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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROCIÊNCIAS E
BIOLOGIA CELULAR
Paula Teixeira de Mendonça
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES SUBMETIDOS
À CIRURGIA DE CATARATA COM FACOEMULSIFICAÇÃO OU
EXTRAÇÃO EXTRACAPSULAR DO CRISTALINO
Belém
2008
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROCIÊNCIAS E
BIOLOGIA CELULAR
Paula Teixeira de Mendonça
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES SUBMETIDOS
À CIRURGIA DE CATARATA COM FACOEMULSIFICAÇÃO OU
EXTRAÇÃO EXTRACAPSULAR DO CRISTALINO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em
Neurociências e Biologia Celular (Área de Concentração
Neurociências), Instituto de Ciências Biológicas da UFPA,
como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Dr. Luiz Carlos de Lima Silveira.
Co-orientador: Dr. Alexandre Antônio Marques Rosa.
Belém
2008
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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Biblioteca do Hospital Bettina Ferro de Souza - HUBFS
_____________________________________________________________________
de Mendonça, Paula Teixeira
Avaliação da qualidade de vida em pacientes submetidos à cirurgia de catarata com
facoemulsificação ou extração extracapsular do cristalino / Paula Teixeira de Mendonça;
orientador,Luiz Carlos de Lima Silveira.
2008
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biologicas,
Belém, 2008.
1. Cirurgia de catarata. 2. Facoemulsificação-extraçãoextracapsular do cristalino. 3.
Biomicroscopia. I. Título.
______________________________________________________________________________
4
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES SUBMETIDOS
À CIRURGIA DE CATARATA COM FACOEMULSIFICAÇÃO OU
EXTRAÇÃO EXTRACAPSULAR DO CRISTALINO
Dissertação apresentada ao programa de pós-graduação para obtenção do grau de Mestre em
Neurociências e Biologia Celular (Área de Concentração Neurociências), Instituto de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, sendo a comissão examinadora formada pelos
professores.
Prof. Dr. Edmundo Frota de Almeida Sobrinho (UFPA)
Profª. Drª. Rita Catarina Medeiros de Sousa (UFPA)
Profª. Drª Rosana Maria Feio Libonati
Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos de Lima Silveira.
Co-orientador: Dr. Alexandre Antônio Marques Rosa.
Conceito: 10,0
5
Aos meus pais, Moacyr (in memoriam) e Elian
Ao meu esposo, Humberto
Aos meus filhos, Paola e Leonardo
6
AGRADECIMENTOS
A Deus, pois, sem sua ajuda, nada teria sido possível.
Aos Professores Dr. Luiz Carlos de Lima Silveira e Eduardo de Oliveira Braga, por
acreditarem na possibilidade desta turma especial de mestrado do Serviço de Oftalmologia do
Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza.
Ao Prof. Dr. Alexandre Antônio Marques Rosa, por aceitar a co-orientação deste estudo e
conduzir seu desenvolvimento, com muita sabedoria e paciência.
Aos oftalmologistas Jo Jesu Sisnando Filho e José Reinaldo Leite, pelo apoio
fundamental durante esta pesquisa.
Aos residentes e enfermeiras e todos os funcionários do Serviço de Oftalmologia do
HUBFS.
Ao Ronaldo Adriano Mello, pelo auxílio estatístico.
A Cristina Alencar, pelo auxílio na normatização deste trabalho.
Finalmente, mais imensamente a minha família, pelo apoio, incentivo e ajuda, em especial
ao meu filho Leonardo Mendonça e meu esposo Humberto Mendonça , pela grande colaboração
durante toda esta grande jornada.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................
14
2 REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................................
16
2.1 DEFINIÇÃO/CLASSIFICAÇÃO ........................................................................ 16
2.2 EPIDEMIOLOGIA/ ETIOLOGIA/ FATORES DE RISCO ................................ 16
2.3 DIAGNÓSTICO .................................................................................................. 17
2.3.1 Biomicroscopia do Segmento Anterior ..........................................................
17
2.3.2 Biometria ..........................................................................................................
17
2.3.3 Microspia Especular ........................................................................................
18
2.4 INDICAÇÃO TERAPÊUTICA ........................................................................... 18
2.4.1 Terapêutica .......................................................................................................
18
2.4.2 Cuidados pós-operatórios ................................................................................
19
2.5 COMPLICAÇÕES .............................................................................................. 20
2.6 RESULTADOS .................................................................................................... 20
2.7 CONSIDERAÇÃO FINAL .................................................................................. 21
3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................
22
4 OBJETIVO GERAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS .....................................
22
4.1 OBJETIVO GERAL ...........................................................................................
22
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................
22
5 MÉTODOS ...........................................................................................................
23
5.1 TIPO DE PESQUISA ......................................................................................... 23
5.2 POPULAÇÃO ..................................................................................................... 23
5.3 INSTRUMENTO ................................................................................................. 24
5.4 VARIÁVEIS ........................................................................................................ 25
5.5 COLETA DE DADOS ........................................................................................ 25
5.6 CUIDADOS ÉTICOS ......................................................................................... 26
5.7 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS ........................................ 26
6 RESULTADOS .....................................................................................................
27
8
7 DISCUSSÃO ...........................................................................................................
56
8 CONCLUSÃO ........................................................................................................
62
REFERÊNCIAS .................................................................................................
63
ANEXO ......................................................................................................................
69
9
LISTA DE SIGLAS
AAO- Academia Americana de Oftalmologia
CBO- Conselho Brasileiro de Oftalmologia
EECP- Extração extracapsular manual do cristalino
FACO- Facoemulsificação
FEC- Facectomia extracapsular com aspiração do núcleo
HUBFS- Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza
LIO- Lente intra-ocular
VF-14- Visual Function-14
PA- Pará
AV- Acuidade Visual
EUA- Estados Unidos da América
UFPA- Universidade Federal do Pará
10
LISTA DE FIGURAS
Gráfico 1Distribuição dos pacientes quanto à faixa etária........................................ 27
Tabela 1Distribuição dos pacientes quanto ao sexo e escolaridade......................... 28
Tabela 2Distribuição dos pacientes quanto à ocupação........................................... 29
Tabela 3Distribuição dos pacientes quanto ao olho operado..................................... 30
Gráfico 2Média dos escores da primeira questão do teste VF-14 no pré e pós-
operatório.....................................................................................................................
30
Gráfico 3Média dos escores da segunda questão do teste VF-14 no pré e pós-
operatório...................................................................................................................
31
Gráfico 4 Média dos escores da terceira questão do teste VF-14 no pré e pós-
operatório....................................................................................................................
32
Gráfico 5Média dos escores da quarta questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.. 33
Gráfico 6Média dos escores da quinta questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório... 34
Gráfico 7Média dos escores da sexta questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.. 35
Gráfico 8Média dos escores da sétima questão do teste VF-14 no pré e pós-
operatório................................................................................................................................
36
Gráfico 9Média dos escores da oitava questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório 37
Gráfico 10Média dos escores da nona questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório 38
Gráfico 11 Média dos escores da décima questão do teste VF-14 no pré e pós-
operatório.................................................................................................................................
39
Gráfico 12Média dos escores da décima primeira questão do teste VF-14 no pré e pós-
operatório...............................................................................................................................
40
Gráfico 13Média dos escores da décima segunda questão do teste VF-14 no pré e pós-
operatório...........................................................................................................................
41
Gráfico 14 Média dos escores da décima terceira questão do teste VF-14 no pré e pós-
operatório................................................................................................................................
42
Gráfico 15Média dos escores da décima quarta questão do teste VF-14 no pré e pós-
operatório
43
Tabela 4Respostas do questionário VF-14 e média de escores no pré-operatório da
FACO
44
11
Tabela 5Respostas do questionário VF-14 e média de escores no pós-operatório da
FACO..............................................................................................................................
45
Tabela 6- Respostas do questionário VF-14 e média de escores no pré-operatório da EECP 46
Tabela 7Respostas do questionário VF-14 e média de escores no pós-operatório da
EECP......................................................................................................................................
47
Gráfico 16Média por questão dos escores do VF-14 no pré e pós-operatório dos pacientes
que realizaram FACO............................................................................................
48
Gráfico 17Média por questão dos escores do VF-14 no pré e pós-operatório dos pacientes
que realizaram EECP.............................................................................................
49
Gráfico 18Comparação das médias dos escores do VF-14 no pré e pós-operatório da
FACO e da EECP..................................................................................................................
50
Tabela 8 Resultados das acuidades visuais no pré e pós-operatório das cirurgias de
FACO e EECP......................................................................................................................
51
Tabela 9 Resultados das acuidades visuais no pré e pós-operatório das cirurgias de
FACO e EECP......................................................................................................................
51
Tabela 10 Análise da satisfação através do teste dos sinais com os pacientes submetidos
à EECP.............................................................................................................
Gráfico 19: Análise da satisfação do teste dos sinais com os pacientes submetidos à
EECP.
52
52
Tabela 11 Análise da satisfação através do teste dos sinais com os pacientes submetidos
à FACO...............................................................................................................
Gráfico 20: Análise da satisfação do teste dos sinais com os pacientes submetidos à
FACO.
53
53
Gráfico 21 Análise da satisfação através da análise gráfica ANOVA com os pacientes
submetidos à EECP.................................................................................................................
54
Gráfico 22 Análise da satisfação através da análise gráfica ANOVA com os pacientes
submetidos à FACO..............................................................................................................
55
12
RESUMO
Objetivo: Determinar em pacientes submetidos à cirurgia de catarata a relação entre
qualidade de vida pré-cirurgia, resultado e satisfação. Métodos: Foram entrevistados 60
indivíduos portadores de catarata atendidos no ambulatório de Oftalmologia do HUBFS, com
indicação para facectomia. Trinta foram submetidos à extração extracapsular do cristalino (grupo
EECP) e trinta àfacectomia com facoemulsificação (grupo FACO). Os pacientes foram
entrevistados utilizando-se o questionário (Visual Function14) para determinar a qualidade de
vida antes da cirurgia, e 30 dias após a cirurgia. Informações sobre o exame oftalmológico foram
coletadas a partir dos prontuários. A análise estatística utilizada foi ANOVA e teste dos sinais.
Resultados: Os dados gerais da pesquisa em relação às perguntas do teste VF-14 mostram uma
média do teste de 47,0 no pré-operatório e 94,1 no pós-operatório no grupo de FACO. No grupo
EECP, a média foi de 38,0 no pré-operatório e 89,4 no pós-operatório. Conclusão: A melhora na
qualidade de vida observada foi significativa (p < 0.0001) e esteve intimamente ligada à
satisfação dos pacientes com o resultado da cirurgia.
Palavras-chave: Catarata, extração de catarata, qualidade de vida, catarata/reabilitação e
questionário.
13
ABSTRACT
Objectives: The purpose of this work is to determine, in patients that have undergone
cataract surgery, the relationship among quality of life before the surgery, results and satisfaction.
Methods: Sixty patients with cataract were interviewed and attended at the Ophthalmology’s
ambulatory of HUBFS with indication for phacectomysurgery. Thirty underwent crystalline
extracapsular extraction (EECP group) and the other thirty underwent phacectomy with
phacoemulsification (FACO group). The patients were subjected to the questionnaire (Visual
Function-14) to determine the quality of life before surgery and 30 days after the surgery.
Information about the ophthalmologic avaliation was collected from the medical register. The
statistical analysis utilized was ANOVA and
test of the signs
.
. Results: The research general
data related to the VF-14 questions show a test average of 47,0 before surgery and 94,1 after
surgery in FACO group. In EECP group the test average was 38,0 before surgery and 89,4 after
surgery. Conclusion: The improvement in quality of life was significant (p < 0.0001) and it was
closely connected with patients’ surgery results satisfaction.
Key words: Cataract, cataract extraction, quality of life, cataract/ rehabilitation and
questionnaire.
14
1 INTRODUÇÃO
A catarata é definida como qualquer opacificação do cristalino que difrata a luz,
acarretando efeito diminuindo na visão, sendo que esta opacidade pode ser de uma ou mais
camadas do cristalino. A catarata cortical resulta na deterioração de células jovens, formando
agregados de moléculas protéicas entre as fibras e pela separação dessas moléculas pela entrada
de água. A catarata nuclear decorre de células mais velhas, localizadas no centro da lente,
comprometendo a transparência devido à difração da luz pela esclerose das fibras nucleares. Na
catarata subcapsular posterior, células epiteliais migram para o pólo posterior do cristalino,
formando irregularidades que difratam a luz (FERRAZ, 2005).
A catarata é a principal causa de cegueira curável, representando um problema de saúde
pública que interfere negativamente na qualidade de vida dos pacientes (MICHONN et al., 2002;
NIRMALAN et al., 2002). A cegueira por catarata incapacita o indivíduo, aumenta sua
dependência, reduz sua condição social e resulta em aposentadoria profissional precoce (ALVES;
KARA-JOSÉ, 1996). A recuperação da visão pela cirurgia de catarata produz benefícios
econômicos e sociais para o indivíduo, sua família e comunidade (KARA-JOSÉet al. 1982;
TEMPORINI et al. 2002).
Nos Estados Unidos da América (EUA), aproximadamente 1,5 milhão de pessoas são
operadas de catarata a cada ano (HAMMOND et al. 2001).
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), através de levantamentos estatísticos,
refere que 2% da nossa população em torno dos 60 anos é portadora de visão bastante reduzida,
em decorrência desta doença (MELLO, 1993).
É universalmente estabelecida a importância da avaliação da qualidade de vida em
procedimentos de saúde pública. Em oftalmologia, a ênfase maior baseia-se na demonstração da
melhora visual em pacientes submetidos à cirurgia de catarata, utilizando-se instrumentos para
medir a qualidade de vida e a função visual (FERRAZ, 2005).
Packer et al. descreveram o termo função visual como o impacto da visão na qualidade de
vida, ou seja, a capacidade de realização de atividades cotidianas estaria diretamente relacionada
à funcionalidade visual (PACKER, FINE, HOFFMAN 2003).
A qualidade de vida dos pacientes tem diferentes fatores a serem interpretados e, uma vez
que saúde é definida não apenas como ausência de doenças, mas também como bem-estar físico,
15
mental e social, cada vez mais, “qualidade de vida” tem sido considerado (GILL; FEINSTEIN,
1994; TESTA; SIMONSON, 1996).
Desenvolvido no EUA, o teste Visual Function14 (VF14) mede a capacidade funcional
relacionado à visão em pacientes submetidos à cirurgia de catarata. Baseia-se em 14 atividades
executadas no dia-a-dia, que podem ser afetadas por doenças oculares (ALONSO et al., 1997).
Atualmente, a cirurgia de catarata com implante de lente intra-ocular (LIO) é um dos
procedimentos cirúrgicos mais realizados no mundo, graças aos benefícios conferidos aos
operados (OHRLOFF; ZUBCOV,1997; LEINOKEN; LAATIKAINEN,
2002). As técnicas mais
utilizadas, no momento, para a cirurgia de catarata são a extração extracapsular do cristalino
(EECP) e a facoemulsificação (FACO) (KARA JÚNIOR et al.,
2004).
No momento atual, a FACO é a técnica mais utilizada na maioria dos países
desenvolvidos, devido à possibilidade de rápida recuperação visual e ao reduzido índice de
complicações pré e pós-operatórias (LEAMING, 1999).
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
DEFINICÃO/CLASSIFICAÇÃO
Catarata é a denominação dada a qualquer opacidade do cristalino, que não
necessariamente afete a visão. É a maior causa de cegueira tratável nos países em
desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 45 milhões de cegos no mundo,
dos quais 40% são devidos à catarata (SNELLINGEN et al., 2002).
Podemos classificar as cataratas em: congênitas, senil, secundaria, patológica, complicada e
traumática. De acordo com a sua localização, poderá ser nuclear, cortical ou subcapsular e capsular,
de acordo com o grau de opacidade, pode receber a denominação de incipiente, madura ou
hipermadura.
EPIDEMIOLOGIA/ETIOLOGIA/FATORES DE RISCO
De acordo com a Academia Americana de Oftalmologia (AAO) (1998), as causas de
catarata não estão bem definidas, porém estudos epidemiológicos revelam associação à idade.
Assim, estima-se que 10% da população norte-americana têm catarata e que esta prevalência
aumenta em 50% no grupo etário de 65 a 74 anos, enquanto em pessoas acima de 75 anos a
incidência aumenta para 75%.
Inúmeros fatores de risco podem provocar ou acelerar o aparecimento de catarata,
incluindo medicamentos (esteróides), substâncias tóxicas (nicotina), doenças metabólicas
(diabetes mellitus, galactosemia, hipocalcemia, hipertiroidismo, doenças renais), trauma,
radiações (UV, Raios-X, e outras), doença ocular (alta miopia, uveíte, pseudoexfoliação), cirurgia
intra-ocular prévia (fístula antiglaucomatosa, vitrectomia posterior), infecção durante a gravidez
(toxoplasmose, rubéola), fatores nutricionais (desnutrição) (CONGDON, 2001).
Portanto, como prevenção, a educação pública tem papel relevante, a fim de prevenir
os fatores de risco, sabedores de que a populão da terceira idade tem tendência a aumentar,
não somente no Brasil (IBGE, 2001), como também em todo o mundo (TAYLOR; KEEFFE,
2001).
17
DIAGNÓSTICO
Devemos associar a queixa subjetiva do paciente aos sinais objetivos do exame
oftalmológico. As queixas mais freqüentes são: diminuição da acuidade visual, sensação de visão
“nublada ou enevoada”, sensibilidade maior à luz, alteração da visão de cores e mudança
freqüente da refração (LEYLAND; ZINICOLA, 2001).
Os sinais objetivos encontrados no exame oftalmológico de rotina são: diminuição da
acuidade visual, mensurada pela Tabela de Snellen e alteração da transparência do cristalino na
biomicroscopia do segmento anterior em midríase, em exame realizado com lâmpada de fenda
(ORÉFICE; BORATTO, 1989).
Ao indicar a terapêutica cirúrgica, serão necessários exames oftalmológicos
complementares, essenciais no planejamento cirúrgico e pesquisa de doenças associadas, bem
como a técnica a ser empregada e o seu momento adequado.
2.3.1 Biomicroscopia do segmento anterior
Exame fundamental para se detectar a presença,localização, extensão das opacidades
cristalinianas,bem como detectar possíveis fragilidades de nula e/ou ectopia ou luxação do
cristalino,sinais de inflamação intra-ocular e avaliara higidez da córnea, íris e ângulo da
câmaraanterior. Sempre que as condições ocularesassim o permitirem, tal exame deverá ser
realizado sob ampla midríase medicamentosa (FARIA).
2.3.2 Biometria
Seu objetivo principal é a medida do comprimento axial do globo ocular, imprescindível
para o cálculo do valor dióptrico da lente intra-ocular. Poderá ser realizada pelo método do ultra-
som, de contato ou de imersão, e pela interferometria. Métodos especiais serão utilizados em
olhos com diâmetros extremos e pós-cirurgia refrativa corneana (HAMILTON; HARDTEN,
2003; MONTEIRO; ALEMANN, 2001).
18
2.3.3 Microscopia especular
Avalia o endotélio corneano, de cuja capacidade funcional depende a transparência da
córnea. É ideal e fundamental no pré-operatório, pois define a técnica e a estratégia cirúrgica a
serem empregadas.
Também é utilizado no acompanhamento pós-operatório de cirurgia tríplice (catarata
implante e transplante) (PRESCHEL; HARDTEN, 1999; ABIB, 2000).
2.4 INDICAÇÃO TERAPÊUTICA
O único tratamento curativo da catarata é o cirúrgico e consiste em substituir o cristalino
opaco por prótese denominada de lente intra-ocular (LIO) (SNELLINGEN et al., 2002).
Toda vez que a qualidade de vida do portador de catarata esteja comprometida, ou seja,
que existam limitações nas atividades que realiza habitualmente, a cirurgia es indicada
(SUPERSTEIN, 2001).
A evolução da catarata geralmente é bilateral, com certa assimetria, daí a importância da
realização da cirurgia do segundo olho para recuperação integral do sistema visual
(SUPERSTEIN, 2001).
2.4.1 Terapêutica
A cirurgia da catarata, denominada de facectomia, pode ser realizada por diversas técnicas
ou métodos, sendo as mais conhecidas a facoemulsificação e a extração extracapsular
programada (SNELLINGEN et al., 2002). Para ambas é obrigatória a utilização do microscópio
cirúrgico.
A facectomia extracapsular é uma técnica utilizada onde se realiza uma abertura na
cápsula anterior do cristalino e, com manobras de pressão e contrapressão, extrai-se o núcleo do
cristalino. A seguir, remove-se o córtex remanescente através das cânulas de irrigação-aspiração.
Desta maneira, consegue-se retirar, cuidadosamente, todo o material cristaliniano, possibilitando
19
a introdução de uma lente intra-ocular no interior do saco capsular. (SILVA, 2001; AGMONT,
1996).
Do ponto de vista socioeconômico, a facoemulsificação é a técnica predominante nos
países desenvolvidos, sendo a extração extracapsular planejada a mais utilizada nas regiões
denominadas “em desenvolvimento” (MINASSIAN, 2001).
Do ponto de vista técnico, dá-se preferência a facoemulsificação, pois é mais segura, com
menor número de complicações; a recuperação visual é quase imediata, além de poder ser
indicada precocemente (MINASSIAN, 2001).
A facoemulsificação é uma técnica que utiliza tecnologia avançada, tanto nos
equipamentos, como nos insumos, e apresenta constante evolução. A evolução da técnica e da
tecnologia utilizadas na cirurgia de catarata, verificadas nas últimas duas décadas, trouxe como
conseqüência imediata o encurtamento do tempo da cirurgia, rápida recuperação física e visual e
a redução do tempo de internação hospitalar. Anteriormente, tal internação exigia entre um a três
dias de hospitalização. Hoje, em regime de internação de curta duração ou de curta permanência,
e equivocadamente traduzida do inglês Day Clinic para Ambulatorial.
Após extração da catarata, é implantada a prótese, a lente intra-ocular (LIO) ou cristalino
artificial. A escolha da LIO é de responsabilidade do cirurgião. Compete única e exclusivamente
a ele a seleção da LIO mais recomendável em cada caso. A LIO, dentro do saco capsular,
constitui importante barreira que separa o segmento anterior do posterior do olho,
proporcionando maior proteção, agindo na prevenção de complicações (SNELLINGEN et al.,
2002; DOAN; OLSON; MAMALIS, 2001).
2.4.2 Cuidados pós-operatórios
Na rotina, preconiza-se a utilização de antibióticos e/ou outros medicamentos tópicos no
pré e no pós-operatório imediato (sete a dez dias), associados ou não a antiinflamatórios
hormonais ou não hormonais (ROWEN, 1999).
Os cuidados pós-operatórios com as novas técnicas, deixaram de ser tão rígidos, não
havendo necessidade de um repouso absoluto ou internação hospitalar (depende de cada caso).
Entretanto, o bom senso deve prevalecer, pois apesar de se tratar de cirurgia rápida (em
torno de 30 minutos), a mesma é delicada. Alguns cuidados o paciente deverá tomar , como não
20
esfregar, coçar, ou dormir sobre o olho operado nos primeiros dias do pós-operatório. Após a
cirurgia, é realizado um curativo, que será removido em um ou dois dias, iniciando-se depois a
terapêutica com colírios e pomadas na vista operada.
2.5 COMPLICAÇÕES
Podemos dividi-las em per e pós-cirúrgicas. Entre as complicações per-cirúrgicas, a mais
freqüente é a ruptura da cápsula posterior (NORDLUND et al., 2003). Graças aos recursos hoje
disponíveis, a cirurgia de catarata tornou-se um procedimento cirúrgico bastante seguro, mas,
fantasiosamente, tal conceito foi adulterado para um procedimento muito simples, banal”.
Citando algumas outras complicações, temos a subluxação do cristalino artificial, luxação
completa da catarata no vítreo, hipertensão vítrea, queimadura da incisão, hemorragia coroideana,
lesão irreversível do endotélio corneano e lesão iriana com ou sem hemorragia.
Entre as complicações pós-operatórias estão: edema macular cistóide, descolamento de
retina, endoftalmite, elevação da pressão intra-ocular, lesão do endotélio corneano e opacificação
da cápsula posterior. Esta opacificação capsular é considerada a mais freqüente das complicações
pós-operatórias e a sua incidência depende da idade do paciente, da técnica cirúrgica empregada e
do modelo e da tecnologia empregada na fabricação das lentes intra-oculares. A sua terapêutica, a
capsulotomia através do NdYag Laser, não é isenta de riscos (descolamentos de retina, edema
macular cistóide, glaucoma e uveíte recidivada) e representa preocupação socioeconômica devido
à sua freqüência e ao seu custo (PRESCHEL; HARDTEN, 1999; NELSON; MARTIDIS, 2003;
STEINERT; PULIAFITO, 1985; RAM et al.,2001; APPLE et al., 2001).
2.6 RESULTADOS
A cirurgia é considerada curativa devido à eliminação da catarata, e refrativa devido à
possibilidade de correção do erro de refração preexistente. Durante e após a cirurgia da catarata,
possibilidade de correção de ametropias através da implantação das LIOs, combinada com
outras técnicas cirúrgicas e de melhora da acuidade visual, não somente para longe como também
para perto, por meio da pseudoacomodação com lentes multifocais, lentes acomodativas, técnicas
de monovisão ou através de discreta miopia ou pequeno astigmatismo miópico simples contrário
21
à regra (LEYLAND; ZINICOLA, 2001; GILLS, 2002; TRINDADE; OLIVEIRA; FRASSON,
1997).
Os resultados sofrem influência de fatores como idade e co-morbidade, sendo que em
relação à técnica, a facoemulsificação é considerada com melhores resultados visuais que a
técnica da extracapsular (SNELLINGEN et al., 2002).
Os resultados visuais da catarata congênita, apesar de terem melhorado com a evolução da
tecnologia, são de mais difícil avaliação devido às características próprias desta doença, em
especial do tratamento da ambliopia (LONG; CHEN, 2001), que pode ser evitada ou atenuada
com estimulação visual precoce.
2.7 CONSIDERAÇÃO FINAL
A evolução da cirurgia da catarata, com resultados funcionais mais previsíveis e índices
de complicações menores, não diminui a responsabilidade do cirurgião, devido à visão ser o
principal sentido do ser humano, e a perda de um dos olhos representar 40% de perda de
capacidade laborativa e de ambos os olhos perda de 100% desta capacidade (INSS, 1998).
A moderna cirurgia da catarata com o implante de lentes intra-oculares, através de
pequenas incisões, representa um dos mais importantes avanços da medicina, por permitir tratar
com grande eficiência a principal causa de cegueira, recuperando de forma segura e rápida o mais
importante sentido do ser humano, a visão (CENTURION et al., 2003).
22
3 JUSTIFICATIVA
O aumento da expectativa de vida tem levado à maior incidência de doenças
relacionadas à idade. Ainda nos dias de hoje, a catarata constitui a principal causa de cegueira
no mundo, sobretudo nos países em desenvolvimento.
Nos últimos anos, devido ao apoio do Ministério da Saúde através dos programas de
“mutirão de catarata”, houve um crescimento no mero de cirurgias nos serviços com
atendimento do Sistema Único de Saúde.
Mesmo sendo a cirurgia de catarata atualmente realizada em nível ambulatorial, ainda
há dificuldade de acesso por parte da população mais carente, levando a um grande número de
pessoas inativas, com qualidade de vida baixa pela deficiência visual.
Determinar a qualidade de vida após a cirurgia de catarata é importante para
demonstrar a melhora que estes pacientes apresentam quando submetidos a esta cirurgia,
através de duas técnicas cirúrgicas diferentes.
A observância dos ótimos resultados cirúrgicos em restaurar a qualidade de vida dos
pacientes e introduzi-los no mercado de trabalho estimulou a autora deste trabalho a fazer uma
melhor análise da situação.
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a qualidade de vida dos pacientes submetidos à cirurgia de catarata e estabelecer
uma relação entre a qualidade de vida pré-cirurgia, o resultado e satisfação.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar a qualidade de vida do paciente, considerando a acuidade visual pré e pós-operatória.
Identificar a percepção e conduta de portadores de catarata, relativa à realização das atividades
da vida diária e independente.
Estabelecer uma relação entre a melhora ou piora de qualidade de vida pós-operatória com a
satisfação do paciente.
23
5 MÉTODOS
5.1 TIPO DE PESQUISA
Estudo intervencionista, realizado no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza
(HUBFS) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
5.2 POPULAÇÃO
Foram selecionados 60 indivíduos portadores de catarata senil, com indicação cirúrgica,
atendidos no Serviço de Oftalmologia do HUBFS. Os pacientes foram divididos em dois grupos.
Trinta pacientes foram submetidos à EECP (grupo EECP) e trinta à FACO (grupo FACO). Todas
as cirurgias foram realizadas pelo mesmo médico.
A indicação da cirurgia (FACO ou EECP) depende do grau de catarata. Cataratas mais
incipientes seriam melhores para facoemulsificação, pois núcleos mais moles necessitam de
menor tempo de ultras-som para serem emulsificados. De maneira inversa, núcleos mais duros
seriam reservados para técnica de EECP.
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO:
Idade a partir de 50 anos. Ambos os sexos.
Acuidade visual menor que 0.6 (20/80) no olho a ser operado.
Diagnóstico de catarata senil uni ou bilaterais, com diferentes graus de densidade de
opacificação do cristalino, cuja identificação esteja de acordo com as preconizadas pelo
CBO.
Pacientes submetidos à cirurgia de catarata por FACO ou EECP pelo mesmo médico.
Ausência de cirurgias oculares prévias.
Assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
24
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO:
Quaisquer outras doenças oculares que também sejam responsáveis por diminuição da
acuidade visual.
Doenças neurológicas ou doenças mentais que empeçam a realização dos exames ou a
compreensão do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Indicação de cirurgia oftalmológica combinada (catarata e glaucoma).
Complicação intra ou pós-operatória.
Não concordar em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
AMBIENTE:
O questionário foi aplicado pela autora na sala de espera do ambulatório de Oftalmologia
do HUBFS ou em um dos consultórios destinados ao atendimento dos pacientes.
5.3 INSTRUMENTO
Foi utilizado o questionário avaliação de qualidade de vida “Visual Function -14(VF-
14). Tal teste foi utilizado anteriormente no Brasil em estudo populacional de transplante de
córnea (ATIQUE et al., 2002).
O VF-14 possui 14 questões (anexo A). Para cada questão cinco possibilidades de
resposta (0 = impossível de realizar; 1 = dificuldade intensa; 2 = dificuldade moderada; 3 =
dificuldade mínima; 4 = sem dificuldade), número este multiplicado por 25 para obter-se a
pontuação de cada resposta, que varia de 0 (pior índice de função visual) a 100 (melhor índice de
função visual) (ALONSO, 1997).
25
5.4 VARIÁVEIS
Para caracterizar a amostra foram selecionadas as seguintesvariáveis descritoras da
população: sexo, idade, escolaridade, ocupação e acuidade visual.
Variáveis de qualidade de vida: domínios físicos (visão de perto e visão de longe) e
domínios do nível de independência (atividades de vida diária, atividades sociais, atividades
físicas e capacidade para dirigir automóvel).
5.5 COLETA DE DADOS
A pesquisa foi realizada por meio das seguintes etapas:
Apresentou-se o projeto à direção do HUBFS e à coordenação do Serviço de
Oftalmologia, objetivando a obtenção da autorização para a realização do estudo.
O Projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, do Núcleo
de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará, obtendo aprovação quanto aos
procedimentos previstos para a coleta de dados, de acordo com a resolução 196/1996, do
Conselho Nacional de Saúde. Plano aprovado segundo o protocolo n°005/2007-
CEP/NMT.
Os médicos, residentes e enfermeiras do ambulatório de oftalmologia foram abordados,
com o objetivo de identificar os possíveis participantes, de acordo com os critérios de
inclusão e de exclusão estabelecidos neste estudo, obtendo-se, neste momento, sua
concordância em participar voluntariamente, por meio da assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Pesquisaram-se os prontuários dos pacientes, a fim de registrar dados como acuidade
visual.
Entrevista individual, uma semana antes da cirurgia, onde o questionário foi aplicado aos
participantes selecionados. A entrevista foi realizada em sala de espera ou em consultório,
segundo roteiro preestabelecido (Anexo 1). Analisaram-se os dados obtidos após a
realização das entrevistas.
Correlações foram feitas entre os dados obtidos nas entrevistas.
26
Um mês após a cirurgia realizou-se nova entrevista.
Todas as entrevistas (pré e pós-operatórias) foram realizadas pela própria pesquisadora.
As entrevistas, assim como as pesquisas nos prontuários, aconteceram nos dias de
atendimento do Ambulatório de Oftalmologia.
5.6 CUIDADOS ÉTICOS
Os pacientes que aceitaram participar do estudo foram esclarecidos de forma mais
detalhada a respeito dos objetivos da pesquisa e lhes foi apresentado o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, onde constavam os objetivos e procedimentos da pesquisa. Esse documento
foi lido para o paciente para que não houvesse qualquer dúvida em sua decisão de participar da
pesquisa; constava de duas vias, que foram assinadas tanto pelo pesquisador como pelo
participante, cada um ficando com uma cópia.
5.7 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DE DADOS
A análise descritiva dos dados, com cálculos das médias e desvio padrão, foi exposta por
meio de tabelas e gráficos.
Para a análise de satisfação foi feita uma comparação entre os resultados do VF-14 pré e
pós-operatórios, levando-se em consideração a mudança expressiva na melhora das tarefas diárias
observadas pelos pacientes pós-cirurgias, o modelo utilizado será a ANOVA e o teste dos sinais.
27
6 RESULTADOS
A população de estudo foi composta de 60 indivíduos portadores de catarata, sendo 30
submetidos à cirurgia pela técnica da EECP (grupo EECP) e 30 pela FACO (grupo FACO). Os
dados obtidos permitem descrever a população de pacientes, segundo a distribuição de idade,
sexo, escolaridade, tipo de atividade profissional e acuidade visual.
Variáveis de qualidade de vida: domínios físicos (visão de perto e visão de longe) e
domínios do nível de independência (atividades de vida diária, atividades sociais, atividades
físicas e capacidade para dirigir automóvel).
A média de idade foi de 68 anos (± 8,4) no grupo de FACO e de 67 anos (± 8,0) no grupo
de EECP (Grafico 1).
=x
68; S = ± 8,4 (FACO)
=x
67; S = ± 8 (EECP)
Gráfico 1: Distribuição dos pacientes quanto à faixa etária.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
16.7
23.3
36.7
43.3
46.7
33.3
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
45.0
50.0
%
50 e 60
61 e 70
Maior que 70 anos
FACO
EECP
28
Quanto ao sexo, 15 pacientes (50%) eram do sexo feminino no grupo FACO e 17
indivíduos (56,7%) do sexo masculino no grupo EECP.
Quanto à escolaridade, 16 pacientes (53,3%) do grupo FACO tinham ensino
fundamental, 8 (26,7%) ensino dio, 4 (13,3%) ensino superior, e 2 (6,7%) pacientes que
não tinham nenhuma formação. Dos pacientes que utilizaram a EECP, 24 (80%) tinham
ensino fundamental, 3 (10%) ensino dio e 3 (10%) que o possam nenhuma formação
(Figura 2).
Tabela 1: Distribuição dos pacientes quanto ao sexo e escolaridade.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
FACO EECP
SEXO (n) % (n) %
Feminino 15 50,0 13 43,3
Masculino 15 50,0 17 56,7
ESCOLARIDADE
Fundamental 16 53,3 24 80,0
Médio 8 26,7 3 10,0
Superior 4 13,3 0 0,0
Sem formação 2 6,7 3 10,0
29
Quanto à ocupação, tivemos 11 pacientes (36,6%) que trabalhavam na zona rural;
empregadas domésticas 7 pacientes (23,3%), donas de casa 8 pacientes ( 26,7%) e aposentados 6
pacientes ( 20%) (Figura 3).
Tabela 2: Distribuição dos pacientes quanto à ocupação. Belém-PA, fevereiro/2007 a
janeiro/2008.
FACO EECP
PROFISSÕES (n) % (n) %
Trabalhador Rural 4 13,3 7 23,3
Aux. de Enfermagem 0 0,0 1 3,3
Motorista 1 3,3 2 6,7
EmpregadaDoméstica 0 0,0 7 23,3
Operário (Fabrica deCastanha) 0 0,0 4 13,3
Carpinteiro 2 6,7 4 13,3
Comerciante 2 6,7 2 6,7
FuncionárioPúblico 1 3,3 1 3,3
Cozinheiro 1 3,3 1 3,3
Servente 0 0,0 1 3,3
Costureira 1 3,3 0 0,0
Professor 1 3,3 0 0,0
Estoquista 1 3,3 0 0,0
Soldador 1 3,3 0 0,0
Estatístico 1 3,3 0 0,0
Dona de Casa 8 26,7 0 0,0
Aposentado 6 20,0 0 0,0
Total 30 100,0 30 100,0
30
No grupo de FACO, 14 (46,7%) operaram o olho direito, enquanto que no grupo de
EECP, 16 (53,3%) operaram o olho direito (tabela 3).
Tabela 3: Distribuição dos pacientes quanto olho operado. Belém-PA, fevereiro/2007 a
janeiro/2008.
FACO EECP
OLHO OPERADO
(n) % (n) %
Direito 14 46,7 16 53,3
Esquerdo 16 53,3 14 46,7
A primeira pergunta do teste VF-14 diz respeito à dificuldade em ler livros. A média dos
escores foi de 1,3 no pré-operatório e 4 no pós-operatório da cirurgia de FACO e de 1,1 no pré-
operatório e 3 no pós-operatório da EECP (Gráfico 2).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 2 Média dos escores da primeira questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
31
A segunda pergunta refere-se à dificuldade em reconhecer as pessoas (de perto). A média
dos escores foi de 2,3 no pré-operatório e 3,8 no pós-operatório da cirurgia de FACO e de 1,4 no
pré-operatório e 3,6 no pós-operatório da extração EECP (Gráfico 3).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 3 Média dos escores da segunda questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
32
A terceira pergunta do teste VF-14 refere-se à dificuldade em ver degraus. A média dos
escores foi de 2,3 no pré-operatório e 3,9 no pós-operatório da cirurgia de FACO e de 1,8 no pré-
operatório e 3,7 no pós-operatório da EECP (Gráfico 4).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 4: Média dos escores da terceira questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
33
A quarta pergunta do teste VF-14 refere-se à dificuldade em ler placas de ruas e sinais de
trânsito. A média dos escores foi de 1,6 no pré-operatório e 3,7 no pós-operatório da cirurgia de
FACO e de 1,3 no pré-operatório e 3,7 no pós-operatório da EECP (Gráfico 5).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 5: Média dos escores da quarta questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
34
A quinta pergunta do teste VF-14, refere-se à dificuldade na realização de trabalhos
manuais. A média dos escores foi de 1,5 no pré-operatório e 3,6 no pós-operatório da cirurgia de
FACO e de 1,3 no pré-operatório e 3,4 no pós-operatório da EECP (Gráfico 6).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 6:Média dos escores da quinta questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
35
A sexta pergunta do teste VF-14 refere-se à dificuldade de escrever (cheques e recados).
A média dos escores foi de 2,1 no pré-operatório e 3,8 no pós-operatório da cirurgia de FACO e
de 1,6 no pré-operatório e 3,7 no pós-operatório da EECP (Gráfico 7).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 7: Média dos escores da sexta questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
36
A sétima pergunta do teste VF-14 refere-se à dificuldade de jogar (cartas e dominó). A
média dos escores em 8 pacientes foi de 2,6 no pré-operatório e 4,0 no pós-operatório da cirurgia
de FACO e de 7 pacientes 1,4 no pré-operatório e 3,7 no pós-operatório da EECP (Gráfico 8).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 8: Média dos escores da sétima questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório. Belém-
PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
37
A oitava pergunta do teste VF-14 refere-se à dificuldade da prática de esportes. A média
dos escores em 12 pacientes foi de 2,3 no pré-operatório e 3,9 no pós-operatório da cirurgia de
FACO e de em 7 pacientes foi 2,1 no pré-operatório e 3,8 no pós-operatório da EECP (Gráfico
9).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 9:Média dos escores da oitava questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
38
A nona pergunta do teste VF-14 refere-se à dificuldade de cozinhar. A média dos escores
foi de 2,2 no pré-operatório e 3,7 no pós-operatório da cirurgia de FACO e de 2,1 no pré-
operatório e 3,8 no pós-operatório da extração EECP (Gráfico 10).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 10: Média dos escores da nona questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
39
A décima pergunta do teste VF-14 refere-se à dificuldade de assistir televisão. A média
dos escores foi de 1,8 no pré-operatório e 3,9 no pós-operatório da cirurgia de FACO e de 1,7 no
pré-operatório e 3,6 no pós-operatório da EECP (Gráfico 11).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 11: Média dos escores da décima questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
40
A décima primeira pergunta do teste VF-14 refere-se à dificuldade de dirigir durante o
dia. A média dos escores em 4 pacientes foi de 2,0 no pré-operatório e 4,0 no pós-operatório da
cirurgia de FACO e de 1,8 no pré-operatório e 3,8 no pós-operatório da EECP (Gráfico 12).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 12: Média dos escores da décima primeira questão do teste VF-14 no pré e pós-
operatório.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
41
A décima segunda pergunta do teste VF-14 refere-se à dificuldade de dirigir à noite. A
média dos escores em 3 pacientes foi de 1,0 no pré-operatório e 4,0 no pós-operatório da cirurgia
de FACO e em 4 pacientes de 0,8 no pré-operatório e 3,5 no pós-operatório da EECP (Gráfico
13).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 13:Média dos escores da décima segunda questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
42
A décima terceira pergunta do teste VF-14 refere-se à dificuldade de ler letras miúdas. A
média dos escores foi de 0,9 no pré-operatório e 3,2 no pós-operatório da cirurgia de FACO e de
0,9 no pré-operatório e 2,9 no pós-operatório da EECP (Gráfico 14).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 14: Média dos escores da décima terceira questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
43
A décima quarta pergunta do teste VF-14 refere-se à dificuldade de ler letras grandes. A
média dos escores foi de 2,2 no pré-operatório e 3,9 no pós-operatório da cirurgia de FACO e de
1,8 no pré-operatório e 3,9 no pós-operatório da EECP (Gráfico 15).
0-impossível de realizar,1-dificuldade intensa, 2-dificuldade moderada, 3-dificuldade mínima, 4-sem dificuldade
Gráfico 15: Média dos escores da décima quarta questão do teste VF-14 no pré e pós-operatório.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
44
Os dados gerais da pesquisa em relação às perguntas do teste VF-14, mostram uma média
do teste de 47 no pré-operatório (Tabela 4) e 94,1 no pós-operatório (Tabela 5) da cirurgia de
FACO, assim como foi observada uma média de 38 no pré-operatório (Tabela 6) e 89,4 no pós-
operatório (Tabela 7) da EECP.
Tabela 4: Respostas do questionário VF-14 e média de escores no pré-operatório da FACO.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
Atividade Impossível Dificuldade Dificuldade Dificuldade Sem Total Não se Média
realizar intensa moderada mínima dificuldade aplicou
Ler jornal
8 8 9 2 1 30 2 32,1
Reconhecerpessoas
1 5 11 11 2 30 0 56,7
Escadas
0 4 13 12 1 30 0 58,3
Sinaistrânsito
4 9 12 5 0 30 0 40,0
Trabalhosmanuais
3 9 7 2 1 30 8 37,5
Escrever
1 4 14 7 1 30 3 52,8
Jogar
0 1 2 4 1 30 22 65,6
Esportes
0 2 4 6 0 30 18 58,3
Cozinhar
0 5 9 8 1 30 7 55,4
TV
1 7 16 5 1 30 0 48,3
Dirigir de dia
0 1 2 1 0 30 26 50,0
Dirigir à noite
1 1 1 0 0 30 27 25,0
Letraspequenas
10 13 3 1 1 30 2 23,2
Letrasgrandes
2 3 13 8 2 30 2 54,5
Media Total 40
45
Tabela 5: Respostas do questionário VF-14 e média de escores no pós-operatório da FACO.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
Atividade Impossível Dificuldade Dificuldade Dificuldade Sem Total Não se Média
realizar intensa moderada mínima dificuldade aplicou
Ler jornal
0 0 7 6 15 30 2 82,1
Reconhecerpessoas
0 0 0 6 24 30 0 95,0
Escadas
0 0 1 2 27 30 0 96,7
Sinaistrânsito
0 0 2 4 24 30 0 93,3
Trabalhosmanuais
0 1 1 3 17 30 8 90,9
Escrever
0 0 2 2 23 30 3 94,4
Jogar
0 0 0 0 8 30 22 100,0
Esportes
0 0 0 1 11 30 18 97,9
Cozinhar
0 0 1 4 18 30 7 93,5
TV
0 0 2 1 27 30 0 95,8
Dirigir de dia
0 0 0 0 4 30 26 100,0
Dirigir à noite
0 0 0 0 3 30 27 100,0
Letraspequenas
1 1 3 10 13 30 2 79,5
Letrasgrandes
0 0 0 2 26 30 2 98,2
Media Total 94,1
46
Tabela 6: Respostas do questionário VF-14 e média de escores no pré-operatório da EECP.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
Atividade Impossível Dificuldade Dificuldade Dificuldade Sem Total Não se Média
realizar intensa moderada mínima dificuldade aplicou
Ler jornal
8 11 5 3 0 30 3 27,8
Reconhecer pessoas
6 10 9 5 0 30 0 35,8
Escadas
2 9 12 7 0 30 0 45,0
Sinais trânsito
6 13 6 5 0 30 0 33,3
Trabalhos manuais
7 10 6 5 0 30 2 33,0
Escrever
3 11 7 6 0 30 3 39,8
Jogar
1 3 2 1 0 30 23 35,7
Esportes
0 1 4 2 0 30 23 53,6
Cozinhar
2 5 6 11 1 30 5 54,0
TV
3 8 15 4 0 30 0 41,7
Dirigir de dia
1 0 2 1 0 30 26 43,8
Dirigir à noite
1 3 0 0 0 30 26 18,8
Letras pequenas
8 15 2 2 0 30 3 23,1
Letras grandes
2 5 14 6 0 30 3 47,2
Media Total 38,0
47
Tabela 7: Respostas do questionário VF-14 e média de escores no pós-operatório da EECP.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
Atividade Impossível Dificuldade Dificuldade Dificuldade Sem Total Não se Média
realizar intensa moderada nima dificuldade aplicou
Ler jornal
0 1 7 9 9 30 4 75,0
Reconhecerpessoas
0 1 1 6 22 30 0 90,8
Escadas
0 0 2 8 20 30 0 90,0
Sinaistrânsito
0 0 2 6 22 30 0 91,7
Trabalhosmanuais
0 1 3 7 17 30 2 85,7
Escrever
0 0 3 3 21 30 3 91,7
Jogar
0 0 0 2 5 30 23 92,9
Esportes
0 0 0 1 6 30 23 96,4
Cozinhar
0 0 0 4 21 30 5 96,0
TV
0 0 3 7 20 30 0 89,2
Dirigir de dia
0 0 0 1 3 30 26 93,8
Dirigir à noite
0 0 0 2 2 30 26 87,5
Letraspequenas
0 3 5 11 8 30 3 72,2
Letrasgrandes
0 0 0 1 26 30 3 99,1
Media Total 89,4
48
Os escores obtidos a partir das respostas revelaram diferenças significativas entre as
médias calculadas no pré-operatório e no pós-operatório de ambas as cirurgias (Gráfico 16 e
Gráfico 17).
32.1
50
23.2
56.7
58.3
40
37.5
52.8
65.6
58.3
55.4
48.3
25
54.5
100
95.8
93.5
97.9
100
94.4
90.9
93.3
96.7
95
82.1
100
79.5
98.2
0
20
40
60
80
100
120
L
e
r
j
o
rn
a
l
Reconhe
c
er pess
o
as
E
scadas
S
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Trabalhos
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de
dia
Dirigir à noite
L
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tra
s p
eq
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a
s
L
e
t
r
a
s g
ran
des
%
FACO PRÉ FACO PÓS
Gráfico 16 – Média por questão dos escores do VF-14 no pré e pós-operatório dos pacientes que
realizaram FACO.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
49
54
43.8
23.1
72.2
47.2
18.8
41.7
53.6
35.7
39.8
3333.3
45
35.8
27.8
99.1
87.5
93.8
89.2
96
96.4
75
90.8
90
91.7
85.7
91.7
92.9
0
20
40
60
80
100
120
L
e
r
j
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R
eco
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Jogar
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TV
Dirigi
r
de
dia
Dirigi
r
à
n
oite
Letras pequenas
Let
r
as grand
e
s
%
EECP PRÉ EECP PÓS
Gráfico 17: Média por questão dos escores do VF-14 no pré e pós-operatório dos pacientes que
realizaram EECP
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
50
A comparação da média dos escores do VF-14 no pré e pós-operatório das cirurgias de
FACO (média de 47 ± 16 no pré-operatório e média de 94,1 ± 13,2 no pós-operatório) e da EECP
(média de 38 ± 18,8 no pré-operatório e média de 89,4 ± 13 no pós-operatório), demonstra uma
melhora de 47,1 pontos no escore da FACO e uma melhora de 51,4 pontos no escore da EECP
(Gráfico 18).
94.1
47
89.4
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
PRÉ PÓS
Score (Média)
FACO EECP
=x
47; S = ± 16 (FACO-PRÉ);
=x
94,1; S = ± 13,2 (FACO-PÓS)
=x
38; S = ± 18,8 (EECP-PRÉ)
=x
89,4; S = ± 13 (EECP-PÓS)
Gráfico 18: Comparão das médias dos escores do VF-14 no pe pós-operatório da FACO e da
EECP.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
As acuidades visuais obtidas no pré-operatório foram consideravelmente baixas, principalmente
nos pacientes que realizaram EECP, dos quais 30% possuíam acuidade abaixo de 1.3 (20/400). Já
entre os pacientes de FACO, as acuidades do pré-operatório oscilaram entre vários valores, cuja
predominância foi observada na acuidade de 0.6 (20/80) com 26,7% dos pacientes (Figura 26).
No pós-operatório, observou-se grande melhora com 83,3% dos pacientes submetidos à cirurgia
de facoemulsificação com acuidade acima 0.3 (20/40) (Figura 27). No que diz respeito aos
pacientes da EECP, deve-se ressaltar o grande número de pacientes com acuidade visual de 0.0
(20/20), correspondendo a 43,3% do total (Tabela 8).
51
Tabela 8 Resultados das acuidades visuais no pré e pós-operatório das cirurgias de FACO e
EECP. Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
ACUIDADE VISUAL FACO EECP
Snellen log MAR (n) % (n) %
<20/400 >1.3 5 16,7 9 30,0
20/400 1.3 3 10,0 7 23,3
20/200 1 6 20,0 4 13,3
20/125 0.8 1 3,3 0 0,0
20/100 0.7 7 23,3 8 26,7
PRÉ
20/80 0.6 8 26,7 2 6,7
Total
30 100,0 30 100,0
20/20 0 9 30,0 13 43,3
20/25 0.1 6 20,0 2 6,7
20/30 0.2 7 23,3 2 6,7
20/40 0.3 3 10,0 5 16,7
20/50 0.4 0 0,0 2 6,7
20/60 0.5 3 10,0 1 3,3
20/70 0.55 0 0,0 2 6,7
PÓS
20/100 0.7 2 6,7 3 10,0
Total
30 100,0 30 100,0
Tabela 9: Resultados das acuidades visuais no pré e pós-operatório das cirurgias de FACO e
EECP.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
ACUIDADE VISUAL FACO EECP
Snellen log MAR (n) % (n) %
> 20/200 1 16 53,3 10 33,3
PRÉ
20/200 ou < 1 ou > 14 46,7 20 66,7
< 20/40 >0.3
5 16,7 8 26,7
PÓS
20/40 ou > 0.3 ou < 25 83,3 22 73,3
52
Tabela 10: Análise da satisfação através do teste dos sinais com os pacientes submetidos à EECP.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
SATISFAÇÃO
EECP
Tamanho da amostra 30
Z= 5.6598
p (unilateral) = < 0,0001
p (bilateral) = < 0,0001
Poder do teste 1.0000
Gráfico 19: Análise da satisfação do teste dos sinais com os pacientes submetidos à EECP.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
53
Tabela 11: Análise da satisfação através do teste dos sinais com os pacientes submetidos à
FACO. Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
SATISFAÇÃO
FACO
Tamanho da amostra 30
Z= 5.5709
p (unilateral) = < 0,0001
p (bilateral) = < 0,0001
Poder do teste 1.0000
Gráfico 20: Análise da satisfação do teste dos sinais com os pacientes submetidos à FACO.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
54
Ainda em relação à satisfação, a análise gráfica feita através de ANOVA, demonstrou que
para ambas as cirurgias, houve satisfação significativa (p<0.0001), resultando em melhora na
qualidade de vida (Gráficos 21 e 22).
Gráfico 21: Análise da satisfão através da alise gfica ANOVA com os pacientes submetidos à
EECP.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
55
Gráfico 22: Análise da satisfação através da análise gráfica ANOVA com os pacientes
submetidos à FACO.
Belém-PA, fevereiro/2007 a janeiro/2008.
Fonte: Protocolo de pesquisa, 2008.
56
7 DISCUSSÃO
A maneira atual de avaliação dos resultados para procedimentos de operação como a
cirurgia de catarata, enfatiza a satisfação dos pacientes, ao invés de resultados clínicos e
laboratoriais. Enquanto medidas clínicas proporcionaram uma avaliação mais objetiva para os
resultados da cirurgia, a percepção do paciente de uma cirurgia de sucesso pode ser outra. A
interpretação subjetiva do paciente do resultado da cirurgia é amplamente afetada por sua
habilidade de fazer atividades diárias, as quais influenciam diretamente sua qualidade de vida
(MOZAFFARIEH et al., 2004).
A satisfação do paciente com a cirurgia parece depender não apenas do sucesso objetivo
da cirurgia, mas também da interpretação subjetiva do paciente sobre o resultado da cirurgia.
Resultados desejados da cirurgia incluem acuidades visuais melhores, melhora da função visual e
também satisfação do paciente com o resultado final da cirurgia (ibid).
Este estudo, através de seus resultados, demonstrou melhora, tanto na acuidade visual
quanto na função visual. Em conjunto, essas avaliações confirmaram que a cirurgia de catarata é
um tratamento eficiente (produzindo resultados objetivos e acuidade visual satisfatória), pois 78.3
% (47 pacientes) obtiveram AV 20/40 ou maior, proporcionando melhora na qualidade de vida
dos pacientes (atividades diárias questionadas a partir do VF-14, com melhora 89.4% no grupo
EECP e 94.1% no grupo FACO).
Neste estudo, a distribuição quanto ao sexo foi semelhante, sendo pouco mais da metade
(53%) de pacientes do sexo masculino, o que não difere muito do estudo de Friedman e Cols
(2002), onde 63% dos pacientes eram mulheres e do estudo de McKee e cols. (2005) onde 59%
dos pacientes eram mulheres.
No mesmo estudo de Mckee e cols. (2005), a média de idade dos pacientes foi de 75 anos
para os homens e de 77 anos para as mulheres, média semelhante a 68 anos (grupo FACO) e 67
anos (grupo EECP) encontrada neste estudo, que teve grande parte dos pacientes com idade
acima dos 70 anos. A elevada porcentagem de pacientes entre 61 e 70 anos, 36,7% (grupo
FACO) e 43,3% (grupo EECP), demonstra a procura cada vez mais precoce dos pacientes a
centros oftalmológicos, seja pela perda de função visual ou pela maior informação em relação à
catarata e ao seu tratamento cirúrgico.
Essa maior informação não reflete maior nível de instrução dos pacientes, pois a maioria
dos pacientes possuía apenas o ensino fundamental. Isto provavelmente reflete o perfil de
57
pacientes atendidos no Hospital onde foi realizada a pesquisa, o qual se trata de uma instituição
que atende exclusivamente pacientes do Sistema Único de Saúde. Esse dado acaba por somar ao
trabalho uma característica social da população de terceira idade que é submetida à cirurgia de
catarata.
McKee e cols (2005) observaram que pessoas mais idosas quando submetidas à cirurgia de
catarata possuem boa probabilidade de atingirem um resultado excelente, mas fica claro também
que as chances dos idosos em atingirem a excelência do resultado o menores que as de pacientes
mais jovens. Como exemplo, Espallargues e Alonso (1998) em estudo realizado em Barcelona, no
qual se trabalhou com três grupos de idade: 50-64, 65-74 e 75 ou mais, não foi encontrada
diferença nos resultados de acordo com a idade. Norregard e cols. em estudo de pacientes que se
submeteram à cirurgia em quatro países acharam que as chances de se obter um escore do pós-
operatório de menos de 95 aumentam com a idade. Com aqueles de idade de 80 anos ou mais, as
chances são de 2.4 vezes maiores de se obter um escore menor que 95, comparado com outro grupo
(entre 50 e 59 anos), enquanto que aqueles entre 10 e 19 anos eram 2.16 vezes mais prováveis de
obterem escore menor de 95.
Quanto à ocupação dos pacientes, notou-se que não há dados na literatura sobre o assunto.
Porém, apesar da maioria dos indivíduos serem da terceira idade, 77% dos pacientes trabalhavam,
o que faz da cirurgia e da recuperação da visão algo essencial para o prosseguimento de suas
atividades profissionais. Isto reflete a realidade da população estudada, onde apesar da grande
maioria possuir idade de aposentadoria, ainda precisa manter-se trabalhando com o objetivo de
prover renda para subsistir.
O estado funcional apresenta maior correlação com problemas auto-reportados e
satisfação com a visão que a acuidade visual, sobretudo no que diz respeito à perda de visão
representada entre pessoas que devem passar pela cirurgia de catarata (FRIEDMAN et al., 2002).
Porém, Norregaard e cols (1998) relatam que é bem aceita a idéia que ambos os critérios
objetivos (acuidade visual) e subjetivos (função visual) devem concordar antes da cirurgia ser
feita. Entretanto, para se avaliar os resultados, a acuidade visual é comumente reportada como o
único teste feito após o resultado. Em seu estudo, 37% dos pacientes com acuidade visual ótima
nos dois olhos, 0.50 ou melhor reportaram problemas de função visual. Resultados semelhantes
foram vistos quando um ponto de corte de 0.67 ou melhor foi considerado como resultado ótimo
de acuidade visual.
58
Quanto aos critérios objetivos (acuidade visual), os resultados encontrados neste trabalho
foram relevantes, uma vez que 22 (37%) dos 60 pacientes apresentaram acuidade de 0.0 (20/20),
o que pode ser considerado recuperação total da acuidade. Ainda assim, 27% (16 pacientes)
ficaram abaixo de 0.7 (20/100). Norregaard e cols. (1998) consideraram 0.3 a acuidade visual
ótima no pós-operatório. Conclui-se que parte considerável dos pacientes não obteve a acuidade
desejada. Porém, com os resultados obtidos no teste de função visual, ficou claro que mesmo que
a acuidade visual de alguns pacientes ainda permanecesse baixa, já lhes permitiu que atividades
do dia-a-dia fossem feitas. Tal fato é demonstrado pelas médias finais do VF-14, que no grupo
FACO foi de 94,1 ± 13,2 e no grupo EECP 89,4 ± 13. Portanto, a associação dos dois métodos,
objetivo e subjetivo, são muito importantes para a avaliação final do resultado da intervenção
cirúrgica.
Quanto à aplicação do teste e das respostas obtidas, observou-se que no pré-operatório a
função visual estava bastante comprometida. No que diz respeito à função visual, das 14
perguntas, quatro mostraram considerável comprometimento: Ler jornal, trabalhos manuais,
dirigir à noite e ler letras pequenas. As duas últimas obtiveram as menores médias: de 25,0
(FACO) e 18,8 (EECP) e 23,2 (FACO) e 23,1 (EECP), respectivamente. as atividades que
tiveram as melhores médias do VF-14 no pré-operatório nos pacientes de FACO foram:
reconhecer pessoas (56,7), enxergar os degraus da escada (58,3), jogar (65,3), esportes (58,3), ler
letras grandes (54,5) e cozinhar (55,4). Nos pacientes de EECP as melhores médias observadas
foram: enxergar os degraus da escada (45,0), esportes (53,6), cozinhar (54,0) e ler letras grandes
(47,2).
Após a realização da cirurgia, observou-se uma melhora considerável de todas as
atividades, melhora que se manteve em torno dos 40 pontos em cada atividade individualmente,
tendo apenas algumas atividades (ler jornal – FACO (82,1) e EECP (75,0) e ler letras pequenas
FACO (79,5) e EECP (72,2), que mesmo com a ampla melhora no resultado final, ainda
mantiveram um resultado aquém dos 95 pontos estipulados por Norregaard e cols. (1998). Em
seu estudo, foi utilizado um escore do VF-14 de 95 como indicador de sucesso ou função visual
ótima pós-operatória.
Esses resultados obtidos no pré e pós-operatório são de grande importância para
complementar a literatura atual, uma vez que em estudo de Friedman e cols. (2002),
aproximadamente metade dos pacientes entrevistados reportaram no pré-operatório que tinham
59
grande dificuldade ou eram incapazes de dirigir à noite ou ler letras pequenas, o que condiz com
as maiores dificuldades encontradas nos pacientes do presente estudo. Dirigir à noite pode ser
particularmente dificultado pela catarata, pois há a característica de induzir clarões. Além disso,
os pacientes podem possivelmente ter considerado a ação de dirigir à noite difícil, sem considerar
a sua real dificuldade visual. Além disso, uma diferença importante foi observada entre os dois
estudos. No estudo de Friedman e cols. (2002), menos de 10% dos pacientes no pré-operatório
tiveram dificuldades em reconhecer pessoas de perto, ler letras grandes ou cozinhar e, por isso,
consideram esses itens “descartáveis”, pois, segundo os mesmos, não existe melhora com o
tratamento. Entretanto, ficou claro no presente estudo que essas questões tiveram médias baixas
(mesmo sendo as melhores do pré-operatório) e tiveram melhoras relevantes no pós-operatório.
Entretanto, um resultado entre os dois estudos se mostrou semelhante. O estudo de Friedman
e cols. (2002) questiona que algumas questões incldas no VF-14 informam pouca coisa sobre o
estado funcional da maioria dos pacientes. Por exemplo, quatro de cada cinco pacientes não
praticavam esportes, significando que esta questãoo contribui para o seu escore do VF-14.
Situão muito parecida foi observada no atual estudo, porém, o apenas com a ão da prática de
esportes, mas com a direção de veículos e prática de jogos como dominó e cartas. Em números, esse
fato pode ser evidenciado com os seguintes resultados: 75% dos pacientes o jogam, 68% não
praticam esportes e 87% não dirigem. Logo, cabe possivelmente uma adaptão do teste a atividades
relacionadas à cultura de cada região e mais voltadas à terceira idade.
Vale ainda ressaltar que em estudo realizado com 771 indivíduos, 722 tinham pelo menos
uma atividade do VF-14 em que eles apresentavam alguma pequena dificuldade (os pacientes já
haviam passado pela cirurgia). A retirada da leitura de pequenas letras leva a um decnio grande no
número de indivíduos identificados com ao menos uma questão com dificuldade moderada ou pior,
indicando que para muitos pacientes esse item captura a dificuldade funcional que não é
identificada por outros itens no VF-14. Dirigir à noite foi o outro único item que teve um perfil
semelhante (FRIEDMAN et al., 2002). Embora essas duas atividades sejam realmente as que
causam as maiores dificuldades por parte dos pacientes, a direção noturna teve sua possível
explicação para tamanha dificuldade, e a leitura para perto pode estar relacionada com a própria
idade do paciente, que em virtude da própria biologia do envelhecimento celular, que resulta em
presbiopia, pode influenciar esses pacientes.
60
De uma maneira geral, a média de escore do VF-14 dos pacientes submetidos à FACO no
pré-operatório foi de 47 pontos e no pós-operatório de 94.1 pontos, objetivando uma melhora de
47,1 pontos. Na ECCP, a média de escore do VF-14 no pré-operatório foi de 38 pontos e no pós-
operatório de 89.4 pontos, mostrando uma melhora de 51,4 pontos. Esses resultados obtidos
assemelham-se a outros estudos, como o realizado por McKee e cols. (2005), no qual a média do
escore do VF-14 no pré-operatório foi de 82.6 e no pós-operatório foi de 94.8. O autor cita outros
estudos, como o estudo usando a AmericanAcademy of
OphthalmologyNationalEyecareOutcomes Network (NEON) (LUM F et al., 2000), que observou
2.603 pacientes, sobre os quais todas as informações estavam disponíveis, e o escore médio
melhorou de 71.6 para 93.1. No estudo Cataract PORT (FRIEDMAN et al.,2002), também feito
nos Estados Unidos com 717 pacientes, a melhora de escore observada foi de 75.5 para 93.2.
Norregaard e cols. (1998) avaliaram 157 pacientes submetidos à cirurgia de catarata, e foi
reportada uma melhora de escore de 64 para 85.7 (média), enquanto que um estudo feito com 460
pacientes em Singapura (SAW et al., 2002), encontrou uma melhora média dos escores de 80.1
para 93.5.
Observados outros resultados pelo mundo, percebe-se que os resultados apresentados
nesse estudo, assemelham-se em grande parte aos resultados do pós-operatório, o que leva a
diversas análises da situação, na qual os pacientes que utilizam o serviço na cidade de Belém
estão incluídos: (1) São pacientes que chegam ao serviço com uma dificuldade muito grande na
sua função visual, ou seja, a impossibilidade que esses pacientes encontram em situações
corriqueiras é tão evidente que eles acabam optando por fazer a cirurgia. (2) Nos países
desenvolvidos observam-se pacientes com médias do pré-operatório acima de 70 pontos
realizando a cirurgia, de maneira que a melhora obtida por esses pacientes não é tão evidente
quanto é para os pacientes do presente estudo, o que influencia diretamente na satisfação do
paciente com o resultado da cirurgia.
Em relação à satisfão e a qualidade de vida, o presente estudo se utilizou de testes
estasticos (t de Student e ANOVA), que demonstraram a melhora da qualidade de vida dos
pacientes com grande signifincia (p < 0.0001) e grande satisfação com os resultados, também com
significância elevada (p < 0.0001). Esses resultados o de grande imporncia para o serviço que
oferece a cirurgia, uma vez que mesmo que o se tenha obtido acuidade visual de 0.0 (20/20) para
61
todos os pacientes, a satisfão e a qualidade de vida que esses pacientes passaram a ter no pós-
operatório só fortalece a importância da cirurgia como melhor terautica da catarata.
Nesta difícil questão da satisfação, Mozaffarieh e cols. (2004) comentam que a satisfação
do paciente com a cirurgia parece depender não apenas do sucesso objetivo da cirurgia, mas
também da interpretação subjetiva do paciente sobre o resultado da cirurgia. Resultados
desejados da cirurgia incluem acuidades visuais melhores, melhora de função visual e também
satisfação do paciente com o resultado final da cirurgia. Ressalta, ainda, que a expectativa que o
paciente cria em relação ao resultado da cirurgia reforça a importância do pré-operatório e
enfatiza a necessidade significativa da atitude do médico em relação ao paciente e o grau de
comunicação entre eles. É essencial que os pacientes estejam completamente informados e que
suas expectativas sejam genuinamente realistas quanto ao resultado da cirurgia.
62
8 CONCLUSÃO
As acuidades visuais obtidas no pré e s-operatório mostraram resultados condizentes com
boa melhora, pois 22 (37%) dos 60 pacientes apresentaram acuidade de 0.0 (20/20), enquanto outro
grupo de pacientes manteve acuidade visual baixa no s-operatório, correspondendo a 21,7% (13
pacientes) que ficaram abaixo de 0.7 (20/100). Embora alguns pacientes não tenham obtido acuidades
acima de 0.7 (20/100).
Em relação às atividades diárias, percebeu-se que ler jornal, realizar trabalhos manuais, dirigir
à noite e a leitura de textos com letras pequenas, foram as atividades mais dificultadas pela presença
da catarata. Além disso, atividades como jogar (cartas, dominó, entre outros), praticar esportes e
dirigir, tiveram pouca participação na análise de satisfação e qualidade de vida dos pacientes, pois
75% dos pacientes não jogam, 68% o praticam esportes e 87% o dirigem automóveis. Todavia,
no pós-operatório observou-se uma melhora considerável de todas as atividades, melhora que se
manteve em torno dos 40 pontos em cada atividade individualmente.
A melhora na qualidade de vida observada foi significativa (p < 0.0001) e esteve
intimamente ligada à satisfação dos pacientes com o resultado da cirurgia no que diz respeito ao
VF-14, fato que também foi significativo (p < 0.0001). Porém, a satisfação e a qualidade de vida
são fatores individuais, ou seja, dependem de cada situação, principalmente quando se utiliza
uma amostra de pacientes que possuem diferentes opiniões sobre cada situação e,
conseqüentemente, suas respostas sobre a melhora em cada atividade são subjetivas e dependem
unicamente da percepção individual de cada paciente.
63
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69
ANEXO
70
ANEXO A - Questionário VF-14
1. Você tem dificuldade de ler jornal ou livros.
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
2. Você tem dificuldade de reconhecer as pessoas (de perto).
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
3. Você tem dificuldade de ver degraus.
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
4. Você tem dificuldade de ler sinais de transito ou placas na rua.
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
5. Você tem dificuldade de realizar trabalhos manuais.
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
71
6. Você tem dificuldade de escrever (cheques, recados).
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
7. Você tem dificuldade de jogar (cartas, dominó).
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
8. Você tem dificuldade de praticar esportes.
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
9. Você tem dificuldade de cozinhar
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
10. Você tem dificuldade de assistir televisão
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
72
11. Você tem dificuldade de dirigir durante o dia
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
12. Você tem dificuldade de dirigir à noite
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
13. Você tem dificuldade de ler letras miúdas.
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
14. Você tem dificuldade de ler letras grandes.
A) Impossível realizar
B) Dificuldade intensa
C) Dificuldade moderada
D) Dificuldade mínima
E) Sem dificuldade
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