componente de avaliação (que gera a ansiedade), a experiência subjetiva e a expressão da ansiedade
(Pratt, 1992). Vale salientar que o sistema colinérgico exerce um papel modulador no controle da
ansiedade (File et al., 1998; Ouagazzal et al.,1999). Assim, a estimulação dos receptores nicotínicos pode
induzir tanto efeitos tipo-ansiolítico quanto ansiogênico, dependendo da duração da estimulação e do
modelo animal utilizado (Olausson et al., 1999; Ouagazzal et al., 1999).
O LCE tem sido utilizado como um modelo animal etologicamente validado para a ansiedade
humana (Dawson e Tricklebank, 1995). Entretanto, é grande a dificuldade em determinar a forma
específica de ansiedade que esta associada a determinado modelo. Como proposto por Lister (1990), as
respostas comportamentais avaliadas em testes como o labirinto em cruz, que incluem uma situação que
provoca ansiedade temporária, provavelmente refletem um estado de ansiedade e não, um traço de
ansiedade crônico.
A co-morbidade entre depressão e ansiedade é mostrada por uma diversidade de trabalhos
(Gorwood, 2004). Nesta mesma linha, a grande maioria dos trabalhos envolvendo os efeitos da intoxicação
colinérgica sobre os distúrbios neurológicos, apontam tanto ansiedade quanto depressão como sintomas
comuns a populações expostas (Farahat et al., 2003; Salvi et al., 2003). Desta forma, o consistente
aumento no tempo de imobilidade induzido pela administração de malation aguda (100 e 200 mg/kg i.p.) e
repetidamente (25; 50 e 100 mg/kg i.p.) representam, ao menos no nosso conhecimento, o primeiro
trabalho investigando os efeitos de OF sobre modelos animais de depressão.
A depressão é uma patologia multicausal que além da carga genética, pode ser desencadeada por
situações específicas como a perda de um parente próximo ou outros fatores estressantes (Nestler et al.,
2002). Além destes, a exposição a contaminantes ambientais como os agrotóxicos, pode ser relacionada
ao aumento no número de suicídios (Parron et al., 1996) assim como a episódios depressivos (Stallones e
Besseller, 2002), conforme mostram estudos clínicos avaliando tanto a intoxicação aguda (Hayes et al.,
1980; Mearns et al., 1994), quanto a crônica aos agrotóxicos (Legaspi e Zenz, 1994; Salvi et al., 2003).
Como mencionado na introdução, nos estudos clínicos apresentados acima faltam o detalhamento
do transtorno psiquiátrico pesquisado. Todavia, neste último item a complexidade dos distúrbios de humor
e as deficiências metodológicas em identificar os tipos e subtipos deste distúrbios realmente dificultam a
caracterização. Visto isso, o uso de modelos animais traz a possibilidade de maior controle sobre essas
variáveis.
38
http://www.llion.net
http://www.llion.net