processo heterogêneo de construção, na escola parece não ter ido além da qualidade de
apêndice, no que se refere à multiplicidade de construções.
Desta forma, como trabalhar a extensão do conhecimento a uma rede de
múltiplos encaixes, ou como garantir a validação de tamanha heterogeneidade e múltiplas
perspectivas, tem sido uma questão sobre a qual nos debruçamos, principalmente acerca
do currículo e da avaliação. Neste sentido, algumas experiências de professores já têm
revelado que muito ainda há o que se fazer. Quase tudo.
Nesta dimensão, experiências em vários países, principalmente aqueles nos
quais a utilização das redes já se estabelece com maior freqüência nas escolas, têm
ressaltado algumas dificuldades de trabalho tendo em vista fundamentarem-se em
objetivos educacionais antigos e já anteriormente bem sedimentados. Dificuldades estas,
as quais podem ser observadas por nós como um reflexo de uma abordagem objetivista e
exclusivista configurada na escola como, por exemplo, podemos citar alguns relatos
encontrados em uma página da Web, nos quais um professor norte-americano
(Woods,1998), nos fala de algumas experiências que têm sido expressadas pelos
professores como "dificuldades" ou "frustrações" em seu trabalho com a Rede. Entre os
"casos" relatados, interessante o de uma professora que, ao "pesquisar" com seus alunos
o tema "sereias", ficou bloqueada pois ao obter a relação de resultados de busca,
encontrou nesta várias inserções de anúncios de "Sex Shop", decidindo então nunca mais
trabalhar com a Rede. Uma "dificuldade" de trabalhar a Rede na escola que a indústria
informática tem se esmerado em procurar resolver através do desenvolvimento de
software de controle, que tem por finalidade filtrar os assuntos "indesejáveis", os quais,
aliás, vêm sendo comumente utilizado nas escolas.
O relato de outra professora vem a justificar o controle pela vigilância
constante dos acessos alegando que "as crianças sabem muito bem onde ficam os sites de
sexo". De outra forma, outros(as) ainda tem ressaltado a proibição de que as crianças se
comuniquem com "estranhos" através da Rede, por julgarem "muito perigoso". Esta
última, uma concepção que de certa forma parece estar em consonância com um outro
posicionamento acerca da limitação imposta por uma professora quanto ao tempo de
utilização da rede, aos seus alunos pois, "ao utilizarem-se da rede não se comunicam e
portanto, não interagem entre si".
Relatos como estes, entre outros, introduzidos por este professor , servem-
nos para ampliar o universo de dificuldades, as quais já constituem um campo fértil de