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SANDRA APARECIDA CAMACHO RECK
SELEÇÃO DE CULTIVARES ALTERNATIVAS DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris
L.) EM RESPOSTA À ADUBAÇÃO SILICATADA
MARINGÁ
PARANÁ – BRASIL
FEVEREIRO – 2010
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SANDRA APARECIDA CAMACHO RECK
SELEÇÃO DE CULTIVARES ALTERNATIVAS DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris
L.) EM RESPOSTA À ADUBAÇÃO SILICATADA
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual de Maringá, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação
em Genética e Melhoramento, para
obtenção do título de Mestre.
MARINGÁ
PARANÁ – BRASIL
FEVEREIRO - 2010
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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil)
Reck, Sandra Aparecida Camacho
R298a Avaliação de cultivares de feijão (Phaseolus
vulgaris L.) em resposta à adubação silicatada. /
Sandra Aparecida Camacho Reck. -- Maringá, 2010.
xi, 54 f. : il. figs., quadros.
Orientador : Prof. Dr. Carlos Alberto de Bastos
Andrade.
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de
Maringá, Programa de Pós-Graduação em Genética e
Melhoramento, 2010.
1.Phaseolus vulgaris L. - Genótipos. 2. Phaseolus
vulgaris L. - Adubação silicatada. 3. Phaseolus
vulgaris L. - Produtividade. 4. Feijão (Phaseolus
vulgaris L.) - Adubação silicatada. 5. Feijão
(Phaseolus vulgaris L.) - Silício. 6. Feijão
(Phaseolus vulgaris L.) - Produtividade. I. Andrade,
Carlos Alberto de Bastos, orient. II. Universidade
Estadual de Maringá. Programa de Pós-Graduação em
Genética e Melhoramento. III. Título.
CDD 21.ed. 633.372
Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte
(A autora);
iii
Ao Fábio, meu esposo, companheiro e amigo.
Aos meus pais, Marisa e Antonio.
Aos meus irmãos, Simone e Tone.
Por todo o amor, apoio, por tudo o que sou e pelo que alcancei.
iv
AGRADECIMENTOS
Àqueles que fizeram parte dessa jornada de forma direta ou indireta,
quero agradecer incondicionalmente.
A Deus, pela Sua divina providência e luz em minha vida.
Aos meus pais, pelos fundamentos da educação, honra e dignidade.
Ao Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento da
Universidade Estadual de Maringá, pela oportunidade de realizar este curso e
pelos ensinamentos recebidos.
Ao meu orientador, professor doutor Carlos Alberto de Bastos Andrade,
por todos os ensinamentos, pela amizade, dedicação e paciência durante todo o
trabalho em especial na finalização dessa dissertação
À Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), pela concessão da bolsa de estudos.
À Fundação Araucária, pelo auxílio financeiro que permitiu a execução da
pesquisa.
Aos funcionários da Fazenda Experimental de Iguatemi, senhor Gildo
Ferreira Duarte e senhor Antonio Rodrigues Queiroz Filho, pela colaboração nos
trabalhos de campo.
À minha irmã, Simone, pelo incentivo a cada passo, pelos seus conselhos
e confiança na minha capacidade.
Aos graduandos Victor Palaro e Marlon Francis, pela amizade e apoio na
instalação e condução dos experimentos.
Aos colegas de Pós-Graduação, Anna Karolina, Danilo, Edson Bolson,
Rachel, Cláudia Scapim e Marcos Rodovalho, pela a amizade e ajuda nas horas
difíceis.
Aos meus professores da graduação, em especial ao professor doutor
Henrique Ortêncio Filho, pelo exemplo, pela amizade e o incentivo durante a
minha caminhada acadêmica.
v
BIOGRAFIA
SANDRA APARECIDA CAMACHO RECK, filha de Antonio Camacho
Neto e Marisa Cordeiro Camacho, nasceu em Cianorte, estado do Paraná, aos 12
de maio de 1986.
Cursou o Ensino Fundamental na Escola Estadual Professor Léo Kohler,
concluindo-o em 2000. O Ensino Médio concluiu no Colégio Estadual Helena
Kolody, em 2003, no município de Terra Boa, Paraná.
Graduou-se em Ciências Biológicas pela Universidade Paranaense de
Cianorte em 2007. No mesmo ano, foi aprovada no concurso público para o cargo
de Biólogo, no município de Jussara, Paraná.
No ano de 2008, ingressou no Curso de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Genética e Melhoramento (PGM) da Universidade Estadual de
Maringá, na cidade de Maringá, estado do Paraná.
Em fevereiro de 2010, iniciou sua carreira como docente na Universidade
Paranaense de Cianorte, estado do Paraná, lecionando a disciplina Anatomia e
Morfologia Vegetal, para o Curso de Ciências Biológicas, e Botânica, para o curso
de Tecnologia em Gestão Ambiental.
vi
ÍNDICE
RESUMO ........................................................................................................................... viii
ABSTRACT ......................................................................................................................... ix
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
2. REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 3
2.1. Importância da cultura ................................................................................................. 4
2.2. O melhoramento genético do feijoeiro ........................................................................ 7
2.3. O elemento silício ........................................................................................................ 9
2.3.1. O silício no solo .................................................................................................... 9
2.3.2. O silício nas plantas ............................................................................................ 11
2.3.3. O silício no controle das doenças e pragas .......................................................... 14
3. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 16
3.1. Local .......................................................................................................................... 16
3.2. Delineamento experimental ....................................................................................... 16
3.3. Cultivares utilizadas .................................................................................................. 17
3.4. Variáveis estudadas ................................................................................................... 18
3.4.1. Características da planta ...................................................................................... 18
3.4.2. Componente de produção .................................................................................... 18
3.4.3. Teor de silício na matéria seca de folhas ............................................................ 18
3.5. Análise estatística dos dados ..................................................................................... 18
3.6. Dados climáticos ....................................................................................................... 19
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 21
4.1. Safra agrícola 2008/20009 ......................................................................................... 21
4.1.1. Características da planta ...................................................................................... 21
4.1.1.2. Diâmetro do coleto ........................................................................................ 21
4.1.1.1. Altura de planta ............................................................................................. 23
4.1.2. Componentes da produção .................................................................................. 25
4.1.2.1. Número de vagens por planta ....................................................................... 26
4.1.2.2. Número de sementes por vagem ................................................................... 28
4.1.2.3. Massa de 100 sementes ................................................................................. 30
4.1.2.4. Rendimento de grãos .................................................................................... 32
4.1.3. Teor de silício na matéria seca de folhas ............................................................ 33
4.2. Safra agrícola 2009/2010 ........................................................................................... 34
4.2.1. Características da planta ...................................................................................... 34
4.2.1.1. Diâmetro do coleto ........................................................................................ 35
4.2.1.2. Altura de planta ............................................................................................. 36
4.2.2. Componentes de produção .................................................................................. 37
4.2.2.1. Número de vagens por planta ....................................................................... 38
4.2.2.2. Número de sementes por vagem ................................................................... 39
4.2.2.3. Massa de 100 sementes ................................................................................. 41
4.2.2.4. Rendimento de grãos .................................................................................... 42
5. CONCLUSÕES .............................................................................................................. 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 45
RESUMO .............................................................................................................. vii
ABSTRACT ......................................................................................................... viii
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
vii
2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 3
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 16
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 19
4.1. Safra agrícola 2008/2009 ............................................................................ 19
4.1.1. Características da planta ....................................................................... 19
4.1.1.1. Estatura de planta .......................................................................... 19
4.1.2.1. Número de vagens por planta ......................................................... 23
4.1.2.3. Massa de 100 grãos ........................................................................ 26
4.1.2.4. Rendimento de grãos ...................................................................... 28
4.1.3. Comparações das médias ..................................................................... 30
4.2. Safra agrícola 2009/2010 ............................................................................ 32
4.2.1. Características da planta ....................................................................... 32
4.2.1.2. Estatura de planta ........................................................................... 33
4.2.1.3. Diâmetro do coleto .......................................................................... 34
4.2.2. Componentes de produção ................................................................... 35
4.2.2.1. Número de vagens por planta ......................................................... 36
4.2.2.2. Número de grãos por vagem ........................................................... 37
4.2.2.3. Massa de 100 grãos ........................................................................ 38
4.2.2.4. Rendimento de grãos ...................................................................... 39
5 CONCLUSÕES .................................................................................................. 42
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 43
viii
RESUMO
RECK, Sandra Aparecida Camacho, M.Sc. Universidade Estadual de Maringá,
fevereiro de 2010. Seleção de cultivares alternativas de feijão (Phaseolus
vulgaris L.) em resposta à adubação silicatada. Professor orientador: Carlos
Alberto de Bastos Andrade. Professores Conselheiros: Carlos Alberto Scapim e
Ronald José Barth Pinto.
O cultivo de feijão vem atraindo, nos últimos anos, a atenção de pesquisadores
que buscam novas técnicas para aumentar a produtividade e qualidade dos
grãos, pois a produtividade brasileira do grão é baixa (em torno 800 kg ha
-1
). Para
isso, faz-se necessário a utilização de novas tecnologias para o aperfeiçoamento
dos processos produtivos, como é o caso da utilização da adubação silicatada. O
objetivo desse trabalho foi selecionar as cultivares alternativas de feijão em
resposta à aplicação de Si, de acordo com as características da planta (estatura
de planta e diâmetro do coleto), e nos componentes de produtividade (número de
vagens por planta, número de grãos por vagem, massa de 100 grãos e
rendimento dos grãos). Os experimentos foram conduzidos na safra das águas
2008/2009, com as cultivares Bolinha, BRS Radiante e Vermelho 2157, e na safra
agrícola 2009/2010 (cv. Carioca e Preto) na Fazenda Experimental de Iguatemi,
empregando diferentes doses de Si: 0; 8,5; 17; 25,5 e 34,0 ppm. A aplicação
foliar de silício nas doses empregadas não influenciou nas características da
planta (estatura de planta e diâmetro do coleto). Do mesmo modo, não interfere
nos componentes de produção (número de vagens por planta, número de grãos
por vagem, massa de 100 grãos e rendimento dos grãos).
Palavras-chave: Phaseolus vulgaris L., genótipos, adubação silicatada,
produtividade.
ix
ABSTRACT
RECK, Sandra Aparecida Camacho, M.Sc., Universidade Estadual de Maringá,
February.2010. Selection of alternative bean cultivars (Phaseolus vulgaris L.)
in response to silicon. Advisor: Carlos Alberto de Bastos Andrade. Committee
members: Carlos Alberto Scapim e Ronald José Barth Pinto.
The cultivation of beans has attracted in recent years, the attention of researchers
and technicians to increase productivity and grain quality, because the Brazilian
grain productivity is low (around 800 kg/ha
1
). It’s necessary the study and use of
new technologies to improve production processes, such as the use of silicon
fertilization, especially in varieties not traditionally sown in the region, but has a
promising market, can help to achieve good levels of productivity and increased
grain quality. The objective of that work was of selecting them cultivars bean
alternatives in response to the application in agreement with the characteristics of
the plant (plant stature and root collar diameter) and in the productivity
components (number of pods per plant, number of grains per plant, 100 grains
mass and grains yield0. The work was conducted at the Experimental Farm
Iguatemi (FEI) in Maringá – Pr, in the crop year 2008/2009 with applications of
different doses of Si: 0; 8,5; 17; 25,5 e 34 ppm, in Bolinha, BRS Radiante e
Vermelho 2157 cultivars and 2009/2010.with Carioca and Preto genotypes.. The
application to foliate of Si in the doses used it didn't influence the characteristics of
the plant (plant stature and root collar diameter). In the same way that doesn't
interfere in the production components (.number of pods per plant, number of
grains per plant, 100 grains mass and grains yield).
Key words: Phaseolus vulgaris L., genotypes, silicon fertilization, productivity.
1
1. INTRODUÇÃO
A cultura do feijoeiro é tida como uma das mais importantes na agricultura
brasileira já uma vez que, juntamente com o arroz, tem importância não só
econômica, mas também social e cultural, estando este grão presente na mesa da
maioria dos brasileiros, independentemente de sua classe social (Vieira et al.,
2006).
O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é uma planta anual e seus
grãos são utilizados na alimentação humana, principalmente por ser fonte básica
de proteínas e calorias (Aidar et al., 2002). Esta cultura vem atraindo a atenção de
pesquisadores e técnicos com o intuito de se melhorar a produtividade e a
qualidade dos grãos, pois a produtividade brasileira do grão é baixa , em torno de
872 kg.ha
-1
na safra 2007/2008, visto quese comparada com a produtividade
média dos Estados Unidos e da China, que é de 1923 kg.ha
-1
e 1.560 kg.ha
-1
,
respectivamente (FAO, 2008).
Em algumas condições de cultivo, como, por exemplo, no feijão irrigado
com pivô central e manejo adequado, têmtem-se alcançado produtividade de
3.000 kg ha
-1
n, nos Estados estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Distrito
Federal (CONAB, 2008).
Os principais fatores responsáveis pela baixa produtividade em nosso
país são a ocorrência de doenças, pragas, deficiências nutricionais e problemas
climáticos (FAO, 2008)
Deve-se ressaltar também, que a determinação do rendimento do feijoeiro
é conseqüência do hábito de crescimento, do número e distribuição de vagens,
das características das sementes, do ciclo, do ambiente de crescimento, do
sistema de produção, das práticas de manejo e da aplicação de insumos (Graham
e Ranalli, 1997).
Quanto à estrutura produtiva, no Brasil, de um lado estão pequenos
produtores, que não utilizam práticas adequadas de cultivo e reutilizam os grãos
colhidos como sementes por várias gerações. No extremo oposto estão
produtores rurais que cultivam o feijoeiro em grandes áreas sob irrigação e
adotam todas as tecnologias disponíveis (Mesquita, 2005).
Para garantir uma boa produtividade, é essencial realizar então uma boa
adubação, de acordo com a análise do solo e a quantidade extraída pelo feijoeiro,
2
selecionar selecionar a a cultivar adequada para a região, utilizarar sementes de
boa qualidade, contar contar com condições climáticas favoráveis e dispor de
técnicas modernas de manejo da cultura. O estudo e a utilização da adubação
silicatada, pode contribuir para a obtenção de bons índices de produtividade e
aumentar a qualidade dos grãos.
Mesmo não sendo considerado um elemento essencial às plantas, a
aplicação de Si via solo nas formas de silicatos de Ca e Mg e, via foliar, na forma
de silicato de potássio, vem demonstrando ótimos resultados para culturas de
gramíneas e leguminosas, sendo associada a diversos benefícios proporcionados
às plantas e ao solo. O silício tem um papel importante nas relações planta-
ambiente, pois pode dar às culturas condições para suportar adversidades
climáticas, edáficas e biológicas (Deren, 1994; Epstein, 1999).
As cultivares de feijão BRS Radiante, Bolinha e Vermelho 2157, embora
não sejam as cultivares predominantes na região Noroeste do Paraná, ou seja, as
mais cultivadas são feijões do grupo Carioca e Preto, vem sendo comercializada
em feiras-livres dos produtores em vários municípios da região. noroeste do
Paraná.
O objetivo deste trabalho consistiu em avaliar o desenvolvimento e a
produtividade das cultivares de feijão Bolinha, BRS Radiante, Vermelho 2157,
IAPAR 72 (grupo carioca) e IPR Uirapuru (grupo preto) mediante a utilização da
adubação silicatada.
3
2. REVISÃO DA LITERATURA
4
2.1. Importância da cultura
O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é uma planta anual diplóide
com 22 cromossomos, pertencente à ordem Rosales, classe Dicotiledoneae,
família Fabaceae, subfamília Papilionoidae. É uma espécie herbácea cujo hábito
de crescimento pode ser determinado ou indeterminado. O modo preferencial de
reprodução da espécie é por autogamia, que é favorecida pelo mecanismo de
cleistogamia, sendo que a taxa de fecundação cruzada pode chegar a 5% de
acordo com CIAT (1974). Originário nas Américas, o feijão comum é considerado
como espécie não–cêntrica, ou seja, não possui um centro específico de
localização de origem, com centros de domesticação independentes (Harlan,
1971 e 1975).
Com base em informações morfológicas, fisiológicas e bioquímicas, Gepts
e Bliss (1985), Gepts e Bliss (1986), Sprecher (1988), Koenig e Gepts (1989) e
Koenig, Singh e Gepts (1990), estabeleceram a hipótese de três centros de
origem para o feijão: o primeiro no México e na América Central
(Mesoamericano), o segundo na região Andina, e o terceiro, de menor
importância, na Colômbia. Para a determinação destes centros de origem, os
autores se basearam em características como o tipo de faseolina – principal
proteína de reserva de feijões selvagens e cultivados – bem como no tamanho
das sementes. Gepts (1984 e 1988), por meio de análises eletroforéticas,
determinou vários tipos de faseolina. Foi verificado que ocorria uma
correspondência na distribuição geográfica entre os feijões silvestres e cultivados.
Os feijões do tipo “S” predominam no México e América Central (92%), enquanto
os do tipo “T” predominam nos Andes do Sul (50%). O do tipo “B” somente foi
encontrado em feijões silvestres e cultivados na Colômbia. Já oOs tipos “C”, “H” e
“A” foram encontrados em formas cultivadas nos Andes.
Os centros de origem correspondem aos centros de domesticação, já
uma vez que cultivares de feijão apresentam o mesmo tipo de faseolina,
específica de cada centro de origem, e de seus ancestrais selvagens (Gepts et
al., 1986).
Por apresentar um ciclo que varia de 61 a 110 dias, pode ser
considerada uma cultura apropriada para compor desde sistemas agrícolas
5
intensivos irrigados, altamente tecnificados, até aqueles com baixo uso
tecnológico, principalmente de subsistência (Aidar, 2007).
O gênero Phaseolus possui cerca de 55 espécies, das quais cinco são as
mais cultivadas: P. vulgaris L., P. coccineus L., P. acutifolius, P. lunatus L. e P.
polyanthus, contribuindo com 95% da produção mundial de feijão (Yokoyama,
2002; Borém, 2006).
Uma das leguminosas intensamente estudadas na América Latina tem
sido o feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.), por ser a principal fonte de proteína e fazer
parte dos hábitos alimentares da população, sendo sua importância alimentícia,
entre outros fatores, devido ao menor custo de produção em relação à proteína
animal (Quintana et al., 2002).
O feijão é uma leguminosa consumida em grande quantidade, no Brasil e
no mundo, por todas as classes sociais, sendo, para muitos indivíduos, a principal
fonte de proteínas, minerais, vitaminas e fibras (Del Pino e Lajolo, 2003).
Além da importância do feijão na alimentação da população brasileira e
mundial, a cadeia de produção, beneficiamento e comercialização, geram
ocupação e renda, principalmente a classe menos privilegiada (Fachini et al.,
2006).
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),
aponta que, a produção mundial de feijão tem se concentrado em países que,
além de serem os maiores produtores, são também os maiores consumidores. Os
principais produtores mundiais de feijão são o Brasil, a Índia, a China, o Myanmar,
o México e os Estados Unidos (FAO, 2008).
No Brasil, o feijão é cultivado ao longo do ano, na maioria dos estados,
em três safras (das águas, da seca e de inverno), com semeadura em agosto-
setembro, janeiro-fevereiro e maio-junho, respectivamente. As três safras
proporcionam ao Brasil, uma contribuição de 17,27% da produção mundial (FAO,
2008).
Na safra 2008/09, os três maiores produtores dessa leguminosa foram o
Paraná, Minas Gerais e Bahia, que juntos responderam em média por 47% da
produção nacional, com destaque para o Paraná, que participa, em média, com
21% do total nacional (SEAB, 2009)
Os estados do Paraná, Minas Gerais e São Paulo se destacam na
produção de feijão da 1ª. safra. Na 2ª. Safra, os maiores Estados produtores são
6
Paraná, Ceará e Minas Gerais e na 3ª. safra se destacam Bahia, Minas Gerais e
Goiás (RAPASSI et al., 2009).
Em nosso país, o feijão tem extrema importância econômica e social. De
acordo com os dados do IBGE (2009), a produção nacional de feijão em 2009,
considerando as três safras do produto, alcançou 3.478.775 toneladas sendo, a
participação, assim distribuída: 1.642.946 toneladas da 1ª safra (47,2%),
1.430.040 toneladas da 2ª safra (41,1%) e 405.789 toneladas da 3ª safra (11,7%).
Segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB,
2010 a), para a safra 2009/2010 (1ª safra), a produção de feijão está estimada
em 1.455,6 mil toneladas.
Nos últimos anos, tem-se observado uma redução constante no consumo
per capita dessa leguminosa no Brasil. Enquanto na década de 70 o consumo per
capita de feijão girava em torno de 27 Kg.hab
-1
.ano
-1
, em 2009, já havia sido
reduzido para aproximadamente 18,0 Kg.hab
-1
.ano
-1
(CONAB, 2009). De acordo
com Cogo (2004), diversos fatores contribuíram para a redução do consumo per
capita de feijão no país, tais como: a sua substituição por fontes de proteína
animal, o êxodo rural (consumo per capita rural é maior que o urbano), a mudança
de hábitos alimentares, com o advento do “fast food”,; as fortes flutuações de
oferta e preços e a falta de praticidade no seu preparo.
Mesmo assim, o feijão ainda é um dos alimentos mais tradicionais da
dieta do brasileiro, constituindo importante fonte protéica e energética. No
entanto, é um produto que perde rapidamente o valor comercial após a colheita,
por causa, principalmente, da diminuição da capacidade de reidratação, do
aumento do tempo necessário de cozimento e do escurecimento do tegumento
(Sawazaki et al., 1985; Iaderoza et al., 1989).
No Brasil, são plantadas várias cultivares de feijão que
representam, basicamente, os tipos comerciais mais comuns: Preto,
Carioca, Mulatinho, Roxo,
Rosinha e Amarelo (Silva,1999).
Sabe-se que, em nosso país, a preferência do consumidor é regionalizada
e diferenciada principalmente quanto à cor, o tamanho e o brilho do grão. O feijão
de tegumento preto é mais popular no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, sul e
leste do Paraná, Rio de Janeiro, sudeste de Minas Gerais e sul do Espírito Santo.
7
No restante do país, este tipo de grão tem pouco valor comercial ou aceitação. Os
feijões de grão tipo carioca são aceitos em praticamente todo o Brasil, sendo que
53% da área cultivada é são semeadas com este tipo de grão. O feijão mulatinho
é mais aceito na Região Nordeste e os de tipo roxo e rosinha são mais populares
nos estados de Minas Gerais e Goiás (Aidar, 2007).
2.2. O melhoramento genético do feijoeiro
O feijoeiro é cultivado em praticamente em todos os estados brasileiros,
nas mais variadas condições edafoclimáticas e em diferentes épocas e sistemas
de cultivo, o que dificulta a realização do melhoramento da cultura, pois o
melhorista tem um desafio muito maior do que em regiões temperadas, uma vez
que, nas condições tropicais a instabilidade climática e a heterogeneidade dos
solos são maiores, o que exige que as cultivares recomendadas aos produtores
apresentem, além da alta produtividade de grãos, maior estabilidade (Carneiro,
2002).
No Brasil, os programas de melhoramento genético do feijoeiro comum
são restritos e concentrados, predominantemente no setor público. Segundo
Voysest (2000), os primeiros programas iniciaram por volta da década de 1930,
mas a maioria começou suas atividades a partir de 1970. Entretanto, um dos
desafios constantes dos programas de melhoramento genético é a obtenção de
novas cultivares de feijão comum que sejam mais produtivas, menos sensíveis
aos estresses bióticos e abióticos, e com características que atendam as às
exigências do mercado consumidor (Melo et al., 2007).
Segundo Ramalho (2001), o grande progresso obtido na produtividade do
feijoeiro no país, pode ser atribuído ao melhoramento genético. Frequentemente,
deve-se avaliar os progressos obtidos nos programas de melhoramento, com o
intuito de subsidiar ações de pesquisas no futuro.
Estudos vem vêm sendo desenvolvidos cada vez mais com o objetivo de
identificar as preferências dos consumidores de países importadores como Índia,
Japão, Cuba, Itália entre outros. Esses estudos auxiliam e muito os programas de
melhoramento direcionados para a exportação de feijão num futuro a médio e
longo prazo. Um exemplo dessa iniciativa é o cultivo de variedades como o feijão-
8
rajado e o feijão-vermelho que têm maior aceitação no mercado europeu (Hetzel,
2006).
Desse modo, os grãos de feijão devem possuir características culinárias
desejáveis, como tempo de cozimento reduzido, boa palatabilidade, textura macia
do tegumento e capacidade de produzir caldo claro e denso após o cozimento
(Mesquita et al., 2007). A necessidade de redução no tempo de cozimento dessa
leguminosa é um fator de grande importância, uma vez que, o processo de
urbanização ocasionou mudanças no hábito alimentar de parte da população, que
passaram a buscar produtos do tipo “fast food” pela praticidade, sendo este, um
dos fatores que contribuíram para a redução do consumo de feijão (Ramos Júnior
et al., 2005).
Outro aspecto a ser ressaltado a respeito do melhoramento do feijoeiro é
quanto
à resistência a doenças (Couto et al., 2005; Ramalho e Abreu, 2006).
Embora o germoplasma tradicional do feijoeiro apresente ampla variabilidade
genética disponível (Bonett et al., 2006; Ceolin et al., 2007; Elias et al., 2007), a
incidência de doenças agressivas, principalmente em regiões de baixa latitude,
afeta significativamente o rendimento de grãos, constituindo-se do principal fator
limitante à utilização de parte desta variabilidade genética disponível em
programas de melhoramento genético (Voysest et al., 1994).
Neste contexto métodos e sistemas biotecnológicos podem ser
ferramentas muito úteis aos programas de melhoramento genético a fim de
superar essas limitações e impulsionar o progresso da cultura. Algumas das
principais vantagens que podem ser obtidas são: aumento a à resistência ou
tolerância às doenças e pragas, bem como a estresses ambientais, melhoria da
qualidade de sementes e arquitetura de plantas, alteração no modo de
reprodução ou desenvolvimento de esterilidade citoplasmática (Veltcheva et al.,
2005).
Conforme Borém (2005), a alternativa mais viável para se conseguir
incrementos na produtividade de grãos do feijoeiro é a obtenção de genótipos
resistentes às doenças, à seca, apropriados à colheita mecanizada, com melhor
valor nutricional, dentre outras características.
9
2.3. O elemento silício
O termo silício provém do latim sílex, rocha constituída de sílica (dióxido
de silício) amorfa hidratada e sílica microcristalina, a qual era muito utilizada na
confecção de utensílios e armas na Era Paleolítica (Lima Filho e Tsai, 2007).
O silício é considerado o elemento mais abundante da crosta terrestre,
sendo superado apenas pelo oxigênio (Mengel e Kirkby, 1987).
Esse elemento não é encontrado naturalmente em seu estado puro,
ocorrendo na natureza nas formas de sílica e silicatos. Os minerais do grupo
sílica, do qual o quartzo é o mais conhecido, são excedidos apenas pelos
minerais do grupo dos silicatados, representado principalmente pelos feldspatos
(Lepsch, 2004). No solo, o silício como mineral é proveniente do intemperismo
primário e secundário de minerais como a argila.
Até o ano de 2003, o silício não era considerado um elemento benéfico ou
funcional para o crescimento dos vegetais. Mas a partir do decreto-lei nº4954,
aprovado em 14 de janeiro de 2004, que dispõe sobre a legislação brasileira de
fertilizantes, o silício está sendo considerado um micronutriente benéfico (Brasil,
2004).
2.3.1. O silício no solo
As principais formas de silício no solo, passíveis de serem absorvidas
pelas plantas, são o ácido monosilícico (H
4
SiO
4
) e o ácido polisilícico, incluindo
silício adsorvido, seja solúvel ou precipitado junto com óxidos cristalinos de Al, Fe
e Mn. No entanto, a concentração e disponibilidade do elemento na solução do
solo são dependentes da rocha e do mineral, do grau de intemperismo, do pH do
solo e do teor de sesquióxidos e de outras partículas adsorventes (Takahashi,
1995).
No Brasil , ainda são poucos os trabalhos de avaliação de silício nos
solos. Em um estudo realizado por Rodrigues (2000), o teor de Si disponível foi de
14,6 mg dm
-3
, extraído com ácido acético a 0,5 M nos primeiros 20 cm de um
Latossolo Vermelho-Amarelo álico (LVa), de textura muito argilosa, coletado na
região do triângulo Mineiro. Carvalho (2000) obteve valor de 6 mg dm
-3
de Si em
um solo classificado como Latossolo Vermelho-Escuro da região de Botucatu,
São Paulo. Enquanto que Faria (2000), analisando dois solos da região do
10
Triângulo Mineiro, detectou os seguintes teores de silício: no Latossolo Vermelho-
Amarelo, 5,7 mg dm
-3
e na Areia Quartzosa, 3,3 mg dm
-3
.
Korndorfer et al. (1999) estudaram quatro tipos de solos brasileiros, os
teores de silício disponíveisel seguiram a seguinte ordem decrescente: Latossolo
Roxo distrófico>Latossolo Vermelho Escuro álico>Latossolo Amarelo álico>Areia
Quartzosa.
De acordo com várias pesquisas, a capacidade do solo em fornecer silício
para os vegetais é fortemente influenciada pelo teor de argila. Meyer e Keeping
(2001) encontraram relação positiva entre os teores de Si no solo e os teores de
argila.
Na decomposição dos silicatos, ocorre a liberação de Si na solução do
solo na forma de ácido monosilícico, H
4
SiO
4
, desde que o pH esteja abaixo de 9.
Com a troca do fosfato fixado em sequióxidos pelo íon silicato, ocorre aumento da
disponibilidade do fósforo, explicando, em parte, o efeito benéfico do silício no
crescimento e na produção de algumas espécies (Malavolta, 1980).
Segundo Melo (2005), a maioria dos solos possuem consideráveis
concentrações de silício, no entanto, a quantidade desse elemento pode ser
reduzida devido aos cultivos consecutivos até o ponto em que a aplicação de
silício tenha contribuição na obtenção de maiores produções das culturas. De
modo geral, os solos de clima tropical, apresentam baixa disponibilidade desse
elemento e deve responder à aplicação silicatada.
A compactação do solo também pode reduzir a quantidade de silício
disponível para as plantas, pois aumenta o nível de ácidos polissilícicos,
diminuindo o teor de ácido monossilícico [H
4
SiO
4
ou Si(OH)
4
], que é a forma
absorvida pela planta (Matychenkov et al., 1995).
De acordo com Lima Filho et al. (1999), solos tropicais e subtropicais
sujeitos a processos de intemperização e lixiviação mais acentuada e cultivados
intensamente tendem a apresentar baixos níveis de Si trocável, devido à
dessilicatização. Apresentam, ainda, baixo pH, alto teor de Al, baixa saturação por
bases e alta capacidade de fixação de P, além de uma atividade microbiana
reduzida.
Apesar do silício ser considerado um dos elementos mais abundantes da
crosta terrestre, devido à ação do intemperismo, o Si natural é insuficiente para
11
desempenhar seu papel como nutriente às culturas, sendo necessária a
adubação complementar (Brady, 1992).
Atualmente, o Si tem sido considerado elemento chave para a
sustentabilidade, não apenas da agricultura convencional, mas também da
agricultura orgânica e biodinâmica, tendo em vista que vários países utilizam
adubos à base de silício (Reis et al., 2007).
O emprego dos adubos silicatados apresentou resultados significativos no
crescimento e na produtividade de muitas gramíneas e leguminosas. Com o
aumento da disponibilidade de Si no solo, observou-se aumento na produtividade
dessas culturas (Elawad e Green Jr., 1979).
Matichenkov et al. (2001), encontrou encontraram que o aumento das
doses de silício na forma se silicatos de cálcio e magnésio via solo, provocaram
um aumento no peso total de grapefruits de plantas recém-germinadas, assim
como um aumento no peso das raízes, sendo que estas foram submetidas a
diferentes tipos de estresse.
De acordo com Horst e Marschner (1978), o aspecto benéfico do Si em
relação à toxidade ao manganês, foi observado no trabalho realizado com plantas
de feijão cultivado em solução nutritiva contendo Si. O Mn apresentou-se
distribuído na lâmina foliar, não concentrando em pontos específicos, que
resultariam em lesões típicas de toxidez. Com isso, o nível crítico superior de Mn
nas folhas foi de 100 mg kg
-1
sem adição de Si, já com adição de 40mg kg
-1
de Si
este aumentou para mais de 1000 mg. kg
-1
.
A quantidade de silício a ser empregada deve ser definida de acordo com
a análise do solo. No entanto, segundo Korndörfer (2004), quanto mais Si for
absorvido pelas plantas, maiores serão as chances de se verificar resultados
positivos e/ou benéficos no controle de pragas, doenças e na produtividade das
culturas. Mas, deve-se levar em consideração que o efeito corretivo dos silicatos e
a relação custo/benefício, isto é, doses excessivas podem provocar aumentos de
pH indesejáveis, podendo ocasionar desequilíbrios nutricionais, principalmente
deficiências de micronutrientes (Cu, Fe, Zn e Mn) e P, por causa das reações de
insolubilização.
2.3.2. O silício nas plantas
12
De acordo com Epstein (1994), apesar do silício não ser um elemento
essencial, do ponto de vista fisiológico, para o crescimento e desenvolvimento dos
vegetais, a sua absorção promove inúmeros benefícios, tanto em mono como em
dicotiledôneas.
O crescimento e a produtividade de muitas gramíneas, como o arroz, a
cana- de- açúcar, o sorgo, o milheto, a aveia, o trigo, o milho etc., e também em
algumas espécies de não – gramíneas, , como a alfafa, o feijão, a alface, o
repolho, entre outras, tem têm mostrado aumentos de produtividade, com o
aumento da disponibilidade de Si para as plantas (Elawad e Green Jr., 1979).
A ação benéfica do silício tem sido associada a diversos efeitos diretos,
dentre os quais, destacam-se o aumento na capacidade fotossintética pela
melhoria da arquitetura foliar (Deren, 2001), do número de folhas, do diâmetro de
caules e do tamanho de plantas. O silício favorece a translocação de carbono
para panículas e sementes, aumenta a eficiência de uso da água com a redução
da transpiração e passagem mais rápida da fase vegetativa para a reprodutiva de
crescimento (Epstein, 1999; Savant et al., 1997; Clark, 2001; Datnoff et al., 2001;
Zuccarini, 2008). Os benefícios do silício incluem também o aumento da
resistência mecânica das células, a maior resistência das plantas a certos insetos
(Moore, 1984; Sawant et al., 1994; Carvalho, 1998) e doenças (Menzies et al.,
2001), além da melhor absorção de fósforo e aumento na tolerância à toxidez por
Al, Mn, Fe e outros metais pesados (Galvez et al., 1989; Tisdale et al., 1993). A
disponibilidade do Si ainda determina a diminuição do auto sombreamento e
redução no acamamento, aumento no número de folhas e peso de matéria seca e
atraso na senescência (Adatia e Besford, 1986). Esses benefícios refletem no
incremento da produtividade principalmente das culturas (Rafi e Epstein, 1999;
Ma et al, 2001; Ma e Takahashi, 2002).
O mecanismo de absorção pelas plantas foi considerado por muito tempo
como sendo, exclusivamente, passivo, sendo realizado por difusão ou fluxo de
massa (Jones e Handrek, 1967). O processo de absorção ativa pode ocorrer
através por meio da passagem pela membrana em locais específicos, como os
canais protéicos de entrada de água ou ainda poderia ser transportado por
proteínas específicas, que atuam nesta absorção e transporte de silício (Raven et
al., 2007).
13
Esse nutriente é absorvido na forma de ácido monossilícico H
4
SiO
4
, .
Sseu transporte, na mesma forma assimilada, é realizado através do xilema,
sendo sua distribuição na parte aérea dependente da taxa de transpiração dos
órgãos envolvidos (Jones e Handrek, 1967; Yassuda, 1989).
Dentro da planta, o silício não se redistribui devido às formas em que
ocorre no tecido vegetal. Aproximadamente 90 a 95 g Kg
-1
de silício é encontrado
na forma de SiO
2
gelatinoso, mas também ocorre como polímeros, formando
complexos com polifenóis de grande estabilidade e de baixa solubilidade
(Barbosa Filho, 1987).
A maior parte do silício é depositada na parede celular, aumentando a
rigidez das células (Adatia e Besford, 1986). Desse modo, as células epidérmicas
ficam mais espessas e com maior grau de lignificação e ou silificação, formando
uma barreira de resistência mecânica à invasão de hifas de fungos para o interior
da planta, dificulta o ataque de insetos sugadores e herbívoros e ainda, limita a
perda de água (Epstein, 1999). Devido a essaEssa concentração na epiderme
foliar que aumenta a rigidez da parede das células é que proporciona uma melhor
arquitetura da planta, tornando as folhas mais eretas, aumentando assim, a área
de interceptação da luz solar e a taxa fotossintética (Marschner, 1995).
Contudo, o depósito do silício absorvido pode ser influenciado por vários
fatores como: a idade da planta, tipo e localização dos tecidos envolvidos na
absorção através das raízes, além da transpiração. A ampla variação das
concentrações de silício no tecido vegetal resulta tanto da fisiologia das diferentes
espécies quanto do ambiente onde as plantas se desenvolvem. Segundo Ma et al.
(2001) as diferenças de absorção devem-se, principalmente, às características
das raízes das plantas.
Existem três locais reconhecidos de deposição de Si na planta: a parede
celular, o lúmen celular e os espaços intercelulares nos tecidos das raízes, talos
ou na camada extracelular da cutícula (Sangster et al., 1999).
Em relação à concentração de silício, as plantas são classificadas em
acumuladoras, que incluem o arroz e a cana- de -açúcar, cuja concentração de
SiO
2
varia de 100 a 150 g Kg
-1
; intermediárias, de 10 a 50 g Kg
-1
(cereais e
poucas dicotiledôneas); e não acumuladoras com menos de 5 g Kg
-1
, incluindo a
maior parte das dicotiledôneas, como as leguminosas e muitas espécies arbóreas
(Miyake e Takahashi, 1983; Korndörfer et al., 1999).
14
A distribuição do Si no interior do vegetal depende da espécie, sendo
uniforme nas plantas que acumulam pouco; em outras há maior concentração nas
raízes. Nas gramíneas (plantas acumuladoras de silício) a proporção é maior na
parte área do que na raiz, apresentando maior quantidade nas folhas velhas do
que nas jovens e maiores na parte basal do que na apical (Wiese; Nikolic;
Römheld, 2007).
2.3.3. O silício no controle das doenças e pragas
O uso do Si na agricultura é de fundamental importância quando se o
considerarmos como um anti-estressante natural. A fertilização com silício pode
reduzir os efeitos causados por fatores abióticos, por exemplo, temperaturas
extremas, veranicos, metais pesados ou tóxicos. Além de aumentar a resistência
a várias doenças de origem fúngica bem como para algumas pragas. (Adatia e
Besford, 1983; Takahashi,1995; Savant et al., 1997). De acordo com Marschner
(1995), a resistência da planta ao patógeno pode estar relacionada a uma
alteração das respostas da planta ao ataque do parasita, aumentando a síntese
de toxinas (fitoalexinas), que podem agir como substâncias inibidoras ou
repelentes e a formação de barreiras mecânicas.
A primeira publicação sobre o uso do silício na proteção dos vegetais
ocorreu em 1940, quando se questionou a respeito do modo de ação do Si sobre
a redução da severidade do míldio na cultura do pepino. Neste caso, foi verificada
uma relação direta entre a deposição de ácido silícico, nos sítios de infecção do
patógeno, e o grau de resistência das plantas. Ocorreu uma silicificação pela
deposição de Si sobre as células epidérmicas, dificultando a penetração do tubo
infectivo dos fungos, agindo, dessa forma, como uma barreira mecânica (Lima
Filho et al., 1999). Entretanto, a maior parte dos estudos foi direcionada
primeiramente as às gramíneas (plantas acumuladoras de Si), que, de acordo
com vários autores, desenvolveram uma barreira física impedindo a penetração
dos patógenos. Mas novas teorias sobre a indução de resistência levaram outros
estudiosos a pesquisar o Si no caso de plantas não acumuladoras como as
dicotiledôneas (Reis et al., 2007).
Desse modo, a nutrição mineral pode ser de grande valia, tornando-se um
componente importante no controle de pragas e doenças. Resultados de
15
pesquisas sobre a ação de patógenos no feijoeiro têm demonstrado que o Si age
no tecido da célula hospedeira afetando sinais entre este e o patógeno. Segundo
Samuels et al. (1991) e Cherif et al. (1992a e b), iss isto resultaria numa ativação
mais rápida e extensiva do mecanismo de defesa da planta. Em conseqüência,
genes seriam ativados, induzindo a a produção de fitoalexinas (Cherif et al., 1994
e Belanger et al., 1995). A partir deste, ocorre um acúmulo de compostos
fenólicos e Si nos sítios de infecção.
O elemento Si destaca-se dos demais nutrientes minerais pelo fato de sua
utilização no manejo de pragas e doenças reduzir a severidade das mesmas em
várias culturas (Epstein, 1999). Como já citado anteriormente, o silício pode atuar
na constituição de barreira física de maneira a impedir a penetração das hifas de
fungos e afetar os sinais entre hospedeiro e o patógeno, resultando na ativação
mais rápida e extensiva dos mecanismos de defesa, pré e pós-formados da planta
(Chérif et al., 1992b; Chérif et al., 1994; Epstein, 1999). Em relação à função
estrutural, proporciona mudanças anatômicas nos tecidos, como células
epidérmicas com a parede celular mais espessa devido à deposição de sílica
(Blaich e Grundhöfer, 1998), beneficiando a melhor arquitetura das plantas, além
de aumentar a capacidade fotossintética e resistência às doenças e pragas
(Bélanger e Menzies, 2003).
A severidade da antracnose, uma das principais doenças do feijoeiro,
causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum., foi estudada com a aplicação
de silício via solo. Em alta concentrações do inóculo (10
6
conídios mL
-1
) de
Colletotrichum lindemuthianum, plantas adubadas com silicatado de cálcio no solo
tiveram menores áreas acima da curva de progresso de incidência (AACPI) e área
acima da curva de progresso da severidade (AACPS) do que plantas tratadas
com CaO. As plantas pulverizadas com NaSiO
3
e plantas testemunhas inoculadas
tiveram a maior duração da área foliar sadia (HAD) quando comparadas com
plantas adubadas com CaSiO
3
e CaO e com a testemunha inoculada. Em
microanálise de raio X (MAX), verificou-se maior quantidade de Si em folhas de
plantas suplementadas com o elemento, indicando absorção e translocação. No
entanto, por meio da microscopia eletrônica de varredura, não se observou
formação de cera, tanto na superfície abaxial quanto na adaxial das plantas
adubadas com silício, mesmo havendo redução na intensidade da doença
(Moraes, 2004).
16
Segundo Franzote et al. (2005) e Nascimento et al. (2005), os trabalhos
com aplicação de silício em feijoeiro, ainda são incipientes e pouco conclusivos.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Local
O experimento foi conduzido a campo na Fazenda Experimental de
Iguatemi (FEI), pertencente à Universidade Estadual de Maringá (UEM), região
noroeste do Estado do Paraná, nas safras das águas de 2008/2009 e 2009/2010.
A localização geográfica da área experimental é apontada a 23º 21’ de latitude
Sul, 51º 57’ de longitude Oeste, e altitude média de 596 m. O clima é
caracterizado como mesotérmico úmido, com chuvas de verão e de outono, e
com verão quente (Godoy et al., 1976).
A semeadura da safra das águas 2008/2009 foi realizada no dia
14/11/2008 e a colheita efetuada no dia 18/02/2009. Já aA safra agrícola
2009/2010 foi efetuada no dia 23/10/09, sendo a colheita no dia 26/01/2010.
3.2. Delineamento experimental
Na safra agrícola de 2008/2009, o delineamento experimental utilizado foi
o de blocos casualizados, em esquema fatorial 3x5, com quatro repetições. As
parcelas experimentais apresentaram área total de 16,2 m
2
(2,7 m x 6,0 m) e área
útil de 4,5 m
2
(0,9 m x 5,0 m). Os tratamentos envolveram a combinação de três
cultivares de feijão (BRS Radiante, Bolinha e Vermelho 2157) e cinco doses de Si
(T1- zero de Si; T2- 8,5 ppm de Si; T3- 17 ppm de Si; T4- 25,5 ppm de Si e T5-
34,0 ppm de Si). Em relação à safra das águas de 2009/2010, o experimento
diferiu no esquema fatorial 2x5, no qual os tratamentos constituíram-se de duas
cultivares de feijão (IAPAR 72 e IPR Uirapuru) e cinco doses de silício. A fonte de
Si empregada foi o Supa
Potássio
®
com 23% de Si.
O sistema de plantio foi o convencional, semeando em média 15
sementes por metro linear, com espaçamento de 0,45 entre linhas, a uma
profundidade de semeadura de 2 a 3 cm. O solo da área experimental, conforme
Embrapa (1999), classifica-se como: Nitossolo Vermelho eutroférrico. Para
adubação química, na época de semeadura, foi considerada a análise química do
17
solo e as recomendações para a cultura, aplicando-se 400 Kg ha
-1
de adubo
formulado 4-14-8. Posteriormente empregou-se o nitrogênio em cobertura,
utilizando como fonte a uréia (40 Kg N ha
-1
) no início da fase V4 (3ª folha
trifoliolada). A aplicação do silício foi realizada de acordo com os tratamentos (T1-
zero de Si; T2- 1,0 mL de silicato de potássio/L; T3- 2,0 mL de silicato de
potássio/L; T4- 3,0 mL de silicato de potássio/L e T5- 4,0 mL de silicato de
potássio/L), via pulverização foliar, quando o feijoeiro atingiu o estádio vegetativo
V3/V4 (aproximadamente aos 20 a 25 dias após emergência) (Fernández et
al.,1986).
3.3. Cultivares utilizadas
No experimento realizado na safra das águas 2008/2009, foram utilizadas
três cultivares menos tradicionais no município de Maringá – Paraná, como a
cultivar Bolinha, BRS Radiante e Vermelho 2157 (Quadro 1 ).
Quadro 1 – Características das cultivares de feijão comum utilizadas na safra
agrícola 2008/2009
Características Bolinha BRS Radiante Vermelho 2157
Porte ereto ereto ereto
Hábito de crescimento indeterminado II determinado I indeterminado II
Ciclo médio precoce precoce normal
Peso de 100 sementes 30-32g 44-45g 19-23g
Na safra das águas 2009/2010 optou-se por duas cultivares pertencentes
ao grupo carioca e preto, como a IAPAR 72 e IPR Uirapuru, respectivamente
(Quadro 2).
Quadro 2 – Características das cultivares de feijão comum utilizadas na safra das
águas 2009/2010
Características IAPAR 72 IPR Uirapuru
Porte semi-ereto ereto
Hábito de crescimento indeterminado tipo III indeterminado tipo II
Ciclo médio 90 dias 86 dias
Peso de 100 sementes 26 g 24,6
18
3.4. Variáveis estudadas
3.4.1. Características da planta
As variáveis estudadas no florescimento (estádio R6) foram: altura de
planta e diâmetro do coleto. A altura de planta foi determinada com o auxílio de
uma régua, medindo-se cinco plantas por parcela desde o coleto até o ápice do
caule. O diâmetro do coleto foi medido com o auxílio de um paquímetro a uma
altura de 1 cm do solo, também em cinco plantas por parcela. A partir dos dados
obtidos, estabeleceram-se as médias para essas variáveis.
3.4.2. Componente de produção
Na colheita (final R9), foram retiradas dez plantas ao acaso da área útil
para a determinação dos componentes primários da produção: número de vagens
por planta (NVP), número de sementes por vagem (NSV) e massa de 100
sementes (M100S), realizando a contagem manual. Após a colheita, as amostras
foram trilhadas, secadas até 13% de umidade e pesadas para a determinação da
produtividade, considerando toda a área útil da parcela.
3.4.3. Teor de silício na matéria seca de folhas
No primeiro experimento, safra 2008/2009, também foi determinado o teor
de Si. Coletaram-se as Ffolhas de cinco plantas na área útil da parcela foram
coletadas, no estádio R6 (pleno florescimento). Em seguida, realizou-se a
lavagem e secagem a 65ºC até formar massa constante e, posteriormente,
efetuou-se a moagem. Após o processo de moagem, o material foi embalado e
enviado para análise no Laboratório da Universidade Federal de Lavras (UFLA-
Lavras-MG), no qual foi utilizado utilizada a técnica descrita por KORNDÖRFER
et al (2004).
3.5. Análise estatística dos dados
Os dados obtidos para cada variável e para cada safra, exceto para o teor
de silício, foram submetidos à análise de variância (teste de F), utilizando o
programa estatístico SISVAR, versão 4.0. Mesmo quando não houve significância
19
da interação cultivar versus doses, optou-se por fazer o desdobramento. As
comparações das médias foram efetuadas pelo teste de Tukey, em nível de 5%.
3.6. Dados climáticos
A precipitação pluvial diária, assim como as temperaturas mínimas e
máximas diárias durante o período de 14 de novembro de 2008 a 18 de fevereiro
de 2009 são mostradas na Figura 1.
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
14/11/08 29/11/08 14/12/08 29/12/08 13/01/09 28/01/09 12/02/09
Período (meses)
Precipitação (mm)
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
Temperatura (ºC)
Precipitão Média T.n. Média T. máx.
Figura 1 – Precipitação pluvial diária, temperatura mínima diária e máxima diária,
no período de 14 de novembro de 2008 a 18 de fevereiro de 2009, em Maringá -
PR. Dados fornecidos pelo Laboratório de sementes da Fazenda Experimental de
Iguatemi.
Os dados diários de temperatura mínima e máxima e de precipitação
pluvial no período de 23 de outubro de 2009 a 26 de janeiro de 2010 são
mostrados na Figura 2.
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
23/10/09 06/11/09 20/11/09 04/12/09 18/12/09 01/01/10 15/01/10
Período (meses)
Precipitação (mm)
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
Temperatura (ºC)
Precipitação Média T. mín. Média T. máx.
Figura 2 – Precipitação pluvial diária, temperatura mínima diária e máxima diária,
no período de 23 de outubro de 2009 a 26 de janeiro de 2010, em Maringá – PR.
Dados fornecidos pelo Laboratório de sementes da Fazenda Experimental de
Iguatemi.
20
21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Safra agrícola 2008/20009
4.1.1. Características da planta
A característica diâmetro do coleto não apresentou efeito significativo em
relação às doses de Si, às cultivares e a à interação cultivar versus doses. No
entanto, na variável altura de planta houve efeito significativo de doses, cultivar e
na interação cultivar versus doses, em nível de 5% de probabilidade pelo teste F
(Quadro 3).
Quadro 3 – Resumo da análise de variância dos dados relativos ao diâmetro do
coleto (DC) e a altura da planta (AP), em função da adubação silicatada nas
cultivares de feijão Bolinha, BRS Radiante e Vermelho 2157 na safra das águas
2008/2009
Fonte de variação G.L. Quadrados médios
DC AP
Bloco 3 0,010219 19,939349
Doses 4 0,005044ns 35,24956*
Cultivar 2 0,006002ns 149,43096*
Cultivar*Doses 8 0,006789ns 28,780135*
Resíduo (erro) 42 0,003883 4,328273
C.V.(%) 10,15 9,64
Média geral 0,61 21,59
ns = não - significativo pelo teste F; * significativo pelo teste F a 5 % de
probabilidade.
4.1.1.2. Diâmetro do coleto
O resumo da análise de variância dos dados relativos ao diâmetro do
coleto apresenta que não houve significância entre a interação cultivar versus
doses (Tabela 1). Este resultado foi evidenciado na análise de desdobramento
que também mostra que não houve diferença significativa entre os tratamentos
(Figura 3).
22
(a)
0,28
0,38
0,48
0,58
0,68
0,78
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Diâmetro do coleto (cm)
(b)
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Diâmetro do coleto (cm)
(c)
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Diâmetro do coleto (cm)
Figura 3 – Diâmetro do coleto em relação à aplicação de diferentes doses de
silício na safra agrícola 2008/2009. (a) Cultivar Bolinha. (b) BRS Radiante. (c)
Vermelho 2157.
^
Y = 0,6215
^
Y = 0,626
^
Y = 0,594
23
4.1.1.1. Altura de planta
O resumo da análise de variância dos dados relativos à altura de planta
(AP) mostra que houve significância entre a interação doses versus cultivar
(Quadro 3), mas a análise do desdobramento indica que não houve efeito
significativo nas cultivares Bolinha, BRS Radiante e Vermelho 2157 em relação as
diferentes doses aplicadas de Si (Figura 4).
(a)
0
5
10
15
20
25
30
35
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Altura de planta (cm )
^
Y = 21,097
24
(b)
0
5
10
15
20
25
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Altura de planta (cm)
(c)
15
17
19
21
23
25
27
29
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Altura de planta (cm)
Figura 4 – Altura de planta em relação as diferentes doses de silício empregadas
na safra das águas 2008/2009. (a) Cultivar Bolinha. (b) BRS Radiante. (c)
Vermelho 2157.
Desse modo, o silício não interferiu nessa característica, discordando dos
dados obtidos por Malavolta (1980) que menciona o Si como provedor de melhor
crescimento em órgão de diversas plantas monocotiledôneas e dicotiledôneas.
^
Y = 19,135
^
Y = 24,535
25
O coeficiente de variação obtido para a característica altura de planta foi
de 9,64%, considerado médio, enquadrando-se no intervalo de 7,36 a 14,23%
segundo os critérios de Judice et al. (2002) para a distribuição dos valores de
coeficiente de variação (Quadro 3)
Ao realizarmos a comparação das médias da variável altura de planta
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, verificamos diferença significativa
entre as cultivares. AsSendo que as cultivares de feijão Vermelho 2157, Bolinha e
BRS Radiante apresentaram uma altura de planta de 24,53; 21,09 e 19,13 cm,
respectivamente (Quadro 4).
Quadro 4 – Comparações das médias para a variável altura de planta pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade nas cultivares Bolinha, BRS Radiante e
Vermelho 2157.
Doses (ppm) Cultivares
Bolinha BRS Radiante Vernelho 2157
0 18,46 b 18,55 b 25,05 a
8,5 18,82 b 20,55 b 24,70 a
17,0 18,80 b 16,87 b 23,80 a
25,5 29,12 a 20,10 c 23,90 b
34,0 20,27 b 19,60 b 25,22 a
Média 21,09 B 19,13 C 24,53 A
Médias com a mesma letra na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
4.1.2. Componentes da produção
Houve efeito significativo das doses de Si sobre o rendimento de grãos
(REND) e o número de vagens por planta (NVP). C, contudo, o mesmo resultado
não foi verificado nas variáveis: número de sementes por vagem (NSV) e massa
de 100 sementes (M100S).
Já Eem relação a à cultivar, verificou-se o inverso. N, não houve
significância sobre o rendimento dos grãos (REND) e número de vagens por
planta (NVP), mas o efeito foi significativo para o componente número de
sementes por vagem (NSV) e massa de 100 sementes (M100S).
Tratando-se da interação cultivar versus doses, constatou-se que apenas
a variável número de vagens por planta (NVP) apresentou significância., nas Nas
demais variáveis, como: rendimento de grãos (REND), número de sementes por
26
vagem (NSV) e massa de 100 sementes (M100S), não houve efeito significativo
ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F (Quadro 5).
Quadro 5 – Resumo da análise de variância dos dados relativos ao número de
vagens por planta (NVP), número de sementes por vagem (NSV), massa de 100
sementes (M100S) e rendimento de grãos (REND), em função da adubação
silicatada nas cultivares de feijão Bolinha, BRS Radiante e Vermelho 2157 na
safra agrícola 2008/2009
Fonte de variação G.L. Quadrados médios
NVP NSV M100S REND
Bloco 3 6,50 0,89 41,49 7916,21
Doses 4 7,42
*
0,35
ns
10,78
ns
255755,42*
Cultivar 2 2,65
ns
4,21* 1262,18* 114644,56
ns
Cultivar*Doses 8 7,80* 0,80
ns
14,92
ns
112666,22
ns
erro Erro 42 2,45 0,44 10,39 54809,51
C.V.(%) 15,60 20,09 13,40 15,33
Média geral 10,03 3,32 24,10 1527,50
ns = não - significativo pelo teste F a 5% de probabilidade; * significativo pelo
teste F a 5% de probabilidade.
4.1.2.1. Número de vagens por planta
Os dados referentes ao número de vagens por planta (NVP), no resumo
da análise de variância, mostram que houve efeito significativo entre a interação
cultivar versus doses (Quadro 5). C, contudo, o desdobramento não apresenta
diferenças significativas entre os tratamentos (Figura 5).
De acordo com Judice et al. (2002) ,o coeficiente de variação obtido para
a variável número de vagens por planta (15,60%) é considerado baixo, estando
no intervalo menor que 15,62 %. (Quadro 5).
Segundo Ambrosano et al. (1997), o número de vagens por planta é o
componente que mais sofre influência pela adubação.
No entanto, Arf et al (2005) trabalhando com feijoeiro de inverno, também
verificou que o número de vagens por planta (NVP) não foi influenciado pela
aplicação via foliar do elemento silício.
27
(a)
0
2
4
6
8
10
12
14
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Doses de Si (ppm)
. de vagens por planta
(b)
0
2
4
6
8
10
12
14
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Doses de Si (ppm)
. de vagens por planta
(c)
0
2
4
6
8
10
12
14
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Nº. de vagens por planta
Figura 5 – Número de vagens por planta segundo as diferentes doses de silício
empregadas na safra das águas 2008/2009. (a) Cultivar Bolinha. (b) BRS
Radiante. (c) Vermelho 2157.
^
Y = 10,343
^
Y = 10,12
^
Y = 9,631
28
Segundo Ambrosano et al. (1997), o número de vagens por planta é o
componente que mais sofre influência pela adubação.
No entanto, Arf et al (2005), trabalhando com feijoeiro de inverno, também
verificou que o número de vagens por planta (NVP) não foi influenciado pela
aplicação via foliar do elemento silício.
4.1.2.2. Número de sementes por vagem
O resumo da análise de variância dos dados relativos ao número de
sementes por vagem (NSV) não apresentou efeito significativo da interação
cultivar versus doses (Quadro 5), do mesmo modo que não foi diagnosticado
diagnosticada significância ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F na
análise do desdobramento para esse componente. (Figura 6).
(a)
2,5
2,7
2,9
3,1
3,3
3,5
3,7
3,9
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Nº. de sementes por vagem
^
Y = 3,2305
29
(b)
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Doses de Si (ppm)
. de sementes por vagem
(c)
0
1
2
3
4
5
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
. de sementes por vagem
Figura 6 – Número de sementes por vagem, segundo as diferentes doses de
silício empregadas na safra de verão 2008/2009. (a) Cultivar Bolinha. (b) Cultivar
BRS Radiante. (c) Cultivar Vermelho 2157.
De acordo com Judice et al. (2002), o coeficiente de variação
estabelecido para a variável número de sementes por vagem (20,09%) é
considerado alto, uma vez que se encontra-se no intervalo de 18,35 a 21,47%.
(Quadro 5).
Como o teste F para a fonte de variação Cultivar foi significativo, realizou -
se a comparação das médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade,
^
Y = 2,918
^
Y = 3,8215
30
verificando que a cultivar Vermelho 2157 diferiu estatisticamente das cultivares
Bolinha e BRS Radiante. (Quadro 6).
Quadro 6 - Comparações das médias para a variável resposta número de
sementes por vagem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade nas cultivares
Bolinha, BRS Radiante e Vermelho 2157.
Doses (ppm) Cultivares
Bolinha BRS Radiante Vernelho 2157
0
3,28 a 2,58 a 3,38 a
8,5
3,14 a 3,73 a 3,51 a
17,0
3,422 ab 2,64 b 4,07 a
25,5
3,38 a 2,55 a 3,67 a
34,0
2,92 b 3,06 b 4,46 a
Média
3,23 B 2,91 B 3,82 A
Médias com a mesma letra na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
4.1.2.3. Massa de 100 sementes
O resumo da análise de variância dos dados relacionados à massa de
100 sementes (M100S) mostra que não houve significância entre a interação
cultivar versus doses ao nível de 5% de probabilidade (Quadro 5), resultado
evidenciado pela análise de desdobramento (Figura 7).
(a)
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Massa de 100 sementes (g)
^
Y = 24,50
31
(b)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Massa de 100 sementes (g)
(c)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Massa de 100 sementes (g)
Figura 7 – Massa de 100 sementes segundo as diferentes doses de silício
empregadas na safra das águas 2008/2009. (a) Cultivares Bolinha, (b) BRS
Radiante. (c) Vermelho 2157
Tratando-se do coeficiente de variação da variável massa de 100
sementes (13,40%), classifica-se o mesmo como sendo alto, uma vez que situa-
se no intervalo de 10,60 a 24,57%, de acordo com o critério de Judice et al.
(2002) (Quadro 5).
O teste de Tukey para a comparação das médias do componente de
produção “massa de 100 sementes”, indica que houve diferença significativa entre
as cultivares BRS Radiante, Bolinha e Vermelho 2157, ao nível de 5% de
probabilidade, apresentando os valores de 31,87; 24,49 e 16,00 g,
respectivamente. (Quadro, 7).
Quadro 7 - Comparações das médias para a variável massa de 100 sementes
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade nas cultivares Bolinha, BRS Radiante
e Vermelho 2157
^
Y = 31,87
^
Y = 16,00
32
Doses (ppm) Cultivares
Bolinha BRS Radiante Vernelho 2157
0 23,12 b 35,00 a 15,00 c
8,5 26,87 a 31,87 a 17,50 b
17,0 22,50 b 32,50 a 13,75 c
25,5 25,62 a 30,00 a 17,50 b
34,0 24,37 b 30,00 a 16,25 c
Média 24,49 B 31,87 A 16,00 C
Médias com a mesma letra na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
4.1.2.4. Rendimento de grãos
O resumo da análise de variância dos dados referentes ao rendimento
dos grãos (REND) demonstra que não houve significância entre a interação
cultivar versus doses em nível de 5% pelo teste F (Quadro 5). Da mesma forma
que os resultados obtidos na análise do desdobramento também não
identificaram diferenças significativas (Figura 8).
Em relação ao coeficiente de variação para a variável resposta
rendimento de grãos, o valor obtido (15,33%) enquadra-se como sendo um
coeficiente médio, pois está contido no intervalo de 10,60 a 24,57%, segundo o
critério de Judice et al. (2002) para a distribuição dos valores de coeficiente de
variação (Quadro 5).
(a)
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Doses de Si (ppm)
Rendimento de grãos(Kg/ha-1)
^
Y = 1521
33
(b)
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Doses de Si (ppm)
Rendimento de grãos (Kg/ha-1)
(c)
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1000,0
1200,0
1400,0
1600,0
1800,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Rendimento de grãos (Kg/ha-1)
Figura 8 – Rendimento de grãos segundo as diferentes doses de silício
empregadas na safra 2008/2009. (a) Cultivar Bolinha. (b) BRS Radiante. (c)
Vermelho 2157.
Segundo Reis et al. (2007), é comum a aplicação de uma fonte se Si
dentro das recomendações do produto para a cultura e não se obter respostas ou
aumento na produção devido exclusivamente ao silício aplicado. Na maioria dos
casos, as respostas são indiretas pelos seus efeitos no aumento da resistência às
pragas e doenças, possibilitando modificações metabólicas que irão propiciar
modificações estruturais, morfológicas e bioquímicas afetando a fotossíntese,
amenizando a toxidez de nutrientes e também de estresses abióticos. Além disso,
o Si proporcionará indiretamente o uso de menores quantidades de fungicidas,
inseticidas e nematicidas.
4.1.3. Teor de silício na matéria seca de folhas
^
Y = 1606
^
Y = 1454
34
Quadro 8 - Teor de Silício (g kg
-1
de matéria seca) na folha do feijoeiro das
cultivares Bolinha, BRS Radiante e Vermelho 2157
Cultivar
Dose (ppm) Bolinha BRS Radiante Vermelho 2157 Média
0 44,79 19,00 13,22 25,67
8,5 65,67 26,84 17,45 36,65
17 29,08 23,47 19,04 23,86
25,5 50,17 7,90 14,52 24,20
34 30,43 17,45 23,67 23,85
Média 44,03 18,93 17,58 26,85
A média do teor de silício na folha do feijoeiro foi de 44,03; 18,93 e 17,58
g Kg
-1
de matéria seca para as cultivares Bolinha, BRS Radiante e Vermelho
2157, respectivamente (Quadro 8 ).
As plantas superiores podem ser classificadas, em relação ao acúmulo de
Si, como acumuladoras, que incluem o arroz e a cana-de-açúcar, cuja
concentração de SiO
2
varia de 100 a 150 g Kg
-1
; intermediárias, de 10 a 50 g kg
-1
(cereais e poucas dicotiledôneas) e não acumuladoras, com menos de 5 g kg
-1
,
incluindo a maioria das dicotiledôneas, como as leguminosas e muitas espécies
arbóreas (Miyake e Takahashi, 1983).
Segundo Arf et al. (2005), a aplicação via foliar do micronutriente silício
aumentou a matéria seca de plantas, mas não interferiu no rendimento de grãos,
assim como no experimento que realizamos.
4.2. Safra agrícola 2009/2010
4.2.1. Características da planta
Houve efeito significativo de doses, cultivar e interação cultivar versus
doses sobre o diâmetro do coleto. No entanto, as fontes de variação não
apresentaram efeito significativo na característica altura de planta, em nível de
5%, pelo teste F (Quadro 9).
Quadro 9 – Resumo da análise de variância dos dados relativos ao diâmetro do
coleto (DC), e a altura de planta (AP) em função da adubação silicatada nas
cultivares de feijão IAPAR 72 e IPR Uirapuru na safra das águas 2009/2010
35
Fonte de variação G.L. Quadrados médios
DC AP
Bloco 3 0,012 103,753
Doses 4 0,009* 25,744
ns
Cultivar 1 0,016* 66,564
ns
Cultivar*Doses 4 0,024* 7,3465
ns
Resíduo (erro) 27 0,019 33,56
C.V.(%) 24,10 11,47
Média geral 0,57 50,51
ns = não - significativo pelo teste F a 5% de probabilidade; * significativo pelo teste F a
5% de probabilidade.
4.2.1.1. Diâmetro do coleto
O resumo da análise de variância dos dados referentes ao diâmetro do
coleto apresenta que houve significância entre a interação cultivar versus doses
(Quadro 9). No entanto, o mesmo resultado não foi evidenciado na análise de
desdobramento (Figura 9).
(a)
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Diâmetro do coleto (cm)
(b)
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Diâmetro do coleto (cm)
^
Y = 0,55
^
Y = 0,59
36
Figura 9 – Diâmetro do coleto de acordo com as diferentes doses de silício
utilizadas na safra agrícola 2009/2010. (a) Cultivar IAPAR 72. (b) IPR Uirapuru
4.2.1.2. Altura de planta
Desde o século passado (EMERSON, 1916), sabe-se que o crescimento
do feijoeiro em altura é bastante influenciado pelo ambiente e pelas condições de
manejo.
Mas o resumo da análise de variância dos dados relativos à altura de
planta mostra que não houve significância entre a interação doses versus cultivar
(Quadro 9), resultado evidenciado com a análise do desdobramento que indica
que não houve efeito significativo dos genótipos IAPAR 72 e IPR Uirapuru em
relação as diferentes doses aplicadas de Si (Figura 10).
Segundo Judice et al. (2002), o coeficiente de variação obtido (11,47%) é
considerado médio, estando no intervalo de 8,42 e 15,69%.
37
(a)
20
25
30
35
40
45
50
55
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Altura de planta (cm)
(b)
20
25
30
35
40
45
50
55
60
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Altura de planta (cm)
Figura 10 – Altura de planta em função das diferentes doses de silício
empregadas na safra das águas 2009/2010. (a) Cultivar IAPAR 72. (b) IPR
Uirapuru
4.2.2. Componentes de produção
Houve efeito significativo de doses apenas sobre o rendimento de grãos,
nos demais componentes número de vagens por planta (NVP), número de
sementes por vagem (NSV) e massa de 100 sementes (M100S) não houve
significância.
Verificou-se efeito significativo de cultivar sobre o rendimento de grãos
(REND) e massa de 100 sementes (M100S), o mesmo não pode ser identificado
para o número de vagens por planta (NVP) e o número de sementes por vagem
(NSV).
^
Y = 49,22
^
Y = 51,80
38
Em relação à interação cultivar versus doses, não houve significância
para os itens rendimento de grãos (REND), número de vagens por planta (NVP) e
número de sementes por vagens (NSV). Contudo no item massa de 100
sementes (M100S) constatou-se significância ao nível de 5% de probabilidade
pelo teste F.
Quadro 10 – Resumo da análise de variância dos dados relativos ao número de
vagens por planta (NVP), número de sementes por vagem (NSV), massa de 100
sementes (M100S) e rendimento de grãos (REND), em função da adubação
silicatada nas cultivares de feijão IAPAR 72 e IPR Uirapuru na safra agrícola
2009/2010
Fonte de
variação G.L. Quadrados médios
NVP NSV M100s REND
Bloco 3 4,974 0,158 9,167 13294,433
Doses 4 15,650
ns
0,649
ns
10,937
ns
146019,712*
Cultivar 1 3,600
ns
1,455
ns
160,000* 313290,000*
Cultivar*Doses 4 13,795
ns
0,176
ns
30,312* 11369,187
ns
erro 27 10,898 0,469 10,556 25070,748
C.V.(%) 32,40 16,72 12,38 12,89
Média geral 10,19 4,10 26,25 1228,15
ns = não - significativo pelo teste F a 5% de probabilidade; * significativo pelo
teste F a 5% de probabilidade.
4.2.2.1. Número de vagens por planta
Os dados relacionados ao número de vagens por planta (NVP) no resumo
da análise de variância mostram que não houve efeito significativo entre a
interação cultivar versus doses (Quadro 10) e o desdobramento também não
apresentou diferenças significativas entre os tratamentos (Figura 11).
O coeficiente de variação obtido (32,4%) é considerado muito alto, pois é
um valor maior que 32,30% estabelecido por Judice et al. (2002) para a variável
número de vagens por planta (Quadro 10).
Vários autores descrevem que os componentes de produção podem ser
influenciados pelas condições ambientais. Segundo Balardin et al. (2000), a
temperatura favorável para o feijoeiro deve ficar entre 15ºC e 29ºC. Para Mariot
(2000), a temperatura ambiente mais favorável situa-se próxima a 21ºC, sendo
que temperaturas diurna superior a 30º C e noturna acima de 25ºC promovem a
39
redução nos componentes de produção, especialmente no número de flores e no
número de vagens por planta.
(a)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
N°. de vagens por planta
(b)
0
2
4
6
8
10
12
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Nº. de vagens por planta
Figura 11 – Número de vagens por planta segundo as diferentes doses de silício
empregadas na safra das águas 2009/2010. (a) Cultivar IAPAR 72. (b) IPR
Uirapuru
4.2.2.2. Número de sementes por vagem
O resumo da análise de variância dos dados relativos ao número de
sementes por vagem (NSV) não apresentou efeito significativo da interação
cultivar versus doses (Quadro 10), do mesmo modo que não foi diagnosticado
significância ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F na análise do
desdobramento para esse componente. (Figura 12).
^
Y = 10,49
^
Y = 9,89
40
Quanto ao coeficiente de variação do número de sementes por vagem
(16,72%), caracteriza-se como sendo médio, pois se encontra no intervalo de 5,72
a 18,35% (Judice et al., 2002) (Quadro 10).
Andrade et al. (1998) relatam que o número de sementes por vagens é
uma característica varietal pouco influenciada pelo ambiente.
(a)
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Doses de Si (ppm)
.de sementes por vagem
(b)
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Nº. de sementes por vagem
Figura 12 – Número de sementes por vagem em relação às doses de silício
utilizadas na safra 2009/2010. (a) Cultivar IAPAR 72. (b) IPR Uirapuru.
^
Y = 3,90
^
Y = 4,28
41
4.2.2.3. Massa de 100 sementes
O resumo da análise de variância dos dados relacionados à massa de
100 sementes (M100S) mostra que houve significância entre a interação cultivar
versus doses ao nível de 5% de probabilidade (Quadro 10). N, no entanto, o
mesmo resultado não foi evidenciado pela análise de desdobramento (Figura 13).
Analisando o coeficiente de variação obtido para a massa de 100
sementes (12,38%), de acordo com o critério estabelecido por Judice et al.
(2002), considera-se o mesmo como sendo alto, uma vez que se situa no
intervalo de 11,30 a 15,21%. (Quadro 10).
(a)
0
5
10
15
20
25
30
35
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Massa de 100 sementes (g)
(b)
0
5
10
15
20
25
30
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si
Massa de 100 sementes (g)
Figura 13 – Massa de 100 sementes em relação às doses de silício utilizadas na
safra agrícola 2009/2010. (a) Cultivar IAPAR 72. (b) IPR Uirapuru.
^
Y = 28,25
^
Y = 24,25
42
4.2.2.4. Rendimento de grãos
O resumo da análise de variância dos dados referentes ao rendimento
dos grãos (REND) apresenta informa que não houve significância entre a
interação cultivar versus doses em nível de 5% pelo teste F (Quadro 10). Da
mesma forma que, os resultados obtidos na análise do desdobramento também
não identificaram diferenças significativas (Figura 14).
Segundo o critério de distribuição dos valores de coeficiente de variação
estabelecido por Judice et al. (2002) para o componente de produção “rendimento
de grãos”, o valor obtido é considerado médio, encontrando-se no intervalo de
10,60 a 24,57% (Quadro 10).
(a)
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Doses de Si (ppm)
Rendimento de grãos (Kg/ha-1)
(b)
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Dose de Si (ppm)
Rendimento de grãos (Kg/ha-1)
Figura 14 – Rendimento de grãos em relação às doses de silício adotadas na
safra das águas 2009/2010. (a) Cultivar IAPAR 72. (b) IPR Uirapuru.
^
Y = 1316,6
^
Y = 1139,65
43
O excesso de umidade prejudicou a maturação e a colheita do feijão 1ª
safra no Paraná e em São Paulo e está favorecendo o aparecimento de doenças
no feijão 2ª safra e nas grandes culturas das demais regiões. (CONAB, 2010 b).
Segundo Maud et al. (2003), a falta de resposta à adubação silicatada
pode estar relacionada às diferenças genotípicas entre cultivares, onde o
potencial de extração das mesmas em muitos casos é desconhecido.
De acordo com Franzote et al. (2005) e Nascimento et al. (2005), os
trabalhos relativos ao emprego de Si na cultura do feijoeiro são ainda incipientes e
pouco conclusivos, especialmente aqueles que procuram esclarecer a relação da
nutrição com os problemas ocasionados pelas doenças e sua relação com os
aspectos agronômicos da cultura. Pesquisas vêm sendo desenvolvidas com o
intuito de esclarecer as dúvidas existentes, bem como dar suporte aos produtores
no emprego da técnica de adubação foliar nas cultivares.
44
5. CONCLUSÕES OK
As características de planta como diâmetro do coleto e altura de planta
não sofreu alterações pelo emprego das diferentes doses de silício utilizadas nos
experimentos.
A aplicação de nutrientes via foliar nas doses empregadas (0; 8,5; 17;
25,5 e 34 ppm de Si) não influencia no rendimento de grãos e seus componentes
(número de vagens por planta, número de grãos por vagem e massa de 100
sementes).
A média geral do rendimento das cultivares foi maior na safra das águas
2008/2009, com 1527,50 Kg.ha
-1
; enquanto, na safra agrícola 2009/2010, o
rendimento médio dos grãos foi de apenas 1228,15 kg ha
-1
.
45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - OK
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