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compor-se nos dois primeiros parágrafos de uma notícia e os demais trazem os antecedentes
do fato, repercussões, comentários, circunstâncias, etc.
Na prática profissional o lide é largamente utilizado , sendo basilar para um bom texto
jornalístico, segundo manuais de redação de grandes jornais brasileiros.
Quando se tratar de um texto noticioso, a Folha recomenda com relação ao lide que:
a)contenha as informações essenciais do fato noticioso, de preferência as respostas às
perguntas básicas (quem, o que, quando, onde, como e por que); b) seja tão completo
que o leitor possa se sentir informado sobre o assunto apenas com a sua leitura; c)
tenha, de preferência, até cinco linhas e jamais ultrapasse oito linhas de setenta toques
datilográficos; d) seja rígido na ordem direta (sujeito, predicado, objetos e
complementos); e) não comece com verbo ou advérbio; f) não utilize, sem explicar,
nomes, palavras ou expressões pouco familiares para a média dos leitores (LEITE,
1987, p.85-86).
O lead é a abertura da matéria. Nos textos noticiosos, deve incluir, em duas ou três
frases, as informações essenciais que transmitam ao leitor um resumo completo do
fato. Precisa sempre responder às questões fundamentais do Jornalismo: O quê, quem,
quando, onde, como e porquê. Uma ou outra dessas perguntas pode ser esclarecida no
sublead, se as demais exigirem praticamente todo o espaço da abertura. Graficamente,
recomenda-se que o lead tenha de quatro a sete linhas da lauda padrão do Estado. Nada
impede, porém, que ocupe uma ou duas linhas, apenas, em casos excepcionais ou
quando se tratar de informações de impacto. Mais que nas demais partes do texto, o
lead deve ser objetivo, completo e simpl es e, de preferência, redigido na ordem direta.
Todas as demais recomendações feitas a respeito do texto jornalístico valem
especificamente para o lead (as palavras estranhas ou desconhecidas deverão ser
sempre explicadas; rebuscamentos não têm vez na aber tura; o fato de que constitui o
lead deve ser novo; use frases curtas; procure dar um ritmo adequado à frase e,
principalmente, jamais construa leads de um único período) ( MARTINS, 1990, p. 42).
Em relação ao estilo, os lides, ainda em um modelo clássico, podem apresentar
variadas formas de estruturas. Em uma tentativa de classificação com fins didático -
pedagógicos, Erbolato (1984) os enumera em 12 tipos: clássico, integral (dá noção completa
do fato, contém todos os 6 itens); simples (refere -se apenas a um fato principal); composto
(anuncia vários fatos importantes logo na abertura); suspense ou dramático (provoca mais
emoção em quem o lê); flash (nota breve ou informação relâmpago sobre um fato); resumo (é
quase o mesmo que o clássico, resume os princip ais fatos no lide); citação (transcreve um
pronunciamento); contraste (revela fatos antagônicos); chavão (cita um slogan ou chavão);
documentário (narra utilizando elementos que podem servir de documento histórico); pessoal
(fala diretamente ao leitor, na segunda pessoa); não noticioso (não é uma notícia, a narração
de um fato mas precisa levar ao leitor o ponto central da história; mais utilizado em
reportagem)
Após a exposição do lide clássico, o manual de O Globo apregoa (GARCIA, 1994,