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PAULO NOGUEIRA BATISTA JR. (ORGANIZADOR)
Como em nenhuma época de nossa história, as conversações de alto nível,
os encontros bilaterais variados, as reuniões de planejamento político, e mesmo
contactos com organismos multilaterais como a CEE fazem parte de nosso
cotidiano, e têm gerado, se fizermos uma leitura atenta de comunicados
conjuntos e outros textos, um amplo painel de definições de convergência.
Seria, inclusive, oportuno lembrar a seqüência de visitas que recebemos
de líderes ocidentais a partir de 1979: o Vice-Presidente dos EUA, Mondale;
o Senhor Haferkamp, alto dirigente da CEE; os Chanceleres da Bélgica,
Simonet; da Itália, Forlani e, mais tarde, Colombo; do Japão, Sonoda; o
Primeiro-Ministro da Alemanha, Helmut Schmidt; os Chanceleres da Áustria,
Pahr; da Grã-Bretanha, Carrington; o Primeiro-Ministro do Canadá, Trudeau;
o Vice-Presidente dos EUA, Bush; o Vice-Primeiro Ministro da Austrália,
Douglas Anthony; o Presidente dos EUA, Ronald Reagan; o Presidente da
RFA, Carstens, o Primeiro-Ministro do Japão, Suzuki, os Chanceleres da
Bélgica, Tindermans; do Canadá, MacGuigan; de Portugal, Gonçalves Pereira;
o Chanceler da França, Cheysson.
Não os cansaria mais com essa listagem de visitantes, mas se somarmos
às menções que fiz, as viagens do Senhor Presidente da República e as minhas
a países do Ocidente, estarão por terra os argumentos de que procuramos
limitar o leque de contactos brasileiros com o mundo ocidental. Ao contrário
do que se insinua ou afirma, o esforço pertinaz se dirigiu a ampliá-los, torná-
los mais densos, mais constantes. A vontade de diálogo é recíproca, a iniciativa
de contactos é das duas partes. França, Portugal, República Federal da
Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Japão, Itália, Bélgica,
Áustria, Holanda, além da CEE, foram os países visitados, o que confirma a
amplitude do diálogo com o Ocidente desenvolvido. Nenhum dos
interlocutores ocidentais, em todas essas visitas, questionou direta
indiretamente nosso relacionamento com o Terceiro Mundo, não faltando,
ao contrário, manifestações para que o Brasil ampliasse o mais possível esse
relacionamento.
4. Considerações Finais
Em suma, não há qualquer exclusivismo de contactos políticos, não há
qualquer “ideologismo” na escolha de nossos parceiros no diálogo internacional.
Ao contrário, temos sido rigorosamente fiéis ao postulado do universalismo,
não apenas por que seja uma “boa doutrina”, mas simplesmente porque a