Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS
RESPOSTAS FISIOLÓGICAS E COMPORTAMENTAIS DE
BOVINOS SUBMETIDOS A DIFERENTES OFERTAS DE
SOMBRA
LUIZ CARLOS BRITTO FERREIRA
Florianópolis, maio de 2010.
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ads:
LUIZ CARLOS BRITTO FERREIRA
RESPOSTAS FISIOLÓGICAS E COMPORTAMENTAIS DE
BOVINOS SUBMETIDOS A DIFERENTES OFERTAS DE
SOMBRA
Dissertação apresentada como
requisito parcial à obtenção do título
de Mestre em Agroecossistemas,
Programa de Pós-Graduação em
Agroecossistemas, Centro de
Ciências Agrárias, Universidade
Federal de Santa Catarina.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos P. Machado Filho
Co-orientador: Alexandre de Oliveira Barcellos
Co-orientadora: Maria José Hötzel
FLORIANÓPOLIS
2010
FICHA CATALOGRÁFICA
F383r Ferreira, Luiz Carlos Britto
Respostas fisiológicas e comportamentais de bovinos
submetidos a diferentes ofertas de sombra [dissertação] /
Luiz Carlos Britto Ferreira ; orientador, Luiz Carlos
Pinheiro Machado Filho. - Florianópolis, SC, 2010.
89 p.: il., grafs., tabs.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa
Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-
Graduação em Agroecossistemas.
Inclui referências
1. Agricultura. 2. Agroecossistemas. 3. Bem estar
animal. 4. Animais - Comportamento. 5. Sombreamento. 6.
Silvipastoril. I. Machado Filho, Luiz Carlos Pinheiro. II.
Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-
Graduação em Agroecossistemas. III. Título.
CDU 631
TERMO DE APROVAÇÃO
LUIZ CARLOS BRITTO FERREIRA
Respostas fisiológicas e comportamentais de bovinos submetidos a
diferentes ofertas de sombra
Dissertação aprovada em 27/05/2010, como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre no Programa de Pós-Graduação em
Agroecossistemas, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal
de Santa Catarina.
_______________________________
Prof. Dr. Luiz Carlos P. Machado Filho
Orientador / Coordenador do PGA
____________________________ ________________________
Dr. Alexandre de Oliveira Barcellos Profª Drª Maria José Hötzel
Co-orientador Co-orientadora
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________
Alfredo Celso Fantini
Presidente (CCA-UFSC)
____________________________ __________________________
Sérgio Augusto Ferreira de Quadros Alexandre de Oliveira Barcellos
(CCA-UFSC) (Embrapa)
Florianópolis, 27 de maio de 2010.
AGRADECIMENTOS
À Emater-DF, pelo apoio financeiro e por investir na
capacitação intelectual e profissional de seus empregados.
Ao Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas do
Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina,
pela oportunidade.
Em especial gostaria de agradecer as pessoas que participaram
desta construção:
Ademir Cazella, Adinor Capellesso, Andréa Amaral, Aimée
Machado, Alexandre Barcellos, Alexandre Lenzi, Alfredo Fantini,
Antônio Moita, Camila Pellizzoni, Camila Silva, Cesar Butignol, Cícero
Berton, Clarilton Ribas, Clarissa Cardoso, Cristiane Leis, Daniel
Enriquez, Dayane Teixeira, Diéri Ramella, Edson Preto, Fabiane Brito,
Fernanda Gavioli, Flávia Cordeiro, Francieli Bertoli, Gabriela
Schirmann, Gabriel Corrêa, Glaucia Farias, Grazyne Tresoldi, João H.
Costa, Jonas Bruch, Ivan Bonjorno, Janete Guenka, Jucinei Comin,
Juliana Labarrere, Kamilly Garcia, Leonardo Zimermann, Lino Moysés,
Livia Dorneles, Lizzy Weickert, Lourival Vilela, Luciana Honorato,
Luiz Aroeira, Luiz D’agostine, Maria de F. Á. Pires, Marcelo Mencarini,
Maria José Hötzel, Mariane Beretta, Marina Bustamante, Mario Vicenzi,
Michele Cristina, Murilo Serra, Newton Peroba, Nilton Adão, Paul
Richard Miller, Paulo Emílio Lovato, Paulo Batata, Pinheiro Machado
Filho, Pinheiro Machado, Rafaela Souza, Rita de Cássia Poluceno,
Robélio Marchão, Roberto Guimarães, Rodrigo Cavaleri, Rosane
Amalcaburio, Samira Aquino, Sandro Schlindwein, Sérgio Quadros,
Thiago Botelho, Thiago Filipe, Thiago Machado, Valmir Stropasolas,
Vanessa Kuhnen e Zaira Moutinho.
Conclusões de Aninha
Estavam ali parados. Marido e mulher.
Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça
tímida, humilde, sofrida.
Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho,
e tudo que tinha dentro.
Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar
novo rancho e comprar suas pobrezinhas.
O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula,
entregou sem palavra.
A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou,
se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar
E não abriu a bolsa.
Qual dos dois ajudou mais?
Donde se infere que o homem ajuda sem participar
e a mulher participa sem ajudar.
Da mesma forma aquela sentença:
"A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar."
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso
e ensinar a paciência do pescador.
Você faria isso, Leitor?
Antes que tudo isso se fizesse
o desvalido não morreria de fome?
Conclusão:
Na prática, a teoria é outra
Cora Coralina
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de diferentes
disponibilidades de sombra na resposta fisiológica e comportamental de
bovinos em pastagens, assim como a distribuição espacial desses
animais e de suas fezes nas pastagens. Quatro grupos de três vacas em
lactação, mestiças (83% taurino x 17% zebuíno), passaram pelos
tratamentos sem sombra “sol”, sombra única artificial (1,3m
2
/vaca)
“única”, sombra em bosque (174 m
2
de sombra) “bosque”, e sombra
de árvores dispersas (240 árvores/ha) “dispersa”, num quadrado-latino
(4x4), com períodos de três dias. Os piquetes foram subdivididos
virtualmente em 24 quadrantes, para a análise da distribuição espacial
das vacas e das fezes. O comportamento das vacas foi observado
instantaneamente a cada 10 minutos, entre as ordenhas. A contagem dos
bolos fecais era feita no dia seguinte a desocupação do piquete. As
variáveis pastando, ruminando, na sombra, deitada, outros
comportamentos, produção de leite, consumo de água, temperatura retal
e freqüência respiratória foram analisadas pela variância, com as
diferenças estatísticas obtidas pelo teste de Duncan. A distribuição
espacial das vacas e das fezes, foi analisada pelo teste do qui-quadrado
(tabelas de contingência). O tempo pastando foi maior no “bosque” e
“dispersa”, do que em “sol” e “única” (P<0,03). O tempo ruminando foi
menor no “sol” do que nos demais tratamentos (P<0,01). O tempo em
outros comportamentos foi maior no “sol”, intermediário no “única” e
menor em “dispersa” e “bosque” (P<0,01). O tempo de uso da sombra
foi maior no “bosque” e “dispersa”, intermediário no “única” e menor
no “sol” (P<0,01). O menor tempo deitada foi observado no tratamento
“sol” (P<0,01). Na produção de leite não houve diferença entre os
tratamentos (P=0,30). O consumo diário médio de água foi maior no
“bosque” e “dispersa”, intermediário no “única” e menor no “sol”
(P<0,01). As diferenças das temperaturas retais vespertinas e matutinas
foram maiores (P<0,01) no “sol” e “única” do que no “bosque” e
“dispersa” e na freqüência respiratória essas diferenças foram maiores
(P<0,01) no “sol”, intermediária no “única”, e menores no “bosque” e
“dispersa”. As freqüências observadas na distribuição espacial das vacas
e das fezes foram diferentes das esperadas (p<0,01) e heterogêneas para
todos os tratamentos, exceto na dispersão das fezes no “dispersa”, que
foi homogênea. Conclui-se que a presença de sombra abundante na
pastagem (em bosque ou dispersa) evita o estresse calórico, indicando
melhor bem-estar de vacas leiteiras criadas a pasto no centro-oeste do
Brasil. A sombra dispersa também proporcionou homogeneidade na
distribuição das fezes. A sombra única foi insuficiente para o efetivo
bem-estar dos animais, indicado pelas variáveis fisiológicas e
comportamentais avaliadas nesse estudo.
PALAVRAS CHAVE: Bem-estar animal, Etologia Aplicada,
Silvipastoril, Sombreamento, Termo-regulação.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the influence of different
availabilities of shadow on physiological and behavioral response of
bovines at pasture regime, as well as the spatial distribution of these
animals and their faeces on pasture. The methodology had used four
groups, and each goup had three crossbreed cows (Bos taurus 83% x
Bos indicus 17%), within a Latin-square experimental design (4 x 4),
with treatments as follow: without shadow - "sun", artificial unique
shade (1,3 m
2
/cow) – “unique”, shade as woods (174 m
2
under shadow)
- "wood", and the last one, shadow from trees dispersed in the paddock
(240 trees/ha) - "dispersed", with 3 days period. The paddocks were
divided virtually into 24 quadrants, to analyze the spatial distribution of
cows and faeces. The cows behavior were instantly observed every 10
minutes between milkings. The count of faeces was made on the day
after the paddock was left. The variables: grazing, ruminating, under
shadow, lying, other behaviors, milk production, water consumption,
rectal temperature and respiratory rate, were analyzed for variance by
Duncan’s Statistical Test. considering the mean of each group in four
treatments and four experimental periods, the data of The spatial
distribution of cows and feces were analyzed by Chi-square Test
(crosstables). The grazing time was greater in the "wood" and "
dispersed" than in "sun" and “unique" (P<0.03). The time ruminating
was lower in the "sun" than the other treatments (P <0.01). The time of
other behaviors was greater in the "sun", intermediate was found in the
"unique" and smaller on "dispersed" and "wood" (P <0.01). The time of
the shadow use was greater in the "wood" and "dispersed", the
intermediate was "unique" and smaller in the "sun" (P <0.01). The
smaller time when cows lie down, was "sun" (p <0.01). Milk production
did not differ between treatments (P=0,30). The average daily water
consumption was greater in the "wood" and "dispersed," the
intermediate was "unique" and smaller in the "sun" (P <0.01). The
differences of the rectal temperatures in the morning and in the
afternoon were higher in the "sun" and "unique" than the "woods" and
"dispersed" and these differences in respiratory rate were higher in the
"sun", the intermediate was in the "unique" and smaller in "wood" and
"dispersed." Frequencies observed in the spatial distribution of cows and
feces were different from expected (p <0.01) and heterogeneous for all
treatments, except in the dispersal of feces in the "dispersed", which was
homogeneous. In conclusion, the presence of abundant shade over the
pasture (wood or dispersed) avoid heat stress, indicating the better
welfare to dairy cows feed on pasture regime in Brazilian Central west.
The dispersed shade also provided homogeneity in the statistical
distribution of faeces. The “unique” shade was not enough for effective
welfare for animals, as indicated by the physiological and behavioral
variables tested in this study.
KEY WORDS: Animal Welfare, Applied Ethology, Silvopastoral,
Shading, Thermoregulation.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. Gráfico representativo das zonas de conforto térmico e
termoneutra.............................................................................................29
FIGURA 2. Esquema da arquitetura da forma dos piquetes e distribuição
espacial da sombra, do bebedouro e do cocho de suplementação
mineral....................................................................................................41
FIGURA 3. Esquema da divisão do piquete em subáreas (quadrantes) e
respectivas identificações.......................................................................42
FIGURA 4. Comparativo das freqüências das vacas e das fezes pela
graduação de cores..................................................................................56
FIGURA 5. (ANEXO) Fixa de coleta de dados.....................................78
FIGURA 6. (ANEXO) Tratamento sol (sem sombra), vacas próximas a
bebedouro...............................................................................................79
FIGURA 7. (ANEXO) Tratamento sol (sem sombra), vacas Pastando.79
FIGURA 8. (ANEXO) Tratamento única, vacas deitadas na sombra ...80
FIGURA 9. (ANEXO) Tratamento única, vaca em pé na sombra ........80
FIGURA 10. (ANEXO) Tratamento bosque, Vista panorâmica do
bosque ....................................................................................................81
FIGURA 11. (ANEXO) Tratamento bosque, vacas na sombra do bosque
................................................................................................................81
FIGURA 12. (ANEXO) Tratamento dispersa, vacas na sombra ...........82
FIGURA 13. (ANEXO) Tratamento dispersa, vaca pastando ...............82
FIGURA 14. (ANEXO) Porcentagem do tempo destinado ao pastejo
pelas vacas. Tempo total 430 minutos. Barras identificadas por letras
diferentes são estatisticamente diferentes pelo teste de Duncan a 5%
(CV 7,71 e p = 0,03)..............................................................................83
FIGURA 15. (ANEXO) Porcentagem do tempo destinado a ruminação
pelas vacas. Tempo total 430 minutos. Barras identificadas por letras
diferentes são estatisticamente diferentes pelo teste de Duncan a 5%
(CV 12,43 e p = 0,003)...........................................................................83
FIGURA 16. (ANEXO) Porcentagem do tempo destinado aos outros
comportamentos (principalmente ócio) pelas vacas. Tempo total 430
minutos. Barras identificadas por letras diferentes são estatisticamente
diferentes pelo teste de Duncan a 5% (CV=18,64 e p=0,0006) ............84
FIGURA 17. (ANEXO) Comparativo entre o tempo destinado ao
pastejo, ruminação ou a outros comportamentos pelas vacas. Tempo
total 430 minutos ................................................................................. 84
FIGURA 18. (ANEXO) Porcentagem do tempo que as vacas
permaneceram na sombra. Tempo total 430 minutos. Barras
identificadas por letras diferentes são estatisticamente diferentes pelo
teste de Duncan a 5% (CV=15,26 e p=0,0001) .....................................85
FIGURA 19. (ANEXO) Porcentagem do tempo que as vacas
permaneceram deitadas. Tempo total 430 minutos. Barras identificadas
por letras diferentes são estatisticamente diferentes pelo teste de Duncan
a 5% (CV = 22,67 e p=0,003).................................................................85
FIGURA 20. (ANEXO) Consumo médio diário dos grupos por
tratamento. Barras identificadas por letras diferentes são estatisticamente
diferentes pelo teste de Duncan a 5% (CV = 3,74 e p = 0,002) ............86
FIGURA 21. (ANEXO) Apresentação gráfica da freqüência observada
da distribuição das vacas nos quadrantes dos piquetes por tratamento..87
FIGURA 22. (ANEXO) Apresentação gráfica da freqüência observada
da distribuição das fezes nos quadrantes dos piquetes por tratamento...88
FIGURA 23. (ANEXO) Gráfico comparativo dos tempos pastando,
ruminando e outros comportamentos no decorrer do dia nos diferentes
tratamentos..............................................................................................88
FIGURA 24. Gráfico da porcentagem dos tempos pastando, ruminado e
outros comportamentos no decorrer do dia nos diferentes tratamentos e
sua ocorrência em pé ou deitada e no sol e na sombra...........................89
LISTA DE TABELAS
TABELA 1. Tempos percentuais que as vacas se dedicavam ao
pastoreio, ruminação ou outros comportamentos. Tempo total 430
minutos. Os valores seguidos letras minúsculas diferentes, na mesma
coluna, diferem estatisticamente pelo teste de Duncan (5%) ................47
TABELA 2. Porcentagem do tempo que as vacas permaneceram na
sombra ou no sol e em ou deitadas. Tempo total 430 minutos. Os
valores seguidos de letras diferentes, na mesma coluna, diferem
estatisticamente pelo teste de Duncan (5%) ..........................................47
TABELA 3. Médias das Temperaturas Retais e Freqüências
Respiratórias (movimentos por minuto), de manhã, à tarde e a diferença
entre elas. As médias seguidas de letras diferentes, na mesma coluna,
diferem estatisticamente pelo teste de Duncan (5%) ............................48
TABELA 4. Freqüência observada das vacas nos quadrantes ..............53
TABELA 5. Freqüência observada das fezes nos quadrantes ...............54
TABELA 6. (ANEXO) Produção de leite média diária das vacas por
tratamento .............................................................................................86
TABELA 7. (ANEXO) Índices de Temperatura de Umidade calculados
................................................................................................................87
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CPTEC – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
CRH – hormônio corticotrópico
CTR - Carga Térmica de Radiação
CV – coeficiente de variação
FR – freqüência respiratória
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
ITGU - O Índice de Temperatura do Globo e Umidade
ITU - Índice de Temperatura e umidade
p-valor – valor da probabilidade
QL – Quadrado Latino
SH - hormônio de crescimento
SNC – Sistema Nervoso Central
SSPs – Sistemas Silvipastoris
T4 - tiroxina
Tbs – temperatura do bulbo seco
Tpo - temperatura do ponto de orvalho
TR - temperatura retal
TSH - hormônio liberador tireotropina
UA - unidade animal (1UA = 450kg)
UV – Ultra Violeta
ZCT - zona de conforto térmico
ZT - Zona Termoneutra
LISTA DE SÍMBOLOS
% - porcentagem
°C – grau centigrados
Ca – Cálcio
cm – centímetro
cm
2
– centímetro quadrado
g – grama
g/m
2
/h – grama por metro quadrado por hora
h – horas
ha – hectare
K – Potássio
Kg – kilograma
L - litro
m – metro
Mg – magnésio
min – minuto
mm – milímetro
mov/min – movimentos por minuto
N – Nitrogênio
O – Oeste
P – Fósforo
pH - potencial Hidrogeniônico
S – Enxofre
S – Sul
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
22
2
REFERENCIAL TEÓRICO
23
2.1 O clima do cerrado 23
2.2 Fatores climáticos importantes na produção animal 24
2.3 Bem-estar animal 26
2.4 Estresse calórico 27
2.5 Termorregulação 29
2.6 Melhoria das condições ambientais 33
2.7 Sombra 34
2.8 Sistemas silvipastoris 36
2.9 Arquitetura das pastagens 38
3
OBJETIVOS
39
4
METODOLOGIA
40
4.1 Local e animais 40
4.2 Delineamento experimental e tratamentos 40
4.3 Procedimentos experimentais 42
4.4 Dados meteorológicos 44
4.5 Análise estatística 45
5
RESULTADOS E DISCUSSÃO
45
5.1 Dados meteorológicos 45
5.2 Comportamento e fisiologia 46
5.3 Distribuição espacial das vacas e das fezes 52
6
CONCLUSÕES
57
7
CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS
57
8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
59
ANEXOS
77
22
1. INTRODUÇÃO
O centro-oeste brasileiro, que é quase totalmente ocupado pelo
cerrado, se destaca pela pujança de sua agropecuária. A bovinocultura
colabora com sua importância social e econômica, já que detém a maior
ocupação da mão-de-obra de uma população rural com mais de dois
milhões de pessoas, distribuídas em aproximadamente 317 mil
estabelecimentos agropecuários, sendo que 242 mil (76%) se dedicam a
criação de bovinos. Com um efetivo de 57.5 milhões de cabeças bovinas
(34% do rebanho nacional), ordenha pouco mais de dois milhões de
vacas para produzir anualmente próximo de três bilhões de litros de
leite, correspondendo a 15 % da produção total de leite do Brasil
(CENSO AGROPECUÁRIO, 2006).
O clima do centro-oeste tem um potencial extraordinário para
produção de forragem de forma ecológica e sustentável. Entretanto a
matriz tecnológica usada para o desenvolvimento do cerrado tem como
referenciais modelos de climas temperados, que geram
incompatibilidade entre a qualidade do material genético animal e o
clima tropical (FERREIRA et al., 2004).
Nos trópicos, as condições climáticas são desfavoráveis a
exploração racional das raças leiteiras com origem em climas
temperados (BIANCHINI et al., 2006). São raças com maior potencial
genético para produção que as indianas e as naturalizadas, mas bem
menos adaptadas ao clima tropical (WOLFENSON et al., 2000).
Na tentativa adaptar o ambiente a esse animal, busca-se
melhorar as condições ambientais por meio da construção de instalações
que proporcionem conforto térmico. Diante da realidade sócio-
econômica do centro-oeste, com produção predominantemente a pasto,
onde os índices de produtividade são módicos e a capacidade de
investimento dos pecuaristas é baixa (BARROS et al., 2003), as
soluções, em termos de bem-estar animal, desempenho ambiental e
resultados econômicos lucrativos, passam, necessariamente, por
sistemas mais diversificados e complexos como os sistemas silvipastoris
- SSPs (CAPORAL & COSTABEBER, 2004).
Os SSPs são sistemas de produção complexos, onde o homem
e várias espécies de plantas e animais interagem ecologicamente. Em
pecuária, a idéia central é a introdução das espécies arbóreas nos
sistemas como fornecedora sombra aos animais, e complementarmente,
fornecendo outros benefícios possíveis e desejáveis (CARVALHO et al.,
2004).
23
Os pacotes tecnológicos, muito utilizados na agropecuária
convencional, não se prestam aos sistemas complexos por não
considerarem as interações entre seus componentes, principalmente as
ecológicas. Como alternativa, para alcançar a viabilidade nos sistemas
produtivos, busca-se estudar as formas de interações que se mostram
positivas, gerando informações que possibilitem aos produtores uma
decisão mais consistente na escolha das espécies e como manejá-las
adequadamente, ou seja, gerar tecnologia de processo. A
sustentabilidade é alcançada por meio de práticas agrícolas orientadas
pelo conhecimento em profundidade de processos tecnológicos
(GLIESSMAN, 2000).
Portanto, é necessário o estudo das relações que as árvores têm
com os outros componentes do sistema. A distribuição espacial das
árvores pode facilitar as relações entre os componentes, ou seja, o
desenho o sistema de produção (planejamento das estruturas físicas e
biológicas) pode catalisar bons resultados. Optou-se, por isso, por
montar um experimento que enfatizasse a relação entre os componentes
do sistema, mais precisamente a influência que a presença e a
distribuição espacial das árvores, entendidas aqui como componente
sombra, exercem sobre a fisiologia e o comportamento animal e como
este último pode afetar a ecologia da pastagem pela distribuição espacial
das fezes no pasto.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O clima do cerrado
O clima do Cerrado é classificado segundo Koppen, de AW
clima tropical com temperaturas elevadas, chuva no verão e seca no
inverno e pluviosidade anual média abaixo de 2000 mm. As médias das
temperaturas do ar estão entre 19 e 28°C e as máximas podem
ultrapassar os 40ºC e não variam muito durante o ano (AYOADE,
1991).
Os ventos são fracos e inconstantes, normalmente a atmosfera é
calma e o ar fica muitas vezes quase parado. No período de estiagem,
principalmente em agosto, costumam ocorrer algumas ventanias que
provocam alta evapotranspiração (AMBIENTEBRASIL, 2010).
A radiação solar é bastante intensa, podendo reduzir-se devido à
alta nebulosidade nos meses excessivamente chuvosos do verão. Como
o inverno é seco, quase sem nuvens, e as latitudes são relativamente
24
pequenas, a radiação solar nesta época também é intensa, aquecendo
bem as horas do meio do dia (MARIN et al, 2008).
2.2 Fatores climáticos importantes na produção animal
O clima representa um conjunto de fenômenos meteorológicos,
de natureza complexa, que atuam isolada e conjuntamente sobre o
comportamento animal exercendo efeito sobre o bem-estar e a
produtividade (PEREIRA, 2005).
O clima influencia a pecuária de forma indireta pela
sazonalidade condicionando a quantidade e a qualidade da forragem
disponíveis aos animais. O regime pluviométrico é o fator gerador das
flutuações na produção forrageira, mas outros fatores climáticos também
são importantes para o crescimento vegetal, como a radiação solar, o
fotoperíodo, a temperatura do ar, umidade, etc. (YOKOYAMA, et al.,
1999).
Também indiretamente, o clima influencia a sanidade animal
criando as condições ambientais favoráveis ao aumento da população
dos parasitos. Como a doença se manifesta por meio da relação entre o
agente, o ambiente e o hospedeiro, com aumento do poder infectante,
haverá um desequilíbrio nesta relação, predispondo os animais às
enfermidades (FERREIRA et al., 2004).
De forma direta, o clima atua sobre o animal, que busca
constantemente se adaptar as condições ambientais na busca do bem-
estar. Os bovinos em clima tropical, principalmente os que são criados
em regime de pastos, estão expostos ao sol e a outras intempéries por
várias horas ao dia e tornam-se susceptíveis a um estado permanente de
estresse, resultando em alterações fisiológicas que comprometem seu
desempenho produtivo (DEITENBACH et al., 2008).
O fator bioclimático temperatura do ar é, isoladamente, o mais
importante no meio físico com o qual o animal se relaciona
(MCDOWELL, 1972). O regime de temperatura bruta de uma grande
área é determinado pela quantidade de radiação solar que incide de uma
estação a outra e depende do ângulo do sol e das características da
atmosfera (PEREIRA, 2005). As condições atmosféricas que
influenciam na temperatura do ar são a quantidade de nuvens, poeira,
poluição, vento, quantidade de vapor de água, entre outros (MARIN et
al., 2008). Temperatura alta associada à umidade do ar elevada dificulta
a termólise.
25
A umidade do ar é o termo utilizado para descrever a
quantidade de vapor de água contido na atmosfera, sem fazer referência
a outros estados da água, seja na forma líquida ou sólida (MARIN et al.,
2008). A umidade do ar pode ser absoluta ou relativa. A absoluta é a
relação entre a massa de vapor e o volume de ar e a relativa é a relação
entre a quantidade de vapor existente no ar e a quantidade que existiria
se o mesmo estivesse saturado na mesma temperatura (PEREIRA,
2005). O vapor é colocado na atmosfera pela ação do calor solar
evaporando as águas dos rios, lagos, mares, etc. Suas quantidades
variam conforme a região, estação do ano, altitude, etc.
A umidade do ar estando baixa causa desidratação e irritação na
pele e mucosas predispondo o animal a várias patologias (STARLING et
al., 2002). No caso de umidade alta ocorre uma diminuição da perda de
calor corporal para o meio, comprometendo o equilíbrio térmico
(SILVA, 2000) e favorece também, juntamente com outros fatores
climáticos, o aumento de agentes vetores de patologias como:
nematóides, insetos, ácaros, fungos e bactérias.
A radiação solar em suas três formas (química, luminosa e
térmica) quando incide na superfície da pele dos animais se transforma
quase que inteiramente em calor depois de absorvidas em intensidades
variadas segundo a cor do pigmento do pelo, do grau de pigmentação da
pele, dentre outras características da epiderme. Os raios químicos ou
ultravioletas são conhecidos pela sua importância para a fotossíntese,
síntese de vitamina D, fixação do cálcio, poder germicida e pelos
problemas causados na pele quando em excesso, seja pela alta exposição
dos animais, quanto pelo aumento real destes raios devido à diminuição
da camada de ozônio (SILVA, 2008). A radiação luminososa é a porção
visível (tem comprimento de onda intermediário entre a ultravioleta e a
infravermelho) e influencia os animais devido aos ciclos cicardianos. A
radiação infravermelha é a de maior comprimento de onda e sua
incidência varia conforme a posição do sol, com menor intensidade
quando o sol está no horizonte e maior intensidade quando a penetração
dos raios solares é perpendicular (MARIN et al., 2008). Uma das
melhores formas de proteção para a radiação solar direta é a sombra,
como será discutido posteriormente.
A intensidade da luz se mantém estável ao longo do ano nas
regiões tropicais. O que influencia algumas espécies animais é o
fotoperíodo, ou seja, a quantidade de horas por dia que a luz estaria
disponível (MARIN et al., 2008). Mas, como os bovinos são poliestrais
não estacionais o fotoperíodo não afeta sua reprodução. Também o
proporciona grandes mudanças de comportamento, como por exemplo, o
26
tempo de pastejo, já que nos trópicos as diferenças de horas de luz diária
durante o ano são menores que em climas temperados (HAFEZ, 2003).
A direção, a velocidade e a fonte dos ventos podem ter
significados importantes nas temperaturas observadas (VIANA, 1999).
O vento tem importante ação na perda de calor por convecção, desde
que a temperatura do ar esteja menor que a temperatura do animal.
Quando a umidade é alta o vento retira a umidade da pele do animal,
facilitando a perda de calor por evaporação.
A sensação térmica percebida pelo animal está diretamente
relacionada com o vento, a umidade e a radiação.
2.3 Bem-estar animal
Negar a consciência animal tem implicações nos princípios
morais que orientam o uso de animais na pecuária. Os sistemas de
produção são concebidos a partir desta concepção e por essa razão são
inadequados para suprir as necessidades básicas dos animais (ROLLIN,
2007). Porém o aumento da preocupação com o bem-estar animal tem
impulsionado mudanças qualitativas desses sistemas (DUNCAN, 2006).
O bem-estar de um indivíduo é seu estado em relação às suas
tentativas de adaptar-se ao seu ambiente (BROOM, 1986). O bem-estar
tem relação com outros conceitos, tais como: necessidades, liberdades,
felicidade, adaptação, controle, capacidade de previsão, sentimentos,
sofrimento, dor, ansiedade, medo, tédio, estresse e saúde (DAWKINS,
2006). As análises de parâmetros fisiológicos, do estado mental e do
comportamento são usadas como indicativo do grau do bem-estar
(BROOM e MOLENTO, 2004). Algumas medidas fisiológicas podem
ser indicativas de bem-estar precário, como o aumento da freqüência
cardíaca, atividade adrenal, e resposta imunológica reduzida (BROOM
& ZANELLA, 2004), porém devem ser interpretadas com cuidado, pois
podem indicar apenas um estado pré-patológico (MOBERG, 1985).
O comportamento também deve ser usado na avaliação do bem-
estar. O fato de um animal apresentar alterações de comportamento
fornece informações sobre seus sentimentos (preferências) e,
conseqüentemente, sobre seu bem-estar (BROOM e MOLENTO, 2004).
A necessidade pode ser definida como um requerimento, que é
fundamental na biologia do animal, para a obtenção de um recurso em
particular ou para responder a um dado estímulo corporal ou ambiental
(BROOM e JOHNSON, 1993). Um animal tem uma necessidade
quando se encontra em desajuste homeostático, ou executa uma ação
27
devido a um desafio ambiental. Manifestar uma necessidade significa
alocar tempo e recursos a diferentes atividades fisiológicas ou
comportamentais.
Os animais através dos sistemas funcionais controlam a
temperatura corporal, o estado nutricional, as interações sociais, entre
outros (GUYTON & HALL, 2002). Esses sistemas funcionais atuam
conjuntamente para que o animal mantenha-se dentro de uma variação
tolerável, estando assim em equilíbrio com o meio.
Os estudos das preferências ajudam na compreensão dos
sentimentos dos animais. O sofrimento é um sentimento subjetivo
negativo e deve ser identificado. Apesar de existirem muitas formas de
se medir ferimentos, doenças e tentativas fisiológicas e comportamentais
de adaptação ao ambiente, ainda são pouco os estudos referentes aos
sentimentos dos animais e suas preferências (BROOM e MOLENTO,
2004).
Essas alterações fisiológicas e de comportamento diante dos
desafios, demonstradas pelas necessidades e preferências, são
usualmente empregadas para inferir sobre o nível de estresse, e
conseqüentemente, o bem-estar.
2.4 Estresse calórico
O estresse é a falência nas tentativas da regulação da
homeostasia corporal, onde os animais não conseguem manter as
alterações a níveis toleráveis (BROOM e MOLENTO, 2004) - O
estresse calórico (ou térmico) é a reação do animal ao calor e ao frio. O
sistema nervoso e o sistema endócrino coordenam a resposta ao estresse.
As respostas são mediadas pelo eixo hipotálamo hipófise adrenais.
As respostas hormonais se iniciam na reação de alarme. O estímulo
estressor determina a secreção de corticotropina (CRH) pelo hipotálamo
(SNC), que estimula a hipófise a liberar o hormônio
adrenocorticotrófico, provocando a liberação de hormônios produzidos
nas suprarrenais e adrenais. A porção medular das adrenais secreta as
catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) que respondem pela
excitação inicial e proporcionam ao organismo reações rápidas e
imediatas. A porção cortical das adrenais secreta hormônios sexuais e os
corticosteróides. Os corticosteróides (glicocorticóides,
glicocorticosteróides e mineralocorticóides) são hormônios esteróides
que exercem funções metabólicas essenciais como no metabolismo dos
carboidratos e na manutenção do equilíbrio eletrolítico. A função do
28
metabolismo dos carboidratos é disponibilizar glicose rapidamente na
corrente sanguínea como fonte imediata de energia para fazer frente a
uma situação de estresse. Níveis constantemente altos de
glicocorticóides, como no caso do estresse crônico, podem ser lesivos
aos tecidos, aos órgãos e inibir o crescimento. Uma hiperatividade
crônica das adrenais causa atrofia do tecido linfóide ocasionando a
queda da defesa imunológica (MUNCK et al., 1984; KHANSARI et al.,
1990; GREENSPAN, 2006).
A tireóide é outra glândula que esta envolvida com o estresse. O
hipotálamo regula por meio do hormônio liberador tireotropina (TSH) a
produção da tiroxina (T4) na tireóide. A tiroxina atua na regulação do
metabolismo e também potencializando outros hormônios como as
catecolaminas e o hormônio de crescimento (SH). O estresse, ao
interferir no hipotálamo e no controle da produção da tiroxina, pode
causar hiper ou hipotireoidismo. O hipertireoidismo é comumente
observado na faze inicial do estresse e o hipotireoidismo gera
esgotamento e colapso do sistema endócrino quando o estresse é crônico
(GREENSPAN, 2006).
Essas alterações fisiológicas causadas pelo estresse podem ser
diagnosticadas pelo exame clínico observando-se o nível de
desidratação, a freqüência respiratória, a freqüência cardíaca, a
temperatura retal e da pele (FERREIRA et al., 2006). Podem também
auxiliar no diagnóstico as análises laboratoriais bioquímicas,
hematológicas e hormonais (STARLING et al., 2002; FERREIRA et al.,
2009a).
Diante do estresse calórico as alterações de comportamento
mais observadas são: aumento no consumo de água (MEYER, et al.,
2006), diminuição da ruminação (PIRES & CAMPOS, 2008),
diminuição do pastoreio diurno, aumento do pastoreio noturno, maior
tempo de ócio (COSTA, 2000), aumento nas reações agonisticas
(COSTA & CROMBERG, 1997), anestro, diminuição nas
manifestações dos sinais de cio, diminuição na quantidade e qualidade
do sêmem ejaculado, etc ( MARAI et al., 2002; HAFEZ, 2003;
COELHO el al., 2006).
2.5 Termorregulação
Os animais homeotérmicos, aves e mamíferos, possuem a
característica de manter sua temperatura corporal relativamente
constante uitlizando-se de uma alta taxa metabólica gerada pela intensa
29
combustão de alimento energético nas células. Os animais
pecilotérmicos, peixes e répteis, não possuem esta característica e
necessitam do calor do sol para se aquecer (REECE, 1996).
A homeotermia é mantida através da homeostase térmica
conseguida pelo controle das taxas metabólicas, possibilitando a
manutenção da temperatura do corpo a um nível que pode ser distinto da
temperatura do meio (PERISSINOTO, 2006). Este processo envolve a
capacidade de gerar calor (termogênese) e também a capacidade de
perder calor (termólise) (KOLB, 1984).
Os animais estarão dentro de uma faixa de temperatura
chamada de Zona Termoneutra (ZT) quando estiverem mobilizando seus
recursos termorreguladores para se ajustarem às condições do meio sem
sofrer estresse pelo frio ou calor (YOUSEF, 1985). Esta manutenção da
homeotermia feita por trocas de calor com o meio é proporcionada pela
ação dos mecanismos fisilógicos, comportamentais e metabólicos
(LEME et al., 2005). Porém, existe uma faixa ótima de temperatura
contida na zona termoneutra, cujo custo fisiológico é mínimo
(BACCARI JR, 1998) e é chamada de zona de conforto térmico (ZCT).
A ZCT corresponde a uma faixa de temperatura onde o animal tem
melhores condições ambientais para seu desempenho e saúde (HAHN,
1999). Normalmente se justificam investimentos em melhorias das
instalações e construções, visando melhores condições ambientais,
quando os animais estão fora das ZCT e ZT (PEREIRA, 2005).
Esquema demonstrativo das ZCT e ZT está na FIGURA 1.
FIGURA 1. Gráfico representativo das zonas de conforto térmico e termoneutra.
Na literatura os limites ideais da ZCT e ZT apresentam valores
bastantes variáveis e se devem a fatores como: raça, indivíduo, peso,
idade, estado fisiológico, condição nutricional e fatores ambientais
30
diversos. Nos bovinos ao se estabelecer estes limites deve-se levar em
consideração a sua origem, os Bos taurus taurus de origem européia e os
Bos taurus indicus de origem indiana que foram selecionados ao longo
do tempo para estarem adaptados aos seus respectivos climas,
temperado e tropical respectivamente. No caso das raças taurinas
européias estes limites estão entre 0 e 16ºC para a ZCT, com
temperatura crítica máxima da ZT de 25ºC, enquanto que nas raças
zebuínas os valores estão entre 10 e 27ºC para ZCT e com temperatura
crítica máxima da ZT de 35ºC (PEREIRA, 2005). Para animais
mestiços, como o Girolando, não há valores definidos e admitem-se
valores intermediários aos já citados.
Os animais precisam de condições climáticas ótimas para o
desempenho produtivo eficiente. As ZCT e ZT são adequadas para o
estudo do conforto térmico dos animais, mas utiliza apenas a
temperatura do ar como referência. Com o desenvolvimento tecnológico
da bioclimatologia alguns índices estão sendo usados nos
estabelecimento destes limites de condições ambientais ideais. O Índice
de Temperatura do Globo e Umidade (ITGU), Carga Térmica de
Radiação (CTR) e Índice de Temperatura e Umidade (ITU) são índices
utilizados atualmente e são calculados usando-se outros fatores
climáticos além da temperatura do ar, como: umidade do ar, radiação,
ventos, entre outros (SILVA, 2008).
O calor é trocado pelo animal com o meio através de quatro
processos: a condução, a convecção, a radiação e a evaporação. A
condução é o processo no qual o animal troca calor com o meio pelo
contanto direto. A convecção é um processo de transporte de massa
caracterizado pelo movimento de um fluido devido à sua diferença de
densidade, especialmente por meio de calor, no animal se através da
saída do calor do corpo para o ar mais frio, este processo é bastante
influenciado pela velocidade do ar (ventos). A radiação é a ão direta
dos raios solares sobre o animal, também se manifesta pela reflexão dos
raios solares do solo e das instalações para o animal (LEME et al.,
2005). A evaporação ocorre durante a respiração e transpiração da pele e
é bastante influenciada pela umidade do ar. Quando a temperatura do ar
excede a temperatura do corpo do animal, o calor será perdido apenas
pela evaporação e se a umidade também estiver alta, diminuirá a perda
evaporativa por transpiração e aumentará a perda pela respiração. O
animal ofegante aumenta a taxa metabólica, gasta mais energia, fica com
acidose respiratória e apresenta alterações no comportamento
(STARLING et al., 2002).
31
O centro termorregulador dos animais se encontra no
hipotálamo (SNC). Sob temperaturas elevadas as células
termorreceptoras periféricas do calor são estimuladas a enviarem via
hipotálamo anterior a determinação de perda de calor, que se faz por
meio de ajustes funcionais e normas de conduta para dissipar calor para
o meio. Sob temperaturas baixas as células termorreceptoras periféricas
do frio são estimuladas a enviarem via hipotálamo posterior a
determinação de ganho de calor, que se faz por meio de ajustes
funcionais e normas de conduta para conservar e/ou produzir calor
(LISTA et al., 2005).
Nos trópicos, o mais importante para o animal é a perda de
calor sendo que os mecanismos fisiológicos utilizados para essa
termólise são: aumento do fluxo sanguíneo periférico, aumento da
freqüência respiratória, aumento da sudorese, redução da ingestão de
alimentos, aumento no consumo de água, mudanças na atividade
endócrina e conseqüentemente mudanças comportamentais (DHIMAN
& ZAMAN, 2001).
A pele é o dispositivo anatômico que os bovinos dispõem para a
perda de calor. A pele é o órgão responsável pela termorregulação,
defesa, percepção e proteção. Apresenta duas camadas: a epiderme e a
derme. Os órgãos anexos são os folículos pilosos, as glândulas
sudoríparas e sebáceas, e os cascos. A epiderme é constituída por um
epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, abrigando entre outras,
células produtoras de queratina (uma proteína resistente e impermeável
responsável pela proteção), de melanina (responsável pela filtragem dos
raios UV) e de células imunitárias. A epiderme não possui vasos
sanguíneos e os nutrientes e o oxigénio chegam à epiderme por difusão a
partir de vasos sanguíneos da derme. A derme é formada de tecido
conjuntivo onde se localizam os vasos sanguíneos, os vasos linfáticos,
os nervos e os órgãos sensoriais (GETTY, 1986). A hipoderme
subcutânea se relaciona funcionalmente e é constituída por tecido
adiposo que serve para armazenamento energético e proteção contra o
frio.
A relação entre a superfície da pele e o peso do animal é
importante na termólise. Animais de raças pequenas e médias tem uma
relação superficie/peso maior que animais de grande porte, portanto têm
mais facilidade de perder calor para o meio. A espessura mais fina da
pele influencia na rápida dissipação do excesso de calor corporal e esta
característica deve ser selecionada nos animais. Porém, não relação
entre a espessura da pele e a evolução adaptativa ao clima tropical,
que existem raças de clima temperado com pele mais fina que os
32
zebuínos. A variação da espessura varia entre espécies, raças e
indivíduos e são geneticamente determinadas. Existe uma variação da
espessura da pele de acordo com a estação do ano, sendo mais fina no
verão e mais espessa no inverno (PINHEIRO & SILVA, 2000), como
também variação das características de pelame, o posicionamento e a
atividade das glândulas sudoríparas (FERREIRA et al., 2009b)
A pigmentação da pele esta diretamente relacionada aos fatores
climáticos, com destaque para radiação solar. Geralmente animais de
climas quentes e úmidos apresentam maior pigmentação. Esta
pigmentação é dada pela melanina, pigmento produzido na camada basal
da epiderme pelos melanócitos, com função de defesa contra a radiação
ultravioleta. A cor negra absorve maior quantidade de energia térmica
elevando a temperatura cutânea e como conseqüência o estresse calórico
(HILLMAN et al., 2001). Ao contrário, a pele clara expõe o animal a
patologias cutâneas pela falta da proteção contra os raios ultravioletas.
Portanto, a seleção de animais com pele negra deve ser buscada desde
que associada a pelagem clara.
A pelagem ideal para os bovinos criados nos trópicos deve
apresentar pelos claros, curtos, grossos (SILVA, 1999). Os pelos claros
refletem a radiação solar direta, os pelos curtos e grossos facilitam a
ventilação entre os pelos facilitando as trocas térmicas (SILVA et al.,
2003; PEREIRA, 2005). A quantidade de pelos por unidade de área deve
ser baixa, desde que a pele seja bem pigmentada (MAIA et al., 2003).
Caso contrário, em pele sem pigmentação, um maior mero de pêlos
por unidade de área é importante para a proteção da epiderme contra a
radiação ultravioleta. (GEBREMEDHIN et al., 1997)
As glândulas sudoríparas têm função termorregulatória nos
mamíferos, elas desempenham esta função utilizam-se do calor cedido
pela mudança de fase líquida para vapor (calor latente). As glândulas
são compostas por duas partes, uma espiralada que secreta o suor e outra
dutal que leva esta secreção através da derme e epiderme até o exterior
do corpo. Esta secreção é ativada pelas fibras simpáticas colinérgicas,
sendo que a quantidade é determinada pela intensidade do estímulo que
chega às glândulas (SILVA, 2008).
O produto da atividade funcional das glândulas sudoríparas é o
suor, que contem 99% de água e 1% de sais, sendo quantificado pela
taxa de sudação (g/m
2
/h).
A densidade de glândulas sudoríparas e taxa de sudação variam
conforme os indivíduos e as raças, e por serem geneticamente
determinadas podem ser usadas em programas de seleção. Não existem
diferenças significativas no numero de glândulas por cm
2
de pele entre
33
os taurinos e zebuínos, mas as glândulas destes últimos são mais longas,
largas e volumosas (PAN, 1963), o que lhes proporciona uma
capacidade de sudação mais eficiente, conseqüentemente, maior
adaptação ao calor (MULLER, 1989). Outro fator comprobatório da
melhor eficiência termorregulatória dos zebuínos é que a sudação inicia-
se em temperaturas da pele e retal mais baixas. A densidade e o volume
dessas glândulas variam conforme região do corpo, destacando-se
positivamente o escroto nos machos e a região perineal das fêmeas
(BLAZQUEZ et al., 1994).
2.6 Melhoria das condições ambientais.
Para adaptar o meio às necessidades do animal proporcionando-
lhes bom ambiente é preciso conhecer a anatomia, a fisiologia e o
comportamento do animal. A partir desse conhecimento deve-se planejar
a estrutura física da propriedade, como construções, instalações
(BAÊTA & SOUZA, 1997; ZAPPAVIGNA, 2001), tamanho e forma
dos piquetes (MACHADO, 2004), localização dos bebedouros
(COIMBRA et al., 2009), comedouros, saleiros (MACHADO, 2004),
sombras (CARVALHO et al., 2002; PEREIRA, 2005; PIRES &
CAMPOS, 2008), etc.
As construções e instalações normalmente são concebidas para
proporcionar conforto e praticidade aos trabalhadores e economia ao
empreendedor, porém nem sempre o bem-estar é considerado. As
alternativas para proteger os animais do estresse calórico normalmente
estão baseadas na diminuição dos efeitos climáticos que têm ação direta
e são factíveis de interferência. Alguns exemplos destas alternativas são:
Instalações planejadas para proporcionar bom ambiente:
Devem ter o dimensionamento e posicionamento correto,
ventilação natural, lanterninhos, telhas refletoras, etc.
(BAÊTA & SOUZA, 1997);
Ventilação: Quando não se consegue boa ventilação
natural ou esta não é suficiente, deve-se fazer uso de
ventilação mecânica, facilmente conseguida por meio de
ventiladores (PERISSINOTTO, 2006);
Piscinas e lagoas de resfriamento: proporciona
transferência de energia térmica do animal para a água por
condução (PEREIRA, 2005).
34
Sistemas de resfriamento: São equipamentos que usam o
resfriamento evaporativo com água ao produzirem névoa,
neblina, gotejamento ou aspersão, podem ou não estar
associados à ventilação (BUCKLIN et al., 1991; SILVA et
al. 2002, PERISSINOTTO, 2006)
Ar refrigerado e/ou climatizado (PEREIRA, 2005): usado
normalmente em confinamento total, neste sistema pode-
se ter controle total dos fatores climáticos, mas tem custo
bastante alto.
Sombra (DAVISON et al, 1988, CARVALHO et al 2002,
SCHUTZ, 2008) pode ser artificial e natural, é o tema a
ser discutido a seguir.
2.7 Sombra
O uso da sombra atua diretamente no principal fator causador
de estresse calórico que é a radiação. Como foi citada, além de agir
diretamente sobre o animal, a radiação interfere em outros fatores
climáticos como a temperatura e umidade do ar. O ambiente é
considerado estressante aos animais sempre que as variáveis
climatológicas apresentam-se acima da ZT (SILVA JR, 2001), isto
ocorre nas maiores latitudes no verão e nas menores latitudes durante
todo ano.
A sombra pode ser natural ou artificial. Nas áreas de manejo
em geral e nos confinamentos a sombra artificial é a mais indicada.
Nestas áreas o custo da cobertura é menor (menor área a ser coberta) e a
alta densidade de animais e instalações dificulta a arborização. No
entanto não se excluem a possibilidade do plantio de árvores isoladas,
cercas vivas e quebra ventos.
Em pastagens, a disponibilização de sombras artificiais é
indicada na forma de estruturas móveis ou fixas, usando-se materiais
sintéticos ou naturais e que são posicionadas em uma determinada área
da pastagem. Estas estruturas resolvem apenas parte do problema, que é
a de proteger os animais na hora do descanso, ou nas horas de maior
estresse. Assim concebidas elas concentram os animais mais tempo em
determinadas áreas, normalmente perto dos bebedouros, cochos e
saleiros (áreas de descanso) causando problemas para a ecologia das
pastagens, como será discutido mais a frente. O uso da sombra artificial
35
na pastagem é recomendado, desde que provisoriamente, até serem
substituídas pela sombra natural.
A melhor sombra é proporcionada pelas árvores (BACCARI JR,
1998). Os bovinos em condições de livre escolha, geralmente preferem a
sombra das árvores em detrimento das estruturas artificiais construídas
pelo homem (PEREIRA, 2005). Isto se explica porque as árvores atuam
como redutoras da temperatura do ar, já que as plantas absorvem a
energia radiante utilizada no processo de mudança de fase de água
(evaporação). Ao contrário, em ambiente com construções, instalações e
estruturas artificiais a energia radiante disponível no ambiente é
convertida predominantemente em fluxo de calor sensível, com elevação
da temperatura do ar (MARIN et al., 2008).
A sombra natural das árvores nas pastagens possui outras
vantagens enumeradas por Pires & Carvalho (2000) e Carvalho et al.
(2002).
Controle da erosão;
Mudanças microclimáticas favoráveis ao micro e macro fauna;
Melhoramento da fertilidade do solo;
Melhor aproveitamento das águas das chuvas;
Maior produção e melhor valor nutritivo das forragens;
Diversificação da dieta dos animais
Aumento da biodiversidade (estabilidade do sistema e controle
biológico)
Diversificação da renda
As árvores podem ser distribuídas nas pastagens e no seu
entorno de várias formas, sendo as mais comuns: individualmente, em
quebra-ventos (linhas periféricas), cercas vivas, corredores forrageiros,
pequenos bosques localizados no meio ou nos cantos, em linhas
(simples, duplas, ou mais) e dispersas aleatoriamente (CARVALHO et
al., 2002). Entretanto, recomendam-se os sistemas agroflorestais que
seria a forma que agregar mais benefícios e de forma mais homogênea.
2.8 Sistemas silvipastoris (SSPs)
Os Sistemas Agroflorestais são definidos como uma forma de
uso da terra na qual se combinam espécies arbóreas lenhosas (frutíferas
e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou animais, de forma
36
simultânea ou em seqüência temporal e que interagem econômica e
ecologicamente (PACIULLO et al., 2000).
Os SSPs, como também os Agrossilvipastoris e
Agrossilviculturais, são classificações dos Sistemas Agroflorestais. O
que os diferencia são seus componentes: Sistemas Agrossilvipastoris
combinam árvores com cultivos agrícolas e animais; Sistemas
Agrossilviculturais combinam árvores com cultivos agrícolas anuais e os
SSPs combinam árvores e pastagem (PACIULLO et al., 2000).
A opção do agropecuarista por um destes sistemas vai depender
das características da propriedade, disponibilidade de recursos e de seus
objetivos. Quando a atividade principal é a pecuária, geralmente, os
SSPs são os mais utilizados, mas vale lembrar que alguns modelos de
SSPs em uso foram implantados usando-se culturas anuais ou outro tipo
de atividade agrícola.
A escolha da espécie arbórea e a tecnologia de implantação são
importantes, as espécies nos estágios sucessionais iniciais (pioneiras)
tem melhor desempenho que as de estágios tardios (MELOTTO et al.,
2009). Deve-se optar também por espécies adaptadas e com previsão de
retorno econômico ao sistema, como leguminosas (BARCELLOS et al.,
2008), frutíferas, madeiráveis, etc.
A presença das árvores é determinante na sustentabilidade do
sistema pela capacidade de capturar nutrientes de camadas mais
profundas do solo, reciclando-os eficientemente e proporcionando maior
cobertura e conservação dos recursos edáficos (ALONZO, 2000;
IBRAHIM et al., 2001), a deposição da serapilheira tem efeito positivo
sobre a fertilidade do solo (ANDRADE et al., 2002).
O solo sob sistema agroflorestal utiliza da ciclagem de
nutrientes para proporcionar melhorias nas características químicas e
físicas, principalmente nas menores profundidades (BARRETO E
FERNANDES, 2001). Nestas condições ele apresenta qualidade
superior quando comparado ao mesmo solo cultivado em sistema
convencional, apresentando menor densidade, maior porosidade, menor
resistência à penetração e maior agregação (CARVALHO et al., 2004).
Nestas condições haverá uma maior atividade biológica e um aumento
na mineralização de nitrogênio (JOFFRE et al 1988, HANG et al 1995).
As características edáficas e climáticas proporcionadas por este
micro clima criam as condições necessárias para o aumento da
biodiversidade, onde as árvores, os animais de produção, a macro e
micro fauna silvestre e os organismos do solo cumprem seu papel
ecológico interagindo entre si e proporcionado estabilidade ao sistema
(CARVALHO et al., 2004). Maiores valores em diversidade de fauna
37
são encontrados sob as copas das árvores (DIAS et al., 2006), com
potencial para serem agentes benéficos (AUAD et al., 2007) . Os SSPs
geram sistemas produtivos que provocam impactos positivos na
diversidade zoológica, com o aumento do tempo de utilização ocorre um
aumento da macro fauna com dominância de Anelídeos (WILD et al.,
1993; LAZO et al., 2007), ou seja, um aumento na população de
minhocas que são benéficas ao solo por humificar a matéria orgânica.
Em SSPs as forrageiras, gramíneas e leguminosas,
podem ser beneficiadas pelo sombreamento, mas deve-se escolher uma
da espécie herbácea que se adapte a este tipo de exploração. A maioria
das forrageiras tropicais se adapta bem, como por exemplo, as do gênero
Brachiaria, que em níveis de 30% a 50% de sombreamento, apresentam
maior produtividade que a pleno sol (MARTUSCELLO et al., 2009),
apresentando também um aumento nos teores de proteína bruta
(SOUSA et al., 2007a), redução nos teores de fibra em detergente
neutro e um incremento na digestibilidade (PACIULLO et al., 2007).
As forrageiras deste nero apresentam plasticidade fenotípica, em
resposta aos diferentes níveis de sombreamento, o que lhes confere
elevado potencial para uso em SSPs (PACIULLO et al., 2008). Outros
gêneros também são tolerantes ao sombreamento, como os Panicuns e
entre as leguminosas os Arachis (SOARES et al., 2009 ; ANDRADE et
al., 2004).
O planejamento é fundamental para o bom
desenvolvimento do sistema e para o melhor aproveitamento possível
dos recursos disponíveis, tornando as interações ecológicas positivas. O
formato da copa das árvores, sua densidade e distribuição espacial no
pasto exercem influencia sobre o solo e as forrageiras. A composição
botânica da pastagem é determinada, entre outros fatores, pelo
sombreamento. A diferença da radiação incidente no extrato inferior do
bosque determina as quantidades de espécies C
4
e C
3
(PILLAR et al.,
2002). A quantidade de forragem disponível e as concentrações micro e
macro elementos são diferentes na linha e entrelinha das árvores quando
plantadas em faixas (OLIVEIRA et al., 2007) e há um decréscimo de
transferência de nitrogênio da leguminosa para o capim com o aumento
da distância em relação ao tronco das espécies arbóreas ( DIAS et al.,
2007).
O manejo é determinante na sustentabilidade do sistema.
Destacam-se dois tipos: 1) o manejo vegetal, que são as podas e/ou
retirada de espécies e/ou introdução de novas espécies e 2) o manejo
animal, que são: as espécies de animais e raças escolhidas, categoria
animal, taxa de lotação, período de ocupação, período de descanso, etc.
38
A soma desses dois tipos de manejo, animal e vegetal, vão configurar o
sistema a favor do equilíbrio desejado para cada objetivo.
O comportamento de animal é o elo entre o sistema de
produção e o manejo imposto pelo humano. Tanto o animal modifica o
sistema como este influencia o comportamento. A compactação ao solo
e a proporção das leguminosas no consórcio com as gramíneas são
influenciadas pelo manejo dos animais (BAGGIO, 1988; ANDRADE et
al., 2003); Dias et al (2008) comparando três leguminosas arbóreas,
constataram que apenas uma delas pode ser indicada para introdução na
presença do gado sem proteção. Esses são alguns entre muitos exemplos
da interação ecológica dos animais e as pastagens.
2.9 Arquitetura da pastagem
A pastagem é o espaço arquitetonicamente organizado e
animado que constitui um meio físico e psicológico, especialmente
preparado para o exercício de atividades dos animais que nele vivem, é o
espaço onde o gado bovino é parte e sujeito desse ambiente (COSTA,
2000). O comportamento dos bovinos provoca a heterogeneidade
espacial da pastagem gerando importantes conseqüências no ecossistema
(ADLER et al., 2001), principalmente em grandes áreas e mal
manejadas. O estudo do comportamento representa importante
ferramenta no entendimento das relações no ecossistema de pastagem
(PARSONS et al., 2001). O uso sustentável das pastagens depende de
um melhor entendimento dos mecanismos envolvidos, porém para se
manejar adequadamente é necessário que a arquitetura da pastagem seja
favorável (facilitadora).
O comportamento dos bovinos, além da sua herança biológica,
é também determinado pelo dimensionamento e a localização dos
componentes do sistema pastagem, tais como: bebedouros, cochos de
suplementação, porteiras de acesso, corredores, sombras, entre outros
(PASCOA & COSTA, 2007). As alterações provocadas pelo
comportamento dos bovinos no ecossistema são observadas pelas
mudanças na diversidade de plantas (MICHUNAS & LAUENROTH,
1993), pelo subpastejo em algumas áreas e superpastejo em outras
(GOULART, 2006), pela formação de trilhas, malhadouros, erosões, etc.
O sistema pastagem é um sistema aberto, ou seja, tem entrada e
saída de matéria e energia (D’AGOSTINI & CUNHA, 2007). A saída se
faz na forma de erosão, lixiviação, produtos de origem animal, etc. A
entrada ocorre através da radiação solar, chuva, irrigação, ventos e
insumos. A reposição de nutrientes para as plantas, de vital importância
39
para a pastagem, é feita por estas entradas, mas também pode e deve ser
feita pela ciclagem na matéria orgânica. Este processo é feito pelas
árvores (quando em sistemas silvipastoris) que retiram nutrientes das
camadas mais profundas e os depositam sobre o solo na forma de
serapilheira, pelos microorganismos e pelos excrementos dos bovinos
(fezes e urina). Até 90% dos nutrientes retornam ao sistema através
dessas excreções (MONTEIRO & WERNER, 1997).
Um hectare de uma pastagem bem formada e manejada no
centro-oeste, comporta em média duas Unidades Animais (1UA = 450kg
de PV), que depositam por ano neste espaço, aproximadamente, 18
toneladas de fezes e 10 mil litros de urina (MACHADO, 2004). Segundo
dados do trabalho de Aguiar et al (2006) neste total de excrementos
conteria aproximadamente a 158 kg de N, 36 kg de P, 195kg de K, 115
kg de Ca, 46 kg de Mg e 26kg de S. Porém esta reciclagem de nutrientes
será eficaz se for distribuída de forma homogênea. A arquitetura da
pastagem, por meio da distribuição de seus componentes irá contribuir
para uma maior dispersão dos animais e, conseqüentemente, das fezes e
da urina. Mas o manejo adequado não deve ser relegado, pois
juntamente com a arquitetura, influenciam no comportamento dos
animais que executam o processo.
3. OBJETIVOS
Avaliar a influência de diferentes disponibilidades de
sombreamento na resposta fisiológica e comportamental das fêmeas
bovinas leiteiras, assim como a distribuição espacial desses animais e de
suas fezes nas pastagens.
4. METODOLOGIA
4.1 Local e animais
O experimento foi realizado na fazenda Prisca, uma unidade
produtiva familiar, dedicada à pecuária leiteira, com área total de 33 ha,
localizada na região centro-oeste do Brasil, no município de Goiás - GO,
georreferenciada em 15º54’56’’S e 50º07’07’’WO e com altitude de
578m.
40
O rebanho total da propriedade contava com 22 vacas mestiças
Gir, Holandês e Jersey, com grau sangue médio de 83,3% taurino e
16,7% zebuíno, peso médio 440 ± 77 kg e com produção média 9,7 ±
0,4 kg de leite/dia. Destas, 12 foram selecionadas e distribuídas em
quatro grupos de três vacas, em função da raça, do grau de sangue, do
peso, da condição corporal, da idade, produção de leite e do estágio de
lactação.
4.2 Delineamento experimental e tratamentos
O modelo estatístico utilizado foi o quadrado latino, onde todos
os tratamentos são testados por todos os grupos de vacas em quatro
períodos diferentes (QL 4X4). Os quatro tratamentos foram: piquete
sem sombra (sol), piquete com sombra única (única), piquete com
sombra em bosque (bosque) e piquete com sombra dispersa (dispersa),
como mostra o esquema da FIGURA 2. A sombra usada no
experimento é proveniente de espécies nativas já existentes na área,
surgidas espontaneamente por regeneração natural e deixadas nas
pastagens na forma de roçada seletiva. As principais espécies eram:
Angico (Anadenthera colubrina), Gonçalo-Alves (Astronium
fraxinifolium), Aroeira (Schinus terebinthifolius), Jatobá (Hymenaea
courbaril), Ipê (Tabebuia alba), Baru (Dipteryx alata), Tamburil
(Enterolobium contortisiliquum), Tarumã (Vitex megapotamica),
Angelim (Vatairea macroparpa), Araticum (Annona crassiflora),
Cagaita (Eugenia dysenterica), Murici (Byrsonima crassifolia), entre
outras.
A sombra do tratamento “dispersa” contava com uma média de
53±9 árvores por piquete, que equivale a 240 árvores/ha. A sombra do
tratamento “bosque” ocupava no piquete uma faixa longitudinal de 3
metros de largura. A sombra do tratamento “única” era uma sombra
artificial feita com madeira e palha de palmeira, nas medidas: 2 m de
largura x 2 m de comprimento x 2 de altura (área de sombra de 4 m
2
).
Os bebedouros usados foram caixas d’água circulares, plásticas,
azuis, com capacidade de 500 litros. Os saleiros usados foram tambores
plásticos de 50 litros, cortados ao meio, formando dois copos com
capacidade de 25 litros e ambos distribuídos nos piquetes segundo
esquema da FIGURA 2.
41
FIGURA 2. Esquema da arquitetura dos piquetes e distribuição espacial da
sombra, do bebedouro e do cocho de suplementação mineral.
Os piquetes, delimitados com cerca elétrica de um fio, tinham
área de 2.204 m2, no formato retangular, com 38m de largura por 58m
de comprimento. No total os 16 piquetes, quatro para cada tratamento,
ocuparam uma área de 35.264 m2. Cada piquete foi subdividido, em 24
subáreas (quadrantes) com medidas de 9,5 m x 9,7 m. Isto foi feito por
meio da marcação com sinalizadores coloridos nas cercas das parcelas,
sendo os quadrantes identificados pela intersecção visual dos
alinhamentos e denominados segundo esquema da FIGURA 3.
42
A1
B1
C1
D1
E1
F1
A2
B2
C2
D2
E2
F2
A3
B3
C3
D3
E3
F3
A4
B4
C4
D4
E4
F4
FIGURA 3. Esquema da divisão do piquete em subáreas (quadrantes) e
respectivas identificações.
Adjacente às parcelas experimentais foi selecionada uma área
adicional de 6 ha, com água e sal mineral disponíveis, e com
características semelhantes de pastagem, para utilização depois das
avaliações diárias. As pastagens utilizadas foram de Brachiária
brizanta, formadas a partir do desmatamento da vegetação nativa,
aproximadamente há 15 anos.
4.3 Procedimentos experimentais
Quarenta e cinco dias antes de iniciar o experimento as
pastagens, tanto as parcelas experimentais como a área adjacente, foram
submetidas a um pastejo intensivo, de forma a deixar uma sobra de
capim com 10 cm de altura. Esse procedimento teve o objetivo de
padronizar a disponibilidade de pasto nos piquetes. Cada piquete foi
ocupado pelas vacas por um período de três dias, sendo um dia para
adaptação e dois dias para coleta dos dados.
Os animais eram recolhidos da pastagem adjacente e ordenhados
pela manhã entre às 5h:30min e 7h:30min , ocasião em que fazia-se a
coleta de dados individuais de cada animal, tais como: 1) Produção de
leite (kg): usando-se uma balança própria para pesagem de leite, com
precisão de 0,1 kg; 2) Temperatura retal: usou-se termômetro veterinário
de coluna de mercúrio introduzido no reto da vaca por três minutos; e 3)
Freqüência respiratória: observação visual e contagem dos movimentos
respiratórios por 30 segundos e multiplicando-se este por dois para
estimar a freqüência por minuto.
Após a apartação dos bezerros e a formação dos grupos, as vacas
eram conduzidas aos piquetes experimentais. Às 8h:30min iniciava-se a
coleta de dados do etograma e da localização espacial das vacas dentro
43
do piquete. Este procedimento durava até às 15h:40min, quando as
vacas eram reconduzidas para a sala de ordenha e entre às 16h:00min e
18h:00min era realizada a segunda ordenha do dia e repetidas as rotinas
e procedimentos feitos pela ordenha da manhã. Após, as vacas eram
reunidas em grupo único, na pastagem adjacente às parcelas
experimentais, onde ficavam até o reinicio das rotinas no dia seguinte.
As observações ocorreram exclusivamente enquanto os animais
estavam no piquete, no intervalo entre as ordenhas da manhã e da tarde
iniciando assim que os animais entravam na nova parcela. A
metodologia empregada foi de observações visuais e diretas, com
registros instantâneos a cada dez minutos (ALTMANN, 1974). Em cada
instantâneo era registrado o comportamento de cada animal do grupo.
Foi utilizada uma planilha para rápido preenchimento nas seguintes
categorias e definições que têm sido adotadas pelo LETA:
Pastando: animal com a boca próxima ao solo ou apreendendo
forragem, podendo mover-se vagarosamente para frente, mas
com a boca abaixo ou ao nível superior da pastagem.
Ruminando em pé: animal mastigando, com movimentos
dorsos-ventrais e latero-laterais de mandíbula; em estação.
Ruminando deitada: animal mastigando, com movimentos
dorsos-ventrais e latero-laterais de mandíbula; posição de
decúbito esternal.
À toa em pé: animal em estação sem movimentos de
mastigação. Parado em pé.
À toa deitada: animal em decúbito esternal, ou lateral sem
movimentos de mastigação. Parado deitado.
Andando: animal se locomovendo com a cabeça acima do nível
superior da pastagem. Deslocamento sem apreensão de
alimento nem mastigação.
Bebendo: animal com lábios submersos na água com
movimentos de garganta característicos de ingestão de água.
Mineralizando: animal lambendo ou ingerindo suplemento
mineral.
Era, também, registrado se o animal estava na sombra ou não e
as reações agonísticas.
Quando da coleta de dados do etograma, por meio da observação
visual do cruzamento entre abscissas e coordenadas, era também
identificada a distribuição espacial da vaca no piquete no momento da
44
execução daquele comportamento e a situação micro ambiental (sol ou
sombra). A distribuição espacial das fezes no piquete era estimada um
dia após a saída das vacas do piquete pela contagem do número de bolos
fecais em cada subárea.
Quando as vacas entravam no piquete pela manhã o bebedouro
estava com água nivelada até uma marca contida em toda circunferência
da parede interna do mesmo. A medição da quantidade de água
consumida foi feita no final do dia, completando-se o reservatório, até
esta marca, com volume de água conhecido. Media-se assim o consumo
de água diário do grupo. A temperatura da água dos bebedouros foi
monitorada através de um termômetro de coluna de álcool. Esta medida
foi realizada no momento da medição da quantidade de água.
Para a medição da temperatura e a umidade no local do
experimento foram utilizados dois termo-higrômetros digitais portáteis,
um localizado a pleno sol e o outro localizado na sombra. Dados
meteorológicos detalhados da micro-região durante os dias do
experimento foram adquiridos do banco de dados do CPTEC-INPE da
estação meteorológica de Goiás-Go, distante 5 km do local do
experimento.
4.4 Dados meteorológicos
Para efeito de análise das condições climáticas utilizou-se o Índice
de Temperatura e Umidade (ITU), classificado segundo Pires & Campos
(2004) da seguinte forma: Menos ou igual a 70: normal animais na
faixa de temperatura e umidade ideal; Entre 70 e 72: alerta condições
climáticas no limite; Entre 72 e 78: alerta – desempenho comprometido;
Entre 78 e 82: perigo o animal está com todas as funções orgânicas
comprometidas; e acima de 82: emergência é preciso tomar
providências urgentes. O cálculo do ITU foi feito pela fórmula descrita
por Pires & Campos (2008): ITU = Tbs + 0,36Tpo + 41,5
onde: Tbs é a temperatura do bulbo seco em ºC e Tpo é a
temperatura do ponto de orvalho em ºC.
4.5 Análise estatística
Os dados das variáveis: tempo pastando, tempo ruminando,
tempo de outros comportamentos, consumo de água, produção de leite,
temperatura retal e freqüência respiratória; foram submetidos a análise
de variância empregando o teste de Duncan, por meio do programa
45
estatístico SAS. Foi considerado na análise a média de cada grupo, nos
quatro tratamentos e nos quatro períodos experimentais.
O modelo estatístico utilizado para a análise do quadrado latino
foi:
Y
ijk
= µ + G
i
+ P
j
+ T
k
+ ε
εε
ε
ijk
Onde: y
ijk
é a variável dependente observada, relativa a cada
grupo de animais “i”, no período “j”, no tratamento “k”; µ é a média
geral; G
i
é o efeito dos grupos de animais “i“; P
j
é o efeito do período
“j”, Tk é o efeito do tratamento “k“; ε
ijk
é o erro aleatório (0, σ
2
).
Os dados das variáveis, distribuição das vacas e das fezes nos
quadrantes dos piquetes, foram analisados por meio de tabelas de
contingência (crosstables). A análise testada pelo qui-quadrado compara
as freqüências observadas com as freqüências esperadas, consideradas
caso não houvesse diferença entre os tratamentos.
Todas as conclusões foram obtidas considerando 5% como
nível de significância.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Dados meteorológicos
A temperatura média do ar na estação meteorológica foi de
28,3±1,5 ºC; com média das mínimas de 23,2±1,6 ºC e média das
máximas de 31,1±0,9 ºC. No local do experimento, a pleno sol a média
foi de 34,9±13,6 ºC; com média das mínimas de 21,9±1,5 ºC e média das
máximas de 47,9±2,4 ºC; na sombra a média foi de 26,4±3,9 ºC; com
média das mínimas de 22,9±1,4 ºC e média das máximas de 30,0±1,3 ºC.
A UR média na estação meteorológica foi de 58,5±8,4 %; com média das
mínimas de 46,1±7,4 % e médias das máximas de 77,5±5,3 %. No local
do experimento, a pleno sol a média foi de 35,4±26,2 %; com média das
mínimas de 11,3±5,4 % e média das máximas de 59,6±10,0 %; na
sombra a média foi 62,4±16,5 %; com média das mínimas de 47,3±5,8 %
e médias das máximas de 77,5±5,3 %. O ITU médio calculado foi de 76,
83 e 74 para a estação meteorológica, pleno sol e na sombra,
46
respectivamente. Em todos os dias os valores do ITU da estação
meteorológica e da sombra estiveram entre 74 e 78, valores que se
encontram dentro da classe que as vacas estariam com seu desempenho
comprometido devido a condições climáticas desfavoráveis. Já os
valores coletados a pleno sol ficaram acima de 82, que sugere que o
animal está em risco.
Os valores do ITU mostram que não houve uma variação
climática considerável entre os dias do experimento. Quando as vacas
estavam no tratamento “sol” sofreram com o ITU de 82, que chegou a
esse valor apenas quando não havia sombra. O estresse calórico aumenta
com o valor do ITU, podendo superar o limite tolerado pelos animais
(DUPREEZ et al., 1991; RAVAGNOLO et al., 2000; MARCHETO,
2002). Com ITU acima de 80, os animais procuram a sombra para evitar
o calor por radiação direta (ARMSTRONG, 1993; MULLER et al.,
1994; SILVA, 2008). O ITU tem influência sobre os padrões fixos de
comportamento, ajustes hormonais coordenados pelo sistema
neuroendócrino conduzem a alterações no comportamento no sentido de
uma adaptação aos desafios (TALEGON, 1993; PORTUGAL, 2000).
5.2 Comportamento e fisiologia
Os percentuais dos tempos de pastoreio, ruminação e outros
comportamentos são mostrados na TABELA 1.
47
TABELA 1. Tempos percentuais que as vacas se dedicavam ao pastoreio,
ruminação ou outros comportamentos, de um total 430 minutos de observação
por dia. Os números seguidos de letras minúsculas diferentes, na mesma coluna,
são diferentes estatisticamente pelo teste de Duncan (5%).
COMPORTAMENTO (% do tempo)
TRATAMENTOS
PASTANDO RUMINANDO OUTROS
SOL
55 b 13 b 32 a
ÚNICA
55 b 23 a 22 b
BOSQUE
64 a 23 a 13 c
DISPERSA
65 a 24 a 11 c
Durante o período observado, o percentual de tempo pastando
foi maior quando as vacas estavam nos tratamentos “bosque” e
“dispersa”, do que nos tratamentos “sol” e “única” (P = 0,03). O tempo
ruminando foi menor quando as vacas estavam no tratamento “sol” do
que nos demais (P = 0,003). O percentual do tempo das vacas em outros
comportamentos foi maior (P < 0,001) no tratamento “sol”,
intermediário no tratamento “única” e menor em “dispersa” e “bosque”.
O tempo que as vacas permaneceram na sombra e o tempo que
ficaram deitadas são mostrados na TABELA 2.
TABELA 2. Porcentagem do tempo que as vacas permaneceram na sombra ou
no sol e em ou deitadas, de um total 430 minutos de observação por dia. Os
números seguidos de letras diferentes, na mesma coluna, são diferentes
estatisticamente pelo teste de Duncan (5%).
LOCALIZAÇÃO (%) POSIÇÃO (%)
TRATAMENTO
NO SOL NA SOMBRA EM PÉ DEITADA
SOL
100 a 0 c 95 a 5 c
ÚNICA
65 b 35 b 81 c 19 a
BOSQUE
44 c 56 a 85 bc 15 ab
DISPERSA
44 c 57 a 88 b 12 b
O tempo total de uso da sombra pelas vacas foi maior (P <
0,001) nos tratamentos “bosque” e “dispersa”, do que no tratamento
“única”. Os tempos que as vacas permaneceram deitadas apenas o
tratamento “sol” foi diferente de todos os outros tratamentos. O
tratamento “única” foi semelhante ao tratamento “bosque” e diferente do
48
tratamento “dispersa”. Os tratamentos “bosque” e “dispersa” são
semelhantes entre si (p = 0,003).
Não se registraram reações agonísticas entre as vacas quando
estavam nos tratamentos “bosque” e “dispersa”. quando estavam nos
tratamentos “sol” e “única”, houve 5 e 12 ocorrências, respectivamente.
Os resultados referentes a temperatura retal e freqüência
respiratória, são apresentados na TABELA 3.
TABELA 3. Médias das Temperaturas Retais e Freqüências Respiratórias
(movimentos por minuto), de manhã e à tarde, e a diferença entre elas. As
médias seguidas de letras diferentes, na mesma coluna, se diferem
estatisticamente pelo teste de Duncan a 5%.
TEMPETARURA
RETAL (ºC)
FREQUÊNCIA
RESPIRATÓRIA
TRATAMENTOS
MANHÃ TARDE DIFERENÇA MANHÃ TARDE DIFERENÇA
SOL
38,0 39,8 1,8 a 39,0 97,3 58,3 a
ÚNICA
38,1 39,7 1,6 a 37,8 85,7 47,9 b
BOSQUE
38,2 39,2 1,0 b 37,3 69,0 31,7 c
DISPERSA
38,1 39,4 1,3 b 37,3 69,0 31,7 c
Pela manhã, o houve diferença entre a temperatura retal ou a
freqüência respiratória das vacas. Já a variação da manhã à tarde da
temperatura retal e da freqüência respiratória teve efeito significativo (P
= 0,005 e P = 0,001 respectivamente) dos tratamentos.
Os resultados do experimento podem ser agrupados em três
situações distintas, a primeira onde os animais o tinham
disponibilidade de sombra como no tratamento “sol”, a segunda onde os
animais tinham sombra insuficiente como no tratamento “única” e a
terceira onde os animais tinham sombra abundante como nos
tratamentos “bosque” e “dispersa”. Estes dois últimos tratamentos não
apresentaram diferenças em nenhuma das variáveis, indicando que a
forma de distribuição da sombra, tanto em bosque como dispersa na
pastagem, não influenciou nos comportamentos e aspectos fisiológicos
analisados.
Na ausência de sombra os animais tiveram a freqüência de
pastejo igual à situação de presença de sombra insuficiente, mas ambos
com tempos menores que nas situações de sombra abundante. O tempo
de pastejo correlaciona-se negativamente com a temperatura ambiente, o
49
que é suportado pela observação de outros autores (PIRES et al., 1999;
PORTUGAL, 2000 e WERNECK,2001).
Sem sombra, o tempo de ruminação, o tempo que as vacas
permaneceram deitadas e o consumo de água, foram menores que em
todas as outras situações. Os fatores climáticos afetam o tempo de
ruminação, principalmente quando atuam como agentes estressores
(SHULTZ, 1983; PIRES et al., 2001). O ato de deitar é considerado
prioritário para as vacas, sendo que a variação da freqüência deste
comportamento é influenciada, entre outros fatores, pela temperatura
(KRON & MUNKSGAARD, 1993; SHULTZ et al., 2008). Os animais
se ajustam ao ambiente térmico alterando sua postura (POUGH et al.,
1993; PIRES et al., 1998) passando maior tempo na posição em para
aumentar a perda de calor (PIRES et al., 2001; WERNECK, 2001).
A temperatura da água nos bebedouros foi estável entre 28 ºC e
29 ºC. O consumo diário médio de água, do grupo de vacas, foi maior (P
< 0,001) quando elas estavam nos tratamentos “bosque” (76 L) e
“dispersa” (74 L) e intermediário no tratamento “única” (65 L). O menor
consumo (P < 0,001) foi verificado quando as vacas estavam no
tratamento “sol” (59 L). O consumo de água é uma importante estratégia
do animal para manter o equilíbrio térmico (MADER & DAVIS, 2004),
o aumento da temperatura ambiente causa aumento da ingestão de água
(MEYER et al, 2006; BEATTY et al, 2006). Existe uma concentração
na freqüência de ingestão de água no período mais quente do dia, mas os
animais também procuraram por esse recurso em outros horários
(POSSA, 1989; DAMASCENO, 1999; NEIVA, 2002). Não foi medido
o consumo de água em 24 horas, portanto justifica-se o menor consumo
de água na situação de ausência de sombra, pela prioridade que o animal
daria, no período da coleta de dados, para a perda de calor via aumento
da freqüência respiratória. Com ITU acima de 82, representando risco
para a sobrevivência, fisiologicamente o organismo escolheria uma
forma endógena como a FR para solução do problema (SILVA &
STARLING, 2003). Também, por haver disponibilidade de água dentro
do piquete o consumo foi otimizado em todos os tratamentos
(COIMBRA, 2007), mas este benefício não foi aproveitado pelas vacas
nos tratamentos sem sombra ou com sombra insuficiente devido à
letargia das vacas, que diminuía todos os comportamentos, inclusive o
de beber água.
Sem sombra o tempo de outros comportamentos e a FR foram
maiores que em todas as outras situações, a TR foi igual à situação de
sombra insuficiente, mas também maior que nas situações de sombra
abundante.
50
Os “outros comportamentos” considerados nesse experimento
tiveram o ócio como o comportamento mais representativo com 90%
contra 10% da soma de andando, defecando, urinando e bebendo. Os
animais ficam mais tempo em ócio nos períodos de maior radiação solar
(DAMASCENO, 1999), necessitam do ócio e o priorizam em
determinadas ocasiões (ZANIVE et al., 2007). Na situação sem sombra
pode-se observar que as vacas ficaram mais tempo em ócio, de pé,
paradas e ofegantes, com isso aumentavam o contato da superfície do
corpo com os ventos e facilitavam a respiração (SHULTZ, 1983;
PERERA et al.,1986; PIRES et al., 2001).
A FR está sujeita a variações atribuídas a fatores extrínsecos
como os fatores climáticos, inclusive sombreamento (MULLER et al.,
1994; PIRES et al., 1998). Na ausência de estresse térmico a FR é de 20
a 60 mov/min (RANDALL et al., 1997), sob estresse moderado 80 a 120
mov/min. e quando ultrapassa 120 mov/min pode sinalizar que as vacas
estão sob carga excessiva de calor (GAUGHAN et al., 1999;
AZEVEDO et al., 2005). No presente experimento, nas situações em
que os animais não tinham sombra à disposição ou a tinham de forma
insuficiente verificou-se que as médias da FR foram de 97 e 86 mov/min
respectivamente, dentro da faixa de estresse moderado. As vacas sem
sombra ou com sombra insuficiente, nas horas mais quentes do dia,
ultrapassaram o valor de 120 mov/min, observado pelo comportamento
ofegante.
O aumento da FR na indisponibilidade de sombra também foi
verificado por outros pesquisadores (MITLÖHNER et al., 2001;
FERREIRA et al., 2006; CUNHA et al., 2007). Nesse ambiente, a
temperatura do ar é próxima ou maior que a corporal, tornando ineficaz
a termólise por condução e convecção (SILVA, 2000). Portanto, a
evaporação no trato respiratório é um mecanismo essencial para a
regulação térmica (CENA & MONTEITH, 1975; STARLING et al.,
2002; MORAIS et al., 2008). Os tratamentos “sol” e “única”
apresentaram maiores diferenças, quanto a FR, entre as temperaturas
vespertinas e matutinas, como constatado também por Cunha (2007)
com animais mantidos a céu aberto.
A TR mostra tendência de elevação no decorrer do dia
(BACCARI JR et al., 1984; MARTELLO, 2002; NEIVA, 2004).
Dependendo do nível de adaptação nos animais ao clima (AZEVEDO et
al., 2005), e da eficiência dos mecanismos de termo-regulatórios do
indivíduo a TR pode manter-se dentro dos limites fisiológicos ou
ultrapassar estes limites causando prejuízos a saúde do animal
(AZEVEDO, 2005; FERREIRA et al., 2009a). Nos tratamentos “sol” e
51
“única” mesmo o aumento expressivo da FR não foi suficiente para
manter a TR ao nível fisiológico, semelhante ao encontrado por Ferreira
et al. (2006), que aferiram temperaturas de 41,1ºC à tarde.
O tempo na sombra, na situação com sombra insuficiente, foi
menor que com sombra abundante devido a competição pela sombra
verificada no maior número de reações agonisticas. Existe uma
correlação positiva entre a hierarquia social dos animais e o tempo que
permanecem à sombra (SHERWIN & JOHNSON, 1987; POSSA,
1989). O tempo na sombra, mesmo menor, foi o bastante para
influenciar positivamente os animais, como foi verificado nos tempos de
ruminação, que se igualaram às situações de sombra abundante e no
tempo deitada, que se igualou ao tratamento “bosque” (sombra
abundante). Com sombra insuficiente as vacas se deitaram na sombra
82% das vezes, sugerindo que sua igualdade com “bosque”, se deva ao
fato da vaca permanecer deitada na sombra como forma de garantir o
espaço conseguido.
Ainda, na insuficiência de sombra, o tempo de outros
comportamentos, o consumo de água e a FR foram menores que na
situação sem sombra, apesar de serem maiores que nas situações de
sombra abundante. Porém, a quantidade insuficiente de sombra não foi
bastante para diminuir a TR em relação às situações sem sombra. A
taquipnéia é observada antes da elevação da TR devido à maior
sensibilidade da FR como indicador do estresse calórico
(BHATTACHARYA & UWAYJAN, 1975; BROWN-BRANDL et al,
2005; RIBEIRO et al., 2008;).
Nas situações com sombra abundante ficou demonstrada a
importância da sombra na pastagem, pois se observou maiores tempos
de pastejo, de ruminação e de sombra. Os locais sombreados são opções
para as vacas sob estresse calórico encontrarem temperaturas mais
confortáveis (PIRES e CAMPOS, 2008). É preciso que o recurso da
sombra exista em abundância para satisfazer as necessidades das vacas
(TUCKER et al., 2008; SCHUTZ et al., 2010). Geralmente, verifica-se
que o percentual de vacas comendo durante as horas mais quentes do dia
é maior em ambientes sombreados (PERERA et al., 1986; SHULTZ,
1983; COSTA, 1995).
O ato de ruminar é uma atividade onde ocorre um estado de
relaxamento (ALBRIGHT, 1993), as vacas ficam quietas e relaxadas, e
preferem ruminar na sombra (MIRANDA et al., 1999; DAMASCENO
et al., 1999; SOUZA et al., 2007b), deitadas e com lateralidade esquerda
para otimizar o posicionamento do rúmen (ALBRIGHT, 1993). Os
bovinos têm preferência por se deitarem na sombra (LEME et al., 2005).
52
Nesse experimento, em situações com sombra abundante as vacas se
deitaram em média 98% das vezes na sombra e tiveram menores tempos
de ócio e em pé. Colaborando assim para um menor estresse calórico
dos animais, e conseqüentemente, maior ingestão de água e menores FR
e TR. A TR é usada como índice de adaptação fisiológica ao estresse
calórico, pois seu aumento indica que os mecanismos termorreguladores
tornaram-se insuficientes para manter a homeotermia (MOTA, 1997;
SPIERS et al., 2004). A referência fisiológica para essa variável nos
bovinos está entre 38 e 39,5ºC sob condições termoneutras (DUPREEZ,
2000). Um valor superior a 39,2°C é um indicativo de estresse por calor
(DHIMAN & ZAMAN, 2001; WEST, 2002). No experimento a média
das temperaturas à tarde (39,5 ± 0,3) apresentou valor superior a 39,2°C
e foi verificado em várias vacas temperaturas acima do 40,0 ºC. Com
sombra abundante, a TR média dos animais foi menor que o limite
superior da referência fisiológica, em concordância com vários autores
(STOBER, 1993; SOTA, 1996; MORAIS et al., 2008).
A produção de leite média das vacas durante o experimento foi
de 9,72kg/vaca/dia, sem diferença estatística devida aos tratamentos (p =
0,30).
5.3 Distruição espacial das vacas e das fezes
A freqüência esperada, caso houvesse perfeita homogeneidade
de ocupação nos quadrantes, seria 43, igual para todos os tratamentos.
Este valor da frequência esperada foi obtido pela soma de todas as
freqüências observadas (1032) dividido pelo número de quadrantes (24).
A freqüência observada é mostrada na TABELA 4.
53
TABELA 4. Freqüência observada das vacas nos quadrantes.
Em todos os tratamentos as freqüências observadas diferem das
esperadas (P < 0,001). O CV foi de 134% para o tratamento “sol”, 168%
para o “única”, 64% para o “bosque” e 47% para o “dispersa”. Estes
resultados mostram que a heterogeneidade, além de presente, variou
entre os tratamentos. O CV avalia a instabilidade relativa, servindo de
índice de dispersão (SAMPAIO, 2007).
As vacas se distribuíram de forma heterogênea nos quadrantes.
Numa distribuição aleatória se esperaria uma homogeneidade. No
tratamento “sol”, houve maior freqüência (307) no quadrante A1,
provavelmente devido às porteiras de saída dos piquetes estarem ali
localizadas, esse valor é 614% acima da freqüência esperada. No
tratamento “única” houve maior freqüência (376) no quadrante C2, onde
se localizava a sombra. Esse valor é 772 % acima da freqüência
esperada. No tratamento “bosque” observaram-se valores de 101 para
A1, 93 para B2 e 94 para C3, sendo 135%, 116% e 119% acima da
freqüência esperada, respectivamente. A soma dos valores das linhas 1 e
2, mais próximas ao bosque, representaram 72% da freqüência
observada, sobrando 28% para as linhas 3 e 4, mostrando que as vacas
ocuparam por mais tempo a metade do piquete próxima ao bosque. No
tratamento “dispersa” o maior valor acima da freqüência esperada foi de
87, valor 102% maior, a diferença entre as freqüências máxima e
mínima foi de 73, a menor entre os tratamentos.
A distribuição espacial dos animais na pastagem está
relacionada com o uso do espaço. A dispersão não ocorre ao acaso,
estando relacionada com as estruturas físicas e biológicas do ambiente,
com o clima e com o comportamento animal (ARNOLD &
DUDZINSKI, 1978). Os animais ocupam por mais tempo algumas áreas
em detrimento de outras (PARSONS et al., 2001). Os mecanismos de
54
escolha, dentre outros fatores, estão relacionados com a disponibilidade
e distribuição dos recursos necessários ao animal (BAILEY et al., 2001;
GANSKOPP, 2001) e aos fatores que favorecem a termorregulação,
como a sombra (STUTH, 1991).
A freqüência esperada de ocorrência de fezes em cada
quadrante era de 8,5 – 9,3 – 8,8 e 7,0 fezes/quadrante para os tratamento
“sol”, “única”, “bosque” e “dispersa”, respectivamente. Estes valores
foram obtidos dividindo-se a soma das freqüências observadas (204,
225, 210 e 167) pelo mero de quadrantes (24). A freqüência
observada é mostrada na TABELA 5.
TABELA 5. Freqüência observada das fezes nos quadrantes.
À exceção do tratamento “dispersa”, a distribuição das fezes
nos quadrantes dos demais tratamentos difere do esperado (P < 0,001).
O CV foi de 61% para o tratamento “sol”, 68% para o “única”, 66%
para o “bosque” e 23% para o “dispersa”.
No tratamento “sol” registrou-se a freqüência máxima de 26
para o quadrante A1, sendo 206% acima da freqüência esperada. A
maior quantidade de fezes neste quadrante está associada ao maior
tempo de ocupação das vacas neste local. No tratamento “única”
observou-se valores para C2, D2, C3 e D3 de 20, 20, 29 e 16
respectivamente, sendo o menor destes valores 70% acima da freqüência
esperada. O fato de a sombra estar localizada no quadrante C2 mostra
que as vacas defecaram mais na sombra e nas suas proximidades. No
tratamento “bosque” observou-se valores de 19 para A1, 20 para D1 e
22 para F1, sendo o menor destes valores 151% acima da freqüência
esperada. Os Valores das linhas 1 e 2 (mais próximas ao bosque)
representaram 68% da freqüência observada, sobrando 32% para as
linhas 3 e 4, também mostrando uma tendência das vacas defecarem
55
mais próximo a sombra, e/ou nos quadrantes que ocuparam por mais
tempo. No tratamento “dispersa” a freqüência máxima observada foi 9,
valor 29% maior que a freqüência esperada, a diferença entre as
freqüências máxima e mínima foi 6, menor entre todos os tratamentos,
apresentando uma distribuição mais uniforme das fezes na pastagem.
O CV das fezes foi de 61%, 68%, 66% e 23% para “sol”,
“única”, “bosque” e “dispersa”, respectivamente, mostrando diferenças
na dispersão das fezes entre os tratamentos. Resultados semelhantes
foram encontrados por outros autores. Costa & Cromberg (1997)
verificaram que a distribuição das placas de fezes na área ocupada pelos
animais não é uniforme, ocorrendo concentração em áreas onde os
animais permanecem por mais tempo, como próximo aos bebedouros,
das cercas e das porteiras, bem como nas áreas sombreadas.
Kruschewsky (2009) concluiu que as fezes dos bovinos foram
distribuídas de forma mais homogênea no sistema silvipastoril (SSP) em
comparação com pastagem não arborizada. Na pastagem não arborizada
houve uma concentração das fezes em locais restritos da pastagem,
estando essas regiões de concentração associadas aos atos de descanso,
proteção contra as altas temperaturas e consumo de água. Bráz et al.
(2003) observaram que nas áreas onde os animais permaneceram a
maior parte do tempo nas suas atividades de descanso e ruminação
observou-se uma maior concentração de fezes.
Existe uma correlação entre o tempo total de permanência dos
animais em determinados locais e número de fezes ali depositados
(HAYNES & WILLIANS, 1993; BRÁZ, 2001). Nesse experimento a
correlação entre a distribuição das vacas e da ocorrência de fezes nos
quadrantes dos piquetes foi de 79%, 49%, 62% e 3%, para os
tratamentos sol”, “única”, “bosque” e “dispersa”, respectivamente. A
correlação bem próxima a zero indica que não correlação entre os
quadrantes que as vacas ocupam por mais tempo com o que elas
defecam mais. A baixa correlação no tratamento “dispersa” deve-se aos
animais terem podido executar todos os tipos de comportamentos por
toda a área do piquete, que a dispersão da sombra não condicionava
comportamentos localizados. O hábito dos bovinos de não pastarem
próximos aos bolos fecais novos (HUTCHINGS et al., 1998; PASCOA,
2005; ZANIN et al., 2009), também pode ter contribuído, já que os
animais puderam manifestar esta preferência. A FIGURA 4, numa
escala de freqüência apresentada pela graduação de cores, mostra
graficamente a correlação da distribuição espacial das vacas e das fezes.
56
FIGURA 4 – Comparativo das freqüências das vacas e das fezes pela graduação
de cores.
57
6. CONCLUSÕES
A presença de sombra abundante na pastagem (em bosque ou
dispersa) evita o estresse calórico, indicando melhor bem-estar dos
animais. A sombra única foi insuficiente para o efetivo bem-estar dos
animais, indicado pelas variáveis fisiológicas e comportamentais
avaliadas nesse estudo. Conclui-se que sombra abundante, de árvores,
assegura as melhores condições de bem-estar térmico para vacas
leiteiras criadas a pasto no centro-oeste do Brasil.
A sombra abundante e bem distribuída no piquete induz a uma
maior homogeneidade na distribuição das vacas e das fezes na pastagem,
o que pode ter efeito a médio e longo prazo na fertilidade do solo.
Sombra ausente levou a uma maior concentração das vacas e das fezes
na saída do piquete, e sombra localizada levou a maior concentração na
sombra e em suas proximidades.
7. CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS
Os sistemas de produção agropecuários são sistemas
complexos, constituídos de vários componentes, que formam uma teia
de interações possíveis. As soluções para os entraves existentes ao
funcionamento eficiente desses sistemas passam, necessariamente, por
várias especialidades da ciência, contudo, uma visão sistêmica do
processo e das interações entre os componentes do sistema é
imprescindível. Essas interações se dão em/entre os níveis econômicos,
ambientais, sócio-culturais, tecnológicos, políticos e legais, e nenhum
destes aspectos deve ser relegado.
Buscou-se com este trabalho gerar informações relevantes sobre
alguns aspectos da fisiologia e do comportamento frente aos desafios
climáticos enfrentados pelos animais criados em clima tropical. Dentro
de uma perspectiva sistêmica procurou-se abordar o tema, de modo que
fosse observado não apenas o produto sombra, mas também, como este
produto (componente) se interage com os demais componentes do
sistema. A forma de interação entre os componentes pode ser o fator,
que vai viabilizar ou não, a introdução de um novo componente ao
sistema. Verificou-se nesse trabalho que a presença de sombra (árvore) é
necessária ao funcionamento eficiente do sistema, mas que se usada de
58
forma inadequada, em quantidade insuficiente e/ou em localização
imprópria, pode prejudicar o alcance dos objetivos propostos.
Nos sistemas agropecuários existem inúmeros componentes e as
formas como eles se interagem são ainda mais numerosas. Portanto,
existe um infindável campo para pesquisas no tema, tanto no campo da
arquitetura das pastagens (desenho do sistema) como no comportamento
animal (manejo do sistema).
O componente humano com sua complexidade individual e
social, movido por seus interesses, influencia na forma de utilização dos
meios e nas interações ecológicas. Como a condução do processo pelo
humano determina qualidade do ambiente, outros trabalhos poderiam
explorar essa relação do componente humano nos sistemas
agropecuários. Porém, não apenas do ambiente percebido pelo humano,
mas também do ambiente percebido pelos outros animais. O que pode
ser feito por meio de pesquisa em Etologia e Bem-estar animal. Nesse
experimento verificou-se que as vacas ficavam irritadas quando
estressadas, em todos os grupos observou-se que as vacas ao serem
reconduzidas aos piquetes sem sombra no segundo dia de ocupação, se
negavam e procuravam dificultar esta tarefa feita pelo vaqueiro, o que
não ocorria nos outros tratamentos. Também, a competição das vacas
pela sombra no tratamento com sombra insuficiente, acarretou em
transtornos ao grupo, como evidenciado nos resultados do experimento.
Esses exemplos mostram como as necessidades e as preferências dos
animais devem ser observadas e ainda muito pesquisadas.
59
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADLER, P.B.; RAFF, D.A.; LAUENROTH, W.K. The effect of grazing
on the spatial heterogeneity of vegetation. Oecologia, v.128, p.465-479,
2001.
AGUIAR,A.P.A.; DRUMOND,L.C.D.; RESENDE,J.R. et al. Dinâmica
da distribuição de fezes bovinas em uma pastagem manejada
intensivamente , ZOOTEC 2006 - 22 a 26 de maio de 2006 - Centro de
Convenções de Pernambuco, 2006.
ALBRIGHT, J.L. Feeding Behaviour of dairy cattle. Journal of Dairy
Science, v.76, p. 485-498, 1993.
ALONZO, Y.M. Potential of silvopastoral systems for economic
dairy production in Cayo, Belize and constraints for their adoption.
2000. 81p. Tesis (M.Sc.) - Universidad de Costa Rica, Turrialba, 2000.
ALTMANN, J. Observational Study of Behavior: Sampling Methods.
Behaviour. v. 49. n. 3-4 p. 227-226. 1974
AMBIENTE BRASIL: Caracterizaçao do clima do Cerrado
<wttp://www.ambientebrasil. com.br/composer.php3?base=./natural/
index.html&conteudo=./natural/clima.html#clima> , acessado em
18/01/2010.
ANDRADE,C.M.S.; GARCIA,R.;COUTO,L. et al. Desempenho de
Seis Gramíneas Solteiras ou Consorciadas com o Stylosanthes
guianensis cv. Mineirão e Eucalipto em Sistema Silvipastoril. Revista
Brasileira de Zootecnia., v.32, n.6, p.1845-1850, (Supl. 2), 2003.
ANDRADE,C.M.S.; VALENTIM,J.F.; CARNEIRO,J.C. Árvores de
Baginha (Stryphnodendron guianense (Aubl.) Benth.) em Ecossistemas
de Pastagens Cultivadas na Amazônia Ocidental. Revista Brasileira de
Zootecnia. v.31 n.2 Viçosa, 2002.
ANDRADE,C.M.S.; VALENTIN,J.F.; CARNEIRO,J.C. et al.
Crescimento de gramíneas e leguminosas forrageiras tropicais sob
sombreamento. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.39, n.3,
p.263-270, mar. 2004.
60
ARMSTRONG, D. V.; WELCHERT, W. T.; WIERSMA, F.
Environmental modification for dairy cattle housing in arid
climates: livestock environment. Saint Joseph: American Society of
Agricultural Engineers, 1993.
ARNOLD, G.W. & DUDZINSKI, L. Ethology of free ranging
domestic animals, Elsevier, Amsterdam, 196 p. 1978.
AUAD, A.M. et al; Levantamento da Entofauna de Brachiaria
Decumbens em Sistema Silvipastoril. Anais do VIII Congresso de
Ecologia do Brasil, 23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu – MG,
2007.
AYOADE,J.O. Introdução à climatologia para os trópicos. Ed., Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 332p. 1991.
AZEVEDO, M.; PIRES, M.F.Á.; SATURNINO, H.M. et al. Estimativa
de Níveis Críticos Superiores do Índice de Temperatura e Umidade para
Vacas Leiteiras 1/2, 3/4 e 7/8Holandês-Zebu em Lactação, R. Bras.
Zootec., v.34, n.6, p.2000-2008, 2005.
BACCARI JR, F.; FRÉ, C.A.; ASSIS, P.S. et al. Valores fisiológicos da
temperatura retal em vacas holandesas em clima tropical de altitude. In:
ENCONTRO DE PESQUISAS VETERINÁRIAS, 1., 1984, Londrina.
Anais… Londrina: Universidade Estadual de Londrina, p.15-22, 1984.
BACCARI JR., F. Adaptação de sistemas de manejo na produção de
leite em clima quente. In: Simpósio Brasileiro de Ambiência na
Produção de Leite, Piracicaba, 1998. Anais... Piracicaba: FEALQ, p.24 -
67. 1998.
BAÊTA, F.C. & SOUZA, C.F. Ambiência em edificações rurais -
conforto animal. Viçosa: UFV, 1997. 246p.
BAGGIO, A.J & SCHREINR, H.G. Análise de um Sistema Silvipastoril
com Pinus elliottii e gado de corte. Boletim de Pesquisa Florestal,
Colombo, n. 16, p.19-29, dez. 1988.
61
BAILEY, D.M.; KRESS, D.D.; ANDERSON, D.C. et al. Relationship
between terrain use and performance of beef cows grazing foothill
rangeland. Journal of Animal Science, Champaign, v.79, p.1883-1891,
2001.
BARCELLOS, A.O; RAMOS.A.K.B; VILELA,L. et al.
Sustentabilidade da produção animal baseada em pastagens consorciadas
e no emprego de leguminosas exclusivas, na forma de banco de proteína,
nos trópicos brasileiros. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37,
suplemento especial p.51-67, 2008
BARRETO, A.C & FERNANDES,M.F. Cultivo de Gliricidia sepium e
Leucaena leucocephala em alamedas visando a melhoria dos solos dos
tabuleiros costeiros. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 36,
n. 10, p. 1287-1293, out. 2001.
BARROS, A. L. M., ZIMMERMANN, A., SOUZA, C. R. S., et al.
Considerações acerca da avaliação de projetos de investimentos. In
SIMPÓSIO SOBRE O MANEJO DA PASTAGEM, 20, 2003,
Piracicaba. Anais... FEALQ: Piracicaba, São Paulo, p. 301 -326, 2003.
BEATTY,D.T.; BARNES,A.; TAYLOR,E.et al. Physiological
responses of Bos taurus and Bos indicus cattle to prolonged, continuous
heat and humidity. Journal of Animal Science. Savov v.84, n.4 p. 972-
985, 2006.
BHATTACHARYA, A.N. & UWAYJAN, M. Effect of high ambient
temperature and low humidity on nutrient utilization and on some
physiological responses in Awasi sheep fed different levels of roughage.
Journal of Animal Science, v.40, n.2, p.320-328, 1975.
BIANCHINI, E.; McMANUS, C.; LUCCI, C.M.; et al. Características
corporais associadas com a adaptação ao calor em bovinos naturalizados
brasileiros. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.41, n.9, p.1443-
1448, set. 2006.
BLASQUEZ,N.B.; LONG,S.E.; PRESCOTT,N.J. et al. Rate of
discharge and morphology of sweat glands in the perineal lumbodorsal
and scrotal skin of cattle. Research in Veterinary Science, v.57, n.3.
p.277-284, 1994.
62
BRÁZ, S.P. Distribuição de fezes de bovinos e a reciclagem de
nutrientes em pastagens de Brachiaria decumbens, 2001, 77f.
Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa, 2001.
BRÁZ, S.P.; NASCIMENTO JR., D.N.; CANTARUTTI, R.B. et al.
Caracterização da distribuição espacial das fezes por bovinos em uma
pastagem de Brachiaria decumbens. Revista Brasileira de Zootecnia.
Viçosa, v. 32, n.4, p.787-794, 2003.
BROOM, D.M. & JOHNSON, K.G. Stress and Animal Welfare.
London: Chapman and Hall, 1993.
BROOM,D.M. & MOLENTO,C.F.M. Animal welfare: concept and
related issues – Review Archives of Veterinary Science v. 9, n. 2, p. 1-
11, 2004.
BROOM, D.M.; ZANELLA, A. J. Brain measures which tell us about
animal welfare. Animal Welfare (suppl.), South Mimms, v.13, p.41-45,
2004.
BROOM, D.M. Indicators of poor welfare. British Veterinary Journal,
London, v.142, p.524-526, 1986.
BROWN-BRANDL, T.M.; EIGENBERG, R.A.; NIENABER, J.A.et al.
Dynamic response indicators of heat stress in shaded and non-shaded
feedlot cattle. Part 1: analyses of indicators. Biosyst. Eng. 90, 451–462,
2005.
BUCKLIN, R.A.; BEEDE D.K.; BRAY, D.R. Methods to relieve heat
stress for dairy cows in hot, humid climates. Applied Engineer
Agricultural, v.7, n.2, p.241-252, 1991.
CAPORAL,R.C.;COSTABEBER,J.A. Agroecologia e Extensão Rural,
contribuições para a promoção do desenvolvimento rural sustentável.
Brasília: MDA/SAF/DATER-IICA, 2004.
CARVALHO, R., GOEDERT,W. J. e ARMANDO, M. S. Atributos
físicos da qualidade de um solo sob sistema agroflorestal. Pesquisa
agropecuária brasileira, Brasília, v.39, n.11, p.1153-1155, nov. 2004.
63
CARVALHO,M.M; XAVIER,D.F; ALVIM,M.J.;AROEIRA,L.J.
Sistemas Silvipastoris – Consórcio de Árvores e Pastagens, Viçosa-MG,
128p. 2002.
CENA, K., MONTEITH, J.L. Transfer processes in animal coats. III.
water vapour diffusion. Proceedings of the Royal of Society London
Biological Sciences, v.188, n.1, p.413-423, 1975.
CENSO AGROPECUÁRIO, 2006 – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatistica - IBGE : Banco de dados. Disponível em
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia /agropecuaria/
censoagro/2006/ default.shtm, acessado em 10/01/2001.
COELHO, L.A.; SASA, A.; NADER, C.E. et al. Características do
ejaculado de caprinos sob estresse calórico em câmara bioclimática.
Arq.Bras. Med. Vet. Zootec., v.58, p.544-549, 2006.
COIMBRA, P.A.D. Aspectos extrínsecos do comportamento de bebida
de bovinos em pastoreio. Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas),
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007.
COIMBRA, P. A. D. ; MACHADO FILHO, L. C. P. ; NUNES, P. A. et
al. Effect of water trough type on the drinking behaviour of pasture-
based beef heifers, Animal (2010), 4:1, pp 116–121 , 2009.
COSTA, M.J.R.P. & CROMBERG, V.U. Alguns aspectos a serem
considerados para melhorar o bem-estar de animais em sistemas de
pastejo rotacionado. In: Peixoto, A. M.; Moura, J.C. e Faria, V.P. (ed.).
Fundamentos do pastejo rotacionado. FEALQ: Piracicaba, p. 273-
296. 1997.
COSTA, M.J.R.P. Ambiência na produção de bovinos de corte a pasto.
Anais de Etologia, 18: 26-42, 2000.
COSTA, M.J.R.P. Termorregulação e comportamento alimentar e
postural em ovinos: diferenças individuais e variações estacionais. Tese
de Doutorado, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão
Preto, USP, Ribeirão Preto-SP, 138 pp. 1995.
64
CUNHA,D.N.F.V.; CAMPOS, O.F.; PEREIRA, J.C. el al. Desempenho,
variáveis fisiológicas e comportamento de bezerros mantidos em
diferentes instalações: época seca1R. Bras. Zootec., v.36, n.4, p.847-
854, 2007.
D’AGOSTINI,L.R & CUNHA,A.P.P. Ambiente, Rio de Janeiro:
Garamond, Terra Mater, 188p. 2007.
DAMASCENO, J.C.; BACCARI JR e TARGA, L.A. respostas
comportamentais de vacas holandesas, com acesso à sombra constante
ou limitada. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.34, n.4,
p.709-715, abr. 1999.
DAVISON, T.M.; SILVER, B.A.; LISLE, A.T.; ORR, W.N. The
influence of shade on milk production of Holstein-Friesian cows in a
tropical upland environment. Australian Journal of Experimental
Agriculture, Melbourne, v.28, p.149-54, 1988.
DAWKINS, M.S. Through animal eyes: What behaviour tells us,
Applied Animal Behaviour Science 100 (2006) 4–10
DEITENBACH, A.; FLORIANI, G.S.; DUBOIS, J.C.L.; et al. Manual
agroflorestal para a Mata Atlântica. Brasília: MDA, FAF, 196p.: il.,
2008.
DHIMAN,T.R. & ZAMAN,M.S. Desafios dos sistemas de produção de
leite em confinamento em condições de clima quente. In: Simpósio de
Nutrição e Produção de Gado de Leite, 2. Belo Horizonte. Anais...Belo
Horizonte: [s.n.], p. 5-20. 2001.
DIAS,P.F.; SOUTO,S.M.; RESENDE,A.A. et al. Transferência do N
fixado por leguminosas arbóreas para o capim Survenola crescido em
consórcio. Ciência Rural, Santa Maria, v.37, n.2, p.352-356, mar-abr,
2007.
DIAS,P.F.; SOUTO.S.M.; AZEVEDO,B.C. et al. Estabelecimento de
leguminosas arbóreas em pastos de capim-marandu e Tanzânia.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.43, n.10, p.1413-1419,
out. 2008.
65
DIAS,P.F.; SOUTO.S.M.; CORREIA,M.E.F. et al. Árvores fixadoras de
nitrogênio e macrofauna do solo em pastagem de híbrido de Digitaria.
Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.41, n.6, p.1015-1021,
jun. 2006.
DUNCAN, I.J.H. The changing concept of animal sentience, Applied
Animal Behaviour Science 100 (2006) 11–19, 2006.
DUPREEZ, J.H. Parameters for the determination and evaluation of heat
stress in dairy cattle in South Africa. Onderstepoort. Journal of
Veterinary Research, v.67, p.263-271, 2000.
DUPREEZ, J.H.; TERBLANCHE, S.J.; GIESECKE, W.H. et al. Effect
of heat stress on conception in a dairy herd model under South African
conditions. Theriogenology, v.35, p.1039-1049, 1991.
FERREIRA, F; CAMPOS, W.E.; CARVALHO, A.U. el al. Taxa de
sudação e parâmetros histológicos de bovinos submetidos ao estresse
calórico. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.61, n.4, p.763-768, 2009b.
FERREIRA,F.;PIRES, M.F.A.; MARTINEZ,M.L.; et al. Parâmetros
fisiológicos de bovinos cruzados submetidos ao estresse calorico.
Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.58, n.5,
p.732-738, 2006.
FERREIRA,F.;PIRES, M.F.A.; MARTINEZ,M.L; et al. Parâmetros
clínicos, hematológicos, bioquímicos e hormonais de bovinos
submetidos ao estresse calórico, Arquivo Brasileiro de Medicina
Veterinária e Zootecnia, v.61, n.4, p.769-776, 2009a.
FERREIRA,L.C.B.F. et al, Leite Orgânico, Brasília: EMATER-DF,
38p.:il. 2004.
GANSKOPP, D. Manipulating cattle distribution with salt and water in
large arid-land pastures: a GPS/GIS assessment. Applied Animal
Behavior Science, v.73, p.251-262, 2001.
GAUGHAN, J.B.; MADER, T.L.; HOLT, S.M. et al. Heat tolerance of
Boran and Tuli crossbred steers. Journal of Animal Science, v.77,
p.2398-2405, 1999.
66
GEBREMEDHIN, K.G.; NI, H.; HILLMAN, P.E. Temperature profile
and heat flux through irradiated fur layer. In: INTERNATIONAL
LIVESTOCK ENVIRONMENT SYMPOSIUM, 5., 1997, Bloomington.
Proceedings. Bloomington: ASAE, v.1, p.226-233. 1997.
GETTY,R. Anatomia dos Animais Domésticos. v.1, Editora
Guanabara, 5ed. , 1850p., 1986.
GLIESSMAN, S.R. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura
sustentável. 1ª Ed. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 653 pg.il. 2000.
GOULART, R.C.D. Mecanismos envolvidos na escolha de locais de
pastejo por bovinos de corte. Dissertação (Mestrado em Agronomia) –
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba. 74p., 2006.
GREENSPAN,F.S. Endocrinologia Básica e Clínica. Ed.: Mcgraw-Hill
Brasil, Porto Alegre–RS, 7º ed. 521p. 2006.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 10. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2002.
HAFEZ, E.S.E, Reprodução Animal, Editora Manole, 7º Ed, 530p.
2003.
HAHN, G.L. Dinamic responses of cattle to thermal heat loads, Journal
Dairy Science, v.82, s.2, p.10-20, 1999.
HANG,S.; MAZZARINO,M.J.; NUNES, G. et al. Influencia del
desmonte seletivo sobre la disponibilidad de nitrógeno em anos
húmedos e secos en sistemas silvipastoriles en el Chaco árido argentino.
Agroforesteria en las Americas, Turrialba, v.2, n.6, p.9-14, 1995.
HAYNES, R.J.; WILLIAMS, P.H. Nutrient cycling and fertility in the
grazed pasture ecosystem. Advances in Agronomy, v.49, p.119-199,
1993.
HILLMAN,P.E.; LEE,C.N.; PARKHURST,A. Impact of hair color on
thermoregulation of dairy cows to direct sunlight. In: ANNUAL
INTERNATIONAL MEETING OF THE ASAE, 94, 2001, Sacramento.
Proceedings… Sacramento: [ASAE], 2001.
67
HUTCHINGS, M.R.; KYRIAZAKIS, I.; ANDERSON, D.H.et al.
Behavioural strategies used by parasitised and nonparasitised sheep to
avoid ingestion of gastrointestinal nematodes. Animal Science, v.67,
p.97-106, 1998.
IBRAHIM, M.; SCHLONVOIGGT, A.; CAMARGO, C.et al.
Multistrata silvopastoral systems for incresing productivity and
conservation of natural resources in Central America. In:
INTERNATIONAL GRASSLAND CONGRESS, 19., 2001, Brasília.
Proceedings. Brasília: Embrapa, p.645-649.2001.
JOFFRE, R.; VACHER, J.; LLANOS,C de los; LONG,G. The dehesa:
an agrosilvipastoral system of the Mediterranean region with special
reference to the Sierra Morena area of Spain. Agroflorestry Systems,
Dordrecht, v6, p.71-96, 1988.
KHANSARI, D.N.; MURGO, A.J., FAITH, R.E. Effects of stress on the
immune system. Immunology Today, London, v.11, n.2, p.170-175,
1990.
KOLB, E. Fisiologia veterinária Editora Guanabara Koogan. 4ª edição.
612 p. 1984.
KRONH, C.C; MUNKSGAARD,L. Behavior or Dairy Cows kept in
Extensive (Loose housing/pasture) or intensive (tie stall) enviromente. 2
Lying and lying down behaviour. Amsterdam: Applied Animal
Behavior Science, v.37 p.1-16. 1993.
KRUSCHEWSKY, G.C. Distribuição Espacial de Fezes de Bovinos em
Sistema Silvipastoril e em Convencional: Estudo de Caso no Noroeste
do Paraná. Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas), Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
LAZO, J.A.; VALDÉS, N.V.; SAMPAIO, R.A. Diversidad zoológica
asociada a un silvopastoreo leucaena-guinea con diferentes edades de
establecimiento. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.42,
n.12, p.1667-1674, dez. 2007.
68
LEME,T.M.S.P.; PIRES,M.F.Á. VERNEQUE,R.S.; ALVIM,M.J.;
AROEIRA,L.J.M. Comportamento de vacas mestiças holandês x zebu,
em pastagem de Brachiaria decumbens em sistema silvipastoril. Ciência
agrotécnica, Lavras, v. 29, n. 3, p. 668-675, maio/jun., 2005.
LISTA,F.N.; CHIQUIERI,J.; NERY,V.L.H. Criação de bovinos nos
trópicos. In. A lavoura. v. 108, n. 654, p.16-17. 2005.
MACHADO,L.C.P. Pastoreio Racional Viosan: Tecnologia
agroecológica para o terceiro milênio. Porto Alegre: Cinco Continentes,
310p. : il. 2004.
MADER,T. & DAVIS,M.S. Effect of management strategies on
reducing heat stress of feedlot cattle: feed and water intake. Journal of
Animal Science, v.82, n.10, p. 77-87, 2004.
MAIA,S.C.; SILVA,R.G.; BERTIPAGLIA,E.C.A. Características de
pelame de vacas holandesas em ambiente tropical: um estudo genético e
adaptativo. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.4, p.843-853, 2003.
MARAI, I.F.M.; HABEEB, A.A.M.; GAD, A.E. Rabbits’ productive,
reproductive and physiological performance traits as affected by heat
stress: a review. Liv. Prod. Sci., v.78, p.71-90, 2002.
MARCHETO, F.G.; NÄÄS, I.A.; SALGADO, D.D. 1 et al. Efeito das
temperaturas de bulbo seco e de globo negro e do índice de temperatura
e umidade, em vacas em produção alojadas em sistema de free-stall,
Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science,São
Paulo, v. 39, n. 6, p. 320-323, 2002.
MARIN,F.R.; ASSAD,E.D.; PILAU,F.G. Clima e Ambiente –
Introdução à Climatologia para as Ciências Ambientais. Campinas–SP:
Embrapa Informática Agropecuária, 127p.: il. 2008.
MARTELLO, L.S. Diferentes recursos de climatização e sua influência
na produção de leite, na termorregulação dos animais e no investimento
das instalações. 2002. 98 f. Dissertação (Mestrado em Qualidade e
Produtividade Animal) - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
Alimentos, Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2002.
69
MARTUSCELLO,J.A.; JANK,L.; GONTIJO NETO,M.M;
LAURA,V.A.; Daniel de Noronha Figueiredo Vieira da
CUNHA,D.N.F.V. Produção de gramíneas do gênero Brachiaria sob
níveis de sombreamento. R. Bras. Zootec., v.38, n.7, p.1183-1190,
2009.
McDOWELL,R.E. Improvement of livestock production in warn
climates. San Francisco: Freeman, 711p. 1972.
MELOTTO.A.; NICODEMO,M.L.; BOCCHESE,R.A.; et al.
Sobrevivência e crescimento inicial em campo de espécies florestais
nativas do brasil central indicadas para sistemas silvipastoris Revista
Árvore, Viçosa-MG, v.33, n.3, p.425-432, 2009.
MEYER, U.; STAHL,W; FLACHOWSKY,G. Invertigations on the
water intake of growing bulls. Livertock Production Science, nº 103, p
186-191, 2006.
MILCHUNAS, D.G. & LAUENROTH, W.K. Quantitative effects of
grazing on vegetation and soils over a global range of environments.
Ecological Monography, v.63, p.327-366, 1993.
MIRANDA, L. F, S.C; QUEIROZ, S.C. VALADERAES Fº, P.R. el al.
Comportamento ingestivo de novilhas leiteiras alimentadas com dietas à
base de cana de açúcar. Rev.Bras. Zootecn., 283: 614-620. 1999.
MITLOHNER, F.M.; MORROW, J.L.; DAILEY, J.W.; WILSON, et al.
Shade and water misting effects on behavior, physiology, performance,
and carcass traits of heat-stressed feedlot cattle. Journal of Animal
Science, Washington, v.79, p.2327-35, 2001.
MOBERG, G.P. Biological response to stress: key to assessment of
animal well-being? In: MOBERG, G.P.Animal stress. Bethesda:
American PhysiologicalSociety, 1985. p.27-49.
MONTEIRO, F. A. & WERNER, J.C. Reciclagem de nutrientes nas
pastagens. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 14.,
Piracicaba, 1997. Anais ... Piracicaba: FEALQ, 327 P. P. 55-84. 1997.
70
MORAIS, D.A.E.F.; MAIA, A.S.C.; SILVA, R.G.; et al. Variação anual
de hormônios tireoideanos e características termorreguladoras de vacas
leiteiras em ambiente quente. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37,
n.3, p.538-545, 2008
MOTA, L. S. Adaptação e interação genótipo-ambiente em vacas
leiteiras. Tese (Doutorado) - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. 69f. 1997.
MÜLLER, P.B. Bioclimatologia aplicada aos animais domésticos.
3.ed. Porto Alegre: Sulina, 1989. 262p.
MULLER, C.J.; BOTHA, J.A.; COETZER, W.A. et al. Effect of shade
on various parameters of Friesian cow in a Mediterranean climate in
South Africa. 2: Physiological responses. South African Journal of
Animal Science, v.24, p.56-60, 1994.
MUNCK, A.; GUYRE, P.; HOLBROOK, N. Physiological functions of
glucocorticoids in stress and their relation to pharmacological actions.
Endocrinology Veterinary, New York, v.5, n.1, p.25-44, 1984.
NEIVA, J.N.M.; TEIXEIRA, M.; TURCO, S.H.N. et al. Efeito do
Estresse Climático sobre os Parâmetros Produtivos e Fisiológicos de
Ovinos Santa Inês Mantidos em Confinamento na Região Litorânea do
Nordeste do Brasil, R. Bras. Zootec., v.33, n.3, p.668-678, 2004.
OLIVEIRA,T.K.; MACEDO,R.L.G.; SANTOS,I.P.A;
HIGASHIKAWA,E.M. e VENTURIN,N. Produtividade de brachiaria
brizantha (hochst. ex a. rich.) stapf cv. marandu sob diferentes arranjos
estruturais de sistema agrossilvipastoril com eucalipto. Ciência e
agrotecnologia, Lavras, v. 31, n. 3, p. 748-757, maio/jun., 2007.
PACIULLO,D.S.C.; CAMPOS,N.R.; GOMIDE,C.A.M.,
CASTRO,C.R.T.; TAVELA,R.C. e ROSSIELO,R.O.P. Crescimento de
capim-braquiária influenciado pelo grau de sombreamento e pela
estação do ano. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.43, n.7,
p.917-923, jul. 2008.
71
PACIULLO, D.S.C; CARVALHO,C.A.B.; AROEIRA, L.J.M.;
MORENZ, M.J.F; LOPES,F. C.F. e ROSSIELO, R.O.P. Morfofisiologia
e valor nutritivo do capim-braquiária sob sombreamento natural e a sol
pleno. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.42, n.4, p.573-579, abr. 2007.
PACIULLO, D.S.C.; SILVA,V. P.S; CARVALHO, M. M.; CASTRO,
C. R.T. Arranjos e modelos de sistemas silvipastoris. In. Simpósio
internacional de sistemas agroflorestais pecuários na américa do sul. CD
ROM, Anais...Juíz de Fora-MG: Embrapa, 2000.
PAN,Y.S. Quantitative and morphological variation of sweat glands,
skin thickness, and skin shrinkage over various body regions of Sahiwal
and Jersey cattle. Journal of Agricultural Research, v.14, n.3, p.424-
437, 1963.
PARSONS, A.J.; SCHWINNING, S.; CARRERE, P. Plant growth
functions and possible spatial and temporal scaling errors in models of
herbivory. Grass Forage Science, v.56, p.21-34, 2001.
PÁSCOA, A.G. Comportamento de bovinos da raça Nelore mantidos
em pastagem de Cynodon spp cv Tifton 85: defecação e rejeição da
forragem contaminada por fezes. Dissertação (Mestrado em Zootecnia)
– Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual
Paulista, Jaboticabal. 50p. 2005.
PÁSCOA, A.G.& COSTA, M.J.R.P. Aplicação dos sistemas de
informação geográfica para definição de estratégias de manejo de
bovinos nas pastagens. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36,
suplemento especial, p.45-51, 2007.
PEREIRA, J.C.C. Fundamentos de Bioclimatologia Aplicados à
Produção Animal. Belo Horizonte: FEPMVZ, 195p. il. 2005.
PERERA, K. S.; GWADAUSKAS, F. C.; PEARSON, R.E.;
BRUMCACK JUNIOR, T. B. Effect of season and stage of lactation on
performance of Holstein. Journal Dairy Science, Champaign, v. 69, p.
228-236, 1986.
72
PERISSINOTO, M.; MOURA,D.J.; MATARAZZO,S.V; et al. Efeitos
da utilização de sistemas de climatização nos parâmetros fisiológicos de
gado leiteiro. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.26, n.3, p.663-671,
set./dez. 2006.
PILLAR, V.P.P.; BOLDRINI, I.I.; e LANGE, O. Padrões de
distribuição espacial de comunidades campestres sob plantio de
eucalipto. Pesquisa Agropecuária Brasileira., Brasília, v.37, n. 6, p.
753-761, jun 2002.
PINHEIRO,M.G. & SILVA,R.G. Estação do ano e características do
pelame de vacas da raça holandesa. Boletim de Indústria Animal, v.57,
n.2, p.99-103, 2000.
PIRES, M. F. A.; VERNEQUE, R. S.; VILELA, D. Ambiente e
comportamento animal na produção do leite. Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, v. 22, n. 211, p. 11-21, jul./ago. 2001.
PIRES, M. F. A.; VILELA, D.;VERNEQUE, R. S.; TEODORO, R. L.
Reflexos do estresse térmico no comportamento de vacas em lactalçao.
In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AMBIÊNCIA NA PRODUÇÃO DE
LEITE, 1., 1999, Piracicaba. Anais... Piracicaba: [s.n.], p. 68-99. 1999.
PIRES, M.F.A.; SATURNINO, H.M.; VERNEQUE, R.S. et al. Efeito
das estações (inverno e verão) na temperatura retal e freqüência
respiratória de vacas Holandesas confinadas em free stall. Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.50, p.747-752,
1998.
PIRES,M.F.A & CAMPOS,A.T. Modificações ambientais para reduzir
o estresse calórico em gado de leite, Juiz de Fora, Embrapa Gado de
Leite, Comunicado Técnico nº 42, 6p. 2004.
PIRES,M.F.A & CAMPOS,A.T. Conforto Animal para maior produção
de leite, Viçosa-MG, CPT, 254p. 2008.
PIRES,M.F.A. & CARVALHO,M.M.; Sombra natural em pastagem.
Revista Glória Rural, São Paulo, v.3, p.22-26, 2000.
73
PORTUGAL, J.A.B.; PIRES, M.F.A.; DURÃES, M.C. Efeito da
temperatura ambiente e da umidade relativa do ar sobre a freqüência de
ingestão de alimentos e de água e de ruminação em vacas da raça
Holandesa. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. vol.52 n.2 Belo
Horizonte. 2000.
POSSA, K. Aspectos do comportamento de bovinos das raças
Aberdeen-Angus, Nelore e seus mestiços em pastagens tropicais.
Monografia de Graduação, Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias, UNESP, Campus de Jaboticabal-SP, 50 pp. 1989.
POUGH, F. H.; HEISER, J. B.; McFARLAND, W. A vida dos
vertebrados. São Paulo: Atheneu, 151p. 1993.
RANDALL, D.; BURGREEN, W.; FRENCH, K. Animal physiology:
mechanisms and adaptations. 4.ed. New York: H. W. Freeman and
Company, 727p. 1997.
RAVAGNOLO, O.; MISZTAL, I.; HOOGENBOOM G. Genetic
component of heat stress in dairy cattle, development of heat index
function. J. Dairy Sci. 83, 2120– 2125, 2000.
REECE,W.O. Fisiologia de Animais Domésticos. (Tradução Nelson
Penteado Júnior). São Paulo: Roca, p. 253-260. Cap. 10: Calor e
Regulação Temperatura. 1996.
RIBEIRO, N.L.; FURTADO, D.A.; MEDEIROS, A. N.; RIBEIRO,
M.N. et al. Avaliação dos índices de conforto térmico, Parâmetros
fisiológicos e gradiente térmico de ovinos nativos. Engenharia. Agrícola,
Jaboticabal, v.28, n.4, p.614-623, out./dez. 2008.
ROLLIN, B.E. Animal mind: science, philosophy, and ethics, The
Journal of Ethics, 11:253–274, 2007.
SAMPAIO.I.B.M. Estatística Aplicada à Experimentação Animal, 3ed.,
Belo Horizonte: FEPMVZ- Editora, 264p. il. 2007.
SCHUTZ, K.E; COX, N.R.; MATTHEWS, L.R. How important is
shade to dairy cattle? Choice between shade or lying following different
levels of lying deprivation, Applied Animal Behaviour Science V.114 ,
p. 307–318 , 2008.
74
SCHUTZ , K. E.; ROGERS , A. R.; POULOUIN, Y. A. et al. The
amount of shade influences the behavior and physiology of dairy cattle,
J. Dairy Sci. 93 :125–133, 2010.
SHERWIN, C.M.& JOHNSON, K.G. The influence of social factors on
the use of shade by sheep. Applied Animal Behaviour Science, 18 :
143-155, 1987.
SHULTZ, T.A. Weather and shade effects on cow corral activities.
Journal of Dairy Science, v.67, p. 868-873, 1983.
SILVA JR,J.L.C. Zoneamento da Região Sudeste do Brasil, utilizando o
índice de temperatura e umidade, para o gado leiteiro. Viçosa: UFV,
2001. 73p Tese (mestrado) 2001.
SILVA, I.J.O.; PANDORFI, H.; ACARARO JR, I.; PIEDADE, S.M.S.;
MOURA, D.J. Efeitos da Climatização do Curral de Espera na Produção
de Leite de Vacas Holandesas, Revista Brasileira de Zootecnia, v.31,
n.5, p.2036-2042, 2002.
SILVA, R. G. Introdução à bioclimatologia animal. São Paulo: Ed.
Nobel, 285 p. 2000.
SILVA, R.G. & STARLING, J.M.C. Evaporação Cutânea e Respiratória
em Ovinos sob Altas Temperaturas Ambientes. R. Bras. Zootec., v.32,
n.6, p.1956-1961 (Supl. 2), 2003.
SILVA, R.G.; LA SCALA JUNIOR, N.; TONHATI, H. Radiative
properties of the skin and haircoat of cattle and other animals.
Transactions of the ASAE, v.46, p.913-918, 2003.
SILVA,R.G. Biofísica Ambiental, os animais e seu ambiente.
Jaboticabal – SP: FUNEP, 393p. 2008.
SILVA,R.G. Estimatica do balanço térmico por radiação em vacas
holandesas expostas ao sol e à sombra em ambiente tropical. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.28, n.6, p.1403-1411, 1999.
SOARES,A.B.; SARTOR,L.R.; ADAMI,P.F.; et al. Influência da
luminosidade no comportamento de onze espécies forrageiras perenes de
verão. R. Bras. Zootec., v.38, n.3, p.443-451, 2009.
75
SOUSA L.F.; MAURÍCIO,R.M.; GONÇALVES,L.C.; . et al.
Produtividade e valor nutritivo da Brachiaria brizantha cv. Marandu em
um sistema silvipastoril. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária
e Zootecnica. v.59, n.4, p.1029-1037, 2007a.
SOUSA, S.R.M.B.O.; ÍTAVO, L.C.V.; RÍMO, J. et al. Comportamento
ingestivo diurno de bovinos em confinamento e em pastagens, Arch.
Zootec. 56 (213): 67-70. 2007b.
SPIERS, D.E.; SPAIN, J.N.; SAMPSON, J.D. and RHOADS. Use of
physiological parameters to predict milk yield and feed intake in heat-
stressed dairy cows. J. Therm. Biol. 29, 759–764, 2004.
STARLING, J. M.C.; SILVA, R.G.;CERÓN-MUÑO, M.; BARBOSA,
G.S. S.C.; COSTA, M.J.R.P. Análise de Algumas Variáveis
Fisiológicas para Avaliação do Grau de Adaptação de Ovinos
Submetidos ao Estresse por Calor. Revista Brasileira de Zootecnia,
v.31, n.5, p.2070-2077, 2002.
STÖBER, M. Identificação, anamnese, regras básicas da técnica de
exame clínico geral. In: DIRKSEN, G.; GRÜNDER, H.D.; STÖBER,
M. Exame clínico dos bovinos. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
cap.2, p.44-80. 1993.
STUTH, J.W. Foraging behaviour. In: HEITSCHMIDT, R.K.; STUTH,
J.W.(eds). Grazing management: an ecological perspective. Oregon:
Timber Press, p.85-108, 1991.
TALEGON, M.I. Comportamento, estresse y bienestar animal. Avances
em Alimentacion y Mejora Animal, v.33, p.57-61, 1993.
TUCKER, C. B.; ROGERS, A.R.; SCHUTZ, K.E. Effect of solar
radiation on dairy cattle behaviour, use of shade and body temperature
in a pasture-based system. Applied Animal Behaviour Science, 109,
141–154, 2008.
VIANA,J.A.C. O terceiro mundo não é assim: está assim! Belo
Horizonte: FEPMVZ Editora, Belo Horizonte, 689p. 1999.
76
WERNECK, C. L. Comportamento alimentar e consumo de vacas
em lactação (Holandês-Zebu) em pastagem de capim elefante
(Pennisetum purpureum, Sehum.). 2001. 58 f. Dissertação (Mestrado)
– Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2001.
WEST, J.W. Physiological effects of heat stress on production and
reproduction. In: TRI-STATE DAIRY NUTRITION CONFERENCE,
2002, Fort Wayne. Proceedings... Fort Wayne: Eastridge, M.D., p.1-9,
2002.
WILD,D.W.M.; WILSON,J.R.; STUR,W.W.; SHELTON,H.M. Shading
increases yield of nitrogen-limited tropical grasses. In: Internacional
Grassland Congress, 17. 1993, Rockhampton. v.3, p. 2060-2062. 1993.
WOLFENSON, D.; ROTH, Z.; MEIDAN, R. Impaired reproduction in
heat stressed: basic and applied aspects. Animal Reproduction Science,
v.60, n.4, p.535-547, 2000.
YOKOYAMA,L.P., VIANA FILHO, A.; BALBINO,L.C.;
OLIVEIRA,I.P.; BARCELLOS, A.O.; Avaliação Econômica De
Técnicas De Recuperação De Pastagens. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, Brasília, v.34, n.8, p.1335-1345, ago. 1999.
YOUSEF,M.K. Stress Physiology in Livestock. Boca Ratton: CRC
PRESS, 217p. 1985.
ZANIN,M.; HOTZEL, M.J.; BERTON,C.T et al. Estudo da rejeição de
vacas ao pastoreio no entorno de bolos fecais. Resumos do VI CBA e II
CLAA, Rev. Bras. De Agroecologia, Vol. 4 No. 2, Nov/2009.
ZANIVE, A.M.; SANTOS, E.M.;PARENTE, H.N.; et al. Hábito de
pastejo de vacas lactantes Holandês x Zebu em pastagens de Brachiaria
brizantha e Brachiaria decumbens , Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.59,
n.1, p.175-181, 2007
ZAPPAVIGNA, P. Thermal behavior of animal houses in hot climate:
experimental contributions to the theoretical approach. In: ASAE
ANNUAL INTERNATIONAL MEETING, 2001, Chicago. St Joseph:
ASAE, 2001. (Paper: n. 024110)
77
ANEXOS
78
FIGURA 5. Fixa de coleta de dados
79
FIGURA 6. Tratamento sol (sem sombra), vacas próximas a bebedouro.
FIGURA 7. Tratamento sol (sem sombra), vacas pastando.
80
FIGURA 8. Tratamento única, vacas deitadas na sombra.
FIGURA 9. Tratamento única, vaca em pé na sombra
81
FIGURA 10. Tratamento bosque, vista panorâmica do bosque.
FIGURA 11. Tratamento bosque, vacas na sombra do bosque.
82
FIGURA 12. Tratamento dispersa, vacas na sombra.
FIGURA 13. Tratamento dispersa, vaca pastando.
83
FIGURA 14. Porcentagem do tempo destinado ao pastejo pelas vacas. Tempo
total 430 minutos. Barras identificadas por letras diferentes são estatisticamente
diferentes pelo teste de Duncan a 5% (CV 7,71 e p = 0,03).
FIGURA 15. Porcentagem do tempo destinado a ruminação pelas vacas. Tempo
total 430 minutos. Barras identificadas por letras diferentes são estatisticamente
diferentes pelo teste de Duncan a 5% (CV 12,43 e p = 0,003).
84
FIGURA 16. Porcentagem do tempo destinado aos outros comportamentos
(principalmente ócio) pelas vacas. Tempo total 430 minutos. Barras
identificadas por letras diferentes são estatisticamente diferentes pelo teste de
Duncan a 5% (CV 18,64 e p = 0,0006).
FIGURA 17. Comparativo entre o tempo destinado ao pastejo,
ruminação ou a outros comportamentos pelas vacas. Tempo total 430
minutos.
85
FIGURA 18. Porcentagem do tempo que as vacas permaneceram na sombra.
Tempo total 430 minutos. Barras identificadas por letras diferentes são
estatisticamente diferentes pelo teste de Duncan a 5% (CV=15,26 e p=0,0001).
FIGURA 19. Porcentagem do tempo que as vacas permaneceram
deitadas. Tempo total 430 minutos. Barras identificadas por letras
diferentes são estatisticamente diferentes pelo teste de Duncan a 5%
(CV = 22,67 e p=0,003).
86
FIGURA 20. Consumo médio diário dos grupos por tratamento. Barras
identificadas por letras diferentes são estatisticamente diferentes pelo teste de
Duncan a 5% (CV = 3,74 e p = 0,002).
TABELA 6. Produção de leite média diária das vacas por tratamento.
PRODUÇÃO DE LEITE DIÁRIA
TRATAMENTOS LITROS
SOL 9,42
ÚNICA 9,56
BOSQUE 9,98
DISPERSA 9,90
87
TABELA 7. Índices de Temperatura de Umidade calculados.
ÍNDICE DE TEMPERATURA E UMIDADE
Dia Estação Meteorológica Local do experimento
SOL SOMBRA
1 76 83 74
2 75 81 72
3 77 83 74
4 78 85 75
5 77 84 75
6 76 81 74
7 76 83 75
8 74 82 75
Média 76,1 ± 1,1 82,7 ± 1,6 74,2 ± 1,3
FIGURA 21. Apresentação gráfica da freqüência observada da distribuição das
vacas nos quadrantes dos piquetes por tratamento.
88
FIGURA 22. Apresentação gráfica da freqüência observada da distribuição das
fezes nos quadrantes dos piquetes por tratamento.
FIGURA 23. Gráfico comparativo dos tempos pastando, ruminado e outros
comportamentos no decorrer do dia nos diferentes tratamentos.
89
FIGURA 24. Gráfico da porcetagem dos tempos pastando, ruminado e outros
comportamentos no decorrer do dia nos diferentes tratamentos e sua ocorrência
em pé ou deitada e no sol e na sombra.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo