Sequer há clareza sobre em que consiste o custo do ensino, em diferentes trabalhos e
autores distintos, incluem fatores diversos: custos das taxas que os estudantes pagam
quando o ensino não é gratuito, despesas que esses mesmos tem com livros e material
escolar, gastos que o governo incorre financiando o ensino público. (PEÑALOZA, 1999,
p.3).
Existe, também, uma confusão freqüente entre custo do ensino e custo da Instituição
(PEÑALOZA, 1999).
Como as instituições, especialmente as universidades, possuem múltiplas funções, o
custo total é, obviamente, mais elevado do que o custo do ensino, propriamente dito. A
não ser que seja possível distinguir o custo do ensino do custo total, as comparações
entre as instituições se tornam distorcidas pois, quanto maior o número de atividades que
a universidade desenvolve (ensino, pesquisa, prestação de serviços, extensão), maior o
custo total, mesmo que o custo do ensino não seja muito elevado. (PEÑALOZA, 1999,
p.3).
A necessidade em apurar os custos das IES, fez com que a Secretaria de Educação
Superior do Ministério da Educação (SESu/MEC) desenvolvesse o SAC - Sistema de Apuração
de Custos das Instituições Federais de Ensino Superior. O modelo agrega estudantes
matriculados em diferentes níveis - fundamental, médio, graduação e pós-graduação. Além de ser
único para um país com grandes diferenças regionais, o SAC também não vem atendendo às
necessidades dos gestores sobre informações de custos, afirma Peter et al (2003). Além disso, os
órgãos governamentais que divulgam o custo do aluno nem sempre explicam a metodologia para
o cálculo (AMARAL, 2004).
Um modelo adequado deveria distinguir aquela parcela de custos efetivamente dispendida
no ensino de graduação e pós-graduação pelas IFES (GAETANI e SCHWARTZMAN, 1991).
Um eficiente sistema de apropriação de custos nos levará a fazer as comparações que são
realmente relevantes. Assim, ao invés de compararmos custos de diferentes IFES,
passaremos a confrontar custos por alunos de um mesmo curso em diferentes IFES,
custo do ensino de graduação, custo do ensino de pós-graduação (...) e assim por diante.
(GAETANI e SCHWARTZMAN, 1991, p.9).
Estudos mostram que nas universidades federais, o orçamento executado decorrente dos
salários está entre 80% e 90% (PAUL e WOLYNEC, 1990; PETER et al., 2003; GAETANI e