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Marcel Ferrante Silva
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE INTERFACES
HIPERTEXTUAIS DE SOFTWARES PARA A
REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
Belo Horizonte
ECI - UFMG
2007
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Marcel Ferrante Silva
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE INTERFACES
HIPERTEXTUAIS DE SOFTWARES PARA A
REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
da Escola de Ciências da Informação da Uni-
versidade Federal de Minas Gerais (ECI-
UFMG), como requisito parcial à obtenção do
título de Mestre em Ciência da Informação.
Linha de pesquisa: Organização e Uso da
Informação
Orientadora: Profª. Dra. Gercina Ângela
Borém de Oliveira Lima
Belo Horizonte
ECI - UFMG
2007
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RESUMO
Estudo de caráter interdisciplinar que analisa interfaces hipertextuais desenvolvidas
em outros campos como o da Ciência da Computação à luz das teorias da Ciência da Informa-
ção. Objetiva analisar a capacidade de representação do conhecimento e navegação de interfa-
ces hipertextuais de softwares para a construção de diagramas hierárquicos, mapas conceituais
e mapas hiperbólicos. Os parâmetros propostos para a realização da análise da capacidade de
representação conceitual foram feitos com base em teorias e metodologias da área de Ciência
da Informação: a teoria da classificação facetada; a teoria do conceito; a norma ISO 2788 para
a elaboração de tesauros monolíngües; e a norma ISO 704 para a prática terminológica. Quan-
to à capacidade de navegação, foram avaliados principalmente os recursos disponíveis para
facilitar a navegação em sistemas de conceitos. Este trabalho compara os seguintes tipos de
interfaces hipertextuais: diagramas hierárquicos, mapas conceituais e mapas hiperbólicos,
evidenciando as vantagens e desvantagens dessas interfaces em cada uma das aplicações
mencionadas. O estudo pode servir de ponto de partida para os arquitetos de sistemas de in-
formação na escolha de uma interface mais adequada para seus projetos ou para os próprios
designers dessas interfaces, no desenvolvimento de novas interfaces híbridas. Os princípios
levantados neste trabalho possivelmente poderão ser aplicados na análise de outras interfaces
hipertextuais.
Palavras-chave:
Hipertexto. Diagramas Hierárquicos. Mapas Conceituais. Mapas Hiperbó-
licos. Representação do Conhecimento. Navegação. Interfaces Hipertextuais.
ABSTRACT
Interdisciplinary study aiming at analyzing hypertextual interfaces developed in others
fields like Computer Science viewed through the theories of Information Science. It analyses
the potential of knowledge representation and browsing of software hypertextual interfaces to
construct hierarchy diagrams, conceptual maps and hyperbolic maps. The proposed
parameters to analyze the conceptual representation capacity are inspired in theories and
methodologies of Science Information field: the Faceted Classification Theory; the Concept
Theory; the standard ISO 2788 for monolingual thesaurus; and the standard ISO 704 for the
terminology practice. As far as the browsing capacity, available resources were evaluated in
order to facilitate the navigation in concept systems. This study also compares these types of
hypertextual interfaces: hierarchical diagrams, conceptual maps and hyperbolic maps,
highlighting the advantages and disadvantages in the each mentioned application. The study
may serve as a starting point for system information architects in the choice of better
interfaces to be used in their projects or by the designers of these interfaces in the
development of new hybrid interfaces. The proposed principles could possibly be used to
analyze others hypertextual interfaces.
Keywords:
Hypertext. Hierarchy Diagrams. Conceptual Maps. Hyperbolic Maps.
Knowledge Representation. Browsing. Hypertextual Interfaces.
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, professora Gercina Lima, que foi muito atenciosa e paciente em
me conduzir pela área de ciência da informação e biblioteconomia e que me fez obter resulta-
dos excelentes em minha pesquisa.
Aos meus pais, Ivana Ferrante e José Mario da Silva, que sempre contribuíram e me
apoiaram na realização de meus estudos e na obtenção de mais esta conquista.
À minha companheira, Cláudia Barrada, que foi sempre compreensiva pelos momen-
tos subtraídos de nossa convivência, consumidos pela realização deste trabalho.
Aos meus amigos que também me incentivaram nesta carreira de pesquisador que pre-
tendo seguir.
E a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste tra-
balho.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 - Triângulo do conceito ................................................................................................. 21
FIGURA 2 - Exemplo do triângulo do conceito .............................................................................. 21
FIGURA 3 - Lista enumerada.......................................................................................................... 24
FIGURA 4 - Diagrama em árvore.................................................................................................... 25
FIGURA 5 - Diagrama em série ...................................................................................................... 25
FIGURA 6 - Sistema de conceitos de relações associativas ............................................................ 26
FIGURA 7 - Sistema poli-hierárquico de conceitos ........................................................................ 26
FIGURA 8 - Diagramas hierárquicos: a) Diagrama Outline b) Diagrama em árvore.................... 30
FIGURA 9 - Diagrama de Venn ...................................................................................................... 31
FIGURA 10 - Mapa em árvore ........................................................................................................ 32
FIGURA 11 - Mapa em árvore com cores....................................................................................... 32
FIGURA 12 - Mapa em árvore em relevo. ...................................................................................... 33
FIGURA 13 - Mapa conceitual........................................................................................................ 34
FIGURA 14 - Mapa hiperbólico ...................................................................................................... 36
FIGURA 15 - Visualização de um tesauro por um mapa conceitual ............................................... 39
FIGURA 16 - Navegação pelo Visual Thesaurus............................................................................ 40
FIGURA 17 - Navegação pelo “Visual Thesaurus” 2...................................................................... 41
FIGURA 19 - Diagrama hierárquico outline ................................................................................... 60
FIGURA 20 - Diagrama hierárquico outline modificado ................................................................ 65
FIGURA 21 - Mapa Conceitual....................................................................................................... 69
FIGURA 22 - Mapa Conceitual com poli-hierarquia....................................................................... 70
FIGURA 23 - Mapa Hiperbólico - Parte 1 do sistema de conceitos................................................ 73
FIGURA 24 - Mapa Hiperbólico - Parte 2 do sistema de conceitos................................................ 74
QUADRO 1 - Comparativo entre as teorias e metodologias para a representação.......................... 29
QUADRO 2 - Comparação entre tesauro, mapa conceitual e mapa de tópicos............................... 38
QUADRO 3 - Comparativo das características dos tesauros pesquisados....................................... 50
QUADRO 4 - Sistema de conceitos formado a partir do descritor documentação.......................... 55
QUADRO 5 - Critério para avaliação de parâmetros de representação conceitual ......................... 56
QUADRO 6 - Notas dos parâmetros de representação conceitual observados................................ 57
QUADRO 7 - Valores dos parâmetros de navegação observados................................................... 58
QUADRO 8 - Notas dos parâmetros de representação conceitual observados................................ 61
QUADRO 9 - Valores dos parâmetros de navegação observados................................................... 63
QUADRO 10 - Notas dos parâmetros de representação conceitual observados.............................. 66
QUADRO 11 - Valores dos parâmetros de navegação observados................................................. 67
QUADRO 12 - Notas dos parâmetros de representação conceitual observados.............................. 71
QUADRO 13 - Valores dos parâmetros de navegação observados................................................. 72
QUADRO 14 - Notas dos parâmetros de representação conceitual observados.............................. 75
QUADRO 15 - Valores dos parâmetros de navegação observados................................................. 76
QUADRO 16 - Comparativo das interfaces hipertextuais estudadas............................................... 78
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 11
1.1 Objetivos .................................................................................................. 15
1.1.1 Objetivo geral...........................................................................................15
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................. 16
2.1 Teorias para a representação do conhecimento.......................................... 16
2.1.1 Teoria da classificação facetada ................................................................17
2.1.2 Teoria do conceito ....................................................................................20
2.2 Metodologias para a representação do conhecimento ................................ 22
2.2.1 ISO 704 – Terminologia ...........................................................................23
2.2.2 ISO 2788 - Tesauro...................................................................................26
2.3 Quadro comparativo ................................................................................. 28
2.4 Interfaces hipertextuais ............................................................................. 29
2.4.1 Diagramas hierárquicos............................................................................. 30
2.4.2 Mapas conceituais..................................................................................... 33
2.4.3 Mapas hiperbólicos................................................................................... 35
2.5 Estudos preliminares................................................................................. 36
3 METODOLOGIA....................................................................................... 43
3.1 Objeto de estudo....................................................................................... 44
3.2 Instrumento de análise .............................................................................. 46
3.2.1 Parâmetros para a representação conceitual............................................... 46
3.2.2 Parâmetros para navegação ....................................................................... 47
3.3 Coleta dos dados....................................................................................... 48
3.3.1 Extração do sistema de conceitos .............................................................. 49
3.3.2 Definição da pontuação............................................................................. 56
4 ANÁLISE DOS DADOS............................................................................. 59
4.1 Diagrama hierárquico................................................................................ 59
4.1.1 Diagrama hierárquico outline original....................................................... 60
4.1.1.1 Análise da Representação Conceitual..................................................... 60
4.1.1.2 Análise da navegação ............................................................................ 62
4.1.2 Diagrama hierárquico modificado............................................................. 64
4.1.2.1 Análise da Representação Conceitual..................................................... 65
4.1.2.2 Análise da navegação ............................................................................ 67
4.2 Mapas conceituais..................................................................................... 68
4.2.1 Análise da representação conceitual.......................................................... 70
4.2.2 Análise da navegação................................................................................ 72
4.3 Mapas hiperbólicos................................................................................... 73
4.3.1 Análise da representação conceitual.......................................................... 74
4.3.2 Análise da navegação................................................................................ 76
4.4 Comparativo das interfaces....................................................................... 77
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 80
REFERÊNCIAS............................................................................................. 82
ANEXOS......................................................................................................... 88
11
1 - INTRODUÇÃO
Hoje, a quantidade de informação cresce em velocidade exponencial:
Com o desenvolvimento da tecnologia de informação, pesquisadores da U-
niversidade de Berkeley estimam que todo ano é gerado em torno de um e-
xabyte (um milhão de terabytes) de informação. Grande parte dessa infor-
mação é gerada ou está disponível em meio digital. Mais informação foi
gerada nos últimos três anos que em toda a história passada da humanidade.
(KEIM, 2002, p.1)
Por outro lado, armazenar e disponibilizar o acesso à informação não é mais um
problema. Em trinta anos, os meios de transmissão e armazenamento de informação aumenta-
ram sua capacidade enormemente, passando de milhares para bilhões de bytes (LECOADIC,
1996).
Entretanto, conseguir a informação necessária de um modo rápido, eficiente e preciso
é um problema que se agrava. Dentro da área de recuperação da informação, existem duas
técnicas que se destacam para auxiliar este problema: a busca por palavras-chave e a navega-
ção. A técnica de busca por palavra-chave, apesar de ser considerada uma das principais, a-
presenta algumas deficiências. As palavras utilizadas pelo usuário na consulta podem ser dife-
rentes das palavras utilizadas nos documentos. Ou seja, segundo Wives (2000), a linguagem
natural permite que as pessoas descrevam o mesmo objeto de modos diferentes. Além disso, o
usuário pode não ter o domínio da área de conhecimento em questão, usando palavras que não
são os termos técnicos utilizados para representar aquilo que ele quer encontrar.
Um problema apresentado por Hearst (1999) é que o usuário pode nem saber como
descrever sua necessidade de informação. Ou seja, quando o usuário não tem conhecimento
algum sobre aquilo que deseja saber, como irá realizar a consulta com as palavras que repre-
sentam aquilo que ele procura saber? Outro problema é que, neste processo, o usuário na ver-
dade não recupera as informações que lhe são necessárias e sim documentos que podem con-
ter estas informações. De qualquer forma, ele terá o trabalho de ler ou vasculhar dentro destes
documentos a fim de encontrar as informações que lhe são importantes.
A organização do conhecimento, apresenta técnicas que devem ser realizadas previa-
mente à busca da informação em um sistema de recuperação de informação (SRI). A organi-
zação do conhecimento disponibiliza técnicas para elaboração de repositórios de informação
estruturados. Como o próprio significado de organização sugere, as técnicas desta área forne-
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cem subsídios para evitar a criação de sistemas de conceitos confusos, onde os usuários gas-
tam muito tempo navegando sem entender ou encontrar o que eles precisam (BOLACHA,
1993). Deste modo, a organização do conhecimento pode tornar a navegação uma alternativa
eficiente à busca por palavra-chave desde que seja preparada antes pelos seus princípios. A
navegação é considerada por Godin (1998) como um dos principais métodos para encontrar
documentos em um computador. O usuário navega de um conceito para outro, ou para um
subconceito através de uma estrutura hipertextual. Para cada conceito pode-se ter uma lista de
documentos relacionados. A navegação é um todo mais adequado para aquele usuário que
não sabe precisamente o que quer ou como conseguir a informação desejada. A partir de con-
ceitos mais genéricos, o usuário pode encontrar conceitos mais específicos que correspondam
ao que ele estava procurando. É uma exploração numa estrutura que pode ter várias topologi-
as, como a de uma árvore ou de um grafo. Uma representação visual pode comunicar alguns
tipos de informação de modo muito mais rápido e efetivo do que qualquer outro método
(HEARST, 1999). Para Feng e Hoppenbrouwers (2001), a navegação permite o usuário nave-
gar entre termos correlatos, descobrindo algo novo ou interessante, revelando termos que o
usuário pode ter interesse em saber, mas por o conhecer a área, não tinha o conhecimento
da sua existência.
Entretanto, para ter uma navegação eficiente é necessária uma interface amigável, uma
superfície de contato com a informação fazendo a intermediação entre o usuário e o sistema
de conceitos que está sendo explorado. Segundo Dias (1999), a interface amigável foi um dos
motivos que contribuiu para a explosão da Internet. A interface, um recurso computacional e
de mídia, viabiliza para o usuário a possibilidade de representar aquilo que existe, no primeiro
momento, apenas em sua mente. Muitas vezes, as relações entre esses s, unidades de infor-
mação são complexas, intricadas e não-lineares. Portanto, a interface é um meio para a visua-
lização e a representação dessas redes. A interface, a posteriori, auxilia o usuário a navegar
em um sistema de conceitos conforme regras de organização do conhecimento previamente
estabelecidas. Permite o usuário seguir as ligações entres estes conceitos, descobrindo novos
conceitos e possibilitando o acesso a conteúdos relacionados com estes conceitos. Além disso,
segundo Lima (2004), a navegação é um modo amigável de interação, onde o usuário é parte
ativa do processo, sendo que ele realiza uma tomada de decisão a cada caminho escolhido.
Com o desenvolvimento da tecnologia da informação nessas últimas décadas, tem sur-
gido, cada vez mais, novas interfaces para a navegação em repositórios de informação. Se-
gundo Lévy (1993), a interface hipertextual pode ser considerada uma “tecnologia da inteli-
gência” que permite a disposição do conhecimento em um formato mais próximo daquele que
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temos em nossa mente, o que pode causar efeitos tanto no ato de escrita quanto no ato de lei-
tura. Estes novos tipos de interface para a navegação pela informação também realizam a re-
presentação do conhecimento. O sistema de conceitos, com suas relações e elementos repre-
sentados de forma gráfica, ajuda a apreensão e compreensão pelo usuário da informação da-
quele sistema de conceitos que está sendo navegado. Ou seja, a forma com que o conhecimen-
to é representado nestas interfaces é um dos fatores determinantes na aprendizagem do mes-
mo. Estruturas como as hierarquias ou redes tendem a facilitar o processo de absorção do co-
nhecimento (HORTON, 1990 apud CARVALHO, 2000).
Estas interfaces têm novos recursos gráficos e de navegação capazes de lidar com este
volume crescente de informação cada vez mais complexo e emaranhado. Dessa forma, surgiu
um problema ainda não esgotado na literatura: como essas interfaces realizam a representação
e a recuperação da informação? Ao desenvolver um sistema de informação, pergunta-se: qual
dessas interfaces seria mais adequada? Quais critérios devem ser levados em consideração na
escolha de uma ou de outra interface na implementação de um sistema de informação? Quais
as vantagens e desvantagens de cada interface para a representação do conhecimento? E para
a recuperação da informação? Uma interface com uma maior capacidade de representação do
conhecimento facilita ou compromete a recuperação da informação?
Este trabalho tomou como objeto de estudo interfaces hipertextuais voltadas para a re-
presentação e recuperação da informação, analisando-as. Existem várias interfaces para esse
fim, tais como os diagramas E-R, diagramas UML, fluxogramas, mapas mentais etc., mas,
aqui, optamos por analisar as interfaces diagramas hierárquicos, mapas conceituais e mapas
hiperbólicos por motivos específicos a cada um deles. Os diagramas hierárquicos por serem
uma das formas mais tradicionais de organização, os mapas conceituais por surgiram no am-
biente do ensino e por se destacarem pela capacidade de representar conceitos e suas relações,
e os mapas hiperbólicos, por terem uma interface inovadora, dinâmica e intuitiva desenvolvi-
da para trabalhar com grandes sistemas de conceitos.
A presente pesquisa se propôs a analisar aspectos envolvidos na utilização destas inter-
faces, como a capacidade de representar as relações entre os conceitos através dos seus recur-
sos gráficos. Além disso, também foram observados os aspectos de navegação utilizados nes-
sas interfaces. Este estudo ser útil para os arquitetos de sistemas de informação que precisam
promover a gestão e organização de grandes sistemas de conceitos, tais como tesauros e bibli-
otecas digitais, pois, assim, eles podem vislumbrar mais precisamente as vantagens e desvan-
tagens de se utilizar uma determinada interface em uma dada aplicação. Pode ser útil para os
próprios designers dessas interfaces, no desenvolvimento de novas interfaces híbridas. Os
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usuários dos sistemas de informação também poderão ser beneficiados, pois se um sistema de
informação tiver uma interface mais adequada, ficarão facilitadas as tarefas de organização do
conhecimento. Estes aspectos influenciam, ainda, diretamente a recuperação da informação,
mais especificamente na capacidade e velocidade de se lidar com um grande volume de in-
formação.
Uma característica relevante deste estudo está em seu caráter inovador e interdiscipli-
nar. Muitos estudos sobre estas interfaces podem ser situados no contexto do desenvolvimen-
to de sistemas de informação, situados na área da Ciência da Computação que dificilmente as
analisa à luz das teorias da Ciência da Informação. Dessa forma, este estudo interdisciplinar
pode trazer benefícios às duas áreas. Outro fator relevante na elaboração do presente estudo é
que ele apresenta as vantagens das novas formas de interface hipertextual frente às tradicio-
nais. Além disso, a pesquisa pode estimular o desenvolvimento de novas interfaces hipertex-
tuais que combinem as vantagens específicas de cada interface.
Este trabalho está dividido em cinco partes, conforme segue:
Na parte 1 está exposta a introdução com a contextualização, a justificativa, o proble-
ma, e os objetivos da pesquisa; na parte 2, está apresentado o referencial teórico, a partir de
algumas teorias utilizadas na representação do conhecimento, bem como uma descrição das
interfaces de navegação avaliadas aqui; na parte 3, descreve-se detalhadamente a metodologia
utilizada na avaliação de recursos de cada interface com o levantamento dos parâmetros de
comparação entre elas; na parte 4, a partir dos critérios de análise levantados, se apresentam
os aplicativos realizados para testar cada interface, bem como a análise dos resultados desta
avaliação; na parte 5, são feitas considerações finais, bem como sugestões para trabalhos futu-
ros. Este trabalho apresenta, ainda, anexos que complementam com informações necessárias
ao entendimento do domínio representado nas interfaces analisadas.
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1.1 - Objetivos
1.1.1 - Objetivo geral
Analisar e comparar as interfaces hipertextuais de softwares para a construção de dia-
gramas hierárquicos, mapas conceituais e mapas hiperbólicos quanto a suas características e
recursos que permitem a representação do conhecimento através de um sistema de conceitos.
1.1.2 - Objetivos específicos
Estabelecer princípios que possam ser usados na análise de outras interfaces
hipertextuais;
Avaliar os recursos e facilidades disponíveis em cada uma dessas interfaces pa-
ra a navegação hipertextual;
Avaliar os recursos das interfaces para a navegação em grandes redes de con-
ceitos.
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2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica deste trabalho apresenta quatro objetivos distintos. O primei-
ro é a apresentação de teorias tradicionais da área da Ciência da Informação para a realização
da representação do conhecimento (CAMPOS, 2001): a teoria da classificação facetada e a
teoria do conceito. O segundo objetivo é apresentar metodologias para a representação do
conhecimento, que são a norma ISO 704 Terminology work - Principles and Methods que
aborda a terminologia, seus princípios e diretrizes para sua realização; e a norma ISO 2788 - ,
que define uma metodologia para a elaboração de tesauros. O terceiro objetivo é fazer uma
descrição das interfaces hipertextuais de navegação que serão avaliadas: os diagramas hierár-
quicos, os mapas conceituais e os mapas hiperbólicos. O quarto objetivo é fazer uma revisão
de literatura apresentando alguns estudos similares a este trabalho.
2.1 - Teorias para a representação do conhecimento
Segundo Alvarenga (2003, p.4) a representação do conhecimento é:
(...) um processo cognitivo. Destaca-se como uma instância do processo
cognitivo humano aquela que culmina com a representação primária do co-
nhecimento, situando-se no âmbito do registro do pensamento em um su-
porte documental, incluindo as etapas de percepção, identificação, interpre-
tação, reflexão e codificação, etapas que são envolvidas no ato de se conhe-
cer um novo ser ou coisa, ou aprofundar-se no conhecimento de um ser ou
uma coisa já conhecida, utilizando-se dos sentidos, da emoção, da razão e
da linguagem.
Segundo Davis (1993), a representação do conhecimento é um conceito que pode ser
mais bem entendido através dos papéis que ele desempenha. A representação do conhecimen-
to desempenha cinco papéis principais, que, resumidamente, são:
1. É um mecanismo usado para se raciocinar sobre o mundo ao invés de agir
diretamente sobre ele. Atua como um substituto para aquilo que representa;
2. É um conjunto de compromissos ontológicos, sendo uma aproximação
imperfeita da realidade. O compromisso existe na seleção, na representação,
enfocando uma parte do mundo em detrimento da outra;
17
3. Tem caráter cognitivo, em que a representação é motivada pelo entendi-
mento de como as pessoas formam a percepção do mundo a sua volta;
4. É um meio de programação pragmaticamente eficiente. Representa as coi-
sas para que elas sejam computáveis;
5. É um meio de expressão, uma linguagem, pela qual se podem comunicar
as coisas do mundo. (DAVIS, 1993, p.1, tradução nossa).
A representação do conhecimento tem dois níveis: o primário e o secundário (ALVA-
RENGA, 2003). O primeiro nível é de natureza ontológica, materializando o conhecimento
sobre as coisas (a ontologia é ciência que trata da natureza do ser), ou seja, é a representação
das coisas e seres existentes. O segundo nível é de natureza epistemológica (ciência que estu-
da o conhecimento), a representação do acervo, por exemplo, onde é realizada uma represen-
tação dos documentos sobre as coisas e seres, constituindo assim uma representação da repre-
sentação.
A representação do conhecimento pode ser realizada através representação dos concei-
tos e suas relações dentro de cada área do conhecimento. Para desempenhar este objetivo es-
pecífico de representar os conceitos e suas relações, existem, na área de Ciência da Informa-
ção, várias teorias, mas vamos destacar a teoria da classificação facetada criada para reali-
zar a organização de acervos em bibliotecas fornece uma base para estruturação dos con-
ceitos; e a teoria do conceito, que permite a sistematização dos conceitos com diretrizes para a
elaboração dos conceitos (CAMPOS, 2001).
2.1.1 - Teoria da classificação facetada
Segundo Campos (2001 b), a teoria da classificação facetada, criada por Shiyali Ra-
mamrita Ranganathan, teve seu inicio em 1933 com o lançamento do sistema de classificação
de dois pontos (Colon Classification), criado para ser utilizado na Biblioteca da Universidade
de Madras na Índia, foi elaborado para realizar a organização de acervos em bibliotecas, e se
destacou como uma alternativa frente as técnicas de organização tradicionais, tais como a
Classificação Decimal de Dewey (CDD) — desenvolvido por Melvil Dewey (1851–1931) em
1876 e a Classificação Decimal Universal (CDU), criada pelos bibliotecários belgas Paul
Otlet e Henri la Fontaine em 1905, e que foi baseada na CDD. O sistema de classificação de
dois Pontos (Colon Classification) é considerado o primeiro esquema facetado e sua caracte-
18
rística principal está na forma da análise de assuntos na categorização, cujo esquema está ba-
seado na estrutura do conhecimento. Segundo Schreiner (1976, p.7): Este sistema de classifi-
cação é:
(...) baseado no princípio analítico-sintético, em oposição ao princípio hie-
rárquico-enumerativo, analisando o assunto em seus elementos constituintes
fundamentais, formais e materiais, que são os únicos representados nas tabe-
las, e prevendo a síntese destes elementos, através de símbolos de conexão e
relação apropriados, de acordo com o conteúdo dos documentos a serem
classificados.
Nas contribuições de Ranganathan, o livro Prolegomena to Library Classification pu-
blicado em 1937 e o livro Elements of Library Classification em 1945, a teoria de classifica-
ção facetada se tornou mais consistente. Assim, para um entendimento inicial da teoria da
classificação facetada, apresentamos os conceitos definidos por esta teoria que foram sinteti-
zados por Lima (2004, p.81):
Classe (...) é um conjunto de coisas ou idéias que possuem vários atributos,
predicados ou qualidades comuns;
Categorias (...) são as maiores classes de fenômenos, as classes mais gerais
que podem ser formadas e que podem ser empregadas para reunir outros
conceitos;
Característica é a qualidade ou atributo escolhido para servir de base à clas-
sificação, sendo que, a partir dela, geralmente, formam-se renques e cadeias;
Cadeias são séries de classes, geradas por subdivisões sucessivas, que se
movem de forma descendente, de um assunto geral para um assunto especí-
fico, formando as relações hierárquicas dos assuntos. Como exemplo cita-
mos a aeronave e o avião;
Renques são classes formadas a partir de uma única característica de divi-
são, e que formam uma divisão em fileira de assuntos correlatos. Como e-
xemplo, citamos o avião e o ultraleve;
Termos são as representações verbais dos conceitos em uma linguagem na-
tural;
Conceito é qualquer unidade de pensamento de qualquer nível de complexi-
dade.
A teoria de classificação de Ranganathan introduziu o conceito de faceta, que é um
dos seus principais diferenciais. A faceta é "um termo genérico usado para denotar algum
componente - pode ser um assunto básico ou um isolado - de um assunto composto, tendo,
ainda, a função de formar renques, termos e números.” (RANGANATHAN, 1967, p. 88 apud
19
CAMPOS, 2001). A faceta também pode ser entendida como “a totalidade das subdivisões
resultantes da aplicação de uma única característica” (PIEDADE, 1977, p. 22).
A teoria de classificação facetada permite para o mesmo objeto múltiplas classifica-
ções que podem ser ordenadas de várias maneiras. Nos sistemas tradicionais de classificação,
hierárquicos e monolíticos, apenas uma categoria podia ser utilizada por vez como caracterís-
tica de classificação. No sistema proposto por Ranganathan, as categorias que podem ser
combinadas no ato da classificação. Abaixo segue um exemplo.
Assim, se for tomado como exemplo um conjunto de cadeiras, pode-se pen-
sar em agrupá-las de diferentes formas. Usando a categoria quantidade, seri-
am separadas as grandes das médias e das pequenas. Usando a categoria qua-
lidade, pensada aqui como a cor, separar-se-iam as brancas das azuis e ver-
des. Ou, ainda, usando a categoria sofrimento de ação, separar-se-iam as
produzidas manualmente das produzidas industrialmente. Num sistema hie-
rárquico, contudo, não podem ser utilizados esses três princípios ao mesmo
tempo, mas apenas um. Se for escolhida a categoria quantidade, então se te-
rá, para o gênero cadeira, espécies grandes, médias e pequenas. Em cada es-
pécie haverá cadeiras de diferentes cores. Se for a intenção, agora, separar
por cores, terá de ser aplicado um novo princípio de classificação dentro das
espécies já formadas, que agora se convertem em gêneros. Haverá, assim,
cadeiras pequenas brancas, pequenas azuis e pequenas verdes; médias bran-
cas, médias azuis e médias verdes; grandes brancas, grandes azuis e grandes
verdes. Ou seja, a categoria qualidade, definida neste exemplo como relativa
à cor, fica aqui dispersa em relação ao gênero geral “cadeira”. Caso se queira
ter todas as brancas juntas e separadas das verdes e das azuis, deve-se aban-
donar o primeiro princípio classificatório e substituí-lo por outro. Não se po-
de, dessa forma, dividir as cadeiras entre as brancas, as azuis e as pequenas.
Aqui um erro lógico de classificação, a aplicação de diferentes critérios
classificatórios, gerando conceitos de natureza diferente que convivem na
mesma operação classificatória. A categoria “pequena” não compartilha com
as demais a característica que define a classe (ARAÚJO, 2006, p.126).
As categorias fundamentais universais propostas pela teoria da classificação facetada
são: (a) Tempo, (b) Espaço, (c) Energia, (d) Matéria e (e) Personalidade (PMEST), segun-
do as quais os renques e cadeias irão se formar para qualquer área do conhecimento. Segundo
Campos (2001, p.59):
A categoria Tempo é definida com seu significado usual, exemplificando-a
com algumas idéias isoladas de tempo comum, a saber: milênios, séculos,
décadas, anos e assim por diante. Ele prevê manifestações de isolados de
tempo de outro tipo, tais como: dia e noite, estações do ano, tempo com qua-
lidade meteorológica.
A categoria Espaço é também definida com seu significado usual, apresen-
tando como suas manifestações a superficie da Terra, seu espaço interior e
exterior, como por exemplo, continentes, países, estados, idéias isoladas fisi-
ográfias etc.
20
A categoria Energia é de entedimento um pouco mais difícil. Ela pode ser
entendida como uma ação de uma espécie ou outra, ocorrendo entre toda es-
pécie de entidades inanimadas, animadas, conceituais e até intuitivas, como,
por exemplo, através das seguintes facetas: problema, método, processo, o-
peração, técnica.
A categoria Matéria pode ser encarada como a manifestação de materiais
em geral, como sua propriedade, e também como o constituinte material de
todas as espécies.
A categoria Personalidade é considerada por Ranganathan como indefiní-
vel. Explica que, se uma certa manifestação for facilmente determinada co-
mo não sendo espaço, energia ou matéria, ela é vista como uma manifesta-
ção da categoria fundamental Personalidade. Considera que este tipo de i-
dentificação da categoria Personalidade é o que denomina de método de re-
síduos.
2.1.2 - Teoria do conceito
A teoria do conceito foi criada por Dalhberg em 1978 para fins de representação e re-
cuperação da informação. Fornece subsídios para a elaboração de tesauro, com o estabeleci-
mento das relações entre os conceitos.
A seguir, descreve-se a definição do que é conceito e suas relações apresentados pela
teoria do conceito. O conceito é visto como a compilação de características sempre verdadei-
ras sobre determinado objeto fixado por um símbolo lingüístico. O símbolo de representação
pode ser verbal formado por palavras, ou não-verbal formado de sinais ou conjunto de
sinais cujo significado possa ser transmitido e entendido. O conceito é definido também como
uma unidade do conhecimento, ou seja, é um entendimento sobre algo que pode ser observá-
vel (CAMPOS, 2001, p.93).
Segundo a própria Dalhberg, o conceito pode ser visto como:
(...) uma tríade formada por (A) um referente (qualquer objeto material ou
imaterial, atividade, propriedade, dimensão, tópico, fato, etc.), (B) as carac-
terísticas, predicações verdadeiras e essenciais sobre um referente que esta-
belecem as características sobre o referente e (C) a forma verbal, externa e
comunicável do referente e suas características (DALHBERG, 1978, p.2).
Estes elementos que formam o conceito e suas relações o expressos no triângulo do
conceito reproduzido na Fig. 1 a seguir.
21
FIGURA 1 - Triângulo do conceito
Fonte: DAHLBERG, 1978, p.2.
Como exemplo do triângulo do conceito, podemos usar o conceito "mapa" (Fig. 2):
FIGURA 2 - Exemplo do triângulo do conceito
Fonte: MICHAELIS, 1998.
É importante ressaltar que o conceito é formado por todos os elementos do triângulo e
não apenas por uma de suas arestas, ou seja, é abrangente. Existe também uma diferenciação
entre conceito geral e conceito individual. Os conceitos gerais o objetos que transcendem o
tempo e espaço e definem tipos de conceitos individuais. Exemplos: mesa, universidade, car-
ro. Os conceitos individuais são aqueles objetos que são pensados como únicos, distintos dos
demais, e são diretamente afetados pelo tempo e espaço. Exemplos: a mesa da minha sala de
jantar, a instituição universitária UFMG, meu carro.
A característica é um atributo dos conceitos. Uma característica, na verdade, pode ser
uma hierarquia de características. Assim, uma característica pode ser decomposta até se che-
gar a uma característica fundamental, que é a categoria. Dessa forma, encontramos a definição
para categoria, que é a característica mais geral que pode ser atribuída a um objeto.
Referente
Características
Forma verbal
Representação plana e reduzida de um
setor da superfície terrestre
Características
Mapa
Lista, catálogo, relação, quadro
sinóptico
22
A relação hierárquica acontece quando temos dois conceitos que têm características
idênticas e um deles possui uma única característica a mais; dizemos então que eles têm uma
relação de nero e espécie. O conceito ‘espécie’ é então subordinado ao conceito ‘gênero’,
superior, mais genérico, enquanto o primeiro é mais especifico. Por exemplo, podemos citar a
relação entre os conceitos veículo e carro, onde o carro é uma especialização do conceito veí-
culo.
A relação partitiva é similar à relação hierárquica, mas possui outra natureza. Na rela-
ção entre ‘todo’ e ‘parte’, o conceito superior é constituído pelos conceitos inferiores. Como
exemplo pode-se citar a árvore (o todo) e a folha, o caule, o tronco, a raiz (partes) (CAMPOS,
2001, p.98).
A relação de equivalência e oposição é aquela empregada nos tradicionais tesauros.
São os sinônimos e antônimos, respectivamente. Um exemplo é a relação entre os conceitos
carro e automóvel.
A relação funcional é aquela relação que representa processos que acontecem entre
outros conceitos. Elas podem acontecer entre conceitos de diferentes categorias (CAMPOS,
2001). Podemos citar como exemplo da relação funcional a relação entre o conceito carro e
rodovia ou aluno e universidade. Há uma relação de processo entre estes conceitos.
Neste capitulo apresentamos teorias para representação do conhecimento que foram a
teoria da classificação facetada e a teoria do conceito. No próximo capítulo apresentamos me-
todologias para a representação do conhecimento, que são a norma ISO 704 - Terminology
work.Principles and Methods - que aborda a terminologia, seus princípios e diretrizes para sua
realização e a norma ISO 2788, que define uma metodologia para a elaboração de tesauros,
com o intuito de fazer um paralelo entre a teoria e a prática da representação do conhecimen-
to.
2.2 - Metodologias para a representação do conhecimento
A seguir serão apresentadas metodologias para a construção de instrumentos para a re-
presentação do conhecimento: a ISO 704, que apresenta diretrizes para a construção de siste-
mas de conceitos, bem como define seus elementos constituintes; e a ISO 2788, que apresenta
os elementos para a construção de tesauros monolíngües.
23
2.2.1 - ISO 704 – Terminologia
O trabalho terminológico e o desenvolvimento de seus princípios metodológicos que
levaram a terminologia ao status de área do conhecimento, tiveram início em meados dos a-
nos 1930, pelo engenheiro austríaco Eugen Wüester, que organizou a Terminologia de Eletro-
técnica, com o objetivo de garantir uma comunicação mais precisa nesse campo da técnica
(CAMPOS, 2001, p.70).
As proposições desenvolvidas por Wuester vieram a constituir o que se convencionou
chamar de Teoria Geral da Terminologia” (TGT) (KRIEGER, 2000). Posteriormente, em
1987, essas proposições sobre a Terminologia foram sintetizadas em uma norma da ISO (In-
ternational Organization for Standardization) que é uma federação mundial para o estabele-
cimento de padrões mundiais. Esta norma, a ISO 704, tem como objetivo estabelecer os prin-
cípios e métodos terminológicos baseados no pensamento corrente e em práticas da termino-
logia (ISO 704, 2000, p.6).
A seguir, expomos os principais tópicos da norma ISO 704 que serão úteis no presente
trabalho. Primeiramente, apresentamos algumas convenções da norma:
a) Conceitos: descrevem ou correspondem a um conjunto de objetos. São expressos na
linguagem por termos ou definições. São organizados em sistemas de conceitos.
b) Características: são combinadas para combinar conceitos. Características podem ser
grupos de propriedades. Por exemplo, a cor amarela de um lápis qualquer é uma propriedade,
a cor que todo o lápis possui, é a característica.
c) Termos (designações ou símbolos): são usados para representar um conceito. São
atribuídos a um conceito.
d) Objetos: são percebidos ou concebidos. São generalizados pelos conceitos.
e) Definições: definem ou descrevem os conceitos.
Como vimos, os conceitos são organizados em sistemas de conceitos. Os sistemas de
conceitos são usados para clarificar as relações entre os conceitos, representando-as formal-
mente ou graficamente. As relações entre os conceitos podem ser:
24
1. Hierárquicas
1.1 Genéricas
1.2 Partitivas
2. Associativas
Nas relações hierárquicas, segundo a ISO 704/2000, os conceitos o organizados em
níveis, onde um conceito superordenado é dividido em conceitos subordinados. Os conceitos
do mesmo nível devem seguir o mesmo critério de divisão e são denominados “conceitos co-
ordenados”. O critério de divisão utilizado na elaboração dos conceitos coordenados é chama-
do de dimensão. Um conceito superordenado pode ter mais de uma dimensão, e, neste caso, o
sistema de conceitos é multidimensional. Como exemplo, temos as dimensões específicos e
partes na figura abaixo. As relações hierárquicas podem ser expressas através da lista enume-
rada. Entretanto, esta representação não permite distinguir se a relação hierárquica é genérica
ou partitiva (Fig. 3).
FIGURA 3 - Lista enumerada
Fonte: ISO 704, p.8 (tradução).
Existem dois tipos de relações hierárquicas que são organizadas em relações genéricas
e relações partitivas. Uma relação genérica existe entre dois conceitos quando o subordinado
tem a intenção do superordenado mais pelo menos uma nova característica. O conceito supe-
rordenado é chamado de genérico e o subordinado de específico. A seguir podemos observar
um sistema de conceitos com relações genéricas cuja representação é convencionada ser atra-
vés do comum diagrama em árvore (Fig. 4).
1. Instrumento de escrita
1.1 Caneta
1.1.1 (Específicos)
1.1.1.1 Caneta esferográfica
1.1.1.2 Caneta de pena
1.1.2 (Partes)
1.1.2.1 Refil
1.1.2.2 Corpo
1.1.2.3 Tampa
25
Caneta
Refil
Corpo
Tampa
FIGURA 4 - Diagrama em árvore
Fonte: ISO 704, p.6 (tradução).
As relações partitivas, segundo a ISO 704, existem entre conceitos quando os concei-
tos subordinados representam partes do conceito superordenado. O conceito superordenado é
chamado de “conceito abrangente” e o subordinado de “conceito partitivo”. As relações parti-
tivas podem ser expressas em séries verticais ou séries horizontais. Um exemplo de um dia-
grama em série representando a relação partitiva pode ser visualizado na Fig. 5.
FIGURA 5 - Diagrama em série
Fonte: ISO 704, p.9 (tradução).
As relações associativas, segundo a ISO 704, o são hierárquicas. Uma relação asso-
ciativa existe quando uma conexão entre dois conceitos é estabelecida em virtude da experi-
ência. Muitas vezes é fruto da proximidade dos conceitos no tempo e no espaço. Essa relação
pode representar diversas coisas, tal como uma ação, um produto, uma propriedade, uma
substância, um processo etc. As relações associativas são expressas através de linhas com
flechas nos dois lados (Fig. 6).
Lápis
Instrumento de escrita
Caneta
Lapiseira
Caneta de pena
Caneta
26
1 - escreve 2 - estão sempre juntos 3 - apaga
FIGURA 6 - Sistema de conceitos de relações associativas
Fonte: Baseada em ISO 704, p.13.
Um sistema de conceitos pode ser caracterizado como mono-hierárquico quando cada
conceito é subordinado a um único conceito superordenado, ou poli-hierárquico quando um
conceito pode ter dois ou mais conceitos superordenados. Para a representação do sistema de
conceitos poli-hierárquico é mais usado o diagrama em árvore como exemplificado na Fig. 7.
FIGURA 7 - Sistema poli-hierárquico de conceitos
Fonte: CAMPOS, 2000, p.98.
2.2.2 - ISO 2788 - Tesauro
A norma ISO 2788 foi criada para o desenvolvimento de tesauros monolíngües. Esta
norma traz um conjunto de elementos para construção dos tesauros. O tesauro é um instru-
Lápis
Borracha
Escritor
2
1
3
27
mento de representação do conhecimento e é a fonte de onde foram extraídos os conceitos e
relações para serem representados pelas interfaces. Dessa forma, dentro do contexto deste
trabalho, faz-se necessário entendê-lo. Podemos definir o tesauro como um:
Sistema de vocabulário baseado em conceitos, incluindo termos preferidos
(descritores), termos não preferidos (não descritores) e suas inter-relações,
que se aplica a um determinado ramo do conhecimento e que se destina a
controlar a terminologia utilizada para a indexação/recuperação de documen-
tos (MOTTA, 1987, p.25).
Segundo Gomes (1990, p.16), o tesauro é “linguagem documentária dinâmica que con-
tém termos relacionados semântica e logicamente, cobrindo de modo compreensivo um do-
mínio do conhecimento”. Podemos definir também como uma:
(...) lista estruturada de termos associados, empregados por analistas de in-
formação e indexadores, para descrever um documento com a desejada espe-
cificidade, a (sic) nível de entrada, e para permitir aos pesquisadores a recu-
peração de informação que procura (CAVALCANTI, 1978, p.27).
A norma ISO 2788, segundo Pizzato (2003), o tesauro apresenta as seguintes relações:
PT - Preferential Term (TP - Termo Preferencial): é utilizado como índice e deve representar
um conceito único. Podem ser compostos (formados por mais de uma palavra); NPT - Non-
Preferential Term (TNP - Termo Não Preferencial): remete o usuário a um termo preferencial
sinônimo, ou quase-sinônimo; SN - Scope Note (NE - Nota de Escopo): servem para expandir
ou restringir a utilização de um TP. Uma nota de escopo não faz parte de um TP, como os
qualificadores que são adicionados somente a palavras homônimas, as notas de escopo podem
ser relacionadas a quaisquer termos; USE - é utilizada para ligar um TNP com um TP. Ex:
entulho USE lixo; UF - leva um TP a um TNP. Ex: lixo UF entulho; BT - Broader Term (TG
- Termo Genérico): utilizada para ligar um termo específico a outro termo mais genérico do
mesmo. Ex: mamíferos BT vertebrados; NT - Narrower Term (Termo Específico): liga um
termo genérico a outro mais específico. Ex: plantas NT árvores; BTP - Broader Term Partiti-
ve (Termo Partitivo Genérico): quando o termo é composto por outros termos. Ex: cordas
BTP violão; NTP - Narrower Term Partitive (Termo Partitivo Específico): quando o termo é
umas das partes constituintes de outro. Ex: teclado NTP teclas; RT - Related Term (Termo
Relacionado): quando um termo geralmente está relacionado a outro. É uma associação que
pode ser bidirecional ou unidirecional. Ex: professores RT estudantes e briga RT raiva respec-
tivamente; TT - Top Term (Termo superior): onde um TP relaciona-se com outro termo ou
classe que divide um tesauro em seções. Ex: frutas TT botânica.
28
2.3 - Quadro comparativo
Apresentamos logo abaixo um comparativo (Quadro 1) que sintetiza os conceitos e re-
lações apresentados pelas teorias da classificação facetada e do conceito, e as metodologias
para a prática terminológica e de elaboração de tesauro.
Percebemos que existem muitas similaridades entre os princípios definidos por essas
teorias e metodologias. Apenas o tesauro não tem os elementos: conceito, objeto e a caracte-
rística como atributo do conceito. As relações hierárquicas o as únicas que estão presentes
em todas as teorias e metodologias estudadas. Já a relação associativa só não aparece na teoria
da classificação facetada. Esta norma tem uma particularidade, que é a dimensão que explicita
o critério usado na formação de uma relação hierárquica. A definição de um conceito é um
elemento presente em todas as teorias e metodologias menos na teoria da classificação faceta-
da. Através deste quadro comparativo podemos perceber que a teoria do conceito é mais a-
brangente na definição dos conceitos e de suas relações.
29
QUADRO 1
Comparativo entre as teorias e metodologias para a representação do conhecimento
Nota: ----------- a relação não é apresentada e não faz sentido existir
_______ a relação não é apresentada
Fonte: Adaptado de Campos, 2001, p.39 e ISO 704 e ISO 2788.
2.4 - Interfaces hipertextuais
Nas palavras de Dias, as interfaces hipertextuais atuam como "uma superfície de con-
tato com a informação, com a função de adequar esta superfície aos fatores humanos envolvi-
dos no processo de contato e regras de organização do conhecimento" (DIAS, 1994, p.1).
Segundo Levy, as interfaces hipertextuais atuam como "uma superfície de contato, de
tradução, de articulação entre dois espaços, duas espécies, duas ordens de realidade diferentes:
de um código para outro, do analógico para o digital, do mecânico para o humano
(LEVY,
1993, p.181).
Teorias de organização do conheci-
mento
Metodologias para a representação do
conhecimento
Teoria do Conceito Classificação Face-
tada
ISO 704 Termino-
logia
ISSO 2788 Tesauro
Conceito Geral e
Conceito Individual
Classe e Objeto Conceito e Objeto ___________
Relações categoriais Categorias ___________ TT - Top Term
Relação hierárquica Relação hierárquica Relação Genérica BT - Broader Term
NT - Narrower Term
Relação Partitiva Relação hierárquica Relação Partitiva BTP - Broader Term
Partitive
NTP - Narrower
Term Partitive
Relação Funcional ____________ Relação Associativa RT - Related Term
Relação de equiva-
lência e oposição
------------------- ------------------- USE UF
____________ ____________ Dimensão ____________
Afirmativas ____________ Definição SN - Scope Note
30
Os diagramas hierárquicos, os mapas conceituais e os mapas hiperbólicos podem ser
considerados interfaces hipertextuais, superfícies de contato com o usuário que permitem a
navegação hipertextual (navegação através de hiperlinks). Elas estão descritas a seguir.
2.4.1 - Diagramas hierárquicos
O diagrama hierárquico é uma forma tradicional de representação do conhecimento es-
truturada sendo usado em diversos fins, tais como manuais, livros, catálogo de biblioteca,
estrutura de diretórios, endereçamento da internet, programas de computadores etc. (JOHN-
SON & SHNEIDERMAN, 1991). Os diagramas hierárquicos também são apresentados den-
tro da terminologia da norma ISO 704 e são citados como representações de sistemas de con-
ceitos. A representação gráfica de sistemas de conceitos tem como objetivos:
(...) a organização efetiva do conhecimento dentro de uma dada área; repre-
sentação clara entre conceitos; revelação de conceitos ainda inexistentes ou
conceitos redundantes, ajudando a assegurar um nível ótimo de normaliza-
ção da terminologia. (CAMPOS, 2001, p.83)
O diagrama hierárquico é uma forma de visualizar grandes hierarquias e possui vários
formatos. Estes formatos podem aproveitar com maior ou menor porcentagem a área da inter-
face. Os formatos mais comuns são o formato outline (a) e o formato em árvore (b) (Fig. 8).
FIGURA 8 - Diagramas hierárquicos: a) Diagrama Outline b) Diagrama em árvore
Fonte: JOHNSON & SHNEIDERMAN, 1991.
a)
b)
31
Embora sejam os mais comuns, estes formatos desperdiçam mais de 50% da área da
interface, devido ao modo com que o mostrados os subnós de cada nó. Nota-se que o dia-
grama em árvore aproveita mais a área da interface que o formato outline, embora ocorram
problemas quando é usado o nome real do nó, que pode ser composto por duas ou mais pala-
vras. De qualquer maneira, os diagramas de Venn (Fig. 9) são mais eficientes neste quesito
que os formatos de diagramas hierárquicos anteriores.
Segundo Campos (2001, p.87), os diagramas de Venn são:
Os que usam campos circulares. Os conceitos subordinados são representa-
dos por pequenos círculos, que por sua vez, fazem parte de círculos maiores
que representam os conceitos superordenados correspondentes (CAMPOS,
2001, p.87)
Um exemplo de Diagrama de Venn é ilustrado por
JOHNSON & SHNEIDERMAN na
Fig. 9.
FIGURA 9 - Diagrama de Venn
Fonte: JOHNSON & SHNEIDERMAN, 1991.
O Diagrama de Venn inspirou a criação de outros formatos de diagramas que aprovei-
tam ainda mais a área da interface. Um exemplo é o mapa em árvore, que utiliza 100% do
espaço da interface. A seguir temos ilustrações dessa interface (Fig. 10):
32
FIGURA 10 - Mapa em árvore
Fonte: JOHNSON & SHNEIDERMAN, 1991.
Os mapas em árvore abrem a possibilidade de utilização de outros elementos, tais co-
mo cores nos nós. Esta técnica foi usada por Asaki et al. (1994), para ajudar no processo de
análise de uma hierarquia no contexto empresarial, facilitando a tomada de decisão. As cores
podem representar características dos nós representados como tamanho dos arquivos ou fre-
qüência do acesso. Uma ilustração dessa versão de mapa em árvore pode ser vista a seguir
(Fig. 11):
FIGURA 11 - Mapa em árvore com cores
Fonte: ASAKI, et al., 1994.
33
Para promover a visualização mais clara e intuitiva das hierarquias e sub-hierarquias,
os Cushion TreeMaps (mapas em árvore de Cushion), utilizam a transparência dos nós, alte-
rando-a, criando uma espécie de relevo que simboliza o final e início de cada hierarquia. No
caso apresentado, o final do é representado por uma pequena transparência (quase opaco)
que, gradativamente, vai aumentando até o centro do nó, que é praticamente transparente
(WIJK; WETERING, 1999). Uma ilustração pode ser vista a seguir (Fig 12).
FIGURA 12 - Mapa em árvore em relevo.
Fonte: WIJK & WETERING, 1999.
2.4.2 - Mapas conceituais
O mapa conceitual tem seu referencial teórico baseado na teoria de David
(AUSUBEL, 1980) denominada de Teoria de Aprendizagem ou Teoria de Assimilação. Esta
teoria explica que o conhecimento apreendido fica armazenado na estrutura cognitiva do indi-
víduo. Esta estrutura cognitiva pode ser descrita como um conjunto de conceitos, organizados
de forma hierárquica, que representam o conhecimento e as experiências adquiridas por uma
pessoa. O conceito é um termo que representa uma série de objetos, eventos ou situações que
possuem atributos comuns.
Com base nesta teoria Joseph D. Novak, pesquisador da Universidade de Cornell e
criador de um software para construção de mapas conceituais, o CMAP, desenvolveu a meto-
34
dologia de Mapas Conceituais (MC), procurando representar como o conhecimento é armaze-
nado na estrutura cognitiva de uma pessoa. Para definir o que é e o objetivo dos mapas con-
ceituais, Novak (2004, p.1) afirma:
Mapas conceituais são interfaces para a organização e representação do co-
nhecimento. Eles colocam os conceitos, geralmente dentro de círculos ou re-
tângulos de algum tamanho, e os relacionamentos entre os conceitos ou as
proposições são indicados por uma linha que conecta os dois conceitos. Pa-
lavras sobre as linhas especificam a relação entre os dois conceitos.
Nos mapas conceituais os conceitos são termos geralmente representados por retângu-
los ou elipses. Entre os conceitos existem linhas que têm etiquetas que definem a natureza da
relação. É comum que estas relações sejam definidas por verbos, enquanto os conceitos ge-
ralmente são substantivos. Uma recomendação é colocar no topo os conceitos mais genéricos
e os mais específicos são arranjados hierarquicamente abaixo, mas isto não é obrigatório. Os
conceitos podem referenciar entidades externas ao mapa, como sites, arquivos e outros mapas
(hiperlinks) e podem ter formatos e cores diferentes. Um exemplo de mapa conceitual está
exposto a seguir (Fig. 13):
FIGURA 13 - Mapa conceitual
Fonte: Disponível em: <http://cmap.ihmc.us/Publications/ResearchPapers/Theory
Cmaps/TheoryUnderlyingConceptMaps.htm>.
35
Enfim, estas interfaces podem ser consideradas instrumentos para a representação do
conhecimento. A representação do conhecimento sob a forma de mapas conceituais, com os
conceitos organizados de forma relacional e modular, em classes e subclasses, é uma maneira
alternativa de estruturar a informação.
2.4.3 - Mapas hiperbólicos
Os mapas hiperbólicos são tipos de mapas conceituais (LIMA, 2004, p.112). Eles são
mapas conceituais com interface moderna e atrativa denominada fisheye ou "olho de peixe".
Isto porque a interface fisheye mostra o principal no centro e os nós-filhos ao redor do
principal. É uma distribuição radial dos conceitos. Entretanto, os nós que formam o mapa hi-
perbólico ficam em evidência (mais no centro da interface) quando estamos navegando por
dentro daquele tópico. Os nós que estão distantes da região que estamos navegando, se retra-
em. O nós em evidência têm sua dimensão ampliada. Isto permite termos uma visão ampla da
estrutura, mas com ênfase no tópico que estamos pesquisando no momento. Como conse-
qüência, outras características importantes dos mapas hiperbólicos são a economia de tempo
na busca de um conceito, pois ele permite aprofundarmos na seção do mapa que estamos na-
vegando ou voltarmos aos nós-raízes do mapa apenas arrastando o mouse de um lado para
outro. Outra característica do mapa hiperbólico é a facilidade de representar na interface um
domínio de conhecimento de forma mais detalhada sem perder a visão da parte e do todo. Os
conceitos são encapsulados pela forma de retângulos que podem ter cores diferentes. A cor, o
tamanho e o tipo da fonte do texto que representa o conceito também podem ser escolhidos de
acordo com a preferência do autor. As linhas não possuem etiquetas, mas podem ter cores
diferentes. Veja a ilustração a seguir (Fig. 14):
36
FIGURA 14 - Mapa hiperbólico
Fonte: Disponível em: < http://www.svgopen.org/2005/papers/
abstract_neumann_thematic_navigation_in_space_and_time>.
2.5 - Estudos correlatos
Essa seção apresenta os estudos correlatos ao presente trabalho onde as teorias da área
de organização do conhecimento (teoria da classificação facetada, teoria da terminologia e
teoria do conceito) são relacionadas a instrumentos para a representação do conhecimento, tal
como tesauros e interfaces hipertextuais (diagramas hierárquicos, mapas conceituais e mapas
hiperbólicos). A partir do conhecimento destes estudos preliminares, podemos desenvolver
este trabalho para que o mesmo venha se acrescentar às pesquisas já realizadas.
O primeiro estudo abordado foi realizado por Amoretti (2000) e relaciona os mapas
conceituais ao modelo aristotélico de categorização conceitual:
o modelo aristotélico de categorização conceitual está presente em certas
concepções associacionistas da memória semântica que diz que uma sub-
categoria é parte de uma categoria na medida em que ela possui propriedades
definidas, os predicados, que são a essência do conceito (AMORETTI, 2000,
p.2).
37
No trabalho de Aristóteles (apud ARAUJO, 2006) são encontrados os primeiros subsí-
dios para a formulação de uma teoria de classificação. No modelo de Aristóteles encontramos
os cinco predicados, isto é, os cinco tipos de relações existentes num arranjo lógico. São eles,
segundo Araújo (2006, p.122):
a) Gênero: classe ou grupo de seres ou objetos que possuem um determinado
número de características em comum;
b) Espécie: ser ou coisa que possui uma diferença específica que a distingue
de seu gênero próximo; a espécie é obtida do gênero pelo acréscimo de uma
diferença;
c) Diferença: é a característica que serve para gerar uma espécie; cada acrés-
cimo de diferença gera uma nova espécie;
d) Propriedade: algo próprio de cada elemento de uma classe mas que não é
imprescindível à definição da classe;
e) Acidente: qualidade não-obrigatória a todos os elementos de uma classe,
isto é, que pode ou não estar presente em um conceito.
Deste modo, o estudo de Amoretti (2000), faz uma descrição das propriedades dos
mapas conceituais com base no modelo aristotélico que transcrevemos abaixo:
a) grau de tipicalidade das categorias, (...) o conceito indica o conjunto de
características a que pertencem os objetos de uma determinada classe, para
um determinado segmento social, permitindo-nos distingui-los de todos os
outros;
b) nível de abstração das categorias, (...) a tipicalidade, por sua vez, vai
indicar o nível de abstração da categoria.... estabelece-se uma organização
estrutural baseada em associações, pontos de contato e sobretudo em uma
disposição hierárquica de inclusão dos conceitos e de esclarecimento das re-
lações culturais que foram estabelecidas entre eles;
c) a flexibilização na modelagem dos fenômenos cognitivos, (...) a repre-
sentação do conhecimento em mapa facilita, pois, a apreensão do conheci-
mento porque a memória humana reconhece e retém mais rapidamente os
exemplares prototípicos, respondendo de maneira mais satisfatória às expec-
tativas de realidade dos leitores, facilitando o processo mental da compreen-
são;
d) a presença de dois planos, (...) todo mapa pode assim ser descrito a par-
tir de dois planos diferentes: a) um plano inferencial no qual os significados
são descobertos a partir dos conceitos expressos pelos nós relacionados entre
si, definindo determinadas relações-tipo entre eles e b) um plano referencial
no qual os conceitos e suas ligações relacionam-se com os objetos e com os
estados de coisas que eles simbolizam, garantindo assim o valor semiótico
do mapa. (AMORETTI, 2000, p.3).
38
Como o modelo aristotélico foi uma das bases para a construção da teoria da classifi-
cação facetada, a correlação dos mapas conceituas poderia ser refeita com a teoria da classifi-
cação facetada ou uma outra teoria similar e esta correlação também pode ser expandida para
outras interfaces hipertextuais, o que é uma das propostas do presente trabalho.
O segundo estudo relacionado a este trabalho é da área de representação do conheci-
mento e foi realizado por González et al. (2004). Este estudo faz uma comparação entre tesau-
ro, mapa conceitual e mapa de tópicos (Quadro 2).
QUADRO 2
Comparação entre tesauro, mapa conceitual e mapa de tópicos
Mapa conceitual
Não existe norma
Mapa de Tópicos
ISO 13250:2000
Tesauro
ISO 2788:1986
Controle de
vocabulário
O mapa conceitual não realiza
controle de vocabulário a
priori. No processo de apren-
dizagem, o professor e o aluno
marcam os conceitos e os nós.
O vocabulário de um mapa de tópico
é dado por um documento que serve
de base para gerá-lo e são os termos
que vão marcando de forma dinâmica
quais são os conceitos sub-adjacentes
a cada tópico.
Os descritos e os não-
descritores são marcados a
priori.
Domínios
O mapa conceitual é orientado
a domínios, sendo que a vali-
dade de cada é algo subjeti-
vo que é estabelecido por
quem elaborou o mapa
Tema/Escopo marca o limite das
assinalações a cada tópico, limite que
vai variando com os sucessivos temas
que vão aparecendo nos tópicos, que
também pode ser infinitos
Relação de hierarquia (Genera-
lização e enumeração) Organi-
zação por campos e organização
por indicadores classificatórios.
Tipos de nós
Não existe uma tipologia de
nós no mapa conceitual.
Os tipos de tópicos representam uma
relação de classe-instância, variando
em função do tipo de informação de
que estamos tratando.
Os descritos e os não-
descritores de um domínio.
Relações
São arcos etiquetados (verbo
ou preposição) entre os concei-
tos.
As relações são etiquetadas pelos
verbos. São estruturas do tipo tópico-
verbo-tópico.
Não existe um conector entre os
termos relacionados em um
tesauro.
Os mapas conceituais podem
estabelecer relações do tipo:
'sendo', 'tendo', 'usando', 'simi-
lar', mas não existe uma norma
que os padronize.
Tipos de associação. Os mapas de
tópicos podem ter um número infini-
to de relações.
Relação de Hierarquia.
Relação de Equivalência.
Relação de Associação.
O conjunto nó-arco-nó não
pode ser considerado um nó.
Um tipo de associação ou um tipo de
tópico pode ser um tópico.
As relações que se estabelecem
no tesauro não podem ser con-
sideradas descritores.
Equivalentes
ortográficos
Não existe este recurso no
mapa conceitual (trabalha com
os conceitos com independên-
cia).
Os nomes dos tópicos podem ser
variações ortográficas de um termo,
tal como acrônimos, abreviaturas etc.
Relação de equivalência, sendo
que neste tipo de relação é
possível contemplar alguns
casos similares
Documentos
Os nós não dependem dos
documentos para que possam
aparecer.
Ocorrências, casos do tópico que
estão/foram do próprio mapa de
tópico de que está se tratando. Reme-
te aos documentos.
Notas de escopo. Origem do
termo. Definição do termo.
O mapa conceitual estabelece
conceitos relevantes no domí-
nio mas não termos.
Sujeito público, pode ser tanto os
tópicos que representam o mesmo
sujeito como as variações idiomáticas
de um tópico, quando todos estão no
Sem descritor. Nível diferente.
Tesauro multilingual.
39
Fonte: González et al., 2004, p.13.
Nota: versão traduzida pelo autor.
O estudo de González et al. (2004) traz um outro tipo de correlação, onde os instru-
mentos para representação do conhecimento tesauro, mapa conceitual e mapa de tópicos
são comparados entre si. Entretanto, este estudo não relaciona estes instrumentos com ne-
nhuma teoria, o que permitiria uma análise mais elaborada dos mesmos. O terceiro estudo
abordado combina os mapas conceituais e os tesauros e foi realizado por Coleman (2004) da
University of Arizona at Tucson. Este estudo realiza o desenho ou a construção automática de
mapas conceituais através das relações entre os termos definidas pelos tesauros. Como resul-
tado segue a representação de um tesauro através dos mapas conceituais que demonstra um
processo similar ao pretendido neste trabalho. A partir dos recursos gráficos presentes nos
mapas conceituais, Anita representa as relações e termos presentes em um tesauro. Entretanto,
ela o faz uma representação completa nem aponta um critério para este mapeamento. (Fig.
15).
FIGURA 15 - Visualização de um tesauro por um mapa conceitual
Fonte: COLEMAN, 2004, p.6.
Uma outra pesquisa, que resultou na tese de doutorado defendida em 2004, intitulada
Mapa Hipertextual (MHTX) - Um modelo para organização hipertextual de documentos, traz
uma aplicação tanto dos diagramas hierárquicos quanto dos mapas hiperbólicos com o objeti-
vo de realizar a organização e representação do conhecimento humano baseado em hipertexto
(LIMA, 2004). Este estudo realiza uma representação de uma tese de doutorado, onde se esta-
belece a relação semântica de conceitos e as relações entre eles expressas através das interfa-
mesmo nível
Domínio semân-
tico
Conceitos são válidos nos
limites de cada mapa conceitu-
al.
Facetas, expressadas mediante pares
de atributo-val. Pertencem à descri-
ção formal do tópico.
Facetas (predefinidas no tesau-
ro).
40
ces hipertextuais mencionadas. Para a construção da representação semântica desse documen-
to foram utilizadas como referenciais teóricos: a teoria da classificação facetada e o mapa
conceitual. Para implementação efetiva dessa representação, foi feito um protótipo. O aparato
tecnológico necessário para a construção desse protótipo foram dois softwares: Greenstone
2.50, usado para repositório das partes da tese e criar o diagrama hierárquico do sumário da
tese; Inxight Star Tree Studio 3.0, usado para criar um mapa hipertextual. Este trabalho fez
uma interlocução entre a teoria da classificação facetada e os mapas hipertextuais, usando-os
para representar um índice facetado de uma tese de doutorado. Esta tese evidência alguns be-
nefícios dos mapas hiperbólicos na representação de um esquema facetado, como a capacida-
de do foco na cadeia observada.
Por último, apresentamos não exatamente um estudo e sim uma solução tecnológica. É
um sistema que denominado Visual Thesaurus. Neste caso, ao invés de representar o tesauro
com um mapa conceitual, como no estudo anterior da Coleman (2004), o tesauro é represen-
tado por uma interface similar a um mapa hiperbólico (Fig. 16).
FIGURA 16 - Navegação pelo Visual Thesaurus.
Fonte: Software Visual Thesaurus.
Uma característica do Visual Thesaurus é que, a cada próximo nível de navegação, a
cadeia anterior desaparece da tela, ou seja, é apresentada uma cadeia por vez na interface.
Isto torna a navegação lenta, pois toda vez o sistema deve atualizar a tela com os novos con-
41
ceitos. Isto também não permite o usuário identificar o grau de especialização ou generaliza-
ção do termo atual, haja vista todos aparecem no centro da tela do mesmo tamanho. Além
disso, o Visual Thesaurus não possibilita uma visão global de toda a árvore de conceitos, im-
pedindo a observação do caminho do conceito em foco até a raiz da árvore (Fig. 17).
FIGURA 17 - Navegação pelo “Visual Thesaurus” 2
Fonte: Software Visual Thesaurus.
Entretanto, é importante notar que as funções sintáticas dos termos são representadas
graficamente. A palavra é representada por um que tem cor vermelha para substantivo,
amarela para adjetivo e verde para verbos. As relações entre os conceitos não aparecem, mas
42
são exibidas instantaneamente ao passar o mouse sobre o arco de ligação. o permitidas as
relações descritas a seguir (Fig. 18).
FIGURA 18 – Tela que mostra as relações entre os nós disponíveis no software Visual Thesaurus
Fonte: Software Visual Thesaurus.
Esta solução customiza uma interface de um mapa hiperbólico para a representação de
um tesauro da língua inglesa. Entretanto, este tesauro tem enfoque mais gramatical ao mostrar
as funções sintáticas em detrimento dos elementos especificados na norma de elaboração de
tesauros. Mesmo assim, serve de base para a representação de sistema de conceitos em mapas
hiperbólicos, ação que iremos executar em nosso experimento.
43
3 - METODOLOGIA
Conforme citado na seção 1.1 - , o objetivo principal deste estudo foi analisar como
é feita a representação do conhecimento e a navegação pelas interfaces de softwares para dia-
gramas hierárquicos, dos mapas conceituais e dos mapas hiperbólicos. Um estudo de caso
pode ser definido como:
Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno
contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os
limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos (YIN,
2001, p.32).
O estudo de caso é normalmente utilizado nas pesquisas onde as perguntas principais a
serem respondidas o o "como" e o "por quê". O estudo de caso também pode ser do tipo:
caso único ou múltiplos casos. O estudo do tipo único é utilizado quando o objeto de estudo é
único ou extremo, como, por exemplo, uma empresa que apresenta características peculiares
no referente à solução de seus conflitos de trabalho, ou no âmbito das pesquisas biomédicas,
onde o caso analisado é muito restrito àquele paciente (GIL, 2002). o estudo de caso do
tipo múltiplos casos é muito comum nas Ciências Sociais, e é utilizado nas pesquisas onde se
deseja obter evidência em diferentes contextos ou para a elaboração de generalizações ou
conclusões mais gerais. Como a proposta foi estudar a forma que certas interfaces hipertextu-
ais dos softwares se comportam na prática da representação do conhecimento, esse estudo se
caracteriza como um estudo de caso, do tipo múltiplos casos, onde cada caso é um represen-
tante daquele tipo de interface hipertextual que se quer estudar.
Segundo Stake (apud GIL, 2002) um estudo de caso pode ser: (a) intrínseco, onde o
caso constitui o próprio objeto de estudo; (b) instrumental, onde o caso estudado não é o foco
do estudo, servindo de forma apenas auxiliar na coleta de dados; (c) coletivo, onde são estu-
dadas características de uma população. Verificamos, portanto, que o estudo é intrínseco onde
as interfaces hipertextuais, os casos, são o próprio objeto de estudo.
O estudo foi, também, uma observação direta e sistemática, na qual, após um planeja-
mento e estruturação do método de análise, o observador a realiza de maneira controlada e
sistemática, utilizando no estudo os mesmos critérios e testes. Para a coleta de dados utiliza-
ram-se instrumentos, tais como quadros, anotações, dispositivos. Neste tipo de estudo, o ob-
servador "(...) sabe o que procura e o que carece de importância em determinada situação.
Deve ser objetivo, reconhecendo erros possíveis" (MARCONI, 1982, p.67).
44
Dessa forma, estruturamos este trabalho dividindo-o em duas etapas distintas. A pri-
meira etapa referiu-se ao levantamento de um conjunto de parâmetros apropriados para a
comparação das interfaces mencionadas acima. Na segunda etapa, foram aplicados testes com
base nos critérios desenvolvidos, utilizando as interfaces em foco, que são os diagramas hie-
rárquicos, mapas conceituais e mapas hiperbólicos.
3.1 - Objeto de estudo
Nesta etapa foi feita a escolha de um software para analisar cada tipo de interfaces em
estudo. Para esta escolha foram usados os seguintes critérios em ordem de importância: o
software deve permitir a construção de um sistema de conceitos na interface que se quer estu-
dar; ter os recursos e características comuns às interfaces daquele gênero de interface; dispo-
nibilidade gratuita para a utilização do software; tradição nesta área de aplicação; se possível,
que ele seja um software livre; e disponível na Língua Portuguesa.
O diagrama hierárquico das interfaces estudadas é o mais comum, existindo em inú-
meros softwares para diversos fins. Dentre os vários tipos de diagramas hierárquicos esco-
lhemos estudar o digrama hierárquico no formato outline, pois, conforme citado na seção
2.4.1 - , ele é tradicionalmente usado na estruturação de índices de documentos e na procura
de arquivos no computador. O diagrama hierárquico outline também é amplamente utilizado
na organização das páginas em um website (são os menus verticais que geralmente ficam à
esquerda do site). Dessa forma, o software Windows Explorer foi cotado como um represen-
tante dessa interface. Na utilização do sistema operacional Windows, é obrigatório o contato
com essa interface na manipulação de documentos e pastas. Além desse software, foi avaliado
o software SiteXpert produzido pela empresa Xtreme com sede na Suíça. Este software é es-
pecializado na criação de menus para websites e tem várias formas de apresentação da rede
criada. Ele foi usado na tese de doutorado de Lima (2004) para a geração do índice para nave-
gação em contexto. Além dele, foi avaliado também o software SiteBar. Este software é espe-
cializado no gerenciamento de bookmarks (hiperlinks). O SiteBar traz todos os recursos co-
muns aos softwares dessa categoria, como a organização por meio de pastas e documentos
representados por ícones diferentes. Os documentos podem ter ícones próprios. Tem ferra-
menta de busca incorporada e pode ser colocada uma descrição associada a um documento ou
pasta. O SiteBar, porque é um software livre, disponibiliza seu código-fonte para qualquer
45
interessado sem custo. Isto permite que o mesmo seja modificado para atender objetivos espe-
cíficos de cada aplicação. Esta vantagem foi decisiva para escolha desse software, pois, assim,
o mesmo pôde ser customizado para a representação de outras relações semânticas que a prio-
ri não seriam possíveis de serem representadas.
Para representar os mapas conceituais, pesquisamos e encontramos vários softwares
para este fim, como o CMAP, o Smartdraw, o Inspiration 7.0. O CMAP foi criado por Joseph
D. Novak, pesquisador da Universidade de Cornell. O software CMAP foi o primeiro softwa-
re disponível para a construção daquilo que chamamos de “mapas conceituais”. Ele foi cons-
truído através da tecnologia JAVA, que o permite funcionar sobre qualquer sistema operacio-
nal. O Smartdraw é um software bastante complexo, com a possibilidade de realização de
vários tipos de diagramas, tais como fluxogramas, organogramas, diagramas E-R, entre ou-
tros. É um software proprietário e pago. O Inspiration 7.0 é um software voltado apenas para
a construção de mapas conceituais. Ele também é um software proprietário e pago. Este soft-
ware tem o recurso de zoom e permite exportar o mapa para HTML. Foram percebidos recur-
sos comuns nos softwares desta categoria como os conceitos ligados por relações; as relações
podem ser identificadas com uma etiqueta, eles têm o recurso zoom. Como software represen-
tante dos mapas conceituais, foi utilizado o CMAP, devido ao fato de o mesmo ser ampla-
mente referenciado na literatura. Ele ainda tem as vantagens de ser gratuito e seu download
pode ser feito a partir de seu site.
Os softwares disponíveis com a interface em mapa hiperbólico são mais restritos, pois
o surgimento desta interface é mais recente. Os recursos comuns a esta categoria de interface
são a forma radial de distribuição dos conceitos, com os mais genéricos próximos da raiz que
fica no centro do mapa. A outra principal característica comum é o efeito fisheye, onde os nós
mais distantes têm seu tamanho reduzido. Assim, nós muito distantes não são visualizados.
Encontramos para a construção dos mapas hiperbólicos, o software Ixight, o Hypergraph e o
Hipernavegador. O software Ixight é um software-proprietário, para ser utilizado tem que ser
comprado e o é possível customizá-lo, pois seu código-fonte não é aberto ou disponibiliza-
do. O Hipergraph é um software livre, mas está com a interface na língua inglesa. Ele tam-
bém não possui uma interface de edição. Como software representante dos mapas hiperbóli-
cos, escolhemos o software Hipernavegador, que é um software livre construído em lingua-
gem JAVA cujo projeto de desenvolvimento encontra-se hospedado no Portal Agrolivre. É
um software livre nacional desenvolvido pelo setor de tecnologia da Embrapa que disponibili-
za vários outros softwares. Outra vantagem é sua interface de edição, que está em português.
46
3.2 - Instrumento de análise
O instrumento de análise utilizado neste estudo foi um quadro formado de um conjun-
to de parâmetros a serem atendidos por cada um dos softwares observados. A elaboração des-
tes parâmetros iniciou-se a partir dos objetivos propostos neste estudo e foi complementada
pela revisão de literatura realizada acerca dos assuntos abordados. Os parâmetros para a avali-
ação dessas interfaces foram divididos nos seguintes grupos:
Parâmetros para a representação conceitual: necessários para a representação
de conceitos e relações entre os conceitos;
Parâmetros para navegação: contribuem para agilizar e facilitar a navegação
em sistemas de conceitos em cada uma dessas interfaces.
3.2.1 - Parâmetros para avaliação da representação conceitual
Com base no quadro comparativo apresentado na seção 2.3 - , escolhemos a teoria do
conceito para servir de base para a análise da representação conceitual, pois, esta teoria define
de forma mais completa os princípios e relações para que isso seja realizado. Observamos se é
possível representar nas interfaces dos softwares cada um dos conceitos e relações apresenta-
dos por esta teoria. Assim, foram determinados os seguintes parâmetros para avaliação da
representação conceitual:
1. Conceito: formada pelo conceito geral e individual;
2. Relação hierárquica: formada pelo conceito gênero e espécie;
3. Relação partitiva: formada pelo conceito todo e parte;
4. Relação de equivalência e oposição: formada pelo conceito sinônimo e antô-
nimo;
5. Relação funcional: formada pelo conceito representa o processo que acontece
entre dois conceitos.
47
3.2.2 - Parâmetros para avaliação da navegação
Este grupo de parâmetros teve como objetivo avaliar, nas interfaces dos softwares es-
tudados, recursos que contribuem para agilizar e facilitar a navegação em sistemas de concei-
tos em cada uma dessas interfaces.Os parâmetros para avaliação da navegação são embasados
também na teoria da classificação facetada de onde foi retirado o conceito de cadeia e renque
como forma de agrupar as classes ou conceitos. As cadeias e os renques ocorrem tanto na re-
lação gênero/espécie quanto na relação todo/parte. Relacionando este conceito à navegação,
um dos parâmetros que pudemos observar foi se as cadeias expandem ou contraem ao nave-
gar; deste modo, não é preciso mostrar toda a rede de conceitos para se chegar a uma cadeia
que está na extremidade da rede, basta ir expandindo apenas as cadeias que são interessantes
no momento da navegação pelo sistema de conceitos. Em um sistema de milhares de concei-
tos, ou seja, em grandes redes de conceitos, se não houver esse recurso, ela terá que ser mos-
trada na íntegra, com todas as suas cadeias expandidas e conceitos expostos, exigindo uma
área de visualização muito grande, dificultando a recuperação de algum conceito.
O foco ou ênfase na cadeia observado no momento da navegação é um recurso tam-
bém denominado de fisheye, onde é causada uma distorção visual proposital em que a cadeia
observada adquire uma maior dimensão. Este parâmetro é correlato ao parâmetro overview,
onde, apesar do usuário estar em uma extremidade do sistema de conceitos, o mesmo conse-
gue ter uma visão geral da estrutura. Ambos os parâmetros foram usados na avaliação das
interfaces visuais para a recuperação da informação do artigo de Herrero-Solana e Hassan.
(2006). O princípio de poli-hierarquia foi visto na terminologia (vide seção 2.2.1 - ) e também
existe na teoria da classificação facetada (combinação de categorias, vide seção 2.1.1 - ). Ele
determina que um conceito possa ter mais de um pai, ou seja, ele pode ser a especialização de
dois ou mais conceitos. Este conceito pode manter outros tipos de relações com outros concei-
tos, o que também demanda uma representação poli-hierárquica. A lista completa de parâme-
tros para a avaliação da navegação está apresentada a seguir:
Área de interface necessária para representar a rede de relações
1. Cadeias expandem/contraem ao navegar;
2. Poli-hierarquia: Quando um conceito tem múltiplos pais;
3. Reorganização automática do sistema de conceitos no acréscimo de um
nó;
48
4. Foco ou ênfase na cadeia observado no momento da navegação, também de-
nominada de fisheye;
5. Ordenação alfabética dos conceitos subordinados;
6. Visualização do caminho da cadeia observada até o conceito-raiz;
3.3 - Coleta dos dados
A análise das interfaces foi realizada com a representação de um sistema de conceitos
com características e necessidades que testaram os parâmetros definidos na seção acima. O
sistema de conceitos foi formado a partir de um extrato de um tesauro, pois o mesmo já espe-
cifica a maioria dos conceitos e relações a serem observados. Assim, definindo o tesauro co-
mo fonte do sistema de conceitos, foi necessário descobrir qual tesauro melhor atendia às ne-
cessidades deste trabalho. Os pré-requisitos definidos para essa escolha foram: (a) disponibi-
lidade do tesauro para consultas pela internet; (b) estar disponível em Língua Portuguesa; (c)
familiaridade com os conceitos da área do conhecimento escolhida; (d) ter todas as relações
entre os termos definidos pela norma ISO 2788 conforme seção 2.7; e (e) estar atualizado com
termos atuais. Dessa forma, preferencialmente optamos por avaliar um tesauro na área de Ci-
ência da Informação. Após a escolha do tesauro, era necessário representar parte da rede se-
mântica de conceitos definida pelo tesauro em cada uma das interfaces hipertextuais estuda-
das. Entretanto, para avaliar a capacidade de representação conceitual com base nos parâme-
tros de representação conceitual definidos na seção 3.2.1 - , as relações existentes no tesauro
foram mapeadas para as relações definidas na teoria do conceito, conforme foi apresentado no
quadro da seção 2.3 - .
O tesauro é uma rede semântica composta apenas de conceitos gerais. Assim, ele não
possui todos os elementos necessários para realizar nosso experimento. Para avaliarmos se é
possível fazer uma distinção gráfica do conceito geral para o conceito individual na interface
hipertextual (um dos parâmetros da representação conceitual), inserimos nesta rede semântica
do tesauro alguns conceitos individuais. Como exemplo, podemos citar o conceito geral SRI
(Sistema de Recuperação da Informação), e o conceito individual Google (serviço de busca
disponível na Internet). Representamos nas interfaces hipertextuais uma rede semântica, ter-
mos que exibem poli-hierarquia, ou seja, um termo que seja uma especialização de mais de
um conceito ao mesmo tempo. Assim, pudemos avaliar um dos parâmetros de navegação de-
49
finido na seção anterior. Caso algumas das relações definidas na norma de construção do te-
sauro não ocorressem em nenhum dos tesauros pesquisados, estas relações e seus termos tam-
bém seriam criadas. Vale lembrar que o objetivo do trabalho foi testar e avaliar as interfaces e
não criar um tesauro mais completo. Sendo assim, a validade desses novos termos inseridos
ou a metodologia de construção do tesauro, o impacta os resultados desse estudo, ou seja,
mesmo que a construção dessa rede de conceitos seja questionável, com relações ou termos
não apropriados, isto não prejudica os resultados do trabalho que objetiva avaliar qualidade da
representação gráfica da rede de conceitos. Independente se esta rede de conceitos está con-
ceitualmente correta ou não, consideramos que está rede de conceitos está correta e efetuamos
a representação gráfica e os outros testes citados na metodologia que não são influenciados
pela veracidade da semântica da rede.
3.3.1 - Extração do sistema de conceitos
O próximo passo na análise das interfaces dos softwares foi escolher o tesauro de onde
seria retirado o sistema de conceitos. Os tesauros analisados estão a seguir.
O primeiro tesauro avaliado para este trabalho foi o tesauro criado pela organização
ASIS&T - American Society for Information Science & Technology, fundada em 1937. Esta
organização é uma das maiores referências para os profissionais da informação, que busca
novas e melhores teorias, técnicas e tecnologias, e incorporando essas tendências ao próprio
nome da organização.
O segundo tesauro em vista foi o tesauro criado pelo IBICT, Instituto Brasileiro de In-
formação em Ciência e Tecnologia. Segundo o Portal de Referência do NDC/UFF
(http://www.ndc.uff.br/portaldereferencia), o IBICT atua no contexto das novas tecnologias
de acesso à informação, coordenando o projeto da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
(BDTD); o COMUT, programa de comutação bibliográfica; o CCN, Catálogo Coletivo Na-
cional de Publicações Seriadas; o Canal-Ciência, portal de divulgação da pesquisa científica
brasileira; eventos nacionais e estrangeiros em ciência e tecnologia; publica a Revista Ciência
da Informação. No que tange à informação para a pesquisa, traz o PROSSIGA, que é um con-
junto de bibliotecas virtuais e portais temáticos. Além de apresentar biblioteca especializada
em Biblioteconomia, Ciência da Informação e Tecnologias da Informação; espaço para divul-
gação de publicações do IBICT; propostas para políticas de ICT - Informação, Ciência e Tec-
50
nologia; uma coordenação de ensino (Pós-Graduação) e pesquisa em Ciência da Informação;
e relatórios da Instituição.
O terceiro tesauro a ser avaliado foi o UNESCO Thesaurus. Este tesauro é um vocabu-
lário controlado desenvolvido pela United Nations Educational, Scientific and Cultural Or-
ganisation, que inclui termos das seguintes áreas do conhecimento: educação, ciências, cultu-
ra, ciências sociais e humanas, informação e comunicação, política, direito e economia. Inclui
ainda os nomes dos países agrupados por política, economia, geografia, etnia e religião, além
dos grupos lingüísticos. Os termos do UNESCO Thesaurus expressam os assuntos com con-
sistência e especificidade, podendo ser usado para indexação de documentos nas bibliotecas,
arquivos e instituições similares.
O quarto tesauro, EUROVOC, é, nos termos do próprio site EUROVOC (2006):
um tesauro multilíngüe que cobre todos os domínios da actividade das Co-
munidades Européias; permite indexar os documentos e as questões nos sis-
temas documentais das instituições européias e dos seus utilizadores. Este
produto documental é actualmente utilizado pelo Parlamento Europeu, pelo
Serviço das Publicações das Comunidades Européias, pelos parlamentos na-
cionais e regionais na Europa, pelas administrações nacionais e por certas
organizações européias.
O quinto tesauro analisado foi o AGROVOC (Agricultural Vocabulary), voltado que é
para a transferência de informação e conhecimentos fundamentais ao desenvolvimento agríco-
la. Permite novas perspectivas de intercâmbio cultural, científico e técnico entre vários países.
Após a observação dos pré-requisitos apresentados anteriormente, formulamos o quadro com-
parativo dos tesauros conforme apresentado no Quadro 3:
QUADRO 3
Comparativo das características dos tesauros pesquisados
Tesauro Disponibili-
dade on-line
Relações definidas
pela ISO 2788
Cobre a área
da Ciência da
Informação
Estar
atualizado
Disponibili-
dade na
Língua
Portuguesa
1
ASIST
NÃO - SIM - NÃO
2
IBICT SIM Faltam as relações
NTP e BTP
SIM NÃO SIM
3
UNESCO SIM Faltam as relações
NTP e BTP
SIM SIM NÃO
4
EUROVOC SIM Faltam as relações
NTP e BTP
SIM SIM SIM
5
AGROVOC SIM Faltam as relações
NTP e BTP
NÃO SIM SIM
51
Após a avaliação dos tesauros, concluímos que algumas características específicas de
cada tesauro resultaram na eliminação dos mesmos. No caso do tesauro da ASIST, o mesmo
não é mais disponibilizado on-line, sendo acessível apenas pela compra do seu CD de instala-
ção e, como também não existe em Língua Portuguesa, sua utilização foi descartada. o te-
sauro do IBICT está muito desatualizado (última atualização em 1986), tendo sido descartado
por este motivo. O tesauro da UNESCO tem como maior desvantagem o fato de não existir
em Língua Portuguesa e o AGROVOC não cobre a área da Ciência da Informação.
A relação partitiva da teoria do conceito corresponde às relações NTP e BTP do tesau-
ro, mas, apesar dessas relações estarem definidas na norma ISO 2377, nenhum dos tesauros
avaliados apresentou essas relações em suas estruturas. Entretanto, o tesauro EUROVOC foi o
que atendeu ao maior número de requisitos, e foi aquele escolhido para ser utilizado. A partir
da rede de termos retirada deste tesauro, introduzimos termos com relações partitivas, concei-
tos individuais e relações poli-hierárquicas para que a análise das interfaces fosse completa.
O EUROVOC tem uma cobertura ampla, com aproximadamente 6000 classes organi-
zadas hierarquicamente (POULIQUEN, 2004). Cada classe tem uma única tradução nas vinte
línguas suportadas atualmente. Estas classes são divididas em 21 campos e 127 microtesauros
(europa.eurovoc.eu). O EUROVOC, que é uma norma internacional para desenvolvimento de
tesauros multilíngües (MICHOS; STAMATATOS e FAKOTAKIS, 1999).
Desta forma, foi extraído do tesauro EUROVOC um grupo de descritores que consti-
tuiu o sistema de conceitos necessário para testar a representação feita pelas interfaces. Assim,
descritores devem ser compilados de um microtesauro a ser escolhido. A preferência é que
este microtesauro contenha termos familiares, sendo relacionado à área de ciência. Dessa
forma, o microtesauro documentação se destaca principalmente por conter termos onde as
relações partitivas seriam mais facilmente introduzidas, tal como documento, tesauro etc. Este
microtesauro está compilado no Anexo A.
Os descritores GED e OCR, pertencentes ao descritor Documentação”, foram esco-
lhidos do tesauro EUROVOC, para a inserção dos novos termos necessários para a represen-
tação, e a principal razão da escolha foi a familiaridade do autor com estes termos. Dessa
forma, o processo de inserção de novos termos ficou mais facilitado. Abaixo estão transcritos
os descritores escolhidos:
documentação
UF documentação científica
documentação técnica
NT1 análise da informação
NT2 catalogação
52
NT2 classificação
NT2 indexação de documentos
NT2 resumo de textos
NT1 aquisição de documentos
NT2 permuta de publicações
NT1 armazenagem de documentos
NT1 difusão da informação
NT2 difusão selectiva da informação
NT1 fornecimento de documentos
NT1 gestão de documento
NT2 GED
NT3 digitalização
NT3 OCR
NT1 pesquisa documental
NT1 registo de documentos
RT ciência da informação (3606)
GED
SN Designa o conjunto dos materiais, software e meios cnicos utilizados para a
armazenagem e o arquivo de dados sob forma digital.
UF gestão electrónica de dados
gestão electrónica de documentos
processamento electrónico de dados
BT1 gestão de documento
BT2 documentação
NT1 digitalização
NT1 OCR
OCR
SN Processo de reconhecimento óptico de caracteres que consiste em converter uma
imagem digitalizada através de um módulo de varrimento ou digitalizador (scanner) em texto
podendo ser, de seguida, alterado num software.
UF leitura óptica de caracteres
reconhecimento óptico de caracteres
BT1 GED
BT2 gestão de documento
BT3 documentação
Para a representação completa de todas as relações e posterior avaliação das interfaces,
foi necessária, como descrita anteriormente, a inserção de novos descritores. Os descritores
inseridos foram: (a) dos termos com relações partitivas, (b) dos conceitos individuais e (c) dos
termos com relações polihierárquicas. Para a identificação de termos com relações partitivas
(a), foram usadas as notas de escopo dos termos GED e OCR. Como dito na seção 2.1.2 - , as
relações partitivas ocorrem quando um termo (todo) é composto de outros termos (parte). Por-
tanto, o termo GED, segundo a nota de escopo, é definido como “Designa o conjunto dos ma-
teriais, software e meios técnicos utilizados para a armazenagem e o arquivo de dados sob
53
forma digital”. A partir desta definição, identificamos os termos “arquivo de dados” e “arma-
zenagem de dados” que fazem parte do processo de GED. O termo OCR, segundo a nota de
escopo, é Processo de reconhecimento óptico de caracteres que consiste em converter uma
imagem digitalizada através de um módulo de varredura ou digitalizador (scanner) em texto
podendo ser, de seguida, alterado num software”. A partir desta definição, identificamos os
termos “imagem digitalizada” e “texto” que fazem parte do processo de OCR.
A rede ficou conforme está apresentado abaixo (os novos termos estão em negrito):
GED
UF gestão electrónica de dados
gestão electrónica de documentos
processamento electrónico de dados
BT1 gestão de documento
BT2 documentação
NT1 digitalização
NT1 OCR
NTP arquivo de dados
NTP armazenagem de dados
OCR
UF leitura óptica de caracteres
reconhecimento óptico de caracteres
BT1 GED
BT2 gestão de documento
BT3 documentação
NTP imagem digitalizada
NTP texto
Para inserção dos conceitos individuais (b), utilizamos os mesmos termos GED e O-
CR. Primeiramente, é importante relembrar que os conceitos individuais (seção 2.1.2 - ) o
aqueles objetos que são pensados como únicos, distintos dos demais, e são diretamente afeta-
dos pelo tempo e espaço. Os conceitos gerais são como classes ou tipos de conceitos indivi-
duais. GED e OCR são conceitos gerais. Portanto, para encontrarmos conceitos individuais
destes conceitos precisamos primeiramente saber a definição desses conceitos. Dessa forma,
utilizamos as notas de escopo usadas logo acima. Na nota de escopo de GED, percebemos que
o GED pode ser um software utilizado para a armazenagem e o arquivo de dados sob forma
digital. Após pesquisa na internet, identificamos o software LaserFiche 7, da empresa Laser-
Fiche, citada em seu site como uma solução para GED (www.laserfiche.com/pt/Boletim
/novavers_oct08_2005_000.html). Na nota de escopo, percebemos que OCR é um processo
de reconhecimento de caracteres em uma imagem, que resulta em um texto. Também da em-
54
presa LaserFiche encontramos o software Laserfiche Zone OCR. Assim, a rede fica conforme
está apresentado abaixo (os novos termos estão em negrito):
GED
UF gestão electrónica de dados
gestão electrónica de documentos
processamento electrónico de dados
BT1 gestão de documento
BT2 documentação
NT1 digitalização
NT1 OCR
NTP arquivo de dados
NTP armazenagem de dados
Conceito Individual: LaserFiche 7
OCR
UF leitura óptica de caracteres
reconhecimento óptico de caracteres
BT1 GED
BT2 gestão de documento
BT3 documentação
NTP imagem digitalizada
NTP texto
Conceito Individual: LaserFiche Zone OCR
Para exemplificar a poli-hierarquia, temos o conceito LaserFiche Suíte, uma solução
de software que engloba o LaserFiche 7 e LaserFiche Zone OCR, e que, portanto, pertence a
duas classes GED e OCR. Este conceito foi adicionado e está em negrito abaixo.
GED
UF gestão electrónica de dados
gestão electrónica de documentos
processamento electrónico de dados
BT1 gestão de documento
BT2 documentação
NT1 digitalização
NT1 OCR
NTP arquivo de dados
NTP armazenagem de dados
Conceito Individual: LaserFiche 7
Conceito Individual: LaserFiche Suite
OCR
UF leitura óptica de caracteres
reconhecimento óptico de caracteres
BT1 GED
BT2 gestão de documento
BT3 documentação
55
NTP imagem digitalizada
NTP texto
Conceito Individual: LaserFiche Zone OCR
Conceito Individual: LaserFiche Suite
Foi realizado o mapeamento das relações do tesauro para as relações definidas na teo-
ria do conceito, conforme foi especificado no quadro a seguir. Os novos termos que inserimos
estão em negrito. Veja abaixo:
QUADRO 4
Sistema de conceitos formado a partir do descritor documentação
Relação do
tesauro
Relação na teoria do
Conceito
Conceitos representados
1 UF Relação de equivalência documentação científica
2 UF Relação de especialização
documentação técnica
3 NT1 Relação de especialização
análise da informação
4 NT2 Relação de especialização
Catalogação
5 NT2 Relação de especialização
Classificação
6 NT2 Relação de especialização
indexação de documentos
7 NT2 Relação de especialização
resumo de textos
8 NT1 Relação de especialização
aquisição de documentos
9 NT2 Relação de especialização
permuta de publicações
10 NT1 Relação de especialização
armazenagem de documentos
11 NT1 Relação de especialização
difusão da informação
12 NT2 Relação de especialização
difusão selectiva da informação
13 NT1 Relação de especialização
fornecimento de documentos
14 NT1 Relação de especialização
gestão de documento
15 NT2 Relação de especialização
GED
16 BTP1 Relação de parte arquivo de dados
17 BTP1 Relação de parte armazenagem de dados
18 - Conceito Individual LaserFiche 7
19 - Conceito Individual LaserFiche Suíte
20 NT3 Relação de especialização
Digitalização
21 NT3 Relação de especialização
OCR
22 BTP1 Relação de parte imagem digitalizada
23 BTP1 Relação de parte Texto
24 - Conceito Individual LaserFiche Zone OCR
25 - Conceito Individual LaserFiche Suíte
26 NT1 Relação de especialização
pesquisa documental
27 NT1 Relação de especialização
registro de documentos
28 RT Relação de especialização
ciência da informação (3606)
56
3.3.2 - Definição da pontuação
Cada dimensão foi avaliada de forma independente em cada uma das interfaces hiper-
textuais em estudo. Para isso, foi criado um sistema de pontuação a fim de mensurar os parâ-
metros de avaliação. Este modelo de avaliação está baseado no trabalho Conteúdo, Usabilida-
de e Funcionalidade: três dimensões para a avaliação de portais estaduais de Governo Ele-
trônico na Web que foi inspirado na Metodologia para Avaliação de Sistemas (HOSTALÁ-
CIO et al., 1989 apud VILELLA, 2003).
A nota final para cada dimensão é uma média ponderada. É somatório das notas pon-
deradas de cada parâmetro dividido pelo somatório total dos pesos dos parâmetros.
Nd = ( Np x Pp / Nmp)
( Pp)
Nd = Nota da dimensão da interface
Np = Nota do parâmetro
Pp = Peso do parâmetro
Nmp = Nota máxima do parâmetro
O Quadro 5 demonstra o critério da nota para cada parâmetro de avaliação da repre-
sentação conceitual analisado na interface.
QUADRO 5
Critério para avaliação de parâmetros de representação conceitual
Nota Qualidade da representação gráfica
0 Não é representado ou a mesma representação gráfica é usada para
representar mais de uma relação, não distinguindo qual a relação que
está sendo representada.
1 Não é representada instantaneamente, a representação acontece medi-
ante um estimulo (ao passar o mouse, por exemplo).
2 É representado por um símbolo que o usuário terá que aprender a reco-
nhecer.
3 É representado de forma explícita através da forma literal
57
Para estabelecer as notas dadas para cada parâmetro de representação conceitual, nos
baseamos, principalmente, no ponto de vista do usuário. Assim, quanto mais clara a represen-
tação ficar para usuário, maior é o valor da nota. Portanto, se para o usuário uma determinada
relação entre os conceitos não é representada pela interface, ou a mesma representação gráfica
é usada para representar mais de uma relação, não distinguindo qual a relação que está sendo
representada, este parâmetro recebe nota igual a 0 (zero). No caso de uma relação ficar
caracterizada mediante um estímulo do usuário, estamos aplicando a nota 1 (um), pois exige
do usuário um esforço para que ele descubra a relação em questão. Em um outro caso, a re-
presentação já é evidenciada pela interface (por exemplo, através de uma cor), mas é preciso
aprender uma legenda. De qualquer forma, uma vez que esta legenda é aprendida o usuário, já
reconhecerá imediatamente a representação. Para este tipo de representação estamos atribuin-
do o valor 2 (dois). E, finalmente, para os casos em que o reconhecimento da representação
ocorre de imediato, sem a necessidade de aprendizagem por exemplo, com a representação
literal da relação atribuímos a nota 3 (três). Estas notas foram atribuídas aos parâmetros
definidos na seção 3.2.1 - e apresentados no Quadro 6.
QUADRO 6
Notas dos parâmetros de representação conceitual observados
Parâmetros de representação conceitual Nota
1. Conceito: Formada pelo conceito geral e in-
dividual
De 0 a 3
2. Relação hierárquica: Formada pelo conceito
gênero e espécie
De 0 a 3
3. Relação partitiva: Formada pelo conceito
todo e parte
De 0 a 3
4. Relação de equivalência e oposição: Forma-
da pelo conceito sinônimo e antônimo
De 0 a 3
5. Relação funcional: Formada por conceito
processo
De 0 a 3
No caso da representação conceitual, os parâmetros de análise foram considerados to-
dos com o mesmo peso, pois é muito subjetivo considerar que a representação de um tipo de
relação é mais importante que a outra.
Além da nota do parâmetro, também foi registrado o recurso gráfico utilizado na re-
presentação do parâmetro. Geralmente, na representação gráfica do sistema de conceitos, cada
58
conceito aparece com um a que é conectado, ou relacionado a outro através de uma
linha. Esta linha representa uma relação entre os conceitos. Dessa forma, conduzimos este
estudo com o foco nesses dois elementos gráficos principais, o e a linha, já que os mesmos
estão presentes em todas as interfaces estudadas. Observamos se os mesmos fornecem recur-
sos gráficos, tais como a possibilidade de alteração na cor e no formato, tanto do como da
linha, para que pudéssemos fazer a representação individualizada de cada relação escolhida.
Para a dimensão de navegação, cada parâmetro recebeu um sim ou não (com o valor 1
ou 0). O parâmetro de área da interface não foi usado no cálculo da dimensão, mas consta
para proporcionar uma comparação entre todas as interfaces no final da análise.
QUADRO 7
Valores dos parâmetros de navegação observados
1
1
O peso dos parâmetros, tanto da dimensão de representação conceitual, quanto da dimensão de nave-
gação, é igual.
2
A área da interface foi medida em um monitor de 17 polegadas com resolução de 1024 x 768 pixels.
Parâmetros de navegação Valor
Área de interface
2
necessária para representar
a rede de relações
Número escalar em cm
2
1. Cadeias expandem/contraem ao navegar
Sim ou não (1 ou 0)
2. Poli-hierarquia: Quando um conceito tem
múltiplos pais.
Sim ou não (1 ou 0)
3. Reorganização automática do sistema de
conceitos no acréscimo de um nó.
Sim ou não (1 ou 0)
4. Foco ou ênfase na cadeia observado no
momento da navegação (fisheye)
Sim ou não (1 ou 0)
5. Ordenação alfabética dos conceitos su-
bordinados
Sim ou não (1 ou 0)
6. Visualização do caminho da cadeia ob-
servada até o conceito-raiz.
Sim ou não (1 ou 0)
59
4 - ANÁLISE DOS DADOS
Nesta parte realizamos a análise das interfaces dos softwares em estudo. Cada uma das
interfaces foi utilizada para a representação dessa rede. Juntamente com a representação, foi
realizada a análise da capacidade de representação conceitual e da navegação com apresenta-
ção de tabelas e resultados.
Nesta seção foi realizada a análise das interfaces dos softwares em estudo. Primeira-
mente, cada uma das interfaces foi utilizada para a representação dessa rede de conceitos.
Juntamente com a representação, foi realizada a análise da capacidade de representação con-
ceitual e da navegação com apresentação de tabelas e resultados.
4.1 - Diagrama hierárquico
O diagrama hierárquico no seu formato outline, vide seção 2.4.1, apresenta os concei-
tos em uma lista onde os conceitos subordinados aparecem um pouco deslocados para a direi-
ta. Na frente do conceito existem ícones. Tradicionalmente, estes ícones indicam se o é
uma pasta ou um documento. Nesta aplicação esses ícones o usados para indicar o tipo de
conceito ou relação. Neste estudo estamos usando o software SiteBar, como representante do
diagrama hierárquico no formato outline. O software SiteBar é um software livre e disponibi-
liza todo seu código-fonte para qualquer interessado sem custo. Isto permite que o mesmo seja
modificado para atender a objetivos específicos de cada aplicação. Deste modo, realizamos
uma primeira avaliação do diagrama hierárquico utilizando apenas os recursos gráficos inici-
ais. Denominamos este experimento de “diagrama hierárquico original”. Posteriormente, rea-
lizamos a avaliação com o aumento da gama de ícones que podem ser utilizados, e o fato de o
SiteBar ser um software livre foi fundamental para isso.
60
4.1.1 - Diagrama hierárquico outline original
O sistema de conceitos definido na seção 3.3.1 - foi construído através do software Si-
teBar para avaliação do diagrama hierárquico outline. A representação pode ser visualizada na
Fig 19:
FIGURA 19 - Diagrama hierárquico outline
4.1.1.1 - Análise da Representação Conceitual
A relação hierárquica pôde ser representada através do recurso gráfico pastas e subpas-
tas. Conforme o critério exposto na seção 3.3.2 - , este parâmetro, numa escala de 0 a 3, rece-
beu nota igual a 2 (dois), pois deve aprender uma legenda para reconhecer a relação represen-
tada. Apenas quando a relação é explicitada através de um termo, a nota é igual a 3 (três).
Legenda:
Relação genêro/especie
Demais relações
61
Embora seja amplamente usado, este tipo de interface de diagramas hierárquicos tem
muitas limitações para a aplicação requerida. Ele não permite identificar as relações entre os
nós. Ou seja, caso quiséssemos representar as relações partitivas, as mesmas seriam confundi-
das com as relações hierárquicas. Temos o mesmo problema na representação das relações de
equivalência, oposição e funcional. Portanto, pela falta de recursos gráficos, para todos os
outros parâmetros foi usada a diferenciação por ícone pasta e o ícone arquivo. Dessa forma,
todos os demais parâmetros receberam nota igual a 0 (zero) por não distinguir a relação repre-
sentada. A análise foi sumarizada no Quadro 8 a seguir:
QUADRO 8
Notas dos parâmetros de representação conceitual observados
Parâmetros de representação conceitual Nota
1. Conceito: Formada pelo conceito geral e in-
dividual
0
2. Relação hierárquica: Formada pelo conceito
gênero e espécie;
2
3. Relação partitiva: Formada pelo conceito
todo e parte;
0
4. Relação de equivalência e oposição: Forma-
da pelo conceito sinônimo e antônimo;
0
5. Relação funcional: Formada por conceito
processo
0
Nd = ( Np x Pp / Nmp)
( Pp)
Nd = Nota da dimensão da interface
Np = Nota do parâmetro
Pp = Peso do parâmetro = 1 (Todos os parâmetros são considerados com o mesmo peso)
Nmp = Nota máxima do parâmetro = 3 (Todos os parâmetros têm a mesma nota máxima)
Nd = ( 2 + 0 + 0 + 0 + 0 )/3 x 100 = 13,33
5
A relação de gênero/espécie foi a única relação representada, assim todos os outros pa-
râmetros receberam valor igual a 0 (zero). Todos os parâmetros m nota máxima igual a 3
62
(três), assim o somatório é dividido por esse valor. Como são cinco parâmetros, o somatório é
dividido por 5 (cinco). A multiplicação por 100 (cem) é realizada para termos a nota final
variando de 0 a 100 (zero a cem). A partir das notas coletadas do experimento realizado, é
possível obter a nota final da dimensão de representação conceitual para diagrama hierárquico
outline original, que foi igual a 13,33. Assim, percebemos que, na análise de representação
conceitual, o diagrama hierárquico outline não atende razoavelmente a este quesito, pois não
atingiu nem cinqüenta por cento da nota máxima igual a cem.
4.1.1.2 - Análise da navegação
Vamos agora citar os principais recursos navegacionais proporcionados por esta inter-
face (Fig. 19). A navegação é realizada com a abertura de cada nível hierárquico, clicando no
ícone +. No painel direito vemos os itens que estão classificados pela pasta selecionada. A
representação da relação pasta/subpasta é feita através do posicionamento da subpasta uma
linha abaixo, com um leve deslocamento para direita. Os diagramas hierárquicos têm uma
limitação, eles não permitem que um tenha mais de um pai. Os diagramas hierárquicos
limitam a uma representação monohierárquica das classes entre si. Não é possível representar
a poli-hierarquia. A análise foi sumarizada no Quadro 9 a seguir:
63
QUADRO 9
Valores dos parâmetros de navegação observados
Nd = ( Np x Pp / Nmp)
( Pp)
Nd = Nota da dimensão da interface
Np = Nota do parâmetro
Pp = Peso do parâmetro = 1 (Todos os parâmetros são considerados com o mesmo peso)
Nmp = Nota máxima do parâmetro = 1 (Todos os parâmetros têm a mesma nota máxima)
Nd = ( 1 + 0 + 1 + 0 + 1 + 1) / 1 x 100 = 66,67
6
Os únicos parâmetros não atendidos foram a poli-hierarquia (parâmetro 2) e o fisheye
(parâmetro 4) que receberam a nota igual a 0 (zero). Como os parâmetros da análise da nave-
Parâmetros de navegação Valor
Área de interface necessária para representar
a rede de relações
12,60 x 6,5 = 81,90 cm
2
1. Cadeias expandem/contraem ao navegar
Sim
2. Poli-hierarquia: Quando um conceito tem
múltiplos pais.
Não
3. Reorganização automática do sistema de
conceitos no acréscimo de um nó.
Sim
4. Foco ou ênfase na cadeia observado no
momento da navegação (fisheye)
Não
5. Ordenação alfabética dos conceitos su-
bordinados
Sim
6. Visualização do caminho da cadeia ob-
servada até o conceito-raiz.
Sim
64
gação assumem apenas os valores zero (quando o parâmetro não existe) ou um (quando o pa-
râmetro existe) todos os parâmetros são divididos por 1. Como são seis parâmetros, o somató-
rio é dividido por 6 (seis). A multiplicação por cem é realizada para termos a nota final vari-
ando de 0 a 100 (zero a cem). A partir das notas coletadas do experimento realizado é possível
obter a nota final da dimensão de navegação para o diagrama hierárquico outline, que foi i-
gual a 66,67 em uma escala de 0 a 100. Portanto, concluímos, na análise da navegação, que o
diagrama hierárquico outline original atende razoavelmente a este quesito, pois atingiu mais
de cinqüenta por cento da nota máxima cem.
4.1.2 - Diagrama hierárquico modificado
Um dos motivos decisivos na escolha do software SiteBar, mencionado anterior-
mente na seção 3 - , 3.1 - , é ele ser um software livre, disponibilizando todo seu código-fonte
para qualquer interessado sem custo. Isto permitiu sua personalização para a representação de
relações semânticas que, a priori, não poderiam ser representadas. Assim foram criados novos
ícones para cada um dos parâmetros definidos na representação conceitual e inseridos no
software. A nova representação pode ser visualizada na Fig. 20:
65
FIGURA 20 - Diagrama hierárquico outline modificado
4.1.2.1 - Análise da Representação Conceitual
Como foi dito, a utilização do software SiteBar permitiu que usássemos ícones especí-
ficos para a representação gráfica das relações semânticas. O formato desses ícones foi emba-
sado no diagrama de classes do padrão UML, descrito no manual escrito por Hensgen (2003).
Isto está demonstrado no Quadro 10:
Relação genêro-espécie
Relação funcional
Relação de equivalência
Conceito individual
Relação todo-parte
Legenda:
66
QUADRO 10
Notas dos parâmetros de representação conceitual observados
Parâmetros de representação
conceitual observado
Nota
1. Conceito: Formada pelo conceito geral e in-
dividual
2
2. Relação hierárquica: Formada pelo conceito
gênero e espécie
2
3. Relação partitiva: Formada pelo conceito
todo e parte
2
4. Relação de equivalência e oposição: Forma-
da pelo conceito sinônimo e antônimo
2
5. Relação funcional: Formada por conceito
processo
2
Nd = ( Np x Pp / Nmp)
( Pp)
Nd = Nota da dimensão da interface
Np = Nota do parâmetro
Pp = Peso do parâmetro = 1 (Todos os parâmetros são considerados com o mesmo peso)
Nmp = Nota máxima do parâmetro = 3 (Todos os parâmetros têm a mesma nota máxima)
Nd = ( 2 + 2 + 2 + 2 + 2 )/3 x 100 = 66,67
( 5 )
Todas as relações foram representadas, entretanto elas o são explícitas, é necessária
uma legenda para o usuário reconhecer qual é a relação representada, assim todos os parâme-
tros receberam nota igual a 2 (dois). Todos os parâmetros têm nota máxima igual a 3 (três),
assim o somatório é dividido por esse valor. Como são cinco parâmetros, o somatório é divi-
dido por 5 (cinco). A multiplicação por cem é realizada para termos a nota final variando de 0
a 100 (zero a cem). A partir das notas coletadas do experimento realizado é possível obter a
nota final da dimensão de representação conceitual para diagrama hierárquico outline modifi-
67
cado, que foi igual a 66,67. Assim, percebemos que na análise de representação conceitual, o
diagrama hierárquico outline modificado melhorou de forma considerável seu desempenho.
4.1.2.2 - Análise da navegação
A navegação no diagrama hierárquico original e modificado não foi alterada, portanto
os resultados dessa análise são idênticos (vide seção 4.1.1.2 - ), conforme reproduzimos a
análise a seguir. Vamos agora citar os principais recursos navegacionais proporcionados por
esta interface (Fig. 20). A navegação é realizada com a abertura de cada nível hierárquico,
clicando no icone "+". A representação da relação pasta/subpasta é feita através do posicio-
namento da subpasta uma linha abaixo, com um leve deslocamento para direita. No painel
direito estão colunas que listam características presentes a todas as pastas e arquivos. Os dia-
gramas hierárquicos têm uma limitação, eles não permitem que um tenha mais de um pai.
Os diagramas hierárquicos se limitam a uma representação mono-hierárquica das classes entre
si. Não é possível o parâmetro poli-hierarquia. A análise foi sumarizada no Quadro 11 a se-
guir:
QUADRO 11
Valores dos parâmetros de navegação observados
Parâmetros de navegação Valor
Área de interface necessária para representar a re-
de de relações
12,60 x 6,5 = 81,90 cm
2
7. Cadeias expandem/contraem ao navegar
Sim
8. Poli-hierarquia: Quando um conceito tem
múltiplos pais.
Não
9. Reorganização automática do sistema de con-
ceitos no acréscimo de um nó.
Sim
10. Foco ou ênfase na cadeia observado no mo-
mento da navegação (fisheye)
Não
11. Ordenação alfabética dos conceitos subordi-
nados
Sim
12. Visualização do caminho da cadeia observada
até o conceito-raiz.
Sim
68
Nd = ( Np x Pp / Nmp)
( Pp)
Nd = Nota da dimensão da interface
Np = Nota do parâmetro
Pp = Peso do parâmetro = 1 (Todos os parâmetros são considerados com o mesmo peso)
Nmp = Nota máxima do parâmetro = 1 (Todos os parâmetros têm a mesma nota máxima)
Nd = ( 1 + 0 + 1 + 0 + 1 + 1) / 1 x 100 = 66,67
6
Os únicos parâmetros não atendidos foram a poli-hierarquia (parâmetro 2) e o fisheye
(parâmetro 4) que receberam a nota igual a 0 (zero). Como os parâmetros da análise da nave-
gação assumem apenas os valores zero (quando o parâmetro não existe) ou um (quando o pa-
râmetro existe) todos os parâmetros são divididos por 1 (um). Como são seis parâmetros, o
somatório é dividido por 6 (seis). A multiplicação por 100 (cem) é realizada para termos a
nota final variando de 0 a 100 (zero a cem). A partir das notas coletadas do experimento reali-
zado é possível obter a nota final da dimensão de navegação para o diagrama hierárquico ou-
tline modificado, que foi igual a 66,67 em uma escala de 0 a 100. Portanto, concluímos na
análise da navegação, o diagrama hierárquico outline modificado atende razoavelmente este
quesito, pois atingiu mais de cinqüenta por cento da nota máxima cem.
4.2 - Mapas conceituais
Foi realizada a representação do sistema de conceitos através do software CMAP já
apresentado na seção 3.3.1 - . A representação pode ser visualizada na Fig. 21:
69
FIGURA 21 - Mapa Conceitual
Na rede semântica abaixo apresentada no CMAP as relações poli-hierárquicas foram
demonstradas pelo termo Laser Fiche Suíte conforme seção 3.3.1 - .
70
FIGURA 22 - Mapa Conceitual com poli-hierarquia
4.2.1 - Análise da representação conceitual
Como descrito, o mapa conceitual foi pensado para representar conceitos que são
representados através de retângulos ou elipses. Entretanto, não uma definição de como se
representam os conceitos geral e individual. Essa definição pode ser feita utilizando-se o for-
mato do conceito (ícone) para fazer a diferenciação: retângulo para conceito geral e elipse
para conceito individual. As etiquetas nas linhas podem ser usadas para representar as rela-
ções. Poderia haver uma padronização na nomenclatura dessas etiquetas para a representação
de cada relação entre os conceitos. Utilizamos a etiqueta-especialização para indicar a repre-
sentação da relação hierárquica, pois ela define a relação do termo gênero com o termo espé-
cie. Para a representação da relação partitiva foi usada a etiqueta-parte. As relações de equiva-
lência e oposição o representadas respectivamente pela etiqueta-equivalência e pela etique-
ta-oposição.
QUADRO 12
71
Notas dos parâmetros de representação conceitual observados
Parâmetros de representação conceitual Nota
1. Conceito: Formada pelo conceito geral e in-
dividual
3
2. Relação hierárquica: Formada pelo conceito
gênero e espécie;
3
3. Relação partitiva: Formada pelo conceito
todo e parte;
3
4. Relação de equivalência e oposição: Forma-
da pelo conceito sinônimo e antônimo;
3
5. Relação funcional: Formada por conceito
processo
3
Nd = ( Np x Pp / Nmp)
( Pp)
Nd = Nota da dimensão da interface
Np = Nota do parâmetro
Pp = Peso do parâmetro = 1 (Todos os parâmetros são considerados com o mesmo peso)
Nmp = Nota máxima do parâmetro = 3 (Todos os parâmetros têm a mesma nota máxima)
Nd = ( 3 + 3 + 3 + 3 + 3 )/3 x 100 = 100,00
( 5 )
Todos os outros parâmetros têm nota máxima igual a 3 (três), pois todos eles foram
representados de forma literal, com etiqueta indicando as relações entre os conceitos, sendo
que no caso do conceito individual e geral, além da representação dessa indicação utilizou-se
o formato do conceito (ícone) para fazer a diferenciação: retângulo para conceito geral e elip-
se para conceito individual. Como são cinco parâmetros, o somatório é dividido por 5 (cinco).
A multiplicação por 100 (cem) é realizada para termos a nota final variando de 0 a 100 (zero a
cem). A partir das notas coletadas do experimento realizado é possível obter a nota final da
dimensão de representação conceitual para o mapa conceitual, que foi igual a 100,00. Assim,
percebemos que, na análise de representação conceitual, o mapa conceitual atende de maneira
excelente este quesito, pois atingiu a nota máxima igual a cem.
72
4.2.2 - Análise da navegação
Vimos na seção anterior que os mapas conceituais têm uma grande capacidade de re-
presentação conceitual e permitem até a representação da poli-hierarquia. Entretanto, devido a
seu formato em rede eles não têm o recurso de navegação que esconde os subnós, e isto invia-
biliza sua utilização em sistemas de conceitos que m dezenas de milhares de componentes,
como o sistema de arquivos do computador ou o tesauro de uma área do conhecimento.
QUADRO 13
Valores dos parâmetros de navegação observados
Nd = ( Np x Pp / Nmp)
( Pp)
Nd = Nota da dimensão da interface
Np = Nota do parâmetro
Pp = Peso do parâmetro = 1 (Todos os parâmetros são considerados com o mesmo peso)
Nmp = Nota máxima do parâmetro = 1 (Todos os parâmetros têm a mesma nota máxima)
Parâmetros de representação conceitual
Observado
Valor
Área de interface necessária para representar
a rede de relações
14,20 x 16,60 = 235,70 cm
2
1. Cadeias expandem/contraem ao navegar
Não
2. Poli-hierarquia: Quando um conceito tem
múltiplos pais.
Sim
3. Reorganização automática do sistema de
conceitos no acréscimo de um nó.
Não
4. Foco ou ênfase na cadeia observada no
momento da navegação
Não
5. Ordenação alfabética dos conceitos su-
bordinados
Não
6. Visualização do caminho da cadeia ob-
servada até o conceito-raiz.
Sim
73
Nd = (0 + 1 + 0 + 0 + 0 + 1 ) x 100 = 33,33
6
Os únicos parâmetros atendidos foram a poli-hierarquia (parâmetro 2) e a visualização
da cadeia ao conceito-raiz (parâmetro 6), que receberam a nota igual a 1 (um). Como os
parâmetros da análise da navegação assumem apenas os valores 0 (zero), quando o parâmetro
não existe, ou 1 (um), quando o parâmetro existe, todos os parâmetros são divididos por 1
(um). Como são seis parâmetros, o somatório é dividido por 6 (seis). A multiplicação por 100
(cem) é realizada para termos a nota final variando de 0 a 100 (zero a cem). A partir das notas
coletadas do experimento realizado é possível obter a nota final da dimensão de navegação
para o mapa conceitual, que foi igual a 33,33 em uma escala de 0 a 100 (zero a cem). Portan-
to, concluímos, na análise da navegação, que o mapa conceitual não atende razoavelmente a
este quesito, pois não atingiu nem cinqüenta por cento da nota máxima 100 (cem).
4.3 - Mapas hiperbólicos
A representação do sistema de conceitos através do software Hipernavegador, confor-
me definição da seção 3.3.1 - , pode ser visualizada nas Fig.23 e 24:
FIGURA 23 - Mapa Hiperbólico - Parte 1 do sistema de conceitos
74
FIGURA 24 - Mapa Hiperbólico - Parte 2 do sistema de conceitos
4.3.1 - Análise da representação conceitual
Os conceitos gerais e individuais foram representados pelas cores dos retângulos. Pode
ser feita uma padronização na utilização das cores para a representação dos conceitos e rela-
ções. Como o conceito individual é uma instância de um conceito geral, foi dada a cor cinza
para fazer esta representação. As relações hierárquicas, partitivas e de equivalência foram
representadas segundo o esquema a seguir: a cor branca para o nó-raiz, a cor verde para hie-
rarquia, a cor vermelha para partitiva e a cor azul para equivalência. Como as linhas não têm
Relação
genero
-
espécie
Legenda:
Relação de equivalência
Relação funcional
Relação agregação
Conceito individual
75
etiquetas, fica mais difícil representar as relações funcionais. Mas foram representadas por
nós em amarelo. No Quadro 14 está a analise da interface observada.
QUADRO 14
Notas dos parâmetros de representação conceitual observados
Parâmetros de representação conceitual Nota
1. Conceito: Formada pelo conceito geral e in-
dividual
2
2. Relação hierárquica: Formada pelo conceito
gênero e espécie
2
3. Relação partitiva: Formada pelo conceito
todo e parte
2
4. Relação de equivalência e oposição: Forma-
da pelo conceito sinônimo e antônimo
2
5. Relação funcional: Formada por conceito
processo
2
Nd = ( Np x Pp / Nmp)
( Pp)
Nd = Nota da dimensão da interface
Np = Nota do parâmetro
Pp = Peso do parâmetro = 1 (Todos os parâmetros são considerados com o mesmo peso)
Nmp = Nota máxima do parâmetro = 3 (Todos os parâmetros têm a mesma nota máxima)
Nd = ( 2 + 2 + 2 + 2 + 2 )/3 x 100 = 66,67
( 5 )
Todas as relações foram representadas, entretanto é necessária uma legenda para ser
reconhecida a relação, assim todos os parâmetros receberam nota igual a 2 (dois). Todos os
parâmetros têm nota máxima igual a 3 (três), assim o somatório é dividido por esse valor.
Como são cinco parâmetros, o somatório é dividido por 5 (cinco). A multiplicação por cem é
realizada para termos a nota final variando de 0 a 100 (zero a cem). A partir das notas coleta-
76
das do experimento realizado é possível obter a nota final da dimensão de representação con-
ceitual para mapa hiperbólico, que foi igual a 66,67. Assim, percebemos que, na análise de
representação conceitual, o mapa hiperbólico atende razoavelmente a este quesito, pois atin-
giu mais de cinqüenta por cento da nota máxima cem.
4.3.2 - Análise da navegação
Como o mapa hiperbólico aumenta o tamanho dos conceitos onde estamos navegando
(recurso fisheye) e diminui o tamanho dos conceitos distantes da região em que estamos nave-
gando, eles podem ser usados na navegação de grandes sistemas de conceitos, pois não preci-
sam mostrar todo o sistema de conceitos de uma vez. A análise foi sumarizada no Quadro
15:
QUADRO 15
Valores dos parâmetros de navegação observados
Parâmetros de representação conceitual
observado
Valor
Área de interface necessária para representar
a rede de relações
10, 85 x 19,65 + 18 x 5,8
317,6 cm
2
1. Cadeias expandem/contraem ao navegar
Sim
2. Poli-hierarquia: Quando um conceito tem
múltiplos pais.
Não
3. Reorganização automática do sistema de
conceitos no acréscimo de um nó.
Sim
4. Foco ou ênfase na cadeia observado no
momento da navegação
Sim
5. Ordenação alfabética dos conceitos su-
bordinados
Sim
6. Visualização do caminho da cadeia ob-
servada até o conceito-raiz.
Sim
77
Nd = ( Np x Pp / Nmp)
( Pp)
Nd = Nota da dimensão da interface
Np = Nota do parâmetro
Pp = Peso do parâmetro = 1 (Todos os parâmetros são considerados com o mesmo peso)
Nmp = Nota máxima do parâmetro = 1 (Todos os parâmetros têm a mesma nota máxima)
Nd = ( 1 + 0 + 1 + 1 + 1 + 1) x 100 = 83,33
6
O único parâmetro não atendido foi a poli-hierarquia (parâmetro 2) recebendo nota i-
gual a 0 (zero). Todos os outros parâmetros receberam nota igual a 1 (um). Como os parâme-
tros da análise da navegação assumem apenas os valores 0 (zero), quando o parâmetro não
existe, ou 1 (um), quando o parâmetro existe, todos os parâmetros são divididos por 1 (um).
Como o seis parâmetros, o somatório é dividido por 6 (seis). A multiplicação por cem é
realizada para termos a nota final variando de 0 a 100 (zero a cem). A partir das notas coleta-
das do experimento realizado é possível obter a nota final da dimensão de navegação para o
mapa hiperbólico, que foi igual a 83,33. Portanto, concluímos, na análise da navegação, que o
mapa hiperbólico atende razoavelmente a este quesito, pois atingiu mais de cinqüenta por
cento da nota máxima cem.
4.4 - Comparativo das interfaces
Os resultados coletados da análise de cada interface hipertextual foram reunidos em
um único quadro comparativo (Quadro 16):
78
QUADRO 16
Comparativo das interfaces hipertextuais estudadas
É interessante observar que a interface mapa hiperbólico do software Hipernavegador
obteve a nota geral de 83,33 nos parâmetros avaliados para a navegação pelo sistema de con-
ceitos, enquanto a interface mapa conceitual do software Cmap obteve apenas 33,33. Entre-
Diagrama
Hierárquico
do Software
SiteBar
Diagrama Hie-
rárquico do
Software Site-
Bar Modifica-
do
Mapa Con-
ceitual do
software
CMAP
Mapa Hi-
perbólico
do softwa-
re Hiper-
navegador
Parâmetros de Representação
Conceitual
1. conceito geral e individual 2 2 2 2
2. relação hierárquica 0 2 3 2
3. relação partitiva 0 2 3 2
4. relação de equivalência 0 2 3 2
5. relação funcional 0 1 3 1
Total
13,33
66,67
100,00
66,67
Parâmetros de navegação
1. Cadeias expan-
dem/contraem ao navegar
Sim Sim Não Sim
2. Poli-hierarquia
Não Não Sim Não
3. Reorganização automática
da rede
Sim Sim Não Sim
4. Foco ou ênfase na cadeia
Não Não Não Sim
5. Ordenação alfabética dos
conceitos
Sim Sim Não Sim
6. Visualização do caminho
até o conceito-raiz.
Sim Sim Sim Sim
Total 66,67 66,67
33,33
83,33
Área de interface (em cm
2
) 81,9 81,9 235,7 317,6
79
tanto, verificamos que o mapa conceitual obteve a nota 100,00 na avaliação dos parâmetros de
representação conceitual. Isto evidencia a finalidade para qual cada interface foi construída.
No caso das duas primeiras interfaces, constatamos que o foco é a recuperação da informação
através da navegação. No mapa conceitual vemos que a finalidade principal é a representação
conceitual, deixando a interface bastante debilitada para ser utilizada na recuperação da in-
formação através da navegação. Outro ponto interessante foi que, se compararmos a interface
de diagrama hierárquico original do software SiteBar que obteve a nota igual a 13,33
com o mapa hiperbólico do software Hipernavegador que obteve nota igual a 66,67
vemos que, das interfaces voltadas para a recuperação da informação, o mapa hiperbólico tem
como diferencial a representação conceitual. Entretanto, o diagrama hierárquico do software
SiteBar modificado, com a funcionalidade de alteração do ícone do nó, conseguiu superar em
muito sua eficiência na representação conceitual, se aproximando bastante do mapa hiperbóli-
co. Além disso, o diagrama hierárquico mostrou outro grande diferencial frente às interfaces:
a capacidade de representação do conhecimento de forma condensada, sendo, em comparação
com o mapa hiperbólico, foi quase de 4 (quatro) vezes econômico no espaço utilizado para a
representação do mesmo sistema de conceitos. Em comparação com o mapa conceitual, o
diagrama hierárquico outline foi quase 3 (três) vezes mais econômico, utilizando o mesmo
tamanho de letra. Isto permite fazer uma representação de um sistema de conceitos em uma
pequena área de interface, permitindo, em um sistema de informação, a exibição de outras
informações no restante da interface. Isto nos fornece subsídio para entender o motivo dos
diagramas hierárquicos serem, até hoje, a principal interface para a organização e recuperação
da informação, e, contrariando um pressuposto inicial da pesquisa, sua obsolescência está
longe de acontecer.
80
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como principais motivações a percepção da existência de várias inter-
faces hipertextuais, o freqüente surgimento de novas interfaces e o aproveitamento destes ins-
trumentos de representação da informação na difícil tarefa de representação do conhecimento
apoiado por teorias e metodologias criadas para este fim. No estudo visitamos estas teorias e
metodologias para formar um senso crítico de como a representação do conhecimento pode
ser realizada, e, no que tange às interfaces, exploramos suas qualidades e características a fim
de podermos usá-las ao máximo nesta tarefa. Na prática podemos verificar as vantagens e
desvantagens dessas interfaces, não apenas para a representação do conhecimento, mas tam-
bém para a recuperação da informação, com importantes notas sobre os recursos para a nave-
gação em tais interfaces. O estudo operacionalizou um método para análise dessas interfaces
que pode ser utilizado de outras interfaces e novas interfaces que surgirem. Concluímos que
cada uma das interfaces estudadas conserva vantagens exclusivas, como o diagrama hierár-
quico com sua economia de área de interface na exibição da rede de conceitos, o mapa
conceitual — com a representação explícita das relações, e o mapa hiperbólico com a natureza
fisheye, e que, portanto, estas interfaces devem coexistir ao invés de se sobreporem.
Apesar do presente trabalho ser um estudo de caso, onde os parâmetros das interfaces
analisadas são específicas dos softwares analisados, percebemos que as observações e conclu-
sões realizadas tendem a ser válidas para o tipo de interface, como, por exemplo, os mapas
hiperbólicos, onde várias interfaces de software manuseados conservam praticamente as
mesmas características. Ou seja, apesar do estudo ter sido feito com apenas um caso de cada
tipo de interface, devido à padronização natural que ocorre na área do software, vemos que o
estudo poderia ser ampliado ou generalizado para o tipo de interface estudada. Assim, como
trabalho futuro, é interesse ampliar a análise para um espectro maior de interfaces presente em
vários outros softwares existentes a fim de buscar um efeito maior de generalização, e tam-
bém para servir de orientação para o usuário na escolha de um deles, ressaltando as vantagens
que cada um pode trazer. Para o refinamento da análise, poderá ser feito o teste das interfaces
por grupos de usuários, permitindo, a avaliação de outros critérios, como usabilidade e efici-
ência na recuperação da informação.
Verificamos que a realização destas análises e comparações leva a sugestões de me-
lhorias nas interfaces existentes, (diagrama hierárquico, mapa conceitual e mapa hiperbólico)
bem com a sugestão de novas interfaces derivadas das interfaces estudadas que combinem as
81
vantagens existentes em cada uma delas. Uma vertente para a continuação do estudo é a veri-
ficação da utilização dessas interfaces na representação de ontologias, bem como no estudo
das interfaces que trabalham com este tipo de representação presente na área de visualiza-
ção semântica. Outras teorias de representação do conhecimento, como a modelagem orienta-
da a objetos, também poderia ser usada como fonte de novos critérios para a análise das inter-
faces. O padrão Unified Modeling Language (UML), notação utilizada para modelar objetos,
especifica diagramas cujo objetivo é, justamente, representar elementos definidos na teoria de
modelagem orientada a objetos, trazendo uma simbologia já padronizada e acordada por ór-
gãos internacionais. Estes diagramas e os softwares que carregam interfaces para a construção
dos diagramas UML também poderiam fazer parte do presente estudo, pois foram construídos
com o intuito de realizar a representação do conhecimento. Entendemos, portanto, que a in-
clusão da ontologia, a modelagem orientada a objetos e os diagramas da UML fariam uma
interessante interlocução com as teorias e interfaces já abordadas, complementando e ampli-
ando o estudo. Este estudo tem natureza interdisciplinar relacionando a Ciência de Informação
com a Ciência da Computação — e, possivelmente, outras ciências como a Ciência Cognitiva,
trazendo a perspectiva do usuário e noções para elaboração dos símbolos presentes ns interfa-
ces traz pontos de vista diferentes para ambas as áreas, fertilizando-as como novos cami-
nhos exploratórios que, no futuro, a continuação dessa pesquisa pretende seguir.
82
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ANEXO A - Extrato do tesauro Eurovoc
3221 documentação
documentação
RT ciência da informação (3606)
NT1 análise da informação
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NT2 classificação
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