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HELENA MÁRCIA GUERRA DOS SANTOS
ALTERAÇÕES DAS ATIVIDADES ELETROMIOGRÁFICAS DOS
MÚSCULOS MASSETER E TEMPORAL ANTERIOR APÓS A
DESPROGRAMAÇÃO NEUROMUSCULAR DA MANDÍBULA DE
ACORDO COM A FILOSOFIA DE ROTH
São Paulo
2006
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Helena Márcia Guerra dos Santos
Alterações das atividades eletromiográficas dos músculos
masseter e temporal anterior após a desprogramação
neuromuscular da mandíbula de acordo com a filosofia de Roth
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo, para obtenção do
título de Doutor, no Programa de Pós-Graduação
em Odontologia.
Área de concentração: Ortodontia
Orientadora: Profa. Dra. Solange Mongelli de
Fantini
São Paulo
2006
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Santos HMG. Alterações das atividades eletromiográficas dos músculos masseter e
temporal anterior após a desprogramação neuromuscular de acordo com a filosofia
de Roth [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2006.
São Paulo, / /
Banca Examinadora
1) Prof(a). Dr.(a).
Titulação: ______________________________________________________
Julgamento:___________________Assinatura:
2) Prof(a). Dr.(a).
Titulação: ______________________________________________________
Julgamento:___________________Assinatura:
3) Prof(a). Dr.(a).
Titulação: ______________________________________________________
Julgamento:___________________Assinatura:
4) Prof(a). Dr.(a).
Titulação: ______________________________________________________
Julgamento:___________________Assinatura:
5) Prof(a). Dr.(a).
Titulação: ______________________________________________________
Julgamento:___________________Assinatura:
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Maria Helena e José Jatis, pela família maravilhosa que
constituímos;
especialmente, à minha mãe, Maria Helena, pelo amor e dedicação;
aos meus irmãos, Helena Carmen, José Hélio, Célia, Cláudia, Helena Maria,
Junior, Tetê e Paula, pela amizade, carinho, apoio, compreensão e por todo o
suporte necessário nesta longa jornada;
ao meu esposo, Beto, pela compreensão e confiança, e por ter suportado tão
dignamente a minha ausência, fazendo-me perceber que a distância, não separa, o
que o amor uniu;
à minha querida e amada, filha, Ellen, pela oportunidade de experimentar a mais
pura forma de amor, e por ter me acompanhado, com bravura, no decorrer deste
curso, revelando-me a certeza de que todos os dias, ao seu lado, são maravilhosos;
e aos meus sobrinhos, Caroline, Carine, Helmar Jr., Aline , Ellane, Luana,
Bárbara, Davi, Andrezza, Yasmin, Hanna e Havner para que este trabalho sirva
de estímulo e os inspirem a buscarem sempre mais em suas profissões,
dedico este trabalho.
”... Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por
meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés,
para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes
valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o
desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares
que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como
imaginamos, e não simplesmente como ele é ou pode ser. Que nos faz professores
e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir
ver...”.
Amyr Klink, in Mar sem Fim: 360º ao
redor da Antártica
AGRADECIMENTOS
A Deus, há Deus... , pela vida e a saúde para enfrentar com coragem os
desafios que nela surgem.
Ao Prof. Dr. Júlio Wilson Vigorito, coordenador do curso de pós-graduação em
Ortodontia, da FOUSP, pelo carinho e afeto, pela competência e dedicação ao
ensino, e pela sensibilidade característica às pessoas elevadas.
Aos Profs. Drs. Jorge Abrão, José Rino Neto, João Batista de Paiva, Cristina
Dominguéz e André Tortamano pelos conhecimentos transmitidos no decorrer do
curso e pela amizade, carinho, respeito e agradável convivência.
Ao Prof. Pedro César Fernandes dos Santos, amigo, eterno mestre, meu
sincero agradecimento pelo incentivo constante e pelas oportunidades dadas à
minha carreira profissional.
Aos Profs. Drs. Júlio Jorge D’Albuquerque Lóssio, Cauby Maia Chaves Jr.,
Haroldo Rodrigues Albuquerque Jr. e Pedro César Fernandes dos Santos, por me
recomendarem ao curso de pós-graduação da FOUSP. Meu profundo
agradecimento e reconhecimento pelo incentivo e apoio.
Aos meus colegas de turma Augusto Ricardo Andrighetto, Eliane Cecílio,
Lylian Kanashiro e Ricardo Moresca. Desfrutamos momentos que o tempo afastará,
mas a lembrança jamais apagará.
Aos colegas de pós-graduação Klaus Barreto, Gilberto Villanova, Ricardo
Horliana, Sôo Young Kim Weffort, Maurício Accorsi, Alae B. F. de Paiva Lino, Ana
Cristina Soares e Luís Fernando Alonso, pela amizade e coleguismo. Ainda, pelas
participações clínicas que foram essenciais na elaboração deste trabalho.
À Lynx Tecnologia Eletrônica Ltda, em especial ao profissional, Lauro Tadao
Muramato, pelo profissionalismo, pelo suporte técnico constante e pela disposição
em esclarecer minhas dúvidas freqüentes.
Aos funcionários do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da
FOUSP, Viviane, Edina, Edilson, Ronaldo e Nalva, pela colaboração e presteza.
A todos os estagiários do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria.
À amiga Cláudia Hirschheimer Roisemblat, pela contribuição na elaboração
do “summary”.
À bibliotecária Águida Feliziani pela presteza e a clareza na correção deste
trabalho, e a todos os funcionários da Biblioteca-FOUSP, pela atenção.
Aos indivíduos que constituíram a amostra deste estudo, por estarem sempre
dispostos a colaborar.
À Marilda Ivanov, pelas correções ortográficas e gramaticais, ao estatístico
Rogério Ruscitto, pela ajuda tratamento estatístico dos dados coletados, e ao Prof.
Leopoldo Antunes.
À CAPES pela bolsa de Doutorado no programa Demanda Social.
A todos os amigos conquistados no decorrer da minha permanência em São
Paulo que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho,
agradeço sinceramente.
AGRADECIMENTO ESPECIAL
À Profa. Dra. SOLANGE MONGELLI DE FANTINI, pela seriedade com que
desempenha suas tarefas e a dedicação exemplar à pesquisa científica. Aproveito a
oportunidade para reiterar meus sentimentos mais sinceros de respeito e admiração
e ainda, agradecer a atenção, o empenho, e especialmente, a paciência na
orientação deste trabalho.
Santos HMG. Alterações das atividades eletromiográficas dos músculos masseter e
temporal anterior após a desprogramação neuromuscular de acordo com a filosofia
de Roth [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2006.
RESUMO
As atividades eletromiográficas dos músculos masseter e temporal anterior foram
avaliadas em amostra constituída por 37 indivíduos assintomáticos, com maloclusão
de Classe I divididos em dois grupos - Experimental e Controle. O grupo
Experimental foi composto por 23 indivíduos, sendo 14 do gênero masculino e 9, do
feminino, com média de idade de 23 anos e 7 meses, e foi submetido à
desprogramação neuromuscular, com o uso de placa oclusal, pelo período médio de
6 meses e 3 dias. O grupo Controle foi formado por 14 indivíduos, sendo 11 do
gênero feminino e 3, do masculino, com média de idade de 25 anos e 11 meses, e
não fez uso de placa oclusal, nem foi submetido a qualquer intervenção oclusal, no
período médio de observação de 8 meses e 10 dias. Os registros eletromiográficos
foram realizados por meio de eletrodos bipolares de superfície durante o repouso
mandibular e o apertamento oclusal máximo, em dois momentos – T1 e T2. Os
valores obtidos foram mensurados pelo cálculo do “Root Mean Square” (RMS) e
expressos em microvolts (
μV). Os índices de assimetria e atividade foram calculados
em porcentagem (%). Os dados foram analisados estatisticamente por meio dos
testes ANOVA e Bonferroni, considerando-se o nível de significância de 5%. Os
resultados mostraram que no grupo Experimental, após o uso da placa oclusal,
ocorreu redução significante das atividades eletromiográficas de repouso, assim
como aumento significante da atividade eletromiográfica em apertamento oclusal
máximo. O grupo controle não mostrou qualquer diferença estatisticamente
significante entre os momentos. Os índices de assimetria mostraram que, no
repouso mandibular, os músculos do lado esquerdo foram mais ativos. Os índices de
atividade mostraram que o músculo temporal anterior apresenta maior contribuição
relativa, quando comparado ao masseter, no repouso mandibular. Ambos os índices
não sofreram alterações significantes entre os momentos estudados, nos dois
grupos.
Palavras-chave: Eletromiografia, método; Músculo masseter, fisiol.; Músculo
temporal, fisiol.; Manifestações neuromusculares; Placas oclusais, efeitos adversos
Santos HMG. Changes of the electromyographics activities of the masseter and
anterior temporal muscles after the mandibular neuromuscular deprogramming
according to Roth’s philosophy [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de
Odontologia da USP; 2006.
ABSTRACT
The electromyographic activity of the muscles masseter and temporal (anterior part)
was evaluated in a sample of 37 asymptomatic subjects with Class II malocclusion.
They were divided in two groups - experimental and control. The experimental group
consisted of 23 subjects, 14 males and 9 females, mean age 23y 7m. This group was
neuromuscularly deprogrammed with the use of occlusal splints during a mean
period of 6 months and 3 days. The control group was formed by 14 individuals, 3
males and 11 females, mean age 25y 11m. This group did not wear occlusal splint
nor suffered any occlusal intervention for a mean observation period of 8 months and
10 days. The electromyographic recordings were accomplished by means of surface
bipolar electrodes. The recordings were taken at two different moments - T1 and T2,
at mandibular rest position and maximal occlusal clenching. The obtained values
were measured by the calculating “Root Mean Square” (RMS) and they were
expressed in microvolts (цV). The asymmetry and activity indexes were calculated in
percentage (%). The data was statistically evaluated by ANOVA and Bonferroni`s
tests, considering the level of significance of 5%. The results showed that in the
group that wore the occlusal splint occurred a significant reduction of the
eletromyographics activities at rest position, as well as a significant increase of the
electromyographics activities at maximal occlusal clenching. The control group did
not show any significant change in the observated period. The asymmetry indexes
showed at mandibular rest, that the left side muscles
were more actives. The activity indexes also showed that the temporal muscle presents
a relative greater contribution for the maintenance of the rest mandibular position. The
indexes - asymmetry and activity - did not present significant changes between the
moments for both groups.
Key words: Electromyography, methods; Masseter muscle, fisiol.; Temporal muscles,
fisiol.; Neuromuscular manifestations; Occlusal splints, adverse effects.
LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS
Figura 4.1 - Aspectos oclusais da placa oclusal.........................................................53
Figura 4.2 - Eletrodos bipolares de superfície ativos e eletrodos bipolares
de superfície descartáveis.......................................................................55
Figura 4.3 - Paciente com os eletrodos em posição...................................................57
Figura 4.4 - Aspecto do registro EMG de repouso postural mandibular.....................58
Figura 4.5 - Aspecto do registro EMG de apertamento oclusal máximo ....................58
Gráfico 6.1 - Gráfico das atividades EMG médias e erros padrão dos músculos
MD e ME durante o repouso mandibular...............................................
77
Gráfico 6.2 - Gráfico das atividades EMG médias e erros padrão dos músculos
TD e TE durante o repouso mandibular................................................
77
Gráfico 6.3 - Gráfico das atividades EMG médias e erros padrão dos músculos
masseter MD e ME no apertamento oclusal máximo...........................80
Gráfico 6.4 - Gráfico das atividades EMG médias e erros padrão dos músculos
TD e TE no apertamento oclusal máximo.............................................80
Gráfico 6.5 - Gráfico dos índices médios de assimetria e erros padrão
do músculo masseter............................................................................85
Gráfico 6.6 - Gráfico dos índices médios de assimetria e erros padrão
do músculo temporal anterior................................................................
85
Gráfico 6.7 - Gráfico dos índices médios de atividade e erros padrão
durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo..........
89
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 - Descrição das atividades EMG médias e desvios padrão
dos músculos MD e ME durante o repouso mandibular........................
65
Tabela 5.2 - ANOVA com medidas repetidas para as atividades EMG médias
dos músculos MD e ME durante o repouso mandibular........................
66
Tabela 5.3 - Comparações múltiplas de Bonferroni das atividades EMG médias
dos músculos MD e ME durante o repouso mandibular........................66
Tabela 5.4 - Descrição das atividades EMG médias e desvios padrão
dos músculos TD e TE durante o repouso mandibular .........................67
Tabela 5.5 - Teste ANOVA com medidas repetidas das atividades EMG médias
dos músculos TD e TE durante o repouso mandibular .........................67
Tabela 5.6 - Comparações múltiplas de Bonferroni das atividades EMG médias
dos músculos TD e TE durante o repouso mandibular .........................68
Tabela 5.7 - Descrição das atividades EMG médias e desvios padrão dos
músculos MD e ME no apertamento oclusal máximo............................68
Tabela 5.8 - Teste ANOVA com medidas repetidas para as atividades EMG
médias dos músculos MD e ME no apertamento oclusal máximo ........69
Tabela 5.9 - Comparações múltiplas de Bonferroni das atividades EMG
médias dos músculos MD e ME no apertamento
oclusal máximo .....................................................................................69
Tabela 5.10 - Descrição das atividades EMG médias e desvios padrão
dos músculos TD e TE no apertamento oclusal máximo ....................70
Tabela 5.11 - Teste ANOVA com medidas repetidas para as atividades EMG
médias dos músculos TD e TE no apertamento
oclusal máximo ...................................................................................70
Tabela 5.12 - Comparações múltiplas de Bonferroni das atividades EMG
médias dos músculos TD e TE no apertamento oclusal máximo........71
Tabela 5.13 - Descrição dos índices médios de assimetria do músculo
masseter, durante o repouso mandibular e o apertamento
oclusal máximo ...................................................................................71
Tabela 5.14 - Teste ANOVA com medidas repetidas para os índices
médios de assimetria do músculo masseter durante
o repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo.....................
72
Tabela 5.15 - Descrição dos índices médios de assimetria do músculo
temporal anterior durante o repouso mandibular e o
apertamento oclusal máximo............................................................72
Tabela 5.16 - ANOVA com medidas repetidas para os índices médios
de assimetria do músculo temporal anterior durante o
repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo........................73
Tabela 5.17 - Descrição dos índices médios de atividade, durante
o repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo.....................73
Tabela 5.18 - Teste ANOVA com medidas repetidas para os índices
de atividade médios, durante o repouso mandibular e o
apertamento oclusal máximo ..............................................................74
Tabela 5.19 - Comparações múltiplas de Bonferroni dos índices de atividade
médios durante o repouso mandibular e o apertamento
oclusal máximo ...................................................................................
74
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DP - Desvio Padrão
DTM - Distúrbio(s) Temporomandibulare(s)
EMG - Eletromiografia, Eletromiográfico (s,a,as)
EP - Erro Padrão
FOUSP - Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
g - grama(s)
GL - Grau de Liberdade
h - hora(s)
Hz - Hertz
MD - Músculo Masseter Direito
ME - Músculo Masseter Esquerdo
MIH - Máxima Intercuspidação Habitual
min - minuto
ml - mililitro(s)
mm - milímetro(s)
RC - Relação Cêntrica
RMS - Root Mean Square
s - segundo(s)
T1 - Primeiro momento da pesquisa
T2 - Segundo momento da pesquisa
TD - Músculo Temporal Anterior Direito
TE - Músculo Temporal Anterior Esquerdo
LISTA DE SÍMBOLOS
º C - graus Celsius
º INPM - graus Instituto Nacional de Pesos e Medidas
μV - Microvolts
% - porcentagem
p - nível descritivo, em estatística
F - representa a estatística de Fischer no Teste ANOVA
t - representa a estatística de Student no Teste Bonferroni
N - tamanho da amostra
*
- Dado considerado significante
< - menor que
- menor ou igual a
> - maior que
SUMÁRIO
p.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................22
2 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................24
2.1 Atividade eletromiográfica dos músculos da mastigação..............................24
2.2 Placas oclusais e a atividade eletromiográfica dos músculos
da mastigação....................................................................................................33
3 PROPOSIÇÕES......................................................................................................48
4 CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS ..............................................................49
4.1 Casuística ...........................................................................................................49
4.2 Material e Métodos.............................................................................................51
5 RESULTADOS........................................................................................................62
6 DISCUSSÃO...........................................................................................................75
7 CONCLUSÃO .........................................................................................................
91
REFERÊNCIAS..........................................................................................................
95
APÊNDICES ............................................................................................................
100
ANEXO.....................................................................................................................
118
INTRODUÇÃO
22
1 INTRODUÇÃO
O importante papel de Angle (1907) na ortodontia moderna fez com que sua
influência perdurasse, nesta especialidade, até os dias atuais. O referido autor se
mostrava preocupado eminentemente com a correção das relações dentárias,
pressupondo que os demais componentes do sistema estomatognático adaptar-se-
iam às novas condições decorrentes do tratamento ortodôntico.
Na mesma época em que Angle (1928) desenvolvia o aparelho do arco de
canto, dentistas, expoentes em suas áreas, reuniam-se na Califórnia (EUA), com o
propósito de melhor entender a fisiologia do sistema estomatognático e sua
influência sobre a oclusão dentária. Com o fim citado, fundaram a “Escola
Gnatológica”, e de seus estudos depreenderam, numa visão oposta à de Angle, que
as relações interdentárias estariam na verdade, sujeitas às condições ditadas pelas
articulações temporomandibulares e músculos relacionados. Nesta linha de
pensamento, consolida-se o conceito de que os tratamentos da oclusão só deveriam
se desenvolver depois de determinada a posição mandibular ideal e estável,
denominada relação cêntrica (RC).
Insatisfeito com os resultados obtidos rotineiramente, por meio da ortodontia
tradicional, Roth incorporou a visão funcional desenvolvida pela Escola Gnatológica
e, posteriormente pela Escola Bio-estética (LEE, 1992), à sua filosofia ortodôntica,
tendo como um dos requisitos básicos, o diagnóstico e tratamento ortodônticos em
RC.
Tendo-se em vista que os registros mais precisos da RC dependem da
desprogramação neuromuscular, diversos procedimentos têm sido propostos com
INTRODUÇÃO
23
esta finalidade. A placa oclusal é citada como o dispositivo de escolha para a
necessária desprogramação, por permitir resultados mais confiáveis e reprodutíveis
(CAPP; CLAYTON, 1985; DYER, 1973; NELSON, 1995; WEINBERG, 1991), embora
seus meios de ação sejam ainda, pouco esclarecidos.
Com o fim de melhor elucidar os conceitos adotados pela Filosofia de Roth,
iniciou-se no Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da FOUSP, linha de
pesquisa que permitiu estudos sobre os efeitos da desprogramação neuromuscular
com placa oclusal, sob diferentes aspectos (ANDRIGHETTO, 2000;
ANDRIGHETTO; PAIVA; FANTINI, 2001; FANTINI; ANDRIGHETTO, 2001; FANTINI,
1999; SANTOS, 2000; SANTOS; CERQUEIRA; FANTINI, 2004, 2005). Os estudos
de Santos, Cerqueira e Fantini (2004, 2005) analisaram as atividades
eletromiográficas dos músculos masseter e temporal anterior, em grupo
assintomático com maloclusão de Classe II de Angle (1989), antes e após o uso das
placas oclusais desprogramadoras, e constatou-se variação destas atividades de
ambos os músculos, tanto na posição de repouso, como durante o apertamento
oclusal máximo, quando comparados os registros pré e pós-desprogramação
neuromuscular.
Dando seqüência a essa mesma linha de pesquisa, o presente estudo
justifica-se então, pelo interesse em avaliarem-se as atividades eletromiográficas
dos músculos estudados anteriormente, respeitando-se as condições experimentais
adotadas, em um novo grupo, caracterizado agora, por apresentar maloclusão de
Classe I de Angle (1989).
REVISÃO DA LITERATURA
24
2 REVISÃO DA LITERATURA
Quando os músculos esqueléticos são ativados, suas unidades motoras,
formadas pelo conjunto das fibras musculares e o neurônio motor que as inerva,
geram potenciais de ação, que produzem sinal elétrico detectável por meio de
técnica e equipamento apropriados, sendo a eletromiografia, um meio apropriado de
estudo da função muscular. Este tema é objeto de interesse em diversas
publicações e foi considerado nesta revisão de literatura, em dois tópicos. No
primeiro, foram abordados alguns aspectos morfológicos e funcionais da oclusão e
as atividades eletromiográficas dos músculos da mastigação, e no segundo, as
modificações destas atividades com o uso de placas oclusais.
Em tempo, para facilitar a leitura deste capítulo, os termos eletromiografia,
eletromiográfico, eletromiograficamente, e suas variações, serão substituídos pela
abreviatura EMG.
2. 1 Atividade EMG dos músculos da mastigação
A EMG tem sido importante ferramenta no estudo dos músculos craniofaciais
desde que introduzida, na Odontologia, por Moyers (1949). Por meio da EMG tem-se
procurado relacionar aspectos oclusais com as atividades EMG dos músculos do
sistema estomatognático.
REVISÃO DA LITERATURA
25
Lous, Sheikholeslam e Möller (1970) estudaram a atividade muscular de
repouso do masseter e temporais anterior e posterior, em 39 indivíduos com DTM e
em 45 indivíduos assintomáticos. Em média, a atividade postural dos indivíduos
sintomáticos foi significativamente maior, quando comparada à do grupo controle.
Esse aumento limitou-se, na maioria dos casos, a um único músculo, e sua
localização diferiu entre os pacientes. A maior atividade do músculo temporal
associou-se à sensibilidade à palpação. A grande atividade postural do masseter foi
associada à dor no pescoço e à sensibilidade na porção mais profunda deste
músculo. Os autores sugerem que a variação individual dos resultados EMG esteja
relacionada à etiologia diferenciada do distúrbio temporomandibular (DTM).
Pancherz (1980) analisou, quantitativamente, a atividade EMG dos músculos
masseter e temporal em 23 meninos com maloclusão de Classe II divisão 1
ª
e média
de idade de 11 anos e 9 meses e comparou os resultados com aqueles de 23
meninos, com oclusão normal e média de idade de 11 anos e 6 meses. Registros
EMG integrados dos músculos masseter e temporal foram realizados, por meio de
eletrodos bipolares do tipo gancho, durante o apertamento oclusal máximo e a
mastigação de amendoins. Os resultados encontrados durante o apertamento
oclusal máximo, foi que os meninos com maloclusão de Classe II divisão 1
ª
exibiram
menor atividade EMG nos músculos masseter e temporal, quando comparados
àqueles com oclusão normal, com redução mais evidente no masseter; durante a
mastigação, os meninos com maloclusão de Classe II divisão 1
ª
mostraram menor
atividade EMG do masseter, quando comparados àqueles com oclusão normal. Para
o temporal, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. Ainda,
foram observadas correlações positivas entre as atividades EMG de apertamento
oclusal máximo e da mastigação, para ambos os músculos, em ambos os grupos
REVISÃO DA LITERATURA
26
estudados. O autor considerou que a atividade muscular reduzida encontrada nos
casos com maloclusão de Classe II divisão 1
ª
pode ser atribuída à divergência entre
os planos faciais e à instabilidade oclusal gerada por contatos dentários
inadequados. O autor conclui, relacionando a diferença na relação sagital entre as
bases ósseas, como possível explicação para os resultados observados. Contudo,
não excluiu a possibilidade de a mordida profunda anterior, encontrada nos casos
com Classe II divisão 1
ª
, causar deslocamento da mandíbula durante a mordida,
afetando o padrão de contração dos músculos masseter e temporal.
Com o propósito de reavaliar o conceito de posição de repouso clínico, Rugh
e Drago (1981) selecionaram um grupo de 10 indivíduos, entre 23 e 39 anos de
idade, assintomáticos, com pelo menos 26 dentes naturais presentes e realizaram
um estudo EMG. A abertura vertical da mandíbula foi monitorada com um
cinesiógrafo e a atividade EMG do músculo masseter foi registrada em dimensões
verticais que variaram de 1 a 16mm. Em seguida, a atividade na posição de repouso
clínica foi registrada, após os indivíduos repetirem a palavra Mississipi e deglutirem.
O autor encontrou diferença estatisticamente significante entre a posição de repouso
clínico e a abertura mandibular de menor atividade muscular. Os resultados sugerem
que a “posição de repouso clínico” e “posição fisiológica de repouso”, não
configuram realmente, estado de completo repouso. Certos músculos devem
manter-se em suave contração para sustentar a mandíbula na referida posição.
Ahlgren, Sonesson e Blitz (1985) tentaram definir a atividade EMG em
diferentes porções do músculo temporal em 10 indivíduos, assintomáticos, com
oclusão normal e média de idade de 24 anos. Os registros EMG foram realizados
por meio de eletrodos bipolares tipo gancho, durante o repouso e o apertamento
oclusal leve, médio e forte nas posições de MIH, protrusão e retrusão. Além disso,
REVISÃO DA LITERATURA
27
correlacionaram os valores encontrados à morfologia craniofacial dos indivíduos da
amostra. Os resultados mostraram que a porção posterior do músculo temporal
mantém a postura da mandíbula em repouso. Durante o apertamento em MIH, não
foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas atividades
musculares entre as três porções do músculo temporal, mas ocorreram diferenças
individuais. Durante o apertamento oclusal em MIH, com maior força de mordida, a
atividade EMG aumentou, proporcionalmente, em todas as partes do músculo.
Durante o apertamento oclusal em retrusão, houve predominância do músculo
temporal posterior. Correlação positiva significativa foi encontrada entre a atividade
do temporal posterior e o ângulo do plano mandibular, durante apertamento oclusal
com maior força de mordida em MIH. Verificou-se que a atividade EMG do músculo
temporal está correlacionada à forma e à posição da mandíbula.
Riise e Sheikholeslam (1982) observaram os efeitos de interferências oclusais
no padrão de atividade dos músculos masseter e temporal anterior, durante o
repouso mandibular. A amostra constou de 11 indivíduos assintomáticos, com
dentadura permanente completa, entre 24 e 32 anos de idade. Para os registros,
foram utilizados eletrodos de superfície, bilateralmente. Antes da inserção da
interferência, registrou-se maior atividade postural do músculo temporal anterior.
Após a inserção da interferência, algumas vezes, logo após 1h, o padrão de
atividade de repouso mostrou-se alterado. Após 48h, houve aumento significativo da
atividade do músculo temporal anterior, persistindo aumentada até a remoção da
interferência, uma semana depois, e desaparecendo quase uma semana após a
remoção desta. Para os autores, ficou claro que interferências oclusais, similares
àquelas que, às vezes, ocorrem na prática odontológica diária de reabilitação
oclusal, afetam o padrão neuromuscular dos músculos elevadores da mandíbula
REVISÃO DA LITERATURA
28
durante o repouso mandibular. Salientaram, porém, que estes resultados podem não
ser válidos para todos os tipos de interferências oclusais.
Gervais, Fitzsimmons e Thomas (1989) avaliaram os músculos masseter e
temporal anterior, durante o repouso mandibular, em indivíduos assintomáticos,
sintomáticos e subclínicos. O grupo sintomático mostrou atividade EMG
significativamente maior quando comparado aos grupos de indivíduos
assintomáticos e subclínicos, exceto quanto ao masseter direito. De modo geral, o
músculo temporal apresentou valores EMG maiores quando comparado ao
masseter. Não foram encontradas diferenças entre os grupos de indivíduos
assintomáticos e subclínicos, assim como a idade não foi um fator significativo,
clinicamente.
Naeije, McCarrol e Weijs (1989) analisaram os padrões de atividade EMG dos
músculos masseter e temporal anterior, durante apertamentos oclusais submáximos.
Para tanto selecionaram amostra de 21 indivíduos assintomáticos. Os dados obtidos
foram correlacionados com o número de contatos dentários posteriores aos caninos
e com as áreas seccionais transversais dos músculos. Os autores encontraram que,
em níveis baixos de apertamento, a atividade do músculo temporal tendeu a
dominar. Em níveis elevados, a atividade do masseter foi mais forte. Ainda, a
assimetria do músculo masseter foi maior em cada nível de apertamento oclusal.
Encontrou-se também que, para um mesmo indivíduo, o masseter com atividade
EMG mais alta apresentava a maior área seccional transversal. Além disso, este
lado correlacionou-se positivamente com o maior número de pontos de contatos
posteriores aos caninos.
Burdette e Gale (1990) tentaram determinar a confiabilidade de dados EMG
de repouso dos músculos masseter e temporal anterior, obtidos com intervalo de 2
REVISÃO DA LITERATURA
29
semanas. Para tal, selecionaram uma amostra constituída de 37 indivíduos
sintomáticos, entre 21 e 68 anos de idade, e média de 42,3
anos. Os registros foram
realizados por meio de eletrodos bipolares de superfície colocados bilateralmente, e
foi construído um gabarito para recolocar os eletrodos de superfície no segundo
registro. Os indivíduos da amostra não foram submetidos a qualquer tratamento no
intervalo entre os registros. Os coeficientes de correlação foram calculados para
cada músculo e encontrou-se baixa correlação entre os dados obtidos do músculo
temporal anterior. Esta menor correlação, segundo os autores, poderia refletir erro
metodológico no posicionamento dos eletrodos entre as sessões, ou mesmo o papel
dinâmico deste músculo na manutenção da posição de repouso postural da
mandíbula.
Jankelson (1990) avaliou os valores EMG dos músculos masseter e temporal
anterior em apertamento oclusal máximo, em MIH e na oclusão miocêntrica, em 46
indivíduos sintomáticos. O masseter apresentou atividade significativamente menor,
quando comparado ao temporal, durante o apertamento oclusal máximo, em MIH. A
atividade muscular de apertamento oclusal máximo em MIH foi significativamente
menor quando comparada à atividade em oclusão miocêntrica. Finalmente, o autor
conclui que tratar os indivíduos levando-os à oclusão miocêntrica neuromuscular
resulta em aumento da função e do sinergismo dos músculos masseter e temporal
anterior, com concomitante melhora dos sintomas.
Bakke, Michler e Möller (1992) analisaram a relação entre a estabilidade
oclusal e a função dos músculos elevadores da mandíbula, em amostra de 25
indivíduos assintomáticos e com dentadura permanente completa. A estabilidade
oclusal foi avaliada considerando-se o número de dentes e pares de dentes em
contato. Os registros EMG foram realizados durante o repouso mandibular, o
REVISÃO DA LITERATURA
30
apertamento oclusal máximo em MIH, a deglutição, a mastigação livre e unilateral.
Em geral, correlações positivas foram encontradas entre estabilidade oclusal e
atividade EMG nas situações dinâmicas e durante o apertamento oclusal, mais
significativamente no masseter. Isto quer dizer que forças de contração maiores
desse músculo indicam oclusão estável.
Ferrario et al. (1993) avaliaram a atividade dos músculos masseter e temporal
anterior em 92 indivíduos saudáveis, ditos “normais”, sendo 49 homens e 43
mulheres, entre 20 e 27 anos de idade e média de 22 anos. Os registros EMG foram
realizados por meio de eletrodos de superfície bilaterais, durante o repouso, a
oclusão e o apertamento oclusal máximo. As atividades musculares dos homens e
das mulheres foram similares, exceto durante o apertamento oclusal, quando os
homens apresentaram níveis EMG mais altos. Comparando-se os lados direito e
esquerdo, constataram-se atividades musculares mais assimétricas dos músculos
examinados em baixos valores EMG, como durante o repouso e a oclusão, com
menor assimetria do temporal. Nas mulheres, a atividade do temporal tendeu a
dominar em todos os níveis de contração. Para os homens, a atividade do masseter
foi mais forte durante o apertamento. Durante o repouso e oclusão, a atividade do
temporal foi a mais forte. Os autores concluíram que indivíduos assintomáticos, com
dentes sadios (sem restaurações extensas), apresentam certo grau de assimetria,
que diferem entre os músculos masseter e temporal, dependendo do nível de
contração. Ou seja, “indivíduos normais” são “fisiologicamente assimétricos”.
Segundo os autores, índices de assimetria, mesmo maiores que 18% durante o
apertamento oclusal máximo, devem ser considerados normais. Para eles, a
reabilitação oclusal deve visar ao bom funcionamento do sistema estomatognático, e
não apenas a simetria muscular.
REVISÃO DA LITERATURA
31
Holmgren e Sheikholeslam (1994) estudaram os efeitos dos ajustes oclusais
sobre a atividade EMG dos músculos masseter e temporal anterior, nas posições
mandibulares de repouso e apertamento oclusal máximo em MIH. A amostra
consistiu de 25 pacientes com bruxismo noturno, entre 18 e 38 anos de idade e
média de 27 anos, com sinais e sintomas crônicos de DTM e já tratados com placa
oclusal. Os resultados revelaram que o aumento do número de contatos oclusais em
MIH, decorrente do ajuste oclusal, não implicou em mudança imediata da atividade
muscular de repouso. Durante o apertamento oclusal máximo em MIH, observou-se
aumento de atividade muscular, mais pronunciadamente do masseter, o que
segundo os autores, sugere que o músculo masseter está mais relacionado à
estabilidade oclusal do que o temporal anterior, na situação mencionada. Ainda, o
aumento da atividade dos músculos elevadores, durante o apertamento máximo em
MIH, após o ajuste oclusal, parece indicar a importância da estabilidade oclusal
durante determinadas funções. Embora os resultados deste estudo estejam limitados
a um curto prazo de observação, os autores afirmam que, ergonomicamente, a
posição de MIH é a mais importante posição de trabalho do sistema
craniomandibular, pois é usada em quase todos os movimentos mastigatórios e a
maior atividade muscular dos elevadores da mandíbula pode facilitar a função.
Sgobbi de Faria e Bérzin (1998) analisaram a atividade EMG dos músculos
masseter, temporal anterior e supra-hiódeos, na posição de repouso, sob diferentes
condições. Foram selecionados 15 indivíduos assintomáticos, entre 18 e 35 anos de
idade, com maloclusão de Cl I e dentadura permanente completa. Os registros EMG
foram obtidos nas seguintes situações: com mínimo estímulo exteroceptivo; no
relaxamento com música suave; sem a pressão negativa intrabucal, eliminada por
meio de um tubo plástico; com estresse provocado por um jogo eletrônico; com
REVISÃO DA LITERATURA
32
placa oclusal promovendo desoclusão dos dentes posteriores; e finalmente, após a
remoção da placa. Os resultados indicam que a posição de repouso mandibular é
efetivamente mantida pelas propriedades viscoelásticas dos músculos e tendões,
associadas à pressão intrabucal negativa, que se contrapõe à gravidade. Descargas
assíncronas e descontínuas, do sistema nervoso central, devem contribuir para o
ajuste da posição mandibular. Mas, os autores sugerem que, apenas esta atividade
neuromuscular não seria capaz de manter a posição de repouso.
Michelotti et al. (2005) analisaram a relação entre a posição de repouso
mandibular e a atividade EMG do músculo masseter em amostra composta por 40
indivíduos assintomáticos. Ainda, compararam as posições de repouso clínico e
repouso EMG em diferentes tipos faciais, em amostra de 16 indivíduos
assintomáticos. Os autores observaram que as posições de repouso clínico e EMG
são independentes e ocorrem em dimensões verticais diferentes. O repouso clínico
ocorre em dimensões verticais que variam de 0,1 a 4,4mm e o repouso EMG ocorre
entre dimensões da ordem de 0,4 a 12mm. Observaram também que apenas a
dimensão vertical de repouso clínico apresenta correlação significante com o tipo
facial. Quanto mais alto o valor do ângulo do plano mandibular menor a dimensão
vertical de repouso clínico.
2.2 Placas oclusais e a atividade EMG dos músculos da mastigação
REVISÃO DA LITERATURA
33
Placas oclusais têm sido utilizadas, tanto com o intuito de permitir
procedimentos clínicos de análise e ajuste oclusal como para o diagnóstico e
tratamento dos sinais e sintomas de DTM. A EMG tem sido aplicada,
oportunamente, como meio eficaz de avaliar as mudanças das atividades
eletromiográficas decorrentes da aplicação daqueles dispositivos.
Kawasoe et al. (1980) estudaram a atividade EMG do músculo masseter
durante o apertamento oclusal máximo, com e sem placa oclusal, em dois grupos de
pacientes, um com DTM e interferências oclusais, e outro, sem aquelas alterações.
A atividade muscular do masseter diminuiu significativamente, em pacientes com
DTM, durante o apertamento máximo com as placas em posição. Em indivíduos
saudáveis, tal diferença significativa não pôde ser observada, quando comparados
os grupos com e sem as referidas placas. Os resultados sugerem que a eliminação
das interferências oclusais, por meio de placas oclusais, pode reduzir o grau de
informação sensorial dos receptores periodontais, durante o apertamento ou o
ranger noturno. Isto, por sua vez, resulta em decréscimo da atividade muscular do
masseter, promovendo o seu relaxamento.
Christensen (1980) avaliou a influência da placa oclusal sobre a fadiga do
músculo masseter durante o apertamento oclusal máximo. Seis indivíduos do sexo
masculino, com média de idade de 25 anos, assintomáticos executaram
apertamento máximo até ocorrer fadiga e dor no masseter. Isto permitiu determinar-
se, em segundos, o limiar da fadiga e a tolerância à dor do músculo citado.
Posteriormente, foram inseridas as placas oclusais e repetidos os apertamentos.
Durante os exercícios, a atividade muscular do masseter foi registrada,
unilateralmente, por meio de eletrodos bipolares de superfície. Após a inserção da
REVISÃO DA LITERATURA
34
placa, a duração do apertamento aumentou e a atividade EMG diminuiu
consistentemente. O autor sugere que o modo de ação da placa, na redução da
atividade muscular, pode ser pelo estiramento dos músculos elevadores da
mandíbula além do seu comprimento de repouso.
Wood e Tobias (1984) estudaram os efeitos da variação do número e posição
dos contatos oclusais na superfície da placa oclusal, sobre a atividade EMG. Os
autores observaram mudanças na atividade muscular durante apertamento oclusal,
com e sem a placa, quando os contatos tornavam-se unilaterais. A amostra consistiu
de 7 indivíduos, assintomáticos, do sexo masculino, com dentadura permanente
completa. Os registros foram realizados por meio de eletrodos bipolares colocados
bilateralmente sobre os músculos masseter e temporais anterior e posterior. O
apertamento máximo sobre a placa oclusal equilibrada originou aumento de até 17%
no total da atividade muscular, principalmente devido ao masseter. Os autores
verificaram que a distribuição dos contatos oclusais é mais importante que o número
destes sobre a superfície da placa oclusal.
Dahlström, Haraldson e Janson (1985) avaliaram e compararam os efeitos da
placa de mordida anterior e da placa oclusal de cobertura completa sobre os
músculos da mastigação de indivíduos assintomáticos. A amostra contou com 25
indivíduos entre 20 e 35 anos de idade, com oclusão normal. Destes, 17 formaram o
grupo experimental, os quais usaram ambas as placa, à noite, durante 1 semana
cada uma. Os outros 8 indivíduos serviram como grupo controle e não utilizaram
qualquer placa. A atividade EMG foi registrada por meio de eletrodos bipolares do
tipo gancho, na posição de repouso, durante os apertamentos oclusais máximo e
suave, antes e após o uso dos aparelhos, sendo estes removidos no momento dos
registros finais. Após o uso da placa de mordida anterior, não foram encontradas
REVISÃO DA LITERATURA
35
diferenças estatisticamente significativas nas atividades EMG, em qualquer situação
de registro. Após o uso da placa oclusal completa, a atividade na posição de
repouso foi significativamente menor nos músculos temporais anterior e posterior.
No grupo controle, a atividade EMG não mudou significativamente entre o registro
inicial e aqueles obtidos 1 e 5 semanas depois. Desse modo, o desenho oclusal do
aparelho parece ser importante quanto ao seu efeito sobre a atividade EMG dos
músculos da mastigação, pelo menos em indivíduos assintomáticos.
Dahlström e Haraldson (1985) compararam os efeitos clínicos e EMG do
tratamento com placas de mordida anterior e placa oclusal, sobre os sintomas de
DTM. A amostra consistiu de 19 mulheres entre 17 e 41 anos de idade e média de
26,3 anos. Os aparelhos foram distribuídos aleatoriamente entre os indivíduos, de
forma que 10 utilizaram placa oclusal, e 9, placa de mordida anterior, à noite,
durante 6 semanas. Os registros EMG foram realizados por meio de eletrodos tipo
gancho sobre os músculos masseter e temporais anterior e posterior, nas posições
de repouso, apertamentos oclusais máximo e suave, antes e após o tratamento, sem
os aparelhos em posição. A atividade EMG registrada inicialmente, no músculo
temporal, em repouso, foi correlacionada aos sinais de disfunção. Quando
comparados com indivíduos saudáveis de estudos anteriores, os pacientes tiveram
menor atividade EMG nos músculos temporal anterior e masseter, durante o
apertamento oclusal máximo. Após a remoção dos aparelhos oclusais, os sinais
clínicos diminuíram significativamente no grupo com placa oclusal total. No entanto,
não ocorreram mudanças significativas da atividade muscular de repouso nem de
apertamento oclusal máximo. Em resumo, os valores EMG foram diferentes, quando
comparados pacientes com DTM e indivíduos assintomáticos. Além disso, é difícil
REVISÃO DA LITERATURA
36
influenciar a atividade dos músculos da mastigação em indivíduos com DTM, com
uso breve de placas oclusais.
Sheikholeslam, Holmgren e Riise (1986) estudaram a atividade EMG de
repouso dos músculos masseter e temporal, em indivíduos com bruxismo e sinais e
sintomas de DTM, tratados com placa oclusal. A amostra consistiu de 31 pacientes,
entre 18 e 38 anos de idade e média de 27 anos. Os registros foram realizados
antes, e após 3 a 6 meses de tratamento com a placa, por meio de eletrodos
bipolares de superfície, colocados bilateralmente sobre os músculos masseter e
temporal anterior. Os sinais e sintomas, bem como a atividade postural do masseter
e do temporal reduziram significativamente após o tratamento. Além disso, a simetria
da atividade postural entre os lados direito e esquerdo dos músculos estudados
aumentou significativamente. Após a remoção da placa, os sinais e sintomas
recorreram aos níveis pré-tratamento, num período de 1 a 4 semanas, em cerca de
80% dos pacientes. Os autores afirmam que o tratamento com placa oclusal afeta
beneficamente o sistema estomatognático, mas deve ser considerado,
principalmente, como tratamento para a sintomatologia de pacientes com bruxismo
noturno. Pelo fato de poder eliminar ou diminuir os sintomas dos distúrbios
funcionais, reduzir a atividade e melhorar a assimetria no repouso postural dos
músculos masseter e temporal, pode facilitar procedimentos clínicos, tais como
análise funcional e ajuste oclusal.
Shi e Wang (1989) pesquisaram a atividade EMG dos músculos elevadores
da mandíbula na posição de repouso e durante o apertamento oclusal máximo e a
possível influencia da placa oclusal sobre a atividade destes músculos. A amostra foi
formada por 60 indivíduos com DTM e um grupo controle, constituído de 30
indivíduos assintomáticos. Os registros EMG foram realizados antes e após 3 meses
REVISÃO DA LITERATURA
37
de uso da placa. Comparada à do grupo controle, a atividade EMG dos indivíduos
com DTM foi mais alta na posição de repouso, e menor, durante o apertamento
oclusal máximo. Com o uso da placa, as atividades dos músculos elevadores da
mandíbula, na posição de repouso, diminuíram e a atividade EMG do temporal
aumentou significativamente, durante o apertamento oclusal máximo. Após a
remoção das placas, os índices EMG dos pacientes retornaram, parcialmente ou
totalmente aos níveis iniciais. Os autores concluíram que os músculos elevadores da
mandíbula, em pacientes com DTM, são hiperativos e sensíveis, e que a placa
oclusal é útil no tratamento destas alterações.
McCarrol et al. (1989) estudaram os efeitos, no curto prazo, da placa oclusal,
sobre os músculos masseter e temporal anterior. A amostra constou de 10
indivíduos assintomáticos, com média de idade de 30,8 anos, com dentadura
permanente completa, exceto os terceiros molares. Foram realizados registros EMG
dos músculos masseter e temporal anterior por meio de eletrodos bipolares de
superfície bilaterais, durante o apertamento oclusal submáximo, nos níveis de 10 e
50% do valor máximo de apertamento, antes e após 7 dias de uso da placa e
imediatamente após a remoção da placa. Ao mesmo tempo, foram avaliados os
contatos prematuros em RC e o desvio lateral entre as posições de RC e MIH, que
em média foi 0,5mm. A simetria entre os músculos masseteres, nos níveis de 10%
e 50%, não mudou imediatamente após a instalação da placa, mas melhorou
significativamente no nível de 50%, após 7 dias de uso daquele dispositivo. Estes
dados sugerem adaptação do masseter à presença de contatos oclusais ótimos,
proporcionados pela placa oclusal. A simetria entre os temporais anteriores não foi
afetada logo após inserção da placa, nem 7 dias depois, em nenhum dos níveis de
apertamento estudados. Porém, sua atividade foi maior, no nível de 10%, do lado
REVISÃO DA LITERATURA
38
para o qual a mandíbula desviava de RC para MIH. Isto sugere que a atividade do
temporal pode ser corrigida pela posição da mandíbula em RC, sendo, para isto,
necessário maior tempo de uso da placa. Após a remoção daquele dispositivo,
ocorreram aumento das interferências e aumento na assimetria do masseter quando
comparado à assimetria registrada após 7 dias de uso da placa. A atividade do
masseter, no nível de 10%, foi maior no lado dos contatos prematuros. Finalmente,
os autores afirmam que mensurações da assimetria muscular são muito úteis no
diagnóstico do DTM, pois a atividade submáxima dos músculos da mastigação está
relacionada aos aspectos da oclusão.
Manns et al. (1989) avaliaram o efeito das variações na localização dos
pontos de contato sobre a placa oclusal, na atividade EMG dos músculos masseter e
temporal anterior, durante o apertamento oclusal máximo. A amostra constou de 8
indivíduos, entre 19 e 24 anos de idade, com oclusão funcional e saudável, suporte
molar bilateral e ausência de sinais e sintomas de DTM. Os resultados revelaram
que as atividades EMG, tanto do masseter como do temporal anterior, foram maiores
com a placa do que sem esta. Os autores verificaram, também, que a atividade EMG
foi significativamente menor quando posicionados apenas os blocos anteriores. A
atividade registrada com contatos posteriores, exclusivamente, foi semelhante à
atividade com a placa de cobertura completa. Os autores concluem que, para que
haja desenvolvimento das maiores forças oclusais em RC, é importante estabelecer
contatos oclusais simétricos e bilaterais para os dentes posteriores, sendo de maior
importância a localização, e não o número dos mesmos.
Dahlström e Haraldson (1989) investigaram a influência imediata das placas
oclusal e de mordida anterior sobre as atividades musculares de repouso e de
apertamento oclusal máximo. A amostra consistiu de 10 indivíduos controle,
REVISÃO DA LITERATURA
39
assintomáticos, e 10 pacientes com DTM, entre 21 e 33 anos de idade. Registros
EMG de superfície dos músculos masseter e temporal anterior foram realizados
bilateralmente, antes da inserção das placas e depois, com as placas em uso. Não
se observaram mudanças significativas das atividades dos músculos estudados, na
posição de repouso, tanto no grupo controle quanto no sintomático com o uso das
placas. A placa de mordida anterior causou diminuição da atividade de ambos os
músculos, nos dois grupos, durante o apertamento oclusal máximo. Esta redução da
atividade máxima foi atribuída ao menor número de contatos oclusais e à
localização, exclusivamente, na região anterior. Os autores alertam que a eficácia
das placas depende, também, de outras variáveis não avaliadas neste estudo, tais
como a freqüência, intensidade e duração das atividades mastigatórias.
Humsi, Naeije e Hippe (1989) pesquisaram os efeitos imediatos da placa
oclusal sobre a assimetria das atividades EMG dos músculos masseter e temporal
anterior, durante o apertamento oclusal submáximo, em cinco níveis. A amostra foi
composta de 36 pacientes com DTM. As placas foram ajustadas ao serem instaladas
e 20 delas não necessitaram de ajustes posteriores. Estas causaram melhora
imediata da simetria entre os masseteres assim que foram instaladas. Contudo, 16
placas necessitaram de ajustes posteriores, no primeiro retorno, duas semanas após
a instalação. Estas resultaram em pequena, mas estatisticamente significativa, piora
na assimetria do músculo masseter durante o apertamento, o que não foi encontrado
para o temporal. As mudanças imediatas na atividade muscular do masseter
sugerem que assimetria muscular é um importante fator na avaliação do tratamento
empregado.
Holmgren et al. (1990) estudaram os efeitos da placa oclusal sobre a
atividade EMG e a assimetria dos músculos masseter e temporal anterior, durante o
REVISÃO DA LITERATURA
40
apertamento oclusal máximo, comparando os dados obtidos antes e após 6 meses
de uso da placa, em amostra de 31 indivíduos com dentadura permanente completa,
DTM e bruxismo noturno. Após uso da placa oclusal, ocorreu aumentou significante
da atividade EMG durante o apertamento oclusal máximo, em 71% dos pacientes.
Segundo os autores, estas mudanças não foram consistentes e diferiram entre os
pacientes, e, em alguns deles, entre os músculos estudados. Quanto à assimetria,
não houve modificação significante com o uso da placa. Observaram ainda que,
após o uso prolongado da placa e a melhoria dos sinais e sintomas de DTM, houve
aumento do número de pacientes com nível idêntico de atividade EMG, durante o
apertamento oclusal máximo com e sem a placa oclusal no momento do registro.
Gray, Davies e Quayle (1991) compararam os efeitos de dois tipos de placas
oclusais, com modos de ação opostos, no tratamento de DTM. Foram avaliadas
placas oclusais de cobertura total e de interferência oclusal localizada, ou
interceptora. A primeira remove interferências oclusais e distribui a carga
mastigatória, igualmente. A outra, providencia pontos de contato apenas em
premolares e caninos, aumentando a carga oclusal nesta área. Não foram
observadas diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos de
pacientes com relação a qualquer parâmetro clínico. A análise oclusal pré-
tratamento demonstrou três indicadores do sucesso do tratamento com placas, que
parecem ser independentes do desenho ou modo de ação do dispositivo utilizado.
São eles: ausência de oclusão em RC e de guia anterior ideal, além da existência de
interferências oclusais no lado de não trabalho.
Naeije e Hansson (1991) pesquisaram os efeitos a curto prazo da placa
oclusal sobre a atividade muscular mastigatória, em 26 pacientes, com média de
idade de 31,8 anos e DTM. Os registros EMG foram realizados antes, logo após
REVISÃO DA LITERATURA
41
inserção do aparelho e 2 e 4 semanas após a inserção do mesmo. Os registros
foram realizados por meio de eletrodos bipolares de superfície adaptados
bilateralmente sobre os músculos masseter e temporal anterior, durante o
apertamento oclusal submáximo, nos níveis de 10% e 50% do apertamento oclusal
máximo, em MIH e sobre a placa. A atividade EMG média do músculo masseter
permaneceu igual, durante o período de uso da placa, mas houve redução imediata
da atividade do temporal anterior. O uso do dispositivo também resultou em melhora
imediata da simetria entre os masseteres direito e esquerdo, ao passo que ocorreu
pouca melhora na simetria do temporal, no nível de 50%, somente após 4 semanas
de uso da placa. Os autores concluíram que os principais efeitos, no curto prazo, da
referida placa sobre a atividade muscular durante o apertamento oclusal submáximo,
são redução da atividade muscular do temporal e diminuição da assimetria muscular
do masseter.
Carr et al. (1991) monitoraram as mudanças induzidas pela placa oclusal
sobre a atividade EMG postural dos músculos elevadores e depressores da
mandíbula, no período de 1 semana, em indivíduos assintomáticos. O efeito imediato
da placa oclusal foi o aumento da atividade de contração postural dos músculos
supra-hióideos. Em geral, os dados indicaram que todas as atividades musculares
posturais mostraram variação biológica ampla, mas a nova posição postural
mandibular criada pela placa oclusal tendeu a se estabilizar dentro de 1 semana,
com decréscimo da atividade postural dos músculos masseter e temporal anterior, e
aumento da atividade dos supra-hióideos.
Manns et al. (1993) estudaram o efeito imediato da variação na localização
ântero-posterior de contatos oclusais unilaterais em posição excêntrica lateral. O
efeito sobre a atividade EMG ipsilateral dos músculos masseter e temporal anterior,
REVISÃO DA LITERATURA
42
durante o apertamento oclusal máximo, foi estudado quando os contatos laterais
foram distribuídos sobre áreas periodontais equivalentes. O estudo foi realizado em
uma amostra de 8 indivíduos, entre 21 e 26 anos de idade, com média de 23,8 anos,
e assintomáticos. Além disso, todos os participantes apresentavam guia pelos
caninos, bilateralmente. Para cada indivíduo, foi construída uma placa oclusal
superior unilateral cobrindo desde o incisivo lateral até o primeiro molar. Antes dos
registros EMG, a placa foi dividida em três blocos, sendo um anterior, com contato
excêntrico lateral de incisivo lateral e canino inferiores; outro intermediário, com
contato em ambos os premolares inferiores e o bloco posterior, permitindo contato
apenas de primeiro molar inferior. Dessa forma, ocorreu variação da localização
antero-posterior dos contatos, mas a área periodontal dos contatos oclusais foi
aproximadamente igual nas três situações. Os registros EMG foram obtidos por meio
de eletrodos bipolares de superfície colocados bilateralmente durante o apertamento
oclusal máximo nas seguintes situações: em MIH, sem os blocos oclusais; em
laterotrusão, com os três blocos em posição; em laterotrusão, com o bloco anterior
apenas; depois, com o bloco intermediário; e, por fim, com o bloco oclusal posterior
em posição. Os resultados mostram que a atividade muscular com o bloco anterior
foi significativamente menor do que em qualquer outra situação, com ou sem os
blocos. Houve redução estatisticamente significativa da atividade EMG com o bloco
intermediário com relação à posição de intercuspidação, mas não com relação aos
três blocos ou com o bloco posterior sozinho. Nenhuma diferença estatisticamente
significativa da atividade muscular ocorreu entre o uso dos três blocos oclusais,
bloco posterior sozinho ou na posição de intercuspidação. Os resultados sugerem
que o uso de blocos, que afetam áreas periodontais equivalentes, permite a
avaliação mais precisa na diferenciação de fatores biomecânicos e neurofisiológicos
REVISÃO DA LITERATURA
43
envolvidos com a variação dos contatos oclusais. Contudo, para os autores, a
ativação dos músculos elevadores da mandíbula depende de uma interação
complexa do sistema nervoso central e os receptores periféricos.
Abekura, Kotani e Tokuiama (1995) avaliaram os efeitos da placa oclusal
sobre os padrões de atividade EMG dos músculos masseter e temporal anterior,
durante o apertamento oclusal máximo em amostra de 7 indivíduos assintomáticos e
23, com diferentes tipos de DTM. Nenhum efeito marcante sobre a assimetria da
atividade muscular, durante o apertamento bilateral, foi revelado imediatamente,
após a inserção da mesma. Durante o apertamento unilateral em MIH, o índice de
assimetria relativa entre os músculos masseteres, detectando o desequilíbrio da
atividade muscular direita e esquerda, foi significativamente aumentado. Com o uso
da placa, constatou-se diminuição da assimetria da atividade muscular do masseter,
durante o apertamento unilateral. De acordo com os autores, os resultados sugerem
que o uso da placa diminui o desequilíbrio entre as atividades muscular direita e
esquerda e controla os sintomas de DTM, na presença de apertamento dentário.
Canay et al. (1998) estudaram os efeitos do tratamento com placa oclusal
sobre a atividade EMG dos músculos masseter e temporal anterior. A amostra
consistiu de 14 pacientes com dor muscular, entre 23 e 48 anos de idade e média de
32 anos e dentadura natural. Registros EMG realizados por meio de eletrodos de
superfície, durante o apertamento oclusal máximo, foram realizados antes, e após 6
semanas de uso da placa, sem a placa em posição. Os autores constataram que o
tratamento com a placa não causa qualquer mudança significativa sobre a atividade
EMG dos músculos estudados, após a remoção da mesma.
Al Quran e Lions (1999) compararam os efeitos da placa ocusal rígida e placa
oclusal resiliente sobre a atividade dos músculos masseter e temporal anterior, em
REVISÃO DA LITERATURA
44
amostra de indivíduos saudáveis, com dentadura permanente completa. Registros
EMG de superfície foram realizados durante os apertamentos oclusais máximo e
submáximo, nos níveis de 10% e 50%, antes e imediatamente após a inserção das
placas. Segundo os autores, os resultados sugerem que a placa rígida é mais
efetiva, quando comparada à placa resiliente, na redução da atividade dos músculos
elevadores da mandíbula.
Santos (2000) avaliou os índices de assimetria e atividade, de repouso e
apertamento oclusal máximo, dos músculos mastigatórios, por meio de EMG. Os
exames foram realizados com eletrodos de superfícies, aplicados bilateralmente
sobre os músculos masseter e temporal anterior, antes e após a desprogramação.
Para tal, foi selecionada amostra de 16 indivíduos assintomáticos, com maloclusão
de Classe II de Angle, submetidos à desprogramação neuromuscular com finalidade
de diagnóstico. A desprogramação foi realizada com o uso da placa oclusal, pelo
período médio de 9m e 26d. Os índices de assimetria observados não
demonstraram mudanças significativas nas situações estudadas, decorrido o período
de uso da placa oclusal. Os dados obtidos indicaram ainda, que o músculo temporal
anterior apresenta atividade EMG maior quando comparado ao masseter, tanto no
repouso como no apertamento mandibular, antes e após a desprogramação
neuromuscular.
Ferrario et al. (2002) verificaram por meio da EMG os efeitos decorrentes do
uso da placa oclusal em amostra de 14 indivíduos com sinais e sintomas de DTM.
Os autores avaliaram as atividades EMG de apertamento oclusal máximo dos
músculos masseter e temporal anterior, antes do uso da placa e logo após a
inserção desta. Os autores verificaram que, houve significante redução das
atividades EMG do músculo masseter e melhora da simetria, entre os lados direito e
REVISÃO DA LITERATURA
45
esquerdo, do músculo masseter e redução dos índices de atividade, aproximando os
valores das atividades entre o masseter e o temporal anterior.
Chandu et al. (2004) avaliaram o efeito imediato da placa oclusal sobre a
força de mordida e a atividade EMG do músculo masseter, em amostra de 10
indivíduos com DTM, com grupo controle de 8 indivíduos saudáveis. Os registros
EMG foram realizados em repouso e em determinadas condições de apertamento
oclusal. Os autores encontraram assimetria significante nas situações de repouso e
apertamentos oclusais. Observaram também, maior atividade de repouso mandibular
no grupo com DTM e nas outras situações de registro, o controle apresentou
maiores atividades. Quando a placa foi inserida, os autores observaram diminuição
significante das atividades EMG de apertamento oclusal em ambos os grupos.
Quanto à força de mordida, esta foi significantemente maior no grupo controle em
todos as condições de apertamento oclusal e a inserção da placa oclusal aumentou
ainda mais a força de mordida neste grupo. Os autores acreditam que os resultados
deste estudo indicam haver diferença entre a atividade EMG e a força de mordida
em diferentes condições de apertamento oclusal e entre indivíduos com DTM e
indivíduos assintomáticos.
Landulpho et al. (2004) avaliaram os efeitos da placa oclusal sobre a atividade
EMG de repouso mandibular, dos músculos masseter e temporal anterior, em
indivíduos com sinais e sintomas de DTM. A amostra foi formada por 22 indivíduos
com idades entre 18 e 53 anos. Os registros EMG foram realizados anterior à
inserção da placa e 90, 120 e 150 dias após o uso da mesma. Entre o terceiro e
quarto mês de uso, as placas, que antes não apresentavam guias de desoclusão,
foram ajustadas para proporcionar função de grupo nas excursões de lateralidade.
Os resultados mostraram, que após o ajuste da placa, houve diminuição significante
REVISÃO DA LITERATURA
46
da atividade de repouso mandibular apenas do músculo temporal anterior.
Observaram também que, ao final do período de observação, os sintomas de DTM
foram eliminados. Os autores concluem que dispositivos oclusais com guias de
desoclusão são uma alternativa eficiente para reduzir a atividae EMG de repouso
dos músculos masseter e temporal anterior e deveriam ser utilizadas no tratamento
do DTM.
Santos, Cerqueira e Fantini (2004) avaliaram os efeitos da placa oclusal, na
desprogramação neuromuscular da mandíbula, durante o repouso mandibular, em
amostra e com a mesma metodologia, já descrita (SANTOS, 2000). Os resultados
obtidos mostraram redução significativa da atividade EMG de ambos os músculos
estudados, masseter e temporal anterior.
Santos, Cerqueira e Fantini (2005) avaliaram também, os efeitos da placa
oclusal sobre as atividades EMG dos músculos masseter e temporal anterior, de
apertamento oclusal máximo. Este estudo foi realizado em amostra e com
metodologia já utilizadas pelos autores (SANTOS, 2000; SANTOS, CERQUEIRA;
FANTINI, 2004). Os resultados mostraram aumento significativo das atividades
daqueles músculos, na posição considerada.
Scopel, Alves da Costa e Urias (2005) com o propósito de analisar a atividade
EMG dos músculos masseter e temporal anterior, durante o repouso mandibular,
selecionou três grupos amostrais. O grupo I foi formado por 20 pacientes com DTM,
e foram submetidos ao uso da placa oclusal, com guia de desoclusão pelo canino,
por períodos variando entre 4 e 9 semanas. O grupo II foi constituído por 20
indivíduos que apresentavam distúrbios oclusais, mas sem DTM e o grupo III, por 20
indivíduos sem distúrbios oclusais e sem DTM, ditos “normais”. Nestes dois últimos
grupos não foram aplicadas placas oclusais. Os autores observaram que o uso da
REVISÃO DA LITERATURA
47
placa oclusal reduz as atividades EMG de repouso mandibular e melhora o equilíbrio
entre as atividades dos lados direito e esquerdo, nos dois músculos, eliminando-se
também os sinais e sintomas do DTM. Ainda, que o músculo temporal anterior
apresentou-se mais ativo que o masseter, em mais de 85% de toda a amostra.
Quanto à assimetria, os autores concluem que indivíduos normais apresentam certo
grau de assimetria na posição de repouso mandibular.
PROPOSIÇÕES
48
3 PROPOSIÇÕES
Este estudo propôs-se a observar os possíveis efeitos das placas oclusais
sobre a atividade eletromiográfica dos músculos masseter e temporal anterior, nas
situações de repouso mandibular e apertamento oclusal máximo, em dois grupos
assintomáticos com maloclusão de Classe I de Angle, sendo um, Experimental
(desprogramado) e outro, o Controle (não desprogramado), em dois momentos (T1 e
T2), determinando os seguintes aspectos:
3.1 As atividades EMG médias;
3.2 A variação das atividades EMG médias, entre os momentos T1 e T2;
3.3 Os índices de assimetria médios;
3.4 A variação dos índices de assimetria, observando-se a predominância de um
dos lados dos músculos estudados, nas situações de registro, repouso e
apertamento oclusal máximo, nos grupos Experimental e Controle e nos
momentos T1 e T2;
3.5 Os índices de atividade médios;
3.6 A variação dos índices de atividade, observando-se a possível predominância
de um dos grupos musculares estudados nas situações de registro, repouso e
apertamento oclusal máximo, nos grupos Experimental e Controle e nos
momentos T1 e T2.
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
49
4 CASUÍSTICA – MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Casuística
A amostra foi constituída por 37 indivíduos assintomáticos, divididos em dois
grupos, o Experimental e o Controle. O grupo Experimental foi composto por 23
participantes, sendo 14, do masculino e 9 do gênero feminino, com idades entre 19
anos e 11 meses e 28 anos e 1 mês, com média de 23 anos e 7 meses. O grupo
Controle foi formado por 14 indivíduos, sendo 3 do gênero masculino e 3, do
feminino, com idades entre 22 anos e 7 meses e 28 anos e 3 meses, com média de
25 anos e 11 meses.
O grupo Experimental usou placa oclusal para desprogramação
neuromuscular, por período médio de 6 meses e 3 dias, com finalidade de
diagnóstico ortodôntico, como preconizado por Roth (1981a, 1981b) com o objetivo
de alcançar-se a RC.
No grupo Controle, não foi instituído qualquer tipo de intervenção que
pudesse modificar os parâmetros oclusais no período médio de observação, de 8
meses e 10 dias. As características e os períodos de observação individuais da
amostra estão demonstrados nos Apêndices A e B.
Os participantes do grupo Experimental foram selecionados entre aqueles que
se inscreveram para tratamento ortodôntico corretivo no curso de pós-graduação,
área de concentração em Ortodontia, da Faculdade de Odontologia da Universidade
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
50
de São Paulo (FOUSP). Os do grupo Controle foram selecionados entre os
estudantes da mesma Faculdade.
Foram estabelecidos como critérios de inclusão na amostra, as seguintes
características: dentadura permanente completa até segundos molares, maloclusão
de Classe I de Angle (1899), identificada nas relações oclusais entre molares e/ou
caninos, além de se apresentarem, clinicamente, sem os seguintes sinais e sintomas
de DTM:
Dores articular ou muscular espontâneas e/ou durante os movimentos
mandibulares, sensibilidade à palpação nas ATM.
Limitação de abertura bucal (abertura máxima < 40mm), travamento e/ou luxação
mandibulares.
Não houve distinção de gênero ou cor.
Os indivíduos foram esclarecidos sobre os procedimentos realizados durante
o desenvolvimento da pesquisa e ao concordarem em participar da mesma,
assinaram o termo de consentimento livre e informado. Foram respeitados os
critérios adotados pelo Comitê de Ética em Pesquisa, que emitiu parecer favorável à
realização deste estudo. O referido parecer consta do Anexo A.
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
51
4.2 Material e Métodos
O grupo Experimental foi submetido à desprogramação neuromuscular, com
placa oclusal construída em RC, segundo as características e etapas descritas a
seguir.
4.2.1 Determinação e registro da RC
A RC inicial foi determinada por meio da manipulação bilateral da mandíbula,
segundo a técnica de Dawson (1993), até que a mesma demonstrasse, tanto quanto
possível, ausência de resistência à movimentação e tão somente, aparente
movimento de rotação condilar. Esta foi então, registrada em duas etapas distintas,
de acordo com a técnica “Power Centric”, descrita por Roth
1
(1993 apud WOOD et
al., 1994), modificada por Fantini (1999).
Para a primeira fase do registro de RC, foi preparado um bloco de cera azul
2
1
Como Wood et al. (1994) referenciou Roth
2
Delar Bite Registration Wax – Delar Corporation – Lake Oswego/OR – USA
de espessura e profundidade de acordo com a sobremordida e sobressaliência do
indivíduo e largura correspondente à distância intercaninos. O bloco de cera foi,
então, plastificado em banheira térmica, à temperatura de 58
o
C por 1min. Em
seguida, o referido bloco foi adaptado sobre os incisivos e caninos superiores. Neste
momento, a mandíbula foi manipulada em RC, segundo Dawson (1993), e elevada
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
50
lentamente, até que os dentes anteriores inferiores provocassem edentações no
bloco de cera, e se observasse espaço remanescente de 2
a 3 milímetros entre as
cúspides mais extruídas dos dentes posteriores. A cera foi resfriada em posição,
com jato de ar. Em seguida, e mantendo-se o jato de ar, o paciente foi instruído a
abrir a boca lentamente, para que o bloco de cera se desprendesse, sem que fosse
necessária qualquer pressão manual, a fim de evitar a distorção do registro. Este foi,
então, lavado em água corrente e mergulhado em água gelada. As superfícies
oclusais do bloco de cera foram desbastadas com lâmina afiada, até que restassem
impressões nítidas, porém suaves, das bordas dos dentes anteriores.
Um segundo bloco de cera, com duas espessuras, de largura e profundidade
suficientes para o registro posterior sobre os segundos premolares e primeiros
molares superiores, foi preparado, plastificado e justaposto à região correspondente.
Ao mesmo tempo, o primeiro registro foi re-adaptado na região anterior.
Manipulando-se novamente a mandíbula, esta foi elevada até que ocorresse o
encaixe dos dentes anteriores nas respectivas impressões, e os premolares e
primeiros molares produzissem edentações na cera posterior. Este registro foi
resfriado, removido e submerso em água, da mesma forma que o registro anterior,
sendo, então, desbastado de maneira a permitir o assentamento total do mesmo
sobre os dentes do paciente e nos modelos de gesso.
Após a desprogramação neuromuscular, os registros finais de RC foram
realizados obedecendo-se à mesma técnica descrita.
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
51
4.2.2 Obtenção dos modelos de gesso
Para cada indivíduo do grupo tratado, foram obtidos dois pares de modelos
em gesso, montados em articulador com o registro de RC inicial. Um dos pares de
modelo serviu para a construção da placa oclusal. O outro, para a avaliação da
repetibilidade dos registros finais de RC. Para tal, foram realizadas moldagens das
arcadas superior e inferior, com hidrocolóide irreversível
3
e moldeiras metálicas tipo
Vernes. Foram tomados os cuidados necessários para a obtenção da cópia fiel das
impressões negativas de toda a superfície oclusal dos dentes presentes nas
arcadas. Os moldes foram vazados em gesso-pedra
4
, na cor verde, espatulado a
vácuo por 40s, nas proporções água/pó de 19ml/100g. Os excessos de gesso foram
desbastados, manualmente, com lâmina afiada e com a ajuda de máquina para
recorte de gesso, a fim de se eliminarem áreas que pudessem impedir a adaptação
correta dos registros de cera. Os modelos superiores foram, então, preparados,
segundo a técnica do “modelo partido” (LAURITZEN, 1974).
3
Avagel – Dentsplay Indústria e Comércio Ltda – Petrópolis/RJ – BR
4
Durone – Dentsplay Indústria e Comércio Ltda – Petrópolis/RJ – BR
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
52
4.2.3 Montagem em articulador
Os pares de modelos foram montados em articulador semi-ajustável
5
, com o
auxílio do respectivo arco facial e dos registros de RC, seguindo-se as normas
descritas no manual de instruções, fornecido pelo fabricante (BASIC..., 1985).
A fixação dos modelos no articulador foi feita com gesso
6
apropriado na
proporção água/pó de 20ml/70g, espatulado a vácuo por 40s.
4.2.4 Desprogramação neuromuscular
Esta foi obtida com o uso contínuo da placa oclusal, construída em resina
acrílica termicamente ativada. A placa foi ajustada de acordo com os seguintes
critérios preconizados por Roth e Rolfs (1981) (Figura 4.1):
Completa adaptação em todos os dentes superiores irrompidos, mantendo-se
estável;
Superfície oclusal plana e polida, a fim de se evitarem estímulos que pudessem
interferir com a desprogramação neuromuscular;
Todos os dentes antagonistas exibindo, pelo menos, um contato puntiforme e de
intensidade semelhante, na superfície oclusal da placa, sendo porém, mais leves
na região anterior;
5
Panadent Articulator Model PSL – Panadent Corporation – Grand Terrace/CA – USA
6
Mounting Stone – Whip Mix Corporation – Lousville/KY – USA
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
53
Guias suaves, pelos incisivos e caninos, a fim de permitir liberdade dos
movimentos mandibulares protrusivos e laterotrusivos, com desoclusão imediata
dos dentes posteriores e ausência de interferências oclusais;
Espessura da placa no setor posterior, de pelo menos 2mm.
Figura 4.1 – Aspectos clínicos da placa oclusal
Todas as características supracitadas foram criteriosamente observadas a
cada consulta, e realizado o ajuste necessário. No período inicial de
desprogramação, a placa foi reajustada semanalmente. Quando as mudanças de
posição mandibular se tornaram menos evidentes, o ajuste passou a ser quinzenal
e, finalmente, a cada três semanas.
Para que o uso da placa atingisse seu objetivo satisfatoriamente, os
constituintes da amostra foram instruídos a:
Usar a placa continuamente, durante as 24 horas do dia, removendo-a apenas
para a higiene bucal e da própria placa;
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
54
Não apertar os dentes contra a placa nem realizar, com freqüência, o
deslizamento da mandíbula para anterior, a fim de evitar tensão muscular
imprópria;
Evitar alimentos excessivamente duros que pudessem danificar a estrutura da
placa.
As placas foram ajustadas até que se evidenciassem clinicamente, a
desprogramação neuromuscular e a estabilidade mandibular. Os seguintes critérios
concorreram para atestar as referidas condições:
Facilidade de manipulação mandibular;
Estabilidade dos pontos de contato na placa, observada em consultas
consecutivas;
Repetibilidade de três registros de RC, obtidos com intervalo de 1 semana.
Quando constatadas as condições descritas, considerou-se encerrado o
período experimental de desprogramação neuromuscular, e realizaram-se os
registros finais. O tempo total de uso da placa oclusal variou entre os indivíduos,
desde um período mínimo de 3 meses e 13 dias até o máximo de 9 meses e 27 dias.
O tempo médio foi de 6 meses e 3 dias.
4.2.5 Técnica de registro EMG
Foram realizados e analisados registros das atividades EMG dos músculos
masseter e temporal anterior, dos lados direito e esquerdo, em ambos os grupos. No
grupo Experimental, os registros foram realizados tanto antes (T1) como após (T2) a
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
55
desprogramação neuromuscular, respeitando-se o período de uso das placas
oclusais de cada participante.
Para o grupo Controle, os referidos registros também foram realizados em
dois momentos (T1 e T2), observando-se o período médio entre eles, de 8 meses e
10 dias, com variação de um período mínimo de 8 meses e 1 dia, e máximo de 8
meses e 22 dias.
Os registros EMG foram realizados no Departamento de Ortodontia e
Odontopediatria da FOUSP, em ambiente preparado para este fim.
Os sinais EMG foram captados por meio de eletrodos bipolares de superfície
7
.
Esses eletrodos são ativos e permitem a pré-amplificação dos sinais EMG, em 20
vezes (Figura 4.2-A). Entre estes e a pele dos indivíduos, foram adaptados eletrodos
bipolares de superfície, auto-adesivos e descartáveis
8
, com distância fixa entre os
pólos de 20mm (Figura 4.2-B).
Depois de pré-amplificados, os sinais passaram por um módulo condicionador
de sinais
9
, onde foram amplificados novamente, 50 vezes, resultando em
amplificação total de 1000 vezes. Os sinais foram, então, filtrados, de forma a
permitir a captação dos mesmos numa banda de freqüência entre 50 e 500Hz.
Figura 4.2 - Em A, eletrodos bipolares de superfície ativos; em B, eletrodos bipolares de superfície
auto-adesivos descartáveis
7
Eletrodos ativos – Lynx Tecnologia Eletrônica Ltda – São Paulo/SP – BR
8
Dual electrodes – Noraxon – Scottsdale/Arizona – USA
A
B
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
56
Em seguida, os sinais foram convertidos de analógico para digital, por meio
de placa de conversão
10
, com taxa de aquisição de 1000Hz, e armazenados em um
computador
11
, para análise com programa de aquisição de dados
12
.
Para a realização dos registros EMG, os indivíduos foram sentados
confortavelmente, em uma cadeira metálica devidamente aterrada, sem encosto
para a cabeça, sendo esta última, mantida na posição postural de repouso. Os
pacientes foram orientados a olhar para frente e não realizar movimentos com a
cabeça ou com o corpo, durante os registros.
Os eletrodos de captação foram adaptados bilateralmente, permitindo o
registro simultâneo dos quatro músculos estudados: masseter direito (MD), masseter
esquerdo (ME), temporal anterior direito (TD) e temporal anterior esquerdo (TE).
Os eletrodos bipolares foram posicionados paralelos ao longo eixo das fibras
musculares dos músculos considerados, identificadas por palpação, enquanto o
indivíduo realizava apertamento oclusal. O eletrodo terra foi adaptado no punho da
mão esquerda. Os eletrodos de captação foram, então, fixados (Figura 4.3), tendo-
se preparado a pele, previamente, com algodão embebido em álcool 70º INPM, a fim
de removerem-se as substâncias e impurezas que pudessem interferir na fixação
dos mesmos e na captação dos sinais.
9
MCS 1000-Versão 2 – 16 canais – Lynx Tecnologia Eletrônica Ltda – São Paulo/SP – BR
10
CAD 12/32-16 – Lynx Tecnologia Ltda – São Paulo/SP – BR
11
Pentium II – 350 MHz – 128Mb RAM – HD 1.2 Gb
12
Aqdados para Windows – Versão 5.0 – Lynx – São Paulo/SP – BR
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
57
Figura 4.3 – Paciente com os eletrodos em posição
4.2.6 Registros EMG
Os indivíduos foram, inicialmente, esclarecidos sobre os procedimentos a
serem realizados, de forma a tranqüilizá-los.
Os registros foram realizados nas seguintes situações e ordem:
Em posição de repouso postural mandibular. Os indivíduos foram orientados a
manterem-se relaxados, com o olhar fixado à frente, sem contato oclusal, com a
mandíbula confortavelmente relaxada. Os registros foram realizados 5 vezes
consecutivas, pelo período de 10s, cada um (Figura 4.4). Durante o registro, foi
pedido aos pacientes que fechassem os olhos para evitar qualquer estímulo
visual.
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
58
Figura 4.4 - Aspecto do registro EMG de repouso postural mandibular, realizado simultaneamente
para os músculos MD, ME, TD e TE
Em apertamento oclusal máximo. Os indivíduos foram instruídos a apertarem os
dentes em MIH, tão forte quanto possível, permanecendo assim por 3s. Os
registros foram repetidos 5 vezes nesta mesma situação, com intervalo de 30s,
para evitar-se a fadiga muscular (Figura 4.5).
Figura 4.5 - Aspecto do registro EMG de apertamento oclusal máximo, realizado simultaneamente
para os músculos MD, ME, TD e TE, onde se notam as linhas verticais sobre os registros,
delimitando a área de leitura
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
59
Os registros descritos foram realizados, para o grupo Experimental, antes do
uso da placa oclusal e após a desprogramação neuromuscular, sendo neste último
momento, com a referida placa em posição.
4.2.7 Análise dos registros EMG
Os registros EMG permitiram a medida dos valores numéricos da atividade
dos músculos MD, ME, TD e TE, pelo cálculo do “Root Mean Square” (RMS),
expresso em microvolts (μV).
Para a compilação dos dados relativos ao repouso postural mandibular foram
obtidas as médias aritméticas de 3 dos 5 registros realizados, excluindo-se os
valores extremos, para os momentos T1 e T2, para os dois grupos. Para o
apertamento oclusal máximo, foi utilizada apenas a leitura do 1,5s intermediário dos
registros, ao realizarem-se as médias aritméticas (Figura 4.5).
A assimetria da atividade muscular foi avaliada para cada indivíduo da
amostra, nas situações de registro e calculada por meio do índice de assimetria
proposto por Naeije, McCarrol e Weijs (1989), para cada par de músculos:
Índice de assimetria = x 100
(RMS direito – RMS esquerdo)
(RMS direito + RMS esquerdo)
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
60
O índice de assimetria pode variar entre +100% e -100%. O índice negativo
indica a dominância do músculo do lado esquerdo e o positivo, dominância do lado
direito. Índice nulo indica equilíbrio das atividades dos lados direito e esquerdo.
A análise da contribuição quantitativa dos músculos masseter e temporal
anterior foi realizada pelo índice de atividade proposto por Naeije, McCarrol e Weijs
(1989), calculado para cada situação de registro, individualmente:
Índice de atividade = x 100
Onde, RMS masseter = MD+ME
RMS temporal = TD+TE
O índice de atividade também pode variar entre +100% e -100%. Valores
positivos deste índice indicam dominância do músculo masseter. Valores negativos
representam dominância do temporal anterior, e valor nulo, denota equilíbrio entre as
atividades dos músculos considerados.
(RMS masseter – RMS temporal)
(RMS masseter + RMS temporal)
CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
61
4.2.8 Análise estatística
Inicialmente, todas as medidas foram analisadas descritivamente,
observando-se as médias, desvios padrão (DP) e amostra (N).
Foi realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov (p > 0,05) (CONOVER, 1980)
para verificar a anormalidade da distribuição dos dados observados. De acordo com
este teste, a distribuição dos dados foi considerada normal, portanto a análise
estatística foi realizada por meio de testes paramétricos.
Para a avaliação dos dados foram realizadas análises de variâncias (ANOVA)
com medidas repetidas com três fatores, supondo matriz de correlações componente
simétrica (SINGER; ANDRADE, 2000).
Para a avaliação dos valores médios EMG, os fatores considerados foram os
momentos T1 e T2, os grupos GE e GC e os lados, direito e esquerdo.
Para a avaliação dos índices de assimetria e de atividade, os fatores
considerados foram os momentos T1 e T2, os grupos GE e GC e as situações de
repouso e apertamento.
Após o Teste ANOVA com medidas repetidas, foram realizadas, quando
necessárias, comparações múltiplas de Bonferroni (NETER et al., 1996) para
verificarem-se em quais características ocorreram diferenças significativas.
Foram realizados, ainda, gráficos de perfis médios (BUSSAB; MORETTIN,
1987) para a verificação gráfica dos dados observados.
O nível de significância adotado foi de 5% (p < 0,05).
RESULTADOS
62
5 RESULTADOS
Os valores originais individuais das atividades EMG do grupo Experimental
relativos aos músculos MD, ME, TD e TE, durante o repouso mandibular e o
apertamento oclusal máximo, mensurados nos momentos T1 e T2, estão contidos
nos apêndices C, D, E e F.
Os valores originais individuais das atividades EMG do grupo Controle
relativos aos músculos MD, ME, TD e TE, durante o repouso mandibular e o
apertamento oclusal máximo, mensurados nos momentos T1 e T2, estão contidos
nos apêndices E, H, I e J.
Os índices individuais de assimetria muscular em porcentagem (%) do grupo
Experimental relativos aos músculos MD, ME, TD e TE, durante o repouso
mandibular e o apertamento oclusal máximo, mensurados nos momentos T1 e T2,
estão contidos nos apêndices L e M.
Os índices individuais de assimetria muscular em porcentagem (%) do grupo
Controle relativos aos músculos MD, ME, TD e TE, durante o repouso mandibular e
o apertamento oclusal máximo, mensurados nos momentos T1 e T2, estão contidos
nos apêndices N e O.
Os índices individuais de atividade muscular em porcentagem (%) do grupo
Experimental relativos aos músculos MD, ME, TD e TE, durante o repouso
mandibular e o apertamento oclusal máximo, nos momentos T1 e T2, estão contidos
nos apêndices P e Q.
RESULTADOS
63
Os índices individuais de atividade muscular em porcentagem (%), do grupo
Controle relativos aos músculos MD, ME, TD e TE, durante o repouso mandibular e
o apertamento oclusal máximo, nos momentos T1 e T2, estão contidos nos
apêndices R e S.
A análise descritiva das atividades EMG médias em microvlts (μV) dos
músculos MD e ME, durante o repouso mandibular dos grupos, Experimental e
Controle, nos momentos T1 e T2, está contida na Tabela 5.1.
O Teste ANOVA com medidas repetidas e as comparações múltiplas de
Bonferroni para as atividades EMG médias dos músculos MD e ME, durante o
repouso mandibular dos grupos, Experimental e Controle, nos momentos T1 e T2,
estão contidos nas Tabelas 5.2 e 5.3, respectivamente.
A análise descritiva das atividades EMG médias em microvlts (μV) dos
músculos TD e TE, durante o repouso mandibular dos grupos, Experimental e
Controle, nos momentos T1 e T2, está contida na Tabela 5.4.
O Teste ANOVA com medidas repetidas e as comparações múltiplas de
Bonferroni para as atividades EMG médias dos músculos TD e TE, durante o
repouso mandibular dos grupos, Experimental e Controle, nos momentos T1 e T2,
estão contidos nas Tabelas 5.5 e 5.6, respectivamente.
A análise descritiva das atividades EMG médias em microvlts (μV) dos
músculos MD e ME, durante o apertamento oclusal máximo dos grupos,
Experimental e Controle, nos momentos T1 e T2, está contida na Tabela 5.7.
O Teste ANOVA com medidas repetidas e as comparações múltiplas de
Bonferroni para as atividades EMG médias dos músculos MD e ME, durante o
apertamento oclusal máximo dos grupos, Experimental e Controle, nos momentos
T1 e T2 , estão contidos nas Tabelas 5.8 e 5.9, respectivamente.
RESULTADOS
64
A análise descritiva das atividades EMG médias em microvlts (μV) dos
músculos TD e TE, durante o apertamento oclusal máximo dos grupos, Experimental
e Controle, nos momentos T1 e T2, está contida na Tabela 5.10.
O Teste ANOVA com medidas repetidas e as comparações múltiplas de
Bonferroni para as atividades EMG médias dos músculos TD e TE, durante o
apertamento oclusal máximo dos grupos, Experimental e Controle, nos momentos
T1 e T2, estão contidos nas Tabelas 5.11 e 5.12, respectivamente.
A análise descritiva dos índices médios de assimetria em porcentagem (%) do
músculo masseter, durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo,
dos grupos Experimental e Controle, nos momentos T1 e T2 está contida na Tabela
5.13
O Teste ANOVA com medidas repetidas para os índices médios de assimetria
do músculo masseter, durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal
máximo, dos grupos Experimental e Controle, nos momentos T1 e T2 está contido
na Tabela 5.14.
A análise descritiva dos índices médios de assimetria em porcentagem (%) do
músculo temporal anterior, durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal
máximo, dos grupos Experimental e Controle, nos momentos T1 e T2 está contida
na Tabela 5.15.
O Teste ANOVA com medidas repetidas para os índices médios de assimetria
do músculo temporal anterior, durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal
máximo, dos grupos Experimental e Controle, nos momentos T1 e T2 está contido
na Tabela 5.16.
RESULTADOS
65
A análise descritiva dos índices médios de atividade em porcentagem (%),
durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo, dos grupos
Experimental e Controle, nos momentos T1 e T2 está contida na Tabela 5.17.
O Teste ANOVA com medidas repetidas e as comparações múltiplas de
Bonferroni para os índices de atividade médios durante o repouso mandibular e o
apertamento oclusal máximo, dos grupos Experimental e Controle, nos momentos
T1 e T2, estão contidos nas Tabelas 5.18 e 5.19, respectivamente.
Tabela 5.1 - Descrição das atividades EMG médios e desvios padrão em microvlts (μV) dos músculos
masseter direito (MD) e esquerdo (ME), durante o repouso mandibular, dos grupos
Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Grupo Lado Momento
Média (μV) DP (μV)
N
T 1 2,92 0,70 23
MD
T 2 1,47 0,51 23
T 1 3,21 0,84 23
GE
ME
T 2 1,60 0,45 23
T 1 3,19 0,54 14
MD
T 2 3,09 0,52 14
T 1 3,49 0,80 14
GC
ME
T 2 3,22 0,74 14
RESULTADOS
66
Tabela 5.2 - ANOVA com medidas repetidas para as atividades EMG médias dos músculos masseter
direito e esquerdo, durante o repouso mandibular, dos grupos Experimental e Controle,
nos momentos T1 e T2
Fator GL numerador GL denominador Valor F p
Grupo 1 35 31,79
<0,001*
Momento 1 35 123,26
<0,001*
Lado 1 35 7,56
0,009**
Grupo* Momento 1 35 75,42
<0,001*
Grupo*Lado 1 35 0,00 0,980
Momento *Lado 1 36 1,07 0,309
* significativo no nível < 0,1%
** significativo no nível de 1%
Tabela 5.3 - Comparações múltiplas de Bonferroni das atividades EMG médias dos músculos
masseter direito (MD) e esquerdo (ME), durante o repouso mandibular, dos grupos
Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Comparação Diferença média EP GL Valor t p
GE (T1) GE (T2) 1,53 0,10 35 16,01
<0,001*
GE (T1) GC (T1) -0,27 0,18 35 -1,48 0,893
GE (T1) GC (T2) -0,09 0,18 35 -0,46 1,000
GE (T2) GC (T1) -1,80 0,18 35 -9,77
<0,001*
GE (T2) GC (T2) -1,62 0,18 35 -8,75
<0,001*
GC (T1) GC (T2)
0,19 0,12 35 1,53 0,816
* significativo no nível < 0,1%
RESULTADOS
67
Tabela 5.4 - Descrição das atividades EMG médias e desvios padrão em microvlts (μV) dos músculos
temporal anterior direito (TD) e esquerdo (TE), durante o repouso mandibular, dos
grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Grupo Lado Momento
Média (μV) DP (μV)
N
T 1 3,33 0,79 23
TD
T 2 1,62 0,49 23
T 1 3,67 0,82 23
GE
TE
T 2 1,74 0,63 23
T 1 3,56 0,97 14
TD
T 2 3,69 0,91 14
T 1 3,87 1,11 14
GC
TE
T 2 4,02 1,17 14
Tabela 5.5 - ANOVA com medidas repetidas para as atividades EMG médias dos músculos temporal
anterior direito e esquerdo, durante o repouso mandibular, dos grupos Experimental e
Controle, nos momentos T1 e T2
Fator GL numerador GL denominador Valor F p
Grupo 1 35 28,27
<0,001*
Momento 1 35 79,71
<0,001*
Lado 1 35 8,34
0,007**
Grupo x Momento 1 35 108,26
<0,001*
Grupo x Lado 1 35 0,23 0,635
Momento x Lado 1 36 0,53 0,473
* significante no nível < 0,1%
**significante no nível de 1%
RESULTADOS
68
Tabela 5.6 - Comparações múltiplas de Bonferroni das atividades EMG médias dos músculos
temporal anterior direito (TD) e esquerdo (TE), durante o repouso mandibular, dos
grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Comparação Diferença média EP GL Valor t p
GE (T 1) GE (T 2) 1,82 0,12 35 15,66
<0,001*
GE (T 1) GC (T 1) -0,21 0,24 35 -0,88 1,000
GE (T 1) GC (T 2) -0,35 0,24 35 -1,45 0,941
GE (T 2) GC (T 1) -2,04 0,24 35 -8,35
<0,001*
GE (T 2) GC (T 2) -2,17 0,24 35 -8,92
<0,001*
GC (T 1) GC (T 2) -0,14 0,15 35 -0,93 1,000
* significante no nível < 0,1%
Tabela 5.7 - Descrição das atividades EMG médias e desvios padrão em microvlts (μV) dos músculos
masseter direito (MD) e esquerdo (ME), durante o apertamento oclusal máximo, dos
grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Grupo Lado Momento
Média (μV) DP (μV)
N
T 1 241,72 117,39 23
MD
T 2 327,36 97,13 23
T 1 228,02 119,56 23
GE
ME
T 2 310,82 131,83 23
T 1 204,18 90,03 14
MD
T 2 200,30 81,93 14
T 1 201,70 84,58 14
GC
ME
T 2 201,97 95,98 14
RESULTADOS
69
Tabela 5.8 - ANOVA com medidas repetidas para as atividades EMG médios dos músculos masseter
direito e esquerdo, durante o apertamento oclusal máximo, dos grupos Experimental e
Controle, nos momentos T1 e T2
Fator GL numerador GL denominador Valor F p
Grupo 1 35 5,66
0,023***
Momento 1 35 19,61
<0,001*
Lado 1 35 0,70 0,410
Grupo* Momento 1 35 21,36
<0,001*
Grupo*Lado 1 35 0,63 0,434
Momento *Lado 1 36 0,00 0,992
* significante no nível < 0,1%
*** significante no nível de 5%
Tabela 5.9 - Comparações múltiplas de Bonferroni das atividades EMG médias dos músculos
masseter direito (MD) e esquerdo (ME), durante o apertamento oclusal máximo, dos
grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Comparação Diferença média EP GL Valor t p
GE (T 1) GC (T 2) -84,22 11,54 35 -7,30
<0,001*
GE (T 1) GC (T 1) 31,93 32,87 35 0,97 1,000
GE (T 1) GC (T 2) 33,74 32,87 35 1,03 1,000
GE (T 2) GC (T 1) 116,16 32,87 35 3,53
0,007**
GE (T 2) GC (T 2) 117,96 32,87 35 3,59
0,006**
GC (T 1) GC (T 2) 1,80 14,79 35 0,12 1,000
* significante no nível < 0,1%
** significativo no nível de 1%
Tabela 5.10 - Descrição das atividades EMG médias e desvios padrão em microvlts (μV) dos
músculos temporal anterior direito (TD) e esquerdo (TE), durante o apertamento
RESULTADOS
70
oclusal máximo, dos grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e
T2
Grupo Lado Momento
Média (μV) DP (μV)
N
T 1 197,65 75,69 23
Direito
T 2 264,53 74,43 23
T 1 204,98 105,93 23
GE
Esquerdo
T 2 264,82 84,67 23
T 1 273,47 107,96 14
Direito
T 2 277,73 137,12 14
T 1 239,07 66,66 14
GC
Esquerdo
T 2 240,48 106,19 14
Tabela 5.11 - ANOVA com medidas repetidas para as atividades EMG médias dos músculos
temporal anterior direito e esquerdo, durante o apertamento oclusal máximo, dos
grupos Experimental e Controle, nos momentos T1 e T2
Fator GL numerador GL denominador Valor F p
Grupo 1 35 0,83 0,367
Momento 1 35 13,56
0,001*
Lado 1 35 3,17 0,084
Grupo*Momento 1 35 11,34
0,002**
Grupo*Lado 1 35 4,86
0,034**
Momento*Lado 1 36 0,10 0,756
* significante no nível de 0,1%
** significante no nível de 1%
***siginificante no nível de 5%
RESULTADOS
71
Tabela 5.12 - Comparações múltiplas de Bonferroni das atividades EMG médias dos músculos
temporal anterior direito (TD) e esquerdo (TE), durante o apertamento oclusal máximo,
dos grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Comparação Diferença média EP GL Valor t p
GE (T1) GE (T2) -63,36 11,06 35 -5,73
<0,001*
GE (T1) GC (T1) -54,96 28,48 35 -1,93 0,371
GE (T1) GC (T2) -57,79 28,48 35 -2,03 0,301
GE (T2) GC (T1) 8,40 28,48 35 0,30 1,000
GE (T2) GC (T2) 5,57 28,48 35 0,20 1,000
GC (T1) GC (T2) -2,83 14,18 35 -0,20 1,000
GE (TD) GE (TE) -3,81 11,06 35 -0,34 1,000
GE (TD) GC (TD) -44,51 28,48 35 -1,56 0,763
GE (TD) GC (TE) -8,68 28,48 35 -0,30 1,000
GE (TE) GC (TD) -40,70 28,48 35 -1,43 0,971
GE (TE) GC (TE) -4,88 28,48 35 -0,17 1,000
GC (TD) GC (TE) 35,83 14,18 35 2,53 0,097
*significante no nível < 0,1%
Tabela 5.13 - Descrição dos índices médios de assimetria em porcentagem (%) do músculo
masseter, durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo, dos
grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Grupo Situação Momento Média (%) DP (%) N
T 1 -4,39 6,37 23
Repouso
T 2 -5,21 7,15 23
T 1 +4,30 15,14 23
GE
Apertamento
T 2 +4,63 13,27 23
T 1 -4,01 5,62 14
Repouso
T 2 -1,61 6,18 14
T 1 -0,06 13,90 14
GC
Apertamento
T 2 -0,10 11,71 14
RESULTADOS
72
Tabela 5.14 - ANOVA com medidas repetidas para os índices médios de assimetria do músculo
masseter, durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo, dos grupos
Experimental e Controle, nos momentos T1 e T2
Fator GL numerador GL denominador Valor F p
Grupo 1 35 0,39 0,535
Momento 1 35 0,08 0,782
Situação 1 35 12,81
0,001*
Grupo x Momento 1 35 0,18 0,674
Grupo x Situação 1 35 3,80 0,059
Momento x Situação 1 36 0,00 0,949
* significante no nível de 0,1%
Tabela 5.15 - Descrição dos índices médios de assimetria e desvios padrão em porcentagem (%) do
músculo temporal anterior, durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal
máximo, dos grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Grupo Situação Momento Média (%) DP (%) N
T 1 -4,81 9,05 23
Repouso
T 2 -3,02 9,58 23
T 1 +0,57 15,90 23
GE
Apertamento
T 2 +0,58 13,13 23
T 1 -3,63 8,69 14
Repouso
T 2 -3,57 7,51 14
T 1 +5,49 9,85 14
GC
Apertamento
T 2 +6,63 9,58 14
RESULTADOS
73
Tabela 5.16 - ANOVA com medidas repetidas para os índices médios de assimetria do músculo
temporal anterior, durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo,
dos grupos Experimental e Controle, nos momentos T1 e T2
Fator GL numerador GL denominador Valor F p
Grupo 1 35 2,89 0,098
Momento 1 35 0,16 0,692
Situação 1 35 14,23
0,001*
Grupo x Momento 1 35 0,01 0,937
Grupo x Situação 1 35 1,89 0,177
Momento x Situação 1 36 0,04 0,850
*significante no nível de 0,1%
Tabela 5.17 - Descrição dos índices médios de atividade em porcentagem (%), durante o repouso
mandibular e o apertamento oclusal máximo, dos grupos Experimental e Controle, nos
momentos T1 e T2
Grupo Situação Momento Média (%) DP (%) N
T 1 -6,97 6,98 23
Repouso
T 2 -4,39 11,70 23
T 1 +6,96 23,23 23
GE
Apertamento
T 2 +7,97 16,08 23
T 1 -4,65 10,44 14
Repouso
T 2 -9,20 12,47 14
T 1 -12,15 20,94 14
GC
Apertamento
T 2 -11,77 18,15 14
RESULTADOS
74
Tabela 5.18 - ANOVA com medidas repetidas para os índices de atividade médios durante o repouso
mandibular e o apertamento oclusal máximo, dos grupos Experimental e Controle, nos
momentos T1 e T2
Fator GL numerador GL denominador Valor F p
Grupo 1 35 10,49
0,003**
Momento 1 35 0,00 0,953
Situação 1 35 2,88 0,098
Grupo*Momento 1 35 0,66 0,422
Grupo*Situação 1 35 14,50
0,001*
Momento*Situação 1 36 0,04 0,850
* significante no nível de 0,1%
**significante no nível de 1%
Tabela 5.19 - Comparações múltiplas de Bonferroni para os índices de atividade médios durante o
repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo, dos grupos Experimental (GE) e
Controle (GC)
Comparação Dif média EP GL Valor t p
GE (repouso) - GE (apertamento) -0,13 0,03 35 -4,46
0,001**
GE (repouso) - GC (repouso) 0,01 0,04 35 0,31 1,000
GE (repouso) - GC (apertamento) 0,06 0,04 35 1,57 0,748
GE (apertamento) - GC (repouso) 0,14 0,04 35 3,61
0,006***
GE (apertamento) - GC (apertamento) 0,19 0,04 35 4,87
<0,001*
GC (repouso) - GC (apertamento) 0,05 0,04 35 1,33 1,000
* significante no nível < 0,1%
**significante no nível de 0,1%
***significante no nível de 1%
DISCUSSÃO
75
6 DISCUSSÃO
Avaliaram-se, neste estudo, as atividades EMG dos músculos masseter e
temporal anterior durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo,
em dois momentos - T1 e T2, em amostra constituída por 37 indivíduos com
dentadura permanente completa até os segundos molares, sem sinais e sintomas de
DTM, divididos em dois grupos - Experimental e Controle.
O grupo Experimental foi submetido à desprogramação neuromuscular com
finalidade de diagnóstico ortodôntico em RC, segundo a filosofia de Roth (1981a,
1981b), com o uso de placa oclusal, pelo período mínimo de 3 meses e 13 dias, e
máximo de 9 meses e 27 dias. O tempo médio de uso da placa oclusal foi de 6
meses e 3 dias. Este período foi o necessário para alcançarem-se a
desprogramação neuromuscular e a estabilização da mandíbula.
O grupo Controle não fez uso de placa oclusal, nem foi submetido a qualquer
intervenção oclusal no período de observação, que foi de, no mínimo, 8 meses e 1
dia, e máximo, de 8 meses e 22 dias. O período médio de observação para o grupo
Controle foi de 8 meses e 10 dias.
As atividades EMG médias obtidas neste estudo, na situação de repouso
mandibular, para o grupo Experimental no momento T1, antes da desprogramação
neuromuscular foram: MD: 2,92µV; ME: 3,21µV; TD: 3,33µV e TE: 3,67µV, e após a
desprogramação, com a placa ainda em posição, no momento T2, foram: MD:
1,47µV; ME: 1,60µV; TD: 1,62µV e TE: 1,74µV. Para o grupo Controle, os valores
encontrados no momento T1 foram: MD: 3,19µV; ME: 3,49µV; TD: 3,56µV e TE:
DISCUSSÃO
76
3,87µV, e no momento T2 foram: MD: 3,09µV; ME: 3,22µV; TD: 3,69µV e TE: 4,02µV
(Tabelas 5.1 e 5.4).
Devido à ausência de padronização das técnicas de registro EMG,
diversidade de eletrodos, aparelhos utilizados e análises dos dados coletados, entre
as pesquisas em geral, torna-se difícil a comparação das atividades médias obtidas
no presente estudo com os de outros trabalhos publicados.
Verificou-se por meio do Teste ANOVA, que as atividades EMG médias dos
músculos masseter e temporal anterior, dos lados direito e esquerdo, poderiam ser
consideradas conjuntamente, MD e ME, TD e TE, tanto no repouso mandibular,
como no apertamento oclusal máximo. No repouso mandibular os valores
apresentados pelos músculos ME e TE, apresentaram-se estatisticamente maiores
(p<0,009; p<0,007, respectivamente) quando comparados aos músculos MD e TD,
mas esta diferença se manteve em ambos os momentos, T1 e T2, e grupos, GE e
GC (Tabelas 5.2 e 5.5). Já, no apertamento oclusal máximo não houve diferença
significante entre os lados direito e esquerdo dos músculos masseter (p=0,410) e
temporal anterior (p=0,084) em ambos os momentos e grupos (Tabelas 5.8 e 5.11).
Verificou-se, ainda, que a variação das atividades médias, durante o repouso
mandibular, diferiu dependendo do momento e do grupo considerado, tanto para o
masseter (p<0,001) como para o temporal anterior (p<0,001) (Tabelas 5.2 e 5.5).
Comparando-se as atividades EMG médias de repouso mandibular (Tabelas
5.3 e 5.6), obtidos nos momentos T1 e T2, para o grupo Controle, não foram
constatadas diferenças estatisticamente significantes, tanto para o masseter
(p=0,816) como para o temporal anterior (p=1,000). Já para o grupo Experimental,
verificou-se diminuição estatisticamente significante da atividade do masseter
(p<0,001) e do temporal anterior (p<0,001), após a desprogramação, ficando ambos,
DISCUSSÃO
77
menores que os valores encontrados para o grupo Controle, em ambos os
momentos T1 (p<0,001) e T2 (p<0,001). Tais informações podem ser observadas
nos Gráficos 6.1 e 6.2.
Gráfico 6.1 - Gráfico de perfis médios das atividades EMG e erros padrão em microvlts (μV) dos
músculos masseter direito (MD) e esquerdo (ME), durante o repouso mandibular, dos
grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Gráfico 6.2 - Gráfico de perfis médios das atividades EMG e erros padrão em microvlts (μV) dos
músculos temporal anterior direito (TD) e esquerdo (TE), durante o repouso
mandibular, dos grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Atividades EMG médias (µV) de repouso
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
Tempo 1 Tempo 2
Momentos
GC TD GC TE GC TD GC TE
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
Tem
p
o 1 Tempo 2
Momentos
GE MD
GE ME
GC MD
GC ME
Atividades EMG médias (µV) de repouso
DISCUSSÃO
78
A redução da atividade dos músculos masseter e temporal anterior está de
acordo com os resultados encontrados na literatura (CARR et al., 1991), enquanto
outros autores relatam redução significante apenas da atividade do temporal anterior
(DAHLSTRÖM; HARALDSON; JANSON, 1985), em estudos que avaliam o uso da
placa oclusal por apenas 7 dias. Em estudo semelhante ao atual, com mesma
metodologia e características gerais de amostra, variando apenas o tipo de
maloclusão do grupo estudado (Classe II), e observou diminuição das atividades
EMG para ambos os músculos mencionados (SANTOS; CERQUEIRA; FANTINI,
2004). Por outro lado, estudos que avaliaram os efeitos imediatos das placas não
mostraram qualquer alteração significativa entre os valores iniciais e finais, tanto
para o masseter como para o temporal anterior (DAHLSTRÖM; HARALDSON,
1989), indicando que o fator "tempo" influencia os efeitos das placas sobre a
atividade muscular de repouso postural.
A posição de repouso mandibular tem sido objeto constante de estudos EMG,
entretanto, ainda há discussão sobre o papel da atividade muscular na manutenção
da posição considerada. Para alguns autores, o repouso postural é efetivamente
mantido pelas propriedades viscoelásticas dos músculos e tendões, com descargas
assíncronas e descontínuas do sistema nervoso central, associadas à pressão
intrabucal negativa, que se contrapõem à gravidade (SGOBBI de FARIA; BÉRZIN,
1998). Para outros, aquela posição é mantida pela suave contração dos músculos
elevadores da mandíbula (CARR et al., 1991; RUGH; DRAGO, 1981).
Para o grupo Experimental, as atividades EMG médias, de apertamento
oclusal máximo, antes do uso da placa foram: MD: 241,72µV; ME: 228,02µV; TD:
197,65µV e TE: 204,98µV, e após a desprogramação neuromuscular foram: MD:
327,36
µV; ME: 310,82µV; TD: 264,53µV e TE: 264,82µV. Para o grupo Controle, as
DISCUSSÃO
79
atividades encontradas no momento T1 foram: MD: 204,18µV; ME: 201,70µV; TD:
273,47µV e TE: 239,07µV, e no momento T2 foram: MD: 200,30µV; ME: 201,97µV;
TD: 277,73µV e TE: 240,48µV (Tabelas 5.7 e 5.10). Assim como durante o repouso, a
comparação desses dados com os de outros estudos mostra-se inadequada, pelos
motivos já detalhados.
O Teste ANOVA para os dados de apertamento oclusal máximo, mostrou que
a variação dos dados ocorre segundo o momento e o grupo considerado, tanto para
o masseter (p<0,001) como para o temporal anterior (p=0,002) (Tabelas 5.8 e 5.11).
Desta forma, comparando-se as atividades EMG médias entre os momentos
T1 e T2, durante o apertamento oclusal máximo, encontrou-se que no grupo
Controle não ocorreram mudanças estatisticamente significantes, tanto para o
masseter (p=1,000), como para o temporal anterior (p=0,097). Já para o grupo
Experimental constatou-se aumento significativo das atividades EMG, tanto para o
masseter (p<0,001) como para o temporal (p<0,001), após o uso da placa (Tabelas
5.9 e 5.12), e expressos nos Gráficos 6.3 e 6.4.
DISCUSSÃO
80
Gráfico 6.3 - Gráfico de perfis médios das atividades EMG e erros padrão em microvlts (μV) dos
músculos masseter direito (MD) e esquerdo (ME), durante o apertamento oclusal
máximo, dos grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Gráfico 6.4 - Gráfico de perfis médios das atividades EMG e erros padrão em microvlts (μV) dos
músculos temporal anterior direito (TD) e esquerdo (TE), durante o apertamento
oclusal máximo, dos grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e
T2
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Tempo Tempo
M
o
m
e
n
tos
GE MD GE ME GC MD GC ME
Atividades EMG médias (µV) de apertamento
0
50
100
150
200
250
300
350
Tempo 1 Tempo 2
Momentos
Atividades EMG médias (µV) de apertamento
GE TD GE TE GC TD GC TE
DISCUSSÃO
81
Ao compararem-se os grupos, Experimental e Controle, observa-se que as
atividades EMG médias do músculo masseter do grupo Experimental, após a
desprogramação, foram significantemente maiores que os valores encontrados para
o grupo Controle, nos momentos T1 (p=0,007) e T2 (p=0,006) (Tabela 5.9).
Entretanto, para o temporal anterior, observou-se que os valores médios obtidos
após a desprogramação, apesar de terem aumentado significantemente em relação
ao momento T1, não foram estatisticamente maiores que os valores apresentados
pelo grupo Controle, nos momentos T1 (p=1,000) e T2 (p=1,000) (Tabela 5.12). Esta
ocorrência pode estar relacionada ao fato do grupo Controle ser, em sua maioria,
formado por indivíduos do gênero feminino, e o grupo experimental apresentar mais
indivíduos do gênero masculino. Este aspecto será discutido com maiores detalhes,
quando analisados os índices de atividade muscular (p. 87).
De qualquer forma, o aumento significante das atividades EMG de
apertamento oclusal máximo do grupo Experimental após a desprogramação,
observado neste estudo, está de acordo com os resultados encontrados por
avaliação similar a esta (SANTOS; CERQUEIRA; FANTINI, 2005) e por autores que
avaliaram o uso da placa, por apenas 4 dias (MANNS et al.,1989). Verifica-se na
literatura, que a estabilidade oclusal correlaciona-se de forma positiva,
principalmente com o masseter, durante as situações de esforço oclusal, indicando
que a força de contração daquele músculo depende da qualidade dos contatos
oclusais (BAKKE; MICHLER; MÖLLER, 1992; HOLMGREN; SHEIKHOLESLAM,
1994). Já, os resultados imediatos encontrados na literatura, relativos aos efeitos
das placas, são divergentes. A atividade do masseter pode manter-se sem
mudanças significativas (AL QURAN; LYONS, 1999; DAHLSTRÖM; HARALDSON,
1989; KAWASOE et al., 1980; MANNS et al., 1993), diminuir consistentemente
DISCUSSÃO
82
(CHANDU et al. 2004; CHRISTENSEN, 1980) ou, até, aumentar significativamente
(WOOD; TOBIAS, 1984).
De acordo com a literatura, indivíduos com sinais e sintomas de DTM
apresentam maiores atividades EMG dos músculos masseter e temporal, na posição
de repouso, com grande variação individual, quando comparados com indivíduos
assintomáticos (CHANDU et al., 2004; GERVAIS; FITZSIMMONS; THOMAS, 1989;
LOUS; SHEIKHOLESLAM; MÖLLER, 1970; SHI; WANG, 1989). Já, durante o
apertamento oclusal máximo, indivíduos sintomáticos apresentam menores
atividades EMG dos músculos citados (CHANDU et al., 2004; DAHLSTRÖM;
HARALDSON, 1985; SHI; WANG, 1989). Por isso o tratamento dos indivíduos
sintomáticos, levando-os à oclusão miocêntrica neuromuscular, resulta em aumento
estatisticamente significativo da função e do sinergismo dos músculos masseter e
temporal anterior, com concomitante diminuição dos sintomas (JANKELSON, 1990).
O uso da placa oclusal, em indivíduos sintomáticos, seja por períodos
considerados longos (LANDULPHO et al., 2004; SCOPEL; ALVES da COSTA;
URIAS, 2005; SHEIKHOLESLAM; HOLMGREN; RIISE, 1986; SHI; WANG, 1989) ou
logo após a sua inserção (FERRARIO et al., 2002), leva a resultados compatíveis
com os deste estudo, além de apresentarem também, diminuição da sintomatologia.
Isto nos leva a crer que a função ideal é realmente caracterizada por menores
atividades EMG em repouso, dos músculos masseter e temporal anterior, e por
maiores atividades EMG dos músculos considerados, durante o apertamento oclusal
máximo.
Os mecanismos precisos para explicar as mudanças observadas neste
estudo ainda não estão claros, mas podem estar relacionados aos receptores
periféricos dos ligamentos periodontais (MANNS et al., 1993) e das articulações
DISCUSSÃO
83
temporomandibulares e, ao aumento na dimensão vertical, e, ainda, à alteração da
posição horizontal da mandíbula (AL QURAN; LYONS, 1999; CANAY et al., 1998;
MICHELOTTI et al., 2005). Entretanto, constatou-se que o aumento da dimensão
vertical promovido pelas placas oclusais ocorre, em geral, dentro da média da
distância interoclusal, e não é suficiente para alongar os músculos além do seu
comprimento de repouso (WOOD; TOBIAS, 1984). Neste caso, as alterações das
atividades EMG poderiam ser atribuídas à mudança da natureza dos contatos
oclusais, à melhora da estabilidade oclusal e às alterações na relação
maxilomandibular, causando redistribuição das forças no sistema mastigatório
(HOLMGREN et al., 1990). Ainda, podem estar relacionadas ao estabelecimento da
oclusão em relação cêntrica, associada à remoção das interferências oclusais do
lado de não trabalho e ao estabelecimento de guia anterior de desoclusão (GRAY;
DAVIES; QUALYLE, 1991).
Os índices médios de assimetria obtidos neste estudo, no repouso
mandibular, no grupo Experimental, antes da desprogramação neuromuscular, foram
da ordem de -4,39% para o masseter, e -4,81%, para o temporal anterior e após a
desprogramação, foram de -5,21% e -3,02%, respectivamente. No grupo Controle,
os índices médios de assimetria encontrados no momento T1, foram, para o
masseter, -4,01% e para o temporal anterior, -3,63%, e no momento T2, para o
masseter, -1,61% e para o temporal anterior, -3,57% (Tabelas 5.13 e 5.15).
Na situação de apertamento oclusal máximo, no grupo Experimental, antes da
desprogramação neuromuscular, os índices de assimetria do masseter foram da
ordem de +4,30% e para o temporal anterior, de +0,57%. Após a desprogramação,
foram de +4,63% para o masseter e para o temporal anterior, de +0,58%. Para o
grupo Controle, os índices médios de assimetria encontrados durante o apertamento
DISCUSSÃO
84
máximo no momento T1, foram, para o masseter, -0,06%, e para o temporal anterior
+5,49%, e no momento T2, para o masseter, -0,10% e para o temporal anterior
+6,63% (Tabelas 5.13 e 5.15). A única condição estatisticamente significante
relacionou-se à assimetria na situação de repouso mandibular, para os grupos e
momentos estudados, que se caracterizou por maiores atividades dos músculos do
lado esquerdo (p=0,001), enquanto a atividade de apertamento oclusal máximo
tendeu a apresentar maiores valores dos músculos do lado direito. Tais
comparações podem ser vistas nas Tabelas 5.14 e 5.16 e, a seguir, nos Gráficos 6.5
e 6.6.
DISCUSSÃO
85
Gráfico 6.5 - Gráfico de perfis médios dos índices de assimetria e erros padrão em porcentagem (%)
do músculo masseter, durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo,
dos grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Gráfico 6.6 - Gráfico de perfis médios dos índices de assimetria e erros padrão em porcentagem (%)
do músculo temporal anterior, durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal
máximo, dos grupos Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
Tempo 1 Tempo 2
Momentos
Índices de Assimetria médios (%)
GE repouso GE apertamento
GC repouso
GC apertamento
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
Tempo 1 Tempo 2
Momentos
Índices de Assimetria médios (%)
GE repouso GE apertamento GC repouso GC apertamento
DISCUSSÃO
86
Os índices médios encontrados na literatura, antes da desprogramação,
foram, para o masseter e o temporal anterior, respectivamente, da ordem de -1,83 e
+5,41, no repouso e de -0,55% e +7,25%, no apertamento oclusal máximo; e após a
desprogramação, foram, para o masseter e o temporal anterior, respectivamente,
-6,72% e -6,65%, no repouso e +5,30% e +3,08%, no apertamento (SANTOS, 2000).
Sabe-se que, indivíduos assintomáticos, com dentadura sadia e boa relação
oclusal, apresentam certo grau de assimetria (FERRARIO et al., 1993; SCOPEL;
ALVES da COSTA; URIAS, 2005), que difere entre os músculos masseter e
temporal, dependendo de aspectos como o nível de contração considerado, a
dimensão da área transversa dos músculos, o número de contatos oclusais
posteriores aos caninos (ABEKURA; KOTANI; TOKUIAMA, 1995; FERRARIO et al.,
1993; HUMSI; NAEIJE; HIPPE, 1989; NAEIJE; McCARROL; WEIJES, 1989) ou
mesmo, o lado mastigatório de preferência (CHANDU et al., 2004). Segundo alguns
autores, mesmo índices de assimetria superiores a 18%, durante o apertamento
oclusal máximo, podem ser considerados normais ou compatíveis com a função
normal. Por isso, os tratamentos de reabilitação bucal, em indivíduos assintomáticos,
devem visar ao bom funcionamento do sistema estomatognático, sem que a simetria
muscular seja um objetivo essencial a ser alcançado (FERRARIO et al., 1993).
Confrontando-se os índices médios de assimetria, entre os momentos T1 e
T2, durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo, não se
observaram mudanças estatisticamente significantes, nos grupos avaliados, tanto
para o masseter (p=0,782) como para o temporal anterior (p=0,692) (Tabelas 5.14 e
5.16). Tais observações coincidem com os resultados no longo prazo, constatados
em estudos anteriores (SANTOS, 2000), inclusive quando as assimetrias dos
músculos masseter e temporal anterior foram avaliadas logo após a inserção da
DISCUSSÃO
87
placa no apertamentoo oclusal máximo (ABEKURA; KOTANI; TOKUIAMA, 1995;
McCARROL et al., 1989). Entretanto, foi encontrado melhora significativa da
assimetria muscular, no nível de 50%, do apertamento oclusal máximo, após 7 dias
de uso da placa (McCARROL et al., 1989).
Por outro lado, quando as placas são aplicadas em indivíduos sintomáticos,
parece haver melhora da simetria muscular, principalmente entre os masseteres
direito e esquerdo, no apertamento oclusal máximo, imediatamente após a inserção
da placa (FERRARIO et al., 2002), e nos apertamentos oclusais submáximos, nos
níveis de 10% e 50%, e menor melhora da simetria entre os temporais direito e
esquerdo no nível de 50%, após 4 dias de uso da placa (NAEIJE; HANSSON, 1991)
e melhora da simetria do músculo temporal durante o repouso mandibular após uso
prolongado da placa oclusal (SCOPEL; ALVES da COSTA; URIAS, 2005).
Quanto ao índice de atividade muscular, os valores médios encontrados neste
estudo, para o grupo Experimental, na situação de repouso mandibular, antes da
desprogramação neuromuscular, foram da ordem de -6,97% e após a
desprogramação, de -4,39%. Para o grupo Controle, no momento T1, foram de
-4,65% e no momento T2, de -9,20%. No apertamento oclusal máximo, os índices
médios de atividade observados, para o grupo Experimental, no momento T1, foram
de +6,96% e no momento T2, de +7,97%. Para o grupo Controle, os valores obtidos
foram, no momento T1, -12,15% e no momento T2, -11,77%. (Tabela 5.17).
Os índices de atividade relatados na literatura foram, no repouso mandibular,
da ordem de -22,33%, e no apertamento máximo, de -12,91% (SANTOS, 2000) e
-11,4%, no repouso mandibular (SCOPEL; ALVES da COSTA; URIAS, 2005). Outros
autores obtiveram índices médios, no repouso mandibular, da ordem de -8,61%,
DISCUSSÃO
88
sem dimorfismo sexual, e no apertamento máximo, de -3,22%, para as mulheres e
+2,69 para os homens (FERRARIO et al., 1993).
Em geral, a maior atividade do músculo temporal em repouso, quando
comparada com a do masseter, constatada por índices de atividade negativo, está
de acordo com os resultados encontrados na literatura (FERRARIO et al., 1993;
GERVAIS; FITZSIMMONS; THOMAS, 1989; RIISE; SHEIKHOLESLAM, 1982;
SANTOS, 2000; SCOPEL, ALVES da COSTA; URIAS, 2005). Esta maior atividade
do temporal anterior, quando comparada à do masseter, é uma constatação, já
relatada na literatura, que o temporal anterior apresenta um papel importante na
sustentação da posição considerada (BURDETTE; GALE, 1990), entretanto quando
comparado às outras porções do temporal, o feixe posterior é que apresenta maiores
atividades, no repouso mandibular (AHLGREN; SONESSON; BLITZ, 1985).
Já, durante o apertamento oclusal máximo, a maior atividade EMG do
temporal anterior está de acordo com as observações encontradas na literatura
(SANTOS, 2000), especialmente em estudo com amostra composta apenas por
indivíduos do sexo masculino (PANCHERZ, 1980). Por outro lado, há relatos
também, que o músculo masseter é que apresenta maiores atividades no
apertamentoo oclusal máximo (FERRARIO et al., 1993; NAEIJE; MCCARROL;
WEIJS, 1989). Entretanto, considerando separadamente, as atividades musculares
nos homens e nas mulheres, o temporal anterior mostra-se mais ativo entre as
mulheres (FERRARIO et al., 1993).
Confrontando-se os índices médios de atividade muscular não se observaram
mudanças estatisticamente significantes entre os momentos T1 e T2 (p=0,953), nos
grupos Experimental e Controle. Já, numa comparação intergrupos, observou-se
diferença estatisticamente significante (p=0,003) quando relacionados à situação de
DISCUSSÃO
89
registro (p=0,001) (Tabela 5.18). Houve predominância do músculo masseter em
relação ao temporal anterior apenas no apertamento oclusal máximo, do grupo
Experimental, e dominância do músculo temporal anterior, nas outras situações de
registro - repouso do grupo Experimental (p=0,001) e repouso (p=0,006) e
apertamento oclusal (p<0,001) do grupo Controle (Tabela 5.19), que pode ser
constatado no Gráfico 6.7.
Gráfico 6.7 - Gráfico de perfis médios dos índices de atividade e erros padrão em porcentagem (%),
durante o repouso mandibular e o apertamento oclusal máximo, dos grupos
Experimental (GE) e Controle (GC), nos momentos T1 e T2
Observa-se na literatura, em indivíduos assintomáticos, redução dos índices
médios de atividade após a desprogramação, tanto no repouso mandibular como no
apertamento oclusal máximo, para valores próximos aos encontrados neste estudo,
da ordem de -7,08%, durante o repouso mandibular, e -7,49% no apertamento
máximo (SANTOS, 2000). Nota-se que, o uso da placa oclusal, naquela amostra de
indivíduos com maloclusão de Classe II, diminuiu a discrepância entre as atividades
EMG dos músculos masseter e temporal anterior, aproximando-a a encontrada no
-20,0
-15,0
-10,0
-5,0
0,00
5,0
10,0
15,0
Tempo
1
Tempo
2
Momentos
Índices de Atividade médios
(%)
GE repouso GE a
p
ertamento GC re
p
ouso
GC apertamento
DISCUSSÃO
90
padrão de Classe I. Em indivíduos sintomáticos, o uso da placa oclusal também
promove a redução dos índices de atividade, tanto no repouso mandibular
(SCOPEL; ALVES da COSTA; URIAS, 2005), como no apertamento oclusal máximo
(FERRARIO et al., 2002). Estas observações fazem-nos perceber que, embora um
ou outro grupo de músculos predomine em determinada posição mandibular, a
discrepância entre as suas atividades não deve ser de grande magnitude.
Considerando-se as observações do presente estudo, confirma-se a
influência da desprogramação, por meio de placas oclusais, sobre a atividade EMG
dos músculos masseter e temporal anterior. No intuito de melhor compreender os
efeitos e mecanismos envolvidos neste processo e, dando seqüência à linha de
pesquisa em questão, outros estudos devem ser desenvolvidos, incluindo-se demais
músculos craniofaciais e grupos com diversas características morfológicas e
funcionais.
CONCLUSÕES
91
7 CONCLUSÕES
A análise e discussão dos resultados obtidos no presente trabalho permitiram
concluir:
3.1 As atividades EMG médias obtidas neste estudo foram as seguintes:
Para o grupo Experimental:
Na situação de repouso mandibular, antes da desprogramação neuromuscular
para o MD: 2,92µV; ME: 3,21µV; TD: 3,33µV e TE: 3,67µV, e após a
desprogramação, com a placa ainda em posição, para o MD: 1,47µV; ME: 1,60µV;
TD: 1,62µV e TE: 1,74µV.
Durante o apertamento oclusal máximo, antes do uso da placa foram: MD:
241,72µV; ME: 228,02µV; TD: 197,65µV e TE: 204,98µV, e após a
desprogramação neuromuscular foram: MD: 327,36
µV; ME: 310,82µV; TD:
264,53µV e TE: 264,82µV.
Para o grupo Controle:
No repouso mandibular, no momento T1: MD: 3,19µV; ME: 3,49µV; TD: 3,56µV e
TE: 3,87µV, e no momento T2 foram: MD: 3,09µV; ME: 3,22µV; TD: 3,69µV e TE:
4,02µV.
No apertamento oclusal máximo, no momento T1 foram: MD: 204,18µV; ME:
201,70
µV; TD: 273,47µV e TE: 239,07µV, e no momento T2 foram: MD: 200,30µV;
ME: 201,97µV; TD: 277,73µV e TE: 240,48µV.
CONCLUSÕES
92
3.2 Sobre a variação das atividades EMG médias entre os momentos estudados,
concluiu-se, que:
As atividades EMG médias do grupo Controle não sofreram alterações
significantes entre os momentos T1 e T2, tanto no repouso mandibular, como no
apertamento oclusal máximo;
As atividades EMG médias do grupo Experimental dos músculos estudados,
durante o repouso mandibular, apresentaram redução significante após a
desprogramação neuromuscular, em T2; e as de apertamento oclusal máximo
mostraram aumento significante após a desprogramação;
3.3 Os índices médios de assimetria observados neste estudo foram:
Para o grupo Experimental:
Na situação de repouso mandibular, os índices encontrados antes e após a
desprogramação neuromuscular, foram respectivamente, da ordem de -4,39% e
-5,21% para o masseter, e -4,81% e -3,02% para o temporal anterior.
No apertamento oclusal máximo, os índices observados antes e após a
desprogramação, respectivamente, foram +4,30 e +4,63 para o masseter, e
+0,57 e +0,58% para o temporal anterior.
Para o grupo Controle:
Na situação de repouso mandibular, os índices encontrados antes e após a
desprogramação neuromuscular, foram respectivamente, da ordem de -4,01% e
-1,61% para o masseter, e -3,63% e -3,57% para o temporal anterior.
CONCLUSÕES
93
No apertamento oclusal máximo, os índices observados antes e após a
desprogramação, respectivamente, foram -0,06% e -0,10% para o masseter, e
+5,49% e +6,63% para o temporal anterior.
3.4 Sobre a variação dos índices de assimetria, conclui-se, que:
No repouso mandibular, houve predomínio das atividades EMG dos músculos do
lado esquerdo e no apertamento oclusal máximo, houve predomínio das
atividades dos músculos do lado direito. Não foram encontradas diferenças
significantes dos índices médios de assimetria entre os grupos e os momentos
avaliados;
3.5 Os índices médios de atividade observados neste estudo, foram:
Para o grupo Experimental:
No repouso mandibular, os índices de atividade encontrados antes e após a
desprogramação neuromuscular, foram respectivamente, da ordem de -6,97% e
-4,39%.
No apertamento oclusal máximo, os índices observados antes e após a
desprogramação foram +6,96% e +7,97%, respectivamente;
Para o grupo Controle:
No repouso mandibular, os índices de atividade encontrados antes e após a
desprogramação neuromuscular, foram respectivamente, da ordem de -4,46% e
-9,20%.
CONCLUSÕES
94
No apertamento oclusal máximo, os índices observados antes e após a
desprogramação foram -12,15% e -11,77%, respectivamente;
3.6 Sobre a variação dos índices de atividade, pode-se concluir, que:
Houve predominância da atividade do músculo masseter, no grupo Experimental,
apenas no apertamento oclusal máximo; e predominância da atividade do
músculo temporal anterior, tanto no repouso como no apertamento máximo, do
grupo Controle e no repouso do grupo Experimental. Não foram encontradas
diferenças significantes dos índices de atividade entre os momentos T1 e T2.
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APÊNDICES
100
APÊNDICE A - Gênero e idade dos indivíduos do grupo Experimental, ao início do experimento (T1) e
período de tempo decorrido entre os momentos T1 e T2
Grupo
Experimental
Gênero
Idade ao início do
experimento (T1)
Período entre os
momentos T1 e T2
1 M 20a 8m 3m 22d
2 F 22a 1m 7m 13d
3 M 20a 10m 4m 6d
4 F 23a 6m 6d
5 M 23a 5m 7m 17d
6 F 23a 11m 4m 19d
7 F 24a 11m 7m 5d
8 F 19a 11m 5m 15d
9 F 23a 1m 8m 2d
10 M 23a 8m 9m 4d
11 M 24a 8m 9m 27d
12 M 22a 10m 5m 8d
13 M 25a 6m 1d
14 M 28a 1m 3m 13d
15 F 25a 6m 4m 3d
16 M 24a 9m 7m 12d
17 M 23a 3m 6m 5d
18 M 20a 4m 5m 15d
19 M 23a 11m 3m 20d
20 F 23a 6m 7m 19d
21 M 25a 2m 8m 23d
22 F 24a 7m 5m 8d
23 M 26a 4m 8d
APÊNDICES
101
APÊNDICE B - Gênero e idade dos indivíduos do grupo Controle, ao inicio do experimento (T1) e
período de tempo decorrido entre os momentos T1 e T2
Grupo
Controle
Gênero
Idade ao início do
experimento (T1)
Período entre os
momentos T1 e T2
1 F 23a 5m
8m 2d
2 M 24a 10m
8m 2d
3 F 23a 7m
8m 3d
4 F 25a 8m
8m 18d
5 F 26a 3m
8m 3d
6 F 26a 10m
8m 2d
7 M 27a 10m
8m 16d
8 F 22a 7m
8m 1d
9 F 25a 11m
8m 18d
10 M 26a 6m
8m 19d
11 F 26a 7m
8m 16d
12 F 25a 6m
8m 16d
13 F 27a 9m
8m 2d
14 F 28a 3m
8m 22d
APÊNDICES
102
APÊNDICE C - Valores EMG originais em microvolts (μV), relativos aos músculos masseter direito
(MD) e esquerdo (ME) e temporal anterior direito (TD) e esquerdo (TE) dos três
registros considerados, durante o repouso mandibular, do grupo Experimental (GE),
mensurados no momento T1
MD ME TD TE
INDIVÍDUO 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 2,53 2,70 2,63 2,49 2,43 2,55 3,26 3,16 3,10 3,76 3,52 3,86
2 2,13 2,14 2,14 2,12 2,13 2,14 2,77 2,77 2,75 2,85 2,89 2,87
3 2,63 2,74 2,72 2,49 2,43 2,55 2,94 2,93 2,95 3,10 3,06 3,16
4 2,46 2,32 2,48 2,50 2,58 2,49 3,41 3,48 3,51 3,50 3,54 3,47
5 3,19 3,20 3,18 4,57 4,66 4,77 3,68 3,66 3,69 4,20 4,17 4,19
6 2,66 2,67 2,64 2,59 2,59 2,45 3,91 3,96 3,80 3,12 3,13 3,18
7 2,09 2,07 2,09 2,34 2,34 2,33 2,86 2,85 2,86 2,86 2,84 2,85
8 3,48 3,59 3,56 4,06 4,10 4,14 4,10 4,12 4,14 4,63 4,62 4,57
9 2,07 2,08 2,06 2,59 2,63 2,63 2,38 2,41 2,44 2,61 2,64 2,63
10 2,67 2,42 2,59 3,32 3,31 3,36 3,13 3,12 3,10 3,35 3,34 3,47
11 2,29 2,32 2,34 2,26 2,30 2,36 2,71 2,78 2,79 2,92 2,97 2,96
12 2,66 2,69 2,73 3,07 3,08 3,06 2,89 2,90 2,90 2,94 2,95 2,99
13 3,33 3,46 3,66 3,70 3,78 3,89 3,92 3,93 3,95 4,18 4,19 4,20
14 3,25 3,22 3,27 3,95 3,96 3,98 3,55 3,56 3,75 3,53 3,56 3,52
15 2,39 2,49 2,42 2,79 2,98 2,88 2,60 2,69 2,68 4,03 4,02 4,00
16 2,25 2,26 2,41 2,91 2,94 2,75 2,70 2,71 2,62 2,85 2,85 2,77
17 3,22 3,36 3,26 3,14 3,14 3,15 2,68 2,69 2,69 2,82 2,85 2,88
18 2,15 2,17 2,18 2,49 2,50 2,52 2,10 2,17 2,19 4,80 4,89 4,90
19 3,39 3,38 3,36 3,91 3,85 3,96 4,10 4,17 4,16 4,79 4,82 4,80
20 4,72 4,71 4,72 5,32 5,37 5,42 5,87 5,70 5,75 5,87 5,74 5,75
21 3,83 3,86 3,84 3,72 3,76 3,74 4,07 4,07 4,10 4,25 4,30 4,30
22 3,62 3,64 3,66 3,11 3,10 3,19 3,44 3,63 3,51 3,84 3,96 3,87
23 3,75 3,77 3,78 3,88 3,91 3,85 3,30 3,34 3,30 3,43 3,55 3,50
APÊNDICES
103
APÊNDICE D - Valores EMG originais em microvolts (μV), relativos aos músculos masseter direito
(MD) e esquerdo (ME) e temporal anterior direito (TD) e esquerdo (TE) dos três
registros considerados, durante o repouso mandibular, do grupo Experimental,
mensurados no momento T2
MD ME TD TE
INDIVÍDUO 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 1,23 1,22 1,21 1,40 1,42 1,41 1,27 1,27 1,31 1,30 1,31 1,31
2 1,78 1,86 1,84 1,92 2,07 1,98 1,29 1,26 1,29 2,26 2,36 2,30
3 0,75 0,75 0,76 0,83 0,83 0,82 0,77 0,77 0,78 0,82 0,82 0,83
4 1,01 1,05 1,08 1,32 1,36 1,33 1,20 1,21 1,18 1,24 1,24 1,26
5 1,49 1,51 1,53 1,91 1,97 2,01 1,50 1,54 1,52 1,76 1,82 1,80
6 2,69 2,60 2,65 2,27 2,29 2,28 3,03 3,01 3,02 4,03 4,02 4,03
7 1,49 1,51 1,53 1,71 1,74 1,73 1,49 1,51 1,53 1,71 1,74 1,72
8 1,50 1,50 1,56 1,78 1,77 1,81 1,50 1,50 1,56 1,62 1,65 1,64
9 1,06 1,06 1,05 1,17 1,15 1,20 0,97 0,97 0,99 1,39 1,40 1,44
10 1,90 1,99 1,97 1,64 1,68 1,66 1,77 1,70 1,74 1,77 1,78 1,78
11 0,96 0,98 0,97 1,01 1,02 1,00 1,65 1,64 1,65 1,55 1,54 1,55
12 1,07 1,07 1,09 1,36 1,36 1,38 1,87 1,81 1,84 1,34 1,31 1,34
13 1,55 1,52 1,47 1,92 1,95 2,00 1,78 1,69 1,83 2,01 2,01 2,06
14 2,47 2,52 2,65 2,92 2,33 2,75 1,65 1,64 1,63 1,65 1,67 1,66
15 1,87 1,87 1,89 1,78 1,79 1,79 1,78 1,78 1,77 1,74 1,84 1,81
16 1,75 1,74 1,73 1,81 1,82 1,81 1,97 1,99 1,98 1,85 1,86 1,88
17 1,69 1,71 1,82 2,04 2,10 2,24 2,20 2,05 1,94 2,31 2,28 2,16
18 0,87 0,89 0,87 0,95 0,94 0,96 2,05 2,12 2,34 2,07 1,99 1,90
19 1,08 1,09 1,09 1,17 1,18 1,17 0,98 1,01 1,01 1,08 1,09 1,12
20 1,03 1,04 1,04 1,55 1,51 1,51 1,90 1,91 1,91 1,36 1,33 1,31
21 1,15 1,17 1,19 1,46 1,48 1,41 1,24 1,24 1,27 1,36 1,36 1,33
22 1,15 1,18 1,16 1,34 1,35 1,36 1,27 1,30 1,31 1,39 1,40 1,41
23 1,90 1,95 1,90 1,59 1,49 1,64 2,08 2,23 2,16 2,34 2,14 2,30
APÊNDICES
104
APÊNDICE E - Valores EMG originais em microvolts (μV), relativos aos músculos masseter direito
(MD) e esquerdo (ME) e temporal anterior direito (TD) e esquerdo (TE) dos três
registros considerados, durante o apertamento oclusal máximo, do grupo
Experimental, mensurados no momento T1
MÚSCULO MD ME TD TE
INDIVÍDUO 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 130,7 134,5 133,6 113,8 127,2 138,6 167,7 160,6 178,1 155,7 153,6 155,4
2 160,1 149,9 153,3 155,2 160,5 171,6 195,0 197,2 195,2 207,6 207,2 204,0
3 302,2 302,1 286,2 395,0 389,8 387,8 324,4 321,4 321,9 327,6 348,6 338,2
4 167,3 161,9 163,0 180,9 165,8 186,7 170,4 155,1 162,0 102,6 101,0 110,1
5 275,0 293,2 281,6 147,8 130,9 143,2 201,3 200,6 205,2 184,7 208,7 209,2
6 247,4 244,4 248,1 259,8 253,8 227,8 257,8 272,9 253,4 286,3 305,3 272,4
7 202,5 199,8 200,8 143,8 142,2 141,8 161,3 166,7 162,3 186,4 203,2 196,3
8 261,7 260,0 271,7 200,5 210,0 207,4 194,2 208,5 207,1 214,8 230,9 235,8
9 216,5 250,0 226,4 235,9 251,0 232,1 242,5 238,6 235,8 177,2 145,8 169,9
10 390,5 372,9 379,4 336,7 334,1 342,4 210,1 210,7 216,3 261,4 262,0 260,6
11 416,5 403,5 423,5 343,3 335,5 342,4 219,9 233,9 230,8 246,0 243,1 240,6
12 280,4 265,5 317,6 331,7 296,7 327,0 142,8 158,5 157,3 197,1 209,3 202,8
13 156,5 145,9 153,1 168,6 155,8 171,5 27,6 27,3 27,4 41,0 30,7 26,0
14 81,8 87,1 71,4 59,4 45,8 24,9 86,5 85,7 70,2 128,4 96,9 107,1
15 283,5 309,9 291,1 190,2 201,6 187,0 382,8 363,3 354,9 344,6 342,8 347,0
16 85,9 82,9 79,2 90,6 92,2 93,7 245,4 251,7 247,4 246,5 248,0 224,8
17 436,0 564,6 419,0 418,3 555,1 563,2 309,5 325,4 304,5 532,7 519,8 532,9
18 178,2 172,1 163,0 140,4 133,9 145,8 121,1 114,8 157,6 36,6 39,4 37,7
19 177,6 195,7 170,1 168,4 173,4 157,4 172,1 165,7 162,8 143,9 154,5 147,1
20 153,6 167,9 150,6 213,7 217,9 213,2 174,4 168,5 179,8 184,9 173,8 184,2
21 545,1 590,7 450,0 410,1 471,7 435,5 210,9 236,6 220,5 212,5 176,2 225,0
22 195,1 198,1 189,0 101,9 107,5 111,8 152,9 164,7 158,7 119,5 132,3 133,1
23 192,8 178,4 189,4 327,0 347,4 347,7 148,7 135,3 145,5 179,4 173,5 159,6
APÊNDICES
105
APÊNDICE F - Valores EMG originais em microvolts (μV), relativos aos músculos masseter direito
(MD) e esquerdo (ME) e temporal anterior direito (TD) e esquerdo (TE) dos três
registros considerados, durante o apertamento oclusal máximo, do grupo
Experimental, mensurados no momento T2
MÚSCULO MD ME TD TE
INDIVÍDUO 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 269,1 255,6 226,5 156,3 143,4 166,5 221,6 236,6 236,9 185,2 180,7 214,3
2 379,5 348,1 367,9 246,7 249,1 255,6 469,7 481,1 473,8 337,8 307,4 335,1
3 403,6 492,3 385,4 547,2 600,0 538,3 306,7 346,1 309,9 321,1 395,8 358,6
4 246,2 247,8 249,6 222,7 220,3 236,4 202,4 186,8 189,1 173,3 185,8 173,2
5 469,0 475,8 424,1 309,5 353,4 366,8 278,6 269,4 232,1 378,9 386,1 372,4
6 286,1 271,9 252,3 184,3 199,1 192,2 202,8 201,9 198,2 341,7 331,5 315,1
7 332,0 336,7 345,8 298,9 287,3 291,4 195,2 199,7 195,3 208,5 203,8 207,3
8 263,0 294,7 308,2 305,5 328,1 298,0 312,6 278,3 298,3 298,6 261,9 294,5
9 319,6 332,2 378,1 447,3 461,6 508,7 379,5 406,7 419,1 230,7 230,2 269,4
10 435,8 425,6 441,0 461,6 449,8 427,1 229,2 227,3 229,8 242,6 241,5 241,0
11 298,2 323,2 319,9 345,1 331,2 369,8 241,4 249,2 243,4 323,5 336,2 336,8
12 354,5 356,7 324,8 630,7 425,1 587,0 200,6 176,8 192,6 220,4 202,5 234,3
13 410,0 404,3 412,7 376,2 419,7 412,0 255,4 257,7 255,1 190,0 211,7 210,2
14 200,2 195,4 174,2 127,8 108,8 117,6 148,0 131,6 131,2 144,7 139,4 127,7
15 363,6 342,7 369,3 199,6 195,6 207,1 350,8 366,2 353,9 451,9 461,8 430,0
16 162,5 161,3 169,9 154,7 156,3 155,5 289,7 282,4 277,2 262,5 293,4 297,4
17 573,4 473,6 573,0 579,3 445,7 600,9 286,1 273,7 273,5 461,0 370,6 395,4
18 171,7 187,2 178,5 199,4 211,6 184,0 217,2 223,8 251,2 200,9 203,8 197,2
19 299,3 307,7 315,3 210,5 230,4 211,7 271,3 283,8 263,3 234,4 236,7 228,9
20 277,3 257,2 263,3 297,5 304,7 271,4 195,8 200,4 213,8 200,4 191,0 196,5
21 445,8 403,4 400,0 306,9 317,1 354,6 255,9 242,7 270,6 208,8 196,4 202,2
22 209,0 218,5 220,9 208,9 219,8 217,0 268,3 264,2 250,5 153,9 159,4 158,5
23 398,6 409,3 398,2 323,0 337,5 342,1 309,4 294,7 324,8 323,7 326,7 327,6
APÊNDICES
106
APÊNDICE G - Valores EMG originais em microvolts (μV), relativos aos músculos masseter direito
(MD) e esquerdo (ME) e temporal anterior direito (TD) e esquerdo (TE) dos três
registros considerados, durante o repouso mandibular, do grupo Controle,
mensurados no momento T1
MÚSCULO MD ME TD TE
INDIVÍDUO 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 3,45 3,49 3,29 3,01 2,97 3,01 3,11 2,92 2,81 3,26 3,42 3,33
2 2,46 2,51 2,41 2,68 2,57 2,55 2,48 2,40 2,34 2,42 2,42 2,36
3 2,79 2,79 2,79 2,94 2,89 2,90 2,99 2,95 2,97 3,03 3,10 2,92
4 4,19 4,31 4,26 5,45 5,35 5,59 3,40 3,46 3,56 3,33 3,45 3,68
5 3,16 3,14 3,15 3,24 3,10 3,25 3,85 3,80 3,76 5,71 5,47 5,51
6 3,50 3,58 3,40 3,76 3,91 3,75 3,82 4,00 3,98 4,37 4,68 4,45
7 3,48 3,48 3,61 4,22 4,44 4,47 6,51 6,32 6,57 5,52 6,20 4,48
8 3,53 3,53 3,50 4,00 3,86 3,74 3,63 3,49 3,55 2,96 2,86 2,92
9 2,53 2,54 2,52 3,24 3,15 3,43 3,17 3,40 3,55 3,44 3,24 3,22
10 2,92 2,90 2,90 2,84 2,85 2,81 2,69 2,66 2,71 2,71 2,72 2,71
11 2,72 2,66 2,76 2,80 2,82 2,86 2,92 2,92 2,84 3,13 3,00 2,95
12 3,79 3,78 3,76 3,64 3,72 3,57 3,63 3,51 3,92 5,88 5,41 5,22
13 3,66 3,37 3,59 4,24 4,20 4,28 3,92 3,91 3,93 4,89 4,95 4,99
14 2,60 2,59 2,55 2,79 2,81 2,77 3,70 3,79 3,70 4,01 4,10 4,08
APÊNDICES
107
APÊNDICE H - Valores EMG originais em microvolts (μV), relativos aos músculos masseter direito
(MD) e esquerdo (ME) e temporal anterior direito (TD) e esquerdo (TE) dos três
registros considerados, durante o repouso mandibular, do grupo Controle,
mensurados no momento T2
MÚSCULO MD ME TD TE
INDIVÍDUO 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 2,72 2,84 2,69 2,45 2,68 2,53 3,00 3,50 3,55 4,00 4,11 4,14
2 2,67 3,18 2,66 2,62 2,64 2,60 2,81 2,85 2,86 2,48 2,52 2,50
3 2,54 2,40 2,39 2,68 2,60 2,62 2,97 3,09 3,18 2,55 2,53 2,58
4 4,16 3,70 3,36 3,99 3,96 3,95 2,26 2,28 2,29 2,90 2,93 2,99
5 3,25 3,63 3,40 3,78 3,57 3,84 4,17 4,49 4,69 5,36 5,29 5,53
6 2,50 2,47 2,50 2,62 2,59 2,58 3,55 3,36 3,44 4,96 4,93 4,87
7 3,84 3,33 3,64 4,83 4,44 4,23 5,57 5,46 5,31 5,45 5,39 5,49
8 3,90 3,78 3,83 4,05 3,90 3,94 3,50 3,54 3,55 3,29 3,24 3,37
9 2,40 2,66 2,16 2,91 2,84 2,88 3,41 3,60 3,93 3,75 3,77 3,72
10 2,91 2,90 2,90 2,83 2,83 2,78 2,96 2,90 2,83 2,91 2,94 2,93
11 2,47 2,47 2,52 2,65 2,54 2,58 3,21 3,21 3,34 3,24 3,23 3,27
12 3,59 3,23 3,19 2,86 2,89 2,82 5,12 5,13 5,20 5,76 5,93 5,65
13 3,19 3,96 3,67 4,44 4,53 4,53 4,81 4,53 4,60 5,27 5,58 5,48
14 3,23 3,37 3,41 2,80 2,85 2,85 3,65 3,67 3,65 3,95 3,97 3,96
APÊNDICES
108
APÊNDICE I - Valores EMG originais em microvolts (μV), relativos aos músculos masseter direito
(MD) e esquerdo (ME) e temporal direito (TD) e esquerdo (TE) dos três registros
considerados, durante o apertamento oclusal máximo, do grupo Controle,
mensurados no momento T1
MÚSCULO MD ME TD TE
INDIVÍDUO 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 210,6 219,0 222,4 192,9 195,7 198,6 474,1 547,1 547,3 327,3 316,4 310,3
2 132,4 137,3 128,9 121,8 127,1 123,5 218,4 210,3 219,8 209,2 213,2 207,8
3 301,7 301,8 352,6 338,6 328,8 372,6 245,5 242,7 263,5 183,7 195,5 209,5
4 426,2 403,1 421,8 324,4 387,8 399,0 451,3 444,0 459,0 304,5 311,0 316,8
5 77,6 93,0 84,7 127,8 107,0 105,3 198,3 195,8 193,9 237,3 226,3 222,2
6 243,8 211,4 225,0 224,5 211,7 215,5 247,7 259,3 220,1 243,0 240,4 246,7
7 269,9 243,1 250,0 300,1 332,1 285,6 273,7 346,1 377,3 308,8 276,0 278,5
8 104,1 93,5 86,5 180,3 142,4 157,0 287,7 315,9 316,0 325,2 318,0 317,9
9 189,7 177,5 206,1 204,4 186,6 221,9 146,1 139,7 142,2 108,0 99,8 96,4
10 298,4 259,3 266,9 162,1 134,4 165,3 303,3 267,4 300,2 239,8 235,4 243,1
11 161,4 162,1 162,5 112,7 112,4 113,0 260,9 252,6 262,1 291,7 293,2 313,3
12 161,4 167,7 162,5 219,7 215,4 214,5 284,7 274,7 293,1 248,3 267,5 266,5
13 165,2 161,4 147,1 130,4 125,6 120,9 181,7 207,8 208,6 189,9 167,2 195,1
14 162,0 164,0 159,8 171,9 179,6 180,6 138,3 137,3 130,2 148,6 149,9 141,9
APÊNDICES
109
APÊNDICE J - Valores EMG originais em microvolts (μV), relativos aos músculos masseter direito
(MD) e esquerdo (ME) e temporal direito (TD) e esquerdo (TE) dos três registros
considerados, durante o apertamento oclusal máximo, do grupo Controle,
mensurados no momento T2
MÚSCULO MD ME TD TE
INDIVÍDUO 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 242,6 224,5 213,9 202,7 203,7 206,3 618,3 564,0 606,0 430,6 419,9 413
2 134,5 139,4 126,9 111,7 116,3 112,3 151,3 158,8 152,5 146,1 143,8 144,6
3 220,1 223,0 217,1 346,7 348,7 321,9 352,4 340,4 350,9 328,0 329,6 322,5
4 359,7 360,0 342,3 328,7 327,1 321,6 444,2 521,8 519,5 441,5 424,8 429,5
5 62,7 78,5 84,7 111,7 85,4 101,3 159,7 153,9 151,3 106,3 120,2 104,4
6 304,0 308,7 303,1 429,9 403,4 429,4 321,5 323,0 301,9 286,3 279,6 264,8
7 282,7 268,5 242,5 197,1 225,4 191,2 383,0 380,0 361,2 311,2 290 298,4
8 97,2 89,2 105,5 124,5 104,2 109,9 193,5 214,6 223,0 228 223,4 213,2
9 222,0 241,5 242,8 194,0 191,9 171,7 150,0 164,7 153,6 122,4 121,8 142,5
10 263,3 296,0 257,5 170,8 176,2 201,8 218,8 261,6 255,9 162,5 162,9 163,1
11 128,2 114,4 134,1 117,7 125,9 127,5 224,7 225,9 229,3 314,0 312,3 311,1
12 175,5 200,6 189,9 205,2 211,9 198,5 269,5 270,2 274,2 209,9 211,3 207,2
13 150,4 154,1 148,4 155,5 119,0 161,0 202,3 222,2 210,0 196,3 177,7 171
14 154,2 154,6 153,8 167,6 157,1 168,5 131,9 125,4 127,9 138,8 125,1 150,5
APÊNDICES
110
APÊNDICE L - Ìndices de assimetria muscular em porcentagem (%), relativos aos músculos
masseter direito (MD), esquerdo (ME), temporal anterior direito (TD) e esquerdo
(TE), durante o repouso mandibular, do grupo Experimental, nos momentos T1 e
T2
MOMENTO T 1 T 2
Índice de Assimetria (%) Índice de Assimetria (%)
INDIVÍDUO Masseter Temporal Masseter Temporal
1 +2,54 -7,84 -7,22 -0,90
2 +0,16 -1,89 -4,28 -28,62
3 +3,98 -2,76 -4,64 -3,13
4 -2,09 +0,43 -12,17 -2,05
5 -18,80 -6,49 -13,05 -8,25
6 +2,18 +10,62 +7,44 -14,29
7 -5,73 +0,12 -6,69 -6,60
8 -7,28 -5,58 -8,06 -3,70
9 -11,66 -4,30 -5,23 -18,16
10 -13,07 -4,15 +8,12 -1,14
11 +0,22 -3,58 -2,02 +3,13
12 -6,54 -1,08 -11,87 +16,09
13 -4,22 -3,16 -12,78 -6,85
14 -9,94 +1,16 -2,30 -0,61
15 -8,46 -20,38 +2,18 -0,56
16 -10,82 -2,67 -2,06 +3,04
17 +2,13 -2,95 -10,00 -4,33
18 -7,21 -38,62 -4,01 +4,41
19 -7,28 -7,45 -3,83 -4,61
20 -6,48 -0,12 -19,01 +17,70
21 +1,36 -2,43 -10,69 -3,85
22 +7,48 -4,90 -7,43 -3,96
23 -1,48 -2,64 +9,84 -2,34
Sinal positivo (+): atividade do lado direito> atividade do lado esquerdo
Sinal negativo (-): atividade do lado esquerdo > atividade do lado direito
APÊNDICES
111
APÊNDICE M - Ìndices de assimetria muscular em porcentagem (%), relativos aos músculos
masseter direito (MD), esquerdo (ME), temporal anterior direito (TD) e esquerdo
(TE), durante o apertamento oclusal máximo, do grupo Experimental, nos
momentos T1 e T2
MOMENTO T 1 T 2
Índice de Assimetria (%) Índice de Assimetria (%)
INDIVÍDUO Masseter Temporal Masseter Temporal
1 +2,47 +4,29 +23,41 +9,01
2 -2,52 -2,60 +18,63 +18,47
3 -13,67 -2,36 -13,62 -5,53
4 -4,02 +21,69 +4,51 +4,14
5 +33,65 +0,37 +14,14 -18,63
6 -0,10 -4,85 +16,93 -24,22
7 +17,00 -8,88 +7,24 -2,43
8 +12,44 -5,55 -3,66 +1,96
9 -1,85 +18,52 -15,84 +24,54
10 +6,01 -10,34 -1,37 -2,75
11 +9,82 -3,19 -5,27 -15,17
12 -5,05 -14,10 -22,65 -7,11
13 -4,25 -8,56 +0,78 +11,33
14 +29,75 -15,66 +23,33 -0,12
15 +20,89 +3,12 +28,21 -11,30
16 -5,43 +1,72 +2,83 -0,23
17 -3,96 -25,59 -0,18 -19,11
18 +9,99 +55,17 -5,09 +6,98
19 +4,24 +5,82 +17,12 +7,80
20 -15,46 -1,90 -4,54 +1,84
21 +9,25 +4,24 +12,15 +11,75
22 +28,89 +10,61 +0,21 +24,80
23 -29,16 -8,81 +9,21 -2,57
Sinal positivo (+): atividade do lado direito> atividade do lado esquerdo
Sinal negativo (-): atividade do lado esquerdo > atividade do lado direito
APÊNDICES
112
APÊNDICE N - Ìndices de assimetria muscular em porcentagem (%), relativos aos músculos
masseter direito (MD), esquerdo (ME), temporal anterior direito (TD) e esquerdo
(TE), durante o repouso mandibular, do grupo Controle, nos momentos T1 e T2
MOMENTO T 1 T 2
Índice de Assimetria (%) Índice de Assimetria (%)
INDIVÍDUO Masseter Temporal Masseter Temporal
1 +6,45 -6,21 +3,71 -9,87
2 -2,77 +0,14 +3,97 +6,37
3 -2,11 -0,78 -3,74 +9,35
4 -12,45 -0,19 -2,94 -12,72
5 -0,74 -18,79 -4,24 -9,58
6 -4,29 -6,72 -2,10 -17,56
7 -10,80 +8,99 -11,07 +0,03
8 -4,69 +9,94 -1,62 +3,37
9 -12,81 +1,10 -8,90 -1,35
10 +1,28 -0,49 +1,57 -0,52
11 -2,05 -2,25 -2,04 +0,10
12 +1,80 -19,77 +7,75 -5,76
13 -9,00 -11,55 -11,02 -7,90
14 -3,91 -4,28 +8,16 -3,98
Sinal positivo (+): atividade do lado direito> atividade do lado esquerdo
Sinal negativo (-): atividade do lado esquerdo > atividade do lado direito
APÊNDICES
113
APÊNDICE O - Ìndices de assimetria muscular em porcentagem (%), relativos aos músculos
masseter direito (MD), esquerdo (ME), temporal anterior direito (TD) e esquerdo
(TE), durante o apertamento oclusal máximo, do grupo Controle, nos momentos
T1 e T2
MOMENTO T 1 T 2
Índice de Assimetria (%) Índice de Assimetria (%)
INDIVÍDUO Masseter Temporal Masseter Temporal
1 +5,23 +24,36 +5,28 +17,20
2 +3,40 +1,43 +8,16 +3,13
3 -4,20 +12,16 -21,29 +3,14
4 +5,92 +18,46 +4,15 +6,82
5 -14,25 -7,68 -13,83 +16,84
6 +2,14 -0,21 -15,92 +6,51
7 -9,21 +7,19 +12,79 +11,10
8 -25,61 -2,21 -7,42 -2,59
9 -3,34 +16,91 +11,77 +9,54
10 +28,20 +9,60 +19,63 +20,23
11 +17,95 -7,32 +0,75 -15,92
12 -13,85 +4,29 -4,20 +12,86
13 +11,38 +3,99 +1,96 +7,59
14 -4,55 -4,09 -3,20 -3,65
Sinal positivo (+): atividade do lado direito> atividade do lado esquerdo
Sinal negativo (-): atividade do lado esquerdo > atividade do lado direito
APÊNDICES
114
APÊNDICE P - Índices de atividade muscular em porcentagem (%), relativos aos músculos
masseter (MD e ME) e temporal anterior (TD e TE), durante o repouso mandibular,
do grupo Experimental, nos momentos T1 e T2
MOMENTO T 1 T 2
INDIVÍDUO Índice de Atividade (%) Índice de Atividade (%)
1 -14,81 +0,77
2 -13,80 +3,11
3 -7,66 -0,52
4 -16,78 -1,24
5 -0,04 +2,36
6 -14,99 -17,71
7 -12,71 +0,05
8 -6,62 +2,32
9 -3,60 -3,39
10 -4,95 +1,40
11 -10,65 -23,45
12 -0,80 -12,95
13 -5,52 -4,45
14 +0,37 +22,47
15 -11,31 +1,38
16 -3,06 -3,92
17 +7,41 -5,46
18 -20,08 -38,94
19 -10,29 +3,75
20 -6,81 -11,72
21 -4,89 +0,38
22 -4,53 -3,46
23 +5,81 -11,72
Sinal positivo (+): atividade do masseter > atividade do temporal anterior
Sinal negativo (-): atividade temporal anterior > atividade do masseter
APÊNDICES
115
APÊNDICE Q - Índices de atividade muscular em porcentagem (%), relativos aos músculos
masseter (MD e ME) e temporal anterior (TD e TE), durante o apertamento oclusal
máximo, do grupo Experimental, nos momentos T1 e T2
MOMENTO T 1 T 2
INDIVÍDUO Índice de Atividade (%) Índice de Atividade (%)
1 -11,01 -2,32
2 -11,85 -13,12
3 +2,00 +18,55
4 +12,28 +12,33
5 +2,50 +11,15
6 -5,33 -6,90
7 -2,15 +22,00
8 +4,44 +1,50
9 +7,71 +11,68
10 +20,54 +30,34
11 +23,11 +6,91
12 +26,02 +37,16
13 +68,18 +27,65
14 -21,63 +5,81
15 -18,68 -18,00
16 -47,24 -27,88
17 +7,87 +22,34
18 +29,58 -6,66
19 +4,85 +1,83
20 +2,35 +16,50
21 +38,74 +23,62
22 +2,39 +1,54
23 +25,38 +7,33
Sinal positivo (+): atividade do masseter > atividade do temporal anterior
Sinal negativo (-): atividade temporal anterior > atividade do masseter
APÊNDICES
116
APÊNDICE R - Índices de atividade muscular em porcentagem (%), relativos aos músculos
masseter (MD e ME) e temporal anterior (TD e TE), durante o repouso mandibular,
do grupo Controle, nos momentos T1 e T2
MOMENTO T 1 T 2
INDIVÍDUO Índice de Atividade (%) Índice de Atividade (%)
1 +0,97 -16,72
2 +2,57 +1,08
3 -2,45 -5,20
4 +16,53 +19,27
5 -19,22 -15,80
6 -7,20 -24,40
7 -20,07 -14,67
8 +6,62 +6,63
9 -6,97 -16,64
10 +3,05 -0,92
11 -3,32 -12,29
12 -10,66 -27,66
13 -6,51 -10,90
14 -18,41 -10,49
Sinal positivo (+): atividade do masseter > atividade do temporal anterior
Sinal negativo (-): atividade temporal anterior > atividade do masseter
APÊNDICES
117
APÊNDICE S - Índices de atividade muscular em porcentagem (%), relativos aos músculos
masseter (MD e ME) e temporal anterior (TD e TE), durante o apertamento oclusal
máximo, do grupo Controle, nos momentos T1 e T2
MOMENTO T 1 T 2
INDIVÍDUO Índice de Atividade (%) Índice de Atividade (%)
1 -34,11 -40,46
2 -24,77 -9,52
3 +19,65 -9,36
4 +1,63 -15,39
5 -36,30 -20,57
6 -4,49 +10,15
7 -5,07 -17,96
8 -42,23 -34,54
9 +23,67 +19,30
10 -10,53 +5,44
11 -34,02 -36,76
12 -17,78 -9,94
13 -14,98 -14,08
14 +9,21 +8,90
Sinal positivo (+): atividade do masseter > atividade do temporal anterior
Sinal negativo (-): atividade temporal anterior > atividade do masseter
ANEXO
118
Anexo A – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa
Livros Grátis
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