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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO
Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão.
DECISÃO ÉTICA NO PROCESSO DE GESTÃO INSTITUCIONAL
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR – DILEMAS DE COORDENADORES
DE CURSOS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
MARIA BATISTA DA CRUZ SILVA
UBERLÂNDIA – MG
2007
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UNITRI - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO SUPERIOR
MARIA BATISTA DA CRUZ SILVA
DECISÃO ÉTICA NO PROCESSO DE GESTÃO INSTITUCIONAL
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR – DILEMAS DE COORDENADORES
DE CURSOS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
UBERLÂNDIA – MG
2007
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UNITRI - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO SUPERIOR
MARIA BATISTA DA CRUZ SILVA
DECISÃO ÉTICA NO PROCESSO DE GESTÃO INSTITUCIONAL
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR – DILEMAS DE COORDENADORES
DE CURSOS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Dissertação apresentada à Banca Examinadora do
Programa de Pós-Graduação em Educação
Superior do Centro Universitário do Triângulo
UNITRI, como exigência parcial para a obtenção
do título de Mestre em Educação Superior.
Orientador: Prof. Dr. Almiro Schulz.
UBERLÂNDIA – MG
2007
MARIA BATISTA DA CRUZ SILVA
DECISÃO ÉTICA NO PROCESSO DE GESTÃO INSTITUCIONAL
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR – DILEMAS DE COORDENADORES
DE CURSOS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
_________________________________________________________________
Orientador
_________________________________________________________________
Avaliador (a)
_________________________________________________________________
Avaliador (a)
Uberlândia___________/_________________/_________
DEDICO este estudo aos meus familiares,
principalmente aos meus pais, pelo amor sem
medida, pelos ensinamentos que muito me
auxiliaram, dando-me base necessária para vencer
esta e todas as etapas que estão por vir, às minhas
filhas pela amizade e apoio; e em especial, ao
meu esposo, pelo carinho, atenção e incentivo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, que na sua infinita bondade compreendeu os meus anseios e
deu-me a necessária coragem para atingir meus objetivos. Este trabalho não seria
concluído se não fosse a disposição dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem,
professores, orientadores, gestores educacionais que concederam parte do seu tempo
para atender-me. A eles, cabe o mérito da realização da pesquisa.
Ao Orientador deste estudo que, desde a minha primeira dúvida, forneceu
informações e esclarecimentos importantes para a conclusão deste trabalho.
Aos professores do Mestrado da UNITRI, pela dedicação, compreensão em
todos os momentos deste estudo.
Enfim, a todos que direta ou indiretamente colaboraram para a realização desta
dissertação, o meu profundo respeito, homenagem e eterna gratidão.
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo geral: Identificar quais são os principais
dilemas éticos com os quais gestores/ coordenadores dos cursos de graduação de
Instituições de Educação Superior - IES se deparam e como agem diante deles, tendo
como objetivos específicos: a) Verificar quais situações os gestores/coordenadores dos
cursos de graduação de IES, qualificam como dilemas; b) identificar a freqüência da
ocorrência das situações consideradas dilemas éticos na coordenação de cursos de
graduação; c) saber dos coordenadores qual o nível do impacto que atribuem a
ocorrência dos dilemas a sua gestão; d) constatar quais os parâmetros utilizados para a
tomada de decisões diante de situações consideradas dilemas. A pesquisa foi
desenvolvida a partir de uma revisão bibliográfica, para compreender e fundamentar as
principais categorias implicadas, também por meio de uma pesquisa empírica, com
aplicação de um instrumento a 79 coordenadores de 15 IES, em públicas e privadas. O
resultado mostra que eles se deparam com uma série de situações consideradas
dilemáticas, sendo que as principais são: “Decidir numa situação em que estão em
conflito os valores pessoais com os da Instituição”, considerado por 77% dos sujeitos
da pesquisa; e “Concordar com a demissão de docentes sem justa causa”, por 63%. O
dilema que ocorre com mais freqüência é: “Aceitar os erros e fracassos dos outros”,
considerado que ocorre muito por 29%. Os que causam maior impacto foram:
“Cumprir ordens dos superiores, mesmo discordando, para não perder o emprego”;
“Conviver com sua insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de alternativas”;
ambas consideradas por 56% dos respondentes. A alternativa mais usada para tomada
de decisão diante dos dilemas, de forma geral, foi: “Analisa a situação e decide
procurando adotar a melhor conduta possível”, por 68 %, que corresponde à Ética da
Virtude.
PALAVRAS-CHAVE: Coordenadores de cursos de graduação; dilemas éticos;
decisão
ABSTRACT
The present work had as objective generality: To identify which they are the main
ethical quandaries with the which coordinating managers of the courses of graduation
of Institutions of Superior Education - IES if come across and as they act ahead of
them, having as objective specific: a) To verify which situations the coordinating
managers/of the courses of IES graduation, characterize as quandaries; b) to identify to
the frequency of the occurrence of the considered situations ethical quandaries in the
coordination of graduation courses; c) to know of the coordinators which the level of
the impact who attribute to the occurrence of the quandaries its management; d) to
evidence which the parameters used for the taking of decisions of situations ahead
considered quandaries. The research it was developed from a bibliographical revision,
to understand and to base the main implied categories, also by means of an empirical
research, with application of an instrument the 79 coordinators of 15 IES, in private
public and. The result sample that they come across themselves with a series of
considered situations dilemmatic, being that the main ones are: “To decide in a
situation where they are in conflict the personal values with the ones of the Institution”,
considered by 77% of the citizens of the research; e To agree to the resignation of
professors without joust cause”, for 63%. The quandary that occurs with more
frequency is: “To accept the errors and failures of the others”, considered that it occurs
very for 29%. The ones that causes greater impact had been: “To fulfill orders of the
superiors, exactly disagreeing, not to lose the job”; “To coexist its not satisfactions,
because it needs the work and due to other alternatives”; both considered by 56% of
the respondents. The alternative most used for taking of decision ahead of the
quandaries, of general form, was: “It analyzes the situation and it decides looking for to
adopt the best possible behavior”, for 68%, that it corresponds to the Ethics of the
Virtue.
KEY-WORDS: Coordinators of graduation courses; ethical quandaries; decision
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................
10
2. DILEMAS ÉTICOS NO PROCESSO DECISÓRIO NA GESTÃO
ORGANIZACIONAL - IES .......................................................................................
15
2.1. A relação entre gestão e decisão numa organização............................................. 19
2.2. Implicações éticas na gestão e no processo decisório........................................... 24
2.3. Concepções de dilemas e suas relações com a decisão ética................................ 34
3. O PAPEL E A FUNÇÃO DECISÓRIA DA COORDEANÇAO DE CURSOS
DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR...................................................... 43
3.1. Contexto da gestão de cursos de graduação.......................................................... 43
3.2. Atribuições e funções dos coordenadores de cursos de graduação....................... 47
3.3. Processo decisório do coordenador de cursos da graduação no contexto
organizacional........................................................................................................
56
4. METODOLOGIA........................................................................................................
.
67
4.1. Fontes..................................................................................................................... 67
4.1.1. Bibliográficas............................................................................................ 67
4.1.2. Sujeitos..................................................................................................... 68
4.2. Instrumentos.......................................................................................................... 68
4.3. Procedimentos....................................................................................................... 70
5. RESULTADO DA PESQUISA
EMPÍRICA..............................................................
72
5.1. Situações Dilemáticas............................................................................................ 72
5.2 – Freqüência de ocorrência..................................................................................... 75
5.3 – Impactos dos dilemas nos coordenadores............................................................ 84
5.4 – Alternativas ou critérios para a tomada de decisão............................................. 91
5.5 – Procedimentos adotados para critérios de decisão em cada dilema.................... 100
6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS..................................................................
119
7. CONSIDERAÇÕES
FINAIS.......................................................................................
134
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 139
9. ANEXO.........................................................................................................................
.
144
10
1. INTRODUÇÃO
Segundo Matos, “Ser ético, hoje, mais do que antes, não é uma opção. Para
pessoas e organizações, é questão de sobrevivência (Matos, 2008, p.10).
Atualmente, pesquisadores estudam a ética na educação e na cultura e
concentram-se em desvendá-las como expressão presente em todos os vínculos de
conduta, padrões de comportamento e demais relacionamentos que regem as instituições
sociais, sejam privadas ou públicas.
Como considera Lopes (1993), existem problemas na adoção de princípios éticos
quanto à incorporação de conceitos morais, tomadas de decisão diante de alguns
dilemas na administração pública, desvios de finalidade ou de poder, violação
ideológica da lei.
Segundo o mesmo autor, a tomada de decisão ética diante alguns dilemas,
envolvem a gestão pública sempre estiveram presentes em todas as instituições, entre as
pessoas ou grupos sociais, certamente também ocorre em instituições de caráter privado.
Não restam dúvidas de que a promulgação da Constituição Federal de 1988, de
cunho bem mais democrático do que as anteriores, colocou em discussão a ética e suas
implicações nas diferentes situações na vida acadêmica, cultural, política e social, e a
adoção dos princípios de interesses ou de necessidades de diferentes pessoas e/ou
grupos sociais.
A Constituição Federal de 1988 colocou em discussão, ainda, os vários deveres e
direitos fundamentais, como liberdade, igualdade, legalidade e outros princípios éticos
nos relacionamentos entre as pessoas e/ou grupos sociais. Por outro lado, a CF (1988)
também colocou em questão a tomada de decisão ética, muitas vezes praticadas em
nome dos princípios da moralidade, da ética e na conservação dos direitos adquiridos
pela população.
Na Gestão Institucional da Educação Superior, no que se refere à vinculação dos
valores informativos internos do gestor que o impulsionam à ação, sempre existem
desvios no conjunto de regras de conduta. Em muitas situações, o gestor de Instituição
Educacional Superior (IES) vê-se frente a frente com escolhas e/ou situações
dicotômicas, tendo que fazer opções entre diferentes variáveis éticas, entre os elementos
éticos de sua conduta e à obediência às leis ou mesmo as especificidades dos
relacionamentos, seja com os gestores dos processos educacionais, cultural, político ou
social, seja com relação à comunidade acadêmica ou dos grupos sociais próximos à
escola.
Várias questões podem ser levantadas como objeto de análise, como:
1- Discutir a partir da percepção de administradores e alunos as implicações dos
princípios éticos na gestão Institucional da Educação Superior, levando-se
em consideração que os administradores trabalham não para o
cumprimento das leis do país, mas também para a satisfação do interesse
coletivo inserido no Estado Democrático, que se destina a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, fundado na harmonia social, nos
exatos termos do preâmbulo da Constituição Federal de 1988.
2- Verificar as tendências, necessidades e as possíveis diferenças entre os
aspectos teóricos e práticos no que se refere a formação, a conduta e os
dilemas éticos, enfrentados a partir das exigências legais e as necessidades e
perspectivas da comunidade acadêmica e dos grupos sociais direto ou
indiretamente relacionados com os relacionamentos, valores e princípios
éticos gerados a partir da instituição de ensino.
11
3- Analisar a gestão Institucional da Educação Superior, a partir do elemento
ético de conduta, não utilizando as bases institucionais, mas também à
superação das dicotomias morais e a estrita correspondência aos padrões
éticos internos das instituições de ensino.
4- Desenvolver discussões sobre os aspectos éticos dos relacionamentos entre
as IES e a comunidade, como verificar a percepção quanto aos princípios
éticos existentes e colocados em prática pelos gestores e alunos, e quais as
soluções possíveis de serem adotadas perante os deveres e o direito
garantidos na Constituição Federal de 1988.
Considerando esse contexto, entre várias situações, coloca-se como problema
específico para esta pesquisa: que tipos de situações ocorrem na gestão das IES, que os
coordenadores qualificam como sendo dilemas éticos e diante das suas ocorrências,
sobre que critérios, parâmetros éticos agem e tomam decisões.
Posto a questão, tem-se como objetivo geral: - Identificar quais são os principais
dilemas éticos com os quais gestores/ coordenadores dos cursos de graduação de IES se
deparam e como agem diante deles.
O uso de dilemas éticos, com bases nos autores Kepner e Tregoe (1989) e Ferrel;
Fraedrich e Ferrel (2001) se justificam pela complexidade dos problemas éticos que
surgem no processo de decisão dos coordenadores de cursos de graduação nas
instituições de ensino superior.
Coloca-se como objetivos específicos: a) Verificar quais situações os
gestores/coordenadores dos cursos de graduação de IES, qualificam como dilemas; b)
identificar a freqüência da ocorrência das situações consideradas dilemas éticos na
coordenação de cursos de graduação; c) saber dos coordenadores qual o nível do
impacto que atribuem a ocorrência dos dilemas a sua gestão; d) constatar quais os
12
parâmetros utilizados para a tomada de decisões diante de situações consideradas
dilemas.
O presente estudo pode ser justificado, considerando que a decisão é parte
essencial numa gestão organizacional e que mais uma vez, é um desafio diante das
implicações e situações que a envolvem, tanto antes da tomada de decisão, bem como
após, as suas conseqüências. “Porque os líderes têm o poder de motivar e exigir o
cumprimento das regras e diretrizes da organização, bem como de seus próprios pontos
de vista” (FERRELL, FRAEDRICH e FERREL, 2001, p. 131,132).
Numa gestão, surgem muitos problemas que se configuram dilemáticas para o
processo decisório, onde então emerge a questão ética. Mesmo que não são questões
inéditas, já estudos que tratam da decisão e dos dilemas éticos, no entanto, em
relação ao contexto dos gestores da IES, em especial, coordenadores de cursos de
graduação, não foram encontrados estudos específicos.
O estudo justifica-se ainda, em razão de que a função de um coordenador, numa
IES é bastante desafiadora, diante das muitas atribuições que lhe são impostos, onde
certamente se confronta com situações problemáticas e dilemáticas, diante dos quais
deverá tomar decisões.
Espera-se então que este estudo traga alguns elementos que contribuam para,
ampliar o conhecimento sobre como os coordenadores percebem e agem no processo
decisório e a partir do resultado, configure-se um referencial para ações e estudos.
O estudo é desenvolvido e estruturado em que, primeiro apresenta-se um
referencial teórico, com base numa revisão bibliográfica, que é dividida em dois
capítulos, sendo que no primeiro capítulo são discutidos aspectos relativos a concepção
de ética, decisão e dilemas, para que sirvam de base para análise e discussão dos dados
da pesquisa. No segundo capítulo, mostra-se a função do coordenador no contexto da
13
gestão das IES, para que se possam compreender melhor os resultados da pesquisa por
meio de aplicação do instrumento.
A seguir, é apresentada a metodologia da pesquisa, a descrição do resultado da
aplicação de questionário, ou, seja dos dados coletados. Na seqüência apresenta-se a
discussão e análise dos dados, sendo que na última parte faz-se algumas considerações
finais.
14
2. DILEMAS ÉTICOS NO PROCESSO DECISÓRIO NA GESTÃO
ORGANIZACIONAL – IES
O primeiro passo no processo de tomada de decisão consiste em reconhecer que
a questão ética exige que a pessoa ou o grupo de trabalho escolha entre vários tipos de
ações que precisam ser avaliadas como certos e errados. A gravidade da questão ética,
portanto, pode ser definida como a sua relevância ou importância para a pessoa, o grupo
de trabalho e/ou a empresa. Assume caráter pessoal e temporal no sentido de ter que
levar em conta valores, crenças, necessidades, maneiras de ver as coisas, características
especiais da situação e pressões pessoais que fazem sentir em base contínua ou em um
determinado lugar ou ocasião (FERREL; FRAEDRICH e FERREL, 2001, p. 152).
Segundo Ferrell, Fraedrich e Ferrel (2001, p. 152) “o conflito ocorre quando
dúvida sobre que objetivos ou valores têm precedência na situação: os do indivíduo, os
da empresa, ou os da sociedade”. De fato, na resolução de problemas, na escolha de
alternativas e em diversas situações cotidianas, todo ser humano debruça-se sobre
escolhas que possuem rias alternativas. O que configura o conflito humano, que
escolha devo seguir, que postura assumir, para manter meu emprego vale a pena abdicar
de meus valores pessoais, todas essas são questões que permeiam o homem moderno.
Nesse raciocínio pode-se destacar que a tomada de decisão é a tarefa mais difícil
e mais essencial desempenhada por um administrador, “decidir” por exemplo, é
empreender uma ação que estabeleça padrões de desempenho inteiramente novos, ou
que permita alcançar alguma nova meta ou imprimir uma nova direção para as
operações de sua empresa.
O processo decisório é difícil porque envolve não apenas experiência,
conhecimento, bom senso, e julgamento, mas também uma grande
15
quantidade de incertezas futuras que podem ameaçar a ação que se
decidiu tomar (CHARLES,TREGOE, 1989, p.154).
De acordo com a citação, a tomada de decisão, é uma tarefa conflituosa, pois
envolve dimensões contraditórias e complementares, como a experiência aliada ao bom
senso. De que maneira então, o administrador trabalha, na medida em que é sua
responsabilidade selecionar a ação que obtém o máximo, ao menor custo e como o
mínimo de desvantagens.
Além do mais, como expôs Charles e Tregoe (1989), a tomada de decisão,
muitas vezes é descrita como uma incerteza, devido a gama de informações envolvidas
no processo, dos critérios a serem utilizados, dos fatores a serem avaliados. Trata-se,
portanto de uma complexa tarefa a ser empreendida pelo administrador, o gestor de
empresas, ou mais especificamente dos gestores de cursos.
Vale ressaltar ainda, que nesse processo de tomada de decisão, a medida que o
profissional envolve-se com os problemas a serem resolvidos, este está sujeito a assumir
em sua conduta profissional os valores, convicções e anseios da instituição a qual ele
representa, ou seja, pode ficar refém da cultura organizacional.
Segundo Ferrell, Fraedrich e Ferrel (2001):
A cultura da empresa pode ser definida como um conjunto de valores,
convicções, metas e maneiras de resolver problemas compartilhados
por todos os membros. Com o tempo, a empresa ou organização passa
a ser vista como um organismo vivo, com mente e vontades próprias
(FERRELL, FRAEDRICH E FERREL, 2001)
Pertencer a um grupo, trabalhar com outras pessoas em empresas ou mesmo
instituições educacionais requer que pouco a pouco os profissionais assumam os valores
da instituição. E isso pode ser percebido pela maneira das pessoas se vestirem, na
conduta, na forma de resolver os problemas, nos objetivos a serem atingidos. De fato, a
organização ou a empresa pode ser percebida como um grande organismo, que existe
por si só, na medida, que possui valores, objetivos próprios.
16
Sendo assim, um administrador, de acordo com os conjuntos de valores,
convicções e metas da organização, pode escolher o tipo de ação para fazer frente a um
dilema. Um administrador, no processo de análise de decisão, vê-se diante de algumas
ações que devem ser analisadas durante a tomada decisão, são elas: a ação provisória,
adaptativa, corretiva, preventiva e contingente. Eles (os administradores) coletam uma
grande quantidade de detalhes sobre os possíveis cursos de ação, mas não têm qualquer
método sistemático para usar plenamente a informação ao terem que tomar a decisão
final, procuram estabelecer os objetivos de suas ações para a escolha; classificam os
objetivos quanto à importância; desenvolvem as alternativas para a escolha, avaliam as
alternativas confrontando-as com objetivos para fazer-se a escolha; escolhem a melhor
alternativa como decisão tentativa; avaliam as conseqüências adversas da escolha;
controla os efeitos da decisão final. Dessa forma, ele tem maior probabilidade de estar
certo e não errado, um maior número de vezes, pois, a maneira de conseguir o sucesso
de uma decisão importante é prever e evitar as conseqüências adversas que tais decisões
muitas vezes provocam. Um administrador pode fazer isso analisando tais problemas
antes que estes se desenvolvam, uma análise sistemática de problemas em potencial é a
melhor maneira, não apenas de dar sucesso a decisões passadas, mas de tornar as
decisões futuras menos numerosas e mais fáceis (KEPNER e TREGOE, 1989).
Nesse sentido, a omissão da empresa em monitorar ou administrar sua cultura
pode fomentar um comportamento questionável. O senso de cultura organizacional,
para os agentes, talvez seja inteiramente diferente dos valores e convicções éticas que
orientam os empregados da organização. Questões éticas podem surgir devido a
conflitos entre valores culturais, tais como são interpretados pela administração, e os
que são efetivamente praticados pela empresa/ instituição. (FERREL, FRAEDRICH e
FERREL, 2001, p.151).
17
É muito importante, portanto, que a alta administração determine o que a cultura
é e fiscalize o cumprimento de seus valores, tradições e crenças, com o objetivo de
assegurar que eles representem a cultura desejada. (FERREL, FRAEDRICH e
FERREL, 2001). Segundo estes autores:
A ética e a responsabilidade devem ser atribuídas às organizações e
não ao indivíduo ou ao grupo. Sendo assim, uma cultura interna coesa
surge de relacionamentos individuais, interpessoais, de consenso e
consentimento em toda a empresa (FERREL, FRAEDRICH e
FERREL, 2001, p.152)
Os valores, as crenças, a história, a forma de lidar com seu ambiente interno e
externo representam a cultura de uma organização, é o que define a missão da empresa,
da organização, da instituição educacional. O grau de interação entre os membros de
uma organização fortalece sua cultura e lhe imprime identidade. A cultura
organizacional se apresenta em três diferentes níveis: artefatos visíveis, valores que
governam o comportamento das pessoas e os pressupostos inconscientes. Os fundadores
de uma organização incutem os valores e crenças aos quais os novos membros vão se
integrando através do processo de assimilação. Para conhecer a cultura de uma
organização é necessário identificar seus valores, do que é explícito e visível ao oculto,
e entender de que forma seus recursos humanos se adaptam a eles. Conforme alguns
autores, a cultura de uma organização pode ser mudada, adequando-se a novos
paradigmas, neste processo o gestor tem fundamental papel. Também as organizações
escolares possuem uma cultura construída ao longo de sua história, com valores e
crenças que nem sempre condizem com as propostas definidas em seu projeto
pedagógico (FERREL, FRAEDRICH e FERREL, 2001).
Seja centralizada ou descentralizada a estrutura da organização, os funcionários
aprendem condutas éticas com membros de grupos e colegas no ambiente de trabalho.
Decisões do indivíduo sobre como reagir aos problemas diários são profundamente
18
influenciadas pela observação do comportamento dos colegas. Empresas centralizadas
enfatizam normas, diretrizes e procedimentos formais, usando sistemas de controle
detalhados. Esse tipo de organização certifica-se que os trabalhadores sabem como
realizar tarefas que lhe são designadas. Como as decisões éticas são tomadas
cotidianamente nas empresas centralizadas, a ética é aprendida com os chefes e com os
colegas (FERREL, FRAEDRICH e FERREL, 2001).
Geralmente, essas questões surgem devido a conflitos entre as filosofias morais
pessoais e os valores dos indivíduos, os valores e as atitudes da organização em que ele
trabalha e da sociedade em que ele vive. As principais causas de conduta antiética nas
empresas são pressões, as diretrizes e os objetivos das mesmas.
2.1. A relação entre gestão e decisão numa organização
No contexto desta pesquisa, decidir significa determinar, resolver ou deliberar
sobre determinado tema. Dentro deste raciocínio, a tomada de decisão na empresa seria
um processo que envolve desde o estabelecimento de uma política empresarial ou
governamental, até a execução de uma política determinada, por meio do julgamento
ou solução de dados e escolha de meios necessários para se alcançar um objetivo.
A expressão “tomada de decisão” é entendida por Gomes (1965, p.4) como
sinônimo de administração, pois, as decisões constituem o conteúdo diário dos
administradores e, provavelmente, a tarefa mais característica dos chefes que são
forçados a tomar decisões que afetam uma pessoa, um grupo uma organização ou toda
uma política.
A decisão é parte da vida do dia-a-dia, é praticada constantemente. Em muitas
situações, tomam-se decisões automaticamente, elas ocorrem por bito (SINGER,
19
2002), decide-se sem qualquer constrangimento, sem causar qualquer anormalidade. A
escolha pode ser simples, como decidir entre tomar água com ou sem gás, porém, com
freqüência, a pessoa depara-se com situações em que decidir é complexo e sério, poderá
envolver como resultado não só o destino, a vida de quem decide, mas de muitas outras
pessoas, tratando-se, por exemplo, de decisões no âmbito da política e da economia.
(SCHULZ, 2005)
Nas organizações, sua dinâmica pode se configurar em que, os indivíduos
tomam decisões, isto é, escolhem entre duas ou mais alternativas. Os altos executivos,
por exemplo, determinam as metas da organização, quais os produtos ou serviços a
oferecer, como financiar suas operações ou onde localizar uma nova unidade da
empresa. Os executivos de nível médio e inferior determinam o cronograma de
produção, selecionam os novos funcionários e decidem como funcionar os aumentos
salariais. Evidentemente, as decisões não são prerrogativas dos executivos. Os demais
funcionários também tomam decisões que afetam seu trabalho e a organização. A
tomada de decisão individual é, portanto, uma parte importante do comportamento
organizacional. Mas as formas como as pessoas tomam essas decisões e a qualidade das
escolhas final depende de suas percepções (ROBBINS, 2002).
A tomada de decisão ocorre em relação a um problema, isto é, existe uma
discrepância entre o estado atual de coisas e o estado desejável, exigindo a consideração
de cursos de ação alternativos. Assim, se o seu carro quebrar e você depender dele para
chegar à escola, você terá um problema que requer uma decisão sua. Infelizmente, a
maioria dos problemas não se apresenta desta forma clara, com um rótulo dizendo
"problema" para sua identificação. O que é um problema para uma pessoa pode ser um
estado satisfatório para outro. Um administrador pode ver a queda de 2% nas vendas do
trimestre de sua divisão como um problema sério, que exige sua imediata ação. Um
20
outro administrador da mesma empresa, responsável por outra divisão, pode ver esta
queda de 2% nas vendas como perfeitamente aceitável. Desta forma, o conhecimento da
existência de um problema e da necessidade de uma decisão depende da percepção da
pessoa (ROBBINS, 2002).
Nesse sentido, Gomes (1965), oferece uma interessante definição do processo
decisório:
O processo decisório” é algo complexo, o é linear e sim circular,
semelhante a uma constelação ou galáxia formada por numerosas
decisões individuais, algumas evidentes, enquanto que outras difíceis
de identificar (GOMES,1965, p.5)
Neste raciocínio é interessante destacar que uma pessoa se comporta de maneira
antiética e é recompensada (ou o punida) provavelmente continuará a agir da mesma
maneira, ao passo que será menor a probabilidade de que aquela que é punida (ou não
recompensada) por conduta antiética venha a repetir o comportamento. Um contador
que recebe aumento de salário após ter intencionalmente preparado documentos
financeiros não inteiramente exatos está sendo recompensado por conduta antiética e
poderá continuar a usar das mesmas táticas no futuro (FERREL, FRAEDRICH e
FERREL, 2001).
Assim, as pessoas tomam decisões éticas quando reconhecem que um
componente ético em um dado problema ou situação. A questão ética é um problema,
situação ou oportunidade que exige da pessoa ou da empresa uma escolha entre vários
cursos de ação, que terão que ser avaliados como certos ou errados, éticos ou antiéticos
(FERREL, FRAEDRICH e FERREL, 2001)
A escolha, portanto, entre o certo e o errado será orientada pelos valores da
empresa, os quais em muitas situações são contrários aos valores individuais de cada
um. A valorização do resultado no processo de escolha em um ambiente no qual os
valores da empresa muitas vezes se choca com os valores pessoais, evidencia a
21
necessidade de uma liderança, capaz de ser uma força motriz na identificação da cultura
da organização.
Ferrel, Fraedrich e Ferrel (2001), afirmam que a motivação é uma força interna
que direção ao comportamento dos indivíduos, fornecendo- lhe meios para atingir
um objetivo. Segundo estes autores:
A liderança, ou a capacidade da autoridade de orientar os indivíduos
para alcançar sua meta, tem um impacto importante sobre o processo
de tomada de decisão, porque os líderes têm poder de motivar e exigir
cumprimento das regras e diretrizes da organização, bem como de
seus próprios pontos de vista. (FERREL, FRAEDRICH e FERREL,
2001, p.131/132)
Nesse contexto, partindo do conceito de gestão, enquanto "planejar, organizar,
liderar e controlar as pessoas que constituem uma organização e as tarefas e atividades
por estes realizadas" podemos compreender gestor é como um líder, responsável pela
organização, planejamento e motivação do pessoal. No caso, por exemplo, das
organizações escolares, o gestor educacional, tem um importante papel a desempenhar
na condução dos processos de mudança no interior da instituição escolar para que esta
cumpra sua função de geradora e socializadora do conhecimento.
Deve-se notar que os processos administrativos o processos decisórios, pois
consistem no isolamento de certos elementos nas decisões dos membros da organização,
no estabelecimento de métodos de rotina para selecionar e determinar esses elementos, e
na sua comunicação àqueles por ele afetados. Se a tarefa do grupo consiste em construir
um barco, começa-se pela preparação do desenho do mesmo, o qual, uma vez aprovado
pela organização, passa a limitar e guiar as atividades das pessoas que efetivamente
constroem o barco (SIMON, 1979).
A organização retira de seus membros, por conseguinte, a faculdade de decidir
independentemente a substituir por um processo decisório próprio. As decisões que a
organização toma pelo indivíduo consistem, ordinariamente: a) na especificação de suas
22
funções, fixando o âmbito e a natureza de seus deveres; b) na distribuição da autoridade,
isto é, na determinação de quem terá poder para tomar novas decisões que afetam o
indivíduo; e c) no estabelecimento de tantos limites à sua faculdade de agir quantos
sejam necessários para coordenar as atividades de numerosos indivíduos na organização
(SIMON, 1979).
A organização administrativa caracteriza-se pela especialização, isto é, pela
delegação de determinadas tarefas a determinadas partes da organização. Conforme
foi mencionado em outra ocasião, esta especialização pode tomar a forma de uma
divisão vertical de trabalho, a partir da qual se pode obter uma pirâmide ou hierarquia
de autoridade, com maior ou menor formalismo, assim como uma especialização das
funções decisórias entre membros dessa hierarquia (SIMON, 1979).
Coordenação. O comportamento do grupo requer não apenas a adoção de
decisões corretas, mas também a aceitação da mesma decisão por todos os membros do
grupo. Suponhamos que dez pessoas decidam cooperar na construção de um barco. Se
cada vez um possuir um plano próprio, e dele não der conhecimento aos demais, tudo
faz prever que tal embarcação dificilmente poderá navegar de maneira satisfatória. Eles
talvez fossem mais bem sucedidos, mesmo que adotassem um projeto mais medíocre, se
seguissem todos esse mesmo projeto (SIMON, 1979).
Através do exercício da autoridade ou de outras formas que influenciarão, é
possível centralizar a função decisória, de modo a estabelecer um plano geral de
operações para orientar as atividades de todos os membros da organização. Esta
coordenação pode ser processual ou substantiva. Por coordenação processual entende-se
o estabelecimento da organização propriamente dita, isto é, a descrição generalizada dos
comportamentos e das relações entre os membros da organização. A coordenação
processual estabelece as linhas de autoridade e define a esfera de atividade de cada
23
membro da organização, ao passo que a coordenação substantiva especifica o conteúdo
de seu trabalho (SIMON, 1979).
Perícia: A fim de usufruir das vantagens, das habilidades especializadas na
coordenação, nível de operações, o trabalho de uma organização deve ser subdividido
de tal maneira que todos os processos que requerem uma habilidade específica possam
ser realizadas por pessoas que a possuam.
Responsabilidade: Os autores que têm tratado dos aspectos políticos e legais da
autoridade ressaltam que a função primordial da organização consiste em assegurar a
obediência do indivíduo às normas estabelecidas pelo grupo, ou por aqueles membros
investidos de autoridade (SIMON, 1979).
Com base dessas considerações em Simon e em outras, pode-se concluir que
administrar, gerir, decidir, implica em aspectos éticos, portanto, passar-se-á a
estabelecer essa relação.
2.2. Implicações éticas na gestão e no processo decisório
As angústias das pessoas do mundo moderno, e suas diversas implicações, que
contribuem de forma direta e indireta nos processos de decisão da gestão das
organizações empresariais e educativas ditam ou dimensionam as atividades ou formas
comportamentais das pessoas. Nesse sentido, é importante verificar sua relação com a
ética, devido ao fato do uso excessivo deste termo, que compromete o seu sentido.
Portanto, é pertinente fazer um resgate do conceito de ética, uma vez que, nunca foi tão
importante, como hoje se mostra reabilitar a ÉTICA.
A ética tem como objeto a moral (VAZQUEZ, 1995) e ouve-se que, a crise da
Humanidade é uma crise moral. O que é ser moral? Para que ser moral? As respostas
24
dadas a estas duas questões são cruciais para cada um orientar sua conduta em relação
aos outros e a si mesmo. O que entendemos por "bem" ou "mal" pode definir que tipo
de pessoa que desejamos ser e qual o compromisso que temos com os valores
assumidos (ARANHA E MARTINS, 2005).
Como ninguém nasce moral, mas torna-se moral, que é preciso todo um esforço
de construção do sujeito ético, empreitada que nem sempre atinge os níveis desejados
de amadurecimento (ARANHA E MARTINS, 2005).
Nesse sentido, como já foi mencionada, a tomada de decisão ocorre em relação a
um problema, isto é, existe uma discrepância entre o estado atual de coisas e o estado
desejável, exigindo a consideração de cursos alternativos.
Nenhuma discussão sobre tomada de decisões estaria completa sem falar sobre
ética, pois as contribuições éticas devem critérios importantes na orientação do processo
decisório de uma organização (ROBBINS, 2002).
Segundo Robbins (2002), um indivíduo pode utilizar três critérios diferentes
para fazer uma escolha com ética. O critério utilitarista, no qual as decisões são tomadas
apenas em função de seus resultados ou conseqüências. A meta do utilitarismo é
proporcionar o melhor para o maior número. Esta tende a ser a visão dominante no
mundo dos negócios. Ela é coerente com objetivos como eficiência, produtividade e alta
lucratividade. Maximizando os lucros, por exemplo, um executivo pode argumentar que
está garantindo o melhor para o maior número, ao mesmo tempo em que demite 15% de
seus funcionários (ROBBINS, 2002).
O outro critério ético leva os indivíduos a tomar decisões coerentes com os
direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, de acordo com o que prescrevem
documentos com a Constituição do país. Uma ênfase neste critério significa tomar
decisões que respeitem esses direitos fundamentais, como o direito à privacidade e à
25
livre expressão. Por exemplo, o uso deste critério protegeria os "dedos-duros" quando
denunciassem à imprensa ou aos órgãos governamentais as práticas ilegais ou antiéticas
cometidas por suas organizações, com base em seu direito de livre expressão
(ROBBINS, 2002).
O critério da justiça exige que os indivíduos estabeleçam e apóiem regras justas
e imparciais, de maneira que exista uma distribuição eqüitativa de custos e benefícios.
Os membros de sindicatos geralmente abraçam este critério. Ele justifica o mesmo
salário para uma mesma função, independentemente do desempenho do trabalhador, e
determina o tempo no emprego como regra primária para as decisões de demissões
(ROBBINS, 2002).
Por outro lado, não custa ainda destacar que a ética, por ser resultante de um
contexto de valores genéricos e estáveis, é ajustável a cada época, momento e
circunstância. O estudo da ética é, portanto, filosófico, pois implica em um sistema
moral da qual não pode prescindir os gestores das instituições, sejam públicas ou
privadas.
Quanto aos conceitos de ética, pode-se afirmar que influenciam as decisões
pessoais e mais precisamente as decisões organizacionais. Sendo assim, torna-se
necessário ater-se às teorias, enquanto um corpo de conhecimentos, regras e valores que
orientam nossa atitude, ou mesmo nossas decisões, pautadas pela ética ou não.
O estudo da ética é assim valioso por várias razões, pois não é meramente um
prolongamento da própria ética pessoal do indivíduo. Muitas pessoas pensam que, se
uma empresa contrata bons empregados com fortes valores éticos, ela será uma
empresa-cidadã. Mas, como teremos oportunidade de mostrar ao longo de todo este
trabalho, os valores pessoais e a filosofia moral do indivíduo constituem apenas um
26
fator no processo de tomada de decisões éticas (FERREL, FRAEDRICH e FERREL,
2001).
Profissionais em todos os campos de atividade, incluindo as Instituições de
Ensino Superior, têm que lidar com dilemas morais pessoais, uma vez que eles afetam a
sua capacidade de funcionar no trabalho. quando as preferências ou os valores da
pessoa influenciam os seus desempenhos no trabalho é que a ética individual
desempenha um papel importante na avaliação das decisões (FERREL, FRAEDRICH e
FERREL, 2001).
Simplesmente ser uma boa pessoa e, em sua própria opinião, ter uma boa ética
pessoal, talvez o seja suficiente para enfrentar questões desse tipo que surgem nas
empresas. É importante reconhecer a relação entre decisões legais e éticas. Embora
virtudes abstratas, ligadas aos grandes princípios morais, como a veracidade, a
honestidade, a lealdade, a franqueza, sejam freqüentemente consideradas evidentes por
si mesmas e aceitas por todos os empregados, decisões de estratégia das empresas
envolvem discussões complexas e detalhadas (FERREL, FRAEDRICH e FERREL,
2001).
A filosofia moral é um conjunto de princípios ou regras que os indivíduos
aplicam para decidir o que é certo ou errado. No contexto da educação superior, os
gestores freqüentemente têm que avaliar a "justeza", ou a moralidade de ações
alternativas em termos de seus próprios princípios e valores. As filosofias morais
fornecem diretrizes para solucionar conflitos e para otimizar o benefício mútuo de
pessoas que vivem em grupos (FERREL, FRAEDRICH e FERREL, 2001).
Para entender como as pessoas tomam decisões éticas, portanto, será útil ter um
bom conhecimento dos principais tipos de filosofias morais. Nesse sentido, teleologia
refere-se às filosofias morais, nas quais um ato é considerado moralmente certo ou
27
errado se produzir algum resultado desejado como, por exemplo, a realização de
interesse próprio ou utilidade. Atualmente, os filósofos morais denominam essas teorias
consequencialismo (FERREL, FRAEDRICH e FERREL, 2001).
A deontologia é um aspecto das filosofias morais que se concentra nos direitos
do indivíduo e nas intenções associadas a um dado comportamento, e não nas suas
conseqüências. As filosofias deontológicas consideram determinados comportamentos
inerentemente certos, e o critério de justeza focaliza o agente individual, não a
sociedade. Por isso mesmo, essas idéias são às vezes chamadas de não
consequencialismo, formalismo ético e ética de respeito pelo indivíduo. (FERREL,
FRAEDRICH e FERREL, 2001)
Tendo em vista, que teorias são conhecimentos especulativos, um conjunto de
princípios fundamentais duma arte ou duma ciência, expõe-se a seguir uma tabela
comparando as principais filosofias aplicadas em decisão empresariais, segundo
FERREL, FRAEDRICH e FERREL (2001):
Quadro 1- Teorias filosóficas e seus princípios éticos
Teleologia
Afirma que os atos são moralmente certos ou aceitáveis se produzirem
um resultado desejado, como a realização de interesse próprio ou
utilidade.
Egoísmo
Define como ações certas ou aceitáveis aquelas que maximizam o
interesse particular do indivíduo, da maneira por ele definida.
Utilitarismo
Define ações certas ou aceitáveis como aquelas que maximizam a
utilidade total ou o maior bem para o maior número de pessoas.
28
Deontologia
Concentra-se na preservação dos direitos do indivíduo e nas intenções
associados a um comportamento particular, e não em suas
conseqüências.
Relativismo
Avalia subjetivamente a natureza ética, com base nas experiências do
indivíduo e do grupo.
Ética da virtude
Pressupõe que o que é moral em uma dada situação não é apenas o que
a moralidade convencional exige, mas também o que a pessoa
amadurecida, de "bom" caráter moral, consideraria apropriado.
Justiça
Avalia a natureza ética com base na equidade: distributiva, processual, e
no que interessa a inter-relações.
Fonte: Ferrel, Fraedrich e Ferrel, 2001, p. 112.
Podemos encontrar a matriz da ética Deontológica em Kant, o qual parte de uma
concepção universalista do homem, afirmando que este age moralmente quando pela
sua livre vontade, determina as suas ações, com a intenção de respeitar os princípios que
reconheceu como bons. Neste caso, o que motiva, é o puro dever de cumprir aquilo que
racionalmente estabeleceu sem considerar as conseqüências. A moral assume assim, um
conteúdo puramente formal, isto é, não nos diz o que devemos fazer (conteúdo da ação),
mas apenas o princípio (forma) que devemos seguir para que a ação seja considerada
boa.
Na perspectiva utilitarista, podemos citar como expoentes Jeremy Bentham
(1748-1832) e Stuart Mill (1806-1973), os quais desenvolverão uma ética baseada no
29
princípio da utilidade. As ações morais são avaliadas em função das conseqüências
morais que originam para quem as pratica, mas também para quem recai os resultados.
Princípio que deve nortear a ação moral: "A máxima felicidade possível para o maior
número possível de pessoas." O Bom é aquilo que for útil para o maior número de
pessoas, melhorando o bem-estar de todos, e o Mal o seu contrário (ROBBINS, 2002).
O critério da justiça exige que os indivíduos estabeleçam e apóiem regras justas
e imparciais, de maneira que exista uma distribuição eqüitativa de custos e benefícios.
Os membros de sindicatos geralmente abraçam este critério. Ele justifica o mesmo
salário para uma mesma função, independentemente do desempenho do trabalhador, e
determina o tempo no emprego como regra primária para as decisões de demissões
(ROBBINS, 2002).
Enquanto, uma importante matriz das teorias éticas ocidentais, pode destacar que
a ética desenvolvida por Aristóteles é chamada de tica das Virtudes", "Ética
Teleológica" ou "Ética Finalista. A ética das virtudes baseia-se em questões no bem,
mas especificamente no resultado das ões, como um fim a ser alcançado por meio da
conduta do homem e não por meio da observação de preceitos. Sua vida está ligada a
"telos", que em grego, significa fim, finalidade, propósito, tendência ou direção por uma
meta. Ética da virtude assim, em função de realizarem-se no desenvolvimento das
virtudes individuais, provenientes de hábitos, costumes (ROBBINS, 2002).
Na filosofia contemporânea, os princípios do liberalismo influenciaram bastante
o conceito de ética, que ganha fortes traços de moral utilitarista. Os indivíduos devem
buscar a felicidade e, para isso, fazer as melhores escolhas entre as alternativas
existentes. Para o filósofo inglês Bertrand Russel (1872-1970) a ética é relativa. Não
contém afirmações verdadeiras ou falsas. É a expressão de um grupo. Russel diz que o
30
homem deve reprimir certos desejos e reforçar outros, se pretende atingir a felicidade ou
o equilíbrio.
Quanto mais nos adentramos no território da ética percebemos a presença de
inter-relações e a pouca valia de um pensamento linear, que partisse de determinados
axiomas e fosse deduzindo o que deve ser feito em situações particulares.
Aliás, como deve ser definido o termo ético. Ética é um conjunto de normas que
regulamentam o comportamento de um grupo particular de pessoas, como, por exemplo,
advogados, médicos, psicólogos, etc., diferenciando-se da moral devido apenas ao
conteúdo menos especifico da última, que representaria a cultura de uma nação, uma
religião ou época.
Outro enfoque possível para se definir "ética" é proposto por Cohen e Segre, (apud
Ferrel, Fraedrich e Ferrel, 2001), segundo o qual a ética se fundamentaria em três pré-
requisitos básicos: 1) consciência (percepção dos conflitos entre emoção e razão); 2)
autonomia (condição de se posicionar entre a emoção e a razão); 3) coerência.
Diferencia-se da moral, segundo esta visão, considerada mais adequada pelos
autores, pela existência do livre arbítrio associado à coerência, em oposição à
inquestionabilidade dos princípios morais clássicos.
Segundo Costa (1987), a grande maioria dos médicos brasileiros não conhecia o
conteúdo de seu Código de Ética Médica, e que a menor parcela de culpa por esta
situação seria dos próprios médicos, pois o ensino de ética profissional nos cursos de
graduação estava longe do mínimo necessário.
Nos cursos de Medicina, o ensino da Ética, na maioria das vezes, está centrado
nos temas escolhidos pelo docente, sem levar em conta as ansiedades, os pontos de vista
e os interesses dos alunos; com freqüência, os temas estão dissociados dos assuntos e
dos dilemas éticos que os mesmos estão vivenciando, e, quase sempre, a abordagem dos
31
tópicos é feita primordialmente pelo ângulo da Deontologia, sendo esta enfocada como
a ciência dos deveres, na visão de Jeremy Bentham. Desse modo, a reflexão crítica
sobre os valores não é estimulada.
No cumprimento de padrões de ética, a profissão acadêmica difere dos padrões
que se aplicam ao Direito e à Medicina, cujas associações agem para assegurar a
integridade de seus membros em práticas privadas. Na profissão acadêmica, a
instituição de ensino superior proporciona essa garantia e, nessa conformidade, deve
tratar normalmente de questões relativas à propriedade de conduta dentro de sua própria
estrutura, com consulta a um grupo da congregação de professores (FERREL,
FRAEDRICH e FERREL, 2001).
A categoria final das questões éticas, os relacionamentos na empresa, diz
respeito à conduta com subordinados, superiores, colegas e terceiros. Empregados que
tem formação ética esforçam-se por manter o sigilo nos relacionamentos, cumprir
obrigações e responsabilidades e evitar uma pressão inaceitável sobre outras pessoas,
que poderiam levá-las a agir de maneira antiética.
A questão ética é um problema, situação ou oportunidade que exige que um
indivíduo ou uma empresa se decida entre vários cursos de ação que precisam ser
avaliados como certos ou errados, éticos ou antiéticos. Geralmente, essas questões
surgem por causa de conflitos entre as filosofias morais e valores do indivíduo e os
valores e atitudes das instituições em que ele trabalha e a sociedade em que ele vive.
Embora tenhamos descrito um bom número de relacionamentos e situações que
podem dar origem a questões éticas, na prática pode ser difícil reconhecer casos
específicos. Ignorá-los constitui um grande perigo em todas as firmas, sobretudo se a
atividade no mundo dos negócios for considerada um jogo no qual o se aplica as
regras comuns de tratamento justo das partes interessadas. Às vezes, as pessoas que
32
aceitam essa idéia fazem as coisas não apenas antiéticas, mas também ilegais, com o
objetivo de melhorar sua posição ou potencializar os lucros ou metas da empresa.
Um modo de verificar se uma conduta ou situação específica tem um
componente ético é perguntar a outras pessoas que estão no mesmo ramo de negócios o
que pensam a respeito e se a aprovam. Outra maneira seria apurar se a empresa adota
políticas específicas para essa questão. Uma atividade aprovada pela maioria dos
membros da empresa se for também habitual no setor econômico, é provavelmente
ética. A questão, atividade ou situação que possa resistir a uma discussão aberta, na qual
tomem parte vários grupos, tanto dentro quanto fora da empresa, e sobreviver sem
mácula, provavelmente não constitui problema ético.
O fato de uma situação ou atividade ainda não estar esclarecida quanto à ética
não significa que o comportamento das pessoas envolvidas seja necessariamente
antiético. A questão ética é simplesmente uma situação, problema ou mesmo uma
oportunidade que requer ponderação, discussão ou investigação para determinar o
impacto moral de uma decisão. Dada à natureza dinâmica do mundo dos negócios,
novas questões éticas surgem o tempo todo.
A gravidade atribuída à questão reflete a sensibilidade ética da pessoa ou do
grupo de trabalho e inicia o processo de tomada de decisão. O desenvolvimento
cognitivo moral, cultura da empresa e intenções determina por que as questões são
percebidas de modos diferentes por indivíduos diferentes. A menos que as pessoas na
empresa tenham preocupações comuns sobre essas questões, o palco está armado para
conflitos de natureza ética. O reconhecimento da questão ética como grave pode ser
influenciado pela administração, que pode usar recompensas e punições, códigos de
ética e valores da cultura da empresa com esse fim em vista. Em outras palavras, pode
33
influenciar a presumida importância da questão ética por incentivos positivos e/ou
negativos.
2.3. Concepções de dilemas e suas relações com a decisão ética.
O homem desde o momento que passou a viver em grupos, a relacionar-se uns
com os outros, estabeleceu nessa relação social algumas conseqüências como a
amizade, o carinho ou as diversas manifestações de animosidades. O homem, em suas
tomadas de decisões, depara-se com dilemas, ou seja, escolhas a serem feitas que
pudessem ou não estar de acordo com suas convicções. Nesse sentido, faremos uma
análise de como a ética intervém na tomada de decisão de gestores, e como estes
enfrentam as questões do dia- a- dia.
Como as questões éticas freqüentemente surgem de conflitos, é útil examinar as
causas dos conflitos éticos. Gestores e funcionários muitas vezes sofrem os efeitos de
uma tensão entre suas convicções éticas pessoais e as obrigações que assumiram para
com as instituições em que trabalham.
As pesquisas podem proporcionar uma visão geral bastante útil de muitas
questões éticas pendentes de solução nas empresas. Um passo construtivo que se
poderia dar para identificá-las e solucioná-las seriam classificar as que são relevantes
para a maioria das empresas. Assim, classificaremos tais questões no tocante a conflito
de interesses, honestidade e equidade, comunicações e relacionamentos dentro da
organização. Embora o seja exaustiva, a classificação fornece, de fato, uma idéia
geral de algumas das questões enfrentadas por gestores.
Quanto aos aspectos dos conflitos de interesses, observa-se que existe um
conflito de interesse quando o indivíduo tem que optar entre promover seus próprios
34
interesse, os interesses da instituição ou os interesses de algum outro grupo. E quanto a
honestidade e eqüidade, implica veracidade, integridade e confiabilidade. Eqüidade é a
capacidade de ser justo imparcial. Ambas devem fazer parte dos atributos morais dos
gestores. No mínimo, espera-se que eles cumpram todas as leis e regulamentos
aplicáveis.
Nas comunicações, enquanto transmissão de informações e compartilhamento de
significados pode-se afirmar que o conflito ocorre freqüentemente quando tensão
entre os indivíduos. Um tipo especialmente interessante de conflito é o dilema social, no
qual a ação mais benéfica para o indivíduo, se escolhida pela maioria das pessoas,
produzirá efeitos prejudiciais para todos.
Um dilema social bem estudado é o dilema do prisioneiro, no qual duas pessoas
têm de decidir se vão cuidar apenas de seus interesses ou também dos interesses do
parceiro. Dois suspeitos, A e B, são presos pela polícia. A polícia tem provas
insuficientes para condená-los, mas, separando os prisioneiros, oferece a ambos o
mesmo acordo: se um dos prisioneiros testemunharem para a procuradoria contra o
outro e o outro permanecer em silêncio, o dedo-duro sai livre enquanto o cúmplice
silencioso cumpre 10 anos de sentença. Se ambos ficarem em silêncio, a polícia só pode
condená-los a 6 meses de cadeia cada um. Se ambos traírem o comparsa, cada um leva 2
anos de cadeia. Cada prisioneiro faz sua decisão sem saber que decisão o outro vai
tomar e nenhum tem certeza da decisão do outro. A questão que o dilema propõe é: o
que vai acontecer? Como o prisioneiro vai reagir? Em abstrato, não importa os valores
das penas, mas o cálculo das vantagens de uma decisão cujas conseqüências estão
atreladas às decisões de outros agentes. (ARONSON, 2000)
A estratégia de pagar na mesma moeda é um jeito útil de lidar com o conflito,
permitindo ao indivíduo responder de maneira cooperativa ou competitiva, dada a
35
resposta da outra pessoa. Criar um clima de confiança é fundamental para solucionar
esse tipo de conflito. Outros tipos de dilemas sociais são os dilemas do bem público e o
dilema da posse comum, no qual cada um retira de um fundo público de bens que se
recomporá por si mesmo se usado moderadamente, mas que desaparecerá com excesso
de uso. Por fim, as condições em que as hostilidades tenderão a aumentar ou diminuir,
incluindo com o uso de ameaças e a incapacidade de comunicar-se podem exacerbar o
conflito. Na negociação é importante procurar uma solução integrativa, na qual cada
parte concede o máximo em assuntos que são sem importância para ela, mas muito
importante para outra parte (ARONSON, 2000).
Qual desses valores tem maior peso relativo: a liberdade de expressão ou o
direito á privacidade (principalmente quando combinado com o respeito à intimidade)?
Uma resposta possível consistiria em traçar uma clara fronteira entre o interesse privado
e o interesse público. O direito à privacidade cessaria quando a ação praticada tivesse
relevância pública. Seria o caso dos governantes, na medida e que aspectos de sua vida
privada pudessem afetar o interesse público - somente então seriam estes divulgados,
(mas não se aplicaria às celebridades cuja intimidade é tão abusivamente devassada pela
curiosidade de parte da população), porque as relações privadas que mantém dizer
apenas respeito a elas mesmas (SROUR, 2003).
A relação moral beneficia e prejudica quem? Essa situação delicada pode ser
chamada de "dilema dos destinatários", porque quaisquer formas de solvê-los afetam
desigualmente os agentes envolvidos, afinal, não é fácil beneficiar a todos ao mesmo
tempo. Isso significa dizer que ter sempre a humanidade por referência primeira e
última constitui um desafio louvável, porém muito difícil de cumprir (SROUR, 2003).
As decisões e ações, ainda que consideradas morais e legítimas por alguns, não o
são necessariamente por outros porque ferem interesses alheios; porque põem em litígio
36
coletividades diferentes; porque despertam velhos rancores, estereótipos e preconceitos.
Aliás, quanto menor for a coletividade beneficiada, em detrimento das demais
coletividades, mais a acirradas serão as divergências e maiores serão as distâncias que
as separam (SROUR, 2003).
Em suma, toda decisão e ação, que seja portadora de implicações morais tende a
colocar à frente agentes coletivos cujos interesses divergem e podem provocar
verdadeiros confrontos entre eles, confrontos estes que se refletem nos discursos morais
pregados (SROUR, 2003).
Como resolver os dilemas na tomada de decisão ética? A ética da convicção
sugere que se estabeleça um código convencionado de princípios ou de ideais de valor,
que diminua as dúvidas e arbitre as diferenças, que, diante dos interesses
contraditórios que opõem os vários agentes coletivos - alguns antagônicos e, portanto,
inconciliáveis, outros não antagônicos e, por isso mesmo, administrável - é muito difícil
estabelecer o consenso. Restam-nos ainda os caminhos apontados pela ética da
responsabilidade (SROUR, 2003).
A vertente utilitarista obedece à lógica do máximo de bem para o maior número
e implica dois fatores: a) o fator intensidade (máximo/ nimo), instruído pelo critério
da qualidade ou eficácia (fazer o bem ou gerar felicidade); b) e o fator quantidade
(maior/ menor número), informado pelo critério da equidade (abrangência da população
alcançada e não-discriminação).
No dilema dos meios, para cumprir prescrições (leis morais e ideais) ou para
levar a diante propósitos (fins e conseqüências) é preciso lançar mão de meios. Estes
podem ser legítimos e aceitos virtualmente por todos, principalmente por aqueles a
quem se aplicam, ou podem ser meios ilegítimos, controversos, rejeitados
principalmente por aqueles a quem se aplica. Imaginemos a violência física ou violência
37
simbólica, a fraude ou a manipulação, o sacrifício de alguns para salvar muitos ou a
mentira deliberada. É fácil ver que o problema não se resume a meios lícitos ou não se
cingem ao caráter jurídico-político dos meios, mas, também, à validação moral - de
caráter simbólico - que o uso desses meios supõe (SROUR, 2003).
Na hierarquia dos valores, o fervor dos ideais ou a pureza dos princípios
despreza os meios a serem acionados para sua efetivação, de modo que, contrariamente
à crença popular, não são apenas os fins ilegítimos são usados indistintamente para
materializar ideais ou para implementar princípios, ou até para alcançar o máximo de
bem para o maior número de pessoas , isto é, todas as vertentes éticas chegam a
justificar o uso de meios espúrios (SROUR, 2003).
O dilema ético da moral reflexiva e os critérios de decisão,
estruturantes morais que decorrem das relações submersas da cultura,
formação ética para o exercício da docência ganham sentido
democrático, quando demandam um esforço de construção coletiva e
no qual dilemas morais e conflitos estão a nos desafiar, a partir de
juízos de fato e de valor, como classifica Marilena Chaui (SCHULZ,
2005.p 42).
Segundo Chauí, o exercício da docência, deve emanar de um esforço coletivo na
construção de uma cultura ética capaz de promover soluções de conflitos e dilemas
morais de forma democrática. De fato, esta autora argumenta, “que os dilemas
enfrentados no exercício da docência são confrontados com juízos éticos, ou seja, juízos
de fato e de valor” (SCHULZ, 2005.p 42).
Nesse sentido, destaca-se que juízos de valor são normativos, pois estabelece
regras, que delimitam e definem nossa conduta e nosso comportamento no interior de
uma organização. Podemos dizer, que os juízos de valor referem-se por exemplo, as
formas de agir nos relacionamentos com os alunos, com professores e outros
profissionais do sistema de ensino. Resgatando a idéia de Chauí, é preciso estabelecer
uma conduta democrática, para que se construa um ambiente de trabalho ético. E ainda,
38
os juízos de valor que dizem quais são as normas éticas para nossa ação. E com base
nessas normas éticas que temos em nosso interior é que julgamos as ações dos outros,
em certo e errado.
Segundo Schulz (2005), os Juízos de fato dizem como as coisas são, enquanto os
Juízos de valor avaliam coisas, pessoas, ações e experiências, acontecimentos,
sentimentos, intenções e decisões como boas ou más. Os juízos éticos de valor são
também normativos, isto é, enunciam normas que determinam o vir a ser de nossos
sentimentos, nossos atos, nossos comportamentos. São juízos que enunciam obrigações
e avaliam intenções e ações segundo o critério do correto e do incorreto. “Os juízos
éticos de valor nos dizem o que são o bem, o mal, a felicidade. Qual a origem da
diferença entre os dois tipos de juízos? A diferença é que um se refere à natureza e o
outro se origina da Cultura” (SCHULZ, 2005.p. 42).
Então, um dilema ético é a situação na qual o indivíduo precisa definir a conduta
correta e a errada, sendo um processo que envolve juízos de valores e de fato. Ou ainda,
segundo Robbins (2002), é um processo que envolve valores e atitudes, ou seja, quando
constatamos que algo ocorreu ou um acontecimento qualquer estaremos formando um
juízo de fato. Quando avaliamos um ato, sentimento, estado de espírito, decisões e
intenções, parte-se sempre para os juízos de valor.
Deste modo, dilemas éticos implicam tarefas de solução de problemas, cujas
regras de decisão são muitas vezes vagas ou conflitantes. Não substituto para o
pensamento crítico e a capacidade do indivíduo de assumir responsabilidade por suas
decisões (FERREL, FRAEDRICH e FERREL, 2001, p. 102).
Segundo Ferrel, Fraedrich e Ferrel (2001):
Os resultados da decisão antiética também são muitas vezes incertos.
Não ninguém que nos possa dizer sempre se tomamos a decisão
certa. Tampouco formulas mágicas ou programas de computador
39
que possam ser usados para nos dar a solução (FERREL,
FRAEDRICH e FERREL, 2001, p. 152).
As oportunidades e o conflito são importantes fatores de influência na tomada de
decisões éticas nos relacionamentos interpessoais. Uma vez descoberta a oportunidade,
surge freqüentemente o dilema ético de explorá-la ou não. A oportunidade é um
conjunto de condições que limitam a conduta condenável ou recompensa a conduta
digna de um elogio. Com grande freqüência, é uma situação com potencial de produzir
um resultado ou recompensa positivo. As recompensas podem ser internas: o
sentimento de ser uma pessoa boa e merecedora. As recompensas podem ser também
externas, como aumento de salário ou elogio por trabalho bem feito (FERREL,
FRAEDRICH e FERREL, 2001, p.103).
Às vezes, a oportunidade leva a - ou decorre de - um conflito entre os valores do
indivíduo que toma as decisões e os colegas, a empresa ou a sociedade. Acontece
conflito não é claro que objetivos ou valores têm precedência - os do indivíduo, os da
firma ou da sociedade. Quando tem que escolher entre dois objetivos “igualmente
meritórios, sobretudo quando um pode resultar em recompensas mais positivas do que o
outro, a pessoa se defronta com um dilema. O inverso pode também ocorrer, ou seja, a
escolha entre duas alternativas igualmente ruins” (FERREL e FRAEDRICH, 2001,
p.104).
As pessoas tomam decisões diferentes em situações éticas semelhantes porque se
encontram em diferentes estágios de evolução. De acordo com Ferrell, Fraedrich e
Ferrel (2001, p.103/104) todas as pessoas estão em um ou outro de seis estágios: estágio
da punição e da obediência; estágio da finalidade e das trocas convenientes para o
indivíduo; estágio de expectativa, relacionamento e conformidade interpessoais mútuas;
estágio de manutenção do sistema social e da consciência do individual; estágio de
40
direitos mais importantes, contrato social, ou utilidade; estágio de princípios éticos
universais.
O conflito entre indivíduos e empresa ocorre quando os valores individuais da
pessoa e dos métodos que ela usa para alcançar objetivos desejáveis diferem dos
métodos adotados pela firma ou por um grupo dela. Com freqüência, os funcionários
enfrentam essas situações, especialmente antes de estarem socializados e adaptados à
empresa. Muita gente luta tanto para conseguir um emprego que não leva em conta os
valores da empresa. Atitudes e valores relativos a bebida alcoólica, jogo, sexo e religião
são assuntos morais pessoais. Quem acredita que beber é errado pode se sentir
constrangido trabalhando em uma empresa em que alguns negócios são fechados após o
expediente, em um bar próximo (FERREL, FRAEDRICH e FERREL, 2001).
Ferrell, Freadrich e Ferrel afirmam que:
Dilemas éticos implicam tarefas de solução de problemas, cujas
regras de decisão são muitas vezes vagas ou conflitantes. Não
substituto para o pensamento crítico e a capacidade do indivíduo de
assumir responsabilidade por suas decisões (FERREL, FRAEDRICH
e FERREL, 200, p. 104)
O conflito entre pessoa e sociedade ocorre quando os valores do indivíduo se
defrontam com os valores aprovados pela sociedade. Esses valores são freqüentemente
expressos em forma de leis e regulamentos promulgados pelos governos. Valores como
o desejo de ter ar e água puros pode ser transformado em regulamentação de
comportamento. Um conflito ético pode surgir quando comunidades diferentes impõem
regulamentos ou valores diferentes. O consumo de álcool, certos tipos de divertimentos
e trabalho nos domingos são outros exemplos de comportamento tratados de modo
distintos por diferentes comunidades (FERREL, FRAEDRICH e FERREL, 2001,
p.103).
41
O conflito entre empresa e sociedade aparece quando as normas e valores da
organização se opõem de maneira geral aos valores e normas da sociedade. A
comercialização de novos produtos com freqüência põe a empresa em conflito com a
sociedade, especialmente quando os produtos criam questões morais para certos grupos
(FERREL, FRAEDRICH e FERREL, 2001, p.129).
No caso das Instituições de Ensino Superior, os conflitos surgem na medida em
que se busca respostas para os problemas. Como qualquer instituição, a universidade, é
composta por um corpo docente, administrativo, etc. nesse sentido é fácil perceber que
muitas vezes o conflito surge dos valores individuais de cada um desses atores.
Sendo assim, para compreender a resolução dos dilemas nessas instituições, é
preciso compreender o papel do coordenador, enquanto um gestor na coordenação de
cursos.
42
3. O PAPEL E A FUNÇÃO DECISÓRIA DA COORDENAÇÃO DE
CURSOS DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR.
Nesse capítulo, pretende-se mostrar, mais especificamente, como os
coordenadores de cursos de graduação se situam e agem no âmbito da estrutura e da
dinâmica das IES.
3.1. Contexto da gestão de cursos graduação
É perceptível, que todo agrupamento humano, ou mesmo uma instituição deve
possuir leis, mecanismos e principalmente coordenação que possibilite sua existência,
seu funcionamento. Além do que, toda organização necessita de gestores capazes de
estimularem a equipe assim como promoverem o próprio crescimento da instituição, e
para tanto, precisam possuir competências que os capacitem para ocupar a função de
gestor.
Contudo, a implementação de mudanças na escola tem sofrido constantes
resistências, mas, ao que tudo indica, as demandas por transformação e quebra de
paradigma devem ainda continuar intensas, passando a ser a tônica de uma sociedade
em constante "evolução". A postura crítica na adoção de novas perspectivas deve
somar-se a novas formas de facilitar sua introdução no sistema escolar, o que exigirá
uma cultura em constante processo de auto-organização, um estado de experimentação,
pesquisa e análise de novos processos e, ao mesmo tempo, a consolidação via resolução
consistente de problemas encontrados no dia-a-dia (VIEIRA; COSTAS; MASETTO;
ALMEIDA; ALONSO, 2003).
43
O desenvolvimento de uma estrutura organizacional adequada, que facilite
adaptações rápidas, assim como os desenvolvimentos de uma cultura favoráveis à
mudança são condições necessárias para que a instituição educacional possa se
transformar continuamente. Com todas as modificações verificadas por um perfil de
gestor e no ambiente externo à escola, surge a demanda por um perfil de gestor escolar
que, segundo Libâneo (2001), apresente muitas das seguintes características:
capacidade de trabalhar em equipe; capacidade de gerenciar um ambiente cada vez mais
complexo; criação de novas significações em um ambiente instável; capacidade de
abstração; manejo de tecnologias emergentes; visão de longo prazo; disposição para
assumir responsabilidades pelos resultados; capacidade de comunicação (saber
expressar-se e saber escutar); improvisação (criatividade); disposição para fundamentar
teoricamente suas decisões; comprometimento com a emancipação e a autonomia
intelectual dos funcionários; atuação em função de objetivos; visão pluralista das
situações; disposição para cristalizar suas intenções (honestidade e credibilidade);
conscientização das oportunidades e limitações (VIEIRA; COSTAS; MASETTO;
ALMEIDA; ALONSO, 2003).
Os pontos são indicações de competências relevantes para o trabalho em
ambientes complexos e demandantes de contínuo aprimoramento. Escolas que tenham
optado por projetos político-pedagógicos mais conservadores acabam por exigir menos
de sua equipe, o que passa a demandar um perfil profissional menos elaborado.
Contudo, na grande maioria dos casos, essas instituições acabam por inverter a
prioridade de suas ações, deixando de eleger o aluno e a comunidade escolar e passando
para um estágio mais corporativista em prol dos professores e funcionários (VIEIRA;
COSTAS; MASETTO; ALMEIDA; ALONSO, 2003).
44
O potencial de realização de todas as instituições escolares é sempre muito
grande. Porém, todo potencial é sempre contrabalançado por fatores restritivos, como
recursos financeiros, nível de formação e experiência dos professores, materiais
didáticos disponíveis, integração entre as funções administrativas e pedagógicas
acessíveis, dentre outros. O papel principal dos gestores é saber acompanhar esses
fatores restritivos e tentar ampliar a capacidade de realização da organização escolar,
levando-a atingir seu potencial pleno e a se tornar uma instituição que traga orgulho
profissional a seus integrantes.
É consenso nos debates sobre o ensino superior o tema da profissionalização da
gestão. Entre os fatores que explicam essa demanda podemos citar: a expansão do
sistema de educação superior e a necessidade de compreensão da diversidade e
complexidade do próprio sistema. O fomento da concorrência faz com que as IESs
disputem os melhores docentes, os potenciais discentes, os programas de financiamento
ao ensino, pesquisa e extensão, as parceiras, que viabilizam os estágios, o
desenvolvimento comum de projetos, o fortalecimento da imagem institucional e o
mercado de empregos. É preciso considerar outros fatores relevantes: as incertezas
econômicas, os cenários políticos e sociais, os impactos da globalização e da tecnologia,
que tornam o planejamento estratégico uma condição de consolidação das IESs. A
gestão competente tornou-se uma exigência que poderá provocar o sucesso ou fracasso
de uma instituição (REIS, 2003).
Um desafio do século XXI para as IESs é o desenvolvimento de estruturas
organizacionais preparadas para formarem pessoas éticas, com visão social e
profissional, preparadas para a pesquisa e com o perfil adequado para o exercício
competente de suas funções. Além da formação, uma instituição de ensino tem que
compreender sua função de prestadora de serviços e de colaboradora com o
45
desenvolvimento sustentável da sociedade. Porém o fluxo das decisões, as estratégias e
a cultura política institucional, nem sempre correspondem a essa perspectiva. É comum
IESs terem gestores que administram de forma burocrática, centralizadora, que não
percebem as tendências do ensino superior (REIS, 2003).
Uma das alternativas para os gestores das IESs é o investimento nas equipes de
alto desempenho, capazes de visualizar, propor e gerenciar mudanças na instituição. Na
arquitetura organizacional é fundamental a existência de equipes competentes, que
tenham como parâmetro os Sistemas de Trabalho de Alto Desempenho (STDA), que
supõe uma arquitetura que "reúne trabalho, pessoas, tecnologias e informações de modo
a otimizar a congruência, ou adequação entre elas, a fim de produzir alto desempenho
em termos de resposta eficiente às exigências dos clientes e oportunidades ambientais"
(NALDER, 1993, p. 102). É um mecanismo que enfatiza a importância do processo, a
forma como os setores desempenham suas funções, a capacidade de estabelecer
congruência entre objetivos institucionais, o uso da informação e da tecnologia e a
valorização do trabalho em equipe (REIS, 2003).
Os setores que compõem a arquitetura organizacional precisam ser ocupados por
pessoas que acreditem na missão e nos valores da IES, que aceitem o trabalho em
equipe, precisam ser éticas, capacitadas profissionalmente, comprometidas com os
objetivos institucionais e que desempenhem suas funções de forma eficiente. A visão da
interdependência dos setores é fundamental, pois fornece às equipes a noção macro da
instituição, da relação orgânica que interfere nos resultados gerais da IES em casos de
ineficiência de setores que não cumprem suas funções (REIS, 2003).
A cultura de gestão universitária alicerçada pelo planejamento estratégico
precisa ser consolidada no sistema de educação brasileira. É um mecanismo essencial de
definição e alcance dos objetivos e metas, de valorização dos recursos humanos, de
46
construção de cenários e de uso adequado dos recursos financeiros. Considero que as
IESs precisam discutir formas de fortalecimento da política de gestão estratégica,
entendida como um processo contínuo e adaptativo, através do qual uma organização, e
portanto uma IESs (e redefine) sua missão, objetivos e metas, bem como seleciona as
estratégias e meios para atingir objetivos em determinado período de tempo, por meio
da constante interação com o meio ambiente externo (TACHIZAWA e ANDRADE,
2001).
O planejamento estratégico deve refletir a missão das IESs e precisa ser
entendido como um processo de definição dos rumos e dos macros objetivos
institucionais, é um mecanismo que organiza, de forma sistemática, as estratégias e
metas que possuem a função de construir o futuro da IES. A política de gestão pode
fracassar quando o planejamento não representa os fundamentos da cultura institucional
e não reflete as expectativas dos diversos setores que integram a instituição. Portanto,
deve ser um processo pautado pela participação, pela transparência e pela definição das
responsabilidades e da valorização das pessoas (REIS, 2003).
Dentro desse contexto quer-se então relacionar as atribuições e funções que são
indicadas como tarefas, competências do exercício da coordenação de cursos de
graduação.
3.2. Atribuições e funções dos coordenadores de cursos de graduação
Em um cenário cada vez mais competitivo, como do Ensino Superior, é natural
que cada curso se torne uma unidade estratégica que tem que dar resultados. As
coordenações de curso, surgem assim, na década de 60, como uma as inovações da
Reforma Universitária.
47
“Com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB, Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de
1996), não mais se exigiu a existência de departamentos no âmbito das instituições de
ensino superior. A maioria das instituições extinguiu-os de suas estruturas
organizacionais, preferindo acolher a idéia de Coordenação de Curso e atribuindo ao
novo setor a responsabilidade pela direção e pelo sucesso dos cursos superiores
(Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior - ABMES, 2007).
Em verdade, muitas instituições de ensino superior possuíam departamentos na
descrição organizacional. Na prática, porém, tais departamentos eram apenas setores
carreirocêntricos, ou seja, um departamento para cada curso oferecido e, quando muito,
alguns poucos departamentos gerais, sem grande expressão na vivência acadêmica”
(ABMES, 2007).
Coordenação de Curso ou Direção de curso, para os efeitos deste estudo,
identificam-se em suas funções,” atribuições, responsabilidades e em seus encargos.
Afinal, a Coordenação de Curso acaba sendo o setor responsável pela gestão e pela
qualidade intrínseca do curso, no mais amplo sentido” (ABMES, 2007)
No passado, em muitas instituições, havia duplicidade de atribuições e funções
destinadas aos chefes de departamentos e aos coordenadores de Cursos. Tanto no
passado como no presente, ainda não se chegou a um denominador comum quanto às
funções de, às responsabilidades, às atribuições e aos encargos do Coordenador de
Curso.”Diz-se ser ele o “gerente” do Curso. Chega-se mesmo a afirmar que é o “dono”
do Curso. Na realidade, predominam na figura do Coordenador de Curso e, de certa
forma na concepção geral, apenas os encargos acadêmicos. São relegadas por ele as
responsabilidades não-acadêmicas, ou seja, as responsabilidades e funções gerenciais,
políticas e institucionais, no estrito sentido dessas expressões” (ABMES, 2007)
48
Passa-se então a apresentar as múltiplas e complexas atribuições e funções, de
acordo com uma revisão bibliográfica sobre o assunto. Segundo a ABMES (2007),
quatro requisitos básicos para o exercício das funções do Coordenador de Curso: 1- que
possua o curso de mestrado e/ou doutorado; 2- que seja contratado pelo regime
mensalista de quarenta e quatro horas semanais de atividades; 3- que ministre aulas para
os alunos do curso, o Coordenador precisa manter contato acadêmico permanente com
os alunos do seu curso; 4 – que tenha eficaz competência gerencial para fazer com que o
curso seja bem e efetivamente administrado.
Buscando auxiliar os Coordenadores de Curso foram identificadas e elencadas
sete funções , funções gerenciais, na gestão do curso que dirige : 1 O Coordenador
deve ser o responsável pela supervisão das instalações físicas, laboratoriais e
equipamentos do Curso; 2 - deve ser o responsável pela indicação da aquisição de
livros, materiais especiais e assinatura de periódicos necessários ao desenvolvimento do
Curso; 3 deve ser responsável pelo estímulo e controle da freqüência docente; 4
deve ser responsável pelo estímulo e controle da freqüência do discente; 5 deve ser
responsável pela indicação da contratação de docentes e, logicamente, pela indicação da
demissão deles; 6 – deve ser responsável pelo processo decisório de seu Curso; 7 – deve
ser responsável pela adimplência contratual dos alunos de seu curso (ABMES, 2007).
As funções acadêmicas mais próximas das atenções do Coordenador de Curso
são oito, de acordo com ABMES : 1 deve ser o responsável pela elaboração e
execução do projeto pedagógico do curso; 2 deve ser responsável pelo
desenvolvimento atrativo das atividades escolares; 3 deve ser responsável pela
qualidade e pela regularidade das avaliações desenvolvidas em seu curso; 4 deve
cuidar do desenvolvimento das atividades complementares em seu Curso; 5 deve
estimular a iniciação científica e de pesquisa entre professores e alunos; 6 deve ser
49
responsável pela orientação e acompanhamento dos monitores; 7 – deve ser responsável
pelo engajamento de professores e alunos em programas e projetos de extensão
universitária; 8 – deve ser responsável pelos estágios supervisionados e não-
supervisionados (ABMES, 2007)
A listagem das funções institucionais e sua explicitação demonstram ser
possível, em estudo mais aprofundado, distribuí-las entre as funções anteriores, São elas
atualmente: 1- deve ser responsável pelo sucesso dos alunos de seu Curso no ENC
(Exame Nacional de Cursos); 2 deve ser responsável pelo acompanhamento dos
antigos alunos do Curso; 3 deve ser responsável pela empregabilidade dos alunos; 4
deve ser responsável pela busca de fontes alternativas de recursos; 5 deve ser
responsável pelo reconhecimento de seu curso e pela renovação periódica desse
processo por parte do MEC; 6 deve ser responsável pelo sucesso de seus alunos nos
Exames de Ordem, testes profissionais e assemelhados; 7 deve ser responsável pelo
vínculo da regionalidade do seu Curso (ABMES, 2007).
O coordenador de curso deve ser um "animador" de professores e alunos.
Sintetiza-se um animador, pelas características pessoais do coordenador, que deve ser
reconhecido no exercício de seu senhor por sua atitude estimuladora, proativa,
congregativa, participativa, articuladora. Alguém que saiba celebrar as vitórias de seu
curso. É ele, em sua ação diurna, quem faz com que os docentes e os discentes
constituam um grupo entusiasmado (ABMES, 2007).
Aqui, podemos destacar o que Rios (2005), define com o componente
fundamental presente na ação ética-política do gestor. Numa sociedade em que os
interesses são antagônicos, as vontades, sem dúvida, dirigem-se para objetivos
conflitantes, apesar de o discurso “oficial” referir-se a um objetivo único: o chamado
“bem comum”, a realização pessoal, a integração participante na sociedade. Assim, o
50
que o gestor decide fazer é extremamente relevante para que sua ação seja qualificada
de competente (RIOS, 2005).
O coordenador possui função estratégica na IESs, ao ser referência para docentes
e discentes, ao fomentar o debate contínuo sobre o projeto pedagógico, ao contribuir e
estabelecer parceiras com diversos setores da sociedade, ao favorecer a implantação de
linhas de pesquisa, grupos, núcleos de estudos e projetos consistentes de estágio que
permitam a relação entre teoria e prática, ao trazer para o debate as normas legais do
MEC, além de ser um colaborador com a gestão administrativa. Como gestor, precisa
conhecer o desempenho financeiro do curso e colaborar com eventuais deficiências
(REIS, 2003).
O coordenador precisa estimular a reflexão sobre a flexibilidade dos currículos,
sobre a interdisciplinaridade, sobre as diretrizes curriculares e sobre a importância de se
discutir o perfil profissional, além de compreender o ambiente interno e externo da
instituição, entender que o sucesso depende da articulação entre os setores da IESs do
bom relacionamento entre os diversos departamentos e cursos. È necessário que os
docentes entendam que a IES e, portanto, o curso está inserido num ambiente de
mudanças constantes e, para tanto, a atuação do coordenador é decisiva. Obviamente, o
coordenador depende do apoio dos gestores, do investimento e do trabalho em equipe
(REIS, 2003).
É difícil imaginar uma pessoa perfeita para exercer as funções de coordenação
de um curso superior. A perfeição humana inexiste. Apropriando-se de algumas
expressões de Shinyashiki (apud FRANCO, 1999) que reitera, sempre, que coordenador
de curso deva ser uma pessoa ética, um estudante permanente cheio de grandes
expectativas, com idéias claras, simples, com amplo relacionamento profissional,
cercado de amigos vencedores, que saiba dizer adeus a quem não merece estar num
51
curso superior, resolutor de problemas, com vida espiritual definida e que saiba planejar
as mudanças que, a cada passo, são exigidas.
O coordenador deve ser um líder reconhecido na área de conhecimento do
Curso. É certo que essa liderança a que se faz alusão resultará do conceito atribuído
pelos pares do Coordenador, internos e/ou externos. O grau de reconhecimento poderá
ser local, regional, nacional ou até mesmo internacional. Ele será reconhecido como
líder na sua área de conhecimento à medida que se transforme em referência na área
profissional do curso que dirige. Claro que deve ser reconhecido pelos artigos que haja
publicado, pelas conferências para as quais seja convidado a proferir, pela sua ação
junto ao conselho profissional de sua categoria, enfim, pela ação política interna e
externa, se o enfoque for a área central de conhecimento do Curso. Um coordenador de
Curso, quando sistematicamente homenageado pelos concluintes do curso, com certeza,
terá respondido positivamente à sua função e se reconhecimento ultrapassar os limites
da IES, melhor ainda (FRANCO, 1999).
Estar a serviço é a palavra de ordem do bom coordenador de curso. Entusiasmar
alunos e professores para que leiam livros e revistas, destacando-lhes o conhecimento
de algum tópico, de algum artigo, constitui-se em trabalho do Coordenador. Em suma,
ele deve ser uma pessoa que pense à frente de seu tempo, um iluminado que traga, para
os encontros e reuniões que realize temas candentes e que possibilitem o exercício do
debate, do interesse por tudo aquilo que esteja vinculado ao curso (FRANCO, 1999).
Aproveitar-se de situações que favoreçam a projeção do curso na sociedade é da
responsabilidade do coordenador. Pode ele, por exemplo, explorar com vantagens o
"trote" dos calouros, os momentos de colação de grau, a relação estreita com os antigos
alunos do curso, os estagiários, as monografias dos alunos, os trabalhos de iniciação
52
científica produzidos, as ações de extensão universitária, visando destacar o curso na
sociedade e na própria IES (FRANCO, 1999).
O coordenador deve ser responsável pela vinculação do curso com os anseios e
desejos do mercado. Em vista disto, o coordenador de curso deverá manter a articulação
com empresas e organizações de toda natureza, públicas e particulares, que possam
contribuir para o desenvolvimento do curso, para o desenvolvimento da prática
profissional dos alunos com os estágios, para o desenvolvimento e enriquecimento do
próprio currículo do curso. Neste sentido, além de ser uma pessoa para dentro da
Universidade ou da Faculdade, terá de ser uma pessoa para fora da Universidade, da
IES, proporcionando visibilidade plena do curso diante do mercado (FRANCO, 1999).
O coordenador deve ainda, ser responsável pela supervisão das instituições
físicas, laboratoriais e equipamentos do curso. Assim, como deve ser responsável pela
indicação da aquisição de livros, materiais especiais e assinatura de periódicos
necessários ao desenvolvimento do curso.
O coordenador deve ser responsável pela indicação da contratação de docentes e,
logicamente, pela indicação da demissão deles. Não é o coordenador de curso que
contrata o professor tampouco o Reitor ou o Diretor. É a entidade mantenedora com a
qual o professor mantém o vínculo empregatício. Entretanto, a contratação, tal como a
demissão, deve constituir passos importantes na vida de uma instituição. A questão mais
significativa neste aspecto é a do recrutamento e da seleção de novos docentes, bem
como da apresentação da instituição educacional a eles, além da explicitação dos ganhos
a que terão direito ao serem contratados. Cabe ao coordenador orientar sobre a
documentação completa para efeito da contratação; apresentar o docente ao Reitor ou ao
Diretor Geral, pois além do Reitor, a Reitoria como um todo deverá recebê-lo e dar-lhe
53
as boas vindas. Identicamente, a apresentação do docente nas classes de alunos a ser
assumidas por ele é da responsabilidade do Coordenador (FRANCO, 1999).
O coordenador deve ser responsável pelo processo decisório de seu curso. Ao
expressar assim esta função, o intuito é de que o coordenador de curso tome a si a
responsabilidade do despacho célebre dos processos que lhe chegarem às mãos,
discutindo com seu diretor de centro ou de instituto de ensino, quanto ás dúvidas que os
pleitos apresentarem. Toda decisão deve ser explicitada e quanto a autorização final
deve ser efetuada no nível superior ao do coordenador de curso, mais explicitação da
proposta de decisão deverá ser feita para o haver dúvidas por parte da autoridade
superior. muitas vezes receio de informar, porém, a informação adequada embasará
a boa decisão (FRANCO, 1999).
Costuma-se falar muito, em diversas instituições de ensino superior, a respeito
da vasta burocracia, envolvendo asões do coordenador de curso. Isto, entretanto, não
parece ser verdadeiro, à medida que a distribuição de encargos e funções no âmbito da
instituição educacional tenha sido adotada de modo adequado. A simplificação
burocrática é necessária. O que não deve ocorrer é o desconhecimento por parte do
coordenador de curso sobre o que acontece no seu curso. Daí a necessidade de um bom
sistema informatizado na instituição, de tal sorte que todos aproveitem a informação
(FRANCO, 1999).
É perceptível assim que muito se tem falado sobre o novo perfil e as novas
funções, habilidades e responsabilidades do gestor educacional, especialmente do
coordenador de um curso superior (graduação ou seqüencial). O que mais se afirma é
que a complexidade da vida da universidade exige das pessoas que assumem funções de
gestão acadêmico-administrativas múltiplas e novas habilidades, aptidões e visões
(BARROS E ARAGÃO, 2006).
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Não é possível assim, pensar em um coordenador que seja apenas um
profissional da área porque, primeiramente, nós todos somos docentes. Este é o aspecto
inicial que nutre a sensibilidade de uma pessoa que queria agir na coordenação de um
determinado curso. Quando falamos em docente, referimo-nos a uma pessoa que, na
pedagogia moderna, está sendo entendida como um(a) líder do processo de
aprendizagem e não mais um mero acervo ambulante de conhecimentos, de onde os
alunos vão beber novos saberes (BARROS E ARAGÃO, 2006).
É importante destacar, na perspectiva do coordenador como docente, a relação
dele com as Novas Tecnologias de Informação, consideradas como instrumento de
apoio ao processo de aprendizagem. Muitos acreditam que a tecnologia e toda a sua
parafernália poderão suprir o processo de ensinar em substituição ao tradicional papel
do professor (BARROS e ARAGÃO, 2006).
Um dos problemas que entravam o pleno exercício de liderança e
responsabilidade refere-se às reações do coordenador em face do processo de sua
escolha para a função. Por nomeação da Reitoria, por indicação do diretor da Unidade,
ou mesmo por eleição entre os pares, ou até com a participação de alunos, a indicação é
sempre política, de modo que o indicado pode achar que tem de agradar as pessoas e
trabalhar apenas politicamente. Evidentemente, todos os cargos têm alguma feição
política, de relacionamento, de sobrevivência. Todos têm isso em nossa vida e não é
nenhum pecado lutar por nossa sobrevivência nos contextos em que estamos inseridos.
O que difere em uma democracia é que, embora lutem por interesses próprios, por
segurança, as pessoas precisam respeitar a ética, as relações democrática, as decisões
coletivas, etc. (BARROS e ARAGÃO, 2006).
55
3.3. Processo decisório da coordenação no contexto organizacional.
Essa complexidade da vida universitária, impõe a tomada de decisões morais
uma responsabilidade madura. Ou seja, procurar entender a realidade, estar atento à
sabedoria do passado, discernir as propensões e as exigências de uma situação particular
(OVERBERG, 1999).
No contexto do sistema de ensino superior, como visto, a figura do coordenador,
é de grande valor para se compreender a dimensão da importância do processo de
decisão. Pois este deve ser minuciosamente avaliado, em seus métodos, resultados e
conseqüências. Muitas vezes, o coordenador deve em uma única decisão contemplar
grupos distintos, sendo assim, podemos compreender o argumento de Overnberg
(1999), no sentido que coordenador frente às situações conflituosas precisa agir com
maturidade.
Além do mais, a título de maior compreensão, vale aqui destacar o pensamento
de Schultz a respeito do processo de tomada de decisão do gestor:
A tomada de decisão é o ato requerido do gestor em qualquer nível
em que se encontra na estrutura organizacional. Até aqueles que
apenas tem como função executar tarefas deve decidir se as farão de
acordo como foi determinado ou não. Naturalmente, existem
atribuições e funções no interior da organização cuja decisão implica
responsabilidade maior enquanto se ocupa o papel de gestor
(SCHULZ, 2005. p 29)
Quando se fala em capacidade de decidir, pressupõe a capacidade para tomar
decisões baseadas em planejamento e em informações corretas, por isso, segundo
SCHULZ (2005),
Os tipos de decisões em uma Instituição de Ensino Superior (IES), em
parte, dependem da sua estrutura jurídica, acadêmica e pedagógica. Se
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ela é de natureza pública ou privada, se é universidade ou se encontra
em outra categorização, qual a sua relação entre mantida e
mantenedora; do modelo de gestão predominante; como o poder e as
funções nela estão organizados. Todo este conjunto de variáveis tem
implicações no processo decisório numa organização educacional
(SCHULZ, 2005, p 29).
A solução de problemas é um processo que segue uma seqüência lógica, pois,
começa pela identificação do problema, continua com a análise para se determinar a
causa, e conclui com a tomada de decisão. Para SCHULZ,
(...) dependendo de sua realidade institucional objetiva referida, pode-
se identificar e pré-estabelecer determinadas decisões. Entretanto nem
tudo pode ser previsto, muitas situações, sobretudo, em algumas
áreas em que situações surgem, diante das quais, é necessário decidir,
diante das que são simples ou complexas (SCHULZ, 2005. p 29).
Os valores, as convicções, os padrões e as regras da organização, são muitas
vezes expressos por meio dos grupos que a compõem, às vezes adotam regras e valores
próprios, no entanto, segundo Schulz (2005), em muitas áreas, existe um parâmetro
pré-estabelecido pelas políticas da avaliação institucional, em que, então, a “decisão é
como ajustar-se, mas, no campo da maior flexibilidade, diante da autonomia
administrativa, didático-pedagógica e ou financeira, as decisões tornam-se uma
atividade primordial” (SCHULZ, 2005. p 29).
O líder precisa não conquistar o respeito de seus subordinados, mas também
fornecer-lhes um padrão de conduta ética, pois a liderança é importante porque os
gestores têm poder para recompensar ou punir os empregados e incentivar um
comportamento que contribua para o alcance das metas da Instituição.
Schulz (2005) afirma que considerando as instituições de educação superior,
IES, mediante uma visão sistêmica, a tomada da decisão deverá levar em conta o todo,
pois também seus efeitos atingirão o todo inclusive, o clima organizacional. Às vezes,
“decisões que possam parecer simples, como tirar ou não o café da sala dos professores,
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podem interferir na satisfação do trabalho e da produtividade docente?” (SCHULZ,
2005. p 29).
De fato, para que o coordenador consiga exercer sua atividade administrativa,
pedagógicas, entre outras, é necessário que ele tenha um grupo de pessoas engajados na
mesma missão de construir e manter um curso superior de qualidade. E para tanto, é
preciso que o gestor construa um clima favorável a cooperação, para simples conflitos,
não se tornem entraves ao bom andamento da instituição. É importante assim, que o
gestor compreenda que suas ações atingem a todos, e que isso na tomada de decisão
deve ser levado em consideração.
A tomada de decisão é uma forma sistemática se juntar os fatos e experiência
para que haja um melhor julgamento por parte do gestor, portanto,
As decisões numa IES vão do mais simples ao mais complexo, cujos
resultados podem ter um efeito imediato, a curto prazo, e de um
alcance restrito, mas também podem estender-se a médio e longo
prazo, com um alcance amplo. Como, por exemplo: admissão e
demissão de professores e funcionários, inclusão ou o de
disciplinas, abertura de novo curso, material de consumo e outros
(SCHULZ, 2005. p 29).
A missão do coordenador consiste em liderar, estimular, mas principalmente em
decidir, escolher entre as melhores estratégias, os melhores instrumentos, etc. Sendo
assim, nesse contexto, o gestor em seu processo de escolha, deve levar em conta várias
dimensões de sua escolha, calculando todas as possibilidades e as conseqüências de seus
atos em uma dimensão do todo organizacional.
Segundo Drucker (2002, p.59), “nas últimas décadas do século XX, as rias e
diferentes instituições começaram a aplicar conceitos e métodos de administração de
empresas”, mas o novo é que elas estão tomando consciência de que são "organizações"
e, conseqüentemente, a administração pressupõe pontos em comum. Elas podem ser
58
diferentes entre si quanto aos seus objetivos e missão específica, mas, na administração,
são parecidas. Drucker (2002) chega a afirmar que vivemos a época das organizações.
Tanto no passado como no presente, ainda não se chegou a um denominador
comum quanto às funções, às responsabilidades, às atribuições e aos encargos do
Coordenador de Curso, na realidade, na concepção geral, predominavam a ele apenas os
encargos acadêmicos, no entanto, segundo SCHULZ (2005), na gestão organizacional
superior, implicações que decorrem da variável entre a gestão administrativade um
lado e a gestão acadêmica do outro lado, mesmo que não possam ser separadas, não são
estanques, mas como dois lados de uma mesma moeda, que, junto, compõem a gestão
organizacional educacional. Mas não se pode ignorar que essas duas dimensões acabam
gerando situações de conflitos” (SCHULZ e NERY, 2005, p.17)
Segundo Schulz e Nery (2005), em relação a gestão organizacional educacional:
Outro aspecto variável é a própria configuração da estrutura jurídica:
públicas e privadas, que passa a contribuir para determinadas
situações no processo da gestão, como também a configuração
acadêmica, quando as exigências são diferentes entre os vários níveis
institucionais, como universidades, centros universitários, faculdades
isoladas, etc (SCHULZ e NERY, 2005, p. 17)
Nesse sentido, ao considerar o processo da tomada de decisões como sinônimo
de administração, não se pretende referir-se apenas ao ato final da escolha entre
alternativas, mas a todo o processo. A decisão compreende três fases principais:
descobrir as ocasiões em que deve ser tomado, identificar os possíveis cursos de ação e
decidir-se entre um deles. Estas três atividades consomem partes bem diversa do tempo
disponível dos coordenadores. Estas partes variam muito conforme o nível da
organização, e de um coordenador para outro. É possível, todavia, fazer generalizações
sobre as mesmas, ainda que com base na observação casual (SIMON, 1972).
Á primeira fase do processo - análise do ambiente procurando-se identificar as
situações que exigem decisão - chamaremos de atividade de coleta de informações
59
(utilizando o significado militar). A segunda, a de criar, desenvolver e analisar possíveis
cursos de ação - chamaremos de atividade de estruturação. À terceira - a de escolher
uma linha determinada de ação entre as disponíveis - designaremos como atividade de
escolha (SIMON, 1972).
Deste modo, coordenadores empregam grande parte do tempo estudando o
ambiente econômico, técnico, político e social, procurando identificar condições novas
que exijam novas ações. Eles, provavelmente, gastam ainda maior do tempo, sozinhos
ou em contato com seus colegas, buscando criar, delinear e desenvolver possíveis
cursos de ação para enfrentar situações em que a decisão se torna necessária. Ocupam
apenas pequena parte do tempo decidindo entre medidas alternativas tomadas para
solucionar problemas identificados e analisados em suas conseqüências. Em
conjunto, essas três partes representam a maior parte das atividades dos coordenadores
(SIMON, 1972).
Ao discutir como os coordenadores atualmente tomam decisões, e como farão no
futuro, devemos distinguir entre dois tipos opostos que chamaremos de decisões
programadas e decisões não-programadas, respectivamente. Acrescentando que não são,
na verdade, tipos distintos, mas um todo contínuo, com decisões altamente
programadas, em uma extremidade, e decisões altamente não-programadas, na outra. É
possível encontrar decisões de todos os matizes nesse contínuo (SIMON, 1972).
As decisões são programadas na medida em que são repetitivas e rotineiras, e em
que foi criado um processo definido para abordá-las, de modo que não tenham de ser
tratadas de novo cada vez que ocorram. A razão óbvia por que as decisões programadas
tendem a ser repetitivas, e vice-versa, é que, se um problema específico surge repetidas
vezes, será utilizado geralmente um método rotineiro para resolvê-lo (SIMON, 1972).
60
As decisões serão não-programadas na medida em que forem novas, não-
estruturada e de importantes conseqüências. Não haverá método prefixado para tratar o
problema por diversos motivos: porque não foi apresentado antes, porque sua natureza e
estrutura exatas são dúbias ou complexas, ou porque é tão importante que merece
tratamento específico (SIMON, 1972).
Tomamos a palavra programada emprestada da terminologia usada no trabalho
com os computadores, e será aqui utilizada no mesmo sentido. O programa é uma
prescrição, ou estratégia detalhada, que rege a seqüência de reações de um sistema a um
conjunto de tarefas complexas. Na maioria os programas que regulam as reações da
organização não são o detalhados ou tão precisos quanto os programas dos
computadores. Entretanto, todos têm o mesmo objetivo: permitir uma reação adaptativa
do sistema à situação (SIMON, 1972).
A tomada de decisão está presente em quase todas as atribuições do gestor.
Selecionar os objetivos da organização requer tomar decisões. O mesmo acontece com
atividades tão variadas como projetar melhor a estrutura organizacional, optar entre
tecnologias alternativas, escolher entre candidatos a cargos ou determinar o modo de
motivar funcionários com baixo desempenho. De fato, “[...] o processo de tomada de
decisões é visto como cerne do cargo de gerente” (ROBBINS, 2000, p.35)
Segundo Robbins (2000) a pessoa que toma decisões é racional, ou seja, faz
escolhas consistentes, maximizando o valor de dentro de limitações específicas. Essas
escolhas seguem um modelo de seis etapas: definir o problema, identificar os critérios
de decisão, pesar os critérios, gerar alternativas, classificar cada alternativa segundo
cada critério e calcular a decisão ótima.
Uma vez que quem toma a decisão tenha definido o problema, esta pessoa
precisa identificar os critérios de decisão que serão importantes para sua solução. Nessa
61
etapa, o tomador de decisão está determinando o que é relevante à tomada de decisão.
Este passo introduz no processo de interesses, os valores e as preferências pessoais do
tomador de decisão. Identificar os critérios é importante, porque aquilo que uma pessoa
considera relevante pode não ser para outra. É preciso ter em mente também que
quaisquer fatores não identificados nesta etapa são considerados irrelevantes para quem
toma a decisão.
Todos os critérios identificados raramente possuem a mesma importância. Dessa
forma, a terceira etapa requer que o tomador de decisão pondere os critérios
previamente identificados, a fim de lhes conferir a prioridade correta na decisão. A
quarta etapa exige que o tomador de decisão gere alternativas possíveis, que poderiam
ter sucesso na solução do problema. Nenhuma tentativa é feita nessa etapa no sentido de
avaliar essas alternativas, mas apenas de listá-las (ROBBINS, 2000).
Uma vez geradas as alternativas, o tomador de decisão deve analisar e avaliar
criticamente cada uma delas. Isto é feito mediante a classificação de cada alternativa
segundo cada critério. As vantagens e desvantagens de cada alternativa tornam-se
evidentes quando são comparadas em função dos critérios e pesos definidos na segunda
e na terceira etapa. A etapa final nesse modelo requer o calculo da decisão ótima.
Segundo Robbins (2000, p.58), “os pressupostos do modelo racional são clareza
do problema, ou seja, o problema é claro e inequívoco”. Supõe-se que quem toma a
decisão dispõe de informações completas relativas à situação de decisão. Opções
conhecidas, nas quais o tomador de decisão consegue identificar todos os critérios
relevantes e listar todas as alternativas viáveis. Além disso, ele está ciente de todas as
possíveis conseqüências de cada alternativa. Preferências claras, os critérios e as
alternativas podem ser classificados e ponderados de forma a refletir sua importância.
As preferências constantes referem-se aos critérios específicos de decisão são
62
constantes. Não restrições de tempo ou custo, o tomador de decisão racional pode
obter informações completas sobre os critérios e alternativas devidas não haver
limitação de tempo ou de custo e máxima compensação, o tomador de decisão racional
escolherá a alternativa que propiciar o mais alto valor percebido (ROBBINS, 2000,
p.58).
Uma das tarefas mais importantes diante de quem vai tomar uma decisão é a
análise das alternativas. Essa análise é realizada segundo um dentro dos três conjuntos
de condições. Em alguns casos, as decisões tomadas sob condições de certeza, ou seja, o
tomador de decisão conhece de antemão o resultado da decisão.
Situação muito mais pica é a uma situação de risco. Por risco entende-se “as
condições na qual o tomador de decisão pode calcular a probabilidade de alternativas ou
resultados”. (ROBBINS, 2000, p.59). Essa possibilidade de atribuir probabilidade pode
ser decorrente de experiência pessoal ou de informações secundárias.
A abordagem racional para avaliar alternativas sob condições de risco é a do
valor esperado. “Valor esperado é um conceito que permite aos tomadores de decisão
atribuir um valor monetário às conseqüências positivas e negativas que provavelmente
resultem da seleção de uma determinada alternativa” (ROBBINS, 2000, p.59). Ele é
igual à soma dos vários resultados possíveis multiplicados pelo benefício ou custo de
cada um.
A condição mais difícil sob a qual tomar decisões é a incerteza, situação na quais
os tomadores de decisão não dispõem de informações para ter clareza sobre as
alternativas ou calcular o seu risco. Quem toma decisão precisa ser criativo e três
métodos para estimular a criatividade individual: instrução direta, listagem de atributos
e pensamento lateral (ROBBINS, 2000).
63
A tomada de decisão individual é melhor quando as decisões são relativamente
sem importância, não é necessário o envolvimento dos subordinados, existem
informações disponíveis e é preciso rapidez. O tomador de decisão de racionalidade
limitada simplifica o problema, cria um conjunto limitado de critérios de acomodação
que uma solução deve atender, analisa um conjunto limitado de opções conhecidas e
escolhe a primeira solução que atender aos critérios de acomodação.
De acordo com Robbins (2000), existem quatro estilos de decisão: diretivo,
analítico, conceitual e comportamental. As pessoas que adotam o estilo diretivo têm
baixa tolerância à ambigüidade e buscam racionalidade. São eficientes e lógicas. Mas
suas preocupações com eficiência fazem com que tomem suas decisões utilizando
informações mínimas e avaliando poucas alternativas. O estilo diretivo é caracterizado
por pessoas que tomam decisões depressa e se concentram em curto prazo.
Até nessas situações, podemos encontrar um caráter ético na definição da
solução do problema. Na medida em que, mesmo que a curto prazo, o indivíduo utilizou
de juízos de valor e juízos de fato. Sem falar, que este indivíduo no interior de uma
organização, deve agir de acordo com a cultura, convicções e valores da empresa.
No processo decisório, o gestor leva muito em conta informações e “práticas” de
decisão, o que nos leva a necessidade, indiscutivelmente, de um “modelo” que consiga
fornecer uma decisão para “otimizar” o problema enfrentado, tendo como um dos
elementos o processo humano de tomada de decisão, com todas suas características e
vieses.
Contudo, as pessoas do estilo analítico têm uma tolerância muito maior à
ambigüidade, buscando, portanto, muito mais informações e alternativas que as de estilo
diretivo. Os gerentes analíticos seriam mais bem caracterizados como tomadores de
64
decisão cautelosos, dotados da capacidade de adaptar-se ou de lidar com situações
novas.
Indivíduos com um estilo conceitual tendem a ter uma perspectiva muito ampla
e a considerar muitas alternativas. Seu enfoque é de longo alcance e são excelentes para
encontrar soluções criativas para os problemas.
A categoria final, aquele com um enfoque comportamental, caracterizam
tomadores de decisão que trabalham bem em grupo. Preocupam-se com as realizações
de seus pares e subordinados. São receptivos a sugestões e recorrem bastante a reuniões
para comunicação. Eles tentam evitar conflitos e buscam aceitação.
É visível, que na prática educativa do gestor, em sua atuação como um
administrador, suas escolhas independente do estilo de decisão, tem implicações éticas-
políticas. Tendo em vista a adesão do gestor a certa maneira de agir, a um certo caminho
para a ação. A ética é um elemento que conecta a necessidade de resolução de um
dilema com o sentido de proporcionar o melhor para o maior número de pessoas
possível.
Embora estas quatro categorias sejam distintas, a maioria dos gestores possui
características que recaem em mais de uma. Por isso, é provavelmente melhor pensar
em termos do estilo dominante de um gerente e seus auxiliares. Alguns recorrem quase
exclusivamente ao seu estilo dominante.
Já os gestores mais flexíveis podem alterná-los, dependendo da situação. O certo
é que os gestores podem melhorar sua decisão, modificando o processo para refletir a
cultura nacional e organizacional e o clima político da organização, identificando
conceitos pré-concebidos, utilizando processos racionais e intuitivos, adequando seu
estilo de trabalho, utilizando técnicas de estimulação da criatividade e aplicando
princípios éticos.
65
Enfim, segundo Robbins (2000) os gerentes supostamente deveriam usar um
processo racional de tomada de decisão, ou seja, fazer escolhas consistentes,
maximizando o valor dentro de limitações específicas, que deveria ter as seguintes
etapas: 1) definição do problema; 2) identificação dos critérios e seus respectivos pesos;
3) geração das alternativas e classificação destas em relação a cada critério, 4) escolha
da melhor alternativa.
Ainda segundo este autor, uma vez que a capacidade humana para formular e
resolver problemas complexos é pequena demais para atender aos requisitos da
racionalidade plena, os decisórios operam dentro dos limites da “racionalidade
delimitada”. Eles constroem modelos simplificados que captam as características
essenciais dos problemas sem considerar toda sua complexidade.
66
4. METODOLOGIA
Considerando o objeto e objetivos da pesquisa, adotou-se uma abordagem
considerada quantitativa, que significa, segundo Oliveira,
(...) quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim
como também com o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as
mais simples, como percentagens, média, moda e desvio padrão, até as de uso
mais complexo (...) (1997, p.115).
Oliveira (1997) lembra que isso não significa que necessariamente se tenha que
realizar uma pesquisa puramente quantitativa ou qualitativa, como se houvesse uma
dicotomia entre ambas. Nesse sentido, a análise e discussão valem-se de aspectos
qualitativos baseado na compreensão das categorias implicadas.
4.1. Fontes
4.1.1. Bibliográficas
Para compreender e fundamentar as categorias básicas envolvidas no objeto de
estudo, como: ética, dilema, decisão, coordenador, organização e gestão, foi realizada
uma pesquisa em fontes bibliográficas, também como base para analisar os dados
coletados, por meio da aplicação de um instrumento.
67
4.1.2. Sujeitos
Esta pesquisa foi realizada com 79 coordenadores de vários cursos de graduação,
escolhidos aleatoriamente, de 15 Instituições de Educação Superior, situadas no
Triângulo Mineiro e região, sendo que 37% foram de públicas e 63% de privadas.
Dos coordenadores pesquisados, 38% trabalham em Universidades, 34% em
Centros Universitários, 9% em Faculdades Integradas, 14% em Faculdades Isoladas, 1%
em Instituto de Educação Superior e 4% não responderam.
Dos sujeitos da pesquisa, 53,9% foram do sexo masculino e 46,1% do sexo
feminino.
Quanto ao tempo do exercício da função de coordenação, 24% dos
coordenadores atua na função menos de 1 ano; 28% entre 1 a 2 anos; 35% entre 3 a 5
anos; 9% entre seis a 10 anos e 4% mais de 10 anos.
Verificou-se também o nível de formação acadêmica dos coordenadores, sujeitos
da pesquisa e constatou-se que: 3% são apenas graduados, 25% têm especialização,
44% são mestres e 28% são doutores.
4.2. Instrumento
O questionário usado foi adaptado do instrumento elaborado pelo Prof. Dr.
Almiro Schulz, que na ocasião o submeteu a um teste a três doutores, para sua
68
validação, ocasião em que realizou uma pesquisa sobre os dilemas no exercício da
docência.
O instrumento divide-se em quatro partes: a primeira procura verificar o perfil
dos coordenadores; a segunda apresenta 10 situações diante das quais se solicita
indicação, se são julgados como dilemas na opinião dos coordenadores, a freqüência
com que ocorrem, e o impacto que causa cada um deles; a terceira apresenta 10
alternativas de decisão diante de situações dilemáticas, de forma geral, e a quarta
relaciona as 10 situações da segunda parte, solicitando indicação do uso dentre as 10
alternativas de decisão, para cada situação específica.
Situações dilemáticas:
1. Decidir numa situação em que estão em conflito os valores pessoais com os da
instituição;
2. Concordar com a demissão de docentes sem justa causa;
3. Ocultar a verdade em situações em que sua revelação pode causar reações
negativas;
4. Não cumprir uma promessa que tenha feito para alguém;
5. Aceitar os erros e fracassos dos outros;
6. Manter sigilo de informação dada em confiança pelos gestores, a respeito de um
colega (professor/coordenador) que será demitido;
7. Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua concepção, somente para não
correr o risco de ser despedido;
8. Cumprir ordens dos superiores, mesmo discordando, para não perder o emprego;
9. Conviver com sua insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de outras
alternativas;
10. Tomar uma decisão quando há divergência entre o colegiado e a alta gestão.
69
Critérios de decisão:
1. Procura saber quais as normas da instituição e decide com base nelas, "doa a quem
doer";
2. Analisa cada situação e toma as decisões, considerando as possíveis conseqüências
que sejam melhores para a maioria;
3. Analisa a situação e decide procurando adotar a melhor conduta possível;
4. Respeita as normas, desde que tenham sido estabelecidas após discussão, sendo
resultado de um consenso;
5. Decide de acordo com o que lhe parece oportuno no momento;
6. Decide sempre com base na lei independente das conseqüências;
7. Avalia a situação levando em consideração qual o menor prejuízo conseqüente;
8. Na medida do possível, decide para que o bem se sobreponha como resultado
principal;
9. Procura, na medida do possível, um entendimento mútuo entre as pessoas;
10. Como não existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que parecer melhor.
4.3. Procedimento
Num primeiro momento fez-se uma revisão e pesquisa bibliográfica, para a
elaboração do projeto e para dar maior clareza sobre as principais categorias implicadas,
conforme indicadas, também como meio de nortear a elaboração do instrumento e
análise dos dados. Posteriormente, para a redação dos capítulos de fundamentação
teórica, novas fontes bibliográficas foram adicionadas e estudadas.
Em relação à coleta de dados por meio do questionário, fez-se contato com as
instituições, solicitando autorização para a sua aplicação, que em alguns casos foi
70
deixado com os coordenadores e recolhido posteriormente, em outros, aguardou-se o
preenchimento e recolheu-se logo após.
Após a aplicação e o recolhimento dos questionários, fez-se a codificação, o
processamento eletronicamente por meio do SPSS - Statistical Packagefor the Social
Sciences, versão 11.0, buscando determinar os níveis de presença de cada variável nos
diferentes grupos formados com base nas variáveis biográficas dos sujeitos
A seguir, foi realizada a descrição dos dados e feita a sua análise, como segue
nos próximos capítulos. Em relação ao resultado do cruzamento dos dados, adotou-se o
critério de considerar 10% de diferenças entre eles, como sendo importante para
destaque.
71
5. RESULTADOS DA PESQUISA EMPÍRICA
5.1. Situações dilemáticas
Diante do objetivo, em verificar, dentre 10 situações que ocorrem na
coordenação de cursos de graduação, que consideram dilemas, dos 79, constatou-se que:
77% dos coordenadores pesquisados qualificaram como dilema “Decidir numa situação
em que estão em conflito os valores pessoais com os da Instituição”; 63%, “Concordar
com a demissão de docentes sem justa causa”; 63%, “Ficar indiferente diante de
situações injustas, na sua concepção, somente para correr o risco de ser despedido; 59%,
“Ocultar a verdade em situações em que sua revelação poderá causar reações negativas;
57%, “Não cumprir uma promessa que tenha feito para alguém”; 54%, “Cumprir ordens
superiores, mesmo discordando, para não perder o emprego”; 52%, “Conviver com sua
insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de outras alternativas”; 49%, “Tomar
uma decisão quando divergência entre o colegiado e a alta gestão”; 41%, “Aceitar os
erros e fracassos dos outros” e 30%, “Manter sigilo de informação dada em confiança
pelos gestores, a respeito de um colega (professor) que será demitido”.
72
GRÁFICO 1 Situações qualificadas como dilema pelo respondente respostas
múltiplas %
Ao verificar a diferença entre o gênero dos respondentes em relação a situações
identificadas como dilemáticas, o resultado aponta para uma margem de diferença
maior, apenas no dilema: “Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua
concepção, somente para não correr o risco de ser despedido”, sendo 67,5% dos homens
e 58,97% das mulheres responderam afirmativamente.
Em relação ao tempo de coordenação na instituição, contatou-se diferença nos
dilemas: “Decidir numa situação em que estão em conflito os valores pessoais com os
da instituição”, ela é mais dilemática para os respondentes que estão com menos tempo
73
na coordenação, dos que ocupam o cargo de 1 a 2 anos 86,36% a consideram um
dilema, enquanto que os de 6 a 10 anos, 71,43%. Na questão, “Concordar com a
demissão sem justa causa” constatou-se que ela é mais dilemática para os respondentes
com mais tempo na instituição, pois os que ocupam o cargo por mais de 10 anos, 100%
considerem esta questão dilemática, enquanto que os de 1 a 2 anos, 50%. Na situação,
“Ocultar a verdade em situações em que sua revelação poderá causar reações negativas”
ela é mais dilemática para os respondentes que estão com mais tempo na coordenação,
pois os que ocupam o cargo menos de 1 a 2 anos, 30% consideram uma situação
dilemática, enquanto que os de 3 a 5 anos, 69,23%. A questão “Ficar indiferente diante
de situações injustas, na sua concepção, somente para não correr o risco de ser
despedido”, ela é mais dilemática para os respondentes que estão a mais tempo na
coordenação, pois os que ocupam o cargo de 6 a 10 anos 71,43% consideram uma
situação dilemática, enquanto que os de menos de 1 ano apenas 50,63%. A situação,
“Cumprir ordens dos superiores, mesmo discordando, para não perder o emprego”, ela é
dilemática para 66.67% dos respondentes que estão a mais tempo na coordenação, os
que ocupam o cargo por mais de 10 anos, 66,67%, enquanto que os de 1 a 2 anos
apenas, 40,91%.
Não se verificou muita diferença ao analisar os dados quanto ao nível de
formação acadêmica dos professores relativa a situação dilemática; no entanto, ao
conferir se os coordenadores, pertencentes às instituições de natureza jurídica diferente,
constatou-se que nas situações: “Decidir numa situação em que estão em conflito os
valores pessoais com os da instituição”, 84% os de instituições privadas a consideram
um dilema, enquanto que os das instituições públicas, 65,52%. Na questão “Concordar
com a demissão de docentes sem justa causa”, ela também é mais dilemática para os
respondentes das instituições privadas, 70%, enquanto que para os das instituições
74
públicas, 51,72%. Na questão “Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua
concepção, somente para não perder o emprego” constatou-se que ela é mais dilemática
entre os respondentes das instituições privadas, pois 76% consideram esta situação
dilemática, enquanto que os das instituições públicas, 41,38%. Na questão “Cumprir
ordens dos superiores, mesmo discordando, para não perder o emprego”, ela é mais
dilemática entre os respondentes das instituições privadas, 60%, enquanto que para os
das instituições públicas, 44,86%.
Ao se fazer a verificação a partir da configuração da estrutura acadêmica da
instituição, os dados mostram uma diferença nos dilemas: “Decidir numa situação em
que estão em conflito os valores pessoais com os da instituição”, essa situação é
dilemática para 85,19% dos respondentes que trabalham nos Centros Universitários,
enquanto que para os que trabalham nas Faculdades, 57,14%. Na questão “Manter sigilo
de informação dada em confiança pelos gestores, a respeito de um colega (professor)
que será demitido”, é mais dilemática para os respondentes que trabalham nos Centros
Universitários, 37,5%, enquanto que os que trabalham nas Universidades, 9,09 %.
5.2. Freqüência de Ocorrência
Teve-se também como um dos objetivos, verificar a freqüência em que, segundo
os sujeitos da pesquisa, os dilemas ocorrem no processo da gestão.
Em relação ao dilema: “Decidir numa situação em que estão em conflito os
valores pessoais com os da Instituição”, o resultado foi que, 21% dos coordenadores
consideraram que o dilema ocorre “muitas vezes”; 49%, respondeu que ocorre “algumas
vezes”, 28%, relatou que “nunca” ocorre; 2% não responderam este item.
75
GRÁFICO 2 Freqüência em que tem ocorrido com o respondente o dilema
‘Decidir numa situação em que estão em conflito os valores pessoais com os da
instituição’ - base 61
Em relação ao dilema: “Concordar com a demissão de docentes sem justa
causa”, para 6% coordenadores ocorre “muitas vezes”, para 42%, ocorre “algumas
vezes”; para 50% “nunca” ocorre, e 2% deixaram de responder.
GRÁFICO 3 Freqüência em que tem ocorrido com o respondente o dilema
‘Concordar com a demissão de docentes sem justa causa’ – base 50
O dilema, “Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua concepção,
somente para não correr o risco de ser despedido”, 12% disseram ocorrer “muitas
76
vezes” durante a sua gestão; 32% relataram que ocorre “algumas vezes”; 54%
afirmaram “nunca” ter ocorrido; 2% não responderam este item.
GRÁFICO 4 – Freqüência em que tem ocorrido com o respondente o dilema ‘Ficar
indiferente diante de situações injustas, na sua concepção, somente para não correr
o risco de ser despedido’ – base 50.
O dilema “ocultar a verdade em situações em que sua revelação poderá causar
reações negativas”, 13% dos coordenadores de curso pesquisados afirmaram que este
dilema ocorre “muitas vezes” durante a sua gestão; 49% relataram que ocorre
“algumas vezes”; 36% dos coordenadores afirmaram que “nunca” ocorreu na sua gestão
e 2% não responderam este item.
GRÁFICO 5 Freqüência em que tem ocorrido com o respondente o dilema
‘Ocultar a verdade em situações em que sua revelação poderá causar reações
negativas’ – base 47
77
Verificou-se também a freqüência que ocorre o dilema, “Não cumprir uma
promessa que tenha feito para alguém”, 18% relataram que ocorre “muitas vezes”; 42%
afirmaram que este dilema ocorre algumas vezes”; 40% dos coordenadores relataram
que essa situação “nunca” ocorreu.
GRÁFICO 6 Freqüência em que tem ocorrido com o respondente o dilema ‘Não
cumprir uma promessa que tem feito para alguém’ – base 45.
O dilema, “Cumprir ordens superiores, mesmo discordando, para não perder o
emprego”, foi considerado por 19% dos coordenadores de curso que ocorre “muitas
vezes”; 40% afirmaram que ocorre “algumas vezes” e 42% relataram que “nunca”
ocorreu durante a sua gestão.
GRÁFICO 7 Freqüência em que tem ocorrido com o respondente o dilema
‘Cumprir ordens superiores, mesmo discordando, para não perder o emprego’
base 43
78
O dilema, “Conviver com sua insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta
de outras alternativas”, foi afirmado por 27% dos coordenadores que ocorre “muitas
vezes”; 27% relataram que ocorre “algumas vezes”; 44% confirmaram nunca” ter
acontecido esta situação durante a sua gestão e 2% não responderam este item.
GRÁFICO 8 Freqüência em que tem ocorrido com o respondente o dilema
‘Conviver com sua insatisfação, porque precisa do trabalho por falta de outras
alternativas’ – base 41.
O dilema, “Tomar uma decisão quando há uma divergência entre o colegiado e a
alta gestão”, 13% dos coordenadores relataram que ocorre “muitas vezes”; 46%
afirmaram que ocorre “algumas vezes” e 41% relataram nunca” ter ocorrido durante a
sua gestão.
79
GRÁFICO 9 Freqüência em que tem ocorrido com o respondente o dilema
‘Tomar uma decisão quando divergência entre o colegiado e a alta gestão’
base 39
O dilema “Aceitar os erros e os fracassos dos outros”, para 28% dos
coordenadores ocorre “muitas vezes”; para 47%, ocorre “algumas vezes”; para 22%,
“nunca” ocorre, e 3% não responderam este item.
GRÁFICO 10 Freqüência em que tem ocorrido com o respondente o dilema
‘Aceitar os erros e fracassos dos outros’ – base 32.
O dilema, “Manter sigilo de informação dada em confiança pelos gestores, a
respeito de um colega (professor) que será demitido”, 17 % dos coordenadores de curso
pesquisados, consideram que ocorre “muitas vezes”; 46% afirmaram acontecer
“algumas vezes”; 25% afirmaram “nunca” ter acontecido, e 13% não responderam este
item.
80
GRÁFICO 11 Freqüência em que tem ocorrido com o respondente o dilema
‘Manter sigilo de informação dada em confiança pelos gestores, a respeito de um
colega (professor) que será demitido’ – base 24
Ao verificar a diferença entre o gênero dos respondentes em relação à
freqüência em que têm ocorrido os dilemas, o resultado foi que: “Decidir numa situação
em que estão em conflito os valores pessoais com os da instituição”, ocorre com mais
freqüência para o sexo masculino, 29,03%, enquanto que para os o sexo feminino,
3,33%. Na questão, “Ocultar a verdade em situações em que sua revelação poderá
causar reações negativas”, segundo o sexo masculino, ocorre 17,39%, para o sexo
feminino, apenas 8,33 %. Na situação, “Ficar indiferente diante de situações injustas,
na sua concepção, somente para não perder o emprego”, nesse caso, ocorre com mais
freqüência para o sexo feminino, 17,39%, e para o sexo masculino, 7,41%. O dilema,
“Cumprir ordens dos superiores, mesmo discordando, para não perder o emprego”
constatou-se que ela ocorre com mais freqüência com os respondentes do sexo
masculino, 22,73%, enquanto que para os do sexo feminino, 14,29%. Em relação,
“Conviver com sua insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de outras
alternativas”, os respondentes do sexo feminino indicam uma ocorrência de 31,58%, e
os do sexo masculino, 22,73%. A questão, “Tomar uma decisão quando divergência
entre o colegiado e a alta gestão”, ela ocorre com mais freqüência com os respondentes
do sexo masculino, 14,29%, enquanto que os do sexo feminino, 11,11%.
81
Ao se buscar saber, se os dados indicam uma diferença a partir do tempo de
coordenação na instituição, verificou-se que: O dilema, “Concordar com a demissão
sem justa causa”, ele é mais freqüente para os respondentes com mais tempo na
instituição, pois os que ocupam o cargo por mais de 10 anos, segundo eles ocorre para
33,33%, enquanto que os de 3 a 5 anos, apenas 9,52%. Na questão, Não cumprir uma
promessa que tenha feito para alguém” constatou-se que ela é mais freqüente para os
respondentes que estão com mais tempo na coordenação, pois os que ocupam o cargo
por mais de 10 anos, 33,33% indicam sua ocorrência, enquanto que os de menos de 1
ano, apenas 10%. Em relação, “Manter sigilo de informação dada em confiança pelos
gestores, a respeito de um colega (professor) que será demitido”, para os respondentes
que ocupam o cargo a menos de 1 ano, ocorre 14,29%, e para os que os que trabalham a
mais de 10 anos, esta situação não ocorre. Na questão, “Ficar indiferente diante de
situações injustas, na sua concepção, somente para não correr o risco de ser despedido”
ela não ocorre 20% para quem está com menos de um anos na coordenação, mais
freqüente com os respondentes que estão a menos tempo na coordenação, enquanto
que os que trabalham na instituição a mais tempo, afirmam que esta situação não ocorre
na sua gestão, 0%. Cumprir ordens dos superiores, mesmo discordando, para não
perder o emprego”, ocorre com mais freqüente, 50%, para os respondentes que estão a
mais tempo na coordenação, os que ocupam o cargo por mais de 10 anos. Já para os que
coordenam cursos a menos de 1 ano, apenas 9,09%. Na questão, Conviver com sua
insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de outras alternativas”, contatou-se
que ela é mais freqüente com os respondentes que trabalham à mais tempo na
instituição, ocorre para 50% dos respondentes, e 9,09% para os que estão a menos de
um ano na coordenação. A situação, “Tomar uma decisão quando há divergência entre o
82
colegiado e a alta gestão”, ela é mais freqüente para os respondentes que trabalham de1
a 2 anos na coordenação, 20%, já para os que trabalham a mais de 10 anos, não ocorre.
Não se verificou muita diferença quanto a freqüência de ocorrência dos dilemas,
a partir do nível de formação acadêmica dos coordenadores; no entanto, identifica-se
uma diferença entre os pertencentes às instituições publicas ou às privadas. Em relação
ao dilema, “Decidir numa situação em que estão em conflito os valores pessoais com os
da instituição” constatou-se que ela é mais freqüente para os respondentes que
trabalham em instituições públicas, ocorre para 26,32%, enquanto que para os das
instituições privadas, ocorre 19,05%. Na questão “Concordar com a demissão de
docentes sem justa causa”, ocorre 8,57% para os coordenadores das IES privadas e não
ocorre para os das IES públicas. A questão “Ocultar a verdade em situações em que sua
revelação poderá causar reações negativas” constatou-se que ela é mais freqüente para
os respondentes que trabalham em instituições privadas, 15,15% consideram esta
situação dilemática, enquanto que os que trabalham em instituições públicas apenas
7,14%. A situação, “Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua concepção,
somente para não perder o emprego” constatou-se que ela é mais freqüente entre os
respondentes das instituições privadas, pois 15,79% consideram esta situação
dilemática, enquanto que os das instituições públicas 0%. “Conviver com sua
insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de outras alternativas” ela é mais
freqüente entre os respondentes das instituições privadas, ocorre para 34,48%, já,
segundo os coordenadores da IES, públicas ocorre em 8,33%.
Ao verificar se os dados indicam uma diferença a partir da configuração da
estrutura acadêmica da instituição pelos coordenadores pesquisados, contatou se esta
diferença apenas em alguns dilemas. No dilema “Decidir numa situação em que estão
em conflito os valores pessoais com os da instituição” constatou-se que ela é mais
83
freqüente com os respondentes que trabalham nas Universidades, pois 26,09%
consideram esta questão dilemática, enquanto que os que trabalham nas Faculdades
apenas 11,11%. Na questão “Ocultar a verdade em situações em que sua revelação
poderá causar reações negativas” constatou-se que ela é mais freqüente com os
respondentes das Universidades, pois 18,75% consideram esta situação dilemática,
enquanto que os que trabalham nas Faculdades afirmam não ocorrer esta situação
durante a sua gestão 0%. Na questão “Ficar indiferente diante de situações injustas, na
sua concepção, somente para não correr o risco de ser despedido” constatou-se que ela é
mais dilemática entre os respondentes que trabalham nos Centros Universitários, pois
30% consideram esta situação dilemática, enquanto os que trabalham nas Universidades
e Faculdades afirmam não conviver com este dilema 0%.
5.3. Impacto dos dilemas nos coordenadores
Teve-se também o objetivo em procurar saber, qual o impacto que os dilemas
causam nos coordenadores, segundo a opinião deles. O resultado em relação aos
diferentes dilemas foi que: “Decidir numa situação em que estão em conflito os valores
pessoais com os da Instituição”; 33% responderam que causa “pouco” impacto; 16%
que não causa “nenhum”, 8% não responderam este item.
GRÁFICO 12 Nível de impacto na vida do respondente causado pelo dilema
‘Decidir numa situação em que estão em conflito os valores pessoais com os da
Instituição’ – base 61
84
Em relação a situação, “Concordar com a demissão de docentes sem justa
causa”, 42 % dos coordenadores de curso afirmaram ser “muito” o nível de impacto;
32% ser “pouco”, 12% afirmaram que este dilema não causa “nenhum” impacto, e
14% não responderam este item.
GRÁFICO 13 Nível de impacto na vida do respondente causado pelo dilema
‘Concordar com a demissão de docentes sem justa causa’ – base 50.
Em relação ao dilema, “Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua
concepção, somente para o correr o risco de ser despedido”, 52% dos coordenadores
de curso relataram que causa “muito” impacto; 28% afirmaram ser “pouco” o impacto e
10% não responderam este a questão.
85
GRÁFICO 14 Nível de impacto na vida do respondente causado pelo dilema
‘Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua concepção, somente para não
correr o risco de ser despedido’ – base 50
Quanto à situação, “Ocultar a verdade em situações em que sua revelação poderá
causar reações negativas”, 45% dos coordenadores de curso relataram que causa
“muito” impacto; 34% ser “pouco” o impacto; 9% afirmaram que não causa “nenhum”
impacto e 13% não responderam este item.
GRÁFICO 15 Nível de impacto na vida do respondente causado pelo dilema
‘Ocultar a verdade em situações em que sua revelação poderá causar reações
negativas’ – base 47.
O dilema, “Não cumprir uma promessa que tenha feito para alguém”, para 47%
dos coordenadores, causa “muito” impacto; para 27%, causa “pouco”; para 13% o
causa “nenhum” e 13% não responderam.
86
GRÁFICO 16 Nível de impacto na vida do respondente causado pelo dilema
‘Não cumprir uma promessa que tenha feito para alguém’ – base 45.
“Cumprir ordens superiores mesmo discordando, para não perder o emprego”,
58% dos coordenadores afirmaram que lhes causa “muito impacto; para 14 % causa
“pouco” impacto; e para 19 % não causa “nenhum” impacto e 12 % não responderam.
GRÁFICO 17 Nível de impacto na vida do respondente causado pelo dilema
‘Cumprir ordens superiores, mesmo discordando, para não perder o emprego’
base 43.
“Conviver com sua insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de outras
alternativas”, para 56%, causa “muito” impacto; para 27 %, “pouco” ; para 10 %
“nenhum” e 7 % não responderam
87
GRÁFICO 18 Nível de impacto na vida do respondente causado pelo dilema
‘Conviver com sua insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de outras
alternativas’ – base 41
O dilema,Tomar uma decisão quando divergência entre o colegiado e a alta
gestão”, causa para 36 % dos coordenadores “muito” impacto ; 33 % afirmaram que
causa “pouco”; 18 % responderam que não causa “nenhum” impacto; 13 % não
responderam.
GRÁFICO 19 Nível de impacto na vida do respondente causado pelo dilema
‘Tomar uma decisão quando divergência entre o colegiado e a alta gestão’
base 39.
Dos coordenadores, 38% afirmaram “Aceitar os erros e fracassos dos outros”
lhes causa muito” impacto; para 47% causa “pouco”; para 6%, este dilema não causa
“nenhum” impacto e 9% não responderam.
88
GRÁFICO 20 Nível de impacto na vida do respondente causado pelo dilema
‘Aceitar os erros e fracassos dos outros’ – base 32
“Manter sigilo de informação dada em confiança pelos gestores a respeito de
um colega (professor) que será demitido”, para 42% dos coordenadores causa “muito”
impacto; para 33% “pouco”; para 4%, “nenhum” e 21% não responderam este item.
GRÁFICO 21 Nível de impacto na vida do respondente causado pelo dilema
‘Manter sigilo de informação dada em confiança pelos gestores, a respeito de um
colega (professor) que será demitido’ – base 24.
Ao se verificar se existe diferença das respostas dadas segundo o gênero, em
relação ao nível de impacto, constatou-se que: “Decidir numa situação em que estão em
conflito os valores pessoais com os da instituição”, causa maior impacto para sexo
masculino, para 51,61%, enquanto que para o do sexo feminino, 33,33%. A questão
89
“Não cumprir uma promessa que tenha feito para alguém”, ela impacta mais o sexo
feminino, 52,38%, e 41,67% do sexo masculino. A situação, “Aceitar os erros e
fracassos dos outros”, impacta mais o sexo masculino, 50% deles, e 27,78% para o
sexo feminino. “Manter sigilo de informação dada em confiança pelos gestores, a
respeito de um colega (professor) que será demitido”, por sua vez, causa mais impacto
ao sexo feminino, 50%, enquanto que para sexo masculino, 25%. “Ficar indiferente
diante de situações injustas, na sua concepção, somente para não perder o emprego” o
seu impacto é maior para sexo feminino, 60,87%, e para o sexo masculino, 44,44%.
Ao verificar se os dados indicam uma diferença a partir do tempo de
coordenação, constatou-se apenas em alguns dos dilemas. Como, “Ocultar a verdade em
situações em que sua revelação poderá causar reações negativas”, ele impacta mais os
que ocupam menos tempo a coordenação, entre 1 a 2 anos, 61,54%, enquanto que os
que trabalham de 6 a 10 anos, 33,33%. A questão, “Não cumprir uma promessa que
tenha feito para alguém”, ela causa maior impacto para os que ocupam o cargo de
coordenação entre 3 a 5 anos, 69,23%, para os que trabalham de 6 a 10 anos, 20%.
“Manter sigilo de informação dada em confiança pelos gestores, a respeito de um colega
(professor) que será demitido”, causa maior impacto para os que trabalham a mais
tempo na instituição, pois os que ocupam o cargo por mais de 10 anos, 100%; para os
que trabalham de 3 a 5, 33,33%.Cumprir ordens dos superiores, mesmo discordando,
para não perder o emprego”, causa maior impacto aos que estão no cargo de 3 a 5 anos,
64,71%, enquanto que os de 1 a 2 anos, 44,44%. “Conviver com sua insatisfação,
porque precisa do trabalho e por falta de outras alternativas”, também impacta mais aos
que trabalham a mais tempo na instituição, 72,73%, para os que trabalham à menos de
1 ano, 36,36%. “Tomar uma decisão quando divergência entre o colegiado e a alta
gestão” para 53,33% dos que estão à mais tempo na coordenação, causa maior impacto
90
constatou-se que ela causa maior impacto, enquanto que os que trabalham a menos de 1
ano apenas 10%.
Não se verificou muita diferença em relação ao impacto, ao analisar os dados
quanto ao nível de formação acadêmica dos coordenadores. em relação aos que
coordenação cursos em IES públicas ou privadas, observa-se uma diferença. Na
questão, “Decidir numa situação em que estão em conflito os valores pessoais com os
da instituição”, o impacto é maior para os respondentes que trabalham em instituições
privadas, 45,24%; para que atua nas públicas, 36,84%. Na situação, “Manter sigilo de
informação dada em confiança pelos gestores, a respeito de um colega ( professor) que
será demitido”, também o impacto é maior entre os respondentes das instituições
privadas, 61,54 %; 18,18%, para os que atuam nas públicas. “Ficar indiferente diante
de situações injustas, na sua concepção, somente para não correr o risco”, impacta
57,89% dos coordenadores das IES privadas e 33,33% aos que estão nas publicas.
“Cumprir ordens dos superiores, mesmo discordando, para não perder o emprego” o
impacto é maior para que está nas IES privadas, 63,33% e para que está nas públicas,
38,45%. A questão, “Conviver com sua insatisfação, porque precisa do trabalho e por
falta de outras alternativas”, causa mais impacto aos coordenadores nas IES
particulares, 62,07%, enquanto que os das instituições públicas, 41,67%.
Ao verificar se os dados indicam uma diferença a partir da configuração da
estrutura acadêmica da instituição pelos coordenadores pesquisados quanto ao nível de
impacto na vida do respondente, contatou se diferença nos dilemas: “Ficar indiferente
diante de situações injustas, na sua concepção, somente para não correr o risco de ser
despedido”, o impacto é maior para que atua nos Centros Universitários, 70%, enquanto
os que trabalham nas Faculdades, 25%. “Conviver com sua insatisfação, porque precisa
do trabalho e por falta de outras alternativas”, causa maior impacto entre os
91
respondentes das Faculdades, 100%, enquanto os que trabalham nas Universidades,
46,67%.
5.4. Alternativas ou critérios para a tomada de decisão.
Teve-se também como objetivo verificar quais alternativas ou critérios os
coordenadores mais adotam em situações dilemáticas para tomarem suas decisões.
Nesse sentido, procurou-se saber critérios e os procedimentos que adotam, depois,
verificou-se quais os critérios, quais são predominantes diante de cada situação
dilemática, específica.
Em relação à alternativa, “Procura saber quais são as normas da Instituição e
decide com base nelas, doa a quem doer”; 5% relataram “nunca” ter usado este critério
como tomada de decisão; 23% afirmaram que “freqüentemente “usam este critério
como tomada de decisões; 37% relataram que “às vezes” o usam; 27% afirmaram que
“sempre” usam este critério como tomada de decisões; 3% não responderam.
GRÁFICO 22 Freqüência com que utiliza a alternativa ‘Procura saber quais as
normas da Instituição e decide com base nelas, “doa a quem doer” como critério de
tomada de decisão diante de situações consideradas dilemas
A alternativa “Analisa cada situação e toma as decisões, considerando as
possíveis conseqüências que sejam melhores para a maioria”, 3% afirmaram “nunca” ter
92
usado este critério para a tomada de decisões em situação considerada dilemática; 1%
afirmou que “quase nunca” usaram este critério; 27% afirmaram que “freqüentemente”
usam este critério; 18% que “às vezes” o usam; 48% afirmaram que “sempre” o usam
na tomada de decisão dilemática; 4% não respondeu.
GRÁFICO 23 Freqüência com que utiliza a alternativa ‘Analisa cada situação e
toma as decisões, considerando as possíveis conseqüências que sejam melhores
para a maioria como critério de tomada de decisão diante de situações
consideradas dilemas.
A alternativa “Analisa a situação e decide procurando adotar a melhor conduta
possível”, 28% dos coordenadores de curso pesquisados afirmaram que
“freqüentemente” usam este critério como tomada de decisões em situações
consideradas dilemáticas; 1% que “às vezes” usam este critério; 68% que “sempre usam
este critério na tomada de decisões e 3% não responderam este item.
GRÁFICO 24 Freqüência com que utiliza a alternativa ‘Analisa a situação e
decide procurando adotar a melhor conduta possível’ como critério de tomada de
decisão diante de situação consideradas dilemas.
93
A alternativa “Respeita as normas, desde que tenham sido estabelecidas após
discussão, sendo resultado de um consenso”, 32% dos coordenadores de curso
pesquisados afirmaram que “freqüentemente” usam este critério como tomada de
decisões consideradas dilemáticas; 13% afirmaram que “às vezes” usam este critério;
53% afirmaram que “sempre” usam este critério como tomada de decisões em situações
dilemáticas; 3% não responderam este item
GRÁFICO 25 Freqüência com que utiliza a alternativa ‘Respeita as normas,
desde que tenham sido estabelecidas após discussão, sendo resultado de um
consenso’ com o critério de tomada de decisão diante de situações consideradas
dilemas.
94
A alternativa “Decide de acordo com o que lhe parece oportuno no momento”,
28% dos coordenadores de curso pesquisados afirmaram que “nunca” usaram este
critério como tomada de decisões em situações consideradas dilemáticas; 27%
afirmaram que “que quase nunca” usaram este critério; 9% relataram que
“freqüentemente” usam este critério; 24% afirmaram que “às vezes” usam este critério
como tomada de decisões consideradas dilemáticas; 9% afirmaram que “sempre usaram
este critério; 4% não responderam este item.
GRÁFICO 26Freqüência com que utiliza a alternativa ‘Decidir de acordo com o
que lhe parece oportuno no momento’ como critério de tomada de decisão diante
de situações consideradas dilemas.
18 % dos coordenadores de curso pesquisados afirmaram que “nunca” usaram
esta alternativa: “Decide sempre com base na lei independente das conseqüências”
como critério na tomada de decisões em situações consideradas dilemáticas; 18%
afirmaram que “freqüentemente” usam este critério; 38% afirmaram que “às vezes”
usam este critério; 13% afirmaram que nunca” usaram este critério como tomada de
decisão; 5% não responderam este item.
GRÁFICO 27Freqüência com que utiliza a alternativa ‘Decide sempre com base
na lei independente das conseqüências’ como critério de tomada de decisão diante
de situações consideradas dilemas.
95
A alternativa “Avalia a situação levando em consideração qual o menor prejuízo
conseqüente”, foi considerada por 5% dos coordenadores de curso das IES pesquisados
que “nunca” usaram este critério na tomada de decisões diante de situações
consideradas dilemáticas; 8% afirmaram que “quase nunca” usaram este critério; 33%
afirmaram que “freqüentemente” usam este critério na tomada de decisões; 13%
afirmaram que “às vezes” usam este critério; 39% afirmaram que “sempre” usam este
critério na tomada de decisões dilemáticas e 3% não responderam este item.
GRÁFICO 28 Freqüência com que utiliza a alternativa ‘Avalia a situação
levando em consideração qual o menor prejuízo conseqüente’ com o critério de
tomada de decisão diante de situações consideradas dilemas.
96
4 % dos coordenadores de curso das IES pesquisados relataram que “quase
nunca” usam esta alternativa “Na medida do possível, decide para que o bem se
sobreponha como resultado principal” como critério na tomada de decisões diante de
situações consideradas dilemáticas; 28% afirmaram que “freqüentemente” usam este
critério na tomada de decisões; 8% afirmaram que “às vezes” usam este critério; 58%
responderam que sempre usam este critério na tomada de decisões diante de situações
consideradas dilemáticas e 3% não responderam este item.
GRÁFICO 29 Freqüência com que utiliza a alternativa ‘Na medida do possível,
decide para que o bem se sobreponha como resultado principal’ como critério de
tomada de decisão diante de situações consideradas dilemas.
27% dos coordenadores de curso das IES pesquisados afirmaram que
“freqüentemente” usam esta alternativa “Procura na medida do possível, um
entendimento mútuo entre as pessoas” como critério na tomada de decisões diante de
situações consideradas dilemáticas; 8% afirmaram que “às vezes” usam este critério;
65% afirmaram que sempre usam este critério na tomada de decisões”; 1% não
respondeu este item.
GRÁFICO 30 Freqüência com que utiliza a alternativa “Procura, na medida do
possível, um entendimento mutuo entre as pessoas” como critério de tomada de
decisão diante de situações consideradas dilemas.
97
A alternativa “Como existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que lhe
parece melhor”, 27% dos coordenadores de curso das IES pesquisados responderam
que “nunca” usaram este critério na tomada de decisões diante de situações
consideradas dilemáticas; 13% responderam que “quase nunca” usam este critério na
tomada de decisões; 22% responderam que “freqüentemente” usam este critério; 18%
responderam que “às vezes” usam este critério como tomada de decisões dilemáticas;
15% responderam que sempre usam este critério e 6% não responderam este item.
GRÁFICO 31 Freqüência com que utiliza a alternativa ‘Como não existe o certo
e o errado, o bem e o mal, decide o que parece melhor’ como critério de tomada de
decisão diante de situações consideradas dilemas.
98
Ao verificar se existe diferença no uso de critérios de decisão, entre o gênero dos
respondentes, diante de situações consideradas dilemas, constatou-se apenas em
algumas das situações. O critério, “Procura saber quais as normas da instituição e decide
com base nelas, “doa a quem doer”, nunca foi utilizado como critério de tomada de
decisão entre os respondentes do sexo feminino, 0%, enquanto que os do sexo
masculino o usam em 10%. A alternativa, “analisa cada situação e toma as decisões,
considerando as possíveis conseqüências que sejam melhores para a maioria”, é usada
com mais freqüência pelo sexo feminino, 33,33%; o sexo masculino a usa em 20%.
“Analisa a situação e decide procurando adotar a melhor conduta possível”, é usado em
38,46% do sexo feminino e 17,5% do sexo masculino. Respeita as normas, desde que
tenham sido estabelecidas após discussão, sendo resultado de um consenso”, ela é
aplicada por 38,46% do sexo feminino e por 25 do sexo masculino. “Na medida do
possível, decide para que o bem se sobreponha como resultado principal”, 38,46% do
sexo feminino valem-se desse critério, enquanto que do sexo masculino, 17,5%. A
alternativa, “Procura na medida do possível, um entendimento mútuo entre as pessoas
é adotada em 33,33% pelo sexo feminino e em 20% pelo sexo masculino.
99
Ao verificar se os dados indicam uma diferença no uso das alternativas, a partir
do tempo de coordenação na instituição, constatou-se que isso ocorre apenas em relação
algumas alternativas.
O critério, Procura saber quais as normas da instituição e decide com base nelas,
“doa a quem doer”, é usado pelos que coordenam entre 1 a 2 anos, em 31,58% e não é
adotado para que está no cargo a mais de 10 anos. “Decide sempre com base na lei
independente das conseqüências”, esse critério é usado em 66,67% pelos que estão à
mais de 10 anos na coordenação, enquanto que para os que estão entre 1 a 2 anos, é
usado em 13,64%. A alternativa, “Procura na medida do possível, um entendimento
mútuo entre as pessoas”, é aplicada em 33,33% pelos que estão a mais de 10 anos na
função de coordenador, e em 25% pelos que estão entre 1 a 2 anos no cargo. O critério,
“Como não existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que parecer melhor”, é
usado em 27,27% pelos que ocupam o cargo entre 1 a 2 anos, enquanto que pelos que
estão a mais de 10 manos, não se valem dele.
Não se verificou muita diferença ao analisar os dados quanto ao nível de
formação acadêmica dos professores, relativo a freqüência com que utilizam as
alternativas indicadas. Também não aparece muita diferença em relação aos
coordenadores das IES públicas e privadas.
Ao verificar se os dados indicam uma diferença a partir da configuração da
estrutura acadêmica da instituição, constata-se em relação a alguns critérios. No caso,
“Respeita as normas, desde que tenham sido estabelecidas após discussão”, é mais
adotado para quem atua na universidade, em 26,67% e em 14,29%, para quem coordena
cursos em Faculdades. “Procura, na medida do possível, um entendimento mútuo entre
as pessoas”, é usado com mais freqüência entre os coordenadores de faculdades, em
42,86%, enquanto que os coordenadores das Universidades, valem-se em 26,67%. A
100
alternativa, “Como não existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que parecer
melhor”, os que ocupam o cargo de coordenação nas Universidades, valem-se dele em
30% e não é usado para os que atuam em Faculdades.
5.5. Procedimentos adotados para critérios de decisão em cada dilema.
Procurou-se também saber, como os coordenadores se valem das alternativas
indicadas, para tomada de decisão, diante de cada dilema em particular.
Diante do dilema, “Decidir numa situação em que estão em conflito os valores
pessoais com os da Instituição”, 22% responderam que “Analisa a situação e decide
procurando adotar a melhor conduta possível”; 13% responderam que “Analisa cada
situação e toma as decisões considerando as possíveis conseqüências que sejam
melhores para a maioria”; 13% responderam que “Procura saber quais as normas da
Instituição e decide com base nelas, “doa a quem doer”; 9% responderam que “Procura,
na medida do possível, um entendimento mútuo entre as pessoas”; 8 % responderam
que “Na medida do possível, decide para que o bem se sobreponha como resultado
principal”; 8% responderam que “Respeita as normas, desde tenham sido estabelecidas
após discussão, sendo resultado de um consenso”. 5% responderam que “Como não
existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que lhe parece melhor; 5%
responderam que “Decide de acordo com o que lhe parece oportuno no momento”; 4%
responderam que “Avalia a situação levando em consideração qual o menor prejuízo
conseqüente; 3% responderam que “Decide sempre com base na lei independente das
conseqüências”; 13% não responderam este item.
GRÁFICO 32 Procedimento adotado pelo respondente para solucionar a
situação dilema ‘Decidir numa situação em que estão em conflito os valores
pessoais com os da instituição’ (%)
101
O procedimento adotado, pelos coordenadores de curso das IES pesquisados,
para solucionar a situação dilemática, “Concordar com a demissão de docentes sem
justa causa”, 19% responderam que “Procura saber quais as normas da Instituição e
decide com nelas, “doa a quem doer”; 18% responderam que “Analisa a situação e
decide procurando adotar a melhor conduta possível”; 10% responderam que “Procura,
na medida do possível, um entendimento mútuo entre as pessoas”; 9% responderam que
“Analisa cada situação e toma as decisões considerando as possíveis conseqüências que
sejam as melhores para a maioria”; 8% responderam que “Como não existe o certo e o
errado, o bem e o mal, decide o que parece melhor; 8% responderam que “Respeita as
normas, desde que tenham sido estabelecidas após discussão, sendo resultado de um
102
consenso”. 5% responderam que “Avalia a situação levando em consideração qual o
menor prejuízo conseqüente”; 4% responderam que “Decide de acordo com que lhe
parece oportuno no momento”; 4% responderam que “Decide sempre com base na lei
independente das conseqüências”; 3% responderam que “Na medida do possível, decide
para que o bem se sobreponha como resultado principal; 14% não responderam este
item.
GRÁFICO 33 Procedimento adotado pelo respondente para solucionar a
situação dilema ‘Concordar com a demissão de docentes sem justa causa’ (%)
Diante de uma situação, “Ocultar a verdade em situações em que sua revelação
poderá causar reações negativas”; 18% responderam que “Avalia a situação levando em
consideração qual o menor prejuízo conseqüente”; 14% responderam que “Analisa cada
situação e toma as decisões, considerando as possíveis conseqüências que sejam
melhores para a maioria”, 13% responderam que “Analisa a situação e decide
procurando adotar a melhor conduta possível”, 10% responderam que “Procura saber
103
quais as normas da Instituição e decide com base nelas, “doa a quem doer”,9%
responderam que “Como não existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que
parece melhor”. 5% responderam que “Decide sempre com base na lei independente das
conseqüências”; 5% responderam que Na medida do possível, decide para que o bem
se sobreponha como resultado principal”; 4% responderam queDecide de acordo com
que lhe parece oportuno no momento”; 4% responderam que “Respeita as normas,
desde que tenham sido estabelecidas após discussão, sendo resultado de um consenso”;
3% responderam que “Procura, na medida do possível, um entendimento mútuo entre as
pessoas”; 16% não responderam este item.
GRÁFICO 34 Procedimento adotado pelo respondente para solucionar a
situação dilema ‘Ocultar a verdade em situações em que sua revelação poderá
causar reações negativas’ (%).
O procedimento adotado, pelos coordenadores de curso das IES pesquisados,
diante do dilema, “Não cumprir uma promessa que tenha feito para alguém”, 22%
104
responderam que “Analisa a situação e decide procurando adotar a melhor conduta
possível”; 15% responderam que “Avalia a situação levando em consideração qual o
menor prejuízo conseqüente”; 13% responderam que “Na medida do possível, decide
para que o bem se sobreponha como resultado principal”; 8% responderam que
“Procura, na medida do possível, um entendimento mútuo entre as pessoas”; 5%
responderam que “Como não existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que
parecer melhor”; 5% responderam que “Decide de acordo com que lhe parece oportuno
no momento”. 5% responderam que “Decide sempre com base na lei independente das
conseqüências”: 5% responderam que “Procura saber quais as normas da Instituição e
decide com base nelas, “doa a quem doer”; 4% responderam que “Analisa cada situação
e toma as decisões considerando as possíveis conseqüências que sejam melhores para a
maioria”; 1% respondeu que “Respeita as normas, desde que tenham sido estabelecidas
após discussão, sendo resultado de um consenso”; 18% não responderam este item.
GRÁFICO 35 Procedimento adotado pelo respondente para solucionar a
situação dilema ‘Não cumprir uma promessa que tenha feito para alguém’ (%).
105
Diante da situação, “Manter sigilo de informação dada em confiança pelos
gestores, a respeito de um colega (professor) que será despedido”, 20% responderam
que “Analisa a situação e decide procurando adotar a melhor conduta possível”; 11%
responderam que “Como não existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que
parecer melhor”; 11% responderam que “Na medida do possível, decide para que o bem
se sobreponha como resultado principal”; 5% responderam que “Procura saber quais as
normas da Instituição e decide com base nelas, “doa a quem doer”; 6% responderam
que “Analisa cada situação e toma as decisões, considerando as possíveis conseqüências
que sejam melhores para a maioria”. 6% responderam que “Avalia a situação levando
em consideração qual o menor prejuízo conseqüente”; 6% responderam que “Decide
sempre com base na lei independente das conseqüências”; 5% responderam que
“Decide de acordo com que lhe parece oportuno no momento”; 5% responderam que
106
“Procura, na medida do possível, um entendimento mútuo entre as pessoas”; 4%
responderam que “Respeita as normas, desde que tenham sido estabelecidas após
discussão, sendo resultado de um consenso”; 16% não responderam este item.
GRÁFICO 36 Procedimento adotado pelo respondente para solucionar a
situação dilema ‘Manter sigilo de informação dada em confiança pelos gestores, a
respeito de um colega (professor) que será despedido (%).
Frente o dilema, “Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua
concepção, somente para não correr o risco de ser despedido”, 19% responderam que
“Analisa a situação e decide procurando adotar a melhor conduta possível”; 13%
responderam que “Decide de acordo com que lhe parece oportuno no momento”; 11%
responderam que “Na medida do possível, decide para que o bem se sobreponha como
resultado principal”; 9% responderam que “Procura, na medida do possível, um
107
entendimento mútuo entre as pessoas”; 8% responderam que “Analisa cada situação e
toma as decisões, considerando as possíveis conseqüências que sejam melhores para a
maioria”. 6% responderam que “Como não existe o certo e o errado, o bem e o mal,
decide o que parecer melhor”; 6% “Respeita as normas, desde que tenham sido
estabelecidas após discussão, sendo resultado de um consenso”; 5% responderam que
“Procura saber quais as normas da Instituição e decide com base nelas, “doa a quem
doer”; 4% responderam que “Avalia a situação levando em consideração qual o menor
prejuízo conseqüente”; 3% responderam que “Decide sempre com base na lei
independente das conseqüências”; 16% não responderam este item.
GRÁFICO 37 Procedimento adotado pelo respondente para solucionar a
situação dilema ‘Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua concepção,
somente para não correr o risco de ser despedido’ (%)
Tomar uma decisão diante do dilema, “Cumprir ordens dos superiores mesmo
discordando, para não perder o emprego”, 15% responderam que “Analisa a situação e
108
decide procurando adotar a melhor conduta possível”; 13% responderam que “Avalia a
situação levando em consideração qual o menor prejuízo conseqüente”; 10%
responderam que “Respeita as normas, desde que tenham sido estabelecidas após
discussão, sendo resultado de um consenso”; 9% responderam que “Procura saber quais
as normas da Instituição e decide com base nelas , “doa a que doer”; 9% responderam
que “Procura, na medida do possível, um entendimento mútuo entre as pessoas”; %
responderam que “Analisa cada situação e toma as decisões, considerando as possíveis
conseqüências que sejam melhores para a maioria”. 6% responderam que “Decide
sempre com base na lei independente das conseqüências”; 6% responderam que “Na
medida do possível, decide para que o bem se sobreponha como resultado principal”;
4% responderam que “Decide de acordo com que lhe parece oportuno no momento”;
3% responderam que “Como não existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que
parecer melhor”; 18% não responderam este item.
GRÁFICO 38 Procedimento adotado pelo respondente para solucionar a
situação dilema ‘Cumprir ordens dos superiores, mesmo discordando, p/ não
perder o emprego’ (%).
109
O procedimento adotado, pelos coordenadores de curso das IES pesquisados,
para solucionar a situação dilema “Conviver com sua insatisfação, pois precisa do
trabalho e por falta de ouras alternativas”, 16 % responderam que “Analisa a situação e
decide procurando adotar a melhor conduta possível”; 16 % responderam que “Na
medida do possível, decide para que o bem se sobreponha como resultado principal”; 11
% responderam que “Avalia a situação levando em consideração qual o menor prejuízo
conseqüente”; 9 % responderam que “Decide de acordo com que lhe parece oportuno no
momento”; 8 % responderam que “Como não existe o certo e o errado, o bem e o mal,
decide o que parecer melhor”; 8 % responderam que “Procura, na medida do possível,
um entendimento mútuo entre as pessoas”. 8 % responderam que “Respeita as normas,
desde que tenham sido estabelecidas após discussão, sendo resultado de um consenso”;
4 % responderam que “Procura saber quais as normas da Instituição e decide com base
nelas, “doa a que doer”; 3 % responderam que “Decide sempre com base na lei
independente das conseqüências”; ! % respondeu que “ Analisa cada situação e toma as
110
decisões, considerando as possíveis conseqüências que sejam melhores para a maioria”;
16 % não responderam este item.
GRÁFICO 39 Procedimento adotado pelo respondente p/ solucionar a situação
dilema ‘Conviver c/ sua insatisfação, pois precisa do trabalho e por falta de outras
alternativas’ (%).
Em relação a situação, “Aceitar os erros e fracassos dos outros”, 18%
responderam que “Analisa a situação e decide procurando adotar a melhor conduta
possível”; 13% responderam que “Analisa cada situação e toma as decisões,
considerando as possíveis conseqüências que sejam melhores para a maioria”; 11%
responderam que “Avalia a situação levando em consideração qual o menor prejuízo
conseqüente”; 11% responderam que Procura, na medida do possível, um
entendimento mútuo entre as pessoas”. 10% responderam que “Respeita as normas,
desde que tenham sido estabelecidas após discussão, sendo resultado de um consenso”;
9% responderam que “Como não existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que
parecer melhor”; 8% responderam que “Na medida do possível, decide para que o bem
111
se sobreponha como resultado principal”; 5% responderam queDecide de acordo com
que lhe parece oportuno no momento”; 15% não responderam este item.
GRÁFICO 40 Procedimento adotado pelo respondente p/ solucionar a situação
dilema ‘Aceitar os erros e fracassos dos outros’ (%).
No caso do dilema, “Tomar uma decisão quando divergência entre o
colegiado e a alta gestão”, 15% responderam que “Analisa a situação e decide
procurando adotar a melhor conduta possível”; 13% responderam que “Procura, na
medida do possível, um entendimento mútuo entre as pessoas”; 11% responderam que
“Procura saber quais as normas da Instituição e decide com base nelas, “doa a quem
doer”; 10% responderam que “Analisa cada situação e toma as decisões, considerando
as possíveis conseqüências que sejam melhores para a maioria”; 10% responderam que
“Decide sempre com base na lei independente das conseqüências”.6% responderam que
“Avalia a situação levando em consideração qual o menor prejuízo conseqüente”; 6 %
responderam que “Como não existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que
112
parecer melhor”; 6% responderam que “Respeita as normas, desde que tenham sido
estabelecidas após discussão, sendo resultado de um consenso”; 5% responderam que
“Decide de acordo com que lhe parece oportuno no momento”; 3% responderam que
“Na medida do possível, decide para que o bem se sobreponha como resultado
principal”; 14% não responderam este item.
GRÁFICO 41 Procedimento adotado pelo respondente p/ solucionar a situação
dilema ‘Tomar uma decisão quando divergência entre o colegiado e a alta
gestão’ (%).
Ao verificar a diferença entre o nero dos respondentes em relação aos
procedimentos adotados na solução de situações dilemas que melhor corresponde a sua
decisão constatou-se em apenas alguns dilemas. Na alternativa “Concordar com a
demissão de docentes sem justa causa” constatou-se que o dilema que mais corresponde
113
como procedimento na tomada de decisão foi “Procura saber quais as normas da
instituição e decide com base nelas”, “doa a quem doer” mais adotado entre os
respondentes do sexo masculino, pois 27,5% consideram uma situação dilemática,
enquanto que os do sexo feminino 10,26%. Na alternativa “Não cumprir uma promessa
que tenha feito para alguém,” constatou-se que o dilema que mais corresponde como
procedimento na tomada de decisão foi “Analisa a situação e decide procurando adotar
a melhor conduta possível” mais adotada entre os respondentes do sexo feminino, pois
25,64% consideram uma situação dilemática, enquanto que os do sexo masculino
apenas 17,5%. Na alternativa “Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua
concepção, somente para não correr o risco de ser despedido” contatou-se que o dilema
que mais corresponde como procedimento na tomada de decisão foi “Decide de acordo
com o que lhe parece oportuno” mais adotada entre os respondentes do sexo masculino,
pois 20% consideram esta situação dilemática, enquanto que os do sexo feminino
apenas 5,13%. Na alternativa “Tomar uma decisão quando divergência entre o
colegiado e a sua gestão” constatou-se que o dilema que mais corresponde como
procedimento na tomada de decisão foi “Procura saber quais as normas da instituição e
decide com base nelas, “doa a quem doer” mais adotada entre os respondentes do sexo
masculino, pois 17,5% consideram esta situação dilemática, enquanto que os do sexo
feminino apenas 5,13%.
Ao verificar se os dados indicam uma diferença a partir do tempo de
coordenação na instituição pelos coordenadores pesquisados contatou-se que o
procedimento utilizado na solução de situações dilemas que melhor corresponde a sua
decisão foi em apenas alguns deles. No dilema “Concordar com a demissão de docentes
sem justa causa” constatou-se que o dilema que mais corresponde como procedimento
na tomada de decisão foi “Analisa cada situação e toma as decisões, considerando as
114
possíveis conseqüências que sejam melhores para a maioria” mais adotada entre os
respondentes que trabalham nas instituições mais tempo, pois os que trabalham mais de
10 anos 33,33% consideram esta situação dilemática, enquanto que os que trabalham de
1 a 2 anos apenas 4,55%. Na alternativa “Não cumprir uma promessa que tenha feito
para alguém” constatou-se que o dilema que mais corresponde como procedimento na
tomada de decisão foi “Na medida do possível, decide para que o bem se sobreponha
como resultado principal” mais adotado entre os respondentes que trabalham nas
instituições a mais tempo, pois os que trabalham a mais de 10 anos 33,33%
consideram esta situação dilemática, enquanto que os que trabalham de 1 a 2 anos
apenas 9,09%.. Na alternativa “Manter sigilo de informação dada em confiança pelos
gestores, a respeito de um colega (professor) que será demitido” constatou-se que o
dilema que mais corresponde como procedimento na tomada de decisão foi “Como não
existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que parecer melhor” mais adotado
entre os respondentes que trabalham a mais tempo na instituição, pois os que ocupam o
cargo por mais de 10 anos 33,33% consideram esta situação dilemática, enquanto que
os que trabalham de 1 a 2 anos apenas 4,55%. Na alternativa “Aceitar os erros e
fracassos dos outros” constatou-se que o dilema que mais corresponde como
procedimento na tomada de decisão foi “Avalia a situação levando em consideração
qual o menor prejuízo possível” mais adotado entre os respondentes que estão a mais
tempo na coordenação, pois os que ocupam o cargo por mais de 10 anos 33,33%
consideram esta situação dilemática, enquanto que os que trabalham na instituição de 1
a 2 anos apenas 4,55%. Na alternativa “Tomar uma decisão quando divergência
entre o colegiado e a alta gestão” constatou-se que o dilema que mais corresponde como
procedimento na tomada de decisão foiAnalisa a situação e decide procurando adotar
a melhor conduta possívelmais adotado entre os respondentes que estão a mais tempo
115
na coordenação, pois os que ocupam o cargo por mais de 10 anos 33,33% consideram
esta situação dilemática, enquanto que os que trabalham de 1 a 2 anos apenas 4,55%.
Não se verificou muita diferença ao analisar os dados quanto ao nível de
formação acadêmica dos professores relativo aos procedimentos adotados na solução de
situações dilemas que melhor corresponda a sua decisão; no entanto, ao conferir se os
coordenadores pertencentes às instituições ligadas a suas diferentes natureza jurídica
constatou-se também não haver maior diferença entre os respondentes em relação a
nenhum dos dilemas pesquisados.
Ao verificar se os dados indicam uma diferença a partir da configuração da
estrutura acadêmica da instituição pelos coordenadores pesquisados quanto aos
procedimentos adotados na solução de situações dilemas que melhor corresponde a sua
decisão, contatou se esta diferença apenas em alguns dilemas. No dilema “Concordar
com a demissão de docentes sem justa causa” constatou-se que o dilema que mais
corresponde como procedimento na tomada de decisão foi “Procura, na medida do
possível, um entendimento mútuo entre as pessoas” mais adotado entre os respondentes
que trabalham nas Faculdades, pois 57,14% consideram esta situação dilemática,
enquanto os que trabalham nas Universidade apenas 16,67%. Na alternativa “Ocultar a
verdade em situações em que sua revelação poderá causar reações negativas” constatou-
se que o dilema que mais corresponde como procedimento na tomada de decisão foi
“Avalia a situação levando em consideração qual o menor prejuízo” mais adotado entre
os respondentes das Faculdades, pois 57,14% consideram esta questão dilemática,
enquanto os que trabalham nas Universidades apenas 16,67%. Na alternativa Não
cumprir promessa que tenha feito para alguém” constatou-se que o dilema que mais
corresponde como procedimento na tomada de decisão entre os respondentes que
trabalham nas Faculdades, pois 28,55% consideram esta situação dilemática, enquanto
116
os que trabalham nas Universidades 6,67%. Na alternativa “Manter sigilo de informação
dada em confiança pelos gestores, a respeito de um colega (professor) que será
demitido” constatou-se que “constatou-se que o dilema que mais corresponde como
procedimento na tomada de decisão foiAnalisa a situação e decide procurando adotar
a melhor conduta possível” mais adotado entre os respondentes que trabalham nas
Faculdades, pois 42,86% consideram esta situação dilemática, enquanto os que
trabalham nos Centros Universitários apenas 22,22%. Na alternativa “Ficar indiferente
diante de situações injustas, na sua concepção, somente para não correr o risco de ser
despedido” constatou-se que o dilema que mais corresponde como procedimento na
tomada de decisão foiAnalisa a situação e decide procurando adotar a melhor conduta
possível” mais adotado entre os respondentes das Faculdades, pois 28,57% consideram
esta questão dilemática, enquanto os que trabalham nos Centros Universitários apenas
14,81%. Na alternativa “Cumprir ordens dos superiores, mesmo discordando, para não
perder o emprego” constatou-se que o dilema que mais corresponde como procedimento
na tomada de decisão foi “Analisa a situação e decide procurando adotar a melhor
conduta possível” mais adotado entre os respondentes que trabalham nas Faculdades,
pois 28,57% consideram esta situação dilemática, enquanto os que trabalham nas
Universidades 6,67%. Na alternativa “Conviver com sua insatisfação, porque precisa do
trabalho e por falta de outras alternativas” constatou-se que o dilema que mais
corresponde como procedimento na tomada de decisão entre os respondentes que
trabalham nas Faculdades, pois 57,14% consideram esta situação dilemática, enquanto
os que trabalham nas Universidades 10%. Na alternativa “Aceitar os erros e fracassos
dos outros” constatou-se que o dilema que mais corresponde como procedimento na
tomada de decisão foi “Na medida do possível, decide para que o bem se sobreponha
como resultado principal” mais adotado entre os respondentes que trabalham nas
117
Faculdades, pois 28,57% consideram esta situação dilemática, enquanto os que
trabalham nas Universidades apenas 6,67%. Na alternativa “Tomar uma decisão quando
divergência entre o colegiado e a alta gestão” contatou-se que o dilema que mais
corresponde como procedimento na tomada de decisão foi “Analisa cada situação e
toma as decisões, considerando as possíveis conseqüências que sejam melhores para a
maioria” mais adotada entre os respondentes que trabalham nas Faculdades, pois
28,57% consideram esta situação dilemática, enquanto os que trabalham nas
Universidades apenas 3,33%.
6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
118
Segundo Oliveira(1997), análise:
É a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenômeno
estudado e outros fatores. Essas relações podem ser estabelecidas de
acordo com suas propriedades relacionais de causa-efeito, produtor-
produto, de correlações, de análise de conteúdo etc. (OLIVEIRA,
1997, p.191).
Quer-se então analisar e discutir os resultados, estabelecendo relações entre os
dados obtidos da pesquisa empírica e os considerados mais importantes, procurando
compreender o significado do material, em relação aos objetivos propostos.
Antes de analisar os aspectos, que se considera serem os mais importantes e
principais, relativos aos objetivos da pesquisa, quer-se apenas destacar, de acordo com
os dados do perfil dos coordenadores, o resultado indica que o sexo masculino é maior
em relação ao sexo feminino, enquanto que, hoje o número de mulheres na
universidade, no ensino superior, elas superam os homens. Isso poderá indicar que, no
que se refere à ocupação de cargos na educação superior, ainda os homens levam
vantagens, confirmando a pesquisa de Almeida (2007), que mostra que ainda um
preconceito em relação ao sexo feminino no âmbito profissional.
Um outro aspecto que chama à atenção, é em relação a qualificação acadêmica
dos coordenadores, o resultado mostra um percentual ainda alto, 25%, que apensas
possuem especialização, enquanto que a requisito, segundo ABMS (2007), é que
tenham no mínimo mestrado.
Em torno da primeira questão: que situações os coordenadores qualificam como
dilemas, constatou-se que as dez situações apresentadas no questionário foram por eles
consideradas dilemáticas. Significa que, o coordenador no exercício de sua função,
119
depara-se com elas e segundo eles, lhes causa tensão, pois, as consideram como sendo
dilemas. Segundo Kidder (2007, p.151), os dilemas produzem “tensões morais” que
decorrem de situações em que um lema profundamente enraizado é posto contra outro.
Dentre os vários dilemas, Decidir numa situação em que estão em conflito os
valores pessoais com os da instituição”, aparece como o principal, foi considerado por
77% dos respondentes. A situação menos qualificada como dilema, 30%, foi “Manter
sigilo de informação dada em confiança pelos gestores, a respeito de um colega
(professor/professor) que será demitido”.
Vazquez (1995), afirma que em cada profissão a ética tem seus delineamentos
próprios e características específicas, em algumas os profissionais são mais
especializados e/ou direcionados, mas todos têm na ética os motivos para a manutenção
da coesão e do exercício de suas funções. Percebe-se que para os
coordenadores/gestores decidir numa situação dilemática é mais que definir os seus
princípios morais, mas sim, reafirmá-los junto aos da instituição.
Segundo Tamayo, “os valores organizacionais o devem ser confundidos com
os valores pessoais dos membros da organização, nem com os valores que eles
gostariam que existissem na empresa” (2005, p. 189), porém, evitar que não ocorram
conflitos, não é tão simples, uma vez que os valores exercem um papel importante no
processo da decisão, estão intimamente vinculados com as atitudes, com as ações.
Schaff comenta que “os valores aceitos pelo indivíduo determinamou pelo menos co-
determinam as finalidades estabelecidas em sua atividade vital, formando, assim,
aquilo que denominamos de sentido da vida”. (1995, p.142)
Segundo Kiel e Lennick (2005), a competência moral implica em viver em
alinhamento entre valores pessoais, institucionais e comportamento. Percebe-se que
para os gestores é muito difícil tomar uma decisão alinhada entre os seus princípios
120
morais, com os da instituição, por isso, este é um dos grandes dilemas dos gestores, pela
análise que se pode fazer dos dados, decidir, procurando não se afastar de seus valores e
nem dos valores éticos da instituição, com medo de perder o emprego.
Ao analisar a situação menos qualificada como dilema, podemos perceber que a
preocupação com emprego, é uma atitude que assombra a muitos profissionais. De fato,
em nosso cotidiano, é comum perceber atitudes que não condizem com sentimentos de
solidariedade para com o colega e que vivemos numa sociedade na qual o respeito ao
próximo, perde lugar para valores individualistas.
Talvez a razão de manter sigilo de uma determinação superior não lhes causa
tanto conflito, porque pode estar vinculada a uma das virtudes da ética profissional, de
manter sigilo (SÁ, 2001, p.155) ou em decorrência da cultura organizacional coletivista,
segunda qual, uma distância de poder (HOFSTEDE, 1997), que contribui para um
respeito a hierarquia, que em nossa cultura é bem forte.
Ao verificar a diferença entre os gêneros dos respondentes em relação a
situações identificadas como dilemáticas, o resultado aponta margem maior de diferença
apenas numa das situações: “Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua
concepção, somente para não correr o risco de ser despedido”, foi mais acentuada para
os homens, 67,5%, enquanto para as mulheres, 58,97%.
Pode se considerar, no sentido geral, que a questão do nero não indica uma
variável que implica em muita diferença, no caso acima, isso pode ser que se deve,
ainda, a uma questão de cultura, em que os homens se vêm mais responsáveis pela
manutenção, como provedores. Assim, o medo de perder o emprego acaba pesando
mais sobre o sexo masculino.
Uma pergunta que se faz, e é objeto de estudos, se existe uma moralidade
diferente entre homens e mulheres? Segundo Kidder (2007, p.148), Gilligan, depois da
121
realização de alguns estudos, considera que os homens m a moralidade como uma
questão de direitos, enquanto que as mulheres mais de responsabilidade; para os homens
importa mais a igualdade, enquanto que as mulheres consideram mais os
relacionamentos.
Percebendo-se assim, através da análise dos dados pesquisados que os homens
têm um certo cuidado para expor o seu pensamento ético com receio de ser mal
interpretado por suas ações dentro da instituição perdendo assim o seu emprego;
embora, para as mulheres, a porcentagem foi um pouco menor, mas, mesmo assim
percebe-se ainda esta preocupação em expor os seus valores no processo de tomada de
decisão e ser despedida.
Em relação ao tempo de coordenação na instituição o resultado aponta uma
margem de diferença maior em vários dilemas, entre os que ocupam o cargo por menos
e mais tempo, no entanto, a maior diferença ocorre no dilema: “Concordar com a
demissão sem justa causa”, foi mais acentuada entre os coordenadores que trabalham a
mais tempo na instituição, 100%, percebendo-se que o dilema ético e os critérios de
decisão demandam um esforço de construção coletiva, esta é a dificuldade dos
coordenadores que trabalham a mais tempo numa instituição, concordar com uma
demissão sem justa causa, por ter construído uma formação cultural e ética para o
exercício da coordenação. A criação de vínculos, em todo ser humano, cria a dificuldade
de se cortar laços, como por exemplo, a saída de um filho da casa dos pais. E isso,
acontece também com os coordenadores, que no esforço acadêmico, conquista colegas e
amizades, sendo que em casos de uma demissão, é uma situação de angústia. Nenhum
homem trabalha sozinho, as relações sociais são permeadas por vínculos sociais.
Ao verificar os dados quanto ao nível de formação acadêmica dos professores
relativa a situação dilemática, o resultado aponta margem de diferença maior no dilema
122
“Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua concepção, somente para não
perder o emprego”, foi mais acentuada entre os respondentes das instituições privadas,
verificando-se que agem dessa forma pela sua instabilidade dentro da instituição
deixando levar pelo egoísmo para não perder o emprego.
Mancebo e Franco (2003, p.193), mostram que nas IES, a gestão mais flexível
tem contribuído para contratos de trabalhos mais “(...) ágeis e econômicos, como os
temporários, precários, substitutos (...)”, tornando a substituição mais fácil, gerando
assim uma insegurança maior. Em especial, é um fenômeno que se nas IES
chamadas empresariais, consideradas modelos operativas, que adotam uma gestão mais
estratégica (SGUISSARDI, 2005).
Em relação aos dados que indicam uma diferença da configuração da estrutura
acadêmica, da instituição pelos coordenadores pesquisados o resultado aponta margem
de diferença maior no dilema “Manter sigilo de informação dada em confiança pelos
gestores, a respeito de um colega (professor) que será demitido” foi mais acentuada
entre os respondentes que trabalham nos Centros Universitários, dos entrevistados,
37,5%, responderam que demitir um colega de trabalho é um dilema que faz parte da
função de coordenador de curso, em situações que dependem dele tomar uma decisão..
Em relação ao objetivo de verificar, com que freqüência as situações
consideradas dilemas ocorrem, o resultado mostra que todos ocorrem em menor ou
maior proporção. Deparar-se com freqüência com uma mesma situação, poderá tornar-
se um vício. Segundo Aristóteles, a virtude se adquire pela repetição de atitudes, ações,
até tornar-se um hábito. O hábito é entendido como a repetição de atos. Marques
assevera que “(...) o estado habitual atinge-se pela repetição dos atos que procedem da
virtude, isto é, atos impregnados de razão “(...) (2001, p. 39). Assim sendo, podemos
dizer que a educação das virtudes para Aristóteles é a formação do hábito. Assim
123
também, o vício, o antônimo da virtude, também se adquire pela repetição. Com o
tempo pode ocorrer uma cauterização de consciência, como se fosse normal.
Quer-se aqui também destacar a situação que ocorre com mais freqüência e a
que ocorre com menor freqüência. O resultado indica que “Aceitar os erros e fracassos
dos outros” é a que ocorre mais, para 28 % e a que menos ocorre “Concordar com a
demissão sem justa causa”, para 6 %.
Verificando-se assim que o comportamento humano em grupo se insere em uma
complexa trama de poder, com jogos de interesses e manipulações desde as mais sutis
até as mais grosseiras. Segundo NALINI (1992) os líderes de um grupo social devem
ser operadores sensíveis e humanos, desapegados de interesses individuais devem agir
nos limites da ética, aglutinando e/ou colocando num mesmo patamar o sonho, a
habilidade e a efetividade; verificando-se assim a dificuldade em que os coordenadores
se encontram frente a estes dilemas pela instabilidade em que se encontram dentro da
instituição podendo até mesmo perder seu emprego.
No relacionamento entre coordenadores e docentes, deve prevalecer o respeito
mútuo, para que em situações de avaliação de acertos e erros, a ética seja a diretriz do
trabalho. Em ocasiões que o conflito se coloca, o coordenador deve ser um agente
apaziguador. E para tanto, os dilemas por ele enfrentados, devem ser resolvidos
baseados nos regimentos acadêmicos e nas normas de convivência.
O resultado mostra que de um lado, os coordenadores consideram que situações
de erros e de fracassos ocorrem com mais freqüência, do outro lado, apenas 41% o
consideram dilema, não é pela grande maioria. A razão da maior ocorrência pode ser em
decorrência das múltiplas atividades que envolvem a função da coordenação, precisa
lidar com uma diversidade muito grande, como foi mostrado pela Associação Brasileira
de Mantenedoras do Ensino Superior (2007).
124
Ao analisar o gênero dos respondentes em relação a freqüência em que tem
ocorrido o dilema o resultado aponta maior freqüência entre os respondentes do sexo
masculino no dilema Ocultar a verdade em situações em que sua revelação poderá
causar reações negativas’ percebendo-se assim mais uma vez a dificuldade de ficar
omisso em uma situação dilemática na qual os gestores, segundo FERREL e
FREADRICH, 2001, freqüentemente têm que avaliar a “justeza”, ou a moralidade de
ações alternativas em termos de seus próprios princípios e valores para o perder o
emprego.
Ao analisar os dados que indicam uma diferença entre o tempo de coordenação
na instituição o resultado aponta maior freqüência no dilema “Conviver com sua
insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de outras alternativas” foi mais
freqüente entre os respondentes que trabalham a mais tempo na instituição percebendo-
se assim a dificuldade que o gestor tem em administrar a sua ética moral com a ética de
sua instituição.
Ao analisar os dados quanto ao nível de formação acadêmica dos professores
relativa a freqüência o resultado aponta maior freqüência no dilema “Conviver com sua
insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de outras alternativas”, entre os
respondentes das instituições privadas, percebendo-se assim mais uma vez que o medo
de perder o emprego ao expor a sua decisão está mais acentuada que a sua visão
humanística.
Ao analisar os dados a partir da configuração da estrutura acadêmica da
instituição o resultado aponta maior diferença no Dilema “Ficar indiferente diante de
situações injustas, na sua concepção, somente para não correr o risco de ser despedido”
entre os respondentes dos Centros Universitários, percebendo-se assim que o medo de
perder o emprego é o maior dilema entre os coordenadores pesquisados.
125
Como indicado, um terceiro aspecto que se procurou saber por meio da
pesquisa empírica, foi verificar o nível do impacto que causam os dilemas, segundo os
sujeitos da pesquisa. Os dados mostram que foram dois, com a mesma percentagem,
56%: “Cumprir ordens superiores, mesmo discordando para não perder o emprego” e
“Conviver com sua insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de outras
alternativas”. O que causa menor impacto foi, “Tomar uma decisão quando
divergência entre o colegiado e a alta gestão”36%, percebendo-se assim que segundo
SIMOM, (1979) a organização retira de seus membros a faculdade de decidir por um
processo decisório próprio.
Mesmo que o coordenador crie suas próprias estratégias de administrar ele não
pode governar sem levar em conta o pensamento ético e estratégias da empresa,
provocando assim um grande dilema ao tomar uma decisão para não perder o emprego.
Constatou-se através dos dados coletados e analisados que os coordenadores estão
tomando decisão sem conhecer o regimento da instituição em que trabalha,
desconhecendo o código de ética da empresa para que a partir deles criem suas próprias
estratégias de administrar, e com isso, ficando mais fácil verificar o impacto dos
dilemas ao tomar uma decisão.
Ao analisar a diferença entre o gênero dos respondentes o resultado aponta
maior nível de impacto entre os respondentes do sexo feminino no dilema “Manter
sigilo de informação dada em confiança pelos gestores, a respeito de um colega
(professor/coordenador) que será demitido”, percebendo-se assim que guardar sigilo,
nesse caso, é mais dilemático para as mulheres.
Ao analisar os dados a partir do tempo de coordenação na instituição o resultado
aponta maior impacto no mesmo dilema apontado pela diferença de gênero sendo mais
acentuado entre os coordenadores de instituições privadas, verificando-se assim que o
126
medo de perder o emprego é o dilema que mais atormenta os gestores principalmente os
de instituições privadas.
Ao analisar os dados a partir da configuração da estrutura acadêmica o resultado
aponta maior impacto entre os respondentes que trabalham nos Centros Universitários
com o dilema “Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua concepção, somente
para não correr o risco de ser despedido”, percebendo-se assim que não é apenas nas
pequenas instituições que esse medo de perder o emprego é dilemático, mas também
nos grandes Centros Universitários.
Um quarto aspecto que se procurou verificar pela coleta de dados, foi saber que
critérios os coordenadores usam para tomar decisões diante de situações delimáticas.
Nesse caso, foram propostos duas alternativas correspondentes a algumas teorias éticas:
ética da virtude, ética normativa, ética utilitarista, ética do discurso e ética niilista.
O resultado aponta que o critério mais utilizado é: “Analisa a situação e decide
procurando adotar a melhor conduta possível”, 68% responderam fazer uso dessa
alternativa, que corresponde mais à ética das virtudes. Segundo a qual, age-se sempre
buscando o bem. O termo virtude, em grego, “aretê” e, em latim, “virtus”, são
equivalentes no significado: “qualidade excelente”, disposição habitual para a realização
do bem no sentido moral. Trata-se, pois, de uma capacidade adquirida pelo exercício e
pela aprendizagem. Cabanas expõe:
La virtudes el hábito de bien obrar, el cual se llama virtud
(etimológicamente, fuerza) en tanto que representa el esfuerzo (y por
eso la virtud es meritoria) que de hacer la parte superior de la
persona para controlar y ordenar sua parte inferior o apetitiva (...)
(1998, p.372).
Marques (2001, p.40) relata que, de acordo com Aristóteles, “enquanto a virtude
moral é um estado habitual que habilita a pessoa a alcançar o justo meio, a virtude
127
intelectual, a sabedoria, é um estado habitual que capacita o pensamento a encontrar a
verdade, para o qual nem todos estão aptos”.
O critério menos utilizado, é: “Decide de acordo com o que lhe parece oportuno
no momento”, 9%, que corresponde à ética niilista, que representa a corrosão das
crenças e a difusão do relativismo e do ceticismo. O niilismo conduz, no nível moral e
ético, uma perda dos paradigmas tradicionais, tanto no plano da fundamentação das
normas quanto no plano de sua aplicação, tanto na dimensão teórica quanto na
dimensão prática. No nível teórico, esta perda produz uma enorme confusão e uma
interminável disputa entre opostas teorias éticas: diante do niilismo, diversas teorias
éticas travam verdadeira guerra de palavras, sem vencedores nem vencidos, e produz
apenas mais relativismo e ceticismo. No nível prático por sua vez, o niilismo produz o
esvaziamento da força vinculante das normas morais e da possibilidade de serem aceitas
e aplicadas. O niilismo gera tanto o politeísmo dos valores quanto a nutilidade das
proibições: no mundo governado pela tecnociência, à infinita multiplicidade de valores
corresponde a absoluta ineficácia dos imperativos morais.
Percebe-se assim, de acordo com FERREL e FRAEDRICH (2001), que gestores
de maneira geral, não somente os coordenadores de curso, sofrem com questões éticas
que surgem de conflitos sendo que a causa destes conflitos, muitas vezes, sofrem os
efeitos de uma tensão entre suas convicções éticas pessoais e as obrigações que
assumiram para com as instituições em que trabalham. Dessa forma, o coordenador
procura trabalhar este conflito sendo capaz de ministrar as suas convicções éticas com
as da empresa.
O resultado indica que a maioria dos coordenadores busca uma base ética para as
suas ações e decisões, não são relativistas ou subjetivistas.
128
Ao se verificar se existe uma diferença no uso de critérios entre o nero, o
resultado aponta uma diferença em dois, com a mesma percentagem: “Analisa a
situação e decide procurando adotar a melhor conduta possível” e “Na medida do
possível, decide para que o bem se sobreponha como resultado principal”, Essa
alternativa também se refere à ética das virtudes, percebendo-se assim que na tomada
de decisão as mulheres são mais cuidadosas, isto é, criteriosas ao decidir um situação
dilemática, pois a porcentagem do sexo masculino foi de 38,46% enquanto as mulheres
foi de 17,5%.
Ao analisar os dados a partir do tempo de coordenação na instituição, o resultado
aponta que os que ocupam o cargo já a mais tempo, 66,67% indicam o critério: “Decide
sempre com base na lei independente das conseqüências”, alternativa que se refere a
ética normativista, quando se decide e age com base no dever, que segundo Kant,
corresponde a liberdade e boa vontade, pois, uma vez objetivado, transformado em
legalidade, já não está mais no campo da moral
O alcance do bem, da verdade, se à medida que o pensamento, as atitudes e
ações correspondam às normas, que, por sua vez, não decorrem ou não devam ser
elaboradas a partir da subjetividade, de gostos ou caprichos, pois o critério é universal: a
validade deverá ser para todo ser racional.
Pegoraro, em seu texto “Ética e Justiça” (1995), denomina a ética de Kant de
“ética das normas”, também conhecida por “ética da convicção”, assim classificada por
Max Weber e retratada por Srour (2002).
Percebendo-se assim que depois de muitos anos na instituição o coordenador
consegue ministrar as sua convicções éticas com as da empresa. O modelo normativo de
ética preconiza que a conduta deve ser tomada de acordo com a observância do
princípio ético, concebido como universal.
129
Ao analisar os dados a partir da configuração da estrutura acadêmica da
instituição, o resultado aponta maior diferença em relação aos respondentes que ocupam
o cargo de coordenação em universidades, 30% cujo critério mais usado é: Como não
existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que parecer melhor”. Percebendo-se
assim que neste caso, o coordenador adota a ética relativista, pois avalia subjetivamente
a natureza ética, com base nas experiências do indivíduo e do grupo.
Uma quinta preocupação foi verificar, quais dos 10 critérios, que os
coordenadores usam diante de cada situação específica, diante das 10 identificadas
como dilemas. Quer-se destacar em especial, a alternativa mais e a menos usada. Nesse
sentido, constata-se que, ao verificar os dados dos procedimentos adotados, a mais
usada diante das diferentes situações, em todas elas, é: “Analisa a situação e decide
procurando adotar a melhor conduta possível”. No entanto, ocorre com maior uso diante
dos dilemas: “Decidir numa situação em que estão em conflito os valores pessoais com
os da instituição”, é usado em 22%, e diante da situação: “Não cumprir uma promessa
que tenha feito para alguém”, também em 22%.
Como visto, este critério identifica-se com a ética das virtudes, que se
caracteriza pela formação do caráter. Segundo Halmes: “As virtudes são traços gerais
do caráter que formulam sanções interiores sobre nossos motivos, intenções e conduta
exterior” (2002, p.138). São, pois, disposições interiores para o bem, as quais, por sua
vez, são tendências de ação segundo certos padrões, como disposições para um modo
de agir. Nesse sentido, o resultado aponta na direção de que os coordenadores
manifestam uma formação ética, de caráter.
O critério de menor uso, com menor freqüência são dois, com a mesma
porcentagem, de 1%: “Respeita as normas, desde que tenham sido estabelecidas após
discussão, sendo resultado de um consenso”, diante do dilema: “Não cumprir uma
130
promessa que tenha feito para alguém”. Esse critério identifica-se com a teoria ética
dialógica. Cortina (2003, p.112) alerta que não se pode confundir diálogo com
negociação e acordo com pacto, pois, “negociações e pactos o estratégicos, enquanto
os diálogos e os acordos são próprios de uma racionalidade comunicativa”.
Freitag (2003) considera que:
A ética discursiva é uma ética moral, que procura um novo princípio
moral que orienta nossas ações em contextos sociais estruturados. A
ética discursiva de Habermas é uma teoria moral cognitivista, que
procura dar continuidade ao princípio moral enunciado por Kant (o
imperativo categórico), reformulando-o dialogicamente (FREITAG,
2003, p.35).
a segunda menos usada: “Analisa cada situação e toma as decisões
considerando as possíveis conseqüências que sejam melhores para a maioria”, que
ocorre mais frente o dilema: “Conviver com sua insatisfação, pois precisa do trabalho e
por falta de outras alternativas”. Este critério Identifica-se com a ética utilitarista,
Oliveira escreve que:
(...) Poderíamos escolher os seguintes aspectos como sendo os que
melhor caracterizam a estirpe utilitarista: a idéia de que a ética não é
indiferente ao bem-estar das pessoas, que a qualidade moral de nossas
ações/regras, é função de suas conseqüências, que o bem dos
indivíduos afetáveis por um curso de ação deve ser maximizado e seu
sofrimento minimizado, e que a ética deve se importar não apenas
com o bem-estar ou sofrimento do agente moral, mas com a
qualidade de vida de todos os seres capazes de sentir e de sofrer,
potencialmente atingidos por um curso de ação ( OLIVEIRA, 2000,
p. 100).
Seria de se esperar que o critério de conotação utilitarista seria o mais usado,
pois, é mais adequado ao contexto das relações sociais e de negócios, que define ações
como certas ou aceitáveis como aquelas que maximizam a utilidade total ou o maior
bem para o maior número de pessoas.
Ao analisar os dados entre os gêneros dos respondentes em relação aos
procedimentos adotados na solução de situações dilemas, o resultado aponta como
maior: “Procura saber quais as normas da instituição e decide com base nelas, “doa a
131
quem doer”, mais adotado, 27,5%, entre os respondentes do sexo masculino, diante do
dilema: Concordar com a demissão de docentes sem justa causa. Percebendo-se assim,
como foi apontado por Ferrel e Fraedrich (2001), que os homens agem deixando de
lado suas convicções para agir de acordo com as normas da instituição, o medo de
perder o emprego está nítido mais uma vez entre os coordenadores.
diante do dilema: “Não cumprir uma promessa que tenha feito para alguém”,
o sexo feminino supera o sexo masculino, na adoção do critério: “Analisa a situação e
decide procurando adotar a melhor conduta possível”, é usada pelas mulheres em
25,64%, enquanto pelos homens, 17,5%.
Ao analisar os dados que indicam uma diferença a partir do tempo de
coordenação o resultado aponta como maior vários dilemas, pois tiveram a mesma
porcentagem com os respondentes que trabalham a mais tempo na instituição, são eles:
“Analisa cada situação e toma as decisões, considerando as possíveis conseqüências que
sejam melhores para a maioria”, 33,33%; “Como não existe o certo e o errado, o bem e
o mal, decide o que parecer melhor”, 33,33%; “Avalia a situação levando em
consideração qual o menor prejuízo possível”, 33,33% ; “Analisa a situação e decide
procurando adotar a melhor conduta possível”. Percebendo-se assim que os
coordenadores que trabalham a mais tempo numa instituição utilizam também a ética
utilitarista na tomada de decisão. Ao analisar os dados a partir da configuração da
estrutura acadêmica da instituição o resultado aponta como o mais utilizado o dilema
“Conviver com sua insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de outras
alternativas” entre os respondentes que trabalham nas Faculdades, percebendo-se assim
que o medo de perder o emprego e visível tanto nos Centros Universitários como nas
Faculdades, verificando que grande parte dos coordenadores agem apenas de acordo
com as normas da instituição por se sentirem sem nenhuma estabilidade no emprego.
132
O ceticismo é, fundamentalmente, a tese de que a verdade e o conhecimento não
existem. existem pontos de vista, opiniões, crenças, coisas desse tipo. Mas nada
disso é verdade, nada disso merece o título de conhecimento. Os pontos de vista que
adotamos (se é que adotamos algum) são tão inválidos quantos quaisquer outros.
O relativismo é, fundamentalmente, a tese de que a verdade e o conhecimento
existem, mas cada época, cada cultura, ou mesmo cada indivíduo, tem a sua verdade e o
seu conhecimento. O relativismo, no fundo, afirma que tudo pode ser verdade,
dependendo do contexto. Quaisquer outros pontos de vista são tão válidos quanto os que
adotamos.
A análise dos dados da pesquisa, é fundamental para que percebamos a
conjuntura da coordenação de cursos nas faculdades brasileiras. Falar em ética torna-se
essencial, na medida em que políticas educacionais não são suficientes para que
questões dilemáticas como segurança no emprego, sejam solucionadas. Além do que, a
ética resgata enquanto uma premissa de valores e condutas, condições de respeito e
solidariedade humana.
133
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da premissa da ética enquanto expressão presente em todos os vínculos
de conduta, padrões de comportamento e demais relacionamentos que regem as
instituições sociais, pode-se considerar que de formas diversas existem problemas na
adoção de princípios éticos ou mesmo uma discrepância entre teoria e prática.
Considerando o objeto de pesquisa e os objetivos posto, tomou-se como base
uma revisão bibliográfica e pesquisa empírica, de campo, assim, com base no
referencial teórico e nos dados coletados, pôde-se interpretar problemas específicos
apontados para este trabalho. De maneira geral, buscou-se na relação entre teoria e
prática, compreender quais são os dilemas éticos com os quais os
gestores/coordenadores dos cursos de graduação de IES se deparam e como agem diante
deles.
De maneira específica, primeiramente, busca se captar que situações os
coordenadores qualificam como dilemas, tendo como parâmetro a discussão teórica,
podemos perceber na interpretação dos dados empíricos que os coordenadores
pesquisados deparam-se com situações diversas, que por não terem liberdade de escolha
na tomada de discussão, entram em ciclos angustiantes, causando um grande mal estar
na atuação da gestão, culminando em situações de stress.
Dentre os vários dilemas colocados, é evidente que situações de tensão, são
consideradas pelos coordenadores como dilemas. Além do que, pela resposta dos
entrevistados, foi possível perceber, que muitos coordenadores estão com um enorme
acumulo de situações dilemáticas. E com isso, pode-se propor um estudo mais
detalhado, em que se investigue com maior ênfase, para tirar uma suposta preocupação
que se pode perceber ao analisar os dados que muitos deles não têm conhecimento do
134
regimento e conseqüentemente do código de ética da sua empresa; pois tomam decisões
sem procurarem alinhavar seus princípios morais com os da instituição por medo de
perder o emprego. O fato de decidirem, diante do dilema, para não perderem o emprego,
pode indicar falta de solidariedade para com os colegas. Nesse sentido os dados
mostram que a diferença entre os sexos é mínima.
Na análise da segunda questão, busca-se verificar com que freqüência as
situações consideradas dilemas ocorrem, sendo que de acordo com a revisão
bibliográfica, verificamos que o comportamento humano se insere em uma complexa
trama de poder, com jogos de interesses, sempre levando em consideração o seu
emprego, procurando analisar de forma prática os dilemas que ocorrem em sua gestão.
Devido a infinidade de atividades que compõe a função do coordenador, como
funções políticas, as funções gerenciais, as funções acadêmicas e as funções
institucionais, podemos concluir, que devido a necessidade de se atuar em diversas
situações, a freqüência de dilemas, pode ocorrer em uma magnitude considerada alta.
Fatos como sigilos de informação, a responsabilidades de acertos e erros, definem
freqüência de situações dilemáticas.
Continuando, a observar a culminância da análise, tanto no nero, tempo,
formação acadêmica, configuração e estrutura acadêmica, percebe-se que o medo de
perder o emprego ao expor a sua decisão encontra-se mais acentuada que a visão
humanística. De fato, a uma predominância de tomadas de decisões baseadas em valores
individualistas.
Em resposta a um terceiro aspecto, por meio da análise dos dados coletados,
pretende-se verificar o nível de impacto que causam os dilemas, que segundo os sujeitos
da pesquisa, percebe-se que os resultados mostram, mais uma vez, a dificuldade que os
coordenadores têm para tomar uma decisão. Diante de toda discussão percebe-se que os
135
coordenadores deparam com questões que fogem de seu controle, pois por motivos
hierárquicos, faz com que adote valores e condutas nas tomadas de decisões que
contrariam seus valores pessoais.
Talvez por desconhecerem ou ignorarem o regimento e o código de ética da
instituição em que trabalham, eles têm muita dificuldade em criar suas próprias
estratégias administrativas somadas às da instituição. Notou-se que a maior dificuldade
dos coordenadores pesquisados na tomada de decisão diante um dilema é a de impor sua
visão ética somada à da instituição com medo de perder o emprego, por isso usa a
fala da empresa em que trabalha. Com tudo isto, percebe-se que o coordenador
manifesta atitudes mais egoísta tanto nos grandes Centros Universitários como em
Faculdades a falta de solidariedade está presente nos gestores masculinos e femininos,
com muito ou pouco tempo de trabalho, independente de sua formação acadêmica e, às
vezes, mais acentuado nos gestores de instituições privadas pela falta de estabilidade no
emprego.
De fato, depois da coleta e analise dos dados, é perceptível que muitos
coordenadores não possuem autonomia de sua atuação, o que causa muitos
constrangimentos diante de situações que necessita de uma tomada de decisão, podendo
entrar em conflitos com os demais atores acadêmicos, professores, funcionários e
alunos.
Considerando o quarto aspecto, verificou-se através da análise dos dados
coletados que critérios os coordenadores usam para tomar decisões diante de situações
dilemáticas; pois foram propostas algumas alternativas baseadas em teorias éticas: da
virtude, normativa, utilitarista, do discurso e niilista. O resultado aponta que os
coordenadores adotaram várias teorias baseadas no conflito, na subjetividade, nas
experiências dos indivíduos e dos grupos, na observância dos princípios éticos
136
considerados universais; percebendo, também neste item que as mulheres foram
consideradas mais criteriosas ao tomar uma decisão.
Apesar de todas as discussões estarem voltadas para o utilitarismo, depois de
concluída a análise dos dados, verificou-se que a ética que mais se destacou foi a da
virtude. Percebe-se que apesar de toda a pressão sofrida pelos coordenadores, no curso
da gestão, consegue se realizar ações baseadas em princípios éticos, sobressaindo a
imposições colocadas, como critérios para a sua tomada de decisão.
A quinta preocupação foi a de verificar que critérios os coordenadores usam
diante de dada situação específica, constatando-se através da análise dos dados que o
medo de perder o emprego está muito nítido entre os coordenadores. Percebe-se que
tanto os coordenadores que trabalham mais tempo nas instituições, agem tomando
suas decisões, segundo opiniões, de acordo com as normas das instituições por se
sentirem sem nenhuma estabilidade no emprego. Notamos, mais uma vez, o quanto os
coordenadores estão agindo pela empregabilidade, deixando de lado suas convicções
éticas que deveriam ser administradas às da empresa para tomarem decisões coerentes e
humanas. Percebemos também que nesta situação específica, através dos dados que as
mulheres são mais cuidadosas ao decidir numa situação dilemática, pois escolheram
como critério os dilemas que analisavam a situação e decidiam procurando o bem como
resultado principal.
Depois de analisados os dados coletados, concluímos que na perspectiva do
ambiente acadêmico no qual pesquisamos, o resultado encontrado vêem de encontra
com a justificativa do presente trabalho. Como foram ditos, os dados justificam a
necessidade de se perceber a “tomada de decisão” enquanto parte da gestão educacional,
e principalmente como a condição ética é tão presente nesse processo.
137
Além do que, as respostas obtidas pelo questionário, evidenciam a realidade da
gestão de curso nas Universidades brasileiras. Talvez pela complexidade de funções, os
coordenadores se sentem sobrecarregados. Sendo que, na maioria das respostas é
evidente que falta autonomia a estes gestores para executarem de forma satisfatória sua
função.
Depois de analisar os dados percebe-se, também a necessidade de uma outra
pesquisa buscando quantificar o stress e a angústia que acometem estes profissionais ao
tomar uma decisão que decorrem justamente do que foi por eles destacados como
dilemas. Fatores como o medo de perder um emprego, a necessidade de guardar sigilo
sobre alguma demissão, e até mesmo a relutância em definir os critérios de erros e
acertos dos demais profissionais dessa gestão, configuram as situações em que conflitos
éticos se concretizam, nas quais tomadas de decisões devem ser executadas.
138
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143
9. ANEXO
INSTRUMENTO DE PESQUISA
144
Estamos desenvolvendo uma pesquisa e a sua participação é de grande importância.
Informamos que não precisa se identificar pelo nome e que se trata de uma pesquisa
acadêmico/científica de um curso de Mestrado em Educação Superior e que a
resposta não será julgada certa ou errada. O resultado do conjunto da pesquisa
poderá ser divulgado, sem no entanto trazer qualquer prejuízo ao participante, pois,
não haverá identificação da pessoa que responde o questionário e nem da instituição
à que pertence, além do mais, a pesquisa será feita em várias instituições diferentes.
1 - Sexo: 1 masculino 2 feminino
2 - Há quanto tempo o sr.(a) desenvolve a função de coordenação de curso?
1 menos de 1 ano 2 de 1 a 2 anos 3 de 3 a 5 anos
4 de 6 a 10 anos 5 mais de 10 anos
3 - Nível de formação acadêmica:
1 Superior 2 Especialização 3 Mestrado
4 Doutorado 5 Pós-doutorado
4 - Natureza jurídica da instituição em que trabalha:
4.1 - Pública: 1 Federal 2 Estadual 3 Municipal
4.2 - Privada não lucrativa: 1 Confessional 2 Comunitária 3 Fundacional
4.3 - Privada lucrativa: 1 Empresarial
5 - Configuração da estrutura acadêmica de sua instituição:
1 Universidade 2 Centro Universitário 3 Faculdades Integradas
4 Faculdade Isolada 5 Instituto de Educação Superior.
6 - Número de professores alocados no seu departamento ou curso que coordena
_________________
7 - Número de alunos matriculados no curso que coordena:
________________________
32 - Abaixo estão relacionadas questões que podem ser qualificadas como sendo
dilemas, isto é, situações de difícil solução. Responda conforme orientação a seguir:
1
o
) assinale com sim, no primeiro quadro diante das questões, aquelas situações que
você considera um dilema; 2
o
) assinale no segundo quadro em frente das questões que
considerou um dilema, a letra que melhor corresponde a freqüência com que as
situações têm ocorrido com você: (a = nunca, b = algumas vezes e c = muitas vezes);
3°) assinale no terceiro quadro em frente das questões que considerou um dilema o
número que melhor corresponde ao impacto de cada situação na sua vida (1 =
nenhum, 2 = pouco e 3 = muito). Em outros, anote outra situação que tenha ocorrido
com você e que considera um dilema, indicando freqüência e impacto.
1
o
2
o
Questões
Decidir numa situação em que estão em conflito os valores pessoais
com os da instituição.
Concordar com a demissão de docentes sem justa causa.
Ocultar a verdade em situações em que sua revelação poderá causar
reações negativas.
Não cumprir uma promessa que tenha feito para alguém.
Aceitar os erros e fracassos dos outros.
Manter sigilo de informação dada em confiança pelos gestores, a
respeito de um colega (professor) que será demitido.
Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua concepção,
somente para não correr o risco de ser despedido.
Cumprir ordens dos superiores, mesmo discordando, para não perder o
emprego.
Conviver com sua insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta
de outras alternativas.
Tomar uma decisão quando divergência entre o colegiado e a alta
gestão
Outro:
Outro:
145
33 - Diante de situações consideradas dilemas, quais das alternativas abaixo
relacionadas correspondem ao seu critério para tomada de decisão? Coloque a letra
entre o parêntese que melhor expresse a freqüência com que você utiliza cada
alternativa:
a. Nunca
b. Quase nunca
c. Freqüentemente
d. Às vezes
e. Sempre
1 ( ) Procura saber quais as normas da instituição e decide com base nelas, "doa a
quem doer";
2 ( ) Analisa cada situação e toma as decisões, considerando as possíveis
conseqüências que sejam melhores para a maioria;
3 ( ) Analisa a situação e decide procurando adotar a melhor conduta possível;
4 ( ) Respeita as normas, desde que tenham sido estabelecidas após discussão, sendo
resultado de um consenso.
5 ( ) Decide de acordo com o que lhe parece oportuno no momento;
6 ( ) Decide sempre com base na lei independente das conseqüências;
7 ( ) Avalia a situação levando em consideração qual o menor prejuízo conseqüente;
8 ( ) Na medida do possível, decide para que o bem se sobreponha como resultado
principal;
9 ( ) Procura, na medida do possível, um entendimento mútuo entre as pessoas;
10 ( ) Como não existe o certo e o errado, o bem e o mal, decide o que parecer melhor
146
34 - Escolha qual dos procedimentos, critérios acima relacionados, que você adotaria na solução
de situações dilemas abaixo relacionados, colocando o número de 1 a 10 da lista de cima, que
melhor corresponde a sua decisão.
( ) Decidir numa situação em que estão em conflito os valores pessoais com os da instituição.
( ) Concordar com a demissão de docentes sem justa causa.
( ) Ocultar a verdade em situações em que sua revelação poderá causar reações negativas.
( ) Não cumprir uma promessa que tenha feito para alguém.
( ) Manter sigilo de informação dada em confiança pelos gestores, a respeito de um colega
(professor) que será demitido;
( ) Ficar indiferente diante de situações injustas, na sua concepção, somente para não correr o
risco de ser despedido;
( ) Cumprir ordens dos superiores, mesmo discordando, para não perder o emprego;
( ) Conviver com sua insatisfação, porque precisa do trabalho e por falta de outras
alternativas.
( ) Aceitar os erros e fracassos dos outros.
( ) Tomar uma decisão quando há divergência entre o colegiado e a alta gestão.
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