi denominado de bio-horizonte YP.4, tendo em vista a nomenclatura
52
atribuída por Vicalvi (1999) para os demais dátuns do plexo Pulleniatina e a ordem cronológica
destes eventos.
Prell & Damuth (1978) utilizaram o desaparecimento de P. obliquiloculata para definir o
bio-horizonte Y
P.obliq
, dividindo a Zona Y de Ericson & Wollin (1968) em duas partes. Este
dátum foi validado por Vicalvi (1997 e 1999) para a Bacia de Campos e nomeado pelo mesmo
autor em seu doutorado como bio-horizonte YP.3.
Vicalvi (1999) identificou a existência de outros dois desaparecimentos do plexo
Pulleniatina dentro da Zona Y, referidos como: YP.2 e YP.1.
Segue uma listagem com as definições dos quatro dátuns relacionados ao plexo
Pulleniatina utilizados no presente trabalho (Figura 17):
YP.1 (primeiro bio-horizonte P. obliquiloculata): primeiro desaparecimento do plexo
Pulleniatina, coincidente com o final do último episódio interglacial, no limite entre as zonas X
(X1) e Y (Y5), com idade de 84Ka AP.
YP.2 (segundo bio-horizonte P. obliquiloculata): segundo desaparecimento do plexo
Pulleniatina, no limite entre as subzonas Y4 e Y3, com idades variando entre 74,4Ka e 67,7Ka
AP.
YP.3 (terceiro bio-horizonte P. obliquiloculata): terceiro e último desaparecimento do plexo
Pulleniatina, no limite entre as subzonas Y2 e Y1, ou antigo bio-horizonte P. obliquiloculata de
Prell & Damuth (1978), com idades variando entre 45Ka e 42Ka AP.
YP.4 (quarto bio-horizonte P. obliquiloculata): referente ao último reaparecimento do plexo
Pulleniatina em torno de 15Ka AP (Bé et al.,1976). Este dátum marca o limite entre as subzonas
Y1B e Y1A de Kowsmann & Vicalvi (2003). A nomenclatura utilizada para referenciar este
evento (YP.4) está sendo proposta nesta dissertação, seguindo a ordem numérica e cronológica
dos eventos nomeados por Vicalvi (1999).
53
Figura 17: Representação dos dátuns de G. m. flexuosa e P. obliquiloculata para a Bacia de Campos.
54
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
7.1 A
NALISES DE FORAMINÍFEROS
Na etapa inicial do trabalho (capítulo 5), para todas as amostras dos três testemunhos, as
espécies de foraminíferos relevantes para estudos bioestratigráficos do Pleistoceno/Holoceno
foram identificadas, contadas e classificadas taxonomicamente. A partir destes dados (Apêndices
D, E e F), foram gerados gráficos (Figura 18) com a:
freqüência relativa (%) por espécie ou plexo;
freqüência relativa (%) de foraminíferos bentônicos;
abundância corrigida da fauna total de foraminíferos.
Foram elaborados dez gráficos para cada poço (Figura 18), relacionados:
(i) aos grupos: plexo G. menardii, plexo Pulleniatina, freqüência de foraminíferos bentônicos
(razão P/B), freqüência relativa de foraminíferos bentônicos por teca (aglutinantes, calcário-
hialinos e porcelanosos) e abundância corrigida da fauna total de foraminíferos;
(ii) às espécies: G. tumida, G. m. flexuosa, G. inflata, G. truncatulinoides e G. crassaformis.
A freqüência relativa das espécies de foraminíferos planctônicos foi calculada dividindo-se
o número de indivíduos de cada espécie pelo número total de foraminíferos planctônicos por
amostra.
A freqüência relativa de foraminíferos bentônicos (razão P/B) foi calculada dividindo-se o
número de exemplares bentônicos pelo número total de foraminíferos (planctônicos +
bentônicos), para cada amostra (Figura 18).
A freqüência relativa de cada tipo de carapaça de foraminíferos bentônicos foi calculada
dividindo-se o número de exemplares, separado por tipo de teca (aglutinante, calcário-hialina e
porcelanosa), pelo total de foraminíferos bentônicos. Foi gerado um único gráfico conjugando a
informação referente aos três tipos de composição de carapaça (Figura 18).
Os valores de freqüência relativa de bentônicos por tipo de teca foram recalculados para um
valor assumido de bentônicos igual a 100% e estas freqüências foram corrigidas para melhor
55
comparação (Aglutinantes/Calcário-Hialinos e Porcelanosos/Calcário-Hialinos). Assim, a
primeira área do gráfico (azul) representa a quantidade de carapaças aglutinantes, a segunda
(amarela) corresponde às tecas calcário-hialinas e a terceira parte (marrom) reflete a porcentagem
corrigida de tecas porcelanosas em relação ao total de foraminíferos bentônicos (Figura 18).
O gráfico de abundância da fauna total de foraminíferos foi gerado a partir do número total
corrigido de foraminíferos (planctônicos + bentônicos) por amostra, considerando a fração triada
e o peso da amostra original. Para tanto foi criada e utilizada a fórmula:
n×[(10/p)+f]
onde,
n é o número total de foraminíferos da amostra;
p é o peso em gramas da amostra;
e f é a fração triada.
Esse procedimento gera uma estimativa do número total de indivíduos por amostra,
corrigido para um peso padrão de 10g.
Dentre os dez gráficos elaborados, as curvas fundamentais para as interpretações propostas
neste trabalho foram: plexo G. menardii, plexo Pulleniatina, G. inflata, freqüência de
foraminíferos bentônicos e abundância corrigida da fauna total de foraminíferos. As demais
curvas foram utilizadas como informação complementar.
O posicionamento do limite das biozonas seguiu os seguintes critérios:
(i) em situações com litologia uniforme, o limite foi assumido a meia distância entre a amostra
que continha a fauna representativa de uma determinada zona e a amostra referente à zona
contígua.
(ii) uma vez identificada mudança na litologia dentro do espaço da amostragem, o limite da
biozona em questão foi arbitrado no contato litológico.
Foram reconhecidas ao todo 13 biozonas, com base na distribuição local (Vicalvi, 1997 e
1999 e Kowsmann & Vicalvi, 2003) e mundial (Ericson & Wollin, 1968, Kennett & Huddleston,
1972, Bé et al., 1976, Prell & Damuth, 1978 e Thunell, 1984) de espécies diagnósticas e formas
56
associadas. As zonas foram delimitadas por níveis de mudança reversíveis das espécies
diagnósticas (item 3.4.3) (Vella, 1964; Bé et al., 1976; Thunell, 1984; Mendes, 1984; CBNE,
1986; GEI, 2003; NASC, 2005).
No presente estudo foram identificadas:
as zonas W, X, Y e Z de Ericson & Wollin (1968);
as subzonas: W2 e W1 de Kennett & Huddlestun (1972); e X3, X2, X1, Y5, Y4, Y3, Y2, Y1,
Z2 e Z1 de Vicalvi (1999);
as subzonas: Y1B e Y1A de Kowsmann & Vicalvi (2003).
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
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0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50
-2000
-1800
-1600
-1400
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-1000
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-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00
-2000
-1800
-1600
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0
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
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-600
-400
-200
0
0 5000 10000 15000 20000 25000
Poço C
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80
-2000
-1800
-1600
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-1000
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0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50
-2000
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0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
-2000
-1800
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-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
-2000
-1800
-1600
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-1000
-800
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0
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
-2000
-1800
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-200
0
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
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-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0 5000 10000 15000 20000 25000
Poço B
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20
Frequência (%) G. tumida
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Frequência (%) G. flexuosa
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50
Frequência (%) Plexo Pulleniatina
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
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-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
Frequência (%) Plexo G. menardii
-2000
-1800
-1600
-1400
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0
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
Frequência (%) de Bentônicos
-2000
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-1600
-1400
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-1000
-800
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-200
0
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00
Frequência (%) G. inflata
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00
Frequência (%) G. truncatulinoides
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00
Frequência (%) G. crassaformis
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
Frequência (%) relativa
de Bentônicos por teca:
Aglutinantes / Calc. Hialinos / Porcelanosos
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0 5000 10000 15000 20000 25000
Abundância corrigida da fauna
total de foraminíferos
Poço A
Figura 18: Síntese das curvas de freqüência de foraminíferos utilizadas para as análises bioestratigráficas nos poços A,BeC.
57
58
7.1.1 Poço A
O poço A apresenta em sua litologia lamas carbonáticas (LL e LR) e marga (MG, Figura 6).
Foram identificadas as três zonas mais recentes de Ericson & Wollin (1968), X, Y e Z. Foram
reconhecidas as subzonas de Vicalvi (1999) X3, X2, X1, Y5, Y4, Y2, Y1, Z2 e Z1. Foi observada
ainda a divisão da Subzona Y1 em Y1B e Y1A (Kowsmann & Vicalvi, 2003). Verificou-se a
ausência da Subzona Y3 (Figura 19).
Zona X (intervalo 1975 – 1115cm)
A Zona X se estende da base do testemunho até 1115cm de profundidade. Composta em
sua totalidade por lama carbonática (LL). É caracterizada por:
presença marcante do plexo G. menardii (1,69 a 10,49%); em duas amostras a freqüência
deste plexo é zero;
presença da espécie G. m. flexuosa (zero a 2,79%);
ausência relativa de G. inflata (zero a 1,12%).
ocorrência do plexo Pulleniatina (zero a 2,49%), critério auxiliar na identificação das
subzonas;
G. truncatulinoides é rara ou ausente (zero a 2,56%);
G. crassaformis tem sua curva oscilando de zero a 3,61%.
A Zona X foi dividida em três subzonas: X3, X2 e X1, fundamentadas nas variações de
freqüência do plexo G. menardii, plexo Pulleniatina, G. inflata e principalmente G. m. flexuosa
de acordo com as interpretações de Vicalvi (1999) para o poço Bu-91/GL-16.
A Subzona X3 (intervalo 1975 – 1773cm) apresenta:
os mais baixos percentuais do plexo G. menardii da zona (zero a 4,68%);
altas freqüências do plexo Pulleniatina (zero a 2,49%);
ausência da espécie G. m. flexuosa;
59
ocorrência significativa de G. crassaformis (zero a 3,61%) próximo ao limite X3/X2.
Esse comportamento do plexo G. menardii foi observado da mesma forma no poço “B”
analisado por Sanjinés (2004) em sua monografia e no poço C desta dissertação (item 7.1.3). O
limite X3/X2 foi posicionado a 1773cm de profundidade.
A Subzona X2 (intervalo 1773 - 1295cm) apresenta:
percentuais altos e oscilantes do plexo G. menardii (2,08 a 9,64%);
presença da espécie G. m. flexuosa (0,56 a 2,79%);
baixa freqüência do plexo Pulleniatina (zero a 0,59%);
ausência relativa de G. inflata (zero a 0,21%);
G. crassaformis (zero a 2,54%).
A curva de G. crassaformis se destaca próximo à base desta zona, onde acompanha um
pico de abundância do plexo G. menardii, fortemente influenciado pela espécie G. m. flexuosa. O
limite X2/X1 está a 1295cm de profundidade.
Na Subzona X1 (intervalo 1295 - 1115cm):
o plexo G. menardii aparece com altas freqüências (5,61 a 10,49%);
a espécie G. m. flexuosa (zero a 2,25%) não é marcante;
o plexo Pulleniatina (0,23 a 2,10%) volta a aparecer com percentuais significativos;
as espécies G. inflata (0,32 a 1,12%), G. truncatulinoides (zero a 2,49%) e G. crassaformis
(0,46 a 1,92%) estão presentes com baixos percentuais.
O topo da Subzona X1 corresponde ao dátum de desaparecimento da espécie G. m.
flexuosa, bio-horizonte Y.P.1 (item 6.3) datado em 84Ka AP.
60
Zona Y (intervalo 1115 – 137,5cm)
Este intervalo apresenta grande variação litológica (LL, LR e MG, Figura 6). A Zona Y é
caracterizada pela:
ausência do plexo G. menardii exceto por cinco amostras (0,19 a 0,32%);
presença de G. inflata (zero a 8,65%);
presença de G. truncatulinoides (0,19 a 13,45%);
importância do plexo Pulleniatina (zero a 3,04%) e da espécie G. crassaformis (zero a 7,94%)
na definição das subzonas.
Através do comportamento das espécies estudadas foram reconhecidas quatro subzonas,
dentre as cinco previstas por Vicalvi (1999) para a Bacia de Campos: Y5, Y4, Y2 e Y1. Foi
reconhecida a divisão da Subzona Y1 (Y1B e Y1A) de acordo com a denominação de Kowsmann
& Vicalvi (2003), através do reconhecimento do dátum de 15Ka AP (Bé et al., 1976) que neste
trabalho está sendo referenciado como YP.4 (item 6.3). A ausência da Subzona Y3 está associada
a um contato litológico, que limita dois pacotes de lama com teores carbonáticos diferentes
(LL/LR, Figura 6), interpretado como um hiato na base da camada de LR, a 740cm de
profundidade.
A Subzona Y5 (intervalo 1115 – 1055cm) é pouco espessa e composta por lama
carbonática (LL, Figura 6). Nesta subzona:
o plexo Pulleniatina está ausente, assim como a espécie G. inflata;
G. truncatulinoides (0,61 a 0,92%) aparece raramente;
G. crassaformis (0,61 a 6,13%) aumenta sua freqüência em direção ao topo da subzona.
Em contraste, a Subzona Y4 (intervalo 1055 - 740cm) é caracterizada por:
forte presença do plexo Pulleniatina (zero a 3,04%) e de G. inflata (zero a 8,65%);
baixas freqüências de G. truncatulinoides (0,19 a 2,28%);
os maiores percentuais de G. crassaformis do poço (zero a 7,94%).
61
A composição microfossilífera da Subzona Y4 está de acordo com a descrição de Vicalvi
(1999), exceto pelo comportamento da espécie G. crassaformis, assim como ocorre nos demais
poços desta dissertação e como ocorreu no poço “B” apresentado por Sanjinés (2004).
Nos trabalhos de Vicalvi (1997 e 1999), onde a Subzona Y4 é definida, a espécie G.
crassaformis está incluída no grupo das demais espécies de pouco significado. Entretanto
observa-se nos trabalhos desenvolvidos por Sanjinés et al. (2003 e 2005) e Sanjinés (2004)
presença marcante da espécie G. crassaformis no intervalo correspondente à Subzona Y4.
Portanto, sugere-se que o zoneamento por foraminíferos planctônicos deve considerar as
variações de G. crassaformis para a Zona Y, pelo menos na área de estudo aqui abordada.
O limite Y5/Y4 foi posicionado a 1055cm de profundidade. O topo da Subzona Y4 é
marcado pelo hiato referente à falta da Subzona Y3 a 740cm de profundidade. As amostras
imediatamente abaixo deste limite apresentam características da Subzona Y4 e as imediatamente
acima individualizam a Subzona Y2. A única amostra (#31, 740cm) que poderia ser interpretada
como Subzona Y3 pela ausência do plexo Pulleniatina se enquadra na Subzona Y2, por
apresentar as demais formas diagnósticas características desta última subzona (Y2).
A Subzona Y2 (intervalo 740 - 505cm) é composta por duas camadas de lama com teores
de carbonato diferentes (LR/LL, Figura 6). Esta subzona é reconhecida por:
altos percentuais do plexo Pulleniatina (0,56 a 2,50%);
freqüências oscilantes tanto de G. inflata (zero a 3,32%) quanto de G. truncatulinoides (0,51 a
9,81%) e;
ocorrência de G. crassaformis somente na amostra #23 (0,37%).
O limite Y2/Y1 é identificado pela mudança bem marcada na freqüência do plexo
Pulleniatina a 505cm de profundidade. Este limite corresponde ao dátum de desaparecimento do
plexo Pulleniatina, YP.3 (item 6.3), datado em 45/42Ka A.P. (Figura 8).
Na Subzona Y1 (intervalo 505 – 137,5cm) ocorrem lamas carbonáticas (LL e LR) e marga
(MG, Figura 6). Esta subzona é caracterizada por:
plexo Pulleniatina (0,19 a 0,30%) aparecendo próximo ao topo;
62
freqüências de G. inflata (0,60 a 8,02%) e de G. truncatulinoides (0,53 a 13,45%)
apresentando uma tendência decrescente da base para o topo da zona.
Com base no último reaparecimento do plexo Pulleniatina (Bé et al., 1976) a 15Ka AP
(item 6.3.2), esta subzona foi dividida em Y1B e Y1A (conforme Kowsmann & Vicalvi, 2003). O
limite entre as subzonas foi posicionado a 195cm de profundidade.
A Subzona Y1B (intervalo 505 – 195cm) apresenta:
presença de G. crassaformis (zero a 1,32%);
elevados percentuais de G. inflata (0,60 a 8,02%) e de G. truncatulinoides (1,85 a 13,45%).
A Subzona Y1A (intervalo 195 – 137,5cm) é composta exclusivamente por marga (MG,
Figura 6) e é caracterizada por:
ausência de G. crassaformis e de G. inflata;
presença marcante de G. truncatulinoides (0,19 a 4,26%);
ocorrência da espécie G. tumida pela primeira vez na amostra #8 (0,28%).
O limite superior da Zona Y foi posicionado a 137,5cm de profundidade.
Zona Z (intervalo 137,5– 0cm)
A Zona Z é composta em sua totalidade por marga (MG, Figura 6) e ocorre a partir de
137,5cm até o topo do testemunho. A base desta zona corresponde ao limite
Pleistoceno/Holoceno, identificado pelo comportamento dos grupos: plexo G. menardii, plexo
Pulleniatina, G. tumida e G. truncatulinoides.
A Zona Z é caracterizada por:
plexo G. menardii (zero a 3,88%), incluindo a espécie G. tumida (zero a 1,13%);
plexo Pulleniatina (zero a 1,05%);
ausência de G. inflata, G. crassaformis e G. truncatulinoides.
63
A espécie holocênica G. fimbriata não está representada. Com base nos gráficos do plexo
G. menardii e plexo Pulleniatina a Zona Z foi dividida em Z2 e Z1. O limite Z2/Z1 foi
posicionado a 75cm de profundidade.
A Subzona Z2 (intervalo 137,5– 75cm) apresenta:
os mais elevados percentuais do plexo G. menardii (2,21 a 3,88%) da Zona Z;
os menores percentuais do plexo Pulleniatina (zero a 0,19%) da Zona Z.
A Subzona Z1 (intervalo 75 - 0cm) é individualizada:
pelos menores percentuais do plexo G. menardii (1,25 a 2,89%) da zona Z;
pelos mais elevados valores do plexo Pulleniatina (zero a 1,05%) da Zona Z.
Bioestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00
(%) Bentônicos
(%) G. crassaformis
(%) G. truncatulinoides(%) G. inflata(%) Plexo G. menardii(%)
Plexo Pulleniatina(%) G. flexuosa
(%) G. tumida
Hiato
Contato inferido
Contato
Seção condensada?
Figura 19: Distribuição da freqüência dos grupos de foraminíferos selecionados para o biozoneamento no poço A.
64
Poço A
65
7.1.2 Poço B
O poço B é o testemunho analisado que apresenta a menor variação litológica. É composto
por lamas carbonáticas (LL e LR) e marga (MG), sendo LL predominante da base do testemunho
até aproximadamente 400cm de profundidade (Figura 6). Foram identificadas as zonas X, Y e Z
de Ericson & Wollin (1968) e as subzonas X3, X2, X1, Y5, Y4, Y2, Y1B, Y1A, Z2 e Z1 de
Vicalvi (1999) e Kowsmann & Vicalvi (2003). Verificou-se a ausência da Subzona Y3 (Figura
20).
Zona X (intervalo 1910 – 1110cm)
A Zona X ocorre na base do testemunho. É composta exclusivamente por lama carbonática
(LL) e caracterizada por:
forte presença do plexo G. menardii (0,39 a 9,61%);
ocorrência de G. m. flexuosa (zero a 1,23%);
ausência ou presença rara das formas de águas frias.
Esta zona foi inicialmente considerada indivisa. Entretanto, por correlação com os
resultados dos demais poços, principalmente a curva do plexo G. menardii e a curva de
freqüência de bentônicos, foram reconhecidas as subzonas X3, X2 e X1. Os parâmetros utilizados
não correspondem à definição formal das subzonas. Em virtude deste critério de zoneamento, os
limites entre as subzonas foram mantidos como inferidos.
A Subzona X3 (intervalo 1910 – 1790cm) apresenta:
baixos percentuais de G. m. flexuosa (zero a 1,09%) e do plexo G. menardii (0,39 a 6,33%);
o plexo Pulleniatina (zero a 0,86%) tem suas freqüências diminuindo da base do testemunho
para o topo da subzona;
as espécies G. inflata (zero a 0,22%), G. truncatulinoides (zero a 0,57%) e G. crassaformis
(0,39 a 1,09%) não são significativas nesta zona.
66
Por correlação com as curvas do plexo G. menardii e de freqüência de bentônicos dos
poços A e C, infere-se que o registro preservado neste testemunho corresponde à parte superior
da Subzona X3.
O limite X3/X2 foi posicionado a 1790cm de profundidade. O limite X2/X1 foi demarcado
a 1200cm de profundidade.
A Subzona X2 (intervalo 1790 - 1200cm), a exemplo do testemunho anterior, é
caracterizada por:
presença de G. m. flexuosa (zero a 2,71%);
valores medianos do plexo G. menardii (1,74 a 9,61%);
presença rara/ausência do plexo Pulleniatina (zero a 1,23%).
A Subzona X1 (intervalo 1200 - 1110cm) é individualizada por:
percentuais mais elevados do plexo G. menardii (5,95 a 9,50%);
presença pouco significativa do plexo Pulleniatina (zero a 0,30%);
espécies características de águas frias que começam a ter significado: G. inflata (zero a
1,48%), G. truncatulinoides (1,12 a 2,08%) e G. crassaformis (0,59 a 2,37%).
O topo da Zona X foi posicionado a 1110cm, marcado pelo desaparecimento do plexo G.
mernardii. Este limite corresponde ao desaparecimento de G. m. flexuosa, bio-horizonte YP.1,
datado em 84Ka A.P (item 6.3).
Zona Y (intervalo 1110 – 127,5cm)
Esta biozona é composta por lamas com teores carbonáticos diferentes (LL e LR) e marga
(MG, Figura 6). Sua composição microfaunística é dominada por formas de águas frias:
o plexo G. menardii é ausente (exceto por três amostras #23, #22 e #8 com 0,25, 0,86 e 0,63%
respectivamente);
o plexo Pulleniatina (zero a 2,74%), G. inflata (zero a 9,29%) e G. truncatulinoides (zero a
9,55%) apresentam grandes oscilações;
G. crassaformis (zero a 9,66%) é expressiva até a metade da Zona Y.
67
A análise em conjunto do comportamento principalmente do plexo Pulleniatina e de G.
crassaformis, permitiu a divisão da Zona Y em quatro subzonas, das cinco previstas por Vicalvi
(1999) para a Bacia de Campos. A ausência da Subzona Y3 sugere um hiato.
As subzonas identificadas foram: Y5, Y4, Y2 e Y1. Foi reconhecida a subdivisão da
Subzona Y1 (Y1B e Y1A). Os limites entre as subzonas são: Y5/Y4 1020cm; Y4/Y2 810cm;
Y2/Y1 480cm; e Y1B/Y1A 191,5cm.
A Subzona Y5 (intervalo 1110 - 1020cm) ocorre com pouca espessura. É caracterizada:
pelo plexo Pulleniatina apresentando percentuais muito baixos (zero a 1,48%);
por G. inflata (zero a 0,66%) e G. truncatulinoides (zero a 0,33%);
pelo aumento na freqüência de G. crassaformis (1,66 a 8,61%) da base para o topo da
subzona.
A microfauna da Subzona Y4 (intervalo 1020 - 810cm) é caracterizada por:
forte presença do plexo Pulleniatina (0,84 a 2,10%);
presença de G. inflata (0,84 a 9,29%), seu percentual cresce da base para o topo da zona;
G. truncatulinoides (zero a 2,65%) sem significado;
ocorrência da espécie G. crassaformis (2,92 a 9,66%) com altos percentuais, assim como nos
poços A e C deste trabalho e no poço “B” de Sanjinés (2004).
A Subzona Y4 é limitada em seu topo por um hiato, relativo à ausência da Subzona Y3 a
810cm de profundidade.
A Subzona Y2 (intervalo 810 - 480cm) apresenta em sua composição microfosilífera:
presença do plexo Pulleniatina (zero a 2,74%);
freqüências crescentes das espécies G. inflata (zero a 2,75%) e G. truncatulinoides (zero a
6,16%) da base para o topo da subzona;
G. crassaformis (zero a 5,14%) expressiva somente na primeira metade desta subzona.
A base da Subzona Y2, correspondente ao topo da Y4, foi considerada como
correspondente ao bio-horizonte YP.2 (item 6.3), datado em 74,4/67,7Ka A.P. O limite superior
68
desta subzona é associado ao dátum YP.3 (item 6.3), datado em 45/42Ka A.P, que marca o último
desaparecimento do plexo Pulleniatina.
A Subzona Y1 (intervalo 480 – 127,5cm) apresenta lamas carbonáticas de teores diferentes
(LL e LR) na sua parte basal, recobertas por uma camada de marga (MG, Figura 6) próximo ao
limite Y/Z. Esta subzona é identificada por:
ausência relativa do plexo Pulleniatina (zero a 1,11%);
G. inflata (zero a 6,80%) e G. truncatulinoides (0,26 a 9,55%) com percentuais decrescentes
da base para o topo da subzona;
ausência de G. crassaformis (zero a 0,58%), exceto próximo à base da zona.
De acordo com observações feitas a partir da curva do plexo Pulleniatina, pode-se
subdividir esta biozona em duas. A Subzona Y1B (intervalo 480 – 191,5cm) apresenta:
o plexo Pulleniatina (zero a 0,33%);
a espécie G. crassaformis (zero a 0,58%);
altas freqüências de G. inflata (zero a 6,80%) e de G. truncatulinoides (0,26 a 9,55%).
A Subzona Y1A (intervalo 191,5 – 127,5cm) é caracterizada por:
oscilação do plexo Pulleniatina (zero e 1,11%);
ausência de G. crassaformis;
percentuais baixos de G. inflata (zero a 0,28%);
ocorrência de G. truncatulinoides (2,53 a 5,82%);
ocorrência da espécie G. tumida com 0,42% em 155cm de profundidade (amostra #8).
O topo da Zona Y foi marcado a 127,5cm de profundidade. Corresponde ao limite
Pleistoceno/Holoceno datado em 11Ka AP de acordo com Vicalvi (1999).
69
Zona Z (intervalo 127,5 – 0cm)
A Zona Z se estende de 127,5cm de profundidade até o topo do testemunho. É
caracterizada pelo retorno das formas de águas quentes como reflexo do aumento da temperatura
neste período. Não apresenta variação litológica, sendo composta por marga (MG, Figura 6).
Esta zona Holocênica é individualizada pela:
presença do plexo G. menardii (1,37 a 4,85%);
ocorrência da espécie G. tumida na amostra #4 (48cm) (0,68%);
ausência de G. inflata, exceto pela amostra #5 (80cm) (0,24%);
presença de G. truncatulinoides somente na amostra #2 (5cm) (0,40%);
ausência de G. crassaformis, exceto na amostra #2 (5cm) (0,20%).
A espécie G. fimbriata, exclusiva do Holoceno, não foi encontrada. Com base na variação
de freqüência do plexo G. menardii, esta zona foi subdividida em Z2 e Z1. O limite Z2/Z1 foi
posicionado a 64 cm, onde ocorre uma mudança no percentual do plexo G. menardii.
A Subzona Z2 (intervalo 127,5 - 64cm) apresenta:
plexo G. menardii (2,07 a 2,59%) com percentual crescente;
demais espécies pouco expressivas.
A Subzona Z1 (intervalo 64 - 0cm) foi identificada depois da queda no percentual do plexo
G. menardii e possui:
as maiores freqüências do plexo G. menardii (1,37 a 4,85%) na zona;
nenhuma outra espécie diagnóstica.
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Bioestratigrafia
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Bioestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
Hiato
Contato inferido
Contato
Seção condensada?
(%) Bentônicos
(%) G. crassaformis
(%) G. truncatulinoides(%) G. inflata(%) Plexo G. menardii(%)
Plexo Pulleniatina(%) G. flexuosa
(%) G. tumida
Figura 20: Distribuição da freqüência dos grupos de foraminíferos selecionados para o biozoneamento no poço B.
70
Poço B
71
7.1.3 Poço C
Dentre os três poços analisados, o poço C foi o que atingiu a maior extensão estratigráfica e
o que apresentou a maior variação litológica. É composto por uma intercalação de lamas (L e LA)
e finos pacotes de areia (AS) na base seguido de lamas carbonáticas (LL e LR) e marga (MG) no
topo (Figura 6). Foram reconhecidas as zonas W, X, Y e Z de Ericson & Wollin (1968) e as
subzonas W2, W1, X3, X2, X1, Y5, Y4, Y3, Y2 e Y1 de Kennett & Huddlestun (1972) e Vicalvi
(1999). Não foram identificadas oito subzonas, de X11 a X4 (Figura 21).
Zona W (intervalo 1815 – 1460cm)
A Zona W se estende da base do testemunho (1815cm) até o contato litológico entre lamas
de teores carbonáticos diferentes (LL/LR, Figura 6), a 1460cm de profundidade. Nesta zona
glacial, as formas de águas quentes estão ausentes ou com percentuais sem significado
expressivo.
Esta zona possui uma ampla variação litológica. Na base do testemunho ocorrem
intercalações de finos pacotes arenosos (AS) com lamas (L e LA, Figura 6). Tal variação se
reflete na composição da fauna bentônica, que apresenta valores extremamente elevados
atingindo o máximo de 76,03% a 1680cm de profundidade aproximadamente. As únicas espécies
planctônicas que ocorrem nesta seção basal são:
G. inflata (zero a 1,03%);
G. truncatulinoides (zero a 3,45%);
G. crassaformis (zero a 2,82%).
Os percentuais destas espécies variam em concordância com as oscilações da curva de
freqüência de bentônicos.
A partir de 1620cm até o topo da Zona W (1460cm) ocorre uma camada de lama
carbonática (LL) onde a microfauna se comporta da seguinte forma:
a espécie G. inflata (0,24 a 3,60%) apresenta um crescente aumento em seu percentual;
72
G. truncatulinoides (0,24 a 3,24%) aparece com altas freqüências;
G. crassaformis (zero a 0,97%) não tem grande expressão.
Esta diferença marcante na composição da microfauna foi primeiramente observada por
Kennett & Huddlestun (1972), que subdividiram a Zona W em W2 e W1 (item 6.2). O limite
W2/W1 neste poço foi posicionado a 1610cm de profundidade.
A Subzona W2 (intervalo 1815 – 1610cm) foi marcada por um ou mais eventos de descarga
sedimentar no talude (AS, LA e L, Figura 6), provavelmente remobilizando material, evidenciado
pela significativa porcentagem de formas bentônicas e pela variação litológica. A Subzona W1
(intervalo 1610 - 1460cm) reflete condições glaciais de sedimentação no talude (LL, Figura 6).
Tanto o gráfico de G. inflata quanto o de G. truncatulinoides apresentam uma redução
brusca no contato LL/LR, que marca o topo da Zona W (Subzona W1). Esta brusca mudança no
comportamento das espécies citadas sugere a presença de uma superfície estratigráfica.
Zona X (intervalo 1460 – 775cm)
A base da Zona X coincide com o topo da Zona W, no contato entre lamas carbonáticas
(LL/LR), a 1460cm de profundidade. Na Zona X ocorrem duas fácies sedimentares diferentes,
ambas compostas por lamas carbonáticas (LR e LL, Figura 6). Foraminíferos planctônicos de
ambientes quentes prevalecem em detrimento aos de águas frias que são raros ou ausentes. Esta
zona é caracterizada pela:
forte presença do plexo G. menardii (zero a 11,63%);
ocorrência da espécie G. m. flexuosa (zero a 3,26%), característica desta zona;
presença do plexo Pulleniatina (zero a 2,93%);
ausência ou baixa freqüência de G. inflata (zero a 0,93%) e de G. truncatulinoides (zero a
2,66%);
ocorrência de G. crassaformis (zero a 4,64%) de forma significativa no limite X3/X2 e no
topo da Zona X.
73
Analisando as curvas do plexo G. menardii, do plexo Pulleniatina e de G. m. flexuosa,
auxiliada por observações das demais formas, foi possível dividir a Zona X em três (X3, X2 e
X1) dentre as onze subzonas de Vicalvi (1999). O não reconhecimento de oito subzonas (X11 a
X4) é interpretado como um hiato aparente e provavelmente uma seção condensada no limite
entre as zonas W e X.
A Subzona X3 (intervalo 1460 - 1240cm) é caracterizada por:
ausência de G. m. flexuosa;
significativa presença do plexo Pulleniatina (0,26 a 2,93%);
os mais baixos percentuais do plexo G. menardii (zero a 5,86%) nesta zona.
Foram encontradas estas mesmas características no poço A e no testemunho “B” analisado
por Sanjinés (2004) em sua monografia.
O limite X3/X2 foi posicionado a 1240cm de profundidade.
Na Subzona X2 (intervalo 1240 - 880cm):
a espécie G. m. flexuosa (0,42 a 3,26%) está presente;
o plexo G. menardii (3,05 a 9,33%) apresenta percentuais altos;
o plexo Pulleniatina (zero a 0,37%) está praticamente ausente.
Na Subzona X1 (intervalo 880 - 775cm):
a freqüência da espécie G. m. flexuosa (zero a 1,40%) decresce em direção ao topo da zona;
o plexo Pulleniatina (zero a 0,93%) está presente;
o plexo G. menardii (6,53 a 11,63%) ocorre com os maiores percentuais da zona.
O limite X2/X1 foi posicionado a 880cm de profundidade.
O topo da Zona X foi marcado pelo desaparecimento de G. m. flexuosa, datum YP.1 (item
6.3), datado em 84Ka A.P. Tal marco foi identificado a 775cm de profundidade.
74
Zona Y (intervalo 775 – 54cm)
A Zona Y é caracterizada por:
ausência do plexo G. menardii (exceto na amostra #8 com 0,37%);
presença marcante das espécies G. inflata (zero a 9,09%) e G. truncatulinoides (zero a
11,27%).
Com base no comportamento do plexo Pulleniatina, de G. inflata e de G. crassaformis, esta
zona foi dividida em cinco subzonas: Y5, Y4, Y3, Y2 e Y1. A Zona Y é composta por lamas com
teores de carbonato diferentes (LL e LR) e marga (MG, Figura 6).
A Subzona Y5 (intervalo 775 - 715cm) apresenta pouca espessura e é marcada pela:
baixa freqüência do plexo Pulleniatina (zero a 0,51%) e de G. inflata (0,77 a 1,25%);
alta freqüência relativa de G. truncatulinoides (0,26 a 2,50%) e de G. crassaformis (3,33 a
6,43%).
O limite Y5/Y4 foi delimitado a 715cm de profundidade.
A Subzona Y4 (intervalo 715 - 505cm) é caracterizada pela ocorrência de altas proporções:
do plexo Pulleniatina (0,34 a 2,14%);
de G. inflata (1,40 a 9,09%);
de G. crassaformis (1,03 a 12,94%);
a espécie G. truncatulinoides (zero a 1,74%) aparece com baixas freqüências.
O limite Y4/Y3 corresponde ao dátum YP.2 (item 6.3), foi posicionado a 505cm de
profundidade.
A Subzona Y3 (intervalo 505 - 445cm) ocorre com pouca espessura e é caracterizada por:
desaparecimento do plexo Pulleniatina;
diminuição na freqüência de G. inflata (zero a 1,78%);
ocorrência de G. truncatulinoides (0,89 a 6,96%);
escassez de G. crassaformis (zero a 0,56%).
75
O limite superior da Subzona Y3 foi posicionado a 445cm de profundidade. Este é o único
poço em que esta subzona está presente.
Na Subzona Y2 (intervalo 445 – 277,5cm):
o plexo Pulleniatina (0,33 a 2,78%) volta a aparecer com altos percentuais;
ocorrem G. inflata (0,60 a 6,31%) e G. truncatulinoides (1,41 a 11,27%);
G. crassaformis está ausente.
No final da Subzona Y2 ocorre o desaparecimento do plexo Pulleniatina, observado pela
primeira vez por Prell & Damuth (1978) denominado dátum YP.3 (Vicalvi, 1999) para a Bacia de
Campos, datado em 45/42Ka A.P. O limite entre as subzonas Y2 e Y1 foi posicionado a
277,5cm.
A Subzona Y1 (intervalo 277,5 - 54cm), composta por lamas carbonáticas e marga (LL, LR
e MG, Figura 6), é identificada:
pela ausência do plexo Pulleniatina (exceto na amostra #9 com 0,24%);
pela presença de G. inflata (zero a 8,05%) e de G. truncatulinoides (0,42 a 5,73%).
A subdivisão de Kowsmann & Vicalvi (2003) para a Subzona Y1 não foi reconhecida neste
poço, portanto esta biozona foi considerada indivisa.
O topo da Zona Y foi posicionado a 54cm de profundidade.
Zona Z (54 – 0cm)
A Zona Z neste poço é considerada indivisa e caracterizada por:
reaparecimento do plexo G. menardii (1,58 a 6,05%);
presença da espécie G. tumida (zero a 2,23%);
oscilações no percentual do plexo Pulleniatina (zero a 0,37%);
ausência de G. inflata e baixos percentuais de G. crassaformis (zero a 0,24%);
presença significativa de G. truncatulinoides (zero a 0,64%) próximo ao limite inferior da
zona, com seus percentuais diminuindo em direção ao topo do testemunho.
76
Assim como nos poços anteriores, a espécie holocênica G. fimbriata não está presente.
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00
(%) Bentônicos
(%) G. crassaformis
(%) G. truncatulinoides(%) G. inflata(%) Plexo G. menardii(%)
Plexo Pulleniatina(%) G. flexuosa
(%) G. tumida
Hiato
Contato inferido
Contato
Seção condensada?
Figura 21: Distribuição da freqüência dos grupos de foraminíferos selecionados para o biozoneamento no poço C.
77
Poço C
78
7.2
AVALIAÇÃO DA FAUNA BENTÔNICA
Para a análise do comportamento da fauna bentônica foram elaborados três gráficos:
freqüência relativa de foraminíferos bentônicos (razão P/B);
freqüência relativa de foraminíferos bentônicos por composição da carapaça (aglutinantes,
calcário-hialinos e porcelanosos);
abundância corrigida da fauna total de foraminíferos.
A preparação, triagem e análise das amostras foi direcionada à fauna planctônica. Portanto,
os dados apurados para os foraminíferos bentônicos são complementares (Figura 22). Foi
realizado o registro fotográfico de alguns exemplares de foraminíferos bentônicos encontrados
nas amostras analisadas (Apêndice C – Estampa III).
O gráfico de foraminíferos bentônicos por tipo de carapaça reflete a forte predominância de
formas calcário-hialinas, o que seria esperado para uma área de talude, uma vez que formas
aglutinantes estão presentes em águas rasas ou muito profundas, abaixo da CCD (Boltovskoy &
Wright, 1976; Kennett, 1982; Savini, 1995; Sen Gupta, 1999). As formas porcelanosas estão
presentes de forma mais expressiva que as aglutinantes.
A descrição a seguir se refere ao comportamento da curva de freqüência relativa dos
foraminíferos bentônicos (razão P/B), que em última análise, reflete as condições de batimetria da
bacia (item 5.5). Tal descrição deve ser acompanhada com a Figura 22.
Nesta dissertação, a razão P/B foi utilizada como indicador de remobilização de
sedimentos, uma vez que o material analisado é proveniente de águas profundas onde a
sedimentação padrão é composta por mais de 90% de formas planctônicas (item 5.5). Desse
modo, a curva freqüência relativa de foraminíferos bentônicos é controlada pelo aporte
sedimentar. O efeito de fatores como dissolução e produtividade sobre a razão P/B é considerado
secundário (Smith, 1955; Murray, 1976; Berger & Diester-Haass, 1988; Brunner & Ledbetter,
1987 e 1989; Bertels et al., 1989; Van der Zwaan et al., 1990 e 1999; Savini, 1995; Collins et al.,
1996; Lagoe et al., 1997; Vilela & Maslin, 1997; Maslin et al., 1998; Scott et al., 2001; Vilela,
2003; Sanjinés et al., 2003 e 2005; Valchev, 2003; Leckie & Olson, 2003; Sanjinés, 2004; Maslin
et al., 2005; Van Hinsbergen et al., 2005).
79
Os gráficos de freqüência relativa de foraminíferos bentônicos são muito semelhantes entre
os três poços. São identificadas nitidamente três fortes tendências comuns aos três testemunhos e
uma tendência adicional no poço C.
Na base do poço C, onde ocorre a intercalação das finas camadas de areia (Subzona W2), a
freqüência dos foraminíferos bentônicos atinge seus maiores valores e apresenta uma tendência
decrescente até o limite W/X, onde a curva inverte seu comportamento. A partir de então o
comportamento da curva pode ser acompanhado nos demais poços.
Após este mínimo a curva assume uma tendência crescente durante toda a biozona
interglacial X até aproximadamente o limite X/Y, onde ocorre uma marcante quebra na curva. Os
valores da razão P/B apresentam uma brusca queda seguida por uma tendência crescente até a
base da Subzona Y2. A partir deste nível, a curva assume uma tendência contrária à anterior,
decrescendo até o Recente, envolvendo as biozonas Y2, Y1 e Z.
A curva de abundância corrigida da fauna total de foraminíferos apresenta um
comportamento aproximadamente inverso ao descrito pela curva de freqüência relativa de
bentônicos. Esta curva, da mesma forma influenciada pelo aporte sedimentar, reflete a diluição da
quantidade de carapaças pela chegada de sedimentos terrígenos, expressando indiretamente a taxa
de sedimentação.
Na base do poço C, onde sedimentos mais antigos estão registrados (Zona W), a curva de
abundância apresenta uma tendência crescente. Aproximadamente no limite W/X, ocorre um
intervalo de máximo (1595 a 1375cm) seguido por um intervalo deprimido (1375 a 1225cm)
entre dois picos de abundância, sendo o pico mais raso correspondente ao limite X3/X2. Esse
pico ocorre também no poço B.
Acima do pico correspondente ao limite X3/X2, a curva assume um padrão de baixos
valores quase constante até aproximadamente o limite X/Y. A partir de então a curva mostra uma
leve e breve tendência decrescente envolvendo as subzonas Y5, Y4 e Y3 (esta somente no poço
C). A partir da base da Subzona Y2 a curva de abundância mostra uma forte tendência crescente
até o Recente.
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0 5000 10000 15000 20000 25000
Poço C
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Bioestratigrafia
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Bioestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0 5000 10000 15000 20000 25000
Poço B
Bioestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
(%) Bentônicos
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
Frequência (%) relativa
de Bentônicos por teca:
Aglutinantes / Calc. Hialinos / Porcelanosos
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0 5000 10000 15000 20000 25000
Abundância corrigida da fauna
total de foraminíferos
Poço A
Figura 22: Distribuição de frequência dos foraminíferos bentônicos,
foraminíferos bentônicos por composição de carapaça e abundância da fauna total.
Hiato
Contato inferido
Contato
Seção condensada?
80
81
7.3 C
ORRELAÇÃO ENTRE OS TESTEMUNHOS
Para a correlação entre os testemunhos foram utilizados o gráfico do plexo G. menardii, o
perfil litofaciológico e as interpretações bioestratigráficas de cada testemunho, com o propósito
de analisar a continuidade lateral das biozonas e das superfícies estratigráficas identificadas. Os
testemunhos foram amostrados na direção perpendicular ao mergulho da bacia. Foram geradas
duas seções: na primeira o dátum de referência adotado foi o Nível Relativo do Mar (NRM),
Figura 23. Na segunda, o dátum utilizado foi o fundo marinho, Figura 24.
Ambas as seções expressam a continuidade lateral das biozonas e das superfícies
estratigráficas identificadas. A seção da Figura 23 (dátum: NRM), ressalta a posição batimétrica
dos poços analisados, enquanto a seção da Figura 24 (dátum: fundo marinho), enfatiza a
espessura das biozonas interpretadas e a profundidade que estas ocorrem nos testemunhos.
A Zona W só foi reconhecida no poço C.
A Zona X é reconhecida e correlacionada entre todos os testemunhos, bem como suas três
subzonas, cujas espessuras variam. A composição litológica desta zona é de lama carbonática
(LL, LR, Figura 6). No poço C não foram identificadas oito subzonas, de X11 a X4.
A Zona Y, se considerada em sua totalidade, é correlacionável entre todos os poços. As
subzonas Y5, Y4 e Y2 estão presentes em todos os testemunhos sempre compostas por lama
carbonática (LL e LR) e variando de espessura. A Subzona Y3 está presente somente no poço C.
Foi identificado um hiato para este nível nos demais poços.
A Subzona Y1 é sempre composta por lamas carbonáticas de teores diferentes (LL e LR) e
marga (MG, Figura 6), nesta ordem. Nos poços A e B foi subdividida em Y1B e Y1A e estas
subdivisões são correlacionáveis. No poço C esta zona foi mantida indivisa.
A Zona Z, composta exclusivamente por marga (MG), é correlacionável entre os três
testemunhos. Suas subzonas (Z2 e Z1) são correlacionáveis somente entre os poços A e B, uma
vez que no poço C a Zona Z foi considerada indivisa.
NRM
1396m
1179m
1287m
Bioestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
024681012
(%) Plexo G. menardii
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Bioestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
024681012
(%) Plexo G. menardii
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
02468101214
(%) Plexo G. menardii
Hiato
Contato inferido
Contato
Seção condensada?
Figura 23: Seção de correlação entre os poços estudados, utilizando a distribuição da
freqüência do plexo . Dátum de referência: Nível Relativo do Mar (NRM).G. menardii
82
Poço A
Poço B
Poço C
Canal
Canal
Canal
2,8
Dátum: fundo do mar
Bioestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
024681012
(%) Plexo G. menardii
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Bioestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
024681012
(%) Plexo G. menardii
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
02468101214
(%) Plexo G. menardii
Hiato
Contato inferido
Contato
Seção condensada?
Figura 24: Seção de correlação entre os poços estudados, utilizando a distribuição
da freqüência do plexo . Dátumdereferência:fundo marinho.G. menardii
83
Poço A
Poço B
Poço C
Canal
Canal
Canal
2,8
84
Foi elaborada uma carta biocronoestratigráfica a partir dos resultados bioestratigráficos
obtidos nos três testemunhos analisados, com o propósito de visualizar principalmente os hiatos
que ocorrem nos poços. Foi confeccionada uma escala vertical contendo as idades absolutas dos
limites entre as diversas biozonas. As biozonas que não possuíam limites estipulados na literatura
foram estimadas de acordo com os dados disponíveis e os resultados apresentados nesta
dissertação (Figura 25).
A carta biocronoestratigráfica ilustra superfícies estratigráficas reconhecidas. Na escala
vertical tem-se o tempo geológico, de modo que a espessura da biozona representada corresponde
ao tempo gasto na sua acumulação (Antunes & Melo, 2001).
A não identificação das subzonas X11 a X4 no limite W/X (poço C) é interpretada como
um hiato aparente e provavelmente uma seção condensada (Figura 25) em virtude de ocorrer
associada ao intervalo (1595 a 1375cm) de:
máxima ocorrência (%) de foraminíferos planctônicos e mínima ocorrência (%) de
foraminíferos bentônicos (Figura 22 - poço C);
máxima abundância de fauna total (Figura 22 - poço C);
O limite entre as zonas W e X (1460cm), no poço C, é interpretado com uma Superfície de
Inundação Máxima (SIM) pelos seguintes critérios diagnósticos:
máximo de ocorrência (%) de foraminíferos planctônicos numa tendência crescente em
direção ao topo da Zona W (Figura 22 - poço C);
mínimo de ocorrência (%) de foraminíferos bentônicos numa tendência decrescente em
direção ao topo da Zona W (Figura 22 - poço C);
máximo de abundância de fauna total numa tendência crescente para o topo da Zona W
(Figura 22 - poço C).
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z1
Y1A
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
X4
a
X11
W1
W2
Z2
Y1B
V
0
-5,5
-11
-15
-43,5
-71,05
-84
-127
-165
-180
-160
-140
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
Ka Ka
Bioestratigrafia
Z1
Y1A
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
X4
a
X11
W1
W2
Z2
Y1B
V
0
-5,5
-11
-15
-43,5
-71,05
-84
-127
-165
-180
-160
-140
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
Ka Ka
Seção
condensada
?
Hiato
Contato inferido
Contato
Seção condensada?
Figura 25: Carta biocronoestratigráfica elaborada a partir das biozonas interpretadas para os três testemunhos
analisados. Representação dos canais com exagero horizontal.
85
Poço A
Poço B
Poço C
Canal
Canal
Canal
2,8
86
Adicionalmente, a SIM no poço C é caracterizada por:
aumento nos teores de carbonato de cálcio: Subzona W1 – LL (5-15% CaCO
3
); base Subzona
X3 – LR (15-30% CaCO
3
) (Figura 6);
redução brusca na curva de freqüência (%) de G. truncatulinoides (Figura 21);
redução brusca na curva de freqüência (%) de G. inflata (Figura 21);
Na Zona Y ocorre um hiato envolvendo a falta da Subzona Y3 nos poços A e B. Estes
poços foram amostrados em dois canais distintos (Figura 2), representados na Figura 25.
O hiato correspondente à Subzona Y3 está relacionado aos processos sedimentares
associados à escavação de canal. Este hiato é interpretado como uma discordância (discordância
Y3) pelos seguintes critérios:
ausência da Biozona Y3 (Figuras 19, 20 e 22);
descontinuidade litológica no poço A (LL e LR), não observada no poço B (Figuras 19 e 20);
tendência crescente dos valores da razão P/B (curva de freqüência de foraminíferos
bentônicos) (Figura 22);
ocorrência de valores mínimos/muito baixos da curva de abundância da fauna total em direção
à Subzona Y2 (Figura 22).
A Subzona Y3, reconhecida no poço C, é interpretada como uma conformidade correlativa
da discordância Y3.
É esperado que o fundo marinho entre os canais que contém os poços A e B, apresente uma
sedimentação similar à registrada no poço C, sem presença de hiato na Zona Y. Para melhor
visualização foi gerado um perfil dip ideal a partir da projeção dos poços analisados (Figura 26).
De acordo com Vicalvi & Palma (1980), a composição litológica e micropaleontológica dos
testemunhos mostra que os sedimentos hemipelágicos e terrígenos acumularam-se durante as
zonas W, X e Y, dando lugar a uma sedimentação predominantemente pelágica durante o
Holoceno (Zona Z).
NRM
1396m
1179m
1287m
Bioestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
024681012
(%) Plexo G. menardii
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Bioestratigrafia
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
024681012
(%) Plexo G. menardii
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
02468101214
(%) Plexo G. menardii
87
A A’
Hiato
Contato inferido
Contato
Seção condensada?
Figura 26: Projeção dos poços em perfil . Seção de correlação entre os poços
estudados, utilizando a distribuição da freqüência do plexo . Dátum de
referência: Nível Relativo do Mar (NRM).
dip
G. menardii
Poço A
Poço B
Poço C
Canal
Canal
Canal
2,8
AA
88
7.4 R
ESULTADOS DA CORRELAÇÃO GRÁFICA
A técnica de Correlação Gráfica está descrita no item 5.4. No item 7.4.1 serão apresentados
os resultados para a comparação de variações observadas em cada poço contra um padrão
composicional de fósseis escalonados em unidades cronoestratigráficas. Para tanto foram
colocados:
(i) no eixo x os valores de idade dos limites das zonas e as idades absolutas dos dátuns
observados;
(ii) no eixo y a profundidade dos limites bioestratigráficos estipulados para os poços analisados.
No item 7.4.2 os testemunhos foram confrontados entre si, onde a escala cronoestratigráfica
foi substituída pelas interpretações do poço C (Dowsett, 1989, Edwards, 1995, Mann & Lane,
1995, Shaw, 1995 Carney & Pierce, 1995, Wescott et al., 1998; Herrmann et al., 2003). Tal poço
foi selecionado como escala por conter o registro mais completo dentre os testemunhos
analisados e estar localizado fora de canal.
Em ambos os casos, a projeção dos dados gera uma linha de correlação (LOC), diretriz das
interpretações. O comportamento da curva LOC reflete as condições de sedimentação da área
estudada (Edwards, 1984, 1989 e 1995; Dowsett, 1989; Mann & Lane, 1995; Shaw, 1995;
Carney & Pierce, 1995; Wescott et al., 1998; Herrmann et al., 2003).
Os valores de idade absoluta atribuídos aos dátuns apresentados foram retirados dos
seguintes trabalhos: Ericson & Wollin (1968), Kennett & Huddleston (1972), Bé et al. (1976),
Prell & Damuth (1978), Thunell (1984) e Vicalvi (1997 e 1999). Os valores de taxa de
acumulação e a amplitude dos hiatos foram calculados a partir dos gráficos gerados, com o
auxílio de ferramentas métricas do programa CorelDraw. Tais valores são corroborados pelas
taxas apresentadas em Kennett & Huddleston (1972), Vicalvi & Palma (1980), Vicalvi (1997),
Caddah et al. (1998) e Kowsmam & Vicalvi (2003). Foram assumidas como verdadeiras as
idades de 127 e 71,05Ka AP para os limites entre as biozonas W/X e Y4/Y3.
A sedimentação no talude da Bacia de Campos é controlada principalmente pela ação de
correntes de contorno, movimentos de massa e pelo contexto morfológico da área (Viana et al.,
1998). As altas taxas de sedimentação encontradas para a Zona Y dos testemunhos estudados
89
refletem deposição de sedimentos em uma região rica em canais (Kowsmann & Vicalvi, 2003).
Devido a essa intensa acumulação de sedimentos, somente o poço C, amostrado fora de canal,
atingiu a Zona W. Os demais testemunhos, coletados em canais, restringem-se até a Zona X,
mesmo tendo maior recuperação que o poço C.
7.4.1 Correlação Gráfica utilizando Escala Cronoestratigráfica
A descrição a seguir pode ser acompanhada na Figura 27. A Linha de Correlação (LOC)
apresenta um comportamento similar nos três poços, com quatro estágios diferenciados:
o primeiro estágio (1) é associado à Zona X e só ocorre no poço C, entre as idades de 127 e
84Ka;
o segundo estágio (2), quando a LOC apresenta sua maior inclinação, corresponde às subzonas
Y5 e Y4, entre os dátuns de 84 e 74,4/67,7Ka;
o terceiro estágio (3) só ocorre nos poços A e B, onde a LOC assume um comportamento
horizontal, representando o intervalo de tempo não registrado nestas seções (Subzona Y3). Este
hiato apresenta valores diferenciados em cada poço, envolvendo uma amplitude maior no poço
A;
o quarto e último estágio (4) da LOC, de inclinação mais suave, envolve as subzonas Y2,
Y1B, Y1A, Z2 e Z1 nos poços A e B, enquanto no poço C corresponde às subzonas Y3, Y2, Y1 e
Z.
As taxas de acumulação encontradas no poço A foram (Figura 27):
22,43cm/Ka para as subzonas Y5 e Y4 (estágio 2);
11,84cm/Ka para as subzonas Y2, Y1B, Y1A, Z2 e Z1 (estágio 4).
O hiato neste poço envolveu 5,62Ka (estágio 3).
Bioestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
84 Ka
11 Ka
5,5 Ka
0
15 Ka
71,05 Ka
43,5 Ka
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
0255075100125150
Poço A
Idade (Ka)
Profundidade (cm)
11,84 cm/Ka
Hiato
5,62 Ka
22,43 cm/Ka
(4)
(3)
(2)
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Bioestratigrafia
84 Ka
11 Ka
5,5 Ka
0
15 Ka
71,05 Ka
43,5 Ka
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
0255075100125150
Poço B
Idade (Ka)
Profundidade (cm)
11,33 cm/Ka
Hiato
3,76 Ka
31,76 cm/Ka
(4)
(3)
(2)
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
127 Ka
84 Ka
11 Ka
0
71,05 Ka
43,5 Ka
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
0255075100125150
Poço C
Idade (Ka)
Profundidade (cm)
6,75 cm/Ka
27,93 cm/Ka
15,91 cm/Ka
(1)
(2)
(4)
Hiato
Contato inferido
Contato
Seção condensada?
Figura 27: Correlação Gráfica Poço Escala Cronoestratigráfica para os poços A,BeC.
Taxas de acumulação e duração de hiatos calculados graficamente.
(n) est gio de comportamento da LOC descrito no texto.
Vs.
á
90
91
No poço B foram encontrados os seguintes valores para as taxas de acumulação (Figura
27):
31,76cm/Ka para as subzonas Y5 e Y4 (estágio 2);
11,33cm/Ka para as subzonas Y2, Y1B, Y1A, Z2 e Z1 (estágio 4).
O cálculo do intervalo de tempo não registrado neste poço resultou em 3,76Ka (estágio 3).
Para o poço C, os resultados de taxas de acumulação foram (Figura 27):
15,91cm/Ka para a Zona X (estágio 1);
27,93cm/Ka para as subzonas Y5 e Y4 (estágio 2);
6,75cm/Ka para as biozonas Y3, Y2, Y1 e Z (estágio 4).
Pela ausência de bio-horizontes datados não foi possível inferir a linha de correlação para a
Zona W (poço C), bem como para a Zona X nos poço A e B. A linha pontilhada no gráfico é
arbitrária, servindo apenas para visualização.
Pode-se observar que mesmo em contextos fisiográficos e sedimentológicos diferentes as
taxas de acumulação apresentam a mesma ordem de grandeza, evidenciando sedimentação
relativamente uniforme na área.
7.4.2 Correlação Gráfica utilizando Poço de Referência
As interpretações bioestratigráficas comparadas poço a poço aprimoraram os resultados
alcançados com a escala cronoestratigráfica. Foram reconhecidos os mesmos quatro estágios para
a linha de correlação (LOC).
Utilizando o poço C como escala observa-se que os estágios incluem zonas adicionais não
reconhecidas anteriormente por carência de dados. Portanto, obteve-se um aumento na resolução
dos eventos identificados. A descrição a seguir deve ser acompanhada com o auxílio da Figura
28a. Os aprimoramentos alcançados estão representados na Figura 28b.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Bioestratigrafia
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
C
B
Profundidade Poço C (cm)
Profundidade Poço A (cm)
(4)
(3)
(2)
(1)
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
Bioestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
C
A
Profundidade Poço C (cm)
Profundidade Poço A (cm)
(4)
(3)
(1+2)
Bioestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
0255075100125150
Poço A
Idade (Ka)
Profundidade (cm)
11,84 cm/Ka
Hiato
5,62 Ka
22,43 cm/Ka
(4)
(3)
(1+2)
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Z1
Z2
Y1A
Y1B
Y2
Y4
Y5
X1
X2
X3
Bioestratigrafia
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
0255075100125150
Poço B
Idade (Ka)
Profundidade (cm)
11,33 cm/Ka
Hiato
3,76 Ka
31,76 cm/Ka
?
?
?
(4)
(3)
(2)
(1)
Hiato
Contato inferido
Contato
Seção condensada?
Figura 28b: Correlação Gráfica Poço Escala
Cronoestratigráfica para os poços A e B, com os
aprimoramentos alcançados. Taxas de
acumulação e duração de hiatos calculados
graficamente. (n) estágio de comportamento da
LOC descrito no texto.
Vs.
Figura 28a: Correlação Gráfica Poço Poço
C (referência). (n) estágio de comportamento da
LOC descrito no texto.
Vs.
92
93
Na comparação A/C (Figura 28a):
os estágios (1) e (2) se fundem, uma vez que apresentam a mesma taxa de acumulação.
Portanto na Figura 28b, a LOC foi estendida até a base da Subzona X2, sendo o comportamento
na Subzona X3 inferido;
o estágio (3) está registrado, porém a amplitude do hiato representado corresponde
exclusivamente ao tempo de deposição da Subzona Y3 no poço C. Não é considerado o período
possivelmente não registrado com a erosão das subzonas Y4 (topo) e Y2 (base);
o estágio (4) foi mantido, entretanto foi identificado um aumento na taxa de acumulação na
Zona Z. Tal diferença está relacionada, provavelmente, à perda de resolução da zona no poço C.
Na comparação B/C (Figura 28a):
a distinção entre os estágios (1) e (2) foi marcada pela mudança na taxa de acumulação,
identificada através do comportamento da LOC;
o primeiro estágio (1) envolve somente a Subzona X2 e apresenta uma taxa de acumulação
menor que a identificada para o estágio (2);
o estágio (2) corresponde às subzonas X1, Y5 e Y4. Portanto, na Figura 28b, a LOC foi
estendida para incluir a Subzona X1. O comportamento da LOC na Subzona X3 foi inferido;
os estágios (3) e (4) estão representados. Vale a mesma ressalva para o estágio (3) feita na
comparação A/C.
94
7.5 I
SÓTOPOS DE OXIGÊNIO (δ
18
O)
A análise isotópica apresentada neste item tem uma abordagem suplementar, uma vez que
não foram feitas análises específicas para esta dissertação. Foram utilizados dados provenientes
de um testemunho [7.659.460 N / 400.956 E], denominado Testemunho B de Tokutake (2005),
localizado próximo ao poço C analisado nesta dissertação (Figura 29).
A curva de isótopos de oxigênio gerada (Figura 30) será utilizada para correlação com as
demais curvas originadas no presente estudo, auxiliando nas discussões e na formulação das
principais conclusões.
A descrição litofaciológica do testemunho bem como as interpretações bioestratigráficas
(Figura 30), foram retiradas de Kowsmann & Vicalvi (2003). As análises geoquímicas e
bioestratigráficas foram baseadas em análises de foraminíferos planctônicos (Apêndice G).
A espécie Globigerinoides ruber (d’Orbigny) variedade white foi selecionada para as
análises de isótopos, em virtude de ser abundante em toda a seção, viver próximo à superfície e,
principalmente, por secretar sua carapaça em equilíbrio isotópico de oxigênio com a água do mar
(Tokutake, 2005).
A amostragem foi distribuída com adensamento nos contatos litológicos totalizando 50
pontos, chegando ao espaçamento mínimo de 5cm e máximo de 50cm entre amostras. As
amostras de 20g foram lavadas, peneiradas e retidas na fração maior que 250µm; posteriormente
foram triadas. As análises foram realizadas pelo Setor de Geoquímica do Centro de Pesquisas
Leopoldo Miguez (CENPES) da PETROBRAS. Foi utilizado um sistema Kiel de preparo
automático de amostras, acoplado a um espectômetro de massa Finnigan MAT-252 (Tokutake,
2005).
As razões δ
18
O/δ
16
O têm sido amplamente aplicadas com sucesso na interpretação da
paleotemperatura dos oceanos, e indiretamente, das flutuações do nível do mar e do volume de
gelo (Armstrong & Brasier, 2005).
Poço A
Poço B
Poço C
Canal
Canal
Canal
Canal
2,8 Km
Testemunho B
de Tokutake (2005)
95
Figura 29: Localização do Testemunho B de Tokutake (2005), fonte das análises geoquímicas
apresentadas. Detalhe da feição de paleodrenagem que corta a área de estudo com projeção dos
furos geológicos estudados. Modificado de Tokutake (2005).
96
O comportamento da curva de isótopos de oxigênio do Testemunho B de Tokutake (2005)
indica três estágios distintos e bem marcados (Figura 30):
o primeiro apresenta uma rápida tendência de aquecimento (A), representando a passagem da
Zona W (glacial) para a Zona X (interglacial);
o segundo mostra uma tendência de esfriamento (E) que abrange toda a Zona X (interglacial) e
parte da Zona Y (glacial), sendo mais acentuado nesta última;
a partir de aproximadamente 11Ka AP. (base da Zona Z) até o topo do testemunho, a curva
volta a apresentar um comportamento de aquecimento (A).
Foi realizada uma comparação entre os dados geoquímicos apresentados em Tokutake
(2005) (representados pela curva de isótopos de oxigênio) e os resultados de foraminíferos
bentônicos do poço C (representados pelas curvas de freqüência relativa de bentônicos e
abundância corrigida da fauna total de foraminíferos) (Figura 31).
Como resultado, as tendências de Aquecimento-Esfriamento-Aquecimento (A-E-A) foram
relacionadas ao ciclo Transgressivo-Regressivo-Transgressivo (T-R-T) interpretado nas curvas de
foraminíferos bentônicos (item 7.6). Os gráficos analisados mostram uma diferença no
posicionamento da base do último ciclo quente. No poço C o limite foi posicionado na base da
Subzona Y2, enquanto no Testemunho B de Tokutake (2005), este mesmo limite foi marcado na
base da Zona Z (11Ka AP.).
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
-0,50 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Z
Y1A
Y1B
Y2
X
W
Bioestratigrafia
Curva de isótopos
de Oxigênio ( O‰ )d
18 PDB
Figura 30: Curva de isótopos de oxigênio, modificada de Tokutake (2005). Perfil litofaciológico e
interpretação bioestratigráfica retirados de Kowsmann & Vicalvi (2003). Dados originados por
análises em foraminíferos planctônicos.
97
A
E
A
A
Aquecimento
E
Esfriamento
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0 5000 10000 15000 20000 25000
Abundância corrigida da fauna
total de foraminíferos
Frequência (%) de Bentônicos
T
R
T
T
R
T
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Z
Y1A
Y1B
Y2
X
W
Bioestratigrafia
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Z
Y1A
Y1B
Y2
X
W
Bioestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
-0,50 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00
Curva de isótopos
de Oxigênio ( O )d
PDB18
A
E
A
Poço C Poço C Testemunho B de Tokutake (2005)
Hiato
Contato inferido
Contato
Seção condensada?
A
Aquecimento
E
Esfriamento
T
Transgressivo
R
Regressivo
Figura 31: Comparação entre os dados geoquímicos apresentados em Tokutake (2005) e os resultados de foraminíferos bentônicos e de abundância da fauna total alcançados para o poço C.
98
99
7.6 E
LEMENTOS DE ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS
A Estratigrafia de Seqüências é uma técnica de análise estratigráfica que evoluiu a partir da
Sismoestratigrafia (Payton, 1977; Wilgus, 1988; Emery & Myers, 1996; Severiano Ribeiro,
2001), se tornando multidisciplinar e integrando dados, conceitos, ferramentas e parâmetros de
diversos ramos da geologia, entre eles a bioestratigrafia. A micropaleontologia aplicada na
estratigrafia de seqüências é um modelo relativamente novo, direcionado, que se expandiu
rapidamente em paralelo ao desenvolvimento da estratigrafia de seqüências (Loutit et al., 1991).
Existem poucas publicações integrando bioestratigrafia, análise de biofácies e estratigrafia de
seqüências (Armstrong & Brasier, 2005). O ganho obtido com a aplicação da bioestratigrafia na
estratigrafia de seqüências tem sido demonstrado tanto na escala de bacia quanto de reservatório
(Jablonski, 1980; Armentrout, 1987; Armentrout, 1996; Armentrout & Clement, 1990;
Armentrout & Perkins, 1990; Armentrout et al., 1990; Martin et al., 1990b; Mitchum et al., 1993;
Wakefield, 2003; Leckie & Olson, 2003; Olson & Leckie, 2003).
De acordo com McLaughlin Jr. (2005), a paleontologia é essencial para análises de
estratigrafia de seqüências. E a estratigrafia de seqüências por sua vez, é um arcabouço de
referência para o entendimento do registro fóssil.
O estudo micropaleontológico, tratado individualmente, não é capaz de fornecer conclusões
definitivas relacionadas à estratigrafia de seqüências. Entretanto, as informações fornecidas pelos
microfósseis (datação, interpretação paleoambiental e correlação) são de fundamental
importância para a identificação e caracterização das seqüências deposicionais, de seus limites,
de suas superfícies mais importantes e de seus tratos de sistemas (Armentrout & Perkins, 1990;
Loutit et al., 1991; Simmons & Williams, 1992; Emery & Myers, 1996; Antunes & Melo, 2001;
Leckie & Olson, 2003; Olson & Leckie, 2003).
A identificação de uma superfície de inundação máxima (SIM) no poço C foi o ponto de
partida para as análises de seqüências aqui apresentadas. A SIM reflete:
o intervalo de abundância máxima de foraminíferos (curva de abundância corrigida da fauna
total de foraminíferos);
100
o pico de abundância de foraminíferos planctônicos (curva de freqüência relativa (%) de
bentônicos).
A curva de freqüência relativa (%) de bentônicos (razão P/B) e a curva de abundância
corrigida da fauna total de foraminíferos são diretamente influenciadas pelo aporte sedimentar
(item 7.2), portanto indicam indiretamente:
taxa de sedimentação;
o padrão de empilhamento dos estratos (retrogradacional, agradacional e progradacional);
as variações do nível do mar;
o caráter transgressivo-regressivo do registro sedimentar.
Em análises de estratigrafia de seqüências que utilizem foraminíferos, as curvas de
freqüência relativa de bentônicos (razão P/B) e abundância corrigida da fauna total de
foraminíferos devem ser usadas como complemento uma da outra.
Pode-se identificar no poço C (Figura 22 - poço C) um ciclo Transgressivo-Regressivo-
Transgressivo (T-R-T). Esta interpretação é corroborada em parte pela análise de isótopos de
oxigênio (item 7.5, Figura 31).
Após a SIM, no limite entre as zonas W e X, é estabelecido um ciclo regressivo que ocorre
até aproximadamente a metade da Zona Y (Subzona Y3), onde a tendência das curvas é invertida
retomando um caráter transgressivo em direção à Zona Z (Figuras 22 - poço C e 31). Não foi
identificada uma SIM mais recente pois, provavelmente, a bacia ainda não tenha atingido seu
máximo de afogamento, apesar de Machado et al. (2004) considerarem os sedimentos
holocênicos correspondentes à SIM atual (capítulo 4).
A exemplo do poço C, esta mesma seqüência está registrada nos demais poços. Entretanto,
como os poços A e B não atingiram a Zona W, só mostram o ciclo Regressivo-Transgressivo (R-
T). Nestes poços não foi caracterizada a SIM, seu registro inicia com sedimentos pertencentes à
Zona X e com curvas de tendência regressiva. Em ambos os poços, a inversão na tendência
ocorre na discordância Y3, quando as curvas assumem uma tendência transgressiva (Figura 22 -
poço C).
101
Portanto, temos como elementos de estratigrafia de seqüências, identificados diretamente
pela análise bioestratigráfica de foraminíferos:
a Superfície de Inundação Máxima (SIM), caracterizada no limite entre as biozonas W e X no
poço C;
a discordância Y3 nos poços A e B, como candidata a limite de seqüências;
a Subzona Y3 no poço C, como conformidade correlativa da discordância Y3.
Após a identificação destas superfícies, foi possível interpretar os padrões de empilhamento
estratigráfico para cada biozona através da análise das curvas de abundância da fauna total de
foraminíferos e freqüência de foraminíferos bentônicos (razão P/B) (Figura 22):
a Zona W mostra um padrão de empilhamento retrogradacional, típico de um período
transgressivo;
a Zona X, por sua vez, apresenta um padrão inicialmente progradacional e posteriormente
agradacional, correspondente ao nível do mar estacionário (still stand);
as subzonas Y5, Y4 e Y3 (esta somente no poço C) refletem um período regressivo de
freqüência mais alta, com padrão inicialmente progradacional e posteriormente agradacional;
as subzonas Y2 e Y1 e a Zona Z expressam um padrão retrogradacional, característico de um
período transgressivo.
O reconhecimento dos padrões de empilhamento estratigráfico levou à identificação de três
tratos de sistemas distintos, correspondentes aos estágios da LOC reconhecidos pela técnica de
Correlação Gráfica (item 7.4). São eles:
Trato de Sistemas Transgressivo (TST), referente à Zona W. Ocorre da base do poço C até a
SIM, no limite entre as biozonas W e X;
Trato de Sistemas de Mar Alto (TSMA), referente à Zona X, estágio (1) da LOC, e às subzonas
Y5, Y4 e Y3 (esta somente no poço C), estágio (2) da LOC. Ocorre da SIM até a discordância
Y3;
Trato de Sistemas Transgressivo (TST), referente às subzonas Y2 e Y1 e à Zona Z, estágio (4) da
LOC. Ocorre da discordância Y3 até o topo dos testemunhos.
102
A discordância Y3, nos poços A e B, é interpretada como um limite de seqüências, sendo a
Subzona Y3 no poço C sua conformidade correlativa. Este limite corresponde ao estágio (3) da
LOC na análise de Correlação Gráfica.
A presença da espécie Globorotalia crassaformis em abundância na Subzona Y4 (também
presente na Subzona Y5) ganha importância uma vez que marca o final do Trato de Sistemas de
Mar Alto (TSMA).
Foram reconhecidas duas seqüências deposicionais. A primeira seqüência foi amostrada
parcialmente e seu limite inferior não foi atingido. O intervalo amostrado corresponde a
aproximadamente 99Ka. A segunda seqüência apresenta uma duração em torno de 66Ka. Dessa
forma, admitem-se seqüências de 5ª ordem (Vail et al., 1991). A Tabela 2 e a Figura 32 resumem
os resultados descritos acima.
Tabela 2 – Resumo dos resultados alcançados com a análise de elementos de estratigrafia de seqüências, tendo
como base o poço C.
Biozonas
Estágios
Correlação
Gráfica
Taxas de
Acumulação
(cm/Ka)
Elementos de
Estratigrafia de
Seqüências
Padrão de
empilhamento
estratigráfico
Tratos de
Sistemas
Seqüências
Isótopos
de δ
18
O
Z
Y1
Y2
(4) 6,75 retrogradacional TST
2
A
---------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------
Y3
Conformidade
correlativa Y3
(66ka)
Y4
Y5
(2) 27,93
X (1) 15,91
progradacional /
agradacional
TSMA E
----- SIM -----
W - -
retrogradacional TST
1
A
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
0 5000 10000 15000 20000 25000
Abundância corrigida da fauna
total de foraminíferos
Frequência (%) de Bentônicos
TST
TSMA
TST
TST
TSMA
TST
Bioestratigrafia
Z
Y1
Y2
Y3
Y4
Y5
X1
X2
X3
W1
W2
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
0255075100125150
Correlação Gráfica
Idade (Ka)
Profundidade (cm)
6,75 cm/Ka
27,93 cm/Ka
15,91 cm/Ka
(1)
(2)
(4)
Pleistoceno
Hol.
Cronoestratigrafia
Z
Y1A
Y1B
Y2
X
W
Bioestratigrafia
-2000
-1800
-1600
-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
-0,50 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00
Curva de isótopos
de Oxigênio ( O‰ )d
18 PDB
A
E
A
SIM
Limite de Seqüência
Seqüência 1
Seq. 2
Poço C Poço C Poço C
Testemunho B
de Tokutake (2005)
A
Aquecimento
E
Esfriamento
TST
Trato de Sistemas Transgressivo
TSMA
Trato de Sistemas de Mar Alto
Conformidade Correlativa
Superfície de Inundação Máxima (SIM)
Figura 32: Resumo dos resultados da análise de elementos de estratigrafia de seqüências, tendo como base o poço C. Descrição no texto.
ção gráfica e isótopos de oxigênio (Tokutake, 2005).Distribuição de frequência dos foraminíferos bentônicos, abundância da fauna total, correla
103
104
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
8.1 C
ONCLUSÕES
Da análise de foraminíferos:
As biozonas utilizadas neste trabalho reúnem características de mais de um tipo de zonas
bioestratigráficas, caracterizando Zonas Híbridas (NASC, 2005).
Está sendo proposta nesta dissertação a nomenclatura utilizada para referenciar o evento YP.4
(quarto bio-horizonte de P. obliquiloculata), seguindo a ordem numérica e cronológica dos
eventos nomeados por Vicalvi (1999). Este dátum marca o limite entre as subzonas Y1B e Y1A
de Kowsmann & Vicalvi (2003) e corresponde ao último reaparecimento do plexo Pulleniatina
em torno de 15Ka AP (Bé et al.,1976).
O gráfico de abundância da fauna total de foraminíferos foi gerado a partir do número total
corrigido de foraminíferos (planctônicos + bentônicos) por amostra, considerando a fração triada
e o peso da amostra original. Esse procedimento gera uma estimativa do número total de
indivíduos por amostra, corrigido para um peso padrão de 10g. Para tanto foi criada e utilizada a
fórmula:
n×[(10/p)+f]
onde,
n é o número total de foraminíferos da amostra;
p é o peso em gramas da amostra;
e f é a fração triada.
Dentre os dez gráficos elaborados, as curvas fundamentais para as interpretações propostas
neste trabalho foram: plexo G. menardii, plexo Pulleniatina, G. inflata, freqüência de
foraminíferos bentônicos (razão P/B) e abundância corrigida da fauna total de foraminíferos. As
demais curvas foram utilizadas como informação complementar.
105
Da análise bioestratigráfica:
No presente estudo foram identificadas:
i. as zonas W, X, Y e Z de Ericson & Wollin (1968);
ii. as subzonas: W2 e W1 de Kennett & Huddlestun (1972); e X3, X2, X1, Y5, Y4, Y3,
Y2, Y1, Z2 e Z1 de Vicalvi (1999);
iii. as subzonas: Y1B e Y1A de Kowsmann & Vicalvi (2003).
Para o poço A:
i. foram identificadas as três zonas mais recentes de Ericson & Wollin (1968): X, Y e
Z;
ii. foram reconhecidas as subzonas de Vicalvi (1999): X3, X2, X1, Y5, Y4, Y2, Y1, Z2
e Z1;
iii. foi observado ainda a divisão da Subzona Y1 em Y1B e Y1A (Kowsmann & Vicalvi,
2003);
iv. foi verificada a ausência da Subzona Y3, sugerindo um hiato.
Para o poço B:
i. foram identificadas as zonas X, Y e Z de Ericson & Wollin (1968);
ii. foram reconhecidas as subzonas X3, X2, X1, Y5, Y4, Y2, Y1B, Y1A, Z2 e Z1 de
Vicalvi (1999) e Kowsmann & Vicalvi (2003);
iii. foi verificada a ausência da Subzona Y3, sugerindo um hiato.
Para o poço C:
i. foram reconhecidas as zonas W, X, Y e Z de Ericson & Wollin (1968);
ii. foram reconhecidas as subzonas W2, W1, X3, X2, X1, Y5, Y4, Y3, Y2 e Y1 de
Kennett & Huddlestun (1972) e Vicalvi (1999);
iii. Não foram identificadas oito subzonas de X (X11 a X4), sugerindo um hiato aparente
e provavelmente uma seção condensada;
106
iv. A Subzona W2 foi marcada por um ou mais eventos de descarga sedimentar no
talude, remobilizando material.
Sugere-se que o zoneamento por foraminíferos planctônicos deve considerar as variações de
G. crassaformis para a Zona Y, mais especificamente Subzona Y4, pelo menos na área de estudo
aqui abordada. Esta espécie também apresenta significado no limite entre as subzonas X3 e X2;
A espécie holocênica G. fimbriata não foi encontrada nos testemunhos analisados.
Da avaliação da fauna bentônica:
O gráfico de foraminíferos bentônicos por tipo de carapaça reflete a forte predominância de
formas calcário-hialinas;
Nesta dissertação, a curva de freqüência relativa dos foraminíferos bentônicos (razão P/B) foi
utilizada como indicador de remobilização de sedimentos;
Os gráficos de freqüência relativa de foraminíferos bentônicos são muito semelhantes entre os
três poços. São identificadas nitidamente três fortes tendências comuns aos três testemunhos e
uma tendência adicional no poço C;
A curva de abundância corrigida da fauna total de foraminíferos reflete a diluição da
quantidade de carapaças pela chegada de sedimentos terrígenos, expressando indiretamente a taxa
de sedimentação;
A curva de abundância corrigida da fauna total de foraminíferos apresenta um comportamento
aproximadamente inverso ao descrito pela curva de freqüência relativa de bentônicos.
Da correlação entre os testemunhos:
A não identificação das subzonas X11 a X4 no limite W/X (poço C) é interpretada como um
hiato aparente e provavelmente uma seção condensada. Este intervalo está associado a uma
Superfície de Inundação Máxima (SIM);
A Zona X é reconhecida e correlacionada entre todos os testemunhos, bem como suas três
subzonas, cujas espessuras variam;
107
A Zona Y, se considerada em sua totalidade, é correlacionável entre todos os poços com
algumas variações internas em cada poço;
As subzonas Y5, Y4 e Y2 estão presentes em todos os testemunhos;
A Subzona Y3 está presente somente no poço C. Foi identificado um hiato para este nível nos
demais poços. Este hiato envolve um intervalo temporal maior no poço A;
O hiato correspondente à Subzona Y3 está relacionado aos processos sedimentares associados
à escavação de canal. Este hiato é interpretado como:
i. uma discordância para os poços A e B, chamada de discordância Y3;
ii. uma conformidade correlativa para o poço C.
A Subzona Y1 nos poços A e B foi dividida em Y1B e Y1A e estas subdivisões são
correlacionáveis. No poço C esta zona foi mantida indivisa;
A Zona Z, composta exclusivamente por marga (MG), é correlacionável entre os três
testemunhos;
As subzonas Z2 e Z1 são correlacionáveis somente entre os poços A e B, uma vez que no poço
C a Zona Z foi considerada indivisa;
É esperado que o fundo marinho entre os canais que contêm os poços A e B, apresente uma
sedimentação similar à registrada no poço C, sem presença de hiato na Zona Y;
A composição litológica e micropaleontológica dos testemunhos mostra que os sedimentos
hemipelágicos e terrígenos acumularam-se durante as zonas W, X e Y, dando lugar a uma
sedimentação predominantemente pelágica durante o Holoceno – Zona Z (Vicalvi & Palma,
1980).
Da correlação gráfica:
A Linha de Correlação (LOC) apresenta um comportamento similar nos três poços, com
quatro estágios diferenciados;
As taxas de acumulação encontradas no poço A foram:
i. 22,43cm/Ka para as subzonas Y5 e Y4 (estágio 2);
108
ii. 11,84cm/Ka para as subzonas Y2, Y1B, Y1A, Z2 e Z1 (estágio 4).
O hiato neste poço envolveu 5,62Ka (estágio 3).
No poço B foram encontrados os seguintes valores para a taxa de acumulação:
i. 31,76cm/Ka para as subzonas Y5 e Y4 (estágio 2);
ii. 11,33cm/Ka para as subzonas Y2, Y1B, Y1A, Z2 e Z1 (estágio 4).
O cálculo do intervalo de tempo não registrado neste poço resultou em 3,76Ka (estágio 3).
Para o poço C, os resultados de taxa de acumulação foram:
i. 15,91cm/Ka para a Zona X (estágio 1);
ii. 27,93cm/Ka para as subzonas Y5 e Y4 (estágio 2);
iii. 6,75cm/Ka para as biozonas Y3, Y2, Y1 e Z (estágio 4).
Mesmo em contextos fisiográficos e sedimentológicos diferentes as taxas de acumulação
apresentam a mesma ordem de grandeza, evidenciando sedimentação relativamente uniforme na
área;
As interpretações bioestratigráficas comparadas poço a poço aprimoraram os resultados
alcançados com a escala cronoestratigráfica. Foram reconhecidos os mesmos quatro estágios para
a linha de correlação (LOC).
Da análise de isótopos de oxigênio:
O comportamento da curva de isótopos de oxigênio do Testemunho B de Tokutake (2005)
indica três estágios distintos e bem marcados de Aquecimento-Esfriamento-Aquecimento (A-E-
A);
As tendências de Aquecimento-Esfriamento-Aquecimento (A-E-A) foram relacionadas ao
ciclo Transgressivo-Regressivo-Transgressivo (T-R-T) interpretado nas curvas de foraminíferos.
109
Da análise de elementos de estratigrafia de seqüências:
A curva de freqüência relativa de bentônicos (razão P/B) e a curva de abundância corrigida da
fauna total de foraminíferos são diretamente influenciadas pelo aporte sedimentar, portanto
indicam indiretamente:
i. taxa de sedimentação;
ii. o padrão de empilhamento dos estratos (retrogradacional, agradacional e
progradacional);
iii. as variações do nível do mar;
iv. o caráter transgressivo-regressivo do registro sedimentar.
Em análises de estratigrafia de seqüências que utilizem foraminíferos, as curvas de freqüência
relativa de bentônicos (razão P/B) e abundância corrigida da fauna total de foraminíferos devem
ser usadas como complemento uma da outra;
Foram interpretados como elementos de estratigrafia de seqüências, identificados diretamente
pela análise bioestratigráfica de foraminíferos:
i. a Superfície de Inundação Máxima (SIM), caracterizada no limite entre as biozonas
W e X no poço C. A SIM reflete:
o intervalo de abundância máxima de foraminíferos (curva de abundância
corrigida da fauna total de foraminíferos);
o pico de abundância de foraminíferos planctônicos (curva de freqüência
relativa (%) de bentônicos).
ii. a discordância Y3 nos poços A e B, como candidata a limite de seqüências;
iii. a Subzona Y3 no poço C, como conformidade correlativa da discordância Y3.
Trato de Sistemas Transgressivo (TST), referente à Zona W. Ocorre da base do poço C até a
SIM, no limite entre as biozonas W e X;
Trato de Sistemas de Mar Alto (TSMA), referente à Zona X (estágio 1 da LOC), e às subzonas
Y5, Y4 e Y3 (esta somente no poço C) (estágio 2 da LOC). Ocorre da SIM até a discordância Y3;
110
Trato de Sistemas Transgressivo (TST), referente às subzonas Y2 e Y1 e à Zona Z (estágio 4
da LOC). Ocorre da discordância Y3 até o topo dos testemunhos;
A discordância Y3, nos poços A e B, é interpretada como um limite de seqüências, sendo a
Subzona Y3 no poço C sua conformidade correlativa. Este limite corresponde ao estágio (3) da
LOC na análise de Correlação Gráfica;
A presença de Globorotalia crassaformis em abundância na Subzona Y4 (também presente na
Subzona Y5) marca o final do Trato de Sistemas de Mar Alto (TSMA);
Foram reconhecidas duas (02) seqüências distintas de 5ªordem. A primeira com uma duração
em torno de 99Ka e a segunda de aproximadamente 66Ka.
8.2 R
ECOMENDAÇÕES
No sentido de aprimorar o estudo realizado, recomenda-se a execução das seguintes
análises:
reduzir o espaço de amostragem para refinar os intervalos identificados e caracterizar a seção
condensada;
realizar estudos paleoecológicos com biofácies de foraminíferos bentônicos;
aumentar o número de poços analisados para cobrir uma área maior e dispor de dados em
diferentes contextos sedimentares;
utilizar dados complementares, como o modelo sedimentológico e/ou mapa fisiográfico, para
aprimorar as correlações apresentadas e realizar uma reconstituição paleobiogeográfica da região
estudada para o final do Pleistoceno e Holoceno;
realizar análises de palinofácies com o propósito de verificar a contribuição de água mais rasa
/ continental na bacia;
realizar análises para isótopos estáveis de O e C, assim como de COT (carbono orgânico total)
nos poços estudados;
realizar datações absolutas.
111
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APÊNDICE A - Tabela de tempo geológico (Ogg, 2006)
APÊNDICE B – Lista de Espécies
Ordem: GLOBIGERINIDA Delage & Hérouard, 1896 (Sen Gupta, 1999)
Gênero Globorotalia Cushman, 1927
Globorotalia menardii menardii (Parker, Jones & Brady), 1865
Globorotalia menardii flexuosa (Koch), 1923
Globorotalia tumida (Brady), 1877
Globorotalia fimbriata (Brady), 1884
Globorotalia inflata (d’Orbigny), 1839
Globorotalia truncatulinoides (d’Orbigny), 1839
Globorotalia crassaformis (Galloway & Wissler), 1927
Gênero Globigerinoides Cushman, 1927
Globigerinoides ruber (d’Orbigny), 1839
Gênero Orbulina d´Orbigny, 1839
Orbulina universa d’Orbigny, 1839
Gênero Pulleniatina Cushman, 1927
Pulleniatina obliquiloculata (Parker & Jones), 1967
Pulleniatina primalis Banner & Blow, 1967
Pulleniatina finalis Banner & Blow, 1967
APÊNDICE C – Estampas
ESTAMPA I
1. Globorotalia menardii (Parker, Jones & Brady) – exemplares retirados do poço C #40 (865cm
de profundidade).
1a.vista espiral; 1b. vista umbilical.
2. Globorotalia m. flexuosa (Koch) – exemplares retirados do poço B #63 (1715cm de
profundidade).
2a. vista espiral; 2b. vista axial; 2c. vista umbilical.
3. Globorotalia tumida (Brady) – exemplares retirados do poço C #6 (40cm de profundidade).
3a. vista espiral; 3b. vista axial; 3c. vista umbilical.
4. Pulleniatina sp. - – exemplares retirados do poço A #34 (830cm de profundidade).
4a. vista espiral; 4b. vista apertural.
1a 1b
2a 2b 2c
3a 3b 3c
4a 4b
Estampa I
ESTAMPA II
1. Globorotalia inflata (d’Orbigny) – exemplares retirados do poço C #19 (260cm de
profundidade).
1a. vista espiral; 1b. vista apertural; 1c. vista umbilical.
2. Globorotalia truncatulinoides (d’Orbigny) – exemplares retirados do poço C #22 (310cm de
profundidade).
2a. vista espiral; 2b. vista axial; 2c. vista umbilical.
3. Globorotalia crassaformis (Galloway & Wissler) – exemplares retirados do poço B #37
(945cm de profundidade).
3a. vista espiral; 3b. vista axial; 3c. vista umbilical.
4. Orbulina universa d’Orbigny – exemplar retirado do poço B #40 (1035cm de profundidade).
1a 1b 1c
2a 2b 2c
3a 3b 3c
4
Estampa II
ESTAMPA III
1. a 14. – Foraminíferos bentônicos
1. Sigmoilopsis ? sp. - exemplar retirado do poço B #42 (1095cm de profundidade).
2. Clavulina ? sp. - exemplar retirado do poço A #53 (1400cm de profundidade).
3. Gaudryina ? sp. - exemplar retirado do poço C #44 (985cm de profundidade).
4. Bulimina sp. - exemplar retirado do poço C #80 (1797cm de profundidade).
5. Brizalina sp. - exemplar retirado do poço C #80 (1797cm de profundidade).
6. Bulimina sp. - exemplar retirado do poço B #42 (1095cm de profundidade).
7. Pulenia sp. - exemplar retirado do poço B #42 (1095cm de profundidade).
8. Laticarinina sp. - exemplar retirado do poço B #42 (1095cm de profundidade).
9. Pyrgo sp. - exemplar retirado do poço A #43 (1100cm de profundidade).
10. Miliolinella sp. - exemplar retirado do poço A #43 (1100cm de profundidade).
11. Sphaeroidina sp. - exemplar retirado do poço A #53 (1400cm de profundidade).
12. Uvigerina sp. - exemplar retirado do poço B #42 (1095cm de profundidade).
13. Globocassidulina sp. - exemplar retirado do poço A #11 (240cm de profundidade).
14. Gyroidina sp. - exemplar retirado do poço B #42 (1095cm de profundidade).
12 3 4
56 7 8
910 11
12 13 14
Estampa III
APÊNDICE D - Poço A
Apêndice D.1: Quadro de valores absolutos das amostras do poço A.
Apêndice D.2: Quadro de valores calculados para as amostras do poço A.
Apêndice D.3: Descrição litofaciológica dos 1975cm de sedimentos recuperados no poço A.
Cores escolhidas arbitrariamente.
Legenda para o quadro de valores absolutos
Amostra (#) Número da amostra
Prof. (cm) Profundidade em centímetros
Peso (g) Peso em gramas
Fração (1/n) Fração de quarteamento
Nº Total (Planct.) Número total de indivíduos de foraminíferos planctônicos
Nº Plexo G. menardii Número total de indivíduos do plexo Globorotalia menardii
G. menardii Número absoluto de indivíduos de G. menardii
G. tumida Número absoluto de indivíduos de G. tumida
G. m. flexuosa Número absoluto de indivíduos de G. m. flexuosa
Pulleniatina sp. Número absoluto de indivíduos do plexo Pulleniatina sp.
G. inflata Número absoluto de indivíduos de G. inflata
G. truncatulinoides Número absoluto de indivíduos de G. truncatulinoides
G. crassaformis Número absoluto de indivíduos de G. crassaformis
Orbulina universa Número absoluto de indivíduos de Orbulina universa
N° Total (Bent.) Número total de indivíduos de foraminíferos bentônicos
Nº Calcário Hialinos Número de indivíduos bentônicos de carapaça calcário hialina
Nº Aglutinantes Número de indivíduos bentônicos de carapaça aglutinante
Nº Porcelanosos Número de indivíduos bentônicos de carapaça porcelanosa
N° Não ID Número absoluto de indivíduos não identificados
Nº Radiolário Número absoluto de indivíduos de radiolários
N° Total (Bent. + Planct.) Número total de foraminíferos
Cálculo Abundância Número estimado do total de foraminíferos da amostra
Legenda para o quadro de valores calculados
Amostra (#) Número da amostra
Prof. (cm) Profundidade em centímetros
Peso (g) Peso em gramas
Fração (1/n) Fração de quarteamento
% Total (Planct.) Percentual calculado de foraminíferos planctônicos
% Plexo G. menardii Percentual calculado do plexo Globorotalia menardii
% G. menardii Percentual calculado de G. menardii
% G. tumida Percentual calculado de G. tumida
% G. m. flexuosa Percentual calculado de G. m. flexuosa
% Pulleniatina sp. Percentual calculado do plexo Pulleniatina sp.
% G. inflata Percentual calculado de G. inflata
% G. truncatulinoides Percentual calculado de G. truncatulinoides
% G. crassaformis Percentual calculado de
G. crassaformis
% Orbulina universa Percentual calculado de Orbulina universa
% Total (Bent.) Percentual calculado de foraminíferos bentônicos
% Calcário Hialinos Percentual calculado de bentônicos de carapaça calcário hialina
% Aglutinantes Percentual calculado de bentônicos de carapaça aglutinante
% Porcelanosos Percentual calculado de bentônicos de carapaça porcelanosa
% Não ID Percentual calculado de foraminíferos não identificados
% Radiolário Percentual calculado de radiolários
% Total (Bent. + Planct.) Percentual calculado do total de foraminíferos
Complemento % Porcelanosos (100-%) Complemento do percentual calculado de bentônicos de carapaça
porcelanosa
Amostra (#)
Prof. (cm)
Peso (g)
Fração (1/n)
N° Total (Planct.)
N° Plexo G. menardii
G. menardii
G. tumida
G. flexuosa
Pulleniatina sp.
G. inflata
G. truncatulinoides
G. crassaformis
Orbulina universa
N° Total (Bent.)
N° Calcário Hialinos
N° Aglutinantes
N° Porcelanosos
N° Não ID
N° Radiolário
N° Total (Bent. + Planct.)
Cálculo Abundância
# 1 0 8,76 16 266 7 4 3020 0 02 21 16 1 4 0 0 287 4919,63
# 2 -10 16,43 16 441 8 7 1000 0 01 32 30 2 0 5 0 473 7855,89
# 3 -20 14,13 16 381 11 9 2040 0 00 29 28 0 1 2 0 410 6850,16
# 4 -30 14,45 16 481 6 5 1010 2 02 55 52 0 3 0 2 536 8946,93
# 5 -60 12,58 16 343 9 9 0000 0 03 31 28 0 3 0 1 374 6281,30
# 6 -90 13,26 16 362 8 8 0000 0 02 27 24 1 2 2 1 389 6517,36
# 7 -120 15,73 32 516 20 200010 1 05 29 25 0 4 1 0 545 17786,47
# 8 -155 11,93 16 358 1 0 10101202 49 48 0 1 2 0 407 6853,16
# 9 -180 12,69 32 329 0 0 00101400 22 20 0 2 0 0 351 11508,60
# 10 -210 11,94 32 511 0 0 0008 3 02 24 24 0 0 0 0 535 17568,07
# 11 -240 8,80 16 531 1 1 000138 01 24 23 0 1 0 0 555 9510,68
# 12 -270 11,81 16 318 0 0 0002 3 02 38 35 0 3 0 0 356 5997,44
# 13 -300 13,25 8 544 0 0 0006 3 01 31 27 0 4 0 0 575 5033,96
# 14 -305 15,56 16 297 0 0 0003 5 40 19 14 0 5 0 0 316 5259,08
# 15 -315 10,28 16 422 0 0 0006 3 00 29 26 1 2 0 1 451 7654,72
# 16 -350 11,66 32 571 0 0 000193 00 45 39 1 5 0 1 616 20240,30
# 17 -380 14,20 8 334 0 0 00021031 53 49 0 4 1 0 387 3368,54
# 18 -410 12,49 32 349 0 0 000281040 15 14 0 1 0 0 364 11939,43
# 19 -440 13,62 4 453 0 0 000211460 37 31 0 6 0 0 490 2319,77
# 20 -450 11,34 8 473 1 1 000251041 33 24 1 8 0 0 506 4494,21
# 21 -460 9,81 16 432 0 0 000178 20 28 26 0 2 0 0 460 7828,91
# 22 -490 10,21 8 275 0 0 00083700 30 29 0 1 0 0 305 2738,73
# 23 -520 12,55 16 272 0 0 00591011 87 84 1 2 0 0 359 6030,06
# 24 -550 13,14 16 280 0 0 0074 2 02 22 21 0 1 1 0 302 5061,83
# 25 -580 11,02 8 391 0 0 005132 02 51 50 0 1 0 0 442 3937,09
# 26 -610 16,01 8 359 1 1 0025 5 00 66 63 0 3 0 0 425 3665,46
# 27 -640 14,67 16 465 0 0 0060 4 03 40 37 0 3 3 0 505 8424,24
# 28 -670 13,08 8 265 0 0 00612603 30 29 0 1 1 0 295 2585,54
# 29 -712 13,63 16 272 0 0 0030 4 00 47 41 1 5 0 0 319 5338,04
# 30 -722 14,02 16 348 0 0 0022 4 01 64 54 5 5 1 0 412 6885,87
# 31 -740 11,95 8 408 0 0 0006 3 00 54 44 3 7 0 0 462 4082,61
# 32 -770 16,00 8 313 0 0 0028 1 31 90 89 0 1 0 0 403 3475,88
# 33 -800 13,13 4 312 1 1 004276190 92 87 0 5 0 0 404 1923,69
# 34 -830 13,60 4 263 0 0 0087 6120112 109 1 2 0 0 375 1775,74
# 35 -860 9,45 4 207 0 0 0000 2 00 92 82 4 6 0 0 299 1512,40
# 36 -890 13,63 4 224 0 0 001112101 69 66 1 2 0 0 293 1386,97
# 37 -920 13,69 2 427 0 0 0041811811139 131 3 5 0 1 566 1545,44
# 38 -950 14,84 8 342 0 0 0054 1153 84 83 0 1 0 0 426 3695,06
# 39 -980 17,04 8 277 0 0 0068 2220 79 74 0 5 0 0 356 3056,92
# 40 -1010 13,12 8 485 0 0 0032 4291 40 38 0 2 3 0 525 4600,15
# 41 -1040 13,14 8 527 0 0 0010 1220 68 61 1 6 0 0 595 5212,82
# 42 -1070 16,58 16 326 0 0 0000 3200 27 20 2 5 0 0 353 5860,91
# 43 -1100 12,41 8 328 0 0 0000 2 26185 166 4 15 0 0 513 4517,38
# 44 -1130 14,88 4 312 20 170342 3 61 86 83 0 3 0 0 398 1859,47
# 45 -1160 14,10 8 321 18 180022 8 40 61 56 1 4 0 0 382 3326,92
# 46 -1190 17,44 4 286 30 300063 2 35143 141 0 2 0 0 429 1961,99
# 47 -1220 9,78 4 316 24 220211 0 28102 102 0 0 0 0 418 2099,40
# 48 -1250 12,78 4 433 28 260213 3 22146 140 1 5 0 0 579 2769,05
# 49 -1280 11,19 4 178 11 7 0422 2 10133 132 0 1 0 0 311 1521,93
# 50 -1310 12,17 4 419 12 7 0510 8 32149 142 2 5 0 0 568 2738,72
# 51 -1340 12,78 4 273 21 160500 7 00 68 66 1 1 0 0 341 1630,82
# 52 -1370 13,50 4 352 30 270310 0 02141 135 0 6 0 0 493 2337,19
# 53 -1400 11,14 4 392 17 140320 3 21186 180 1 5 0 0 578 2830,85
# 54 -1430 9,63 4 241 20 170300 0 11176 173 1 2 0 0 417 2101,02
# 55 -1460 13,12 8 238 17 130400 1 00143 138 0 5 0 0 381 3338,40
# 56 -1490 16,13 8 309 12 8 0400 2 10102 98 0 4 0 0 411 3542,80
# 57 -1520 10,77 4 338 17 110620 2 20 98 92 4 2 0 0 436 2148,83
# 58 -1550 16,72 8 491 15 120301 3 02 81 79 0 2 0 0 572 4918,11
# 59 -1580 16,82 8 480 12 9 0301 0 00 83 78 0 5 0 0 563 4838,72
# 60 -1610 10,81 8 529 11 5 0601 2 00 65 61 0 4 0 0 594 5301,49
# 61 -1640 10,43 8 348 10 8 0220 1 00 54 53 0 1 0 0 402 3601,43
# 62 -1670 14,50 8 539 25 220321 0 02 78 74 2 2 0 0 617 5361,52
# 63 -1700 11,08 8 394 38 27 0 11 1 0 1 10 0 33 32 0 1 0 0 427 3801,38
# 64 -1730 9,91 8 380 24 160800 2 50 23 22 0 1 0 0 403 3630,66
# 65 -1760 13,20 16 327 16 120400 1 03 24 23 1 0 1 0 351 5881,91
# 66 -1785 7,93 8 277 0 0 0000 2100 49 41 0 8 0 0 326 3019,10
# 67 -1798 9,49 8 431 0 0 0010 1 10 90 82 4 4 0 0 521 4717,00
# 68 -1830 16,88 4 391 15 150040 1 44 70 66 1 3 0 0 461 2117,10
# 69 -1870 7,95 4 236 4 4 0020 2 03 63 62 0 1 0 0 299 1572,10
# 70 -1900 10,37 4 361 11 110090 0 41 62 59 0 3 0 0 423 2099,91
# 71 -1930 9,93 8 236 4 4 0030 0 13 48 43 1 4 0 0 284 2558,00
# 72 -1970 6,16 4 513 24 240091 0 20 56 53 0 3 0 0 569 3199,70
Apêndice D.1: Quadro de valores absolutos das amostras do poço A
Amostra (#)
Prof. (cm)
Peso (g)
Fração (1/n)
% Total (Planct.)
% Plexo G. menardii
% G. menardii
% G. tumida
% G. flexuosa
% Pulleniatina sp.
% G. inflata
% G. truncatulinoides
% G. crassaformis
% Orbulina universa
% Total (Bent.)
% Calcário Hialinos
% Aglutinantes
% Porcelanosos
% Não ID
% Radiolário
% Total (Bent. + Planct.)
Complemento % Porcelanosos (100-%)
# 1 0 8,76 16 100 2,63 1,50 1,13 0,00 0,75 0,00 0,00 0,00 0,75 7,32 76,19 4,76 19,05 - - 107,89 80,95
# 2 -10 16,43 16 100 1,81 1,59 0,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,23 6,77 93,75 6,25 0,00 - - 107,26 100,00
# 3 -20 14,13 16 100 2,89 2,36 0,52 0,00 1,05 0,00 0,00 0,00 0,00 7,07 96,55 0,00 3,45 - - 107,61 96,55
# 4 -30 14,45 16 100 1,25 1,04 0,21 0,00 0,21 0,00 0,42 0,00 0,42 10,26 94,55 0,00 5,45 - - 111,43 94,55
# 5 -60 12,58 16 100 2,62 2,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,87 8,29 90,32 0,00 9,68 - - 109,04 90,32
# 6 -90 13,26 16 100 2,21 2,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,55 6,94 88,89 3,70 7,41 - - 107,46 92,59
# 7 -120 15,73 32 100 3,88 3,88 0,00 0,00 0,19 0,00 0,19 0,00 0,97 5,32 86,21 0,00 13,79 - - 105,62 86,21
# 8 -155 11,93 16 100 0,28 0,00 0,28 0,00 0,28 0,00 3,35 0,00 0,56 12,04 97,96 0,00 2,04 - - 113,69 97,96
# 9 -180 12,69 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,30 0,00 4,26 0,00 0,00 6,27 90,91 0,00 9,09 - - 106,69 90,91
# 10 -210 11,94 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,57 0,59 0,00 0,39 4,49 100,00 0,00 0,00 - - 104,70 100,00
# 11 -240 8,80 16 100 0,19 0,19 0,00 0,00 0,00 2,45 1,51 0,00 0,19 4,32 95,83 0,00 4,17 - - 104,52 95,83
# 12 -270 11,81 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,63 0,94 0,00 0,63 10,67 92,11 0,00 7,89 - - 111,95 92,11
# 13 -300 13,25 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,10 0,55 0,00 0,18 5,39 87,10 0,00 12,90 - - 105,70 87,10
# 14 -305 15,56 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,01 1,68 1,35 0,00 6,01 73,68 0,00 26,32 - - 106,40 73,68
# 15 -315 10,28 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,42 0,71 0,00 0,00 6,43 89,66 3,45 6,90 - - 106,87 93,10
# 16 -350 11,66 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,33 0,53 0,00 0,00 7,31 86,67 2,22 11,11 - - 107,88 88,89
# 17 -380 14,20 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,60 2,99 0,90 0,30 13,70 92,45 0,00 7,55 - - 115,87 92,45
# 18 -410 12,49 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,02 2,87 1,15 0,00 4,12 93,33 0,00 6,67 - - 104,30 93,33
# 19 -440 13,62 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,64 3,09 1,32 0,00 7,55 83,78 0,00 16,22 - - 108,17 83,78
# 20 -450 11,34 8 100 0,21 0,21 0,00 0,00 0,00 5,29 2,11 0,85 0,21 6,52 72,73 3,03 24,24 - - 106,98 75,76
# 21 -460 9,81 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,94 1,85 0,46 0,00 6,09 92,86 0,00 7,14 - - 106,48 92,86
# 22 -490 10,21 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,91 13,45 0,00 0,00 9,84 96,67 0,00 3,33 - - 110,91 96,67
# 23 -520 12,55 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,84 3,31 3,68 0,37 0,37 24,23 96,55 1,15 2,30 - - 131,99 97,70
# 24 -550 13,14 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 2,50 1,43 0,71 0,00 0,71 7,28 95,45 0,00 4,55 - - 107,86 95,45
# 25 -580 11,02 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,28 3,32 0,51 0,00 0,51 11,54 98,04 0,00 1,96 - - 113,04 98,04
# 26 -610 16,01 8 100 0,28 0,28 0,00 0,00 0,56 1,39 1,39 0,00 0,00 15,53 95,45 0,00 4,55 - - 118,38 95,45
# 27 -640 14,67 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,29 0,00 0,86 0,00 0,65 7,92 92,50 0,00 7,50 - - 108,60 92,50
# 28 -670 13,08 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 2,26 0,38 9,81 0,00 1,13 10,17 96,67 0,00 3,33 - - 111,32 96,67
# 29 -712 13,63 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,10 0,00 1,47 0,00 0,00 14,73 87,23 2,13 10,64 - - 117,28 89,36
# 30 -722 14,02 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,57 0,57 1,15 0,00 0,29 15,53 84,38 7,81 7,81 - - 118,39 92,19
# 31 -740 11,95 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,47 0,74 0,00 0,00 11,69 81,48 5,56 12,96 - - 113,24 87,04
# 32 -770 16,00 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,64 2,56 0,32 0,96 0,32 22,33 98,89 0,00 1,11 - - 128,75 98,89
# 33 -800 13,13 4 100 0,32 0,32 0,00 0,00 1,28 8,65 1,92 6,09 0,00 22,77 94,57 0,00 5,43 - - 129,49 94,57
# 34 -830 13,60 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 3,04 2,66 2,28 4,56 0,00 29,87 97,32 0,89 1,79 - - 142,59 98,21
# 35 -860 9,45 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,97 0,00 0,00 30,77 89,13 4,35 6,52 - - 144,44 93,48
# 36 -890 13,63 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,45 4,91 0,89 4,46 0,45 23,55 95,65 1,45 2,90 - - 130,80 97,10
# 37 -920 13,69 2 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,94 4,22 0,23 4,22 2,58 24,56 94,24 2,16 3,60 - - 132,55 96,40
# 38 -950 14,84 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,46 1,17 0,29 4,39 0,88 19,72 98,81 0,00 1,19 - - 124,56 98,81
# 39 -980 17,04 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 2,17 2,89 0,72 7,94 0,00 22,19 93,67 0,00 6,33 - - 128,52 93,67
# 40 -1010 13,12 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,62 0,41 0,82 5,98 0,21 7,62 95,00 0,00 5,00 - - 108,25 95,00
# 41 -1040 13,14 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,19 0,00 0,19 4,17 0,00 11,43 89,71 1,47 8,82 - - 112,90 91,18
# 42 -1070 16,58 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,92 6,13 0,00 7,65 74,07 7,41 18,52 - - 108,28 81,48
# 43 -1100 12,41 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,61 0,61 1,83 36,06 89,73 2,16 8,11 - - 156,40 91,89
# 44 -1130 14,88 4 100 6,41 5,45 0,00 0,96 1,28 0,64 0,96 1,92 0,32 21,61 96,51 0,00 3,49 - - 127,56 96,51
# 45 -1160 14,10 8 100 5,61 5,61 0,00 0,00 0,62 0,62 2,49 1,25 0,00 15,97 91,80 1,64 6,56 - - 119,00 93,44
# 46 -1190 17,44 4 100 10,49 10,49 0,00 0,00 2,10 1,05 0,70 1,05 1,75 33,33 98,60 0,00 1,40 - - 150,00 98,60
# 47 -1220 9,78 4 100 7,59 6,96 0,00 0,63 0,32 0,32 0,00 0,63 2,53 24,40 100,00 0,00 0,00 - - 132,28 100,00
# 48 -1250 12,78 4 100 6,47 6,00 0,00 0,46 0,23 0,69 0,69 0,46 0,46 25,22 95,89 0,68 3,42 - - 133,72 96,58
# 49 -1280 11,19 4 100 6,18 3,93 0,00 2,25 1,12 1,12 1,12 0,56 0,00 42,77 99,25 0,00 0,75 - - 174,72 99,25
# 50 -1310 12,17 4 100 2,86 1,67 0,00 1,19 0,24 0,00 1,91 0,72 0,48 26,23 95,30 1,34 3,36 - - 135,56 96,64
# 51 -1340 12,78 4 100 7,69 5,86 0,00 1,83 0,00 0,00 2,56 0,00 0,00 19,94 97,06 1,47 1,47 - - 124,91 98,53
# 52 -1370 13,50 4 100 8,52 7,67 0,00 0,85 0,28 0,00 0,00 0,00 0,57 28,60 95,74 0,00 4,26 - - 140,06 95,74
# 53 -1400 11,14 4 100 4,34 3,57 0,00 0,77 0,51 0,00 0,77 0,51 0,26 32,18 96,77 0,54 2,69 - - 147,45 97,31
# 54 -1430 9,63 4 100 8,30 7,05 0,00 1,24 0,00 0,00 0,00 0,41 0,41 42,21 98,30 0,57 1,14 - - 173,03 98,86
# 55 -1460 13,12 8 100 7,14 5,46 0,00 1,68 0,00 0,00 0,42 0,00 0,00 37,53 96,50 0,00 3,50 - - 160,08 96,50
# 56 -1490 16,13 8 100 3,88 2,59 0,00 1,29 0,00 0,00 0,65 0,32 0,00 24,82 96,08 0,00 3,92 - - 133,01 96,08
# 57 -1520 10,77 4 100 5,03 3,25 0,00 1,78 0,59 0,00 0,59 0,59 0,00 22,48 93,88 4,08 2,04 - - 128,99 97,96
# 58 -1550 16,72 8 100 3,05 2,44 0,00 0,61 0,00 0,20 0,61 0,00 0,41 14,16 97,53 0,00 2,47 - - 116,50 97,53
# 59 -1580 16,82 8 100 2,50 1,88 0,00 0,63 0,00 0,21 0,00 0,00 0,00 14,74 93,98 0,00 6,02 - - 117,29 93,98
# 60 -1610 10,81 8 100 2,08 0,95 0,00 1,13 0,00 0,19 0,38 0,00 0,00 10,94 93,85 0,00 6,15 - - 112,29 93,85
# 61 -1640 10,43 8 100 2,87 2,30 0,00 0,57 0,57 0,00 0,29 0,00 0,00 13,43 98,15 0,00 1,85 - - 115,52 98,15
# 62 -1670 14,50 8 100 4,64 4,08 0,00 0,56 0,37 0,19 0,00 0,00 0,37 12,64 94,87 2,56 2,56 - - 114,47 97,44
# 63 -1700 11,08 8 100 9,64 6,85 0,00 2,79 0,25 0,00 0,25 2,54 0,00 7,73 96,97 0,00 3,03 - - 108,38 96,97
# 64 -1730 9,91 8 100 6,32 4,21 0,00 2,11 0,00 0,00 0,53 1,32 0,00 5,71 95,65 0,00 4,35 - - 106,05 95,65
# 65 -1760 13,20 16 100 4,89 3,67 0,00 1,22 0,00 0,00 0,31 0,00 0,92 6,84 95,83 4,17 0,00 - - 107,34 100,00
# 66 -1785 7,93 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,72 3,61 0,00 15,03 83,67 0,00 16,33 - - 117,69 83,67
# 67 -1798 9,49 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,23 0,00 0,23 0,23 0,00 17,27 91,11 4,44 4,44 - - 120,88 95,56
# 68 -1830 16,88 4 100 3,84 3,84 0,00 0,00 1,02 0,00 0,26 1,02 1,02 15,18 94,29 1,43 4,29 - - 117,90 95,71
# 69 -1870 7,95 4 100 1,69 1,69 0,00 0,00 0,85 0,00 0,85 0,00 1,27 21,07 98,41 0,00 1,59 - - 126,69 98,41
# 70 -1900 10,37 4 100 3,05 3,05 0,00 0,00 2,49 0,00 0,00 1,11 0,28 14,66 95,16 0,00 4,84 - - 117,17 95,16
# 71 -1930 9,93 8 100 1,69 1,69 0,00 0,00 1,27 0,00 0,00 0,42 1,27 16,90 89,58 2,08 8,33 - - 120,34 91,67
# 72 -1970 6,16 4 100 4,68 4,68 0,00 0,00 1,75 0,19 0,00 0,39 0,00 9,84 94,64 0,00 5,36 - - 110,92 94,64
Apêndice D.2: Quadro de valores calculados para as amostras do poço A
APÊNDICE E - Poço B
Apêndice E.1: Quadro de valores absolutos das amostras do poço B.
Apêndice E.2: Quadro de valores calculados para as amostras do poço B.
Apêndice E.3: Descrição litofaciológica dos 1910cm de sedimentos recuperados no poço B.
Cores escolhidas arbitrariamente.
Legenda para o quadro de valores absolutos
Amostra (#) Número da amostra
Prof. (cm) Profundidade em centímetros
Peso (g) Peso em gramas
Fração (1/n) Fração de quarteamento
Nº Total (Planct.) Número total de indivíduos de foraminíferos planctônicos
Nº Plexo G. menardii Número total de indivíduos do plexo Globorotalia menardii
G. menardii Número absoluto de indivíduos de G. menardii
G. tumida Número absoluto de indivíduos de G. tumida
G. m. flexuosa Número absoluto de indivíduos de G. m. flexuosa
Pulleniatina sp. Número absoluto de indivíduos do plexo Pulleniatina sp.
G. inflata Número absoluto de indivíduos de G. inflata
G. truncatulinoides Número absoluto de indivíduos de G. truncatulinoides
G. crassaformis Número absoluto de indivíduos de G. crassaformis
Orbulina universa Número absoluto de indivíduos de Orbulina universa
N° Total (Bent.) Número total de indivíduos de foraminíferos bentônicos
Nº Calcário Hialinos Número de indivíduos bentônicos de carapaça calcário hialina
Nº Aglutinantes Número de indivíduos bentônicos de carapaça aglutinante
Nº Porcelanosos Número de indivíduos bentônicos de carapaça porcelanosa
N° Não ID Número absoluto de indivíduos não identificados
Nº Radiolário Número absoluto de indivíduos de radiolários
N° Total (Bent. + Planct.) Número total de foraminíferos
Cálculo Abundância Número estimado do total de foraminíferos da amostra
Legenda para o quadro de valores calculados
Amostra (#) Número da amostra
Prof. (cm) Profundidade em centímetros
Peso (g) Peso em gramas
Fração (1/n) Fração de quarteamento
% Total (Planct.) Percentual calculado de foraminíferos planctônicos
% Plexo G. menardii Percentual calculado do plexo Globorotalia menardii
% G. menardii Percentual calculado de G. menardii
% G. tumida Percentual calculado de G. tumida
% G. m. flexuosa Percentual calculado de G. m. flexuosa
% Pulleniatina sp. Percentual calculado do plexo Pulleniatina sp.
% G. inflata Percentual calculado de G. inflata
% G. truncatulinoides Percentual calculado de G. truncatulinoides
% G. crassaformis Percentual calculado de
G. crassaformis
% Orbulina universa Percentual calculado de Orbulina universa
% Total (Bent.) Percentual calculado de foraminíferos bentônicos
% Calcário Hialinos Percentual calculado de bentônicos de carapaça calcário hialina
% Aglutinantes Percentual calculado de bentônicos de carapaça aglutinante
% Porcelanosos Percentual calculado de bentônicos de carapaça porcelanosa
% Não ID Percentual calculado de foraminíferos não identificados
% Radiolário Percentual calculado de radiolários
% Total (Bent. + Planct.) Percentual calculado do total de foraminíferos
Complemento % Porcelanosos (100-%) Complemento do percentual calculado de bentônicos de carapaça
porcelanosa
Amostra (#)
Prof. (cm)
Peso (g)
Fração (1/n)
N° Total (Planct.)
N° Plexo G. menardii
G. menardii
G. tumida
G. flexuosa
Pulleniatina sp.
G. inflata
G. truncatulinoides
G. crassaformis
Orbulina universa
N° Total (Bent.)
N° Calcário Hialinos
N° Aglutinantes
N° Porcelanosos
N° Não ID
N° Radiolário
N° Total (Bent. + Planct.)
Cálculo Abundância
# 1 0 6,69 16 430 7 70010002 25 22 0 3 3 0 455 7960,12
# 2 -5 7,70 16 495 24 240000217 43 36 4 3 1 0 538 9306,70
# 3 -15 12,22 16 394 8 80000006 42 37 0 5 2 0 436 7332,79
# 4 -48 10,82 32 293 4 22000001 29 27 0 2 0 0 322 10601,60
# 5 -80 26,06 32 425 11 110001001 49 44 3 2 0 1 474 15349,89
# 6 -110 13,84 32 290 6 60000001 25 22 0 3 0 0 315 10307,60
# 7 -145 10,01 32 243 0 00000802 39 35 1 3 0 0 282 9305,72
# 8 -155 12,50 32 475 3 120001202 63 56 0 7 0 1 538 17646,40
# 9 -170 9,92 16 411 0 000201700 36 33 0 3 0 0 447 7602,60
# 10 -183 11,79 16 361 0 000412100 16 14 0 2 0 1 377 6351,76
# 11 -200 8,70 16 385 0 00002522 31 26 1 4 0 0 416 7134,16
# 12 -205 10,75 32 431 0 00004213 30 26 0 4 0 0 461 15180,84
# 13 -250 8,53 16 623 0 000110201 43 35 0 8 0 0 666 11436,77
# 14 -280 14,85 64 446 0 00002400 46 43 2 1 0 0 492 31819,31
# 15 -313 9,67 16 522 0 000025710 66 58 2 6 0 0 588 10016,07
# 16 -340 12,04 16 469 0 000041100 48 46 0 2 0 0 517 8701,40
# 17 -360 12,15 32 387 0 00000110 64 45 16 3 0 0 451 14803,19
# 18 -375 10,66 16 294 0 000020913 20 19 0 1 0 0 314 5318,56
# 19 -405 10,93 16 343 0 000014523 40 38 1 1 0 0 383 6478,41
# 20 -435 12,46 8 356 0 000073400 47 47 0 0 0 0 403 3547,43
# 21 -465 12,30 16 300 0 00014100 84 82 0 2 1 0 384 6456,20
# 22 -495 11,50 8 347 3 30019611 54 50 1 3 0 0 401 3556,70
# 23 -525 12,90 8 398 1 100710321 67 59 5 3 0 0 465 4080,47
# 24 -555 11,17 16 382 0 00002300 85 83 1 1 0 0 467 7890,08
# 25 -585 10,95 8 568 0 000523501 102 95 5 2 0 0 670 5971,87
# 26 -615 16,30 32 263 0 00001110 90 79 4 7 0 0 353 11512,56
# 27 -645 11,18 16 183 0 00022220 91 86 2 3 0 0 274 4629,08
# 28 -675 16,06 8 363 0 0001101161 138 127 3 8 1 0 501 4319,96
# 29 -705 9,70 4 292 0 000815151 135 127 2 6 0 0 427 2148,21
# 30 -735 12,97 2 415 0 000165210 239 229 2 8 0 0 654 1812,24
# 31 -765 10,50 4 157 0 00010000 112 108 1 3 0 0 269 1332,19
# 32 -795 12,45 8 139 0 00000000 146 144 1 1 0 1 285 2508,92
# 33 -825 13,12 2 226 0 000221674 142 138 0 4 0 0 368 1016,49
# 34 -855 11,64 4 237 0 000230114 91 82 3 6 0 0 328 1593,79
# 35 -885 14,47 8 238 0 000520142 69 67 1 1 0 0 307 2668,16
# 36 -915 11,58 8 274 0 00003381 142 131 8 3 0 0 416 3687,24
# 37 -945 19,36 8 383 0 000570370 75 67 2 6 0 0 458 3900,57
# 38 -975 18,26 8 426 0 000974336 56 54 1 1 0 0 482 4119,96
# 39 -1005 14,47 16 257 0 000130120 41 36 1 4 0 0 298 4973,94
# 40 -1035 14,27 16 337 0 000501296 52 39 2 11 0 0 389 6496,60
# 41 -1065 13,29 16 295 0 00001060 47 44 0 3 0 0 342 5729,34
# 42 -1095 17,44 8 302 0 00012150 248 234 3 11 0 0 550 4715,37
# 43 -1125 14,40 4 338 26 230310583 139 127 2 10 0 0 477 2239,25
# 44 -1155 14,47 8 269 16 160001350 107 100 0 7 0 0 376 3267,85
# 45 -1185 15,54 4 337 32 320015723 184 175 4 5 0 0 521 2419,26
# 46 -1215 15,57 8 240 8 70120041 117 112 1 4 0 0 357 3085,29
# 47 -1245 11,33 4 258 16 140211120 120 117 0 3 0 0 378 1845,63
# 48 -1275 11,10 2 272 15 140101830 127 119 1 7 0 0 399 1157,46
# 49 -1305 16,70 4 232 18 150300510 96 94 1 1 0 0 328 1508,41
# 50 -1335 14,02 4 283 14 140010430 118 115 1 2 0 0 401 1890,02
# 51 -1365 13,62 4 341 21 190200731 162 156 0 6 0 0 503 2381,31
# 52 -1395 16,37 4 379 29 260301443 116 113 1 2 0 0 495 2282,38
# 53 -1418 11,95 4 406 39 2801101121121 118 1 2 0 0 527 2549,00
# 54 -1445 11,67 4 254 16 120421001 114 113 0 1 0 0 368 1787,34
# 55 -1475 12,44 4 326 23 190440101 161 155 0 6 0 0 487 2339,48
# 56 -1505 9,23 4 305 15 150001101 192 187 0 5 0 0 497 2526,46
# 57 -1535 11,91 8 231 13 90400000 89 86 1 2 0 0 320 2828,68
# 58 -1565 15,71 8 348 28 260200130 118 116 0 2 0 0 466 4024,63
# 59 -1595 13,95 8 423 30 240620400 69 66 1 2 0 0 492 4288,69
# 60 -1625 12,85 4 407 23 200310230 58 57 0 1 0 0 465 2221,87
# 61 -1655 12,00 8 274 15 130200010 50 49 0 1 0 0 324 2862,00
# 62 -1685 12,19 8 359 12 100200241 64 62 0 2 0 0 423 3731,01
# 63 -1715 12,90 8 381 36 2501100110 60 59 0 1 0 0 441 3869,86
# 64 -1745 10,55 8 440 15 130200420 63 60 1 2 0 0 503 4500,78
# 65 -1775 14,33 16 402 7 60110370 77 74 0 3 0 0 479 7998,26
# 66 -1805 16,38 32 600 7 60100140 105 94 0 11 0 0 705 22990,40
# 67 -1835 13,41 16 458 29 240501250 55 51 2 2 0 0 513 8590,55
# 68 -1865 11,01 16 257 1 10010010 64 58 5 1 0 0 321 5427,55
# 69 -1905 11,64 8 348 8 60230230 88 81 2 5 0 0 436 3862,57
Apêndice E.1: Quadro de valores absolutos das amostras do poço B
Amostra (#)
Prof. (cm)
Peso (g)
Fração (1/n)
% Total (Planct.)
% Plexo G. menardii
% G. menardii
% G. tumida
% G. flexuosa
% Pulleniatina sp.
% G. inflata
% G. truncatulinoides
% G. crassaformis
% Orbulina universa
% Total (Bent.)
% Calcário Hialinos
% Aglutinantes
% Porcelanosos
% Não ID
% Radiolário
% Total (Bent. + Planct.)
Complemento % Porcelanosos (100-%)
# 1 0 6,69 16 100 1,63 1,63 0,00 0,00 0,23 0,00 0,00 0,00 0,47 5,49 88,00 0,00 12,00 - - 105,81 88,00
# 2 -5 7,70 16 100 4,85 4,85 0,00 0,00 0,00 0,00 0,40 0,20 1,41 7,99 83,72 9,30 6,98 - - 108,69 93,02
# 3 -15 12,22 16 100 2,03 2,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,52 9,63 88,10 0,00 11,90 - - 110,66 88,10
# 4 -48 10,82 32 100 1,37 0,68 0,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,34 9,01 93,10 0,00 6,90 - - 109,90 93,10
# 5 -80 26,06 32 100 2,59 2,59 0,00 0,00 0,00 0,24 0,00 0,00 0,24 10,34 89,80 6,12 4,08 - - 111,53 95,92
# 6 -110 13,84 32 100 2,07 2,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,34 7,94 88,00 0,00 12,00 - - 108,62 88,00
# 7 -145 10,01 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,29 0,00 0,82 13,83 89,74 2,56 7,69 - - 116,05 92,31
# 8 -155 12,50 32 100 0,63 0,21 0,42 0,00 0,00 0,00 2,53 0,00 0,42 11,71 88,89 0,00 11,11 - - 113,26 88,89
# 9 -170 9,92 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,49 0,00 4,14 0,00 0,00 8,05 91,67 0,00 8,33 - - 108,76 91,67
# 10 -183 11,79 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,11 0,28 5,82 0,00 0,00 4,24 87,50 0,00 12,50 - - 104,43 87,50
# 11 -200 8,70 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,52 1,30 0,52 0,52 7,45 83,87 3,23 12,90 - - 108,05 87,10
# 12 -205 10,75 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,93 0,46 0,23 0,70 6,51 86,67 0,00 13,33 - - 106,96 86,67
# 13 -250 8,53 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,16 1,61 0,32 0,00 0,16 6,46 81,40 0,00 18,60 - - 106,90 81,40
# 14 -280 14,85 64 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,45 0,90 0,00 0,00 9,35 93,48 4,35 2,17 - - 110,31 97,83
# 15 -313 9,67 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,79 1,34 0,19 0,00 11,22 87,88 3,03 9,09 - - 112,64 90,91
# 16 -340 12,04 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,85 2,35 0,00 0,00 9,28 95,83 0,00 4,17 - - 110,23 95,83
# 17 -360 12,15 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,26 0,26 0,00 14,19 70,31 25,00 4,69 - - 116,54 95,31
# 18 -375 10,66 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,80 3,06 0,34 1,02 6,37 95,00 0,00 5,00 - - 106,80 95,00
# 19 -405 10,93 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,08 1,46 0,58 0,87 10,44 95,00 2,50 2,50 - - 111,66 97,50
# 20 -435 12,46 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,97 9,55 0,00 0,00 11,66 100,00 0,00 0,00 - - 113,20 100,00
# 21 -465 12,30 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 1,33 0,33 0,00 0,00 21,88 97,62 0,00 2,38 - - 128,00 97,62
# 22 -495 11,50 8 100 0,86 0,86 0,00 0,00 0,29 2,59 1,73 0,29 0,29 13,47 92,59 1,85 5,56 - - 115,56 94,44
# 23 -525 12,90 8 100 0,25 0,25 0,00 0,00 1,76 2,51 0,75 0,50 0,25 14,41 88,06 7,46 4,48 - - 116,83 95,52
# 24 -555 11,17 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,52 0,79 0,00 0,00 18,20 97,65 1,18 1,18 - - 122,25 98,82
# 25 -585 10,95 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,88 0,35 6,16 0,00 0,18 15,22 93,14 4,90 1,96 - - 117,96 98,04
# 26 -615 16,30 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,38 0,38 0,38 0,00 25,50 87,78 4,44 7,78 - - 134,22 92,22
# 27 -645 11,18 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,09 1,09 1,09 1,09 0,00 33,21 94,51 2,20 3,30 - - 149,73 96,70
# 28 -675 16,06 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,28 2,75 0,28 4,41 0,28 27,54 92,03 2,17 5,80 - - 138,02 94,20
# 29 -705 9,70 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 2,74 0,34 1,71 5,14 0,34 31,62 94,07 1,48 4,44 - - 146,23 95,56
# 30 -735 12,97 2 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,24 1,45 1,20 5,06 0,00 36,54 95,82 0,84 3,35 - - 157,59 96,65
# 31 -765 10,50 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,64 0,00 0,00 0,00 0,00 41,64 96,43 0,89 2,68 - - 171,34 97,32
# 32 -795 12,45 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 51,23 98,63 0,68 0,68 - - 205,04 99,32
# 33 -825 13,12 2 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,88 9,29 2,65 3,10 1,77 38,59 97,18 0,00 2,82 - - 162,83 97,18
# 34 -855 11,64 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,84 1,27 0,00 4,64 1,69 27,74 90,11 3,30 6,59 - - 138,40 93,41
# 35 -885 14,47 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 2,10 0,84 0,00 5,88 0,84 22,48 97,10 1,45 1,45 - - 128,99 98,55
# 36 -915 11,58 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,09 1,09 2,92 0,36 34,13 92,25 5,63 2,11 - - 151,82 97,89
# 37 -945 19,36 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,31 1,83 0,00 9,66 0,00 16,38 89,33 2,67 8,00 - - 119,58 92,00
# 38 -975 18,26 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 2,11 1,64 0,94 7,75 1,41 11,62 96,43 1,79 1,79 - - 113,15 98,21
# 39 -1005 14,47 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,39 1,17 0,00 4,67 0,00 13,76 87,80 2,44 9,76 - - 115,95 90,24
# 40 -1035 14,27 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,48 0,00 0,30 8,61 1,78 13,37 75,00 3,85 21,15 - - 115,43 78,85
# 41 -1065 13,29 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,34 0,00 2,03 0,00 13,74 93,62 0,00 6,38 - - 115,93 93,62
# 42 -1095 17,44 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,66 0,33 1,66 0,00 45,09 94,35 1,21 4,44 - - 182,12 95,56
# 43 -1125 14,40 4 100 7,69 6,80 0,00 0,89 0,30 0,00 1,48 2,37 0,89 29,14 91,37 1,44 7,19 - - 141,12 92,81
# 44 -1155 14,47 8 100 5,95 5,95 0,00 0,00 0,00 0,37 1,12 1,86 0,00 28,46 93,46 0,00 6,54 - - 139,78 93,46
# 45 -1185 15,54 4 100 9,50 9,50 0,00 0,00 0,30 1,48 2,08 0,59 0,89 35,32 95,11 2,17 2,72 - - 154,60 97,28
# 46 -1215 15,57 8 100 3,33 2,92 0,00 0,42 0,83 0,00 0,00 1,67 0,42 32,77 95,73 0,85 3,42 - - 148,75 96,58
# 47 -1245 11,33 4 100 6,20 5,43 0,00 0,78 0,39 0,39 0,39 0,78 0,00 31,75 97,50 0,00 2,50 - - 146,51 97,50
# 48 -1275 11,10 2 100 5,51 5,15 0,00 0,37 0,00 0,37 2,94 1,10 0,00 31,83 93,70 0,79 5,51 - - 146,69 94,49
# 49 -1305 16,70 4 100 7,76 6,47 0,00 1,29 0,00 0,00 2,16 0,43 0,00 29,27 97,92 1,04 1,04 - - 141,38 98,96
# 50 -1335 14,02 4 100 4,95 4,95 0,00 0,00 0,35 0,00 1,41 1,06 0,00 29,43 97,46 0,85 1,69 - - 141,70 98,31
# 51 -1365 13,62 4 100 6,16 5,57 0,00 0,59 0,00 0,00 2,05 0,88 0,29 32,21 96,30 0,00 3,70 - - 147,51 96,30
# 52 -1395 16,37 4 100 7,65 6,86 0,00 0,79 0,00 0,26 1,06 1,06 0,79 23,43 97,41 0,86 1,72 - - 130,61 98,28
# 53 -1418 11,95 4 100 9,61 6,90 0,00 2,71 0,00 0,25 0,25 0,49 0,25 22,96 97,52 0,83 1,65 - - 129,80 98,35
# 54 -1445 11,67 4 100 6,30 4,72 0,00 1,57 0,79 0,39 0,00 0,00 0,39 30,98 99,12 0,00 0,88 - - 144,88 99,12
# 55 -1475 12,44 4 100 7,06 5,83 0,00 1,23 1,23 0,00 0,31 0,00 0,31 33,06 96,27 0,00 3,73 - - 149,39 96,27
# 56 -1505 9,23 4 100 4,92 4,92 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33 0,00 0,33 38,63 97,40 0,00 2,60 - - 162,95 97,40
# 57 -1535 11,91 8 100 5,63 3,90 0,00 1,73 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 27,81 96,63 1,12 2,25 - - 138,53 97,75
# 58 -1565 15,71 8 100 8,05 7,47 0,00 0,57 0,00 0,00 0,29 0,86 0,00 25,32 98,31 0,00 1,69 - - 133,91 98,31
# 59 -1595 13,95 8 100 7,09 5,67 0,00 1,42 0,47 0,00 0,95 0,00 0,00 14,02 95,65 1,45 2,90 - - 116,31 97,10
# 60 -1625 12,85 4 100 5,65 4,91 0,00 0,74 0,25 0,00 0,49 0,74 0,00 12,47 98,28 0,00 1,72 - - 114,25 98,28
# 61 -1655 12,00 8 100 5,47 4,74 0,00 0,73 0,00 0,00 0,00 0,36 0,00 15,43 98,00 0,00 2,00 - - 118,25 98,00
# 62 -1685 12,19 8 100 3,34 2,79 0,00 0,56 0,00 0,00 0,56 1,11 0,28 15,13 96,88 0,00 3,13 - - 117,83 96,88
# 63 -1715 12,90 8 100 9,45 6,56 0,00 2,89 0,00 0,00 0,26 0,26 0,00 13,61 98,33 0,00 1,67 - - 115,75 98,33
# 64 -1745 10,55 8 100 3,41 2,95 0,00 0,45 0,00 0,00 0,91 0,45 0,00 12,52 95,24 1,59 3,17 - - 114,32 96,83
# 65 -1775 14,33 16 100 1,74 1,49 0,00 0,25 0,25 0,00 0,75 1,74 0,00 16,08 96,10 0,00 3,90 - - 119,15 96,10
# 66 -1805 16,38 32 100 1,17 1,00 0,00 0,17 0,00 0,00 0,17 0,67 0,00 14,89 89,52 0,00 10,48 - - 117,50 89,52
# 67 -1835 13,41 16 100 6,33 5,24 0,00 1,09 0,00 0,22 0,44 1,09 0,00 10,72 92,73 3,64 3,64 - - 112,01 96,36
# 68 -1865 11,01 16 100 0,39 0,39 0,00 0,00 0,39 0,00 0,00 0,39 0,00 19,94 90,63 7,81 1,56 - - 124,90 98,44
# 69 -1905 11,64 8 100 2,30 1,72 0,00 0,57 0,86 0,00 0,57 0,86 0,00 20,18 92,05 2,27 5,68 - - 125,29 94,32
Apêndice E.2: Quadro de valores calculados para as amostras do poço B
APÊNDICE F - Poço C
Apêndice F.1: Quadro de valores absolutos das amostras do poço C.
Apêndice F.2: Quadro de valores calculados para as amostras do poço C.
Apêndice F.3: Descrição litofaciológica dos 1815cm de sedimentos recuperados no poço C.
Cores escolhidas arbitrariamente.
Legenda para o quadro de valores absolutos
Amostra (#) Número da amostra
Prof. (cm) Profundidade em centímetros
Peso (g) Peso em gramas
Fração (1/n) Fração de quarteamento
Nº Total (Planct.) Número total de indivíduos de foraminíferos planctônicos
Nº Plexo G. menardii Número total de indivíduos do plexo Globorotalia menardii
G. menardii Número absoluto de indivíduos de G. menardii
G. tumida Número absoluto de indivíduos de G. tumida
G. m. flexuosa Número absoluto de indivíduos de G. m. flexuosa
Pulleniatina sp. Número absoluto de indivíduos do plexo Pulleniatina sp.
G. inflata Número absoluto de indivíduos de G. inflata
G. truncatulinoides Número absoluto de indivíduos de G. truncatulinoides
G. crassaformis Número absoluto de indivíduos de G. crassaformis
Orbulina universa Número absoluto de indivíduos de Orbulina universa
N° Total (Bent.) Número total de indivíduos de foraminíferos bentônicos
Nº Calcário Hialinos Número de indivíduos bentônicos de carapaça calcário hialina
Nº Aglutinantes Número de indivíduos bentônicos de carapaça aglutinante
Nº Porcelanosos Número de indivíduos bentônicos de carapaça porcelanosa
N° Não ID Número absoluto de indivíduos não identificados
Nº Radiolário Número absoluto de indivíduos de radiolários
N° Total (Bent. + Planct.) Número total de foraminíferos
Cálculo Abundância Número estimado do total de foraminíferos da amostra
Legenda para o quadro de valores calculados
Amostra (#) Número da amostra
Prof. (cm) Profundidade em centímetros
Peso (g) Peso em gramas
Fração (1/n) Fração de quarteamento
% Total (Planct.) Percentual calculado de foraminíferos planctônicos
% Plexo G. menardii Percentual calculado do plexo Globorotalia menardii
% G. menardii Percentual calculado de G. menardii
% G. tumida Percentual calculado de G. tumida
% G. m. flexuosa Percentual calculado de G. m. flexuosa
% Pulleniatina sp. Percentual calculado do plexo Pulleniatina sp.
% G. inflata Percentual calculado de G. inflata
% G. truncatulinoides Percentual calculado de G. truncatulinoides
% G. crassaformis Percentual calculado de
G. crassaformis
% Orbulina universa Percentual calculado de Orbulina universa
% Total (Bent.) Percentual calculado de foraminíferos bentônicos
% Calcário Hialinos Percentual calculado de bentônicos de carapaça calcário hialina
% Aglutinantes Percentual calculado de bentônicos de carapaça aglutinante
% Porcelanosos Percentual calculado de bentônicos de carapaça porcelanosa
% Não ID Percentual calculado de foraminíferos não identificados
% Radiolário Percentual calculado de radiolários
% Total (Bent. + Planct.) Percentual calculado do total de foraminíferos
Complemento % Porcelanosos (100-%) Complemento do percentual calculado de bentônicos de carapaça
porcelanosa
Amostra (#)
Prof. (cm)
Peso (g)
Fração (1/n)
N° Total (Planct.)
N° Plexo
G. menardii
G. menardii
G. tumida
G. flexuosa
Pulleniatina
sp.
G. inflata
G. truncatulinoides
G. crassaformis
Orbulina universa
N° Total (Bent.)
N° Calcário Hialinos
N° Aglutinantes
N° Porcelanosos
N° Não ID
N° Radiolário
N° Total (Bent. + Planct.)
Cálculo Abundância
# 1 -2 8,00 32 419 18 1800001 11 27 26 1 0 0 0 446 14829,50
# 2 -8 13,25 64 303 13 130010104 24 21 2 1 0 0 327 21174,79
# 3 -15 11,60 32 443 11 101000000 32 31 0 1 0 0 475 15609,48
# 4 -18 12,13 32 317 5 500001 0 1 22 20 0 2 0 0 339 11127,47
# 5 -36 11,96 64 267 12 120010100 15 13 1 1 0 0 282 18283,79
# 6 -40 10,90 32 449 25 178000202 28 24 0 4 0 0 477 15701,61
# 7 -45 10,30 64 314 19 127010203 35 33 0 2 0 0 349 22674,83
# 8 -63 12,70 32 271 1 100001021 33 29 2 2 0 0 304 9967,37
# 9 -70 11,09 32 420 0 000101800 38 29 3 6 0 0 458 15068,98
# 10 -80 12,36 32 351 0 0 00031400 26 23 0 3 0 0 377 12369,02
# 11 -95 9,07 32 347 0 000024 0 4 22 18 0 4 0 0 369 12214,84
# 12 -108 10,63 32 442 0 0 0 0 0 14 10 4 0 32 27 1 4 0 0 474 15613,91
# 13 -122 11,43 32 368 0 0000102 00 17 17 0 0 0 0 385 12656,83
# 14 -137 9,43 16 472 0 0 0006221 38 34 0 4 0 0 510 8700,83
# 15 -148 8,54 32 339 0 0 000103 2 0 36 30 0 6 0 0 375 12439,11
# 16 -180 7,74 32 279 0 0 0 0 0 11 16 2 0 25 21 2 2 0 0 304 10120,76
# 17 -220 8,36 16 470 0 0 000209 1 0 42 36 1 5 0 0 512 8804,44
# 18 -230 7,59 16 303 0 0 000186 3 0 31 24 2 5 0 0 334 5784,05
# 19 -260 8,11 4 435 0 0 0 0 0 35 16 1 1 41 37 2 2 0 0 476 2490,93
# 20 -275 8,12 8 527 0 0 0 0 0 33 16 3 0 40 35 0 5 0 0 567 5234,28
# 21 -280 8,30 16 301 0 0 001198 0 0 33 30 2 1 0 0 334 5746,41
# 22 -310 7,87 4 346 0 0 0 0 6 20 39 0 3 40 36 4 0 0 0 386 2034,47
# 23 -340 9,40 8 284 0 0 00474 0 1 47 43 1 3 0 0 331 3000,13
# 24 -370 8,20 4 363 0 0 007169 0 2 25 21 4 0 0 0 388 2025,17
# 25 -400 10,44 8 252 0 000781000 31 29 2 0 0 0 283 2535,07
# 26 -430 9,70 8 335 0 0 00527 0 2 36 35 1 0 0 0 371 3350,47
# 27 -460 10,67 16 359 0 000002520 60 60 0 0 0 0 419 7096,69
# 28 -490 9,49 8 225 0 0 00042 0 1 73 65 1 7 0 0 298 2698,01
# 29 -520 10,84 4 348 0 000288 4 0 135 128 2 5 0 0 483 2377,57
# 30 -550 9,14 4 285 0 0 00382181 87 81 0 6 0 0 372 1895,00
# 31 -580 10,86 4 288 0 000595241 102 99 0 3 0 0 390 1919,12
# 32 -610 12,98 4 291 0 000164 3 0 165 153 6 6 0 0 456 2175,31
# 33 -640 9,56 2 187 0 0 004172 8 2 95 88 2 5 0 0 282 858,98
# 34 -670 12,89 4 392 0 0005102293 76 73 2 1 0 0 468 2235,07
# 35 -700 11,43 8 286 0 000340371 35 31 1 3 0 0 321 2848,84
# 36 -730 8,24 8 389 0 0 00231252 65 56 2 7 0 0 454 4182,97
# 37 -755 10,32 16 240 0 000036 8 0 38 34 0 4 0 0 278 4717,38
# 38 -795 8,31 4 398 26 2600324 7 1 93 87 0 6 0 0 491 2554,85
# 39 -835 10,00 4 215 25 220322041 117 114 1 2 0 0 332 1660,00
# 40 -865 10,59 2 338 38 340401932 155 153 0 2 0 0 493 1451,53
# 41 -895 8,80 2 375 19 1603007 3 1 147 140 1 6 0 0 522 1637,18
# 42 -925 11,37 2 418 29 2306001531 134 133 1 0 0 0 552 1589,49
# 43 -955 11,63 4 268 25 220312230 61 60 0 1 0 0 329 1598,89
# 44 -985 11,20 4 386 33 290410104 137 129 5 3 0 0 523 2558,96
# 45 -1015 10,10 4 317 15 1302003 13 155 153 0 2 0 0 472 2355,33
# 46 -1045 13,94 8 369 30 2703000 01 70 69 0 1 0 0 439 3826,92
# 47 -1075 8,35 4 461 36 3105002 1 1 75 74 0 1 0 0 536 2785,92
# 48 -1105 10,01 8 361 11 90210100 44 43 0 1 0 0 405 3644,60
# 49 -1135 9,95 8 307 26 16 0 10 0 0 1 1 0 39 39 0 0 0 0 346 3115,74
# 50 -1165 11,76 8 466 28 2107110 50 54 52 1 1 0 0 520 4602,18
# 51 -1195 11,47 32 330 16 1402002 1 0 37 34 2 1 0 0 367 12063,97
# 52 -1225 10,62 16 237 10 901014111 39 37 0 2 0 0 276 4675,89
# 53 -1255 9,33 4 296 17 1700102 0 1 50 43 2 5 0 0 346 1754,85
# 54 -1285 9,82 4 380 8 8 00100 3 1 127 120 3 4 0 0 507 2544,29
# 55 -1315 10,62 8 239 14 1400700 22 55 54 0 1 0 0 294 2628,84
# 56 -1345 9,97 8 285 16 1600300 1 0 57 56 0 1 0 0 342 3079,03
# 57 -1375 10,39 8 403 8 800411 20 58 54 2 2 0 0 461 4131,70
# 58 -1405 11,24 32 265 8 800103 01 30 27 1 2 0 0 295 9702,46
# 59 -1435 9,70 32 386 9 900103 2 0 17 13 1 3 0 0 403 13311,46
# 60 -1455 8,23 32 282 0 000101 3 1 43 39 0 4 0 0 325 10794,90
# 61 -1465 10,42 32 418 0 000011 70 49 44 2 3 0 0 467 15392,18
# 62 -1475 9,92 32 309 0 00026103 1 34 29 2 3 0 0 343 11321,77
# 63 -1505 13,30 32 278 0 0000108 20 90 84 1 5 0 0 368 12052,69
# 64 -1535 10,53 16 411 0 000031300 115 112 0 3 0 0 526 8915,53
# 65 -1565 10,46 16 379 0 000021231 83 79 0 4 0 0 462 7833,68
# 66 -1595 9,83 8 376 0 0 0005103 1 83 81 1 1 0 0 459 4138,94
# 67 -1625 9,38 4 287 0 0 00001 1 0 139 138 1 0 0 0 426 2158,16
# 68 -1655 10,83 8 208 0 000003 40 110 108 0 2 0 0 318 2837,63
# 69 -1685 10,89 4 126 0 000013 20 211 146 0 65 0 0 337 1657,46
# 70 -1715 11,74 2 190 1 100011 20 257 240 0 17 0 0 447 1274,75
# 71 -1725 12,33 2 142 1 100001 41 256 227 0 29 0 0 398 1118,79
# 72 -1740 9,59 1 18 0 0 00000 0 0 24 24 0 0 1 0 42 85,80
# 73 -1743 8,32 1 97 0 0 00012 1 0 74 72 1 1 0 0 171 376,53
# 74 -1754 5,62 1 30000000 00 1 10030 4 11,12
# 75 -1761 9,31 1 186 0 0 00001 0 1 279 274 0 5 1 0 465 964,46
# 76 -1767 6,79 1 29 0 0 00001 0 1 32 31 0 1 0 0 61 150,84
# 77 -1770 6,39 2 105 0 0 00000 0 0 333 193 1 139 0 0 438 1561,45
# 78 -1783 7,07 1 00000000 00 0 00000 0 0,00
# 79 -1787 9,68 2 168 0 0 00000 0 1 163 152 0 11 0 0 331 1003,94
# 80 -1797 12,14 1 124 0 000213 00 350 263 0 87 0 0 474 864,44
# 81 -1811 11,49 1 94 1 100005 10 242 166 0 76 0 0 336 628,43
Apêndice F.1: Quadro de valores absolutos das amostras do poço C
Amostra (#)
Prof. (cm)
Peso (g)
Fração (1/n)
% Total (Planct.)
% Plexo
G. menardii
%
G. menardii
%
G. tumida
%
G. flexuosa
%
Pulleniatina
sp.
%
G. inflata
%
G. truncatulinoides
%
G. crassaformis
%
Orbulina universa
% Total (Bent.)
% Calcário Hialinos
% Aglutinantes
% Porcelanosos
% Não ID
% Radiolário
% Total (Bent. + Planct.)
Complemento % Porcelanosos (100-%)
# 1 -2 8,00 32 100 4,30 4,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,24 0,24 0,24 6,05 96,30 3,70 0,00 - - 106,44 100,00
# 2 -8 13,25 64 100 4,29 4,29 0,00 0,00 0,33 0,00 0,33 0,00 1,32 7,34 87,50 8,33 4,17 - - 107,92 95,83
# 3 -15 11,60 32 100 2,48 2,26 0,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,74 96,88 0,00 3,13 - - 107,22 96,88
# 4 -18 12,13 32 100 1,58 1,58 0,00 0,00 0,00 0,00 0,32 0,00 0,32 6,49 90,91 0,00 9,09 - - 106,94 90,91
# 5 -36 11,96 64 100 4,49 4,49 0,00 0,00 0,37 0,00 0,37 0,00 0,00 5,32 86,67 6,67 6,67 - - 105,62 93,33
# 6 -40 10,90 32 100 5,57 3,79 1,78 0,00 0,00 0,00 0,45 0,00 0,45 5,87 85,71 0,00 14,29 - - 106,24 85,71
# 7 -45 10,30 64 100 6,05 3,82 2,23 0,00 0,32 0,00 0,64 0,00 0,96 10,03 94,29 0,00 5,71 - - 111,15 94,29
# 8 -63 12,70 32 100 0,37 0,37 0,00 0,00 0,00 0,00 3,69 0,74 0,37 9,46 87,88 6,06 6,06 - - 112,18 93,94
# 9 -70 11,09 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,24 0,00 4,29 0,00 0,00 8,30 76,32 7,89 15,79 - - 109,05 84,21
# 10 -80 12,36 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,85 3,99 0,00 0,00 6,90 88,46 0,00 11,54 - - 107,41 88,46
# 11 -95 9,07 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,58 1,15 0,00 1,15 5,96 81,82 0,00 18,18 - - 106,34 81,82
# 12 -108 10,63 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,17 2,26 0,90 0,00 6,75 84,38 3,13 12,50 - - 107,24 87,50
# 13 -122 11,43 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,72 0,54 0,00 0,00 4,42 100,00 0,00 0,00 - - 104,62 100,00
# 14 -137 9,43 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,27 0,42 0,42 0,21 7,45 89,47 0,00 10,53 - - 108,05 89,47
# 15 -148 8,54 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,95 0,88 0,59 0,00 9,60 83,33 0,00 16,67 - - 110,62 83,33
# 16 -180 7,74 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,94 5,73 0,72 0,00 8,22 84,00 8,00 8,00 - - 108,96 92,00
# 17 -220 8,36 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,26 1,91 0,21 0,00 8,20 85,71 2,38 11,90 - - 108,94 88,10
# 18 -230 7,59 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,94 1,98 0,99 0,00 9,28 77,42 6,45 16,13 - - 110,23 83,87
# 19 -260 8,11 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,05 3,68 0,23 0,23 8,61 90,24 4,88 4,88 - - 109,43 95,12
# 20 -275 8,12 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,26 3,04 0,57 0,00 7,05 87,50 0,00 12,50 - - 107,59 87,50
# 21 -280 8,30 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 6,31 2,66 0,00 0,00 9,88 90,91 6,06 3,03 - - 110,96 96,97
# 22 -310 7,87 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,73 5,78 11,27 0,00 0,87 10,36 90,00 10,00 0,00 - - 111,56 100,00
# 23 -340 9,40 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,41 2,46 1,41 0,00 0,35 14,20 91,49 2,13 6,38 - - 116,55 93,62
# 24 -370 8,20 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,93 4,41 2,48 0,00 0,55 6,44 84,00 16,00 0,00 - - 106,89 100,00
# 25 -400 10,44 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 2,78 3,17 3,97 0,00 0,00 10,95 93,55 6,45 0,00 - - 112,30 100,00
# 26 -430 9,70 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,49 0,60 2,09 0,00 0,60 9,70 97,22 2,78 0,00 - - 110,75 100,00
# 27 -460 10,67 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,96 0,56 0,00 14,32 100,00 0,00 0,00 - - 116,71 100,00
# 28 -490 9,49 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,78 0,89 0,00 0,44 24,50 89,04 1,37 9,59 - - 132,44 90,41
# 29 -520 10,84 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,57 2,30 2,30 1,15 0,00 27,95 94,81 1,48 3,70 - - 138,79 96,30
# 30 -550 9,14 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,05 2,81 0,70 6,32 0,35 23,39 93,10 0,00 6,90 - - 130,53 93,10
# 31 -580 10,86 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,74 3,13 1,74 8,33 0,35 26,15 97,06 0,00 2,94 - - 135,42 97,06
# 32 -610 12,98 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,34 2,06 1,37 1,03 0,00 36,18 92,73 3,64 3,64 - - 156,70 96,36
# 33 -640 9,56 2 100 0,00 0,00 0,00 0,00 2,14 9,09 1,07 4,28 1,07 33,69 92,63 2,11 5,26 - - 150,80 94,74
# 34 -670 12,89 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,28 2,55 0,51 7,40 0,77 16,24 96,05 2,63 1,32 - - 119,39 98,68
# 35 -700 11,43 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,05 1,40 0,00 12,94 0,35 10,90 88,57 2,86 8,57 - - 112,24 91,43
# 36 -730 8,24 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,51 0,77 0,26 6,43 0,51 14,32 86,15 3,08 10,77 - - 116,71 89,23
# 37 -755 10,32 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,25 2,50 3,33 0,00 13,67 89,47 0,00 10,53 - - 115,83 89,47
# 38 -795 8,31 4 100 6,53 6,53 0,00 0,00 0,75 0,50 1,01 1,76 0,25 18,94 93,55 0,00 6,45 - - 123,37 93,55
# 39 -835 10,00 4 100 11,63 10,23 0,00 1,40 0,93 0,93 0,00 1,86 0,47 35,24 97,44 0,85 1,71 - - 154,42 98,29
# 40 -865 10,59 2 100 11,24 10,06 0,00 1,18 0,00 0,30 2,66 0,89 0,59 31,44 98,71 0,00 1,29 - - 145,86 98,71
# 41 -895 8,80 2 100 5,07 4,27 0,00 0,80 0,00 0,00 1,87 0,80 0,27 28,16 95,24 0,68 4,08 - - 139,20 95,92
# 42 -925 11,37 2 100 6,94 5,50 0,00 1,44 0,00 0,00 3,59 0,72 0,24 24,28 99,25 0,75 0,00 - - 132,06 100,00
# 43 -955 11,63 4 100 9,33 8,21 0,00 1,12 0,37 0,75 0,75 1,12 0,00 18,54 98,36 0,00 1,64 - - 122,76 98,36
# 44 -985 11,20 4 100 8,55 7,51 0,00 1,04 0,26 0,00 0,26 0,00 1,04 26,20 94,16 3,65 2,19 - - 135,49 97,81
# 45 -1015 10,10 4 100 4,73 4,10 0,00 0,63 0,00 0,00 0,95 0,32 0,95 32,84 98,71 0,00 1,29 - - 148,90 98,71
# 46 -1045 13,94 8 100 8,13 7,32 0,00 0,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,27 15,95 98,57 0,00 1,43 - - 118,97 98,57
# 47 -1075 8,35 4 100 7,81 6,72 0,00 1,08 0,00 0,00 0,43 0,22 0,22 13,99 98,67 0,00 1,33 - - 116,27 98,67
# 48 -1105 10,01 8 100 3,05 2,49 0,00 0,55 0,28 0,00 0,28 0,00 0,00 10,86 97,73 0,00 2,27 - - 112,19 97,73
# 49 -1135 9,95 8 100 8,47 5,21 0,00 3,26 0,00 0,00 0,33 0,33 0,00 11,27 100,00 0,00 0,00 - - 112,70 100,00
# 50 -1165 11,76 8 100 6,01 4,51 0,00 1,50 0,21 0,21 0,00 1,07 0,00 10,38 96,30 1,85 1,85 - - 111,59 98,15
# 51 -1195 11,47 32 100 4,85 4,24 0,00 0,61 0,00 0,00 0,61 0,30 0,00 10,08 91,89 5,41 2,70 - - 111,21 97,30
# 52 -1225 10,62 16 100 4,22 3,80 0,00 0,42 0,00 0,42 1,69 4,64 0,42 14,13 94,87 0,00 5,13 - - 116,46 94,87
# 53 -1255 9,33 4 100 5,74 5,74 0,00 0,00 0,34 0,00 0,68 0,00 0,34 14,45 86,00 4,00 10,00 - - 116,89 90,00
# 54 -1285 9,82 4 100 2,11 2,11 0,00 0,00 0,26 0,00 0,00 0,79 0,26 25,05 94,49 2,36 3,15 - - 133,42 96,85
# 55 -1315 10,62 8 100 5,86 5,86 0,00 0,00 2,93 0,00 0,00 0,84 0,84 18,71 98,18 0,00 1,82 - - 123,01 98,18
# 56 -1345 9,97 8 100 5,61 5,61 0,00 0,00 1,05 0,00 0,00 0,35 0,00 16,67 98,25 0,00 1,75 - - 120,00 98,25
# 57 -1375 10,39 8 100 1,99 1,99 0,00 0,00 0,99 0,25 0,25 0,50 0,00 12,58 93,10 3,45 3,45 - - 114,39 96,55
# 58 -1405 11,24 32 100 3,02 3,02 0,00 0,00 0,38 0,00 1,13 0,00 0,38 10,17 90,00 3,33 6,67 - - 111,32 93,33
# 59 -1435 9,70 32 100 2,33 2,33 0,00 0,00 0,26 0,00 0,78 0,52 0,00 4,22 76,47 5,88 17,65 - - 104,40 82,35
# 60 -1455 8,23 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,35 0,00 0,35 1,06 0,35 13,23 90,70 0,00 9,30 - - 115,25 90,70
# 61 -1465 10,42 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,24 0,24 1,67 0,00 10,49 89,80 4,08 6,12 - - 111,72 93,88
# 62 -1475 9,92 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,65 1,94 3,24 0,97 0,32 9,91 85,29 5,88 8,82 - - 111,00 91,18
# 63 -1505 13,30 32 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,60 2,88 0,72 0,00 24,46 93,33 1,11 5,56 - - 132,37 94,44
# 64 -1535 10,53 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,73 3,16 0,00 0,00 21,86 97,39 0,00 2,61 - - 127,98 97,39
# 65 -1565 10,46 16 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,53 3,17 0,79 0,26 17,97 95,18 0,00 4,82 - - 121,90 95,18
# 66 -1595 9,83 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,33 2,66 0,80 0,27 18,08 97,59 1,20 1,20 - - 122,07 98,80
# 67 -1625 9,38 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,35 0,35 0,00 32,63 99,28 0,72 0,00 - - 148,43 100,00
# 68 -1655 10,83 8 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,44 1,92 0,00 34,59 98,18 0,00 1,82 - - 152,88 98,18
# 69 -1685 10,89 4 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,79 2,38 1,59 0,00 62,61 69,19 0,00 30,81 - - 267,46 69,19
# 70 -1715 11,74 2 100 0,53 0,53 0,00 0,00 0,00 0,53 0,53 1,05 0,00 57,49 93,39 0,00 6,61 - - 235,26 93,39
# 71 -1725 12,33 2 100 0,70 0,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,70 2,82 0,70 64,32 88,67 0,00 11,33 - - 280,28 88,67
# 72 -1740 9,59 1 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 57,14 100,00 0,00 0,00 - - 233,33 100,00
# 73 -1743 8,32 1 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,03 2,06 1,03 0,00 43,27 97,30 1,35 1,35 - - 176,29 98,65
# 74 -1754 5,62 1 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 25,00 100,00 0,00 0,00 - - 133,33 100,00
# 75 -1761 9,31 1 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,54 0,00 0,54 60,00 98,21 0,00 1,79 - - 250,00 98,21
# 76 -1767 6,79 1 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,45 0,00 3,45 52,46 96,88 0,00 3,13 -- 210,34 96,88
# 77 -1770 6,39 2 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 76,03 57,96 0,30 41,74 - - 417,14 58,26
# 78 -1783 7,07 1 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 - - 0,00 100,00
# 79 -1787 9,68 2 100 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,60 49,24 93,25 0,00 6,75 - - 197,02 93,25
# 80 -1797 12,14 1 100 0,00 0,00 0,00 0,00 1,61 0,81 2,42 0,00 0,00 73,84 75,14 0,00 24,86 - - 382,26 75,14
# 81 -1811 11,49 1 100 1,06 1,06 0,00 0,00 0,00 0,00 5,32 1,06 0,00 72,02 68,60 0,00 31,40 - - 357,45 68,60
Apêndice F.2: Quadro de valores calculados para as amostras do poço C
APÊNDICE G – Testemunho B de Tokutake (2005)
Apêndice G.1: Quadro de valores de isótopos estáveis de oxigênio (δ
18
O
PDB
), modificado de
Tokutake (2005). Profundidades dos contatos litológicos e das biozonas de foraminíferos
interpretadas, modificado de Kowsmann & Vicalvi (2003).
Legenda para o quadro de valores absolutos
Profundidade (cm) Profundidade em centímetros
δ
18
O
PDB
Valor de isótopos de Oxigênio (δ
18
O
PDB
)
Prof. (cm) – litologias Profundidade em centímetros das litologias.
Litologias Litologias descritas
Prof. (cm) - biozonas Profundidade em centímetros das biozonas de foraminíferos planctônicos
Zonas Foraminíferos Biozonas de foraminíferos planctônicos identificadas.
Profundidade (cm)
δ
18
O‰
PDB
Prof (cm) - litologias
Litologia
Prof (cm) - biozonas
Zonas Foraminíferos
0 1,73 0 0
-20 1,47
-40 1,24
-60 1,39
-80 1,26
-90 1,01
-95 0,86 -95
-100 1,10 -117
-120 0,42
-140 -0,05 -155
-160 0,22
-180 -0,06
-200 0,15
-220 0,24
-240 0,20
-260 0,76 -262
-280 0,55
-300 0,16
-320 0,53
-340 0,36
-360 0,39
-365 0,57 -365
-400 0,62
-450 0,53
-500 1,28
-550 0,63
-600 0,16
-650 0,84
-700 1,09
-750 1,29
-800 1,16
-850 0,99
-860 0,86
-870 0,91 -870
-900 0,81
-950 0,99
-1000 1,09
-1050 0,67
-1100 1,11
-1150 1,07
-1200 1,28 -1235
-1250 0,88 -1250
LR
-1300 1,44
-1350 0,42
-1400 1,00
-1450 1,66 -1455
-1500 -0,08 -1500
MG
-1500
-1550 -0,10
-1600 0,09
-1650 0,19 -1650
-1690 -0,22 -1690
AS/L
-1690
LL
W
Y1B
Apêndice G.1: Quadro de valores de isótopos estáveis
de oxigênio ( δ
18
O
PDB
), modificado de Tokutake
(2005). Profundidades dos contatos litológicos e das
biozonas de foraminíferos interpretadas, modificado
de Kowsmann & Vicalvi (2003).
LL
Y2
X
LL
MG
Z
Y1A
LR
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