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E4: Bah, que saudade! Ainda bem que foi a minha primeira supervisora.
Que eu acho que foi onde eu aprendi a trabalhar, (...) e era diretora da
Escola, e ela tinha todas essas qualidades. Ela era uma excelente
supervisora, ela era diretora e supervisora, e ela te apontava as
dificuldades, ela te lançava subsídios, ela era afetiva, ela jamais te
esculachava, ela jamais te colocava numa situação onde tu te sentisse
inferior, numa coisa de te depreciar, nunca, nunca, ela sempre procurava
primeiro o que tu tinha de melhor, e te apontava as tuas dificuldades, e
junto contigo ela buscava alternativas para tu te sair bem daquela situação.
Eu não lembro, isso foi de 82 a 88 que eu trabalhei lá, eu não lembro de
alguém que tenha sido demitido da escola por incompetência, eu acho que
as pessoas saiam de lá na época por necessidades suas, que foi o meu
caso, foi quando eu vim embora para Porto Alegre, porque ela buscava
junto conosco alternativas para o trabalho, ela nos mostrava saídas, então
isso eu considero um supervisor (...) e nos dava leituras, e nos dava um
tema para no encontro com ela, no encontro posterior, pra gente discutir
com ela sobre aquilo e aquilo sempre tinha a ver com o trabalho, e a gente
fazia reuniões muito produtivas, e isso pra mim é um supervisor, aquele
que pega junto.
E6: Eu tive uma que me transmitia a tranqüilidade que eu não tinha, e que
ela, tendo, diante de situações que eu custava para resolver, ela me
ensinou a ter calma, a ser mais ponderada, mais serena diante das coisas
e de uma extrema alegria ao fazer o que ela fazia, e um respeito enorme,
enorme, enorme pelo trabalho dos professores. Ela tinha um respeito
enorme e dizia ‘mas tu tem certeza?’, mesmo concordando com o que eu
pensava ou estava fazendo. Ela era uma pessoa muito bonita por fora e
por dentro. Simples e estudiosa, ela estudava muito.
E8: Olha, eu já trabalhei com muitas Supervisoras, e a grande maioria era
burocrática, cobrava, pedia e não se preocupava com o que eu fazia dentro
da sala de aula. Mas teve uma que se mostrava interessada pelo que eu
fazia na sala de aula. Quando eu tinha dificuldade com algum aluno ela me
ouvia, e isso me ajudava, mesmo que ela não me dissesse nada. Ela não
tinha voz, a diretora era autoritária e não deixava ela trabalhar com
autonomia, mas individualmente ela me ajudava bastante.
E9: Fazem 20 (vinte) anos que eu trabalho na mesma escola, e lá trabalhei
com umas quatro ou cinco supervisoras. Destas, a que mais me marcou
era uma que dava atenção para nossas preocupações. Se algum aluno não
conseguia aprender ela ajudava, dava dicas, sugeria atividades. Se algum
aluno atrapalhava a aula ela conversava com ele, encaminhava e atendia
junto com a Orientadora. Se a gente estava desanimada, ela vinha com
idéias, e ainda incentivava quando a gente trazia alguma novidade. Era
bom ir para a escola.
Relacionando os Hábitos Eficazes proposto por Covey (1993), que associa
o ‘conhecimento, a capacidade e a vontade’ à liderança, com as falas dos
entrevistados, citadas anteriormente, percebe-se na atuação dos Supervisores
identificados como líderes educacionais atitudes que revelam esta perspectiva nas
relações que estabeleciam com os professores.