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Daniel Hetti Zidde
:
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
DENSITOMETRIA ÓPTICA COMPUTADORIZADA E
MORFOMETRIA DA REGIÃO CERVICAL DA COLUNA
VERTEBRAL HUMANA ADULTA: ESTUDO MACROSCÓPICO
E POR RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA
ORIENTADORES: PROFESSOR MÁRIO ARY PIRES NETO
DEPARTAMENTO DE ANATOMIA – UFRJ
PROFESSOR RICARDO DE ARY PIRES
DEPARTAMENTO DE ANATOMIA – UFRJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas
2008
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DENSITOMETRIA ÓPTICA COMPUTADORIZADA E
MORFOMETRIA DA REGIÃO CERVICAL DA COLUNA
VERTEBRAL HUMANA ADULTA: ESTUDO MACROSCÓPICO
E POR RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA
ALUNO: Daniel Hetti Zidde
Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências
Morfológicas do Instituto de Ciências Biomédicas, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em
Ciências Morfológicas.
ORIENTADORES: PROFESSOR MÁRIO ARY PIRES NETO
DEPARTAMENTO DE ANATOMIA – UFRJ
PROFESSOR RICARDO DE ARY PIRES
DEPARTAMENTO DE ANATOMIA – UFRJ
Rio de Janeiro
Abril
2008
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Zidde
,
Daniel Hetti
.
DENSITOMETRIA ÓPTICA COMPUTADORIZADA E MORFOMETRIA DA REGIÃO
CERVICAL DA COLUNA VERTEBRAL HUMANA ADULTA: ESTUDO MACROSCÓPICO E
POR RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA / Daniel Hetti Zidde.
Rio de Janeiro: UFRJ / Instituto de Cências Biomédicas, 2008.
xvii, 82 p., il. 44
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto
de Ciências Biomédicas, 2008.
1. Coluna Vertebral. 2. Ressonância Nuclear Magnética. 3. Anatomia Humana. 4.
Densitometria Óssea. 5. Osteologia. 6. Ortopedia. 7. Fisioterapia. 8.
Bioantropologia Tese I. Dissertação (Mestrado Instituto de Ciências
Biomédicas. II Título: DENSITOMETRIA ÓPTICA COMPUTADORIZADA E
MORFOMETRIA DA REGIÃO CERVICAL DA COLUNA VERTEBRAL HUMANA ADULTA:
ESTUDO MACROSCÓPICO E POR RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA.
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AGRADECIMENTOS
A Deus por permitir que eu conclua mais uma fase de importância ímpar da minha vida.
Aos meus familiares por estarem sempre ao meu lado me apoiando e incentivando para que eu
chegue cada vez mais longe.
Especialmente aos Professores Orientadores Mário Ary Pires Neto e Ricardo de Ary Pires pela
amizade, paciência e dedicação na orientação dessa dissertação, contribuindo para esse momento
extremamente importante em minha formação acadêmica.
Aos Professores do UNIFESO Manoel Antonio Gonçalves Pombo e Vanderson Esperidião
Antonio por sempre me auxiliarem durante mais essa etapa.
Às professoras componentes da banca examinadora do projeto Tatiana Lobo Coelho de Sampaio e
Helena Araújo, à professora revisora Nádia Campos de Oliveira Miguel e aos professores componentes da
banca examinadora da dissertação final Leonardo C. Azevedo, Manoel Luiz P. da Silva Costa e Ana Maria
Blanco Martinez por suas considerações e sugestões que foram muito valiosas criteriosas e esclarecedoras.
A Srta. Alexandra Ferreira dos Santos e a Sra. Antônia Lima Carvalho pela atenção e apoio sempre
de forma marcante na condução desse trabalho.
Aos Senhores técnicos do laboratório de anatomia do UNIFESO, pela atenção e auxílio em relação
ao material necessitado.
Aos pacientes que gentilmente cederam seus exames que foram fundamentais para o
desenvolvimento desse estudo.
A Sra. Tânia Regina Pontes Cordeiro, da secretaria de Pós-graduação, que sempre teve extrema boa
vontade e competência em todos os momentos no transcurso da realização dessa Dissertação.
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RESUMO
No presente estudo avaliamos parâmetros morfométricos e a densidade óssea das vértebras subaxiais
de C3 a C7. Essa análise envolveu tanto vértebras isoladas, quanto imagens de Ressonância Nuclear
Magnética (RNM). Objetivos: A) Analisar imagens de RNM da coluna vertebral cervical humana (C3 a C7)
através da Densitometria Óptica Computadorizada (DOC; n=55, imagens padrão DICOM 16-bit). B) Realizar
uma avaliação morfométrica em 60 vértebras isoladas (C3-C7). C) Correlacionar os achados obtidos pela
DOC, com aqueles obtidos pela morfometria vertebral e analisar suas possíveis aplicações médico-cirúrgicas.
As análises por DOC revelaram que os corpos das vértebras normais sempre apresentavam valores superiores
a 100 Unidades Tonais (UT). Além disso, os dados obtidos a partir da série anatômica de vértebras analisadas
revelaram aproximadamente os seguintes valores médios: entre 5,5 a 6,5 mm para a altura do pedículo; 5,2 a
6,0 mm para a largura do pedículo; 4,6 a 4,9 mm para o comprimento do pedículo; 13,0 a 14,0 mm para a
altura do corpo vertebral; 8,5 a 10,0 mm para a altura laminar; 23,0 a 25,5 mm para a distância linear entre
os processos articulares superior e inferior de cada vértebra, e ângulo sagital entre o processo espinhoso e o
corpo da vértebra variando entre 30,1° e 35,3°. Concluímos de acordo com as análises por DOC, que essa
metodologia constitui um método de fácil visualização para a avaliação da estrutura óssea das vértebras
cervicais, através da análise de imagens de RNM. A avaliação por DOC de imagens de RNM, bem como a
análise de parâmetros lineares ou angulares das vértebras cervicais podem fornecer dados morfométricos com
importantes correlações clínico-cirúrgicas sobre a coluna vertebral humana.
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ABSTRACT
In the present study, we have evaluated morphometrical parameters and bone density of subaxial
vertebrae from C3 to C7. This investigation has involved both isolated vertebrae and images obtained from
Magnetic Resonance Imaging (MRI). Objectives: A) Analyze MR images of the human cervical spine (C3 to
C7) through a Computerized Optical Densitometry (COD; n = 55; image format 16-bit DICOM) methodolo-
gy. B) Perform a morphometrical evaluation of 60 isolated vertebrae (C3 to C7). C) Correlate the COD data
with those obtained with the vertebral morphometry, and analyze possible medical and surgical applications.
COD analyses revealed that normal vertebral bodies (C3-C7) always presented values superior than 100 Tonal
Units (TU), meanwhile pathological vertebrae with bone degenerative signals frequently presented values
inferior than 80 TU. Besides, the data obtained from the anatomical series has revealed that the mean values
were approximately ranging from 5.5 to 6.5 mm for pedicle height, 5.2 to 6.0 mm for pedicle width, 4.6 to 4.9
mm for pedicle length, 13.0 to 14.0 mm for vertebral body height, 8.5 to 10.0 mm for laminar height, 23.0 to
25.5 mm for linear distance between superior and inferior articular processes of each vertebra, 30.1° to 35.3°
for spinous process-body sagittal angle. We have concluded according to the COD analyses, that this
methodological approach represents a method of easy visualization for evaluation of the bone structure
analyzed by MRI. COD analysis as well as linear or angular measurements of the cervical vertebrae may
provide useful morphometrical data with important clinical and surgical correlations concerning the human
vertebral column.
vii
SUMÁRIO
Página
I. Introdução................................................................................................................1
I.A) A Coluna Vertebral e sua importância médica: Aspectos anátomo-clínico-
patológicos......................................................................................................................................1
I.B) A Anatomia e a Biomecânica da Coluna Vertebral.............................................................4
I.C) Ressonância Nuclear Magnética da Região Cervical da Coluna Vertebral......................8
I.D) Densitometria Óssea das vértebras da região cervical.....................................................10
II. Objetivos.................................................................................................................12
III. Materiais e Métodos..............................................................................................13
IV. Resultados ..............................................................................................................20
V. Discussão ................................................................................................................61
VI. Conclusões..............................................................................................................77
VII. Referências Bibliográficas.....................................................................................78
1
I. INTRODUÇÃO
I.A) A Coluna Vertebral e sua importância médica: Aspectos anátomo-clínico-patológicos
O conhecimento da anatomia da região cervical da coluna vertebral humana (Figura 1) é
particularmente importante no tratamento de lesões traumáticas e de patologias ósseas que determinam uma
instabilidade postural e compressão, seja das raízes nervosas cervicais, ou da própria medula espinhal (Kim,
Kwak et al., 2007). As lesões traumáticas da coluna vertebral têm se tornado cada vez mais freqüentes no
mundo moderno, em virtude, por exemplo, do aumento do número de veículos automotores circulando por
estradas em péssimas condições de manutenção e com precária sinalização de trânsito, além de outros
acidentes domésticos e do trabalho (Uhrenholt, Grunnet-Nilsson et al., 2002) .
O manejo correto desses pacientes deve começar logo após o acidente, e é dependente de um
diagnóstico clínico correto e do treinamento adequado das equipes de atendimento de pronto-socorro com a
orientação das bases anatômicas das estruturas possivelmente lesionadas na região cervical (Bozbuga,
Ozturk et al., 2004). O atendimento precoce do paciente com lesão cervical deve levar em consideração a
possibilidade de ter ocorrido um comprometimento da medula espinhal. Para tanto, em casos de lesões
cervicais é importante reforçar a orientação das equipes de pronto-atendimento no sentido de utilizar
obrigatoriamente um colar cervical rígido nesse paciente. O uso do colar cervical associado ao transporte em
macas de material rígido, permitindo assim a correta imobilização da coluna vertebral, tem contribuído de
modo significativo para evitar as mortes no trânsito (Uhrenholt, Grunnet-Nilsson et al., 2002).
Em relação às patologias da coluna vertebral, podemos citar: A espondilose cervical que é uma
doença degenerativa da região cervical que pode resultar em diferentes graus de estenose do canal vertebral
e/ou estenose dos forames intervertebrais – determinando no primeiro caso compressão da medula espinhal,
e no segundo caso compressão das raízes nervosas cervicais. Os fatores que contribuem na gênese dessa
patologia incluem osteófitos, degeneração dos discos intervertebrais cervicais, hérnias de disco, degeneração
das facetas articulares das vértebras cervicais e lesão dos ligamentos da coluna vertebral (Yoganandan,
Knowles et al., 2003). É um processo degenerativo que ocorre mais comumente em pacientes após os 50
anos de idade, acometendo mais freqüentemente a região cervical entre C5/C6 ou entre C6/C7. Nessas
circunstâncias o paciente apresenta quadro neurológico de dor e de parestesias na região cervical e em
Corpo vertebral
Figura 1
A) Fotografia da coluna vertebral cervical (vista anterior); B) Fotografia da coluna
cervical (vista lateral); C) Esquemas de uma vértebra cervical em vistas superior,
lateral esquerda e ântero-superior esquerda.
C
A
B
3
membros superiores (Malcolm, 2002). A maioria dos casos de hérnias de disco na região cervical causam
limitação dolorosa do movimento do pescoço, particularmente da extensão e da rotação. Os níveis mais
comuns de hérnias de disco na região cervical são também entre C5/C6 e entre C6/C7 determinando a
compressão da raiz C6 e de C7, respectivamente. O comprometimento da raiz C3 é muito raro e cursa
clinicamente com dor na região da mastóide e na orelha externa. Já a compressão da raiz C4 pode causar
dor e formigamento na nuca e na região supraclavicular. Enquanto a da raiz C5 determina dor na região do
ombro e por isso pode ser confundida com uma patologia primária da região lateral da escápula. A
compressão da raiz nervosa C6 do lado esquerdo pode ser erroneamente interpretada como uma angina do
coração. Com relação à raiz nervosa de C7, pode-se dizer que esta envolve dor e paresia ao realizar a
extensão do punho do lado lesado. O comprometimento da raiz C8 implica, muitas vezes, a compressão
contígua da cadeia de gânglios simpáticos na região cervical, determinando um quadro clínico associado de
Síndrome de Horner (Malcolm, 2002).
Nesses casos existem indicações de cirurgia com o objetivo de reduzir a cervicalgia e a braquialgia,
além de combater a paresia dos músculos afetados (Kim, Kwak et al., 2007). A cirurgia envolve uma
abordagem anterior ou posterior da coluna cervical, dependendo da raiz nervosa comprimida (Richter, Cakir
et al., 2005). A abordagem anterior é utilizada sempre que a patologia se estende anteriormente à raiz
nervosa e à medula espinhal, tal como acontece na presença de um osteófito ou de um prolapso de disco
intervertebral com um componente que se insinua para dentro do canal vertebral. Já no caso da abordagem
posterior, pode ser útil para discos herniados que se situam lateralmente à raiz nervosa, bem como para
estenose posterior do canal e doença das articulações uncovertebrais e/ou das articulações entre as facetas
articulares das vértebras cervicais (Oh, Perin et al., 1996; Malcolm, 2002).
A correção da instabilidade da região cervical, que ocorre por trauma, infecção, neoplasia ou por
patologia degenerativa das vértebras cervicais e do disco intervertebral, requer tratamento cirúrgico que
assegure a correta imobilização da coluna vertebral (Russell e Benjamin, 2004). Entretanto, embora as
aplicações clínico-cirúrgicas sejam evidentes, poucos estudos anatômicos têm sido realizados para estudar
detalhadamente as vértebras cervicais (C3 a C7). Tais vértebras (C3 a C7) são utilizadas rotineiramente para
a imobilização cirúrgica da coluna vertebral (Panjabi, Shin et al., 2000). Portanto, os dados de morfometria
dessas vértebras são fundamentais para a utilização de adequado instrumental cirúrgico (parafusos, pinos,
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placas e fixadores) para otimização dessa cirurgia de coluna vertebral (Ugur, Attar et al., 2000). Especial
atenção deve ser dada à avaliação dos pedículos dessas vértebras, que são as regiões que são perfuradas para
a instalação dos parafusos que fixam as placas de imobilização da coluna vertebral. Portanto, o
conhecimento da anatomia detalhada das vértebras cervicais oferece uma base segura para a fixação
transpedicular da região cervical da coluna vertebral humana (Richter, Cakir et al., 2005).
A estrutura óssea das vértebras C3 a C7 é fundamental para a estabilidade da região cervical da
coluna vertebral (Popitz, 1997). Estudos histomorfométricos na pesquisa sobre osteoporose têm fornecido
evidências sobre como os corpos vertebrais participam do mecanismo de estabilidade da coluna vertebral
(Panjabi, Chen et al., 2001). Em pacientes com osteoporose geralmente ocorre uma perda da espessura da
camada óssea cortical dos corpos vertebrais que acomete a coluna vertebral como um todo. Estudos
biomecânicos têm relacionado os conhecimentos morfométricos das vértebras examinadas em material
cadavérico com os efeitos patológicos que ocorrem na osteoporose. Estes estudos analisam colunas
vertebrais normais e aquelas com osteoporose, comparando medidas quantitativas das dimensões
macroscópicas (lineares e angulares) de vértebras cervicais (Panjabi, Chen et al., 2001).
I.B) A Anatomia e a Biomecânica da Coluna Vertebral
A coluna vertebral é uma estrutura que faz parte do esqueleto axial e está localizada na linha média
do dorso. Estende-se do crânio superiormente até a sua extremidade inferior, onde se localiza o cóccix,
formando assim o esqueleto do pescoço, do tórax, da região lombar e da pelve (Moses, Banks et al., 2006).
Ocorre um aumento progressivo no seu tamanho da região cervical até a região lombar. Isto é devido ao
peso corporal que é maior na parte inferior do que na parte superior do tronco. Esta estrutura óssea possui
várias funções importantes como: proteção de uma parte do sistema nervoso central, a medula espinhal;
sustentação do peso corporal, eixo mecânico para a maioria dos movimentos corporais e principal estrutura
na postura (Drake, Vogl et al., 2005). A coluna vertebral no adulto consiste normalmente em 32 a 34
vértebras sobrepostas e dispostas em cinco regiões: sete cervicais, doze torácicas, cinco lombares, cinco
sacrais e de três a cinco coccígeas (Testut, 1909; Testut e Latarjet, 1997).
Estendendo-se desde a articulação entre os corpos das segunda e terceira vértebras cervicais até a
articulação entre os corpos da quinta vértebra lombar e primeira vértebra sacral a presença de discos
5
intervertebrais que separam e articulam os corpos vertebrais (Rouvière e Cordier, 1956). Esses discos
intervertebrais têm uma composição fibrocartilaginosa e são divididos em uma porção periférica e uma
porção central. A porção periférica é chamada de ânulo fibroso que é composto por vários anéis
concêntricos de tecido cartilaginoso, mantidos em íntimo contato uns com os outros e circundam um
material gelatinoso central: o núcleo pulposo. Este por sua vez é constituído por colágeno e proteoglicanos,
que conferem a grande hidratação dessa matriz extrtacelular (Drake, Vogl et al., 2005). O ânulo fibroso
torna o disco resistente às pressões, compressões, trações e tensões a que é submetido. Mecanicamente, o
ânulo fibroso atua como uma mola espiralada, cuja tensão mantém juntos os corpos vertebrais contra a
resistência do núcleo pulposo (Hall, 2000; Moore, 2002; Drake, Vogl et al., 2005).
Estas articulações são chamadas de intersomáticas e são articulações do tipo sínfises. Cada duas
vértebras adjacentes ainda se articulam em outros dois pontos, entre as facetas articulares superiores da
vértebra inferior e as facetas articulares inferiores da vértebra superior. Essas são chamadas de articulações
interfacetárias ou zigoapofisárias e são articulações sinoviais do tipo plano. Mesmo que as articulações
intersomática e as interfacetárias entre duas vértebras, ou seja, dois segmentos, apenas permitam um grau de
movimento limitado, vários segmentos juntos dão à coluna vertebral uma movimentação extremamente
grande. As vértebras sacrais são fundidas e formam o sacro e as vértebras coccígeas rudimentares formam o
cóccix (Moore, 2002).
Na região cervical existem vértebras que possuem características diferentes das demais, e que por
isso são chamadas de vértebras atípicas. São elas a primeira vértebra cervical chamada de atlas e a segunda
vértebra cervical chamada de áxis. As demais são chamadas de vértebras típicas, por possuirem
características comuns às vértebras cervicais, tais como: corpo com o menor tamanho em relação às outras
regiões, processo espinhoso curto e bifurcado, forame vertebral de forma triangular e largo, devido à medula
espinhal ser mais espessa nessa região porque fornece a inervação dos membros superiores. As vértebras
cervicais típicas e atípicas apresentam os forames transversos que dão passagem, de cada lado, à artéria
vertebral, importante para a vascularização encefálica (Spalteholz, 1975; Sobotta, 2002; Drake, Vogl et al.,
2005).
A região torácica possui vértebras com corpo de tamanho médio, processo espinhoso longo e voltado
para a região inferior, forame vertebral arredondado e estreito e corpo vertebral que possui facetas costais
6
que vão se articular com as costelas. Existem duas facetas costais em cada lado do corpo vertebral, sendo
uma superior, outra inferior, além de uma faceta costal transversa em cada processo transverso (Moses,
Banks et al., 2006).
A região lombar possui vértebras com corpo robusto e reniforme, sendo maior que os das regiões
cervical e torácica, com processo espinhoso curto e quadrilátero. O forame vertebral apresenta-se largo e
triangular, isto devido à presença da intumescência lombar. O sacro é formado a partir de cinco vértebras
sacrais fundidas, apresentando uma forma triangular com seu ápice voltado inferiormente. Bilateralmente
ele se articula com os dois ossos do quadril através das faces auriculares formando assim, a pelve óssea. Os
forames vertebrais lombares se continuam com o canal sacral. O cóccix é formado por três a cinco vértebras
rudimentares e tem a forma triangular com seu ápice voltado inferiormente e é o remanescente do esqueleto
da cauda (Testut, 1909; Testut e Latarjet, 1997).
A coluna vertebral de um adulto, em uma vista anterior ou posterior, é retificada e, em uma vista
lateral, ela é sinuosa. Isto porque ela possui curvaturas que têm a função de suportar e dissipar pesos e
impactos impostos a ela. São quatro as curvaturas: cervical, torácica, lombar e sacrococcígea. As curvaturas
torácica e sacrococcígea são denominadas de primárias e possuem uma concavidade anterior e as cervical e
lombar são denominadas de curvaturas secundárias e possuem uma concavidade posterior. São denominadas
dessa forma devido ao seu desenvolvimento que se principalmente no primeiro ano de vida. Antes do
nascimento, a coluna vertebral do feto acompanha a forma da parede interna da cavidade uterina estando
fletida em uma curvatura contínua de concavidade anterior, denominada de curvatura primária da coluna
vertebral.
Após o nascimento, aproximadamente aos três meses de idade, a criança começa a sustentar e a
realizar movimentos com a cabeça. Assim, a extremidade superior dessa curvatura primária começa a se
retificar e a inverter sua concavidade de anterior para posterior devido à ação dos músculos do pescoço.
Aproximadamente aos seis e aos nove meses de idade, a criança começa a sentar sem apoio e a engatinhar
respectivamente. Isso faz com que a musculatura que realiza os movimentos do tronco modifique a
curvatura da região lombar para a posição retificada e então, de anterior para posterior. Aproximadamente
aos doze meses de idade a criança começa a andar e nesse período as curvaturas já estão formadas e prontas
para a manutenção da postura e sustentação na posição bípede (Testut e Latarjet, 1997; Hall, 2000).
7
Então, as curvaturas primárias não se modificam, ou seja, sua concavidade anterior permanece dessa
forma desde o nascimento e as curvaturas secundárias invertem sua concavidade de anterior para posterior
durante esse período (Moore, 2002). Essas curvaturas ainda podem sofrer alterações patológicas sendo o
aumento das curvaturas primárias denominado cifose e o aumento das curvaturas secundárias denominado
lordose (Spalteholz, 1975; Sobotta, 2002);. Os desvios laterais da coluna também significam situações
patológicas denominados escolioses (Drake, Vogl et al., 2005).
A coluna vertebral permite movimentos em todos os três planos e eixos. Já que o grau de movimento
entre dois segmentos é extremamente limitado, os movimentos da coluna vertebral envolvem sempre um
grande número de segmentos móveis. A amplitude de movimento permitida a cada segmento móvel é
determinada pelas barreiras anatômicas que variam entre as regiões cervical, torácica e lombar. O tamanho e
a angulação dos processos articulares variam através de toda a coluna vertebral. Isso faz com que as
articulações interfacetárias, que são responsáveis pelo direcionamento dos movimentos, modifiquem sua
orientação, o que pode limitar determinados movimentos nas diferentes regiões da coluna vertebral (Hall,
2000; Drake, Vogl et al., 2005).
Na região cervical os processos articulares estão dispostos no plano transverso, sendo os movimentos
mais significativos dessa região os de rotação da cabeça (Tanaka, Fujimoto et al., 2000). Os processos
articulares na região torácica estão dispostos no plano frontal, sendo relevantes os movimentos de flexão
lateral do tronco. na região lombar, os processos articulares estão dispostos no plano sagital, sendo os
movimentos principais os de flexão e extensão do tronco (Hall, 2000; Drake, Vogl et al., 2005; Moses,
Banks et al., 2006).
Os livros-texto clássicos de anatomia humana mostram todos os discos intervertebrais como iguais e
obedecendo a um padrão morfológico genérico, consistindo de um núcleo pulposo circundado por um ânulo
fibroso formado por lamelas concêntricas de fibras colágenas obliquamente orientadas. Entretanto, há fortes
evidências biomecânicas e bioquímicas de que os discos intervertertebrais cervicais sejam na verdade
diferentes dos discos intervertebrais lombares (Mercer e Bogduk, 1999). Evidências experimentais mostram
que o ânulo fibroso dos discos cervicais não consiste de lâminas concêntricas de fibras colágenas, como o
que ocorre nos discos lombares. Ao invés disso, o ânulo fibroso dos discos cervicais forma em sua região
anterior uma espessa massa de fibras colágenas com um formato em crescente. Essa massa anterior de fibras
8
colágenas se afina lateralmente em direção aos processos uncinados das vértebras cervicais. Isso faz com
que o ânulo fibroso dos discos cervicais seja deficiente póstero-lateralmente, onde é formado apenas por
uma fina camada de fibras colágenas, verticalmente orientadas e que recebem o reforço do ligamento
longitudinal posterior da coluna vertebral (Mercer e Bogduk, 1999). Tais diferenças nas propriedades
biomecânicas e bioquímicas dos discos intervertebrais cervicais têm sido relacionadas à gênese de
patologias degenerativas da coluna cervical com compressão póstero-lateral de raízes nervosas,
determinando intensa radiculalgia e cursando com evolução clínica mais aguda do que as correspondentes
patologias lombares (Richter, Cakir et al., 2005).
I.C) Ressonância Nuclear Magnética da Região Cervical da Coluna Vertebral
As imagens de Ressonância Nuclear Magnética (RNM) da coluna vertebral (Figura 2) são
consideradas o melhor exame diagnóstico complementar para evidenciar as patologias da coluna cervical,
especialmente as protrusões discais agudas com compressão das raízes nervosas cervicais ou da medula
espinhal (Russell e Benjamin, 2004).
O propósito de qualquer exame de imagem é responder a uma questão clínica previamente analisada
através de uma boa anamnese e um completo exame físico do paciente. O exame de imagem ideal deve aliar
sensibilidade à especificidade. O exame de RNM de alta-resolução tem contribuído significativamente para
auxiliar os radiologistas na análise da anatomia normal e patológica (Humphreys, Hodges et al., 1998). As
imagens de RNM auxiliam muito no diagnóstico e na orientação terapêutica das lesões de coluna cervical .
Segundo o Colégio Americano de Radiologia, o exame de RNM da coluna vertebral oferece uma variedade
de seqüências de imagens de alta resolução, nas quais os dados são obtidos diretamente, sem degradação da
imagem vista quando comparada com cortes de Tomografia Computadorizada (Kaiser e Holland, 1998). A
avaliação padrão da RNM da região cervical da coluna vertebral humana adulta deve incluir seqüências
sagitais em modo T1 e T2. O exame da coluna em T1 oferece uma superior resolução espacial e uma boa
identificação de áreas de metástases ósseas. A desvantagem do exame em T1 é que ele não discrimina entre
o ligamento longitudinal posterior, e o líquido céfalo-raquidiano (LCR), uma vez que essas estruturas vão
aparecer como sinais de baixa intensidade na seqüência de imagens. Por esta razão a melhor seqüência de
imagens de RNM da coluna cervical para avaliar canal vertebral e compressão por osteófito ou hérnia de
Figura 2
A
B
A) Corte sagital da região cervical da coluna vertebral obtido por ressonância magnética
de um indivíduo normal. B) Mesmo corte observado em “A” com demonstração das
vértebras cervicais C2 a C7.
10
disco deve ser feita com imagens em T2, usando escaneadores (“scanners”) de alta resolução e a técnica de
“fast-spin echo” (Kaiser e Holland, 1998) . A técnica de imagens por “fast-spin echo” encurta o tempo para
obtenção e aumenta a resolução espacial da RNM em T2 convencional. A desvantagem de usar imagens em
T2 é a persistência do sinal de alta intensidade do tecido adiposo, o que não representa problema para a
análise da região cervical da coluna vertebral humana adulta (Kaiser e Holland, 1998)
Em imagens de RNM colhidas em T2 a medula espinhal aparece com um sinal de intensidade
intermediária, circundada por LCR branco. Devido ao tamanho diminuto das lesões de coluna, são
analisados cortes finos com espessura de 1,5 a 4 mm, especialmente no eixo axial. A mais comum das
indicações de RNM da coluna cervical é a avaliação de espondilose cervical, como investigação
complementar das causas de cervicalgia, braquialgia e radiculopatia dos membros superiores. A RNM em
T2 permite avaliar com precisão discos intervertebrais, vértebras cervicais, osteófitos, canal vertebral e
assim identificar as causas de uma mielopatia por compressão da medula espinhal no canal vertebral, ou de
uma radiculopatia por compressão de raízes nervosas na região dos forames intervertebrais (Kaiser e
Holland, 1998). A RNM revolucionou também a avaliação de tumores intradurais-extramedulares tais como
schwanomas e meningiomas, bem como de tumores intramedulares tais como astrocitomas e ependimomas.
Além disso, a RNM é o exame de escolha na avaliação de processos infecciosos, inflamatórios,
desmielinizantes e/ou degenerativos envolvendo a medula espinhal, incluindo esclerose múltipla, mielite
transversa idiopática aguda, e mielite pós-infecciosa aguda (Humphreys, Hodges et al., 1998; Kaiser e
Holland, 1998)].
I.D) Densitometria Óssea das vértebras da região cervical
A densidade mineral óssea das vértebras cervicais tem sido muito investigada no sentido de
compreender a estrutura dessas vértebras e assim contribuir para a otimização de procedimentos e
instrumentais utilizados em cirurgias da coluna vertebral, bem como fornecer subsídios anatômicos para a
avaliação de pacientes com patologias ósseas degenerativas, tais como osteoporose. Recentemente, foi
analisada a densidade óssea das vértebras da coluna vertebral em pacientes com idades entre 18 e 41 anos,
tendo sido demonstrada através de densitometria óssea e análise de tomografia computadorizada que ocorre
11
uma diminuição da densidade mineral óssea no sentido rostro-caudal ao longo de toda a coluna vertebral
(Yoganandan, Pintar et al., 2006). As vértebras da região cervical possuem a densidade óssea mais elevada,
seguidas pela primeira vértebra torácica. As vértebras lombares possuem uma densidade mineral óssea
homogênea entre as três primeiras vértebras lombares. Esses dados quantitativos de densidade mineral óssea
mostram que a arquitetura trabecular óssea das vértebras da região cervical é mais densa e que deve ser
analisada de modo diferenciado quando comparada às demais vértebras (Yoganandan, Pintar et al., 2006).
Do ponto de vista biomecânico, toda a coluna vertebral suporta uma carga externa durante as
atividades fisiológicas. A coluna lombar suporta uma carga consideravelmente maior pelo próprio efeito da
força da gravidade sobre a porção superior do corpo. As vértebras da coluna cervical têm uma densidade
óssea mais elevada, embora suportem uma carga externa relativamente menor do que aquela que é suportada
pela região lombar. Duas possíveis explicações para esse fato têm sido propostas: Do ponto-de-vista
filogenética a densidade óssea nas vértebras cervicais é maior devido a uma reminiscência do efeito da
marcha de animais quadrúpedes, em termos biomecânicos a região cervical possui movimentos complexos
sendo mobilizada por vários músculos e em diferentes direções (Yoganandan, Pintar et al., 2006).
As pesquisas sobre a biomecânica da coluna vertebral humana têm aumentado muito nos últimos
anos no sentido de compreender melhor a estrutura óssea da região cervical. O objetivo deste estudo se
insere nesse contexto, no sentido de contribuir para uma melhor interpretação da anatomia e da
fisiopatologia da coluna vertebral, bem como da estratégia terapêutica que deva ser adotada por médicos
(clínicos e cirurgiões), fisioterapeutas, enfermeiras, preparadores físicos e equipes paramédicas de pronto-
socorro para minimizar o sofrimento dos pacientes com lesões na região cervical da coluna vertebral.
12
II. OBJETIVOS
A presente dissertação de Mestrado pretendeu atingir os seguintes objetivos:
1- Analisar imagens de Ressonância Nuclear Magnética (RNM) da coluna vertebral cervical
humana adulta (C3 a C7) através da Densitometria Óptica Computadorizada (DOC).
2- Realizar a análise morfométrica das vértebras cervicais isoladas (C3 a C7) obtidas de
esqueletos humanos (masculinos ou femininos), comparando dimensões lineares e angulares.
3- Correlacionar as medidas da DOC com as mensurações das vértebras isoladas, com possíveis
aplicações clínicas e cirúrgicas envolvendo patologias ósseas da coluna vertebral humana.
13
III. MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho foi desenvolvido de acordo com os princípios éticos contidos na Declaração Internacional
da WMA (World Medical Association; Declaração de Helsinque, 1995) e com as normas de prática médica
norte-americanas do Comitê de Ética do National Institutes of Health (NIH – Washington, EUA).
Esta investigação foi realizada na Unidade de Neuroanatomia Topográfica (UNAT) do Departamento
de Anatomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em qualquer texto anatômico, a terminologia utilizada sempre é questão importante para a correta
descrição e compreensão da morfologia regional. Em 1989, foi formado o Federative Committee on
Anatomical Terminology (FCAT), encarregado de desenvolver a terminologia oficial das ciências
anatômicas. A Terminologia Anatomica (Thieme, Sttutgart/New York, 1998) foi uma publicação conjunta
deste grupo, que passou a ser utilizada também pela International Federation of Associations of Anatomists
(IFAA) . Tal terminologia representa a Nômina Anatômica oficial e que portanto utilizamos no presente
estudo em prol da uniformidade das descrições morfológicas (Terminologia, 1998).
A presente dissertação de Mestrado abrange dois principais tipos de metodologias e/ou materiais:
a) Densitometria óptica de imagens de Ressonância Nuclear Magnética da região cervical da
coluna vertebral humana adulta.
Estudo “in vivo” que compreende a análise por Densitometria Óptica Computadorizada (DOC) de
imagens de Ressonância Nuclear Magnética (RNM) da região cervical da coluna vertebral humana adulta
(Figuras 3 e 4).
As imagens (formato gráfico DICOM, 16-bit) eram produzidas e armazenadas em CD-ROMs para
subseqüente análise da densidade óssea com a utilização do software ImageDig (SciCepts, USA), conforme
detalhado abaixo. Os cortes analisados eram produzidos nas regiões sagitais medianas, em conformidade com
a calibração e com os parâmetros cefalométricos padronizados para o equipamento de RNM utilizado. Eram
escolhidas as áreas dos corpos vertebrais e dos processos espinhosos para serem avaliados os valores médios
relativos às regiões de interesse na investigação.
(ImageDig, SciCepts Engineering, USA)
Figura 3
Imagem de Ressonância Nuclear
Magnética de um indivíduo normal
(corte sagital).
Mesma região da Figura 3 com
representação esquemática
computadorizada por conversão de
unidades tonais (Uts) em esquema de
cores para facilitar a visualização da
Figura 4
15
As imagens de RNM foram analisadas por intermédio do sistema 3D Image Digitizer do software
ImageDig v. 2.07 (SciCepts Engineering, USA). Esse software permite a codificação de centenas de
diferentes tonalidades de cinza, assim como das cores preta e branca, em um sistema de plotagem 3D com
cores correspondentes à intensidade do sinal.
Assim, podem ser melhor evidenciadas alterações morfológicas, realizando comparações entre
regiões anatômicas de um mesmo indivíduo e/ou entre indivíduos normais e pacientes. Foram estudadas 55
regiões anatômicas de 11 indivíduos (6 homens e 5 mulheres) com a coluna cervical sem alterações
radiológicas. Esses indivíduos realizaram o exame para investigação de patologias não relacionadas à região
específica da coluna vertebral (sendo que, em cada indivíduo, se realizaram 5 cortes transversos passando
pelos planos de C3, C4, C5, C6 e C7, além de 1 corte sagital). Assim, atingimos o número total de 55
vértebras cervicais (C3 a C7) e 66 cortes (11 sagitais e 55 transversos) analisados pela DOC sobre imagens
de RNM. Somente foram utilizadas imagens de RNM com laudo de normalidade da coluna vertebral
cervical. Algumas imagens de RNM patológicas foram utilizadas apenas para demonstrar o poder de
discriminação diagnóstica da DOC , separando assim casos normais e patológicos por critérios científicos e
que facilitam a análise imageológica. As imagens de Ressonância Nuclear Magnética utilizadas na presente
dissertação foram gentilmente cedidas pelo Centro de Medicina Nuclear Guanabara (Rio de Janeiro, RJ) e
pelo Centro de Imagens EXÂMINA Diagnósticos Avançados (Nova Friburgo, RJ). Dos exames
selecionados para este trabalho, foram excluídos os de portadores de quaisquer patologias ósseas cervicais
ou de outras disfunções que, mesmo indiretamente, comprometessem a estrutura óssea ou a fisiologia da
coluna vertebral. A faixa etária selecionada foi entre 21 e 40 anos. Todos os pacientes se manifestaram em
conformidade com a realização do exame e com a sua utilização para a pesquisa médico-científica.
Os exames de RNM foram realizados entre 2005 e 2007 usando máquinas de RNM Siemens
(Erlangen, Alemanha) Magnetom Impact 1 Tesla. O protocolo de RNM foi o seguinte: A) para imagens em
T2 sagital: tempo de repetição (TR) 5000, echo time (TE) 112, “flip angle” 180, “pixel size” 1.17 £ 1.09,
“matrix size” 94% 180 £ 256, “field of view” (FOV) 280, espessura de corte = 4 mm. B) para imagens em
T1 sagittal (TR 500, TE 15, “flip angle” 90, “pixel size “ 1.46 £ 1.09, “matrix size” 75% 144 £ 256, FOV
280, espessura de corte 4 mm, número de cortes 11.
16
A intensidade do sinal é computadorizada pelo aparelho de RNM para avaliar estruturas de diferentes
densidades. O computador fornece as imagens de acordo com a média da intensidade do sinal para cada
estrutura da região cervical. As imagens de RNM, enviadas em mídia magnética, foram processadas pelo
software de mensuração linear de pontos pré-determinados (Figura 4), convertidos ao sistema métrico em
cada quadro de imagem obtido, com os softwares e-Film Workstation v. 1.5 (e-Film Corporation, USA) e
Image Pro Plus v. 4.0 (Media Cybernetics, USA). Utilizando os mesmos parâmetros de tonalidade da imagem
da Ressonância Nuclear Magnética foi possível realizar a análise por DOC (Densitometria Óptica
Computadorizada) das vértebras cervicais C3 a C7, com o sistema 3D Image Digitizer do software ImageDig
v. 2.07 (SciCepts Engineering, USA).
b) Análise Morfométrica de vértebras cervicais (C3 a C7) isoladas a partir de esqueletos humanos com
sexo conhecido.
Foi realizado o estudo morfométrico de vértebras cervicais isoladas (C3 a C7), obtidas de esqueletos
adultos com sexo conhecido oriundos dos acervos do Museu de Antropologia Física da Universidade do Rio
de Janeiro (UNIRIO) e dos Anatômicos da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques – RJ e da
Faculdade de Medicina de Teresópolis (Fundação Serra dos Órgãos, Teresópolis, RJ). Foram analisadas as
vértebras de acordo com as medidas anatômicas consideradas relevantes para o estudo e para correlações
clínico-cirúrgicas.
Utilizamos para a análise morfométrica computadorizada das imagens das vértebras cervicais isoladas
C3 a C7, o software Image Pro Plus v.4.0 (Media Cybernetics, USA). As fotografias foram realizadas com a
utilização de tripé auto-estático com nível para orientação tridimensional. As vértebras foram fotografadas
com câmera digital (Sony Cybershot, Japão) de 5 megapixels de resolução óptica, obedecendo à distância
padronizada de 30 cm da objetiva da câmera. As vértebras eram apoiadas por sistema rígido de suporte
(garras metálicas) para evitar deslocamentos durante a documentação fotográfica. Para minimizar os erros
inerentes a uma avaliação quantitativa desta natureza, todas as medidas foram aferidas três vezes e uma
média de três observações foi usada para a avaliação estatística.
Os dados obtidos dos 12 conjuntos de vértebras subaxiais isoladas C3 a C7 a partir de esqueletos montados
(7 esqueletos do sexo masculino e 5 do sexo feminino) foram analisados no presente estudo. Assim perfizemos
Altura do Corpo
Altura da Lâmina
Ângulo Sagital Processo
Espinhoso-Corpo Vertebral
Distância Processo Articular
Superior e Inferior
Altura do Pedículo
Ângulo Interlaminar
Área do Canal Vertebral
Área do Forame Tranverso
Comprimento do Pedículo
Distância AP do Canal Vertebral
Distância AP Máxima da Vértebra
Distância AP do Processo Articular
Distância Processo Espinhoso-Canal
Distância AP do Corpo Vertebral
Figura 5
Mensurações macroscópicas realizadas nas vértebras subaxiais (C3 a C7; vistas lateral e superior).
(Continuação)
Dimensão do Processo Uncinado
Distância Látero-lateral
do Corpo Vertebral
Distância entre Processos Articulares
Distância Látero-lateral
Vertebral Máxima
Largura Máxima do Canal Vertebral
Distância Látero-lateral do
Processo Articular
Largura do Pedículo
Área e Perímetro Vertebral Total
Figura 6
Mensurações macroscópicas realizadas nas vértebras subaxiais (C3 a C7; vistas superior e
anterior).
19
o número total de 60 vértebras cervicais isoladas (C3 a C7) submetidas à análise morfométrica macroscópica
(n = 60). Para cada vértebra foram analisados 5 parâmetros pela vista lateral, 17 pela vista superior e 1 pela
vista anterior, representando 23 mensurações ao todo por vértebra estudada. Ou seja, cerca de 1380
mensurações aferidas por 3 vezes consecutivas. As mensurações realizadas (Figuras 5 e 6) pela vista lateral
(perfil) foram: Altura do corpo vertebral; altura da lâmina; ângulo sagital processo espinhoso-corpo vertebral;
distância processo articular superior e inferior; altura do pedículo. As mensurações realizadas pela vista
superior foram: Ângulo interlaminar; área do canal vertebral; área do forame tranverso; comprimento do
pedículo; distância ântero-posterior (AP) do canal vertebral; distância AP máxima da vértebra; distância AP
do processo articular; distância processo espinhoso-canal vertebral; distância AP do corpo vertebral; distância
látero-lateral do corpo vertebral; distância entre processos articulares; distância látero-lateral vertebral
máxima; largura máxima do canal vertebral; distância látero-lateral do processo articular; largura do pedículo;
área e perímetro vertebrais totais. Pela vista anterior, foi feita a mensuração do processo uncinado (úncus).
A análise estatística foi realizada para mostrar possíveis diferenças entre as vértebras cervicais
decorrentes do gênero do indivíduo (masculino ou feminino) e que possam caracterizar dimorfismos sexuais.
Essa análise foi realizada obedecendo a parâmetros científicos internacionais (Agresti, 2002; Armitage e
Berry, 2002) e envolvendo, primeiramente, a avaliação da normalidade (testes de Shapiro-Wilk e de
Kolmogorov-Smirnov) e da homoscedasticidade (avaliada, sobretudo, pelo teste de Bartlett). Utilizamos
testes paramétricos e/ou não-paramétricos mais adequados para cada comparação específica.
Utilizamos os seguintes testes paramétricos (“t” de Student, ANOVA One-Way e Two-Way, seguidos
pelos testes “post hoc” de Bonferroni, Tukey e Duncan para comparações múltiplas). Os testes não-
paramétricos utilizados foram os de Mann-Whitney, Wilcoxon, Friedmann e Kruskal-Wallis (com teste “post
hoc” de Dunn e teste de Dwaas-Steel-Critchlow-Fligner para comparações múltiplas). Os testes somente
foram considerados significativos quando p < 0,05. Foram utilizados os programas estatísticos MedCalc 7.42
for Windows (MedCalc Cie, Bélgica) e SigmaStat 3.0 e SPSS for Windows v. 11.0 (SPSS Corporation, USA).
Os gráficos produzidos a partir dos dados coletados foram elaborados com a utilização dos softwares
SigmaPlot para Windows versão 9.0 (SPSS Corporation, EUA) e KaleidaGraph versão 4.03 (Synergy
Software, USA).
20
IV. RESULTADOS:
A) Resultados de Densitometria Óptica Computadorizada (DOC) em imagens de
Ressonância Nuclear Magnética (RNM) das vértebras cervicais (C3 a C7)
O estudo por meio da Densitometria Óptica Computadorizada (DOC) foi realizado em cortes
sagitais (Figura 7) e em cortes transversais (Figura 8) de RNM. Para a análise, foram utilizadas as
imagens de RNM em T1, pois permite a evidenciação do corpo vertebral e do disco intervertebral, sem
a evidenciação do líquor, o que dificultaria a mensuração, por não se poder observar o limite posterior
do corpo vertebral. As imagens (formato DICOM, 16-bit) eram produzidas e armazenadas em CD-
ROMs para subseqüente análise da densidade óssea com a utilização do software ImageDig (SciCepts,
USA). Os cortes analisados eram produzidos nas regiões sagitais medianas, em conformidade com a
calibração e com os parâmetros cefalométricos padronizados para o equipamento de RNM utilizado.
As imagens obtidas desta maneira, podem ser convertidas em gráficos de intensidade do sinal
branco-cinza-preto e que podem ser convertidos em planilhas para análise numérica dos dados. Para
tanto, eram selecionadas áreas do corpo vertebral e do processo espinhoso vertebral, sendo a densidade
óssea avaliada em função das gradações de tonalidades de cinza das referidas áreas.
O corpo e o arco vertebrais podem ser bem individualizados, sobretudo nos cortes sagitais, que
permitem a comparação entre as vértebras de um mesmo indivíduo e, também, entre vértebras normais
e patológicas de indivíduos diferentes.
Para análise densitométrica detalhada foram realizadas medidas no corpo vertebral e no
processo espinhoso de cada vértebra, comparando as medidas obtidas entre as diferentes vértebras de
indivíduos adultos jovens de ambos os sexos (masculino e feminino). Todos os indivíduos analisados,
na presente investigação, realizaram os exames por indicações médicas que abrangiam causas
patológicas extrínsecas à coluna vertebral, mas que apresentavam o padrão de normalidade da coluna
vertebral, segundo critérios radiológicos.
É importante mencionar que todas as vértebras evidenciaram densidades maiores de 100 TU
(Tonal Units ou Unidades Tonais), muitas vezes ultrapassando 140 TU (Figura 9).
Coluna Vertebral Normal
Figura 7
A
B
A) RNM da
coluna
cervical de C3
a C7.
B) Mesma
região de “A”
com
representação
esquemática
por cores
utilizando a
densitometria
óptica digital
para avaliação
de unidades
tonais (UT).
Figura 8
A) Corte
transversal por
RNM da
coluna cervical
na altura da
vértebra C3.
B)
Densitometria
óptica da
mesma região
de “A”.
C)
Representação
esquemática da
anatomia
topográfica da
mesma região
demonstrada
em “A”.
A
B
C
Análise Quantitativa
Coluna Cervical Normal
Figura 9
Unidades Tonais
Valores médios do corpo
vertebral (corte sagital)
Mensuração de unidades tonais médias do corpo vertebral da região de corte sagital de
uma vértebra cervical normal através da densitometria óptica digital (ImageDig
software).
0
20
40
60
80
100
120
140
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Densitometria Óptica Computadorizada dos Corpos Vertebrais (C3 a C7)
(n = 55)
Unidades Totais Médias (UT)
Figura 10
C3M = Vértebra C3 Masculina; C3F = Vértebra C3 Feminina; C4M = Vértebra C4 Masculina; C4F =
Vértebra C4 Feminina; C5M = Vértebra C5 Masculina; C5F = Vértebra C5 Feminina; C6M = Vértebra C6
Masculina; C6F = Vértebra C6 Feminina; C7M = Vértebra C7 Masculina; C7F = Vértebra C7 Femina.
A codificação acima é utilizada em todas as figuras desta Dissertação de Mestrado.
Barra de erro = Desvio padrão da média (p < 0,05).
0
20
40
60
80
100
120
140
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Densitometria Óptica Computadorizada dos Processos Espinhosos (C3 a C7)
(n = 55)
Unidades Totais Médias (UT)
Figura 11
C3M = Vértebra C3 Masculina; C3F = Vértebra C3 Feminina; C4M = Vértebra C4 Masculina; C4F =
Vértebra C4 Feminina; C5M = Vértebra C5 Masculina; C5F = Vértebra C5 Feminina; C6M = Vértebra C6
Masculina; C6F = Vértebra C6 Feminina; C7M = Vértebra C7 Masculina; C7F = Vértebra C7 Femina.
A codificação acima é utilizada em todas as figuras desta Dissertação de Mestrado.
Barra de erro = Desvio padrão da média (p < 0,05).
26
A análise densitométrica dos corpos vertebrais permitiu observar uma maior densidade das
vértebras C3 e C4 em ambos os sexos, comparada com uma aparente diminuição da densidade, em
valores médios, nas vértebras C5 a C7 (Figura 10). Entretanto, a análise estatística (p < 0,05) não
conseguiu demonstrar diferenças significativas entre os sexos e/ou entre as vértebras analisadas no
grupo amostral estudado.
A análise densitométrica dos processos espinhosos das vértebras C3 a C7 (Figura 11), também
demonstrou basicamente o mesmo padrão de densidade apontado acima, mostrando discreta
diminuição da densidade, em valores médios, das vértebras C5 a C7, em comparação com os valores
da densidade de C3 e C4. Da mesma maneira que na análise do corpo vertebral, a análise estatística (p
< 0,05) não pôde apontar dferenças significativas entre os sexos e/ou entre as vértebras estudadas.
B) Resultados da análise morfométrica das vértebras cervicais isoladas (C3 a C7)
obtidas a partir de esqueletos com sexo definido
As vértebras cervicais subaxias (C3 a C7) foram separadas em grupos masculinos (C3M, C4M,
C5M, C6M e C7M) e femininos (C3F, C4F, C5F, C6F e C7F). Essas medidas passam a ser descritas em
seguida com os seus valores médios e seus respectivos desvios-padrão (p < 0,05)
B.1) Medidas obtidas em vista lateral:
B.1.1) Altura do Corpo Vertebral (média ± desvio padrão, em centímetro - Figura 12)
C3M 1,43 ± 0,30
C3F 1,38 ± 0,10
C4M 1,45 ± 0,05
C4F 1,30 ± 0,10
C5M 1,45 ± 0,30
C5F 1,20 ± 0,15
C6M 1,60 ± 0,10
C6F 1,35 ± 0,04
C7M 1,45 ± 0,15
C7F 1,30 ± 0,10
B.1.1.a) Resultados:
• A altura vertebral isoladamente demonstrou variar
pouco entre as vértebras masculinas e femininas.
• A diferença entre as vértebras C3, C4, C5, C6 e C7
não atingiu significação estatística no grupo amostral
estudado.
27
B.1.2) Altura da Lâmina Vertebral (em centímetro - Figura 13)
C3M 0,95 ± 0,10
C3F 0,70 ± 0,15
C4M 0,95 ± 0,10
C4F 0,75 ± 0,10
C5M 0,90 ± 0,12
C5F 0,80 ± 0,15
C6M 1,15 ± 0,10
C6F 0,95 ± 0,05
C7M 1,20 ± 0,05
C7F 1,00 ± 0,07
B.1.3) Ângulo Sagital Processo Espinhoso-Corpo Vertebral (em graus - Figura 14)
C3M 30,10 ± 1,50
C3F 32,00 ± 2,00
C4M 32,00 ± 2,50
C4F 31,00 ± 1,80
C5M 33,50 ± 1,90
C5F 32,50 ± 1,50
C6M 35,20 ± 2,90
C6F 34,90 ± 1,90
C7M 35,30 ± 1,50
C7F 35,30 ± 1,80
B.1.2.a) Resultados:
Foram observadas diferenças estatisticamente
significativas entre as vértebras C3M e C3F; C4M e
C4F; C6M e C6F e C7M e C7F.
• No que diz respeito à amostra total, observou-se um
aumento da altura da lâmina vertebral no sentido
crânio-caudal, que entretanto não atingiu a significação
estatística arbitrada (p < 0,05).
B.1.3.a) Resultados:
A variação deste ângulo entre as vértebras
masculinas e femininas não atingiu significância
estatística (p < 0,05).
• A angulação manteve-se em torno de 30 a 35 graus
quando comparadas as vértebras cervicais subaxiais,
independentemente da sua disposição crânio-caudal.
28
B.1.4) Distância entre os Processos Articulares Superiores e Inferiores (em centímetro - Figura 15)
C3M 2,40 ± 0,10
C3F 2,20 ± 0,50
C4M 2,55 ± 0,15
C4F 2,35 ± 0,10
C5M 2,45 ± 0,20
C5F 2,35 ± 0,10
C6M 2,50 ± 0,20
C6F 2,30 ± 0,15
C7M 2,60 ± 0,15
C7F 2,35 ± 0,10
B.1.5) Altura do Pedículo Vertebral (em centímetro - Figura 16)
C3M 0,65 ± 0,05
C3F 0,50 ± 0,03
C4M 0,60 ± 0,09
C4F 0,53 ± 0,07
C5M 0,65 ± 0,10
C5F 0,55 ± 0,05
C6M 0,65 ± 0,10
C6F 0,55 ± 0,08
C7M 0,75 ± 0,05
C7F 0,65 ± 0,10
B.1.4.a.) Resultados:
• A distância entre os processos articulares superiores
e inferiores se demonstrou maior, em média, no sexo
masculino, sem que atingisse a significância estatística
(p < 0,05).
Da mesma forma, não foi possível detectar
diferenças estatisticamente significativas entre as
vértebras mais craniais e aquelas mais caudais.
B.1.5.a) Resultados:
A altura dos pedículos de C3M e C3F foram
significativamente diferentes (p < 0,05).
As demais vértebras exibiram valores médios
maiores no sexo masculino do que no feminino,
entretanto sem atingir a significância estatística.
• As vértebras masculinas e as femininas comparadas
em grupos separados de acordo com o sexo, exibem
um aumento no sentido crânio-caudal em valores
médios, mas que não atingiram a significância
estatística arbitrada.
Figura 12
0
0,5
1
1,5
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Altura do Corpo Vertebral (C3 a C7)
(n = 60)
Mensuração (cm)
Barra de erro = Desvio padrão da média (p < 0,05)
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da altura do corpo vertebral de C3 a C7
(C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e C7F são
vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla na cor vermelha.
Figura 13
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Altura da Lâmina Vertebral (C3 a C7)
(n = 120)
Mensuração (cm)
* *
*
*
Barra de erro = Desvio padrão da média (p < 0,05)
O símbolo do asterisco (*) assinala diferenças significativas entre as vértebras respectivas masculinas e
femininas de mesmo nível na coluna vertebral (ex: C3M e C3F, C4M e C4F etc).
A mesma codificação é utilizada e todas as demais figuras.
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da altura da lâmina vertebral de C3 a C7
(C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e C7F são
vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla na cor vermelha.
A
B
Figura 14
0
5
10
15
20
25
30
35
40
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Ângulo Sagital Processo Espinhoso-Corpo Vertebral (C3 a C7)
(n = 60)
Ângulo (graus)
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações do ângulo sagital processo espinhoso-
corpo vertebral de C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F,
C4F, C5F, C6F e C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pelo ângulo assinalado pela cor azul.
A
B
32
B.2) Medidas obtidas em vista superior:
B.2.1) Ângulo Interlaminar (em graus - Figura 17):
C3M 108,00 ± 1,00
C3F 107,50 ± 1,50
C4M 108,00 ± 2,50
C4F 109,00 ± 1,50
C5M 110,00 ± 2,00
C5F 109,50 ± 1,35
C6M 111,50 ± 1,50
C6F 110,80 ± 1,60
C7M 112,00 ± 1,50
C7F 113,00 ± 1,20
B.2.2) Área do Canal Vertebral (em cm
2
- Figura 18)
C3M 1,55 ± 0,10
C3F 1,53 ± 0,10
C4M 1,63 ± 0,10
C4F 1,50 ± 0,20
C5M 1,61 ± 0,10
C5F 1,55 ± 0,10
C6M 1,65 ± 0,08
C6F 1,60 ± 0,05
C7M 1,70 ± 0,15
C7F 1,65 ± 0,12
B.2.1.a) Resultados:
O ângulo interlaminar apresentou grande
semelhança, quer nas comparações entre os sexos,
quer nas comparações entre as vértebras craniais e
caudais.
Nas duas comparações não foram detectadas
diferenças estatisticamente significativas (p <
0,05).
B.2.2.a) Resultados:
A área transversa do canal vertebral mostrou-se
maior, em valores médios, nas vértebras mais caudais
(C6 e C7) do que nas mais craniais (C3 e C4).
• Não foram encontradas diferenças estatisticamente
significativas entre os sexos (p < 0,05).
Figura 15
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Distância Processo Articular Superior - Processo Articular Inferior (C3 a C7)
(n = 120)
Mensuração (cm)
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da distância processo articular superior e
processo articular inferior de C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras
masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla na cor vermelha.
Figura 16
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Altura do Pedículo Vertebral (C3 a C7)
(n = 120)
Mensuração (cm)
*
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da altura do pedículo vertebral de C3 a C7
(C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e C7F são
vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
35
B.2.3) Área do Forame Tranverso (em cm
2
- Figura 19)
C3M 0,18 ± 0,05
C3F 0,16 ± 0,03
C4M 0,17 ± 0,02
C4F 0,17 ± 0,05
C5M 0,18 ± 0,05
C5F 0,17 ± 0,05
C6M 0,17 ± 0,03
C6F 0,17 ± 0,05
C7M 0,18 ± 0,03
C7F 0,17 ± 0,04
B.2.4) Comprimento do Pedículo (em centímetro - Figura 20)
C3M 0,46 ± 0,03
C3F 0,45 ± 0,03
C4M 0,50 ± 0,05
C4F 0,48 ± 0,03
C5M 0,59 ± 0,05
C5F 0,49 ± 0,05
C6M 0,56 ± 0,03
C6F 0,50 ± 0,02
C7M 0,51 ± 0,05
C7F 0,45 ± 0,03
B.2.3.a.) Resultados:
• A área do forame transverso mostrou-se bastante
homogênea entre as vértebras, quer nas
comparações entre os sexos, quer nas
comparações envolvendo as diferentes
disposições crânio-caudais das vértebras.
B.2.4.a) Resultados:
• Foi atingida a significância estatística (p < 0,05)
quando comparados os pedículos das vértebras
C5M e C5F, assim como nas comparações entre
as vértebras C6M e C6F.
As demais vértebras apresentaram valores
médios maiores no sexo masculino, porém, sem
atingir a significância estatística.
Figura 17
0
20
40
60
80
100
120
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Ângulo Interlaminar (C3 a C7)
(n = 60)
Ângulo (graus)
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações do ângulo interlaminar de C3 a C7 (C3M,
C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e C7F são vértebras
femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pelo ângulo assinalado pela cor vermelha.
Figura 18
0
0,5
1
1,5
2
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Área Transversa do Canal Vertebral (C3 a C7)
(n = 60)
Área (cm
2
)
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da área transversa do canal vertebral de
C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e
C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela região marcada na cor vermelha.
38
B.2.5) Distância Ântero-Posterior (AP) do Canal Vertebral (em centímetro - Figura 21)
C3M 2,40 ± 0,20
C3F 2,10 ± 0,15
C4M 2,35 ± 0,10
C4F 2,15 ± 0,15
C5M 2,25 ± 0,15
C5F 2,10 ± 0,15
C6M 2,40 ± 0,10
C6F 2,20 ± 0,20
C7M 2,40 ± 0,15
C7F 2,20 ± 0,15
B.2.6.) Distância Ântero-Posterior (AP) Máxima da Vértebra (em centímetros - Figura 22)
C3M 4,40 ± 0,08
C3F 4,20 ± 0,10
C4M 4,45 ± 0,08
C4F 4,30 ± 0,09
C5M 4,80 ± 0,08
C5F 4,56 ± 0,04
C6M 5,50 ± 0,10
C6F 5,00 ± 0,08
C7M 6,70 ± 0,10
C7F 6,05 ± 0,06
B.2.5.a) Resultados:
• A distância ântero-posterior do canal vertebral
apresentou-se em valores médios, maior nas
vértebras masculinas do que nas femininas.
• Não foi atingida significância estatística (p <
0,05), quer nas comparações das diferenças
entre os sexos, quer nas comparações das
diferenças entre as vértebras craniais com as
caudais.
B.2.6.a.) Resultados:
• Foram observadas diferenças estatisticamente
significativas (p < 0,05) quando comparadas as
vértebras C5M e C5F; C6M e C6F e C7M e
C7F.
Foram observadas diferenças significativas
quando comparadas as vértebras mais craniais
(C7 e C6), com aquelas mais caudais (C3 e C4).
Figura 19
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Área Transversa do Forame Transverso (C3 a C7)
(n = 120)
Área (cm
2
)
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da área transversa do forame transverso de
C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e
C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela área transversa na cor vermelha.
Figura 20
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Comprimento do Pedículo Vertebral (C3 a C7)
(n = 120)
Mensuração (cm)
*
*
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações do comprimento do pedículo vertebral de
C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e
C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
41
B.2.7) Distância Ântero-Posterior (AP) do Processo Articular (em centímetro - Figura 23)
C3M 0,90 ± 0,05
C3F 0,85 ± 0,08
C4M 0,95 ± 0,05
C4F 0,80 ± 0,03
C5M 1,05 ± 0,03
C5F 0,85 ± 0,03
C6M 1,20 ± 0,05
C6F 0,90 ± 0,05
C7M 1,20 ± 0,05
C7F 0,90 ± 0,05
B.2.8) Distância Processo Espinhoso-Canal Vertebral (em centímetros - Figura 24)
C3M 2,40 ± 0,20
C3F 2,10 ± 0,15
C4M 2,35 ± 0,10
C4F 2,15 ± 0,15
C5M 2,25 ± 0,15
C5F 2,10 ± 0,15
C6M 2,40 ± 0,10
C6F 2,20 ± 0,20
C7M 2,40 ± 0,15
C7F 2,20 ± 0,15
B.2.7.a) Resultados:
• Foram observadas diferenças estatisticamente
significativas (p < 0,05) entre as vértebras C4M
e C4F; C5M e C5F; C6M e C6F; assim como
entre as vértebras C7M e C7F.
• Foram detectadas diferenças estatisticamente
significativas nas comparações das vértebras
C7M e C3M.
B.2.8.a.) Resultados:
Foram observadas diferenças em valores
médios entre as vértebras masculinas e femininas
de mesmo segmento. Porém, não foi atingida a
significância estatística (p < 0,05) em qualquer
dos casos analisados.
Figura 21
0
0,5
1
1,5
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Distância Ântero-posterior do Canal Vertebral (C3 a C7)
(n = 60)
Mensuração (cm)
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da distância ântero-posterior do canal
vertebral de C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F,
C5F, C6F e C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
Figura 22
0
1
2
3
4
5
6
7
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Diâmetro Ântero-Posterior Vertebral Máximo (C3 a C7)
(n = 60)
Mensuração (cm)
*
*
*
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações do diâmetro ântero-posterior vertebral
máximo de C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F,
C5F, C6F e C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
44
B.2.9) Distância Ântero-Posterior (AP) do Corpo Vertebral (em centímetro - Figura 25)
C3M 1,48 ± 0,10
C3F 1,31 ± 0,12
C4M 1,60 ± 0,20
C4F 1,50 ± 0,30
C5M 1,80 ± 0,20
C5F 1,65 ± 0,20
C6M 1,85 ± 0,10
C6F 1,75 ± 0,15
C7M 1,90 ± 0,16
C7F 1,75 ± 0,20
B.2.10) Distância Látero-lateral do Corpo Vertebral (em centímetro - Figura 26):
C3M 1,85 ± 0,12
C3F 1,70 ± 0,15
C4M 1,90 ± 0,25
C4F 1,75 ± 0,20
C5M 2,00 ± 0,15
C5F 1,80 ± 0,18
C6M 2,05 ± 0,11
C6F 1,85 ± 0,12
C7M 2,20 ± 0,25
C7F 1,90 ± 0,10
B.2.9.a.) Resultados:
Foram observadas diferenças estatisticamente
significativas (p < 0,05) quando comparadas as
vértebras mais craniais (C6 e C7), com as caudais
(C3 e C4), tanto no sexo masculino, quanto no
feminino.
• Não foram observadas diferenças estatisticamente
significativas entre o sexos, quando comparadas
vértebras de um mesmo nível crânio-caudal.
B.2.10.a.) Resultados:
• Não foram observadas diferenças estatisticamente
significativas (p < 0,05), nas comparações entre os
sexos, envolvendo um mesmo nível crânio-caudal..
Entretanto, nas comparações entre as vértebras
mais craniais e as mais caudais, observaram-se
diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05)
abrangendo especialmente C7M e C3F.
Figura 23
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Distância Ântero-posterior do Processo Articular Superior (C3 a C7)
(n = 100)
Mensuração (cm)
*
*
*
*
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da distância ântero-posterior do proceso
articular superior de C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F,
C4F, C5F, C6F e C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla na cor vermelha.
Figura 24
0
0,5
1
1,5
2
2,5
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Distância Ântero-Posterior Processo Espinhoso-Canal Vertebral (C3 a C7)
(n = 60)
Mensuração (cm)
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da distância ântero-posterior processo
espinhoso-canal vertebral de C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras
masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
47
B.2.12) Distância Látero-lateral Vertebral Máxima (em centímetros - Figura 28)
C3M 4,95 ± 0,10
C3F 4,72 ± 0,12
C4M 4,83 ± 0,20
C4F 4,60 ± 0,30
C5M 4,90 ± 0,08
C5F 4,60 ± 0,20
C6M 5,40 ± 0,10
C6F 4,80 ± 0,15
C7M 6,90 ± 0,16
C7F 6,50 ± 0,20
B.2.13) Largura Máxima (Diâmetro Látero-lateral) do Canal Vertebral (em centímetro - Figura 29):
C3M 1,70 ± 0,15
C3F 1,60 ± 0,20
C4M 1,71 ± 0,15
C4F 1,50 ± 0,20
C5M 1,74 ± 0,15
C5F 1,55 ± 0,20
C6M 1,75 ± 0,10
C6F 1,60 ± 0,20
C7M 1,80 ± 0,15
C7F 1,70 ± 0,10
B.2.12.a) Resultados:
• Foram observadas diferenças estatisticamente
significativas (p < 0,05) entre as vértebras C3M
e C3F; C5M e C5F; C6M e C6F; C7M e C7F.
Foram também observadas diferenças
estatisticamente significativas entre as vértebras
masculinas C7 e todas as demais vértebras
situadas caudalmente, inclusive C6.
B.2.13.a) Resultados:
Não foram observadas diferenças
estatisticamente signficativas, quer entre os
sexos, quer avaliando diferentes níveis crânio-
caudais (p < 0,05).
Figura 25
0
0,5
1
1,5
2
2,5
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Distância Ântero-posterior Máxima do Corpo Vertebral (C3 a C7)
(n = 60)
Mensuração (cm)
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da distância ântero-posterior máxima do
corpo vertebral de C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F,
C4F, C5F, C6F e C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
Figura 26
0
0,5
1
1,5
2
2,5
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Distância Látero-lateral do Corpo Vertebral (C3 a C7)
(n = 60)
Mensuração (cm)
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da distância látero-lateral do corpo
vertebral de C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F,
C5F, C6F e C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
50
B.2.14) Distância Látero-lateral do Processo Articular (em centímetro - Figura 30):
C3M 1,25 ± 0,03
C3F 1,15 ± 0,05
C4M 1,30 ± 0,03
C4F 1,20 ± 0,08
C5M 1,35 ± 0,07
C5F 1,20 ± 0,03
C6M 1,30 ± 0,05
C6F 1,20 ± 0,08
C7M 1,35 ± 0,03
C7F 1,29 ± 0,09
B.2.15) Largura do Pedículo (em centímetro - Figura 31):
C3M 0,54 ± 0,05
C3F 0,51 ± 0,03
C4M 0,55 ± 0,05
C4F 0,52 ± 0,03
C5M 0,60 ± 0,05
C5F 0,51 ± 0,05
C6M 0,58 ± 0,03
C6F 0,49 ± 0,02
C7M 0,61 ± 0,07
C7F 0,50 ± 0,05
B.2.14.a) Resultados:
• Foram observadas diferenças estatisticamente
significativas entre as vértebras C5M e C5F (p <
0,05).
Nas demais vértebras, embora os valores
médios fossem maiores nos indivíduos do sexo
masculino, não foi atingida a significância
estatística arbitrada.
B.2.15.a) Resultados:
• Foram observadas diferenças estatisticamente
significativas (p < 0,05) somente entre C6M e
C6F.
Nas demais vértebras, embora os valores
médios sejam maiores no sexo masculino, não foi
atingida a significância estatística arbitrada.
Figura 27
0
1
2
3
4
5
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Distância Máxima entre os Processos Articulares Superiores (C3 a C7)
(n = 60)
Mensuração (cm)
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da distância máxima entre os processos
articulares superiores de C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas;
C3F, C4F, C5F, C6F e C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
Figura 28
0
1
2
3
4
5
6
7
8
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Distância Látero-lateral Vertebral Máxima (C3 a C7)
(n = 60)
Mensuração (cm)
*
*
*
*
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da distância látero-lateral vertebral
máxima de C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F,
C5F, C6F e C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
53
B.2.16) Área Vertebral Total (em cm
2
- Figura 32)
C3M 11,00 ± 0,70
C3F 10,01 ± 0,40
C4M 10,50 ± 1,10
C4F 9,80 ± 0,90
C5M 11,50 ± 0,70
C5F 10,25 ± 0,90
C6M 11,35 ± 0,90
C6F 10,50 ± 0,70
C7M 12,50 ± 0,80
C7F 11,10 ± 0,90
B.2.17) Perímetro Vertebral Total (em centímetros - Figura 33):
C3M 20,50 ± 0,70
C3F 18,90 ± 0,40
C4M 20,30 ± 0,80
C4F 19,45 ± 0,60
C5M 23,20 ± 0,45
C5F 21,70 ± 0,30
C6M 24,40 ± 0,40
C6F 22,30 ± 0,50
C7M 24,50 ± 0,30
C7F 22,50 ± 0,40
B.2.16.a) Resultados:
Não foram observadas diferenças
estatisticamente significativas (p < 0,05) entre as
vértebras estudadas, quer decorrentes do sexo,
quer decorrentes de diferentes níveis crânio-
caudais.
B.2.17.a) Resultados:
• Foram observadas diferenças estatisticamente
significativas (p < 0,05) entre as vértebras C3M e
C3F; C5M e C5F; C6M e C6F; e C7M e C7F.
•Também foram observadas diferenças
estatisticamente significativas entre as vértebras
craniais (CC6 e C7) e outras caudais (C3 e C4).
Figura 29
0
0,5
1
1,5
2
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Distância Látero-lateral do Canal Vertebral (C3 a C7)
(n = 60)
Mensuração (cm)
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da distância látero-lateral do canal
vertebral de C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F,
C5F, C6F e C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
Figura 30
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Distância Látero-lateral do Processo Articular Superior (C3 a C7)
(n = 120)
Mensuração (cm)
*
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da distância látero-lateral do processo
articular superior de C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F,
C4F, C5F, C6F e C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
Figura 31
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Largura do Pedículo Vertebral (C3 a C7)
(n = 120)
Mensuração (cm)
*
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da largura do pedículo vertebral de C3 a
C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e C7F são
vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
Figura 32
0
2
4
6
8
10
12
14
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Área Vertebral Transversa Total (C3 a C7)
(n = 60)
Área (cm
2
)
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da área vertebral transversa total de C3 a
C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e C7F são
vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração da área vertebral transversa total, interior ao contorno delimitado
pela linha cheia de cor vermelha..
Figura 33
0
5
10
15
20
25
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Perímetro Vertebral Total (C3 a C7)
(n = 60)
Mensuração (cm)
*
*
*
*
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações do perímetro vertebral total de C3 a C7
(C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e C7F são
vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração do perímetro vertebral destacado pela seta verde que aponta para a
linha vermelha perimetral.
Figura 34
0
0,2
0,4
0,6
0,8
C3M C3F C4M C4F C5M C5F C6M C6F C7M C7F
Altura do Processo Uncinado (C3 a C7)
(n = 120)
Mensuração (cm)
*
A
B
A - Gráfico de barras demonstrando as mensurações da altura do processo uncinado (úncus) de
C3 a C7 (C3M, C4M, C5M, C6M e C7M são vértebras masculinas; C3F, C4F, C5F, C6F e
C7F são vértebras femininas).
B- Esquema da mensuração realizada assinalada pela seta dupla vermelha.
60
B.3) Medida obtida em vista anterior:
B.3.1) Dimensão do Processo Uncinado (em centímetro - Figura 34):
C3M 0,65 ± 0,10
C3F 0,55 ± 0,05
C4M 0,60 ± 0,05
C4F 0,52 ± 0,05
C5M 0,63 ± 0,03
C5F 0,55 ± 0,05
C6M 0,60 ± 0,05
C6F 0,52 ± 0,05
C7M 0,60 ± 0,02
C7F 0,53 ± 0,02
B.3.1.a) Resultados:
• Foram observadas diferenças estatisticamente
significativas (p < 0,05) entre as vértebras C7M
e C7F.
• As diferenças entre as demais vértebras de um
mesmo nível não atingiram significância
estatística entre os sexos ou em comparações
entre níveis crânio-caudais.
61
V. DISCUSSÃO:
A compreensão da morfometria e da densitometria das vértebras cervicais é de fundamental
importância para a aplicação prática de qualquer procedimento médico-cirúrgico que envolva essa região da
coluna vertebral. Elementos vasculares e estruturas nervosas associam-se intimamente conferindo a essa
região uma anatomia topográfica complexa e de vital importância. Entretanto, ainda são escassos os textos
anatômicos que estudam detalhadamente essa região, especialmente, analisando métodos diagnósticos
recentes de imagem, tais como aqueles que envolvem imagens produzidas por Ressonância Nuclear
Magnética (Yoganandan, Pintar et al., 2006; Kim, Kwak et al., 2007).
Este tipo de análise morfométrica da região subaxial das vértebras cervicais tem sido investigada,
especialmente com o objetivo de fornecer subsídios para profissionais da área de saúde (fisioterapeutas,
ortopedistas e outros) em diferentes procedimentos médicos. Por exemplo, a fixação transpedicular de
instrumental cirúrgico, capaz de imobilizar a região cervical da coluna vertebral, tem sido um dos temas de
maior interesse na atualidade (Ebraheim, Lu et al., 1998; Panjabi, Shin et al., 2000; Bozbuga, Ozturk et al.,
2004; Yoshimoto, Ito et al., 2004). O conhecimento da morfologia e da estrutura óssea dos pedículos dessas
vértebras C3-C7 é fundamental para melhorar a estabilidade lateral dos parafusos cirúrgicos especiais que
são implantados na coluna para a fixação de chapas de resina ou metálicas (Yoganandan, Knowles et al.,
2003; Ebraheim, Liu et al., 2006; Yoganandan, Pintar et al., 2006).
O presente estudo correlaciona uma análise morfométrica das vértebras subaxiais com uma análise
inovadora de densidade óptica computadorizada (DOC; Figuras 10 e 11) que oferece, ao médico
radiologista, um método de fácil visualização para analisar conjuntamente a macroscopia e a estrutura
interna das diferentes partes de cada vértebra. As mensurações por DOC foram realizadas nos corpos
vertebrais (Figura 10) e nos processos espinhosos (Figura 11) das vértebras de C3 a C7. Pode-se constatar
em ambos os pontos vertebrais (corpo e processo espinhoso) que existe uma diminuição estatisticamente
significativa da densidade óssea das vértebras no sentido de C3 a C7, ou seja, as vértebras C3 mostram
maior densidade do que as vértebras C7. Tal fato foi observado de modo semelhante nos sexos masculino e
feminino. Essa diminuição da densidade óssea no sentido crânio-caudal de C3 a C7, pode ser atribuída, pelo
menos em parte, à maior sobrecarga de massa corporal exercida sobre as vértebras cervicais mais caudais,
62
aliada ao fato de as vértebras cervicais inferiores, sobretudo C6 e C7, apresentarem-se envolvidas com as
modificações de postura (em repouso e em movimento) do segmento cervical da coluna vertebral, sendo C6
e C7, os corpos vertebrais mais diretamente envolvidos na alternância entre a curvatura cervical, convexa
anteriormente, e a curvatura torácica da coluna vertebral, convexa posteriormente. Essa modificação entre as
curvaturas cervical e torácica, faz com que as vértebras C6 e C7 possuam uma maior plasticidade e que
sejam mais submetidas às alternâncias biomecânicas em muitas ocasiões durante as atividades, quer
regulares, quer esportivas e/ou profissionais, da região do pescoço.
Os resultados obtidos para os parâmetros lineares e angulares (Figuras 12 a 34) foram compatíveis
com os respectivos valores encontrados na literatura médica (Bozbuga, Ozturk et al., 2004; Panjabi,
Pearson et al., 2004; Yoganandan, Pintar et al., 2006; Kim, Kwak et al., 2007). Os nossos dados de
morfometria das vértebras fortalecem as conclusões encontradas na literatura científica, que mostram que
diversos parâmetros vertebrais podem e devem ser medidos, por CT ou RNM, antes da realização de
procedimentos cirúrgicos, visando ao aumento da segurança do procedimento e do instrumental utilizado
(Shin, Panjabi et al., 2000; Ugur, Attar et al., 2000). Através desses estudos, já se sabe que, de modo geral e
na maiorira dos pacientes, o risco da colocação de parafusos de pedículo em C3-C6 é mais alto do que em
C7, sobretudo pela maior delicadeza e fragilidade das primeiras (Richter, Cakir et al., 2005).
Os nossos dados de parâmetros lineares entre C3-C7 indicam, de modo geral, um aumento leve em
diâmetro transversal, com uma correspondente redução em diâmetro sagital, quando comparamos as
vértebras sucessivas no sentido crânio-caudal. Tais achados são significativos estatisticamente quando
comparadas conjuntamente as populações masculina e feminina, mostrando que esse aumento parece não ser
diferente, na maioria dos parâmetros mensurados, entre os sexos. Esses valores são compatíveis com aqueles
publicados em estudos de anatomia radiológica e de antropologia humana (Bozbuga, Ozturk et al., 2004;
Kim, Kwak et al., 2007).
63
A. Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Diâmetro Ântero-Posterior Máximo do Corpo
Vertebral em ambos os sexos (p < 0,05):
Figura 35 - Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Diâmetro Ântero-posterior do Corpo
Vertebral.
Variável Y : DOC_Corpo_Vertebral (Densitometria Óptica Computadorizada do Corpo Vertebral em Unidades Tonais ou UT)
Variável X : DiametroAP_CV (Diâmetro Ântero-posterior Médio do Corpo Vertebral em centímetros)
Coeficiente de Correlação r = -0,8997 P=0,0004
Intervalo de Confiança de r (95%, p < 0,05) = -0,9763 to -0,6229
Pode-se observar que existe uma correlação estatisticamente significativa entre a densitometria
óptica computadorizada (DOC) aferida pelas unidades tonais (UTs) e o diâmetro ântero-posterior do corpo
vertebral (em centímetros; Figura 35). Dessa maneira, pode-se observar que uma vértebra de menor
diâmetro ântero-posterior máximo, possui uma maior densidade óptica com um coeficiente de correlação r
em módulo de aproximadamente 0,89 (p = 0,0004). Tal fato torna-se importante para compreendermos que
o crescimento de uma vértebra, acarreta uma diminuição estatisticamente significativa da densidade óssea
(DOC) da mesma vértebra. Tal achado ajuda a compreender que eventuais processos degenerativos ou
1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9
Diâmetro Ântero-Posterior do Corpo Vertebral
135
130
125
120
115
110
105
DOC Corpo Vertebral
64
osteopênicos possam ser mais freqüentes em vértebras de maiores dimensões e que são exatamente aquelas
que estão mais sujeitas a variações de pressão decorrentes da postura corporal. No caso específico da coluna
vertebral em seu segmento subaxial, esse é o caso, sobretudo, das vértebras C6 e C7, que estão na junção
entre a curvatura cervical e a curvatura torácica, que possuem características anatômicas e convexidades
diferentes (a cervical possui uma curvatura cervical secundária de convexidade anterior, enquanto que a
coluna torácica apresenta uma curvatura primária de convexidade posterior).
B. Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Diâmetro Látero-lateral Máximo do Corpo
Vertebral em ambos os sexos (p < 0,05):
Figura 36 - Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Diâmetro Látero-lateral do Corpo
Vertebral.
Variável Y : DOC_Corpo_Vertebral (Densitometria Óptica Computadorizada do Corpo Vertebral em Unidades Tonais ou UT)
Variável X : DiametroLL_CV (Diâmetro Látero-lateral Médio do Corpo Vertebral em centímetros)
Coeficiente de Correlação r = -0,8193 P=0,0037
Intervalo de Confiança de r (95%, p < 0,05) = -0,9559 to -0,3919
A Figura 36 demonstra que existe uma correlação estatisticamente significativa entre a DOC do
corpo vertebral e o diâmetro látero-lateral do corpo vertebral (r = -0,81). Tal achado indica que o aumento
1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2
Diâmetro tero-lateral do Corpo Vertebral
135
130
125
120
115
110
105
100
DOC Corpo Vertebral
65
látero-lateral do corpo vertebral é acompanhado nas vértebras cervicais adultas, por uma progressiva e
inversamente proporcional diminuição da DOC. Ou seja, as vértebras cervicais subaxiais, especialmente as
do segmento C6 e C7, sofrem um processo de diminuição da densidade, se comparadas com as vértebras C3,
C4 e C5 (que possuem menor diâmetro látero-lateral e maior densidade óssea). A observação contida nas
Figuras 36 e 35, sustenta a idéia que o aumento ou diminuição da densidade óptica computadorizada das
vértebras cervicais é influenciado, de modo estatisticamente significativo, pelas alterações morfométricas
vertebrais no diâmetro ântero-posterior e no diâmetro látero-lateral. Assim, se compararmos os corpos
vertebrais das vértebras C3 e C7, as suas principais diferenças morfométricas se devem às diferenças entre
as dimensões ântero-posteriores e látero-laterais do corpo vertebral. Na mesma linha de raciocínio, pode-se
conceber que uma vértebra de maiores proporções possua uma relativa maior rarefação óssea, o que pode
ajudar a explicar a maior propensão a lesões por processos patológicos (e.g. degenerativos e traumáticos)
das vértebras maiores e que apresentam menor densidade em função de um maior crescimento ântero-
posterior e látero-lateral.
66
C. Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Altura do Corpo Vertebral em ambos os sexos (p
< 0,05):
Figura 37 - Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e a Altura do Corpo Vertebral.
Variável Y : DOC_Corpo_Vertebral (Densitometria Óptica Computadorizada do Corpo Vertebral em Unidades Tonais ou UT)
Variável X : Altura_CV (Altura Média do Corpo Vertebral em centímetros)
Coeficiente de Correlação r = 0,3262 P=0,3576
Intervalo de Confiança de r (95%, p < 0,05) = -0,3819 to 0,793
Pode ser observado que a correlação entre a DOC do corpo vertebral e a altura do corpo vertebral
(Figura 37) esteve abaixo da significância estatística utilizada nessa investigação (p < 0,05). Tal fato pode
ser explicado se entendermos que os maiores fatores que interferem nas alterações da DOC do corpo
vertebral são, como demonstrado nas Figuras 35 e 36, os diâmetros ântero-posteriores e látero-laterais do
corpo vertebral. Dessa maneira, o maior crescimento do corpo vertebral, se compararmos a vértebra C3 e
C7, por alterações na altura vertebral, mas sobretudo pela sua expansão ântero-posterior e látero-lateral.
Dessa maneira, embora ocorra um aumento da DOC em função de uma maior altura vertebral, tal relação
não atinge a significância estatística arbitrada, conforme anteriormente mencionado.
1,20 1,25 1,30 1,35 1,40
Altura do Corpo Vertebral
135
130
125
120
115
110
105
100
95
DOC Corpo Vertebral
67
D. Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Diâmetro Ântero-Posterior Vertebral Total em
ambos os sexos (p < 0,05):
Figura 38 - Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Diâmetro Ântero-Posterior Vertebral
Total.
Variável Y : DOC_Corpo_Vertebral (Densitometria Óptica Computadorizada do Corpo Vertebral em Unidades Tonais ou UT)
Variável X : Diametro_AP_Vertebral (Diâmetro Ântero-Posterior Vertebral Total em centímetros)
Coeficiente de Correlação r = -0,7093 P=0,0216
Intervalo de Confiança de r (95%, p < 0,05) = -0,9256 to -0,1439
A Figura 38 demonstra que as alterações aferidas na DOC, comparando, por exemplo, as vértebras
C3 e C7, podem ser correlacionadas de modo estatisticamente significativo com as variações nas medidas do
diâmetro ântero-posterior das referidas vértebras (r = -0,70 e p < 0,05). A observação dos dados da Figura
38, reforça a concepção de que as alterações na DOC das vértebras cervicais subaxiais, são inversamente
proporcionais às alterações morfométricas observadas, quer no corpo vertebral (Figuras 35 e 36), quer na
totalidade da vértebra, como observado na Figura 38.
4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0
Diâmetro Ântero-posterior Vertebral Total
135
130
125
120
115
110
105
100
95
DOC Corpo Vertebral
68
E. Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Diâmetro Látero-lateral Vertebral Total em
ambos os sexos (p < 0,05):
Figura 39 - Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Diâmetro Látero-lateral Vertebral Total.
Variável Y : DOC_Corpo_Vertebral (Densitometria Óptica Computadorizada do Corpo Vertebral em Unidades Tonais ou UT)
Variável X : Diametro_LL_Vertebral (Diâmetro Látero-lateral Vertebral Total em centímetros)
Coeficiente de Correlação r = -0,6563 P=0,0393
Intervalo de Confiança de r (95%, p < 0,05) = -0,9099 to -0,0454
A Figura 39 mostra que existe uma correlação estatisticamente significativa entre a DOC das
vértebras cervicais subaxiais e a mensuração linear do diâmetro látero-lateral vertebral total (r = -0,65, p <
0,05). Essa observação vem se associar com outras demonstradas sobretudo nas figuras 35, 36, 37 e 38 na
observação de que as alterações na DOC são acompanhadas por variações morfométricas ântero-posteriores
e látero-laterais, tanto do corpo vertebral, quanto da vértebra como um todo.
4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5
Diâmetro_Látero-lateral Vertebral Total
135
130
125
120
115
110
105
100
95
DOC Corpo Vertebral
69
F. Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Diâmetro Ântero-Posterior do Canal (ou Forame)
Vertebral em ambos os sexos (p < 0,05):
Figura 40 - Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Diâmetro Ântero-Posterior do Canal
Vertebral.
Variável Y : DOC_Corpo_Vertebral (Densitometria Óptica Computadorizada do Corpo Vertebral em Unidades Tonais ou UT)
Variável X : Diametro_AP_Canal_Vertebral (Diâmetro Ântero-Posterior do Canal Vertebral em centímetros)
Coeficiente de Correlação r = -0,6642 P=0,0362
Intervalo de Confiança de r (95%, p < 0,05) = -0,9123 to -0,0594
A Figura 40 mostra que existe correlação estatisticamente significativa (r = -0,66; p < 0,05) entre a
DOC do corpo vertebral e o diâmetro ântero-posterior do canal vertebral. Tal observação corrobora a noção
de que a densidade óssea ocorre de modo concomitante e inversamente proporcional às alterações vertebrais
como um todo e não apenas relacionadas às alterações morfométricas do corpo vertebral.
1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35 1,40
Diâmetro Ântero-Posterior do Canal Vertebral
140
135
130
125
120
115
110
105
100
95
DOC Corpo Vertebral
70
G. Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Diâmetro Ântero-Posterior do Processo
Espinhoso em ambos os sexos (p < 0,05):
Figura 41 - Correlação entre a DOC do Corpo Vertebral e o Diâmetro Ântero-Posterior do Processo
Espinhoso.
Variável Y : DOC_Corpo_Vertebral (Densitometria Óptica Computadorizada do Corpo Vertebral em Unidades Tonais ou UT)
Variável X : Diametro_AP_Processo_Espinhoso (Diâmetro Ântero-Posterior do Processo Espinhoso em centímetros)
Coeficiente de Correlação r = -0,6444 P=0,0443
Intervalo de Confiança de r (95%, p < 0,05) = -0,9063 to -0,0249
A Figura 41 demonstra a correlação estatisticamente significativa entre a DOC do corpo vertebral e a
distância ântero-posterior do processo espinhoso das vértebras cervicais subaxiais ( r = -0,64; p = 0,04). Tal
observação apóia as observações sobre a existência de uma concomitância no aumento das dimensões
vertebrais como um todo, com a diminuição da DOC de modo inversamente proporcional.
2,10 2,15 2,20 2,25 2,30 2,35 2,40
Diâmetro Ântero-Posterior do Processo Espinhoso
140
135
130
125
120
115
110
105
100
95
DOC Corpo Vertebral
71
H. Correlação entre a DOC do Processo Espinhoso e o Diâmetro Ântero-Posterior do Processo
Espinhoso em ambos os sexos (p < 0,05):
Figura 42 - Correlação entre a DOC do Processo Espinhoso e o Diâmetro Ântero-Posterior do
Processo Espinhoso.
Variável Y : DOC_Processo_Espinhoso (Densitometria Óptica Computadorizada do Processo Espinhoso em Unidades Tonais ou UT)
Variável X : Diametro_AP_Processo_Espinhoso (Diâmetro Ântero-Posterior do Processo Espinhoso em centímetros)
Coeficiente de Correlação r = -0,6547 P=0,0399
Intervalo de Confiança de r (95%, p < 0,05) = -0,9094 to -0,0426
A Figura 42 demonstra a existência de correlação estatisticamente significativa entre as alterações da
densidade óptica computadorizada (DOC) e aquelas decorrentes de aumento do diâmetro linear ântero-
posterior do processo espinhoso (r = -0,65; p = 0,03). Essa observação, aliada àquelas feitas nas figuras 35 a
41, salienta que a densidade óssea sofre alterações concomitantes com as modificações lineares
morfométricas abrangendo tanto o corpo vertebral, quanto o arco vertebral (ou arco neural).
2,10 2,15 2,20 2,25 2,30 2,35 2,40
Diâmetro Ântero-posterior do Processo Espinhoso
140
135
130
125
120
115
110
105
100
95
DOC Processo Espinhoso
72
I. Correlação entre a DOC do Processo Espinhoso e a Altura da Lâmina Vertebral em ambos os sexos
(p < 0,05):
Figura 43 - Correlação entre a DOC do Processo Espinhoso e a Altura da Lâmina Vertebral.
Variável Y : DOC_Processo_Espinhoso (Densitometria Óptica Computadorizada do Processo Espinhoso em Unidades Tonais ou UT)
Variável X : Diametro_da_Lâmina_Vertebral (Altura da Lâmina Vertebral em centímetros)
Coeficiente de Correlação r = -0,7808 P=0,0077
Intervalo de Confiança de r (95%, p < 0,05) = -0,9456 to -0,2973
A Figura 43 aponta para a existência de correlação estatisticamente significativa entre a DOC do
processo espinhoso e a altura da lâmina vertebral (r = -0,78; p = 0,007). Dessa maneira observa-se que
vértebras que possuem lâminas mais altas (especialmente C6 e C7), possuem densidade óptica menor, ou
seja, tais vértebras ampliam as suas dimensões às custas de uma rarefação óssea relevante.
0,7 0,8 0,9 1,0 1,1
Altura da Lâmina Vertebral
140
135
130
125
120
115
110
105
100
DOC Processo Espinhoso
73
J. Correlação entre a DOC do Processo Espinhoso e a Altura do Pedículo Vertebral em ambos os
sexos (p < 0,05):
Figura 44 - Correlação entre a DOC do Processo Espinhoso e a Altura do Pedículo Vertebral.
Variável Y : DOC_Processo_Espinhoso (Densitometria Óptica Computadorizada do Processo Espinhoso em Unidades Tonais ou UT)
Variável X : Diametro_da_Lâmina_Vertebral (Altura da Lâmina Vertebral em centímetros)
Coeficiente de Correlação r = -0,6625 P=0,0368
Intervalo de Confiança de r (95%, p < 0,05) = -0,9118 to -0,0564
A Figura 44 assinala a existência de correlação estatisticamente significativa entre a DOC do
processo espinhoso e a altura do pedículo vertebral (r = -0,66; p = 0,03). Esse dado demonstra que o
crescimento vertebral é observado tanto no corpo vertebral, quanto no arco vertebral, mas acrescenta que as
alterações existem no ponto de união entre o corpo e o arco vertebral, conhecido como o pedículo vertebral.
Ou seja, o processo de crescimento vertebral dá-se de modo global, atingindo inclusive o ponto de junção do
corpo vertebral, com o seu respectivo arco neural.
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Altura do Pedículo Vertebral
140
135
130
125
120
115
110
105
100
95
DOC Processo Espinhoso
74
K. Correlações Clínico-Cirúrgicas
A utilização da DOC e da morfometria vertebral torna possível realizar análises da coluna vertebral
nas práticas clínicas e cirúrgicas. Dessa maneira, utilizando-se a associação entre essas duas metodologias,
pode-se:
K.1) Comparar imagens de RNM e DOC com mensurações vertebrais isoladas, com o intuito de
avaliar uma eventual maior propensão a fraturas, quer por traumatismo intenso, quer por fraturas por
estresse (microfraturas por esforço repetitivo com graus variáveis de osteopenia e/ou osteoporose).
K.2) Avaliar as estenoses do canal cervical (estreitamentos cervicais) que podem implicar risco à
vida de pessoas submetidas a traumatismos cervicais de alto impacto, tais como os realizados por atletas de
artes marciais e por esportes que exigem mobilização cervical intensa. A análise dos padrões normais em
ossos e em imagens de RNM fornecem parâmetros úteis para a avaliação ortopédica e neurocirúrgica de tais
pacientes.
K.3) Fornecer maiores bases morfológicas e morfométricas para a confecção de instrumentais
cirúrgicos específicos para intervenções que abordam a coluna vertebral cervical. Tais informações dos
padrões de normalidade obtidas por ambos os métodos, fornece maior segurança para a construção de
instrumentos cirúrgicos proporcionais às dimensões das vértebras.
Com o avanço da medicina moderna, tem sido crescentemente utilizado um sistema cirúrgico
assistido por computador que faz uso de princípios estereotáxicos para orientar o cirurgião de coluna durante
o ato cirúrgico (Kim, Kwak et al., 2007). Isso permite utilizar na prática clínico-cirúrgica os conhecimentos
de morfometria vertebral analisados no cadáver, e assim, identificar o melhor acesso às estruturas
anatômicas e minimizar as possíveis complicações trans e pós-operatórias (Yoganandan, Pintar et al., 2006;
Kim, Kwak et al., 2007). Atualmente, essa cirurgia assistida de coluna vertebral já está sendo realizada em
importantes centros cirúrgicos do mundo (Bozbuga, Ozturk et al., 2004; Panjabi, Pearson et al., 2004; Kim,
Kwak et al., 2007).
O exame de radiografia simples da coluna vertebral é relativamente insensível às primeiras
modificações que ocorrem na degeneração do disco intervertebral (Abdulkarim, Dhingsa et al., 2003). As
radiografias de coluna vertebral podem ser inteiramente normais, mesmo quando estão ocorrendo
substanciais modificações bioquímicas e estruturais do disco intervertebral, que já caracterizam um processo
75
degenerativo seguramente presente (Abdulkarim, Dhingsa et al., 2003). Tal limitação do método
radiográfico, caracteriza a sua relativa insensibilidade na avaliação das patologias dos discos cervicais. Esse
fato tem estimulado a pesquisa de outros métodos complementares de diagnóstico por imagem. Nesse
sentido, o método de RNM surge como opção adequada, que poderia permitir a identificação do disco
intervertebral e a detecção precoce de sua degeneração. O sistema de análise da densidade óptica, utilizado
no presente estudo, a partir de imagens de RNM, complementa a investigação da região cervical, na medida
em que permite o estudo quantitativo (e não apenas qualitativo, como o que ora se processa na maior parte
dos centros de imagens médicas) do processo de degeneração óssea das vértebras, num processo de
desmineralização das vértebras cervicais que não é habitualmente percebido a olho nu, mesmo por
experientes radiologistas. Esse sistema de tonalidade baseado na densidade das estruturas ósseas examinadas
pelo sistema de reconhecimento de centenas de tonalidades de cinza do software ImageDig, revela de modo
claro as diferentes densidades ósseas. No presente estudo, utilizamos as imagens de RNM em T1 (tempo 1
de relaxamento ou recuperação da orientação do “spin” do átomo de hidrogênio) e em T2, porém, para as
mensurações vertebrais utilizamos principalmente as imagens em T1, embora as imagens em T2 estejam
sendo analisadas para estudo posterior de nosso grupo envolvendo alterações do canal vertebral, pois, essas
imagens são mais adequadas para análise do disco intervertebral e das alterações do espaço subaracnóideo
em que circula o líquor (Humphreys, Hodges et al., 1998; Kaiser e Holland, 1998; Kim, Kwak et al., 2007) .
Saliente-se que a análise da densidade óptica computadorizada a partir de imagens de ressonância
nuclear magnética, que ora utilizamos, é um método complementar, não-invasivo e de baixo custo, que pode
ser usado, tanto na análise quantitativa, como qualitativa de diferentes patologias da coluna vertebral,
especialmente no estudo da osteoporose e da espondilose cervical. A análise de densitometria óssea das
vértebras cervicais é muito importante para a escolha de sistemas de instrumentação que devem promover
estabilidade imediata, melhorar a fusão óssea e corrigir deformidades da coluna vertebral (Panjabi, Chen et
al., 2001; Kothe, Ruther et al., 2004). Em pacientes com osteoporose, que, portanto, apresentam
empobrecimento da densidade óssea e que necessitam de fixação multisegmentar para a correção da
deformidade, bem como para pacientes com artrite reumatóide, têm sido propostos procedimentos de
estabilização dorsal da região subaxial da coluna cervical (Kothe, Ruther et al., 2004; Richter, Cakir et al.,
2005; Yoganandan, Pintar et al., 2006). Em tais casos, a fixação de parafusos nos pedículos cervicais foi
76
sugerida como um procedimento de fixação alternativo para superar essas limitações (Lu, Ebraheim et al.,
1998; Kothe, Ruther et al., 2004; Ebraheim, Liu et al., 2006).
Embora a instrumentação do pedículo vertebral seja comum em cirurgias das regiões torácica ou
lombar, é ainda considerada rara a sua utilização na região cervical (Ebraheim, Liu et al., 2006). As
pequenas dimensões dos pedículos cervicais, a densidade óssea imprecisa e a proximidade de estruturas
vasculares e neurais pode explicar isto (Gilad e Nissan, 1985; Tanaka, Fujimoto et al., 2000; Hung e Zhao,
2003; Zhang, Tsuzuki et al., 2003). De fato, tem sido demonstrada a necessidade de pesquisas que
correlacionem a anatomia macroscópica com os métodos de imagem hoje disponíveis para o cirurgião, para
assegurar uma maior estabilidade biomecânica na fixação da região cervical da coluna vertebral (Ebraheim,
Xu et al., 1997; Karaikovic, Yingsakmongkol et al., 2001; Panjabi, Pearson et al., 2004; Richter, Cakir et
al., 2005; Ebraheim, Liu et al., 2006). Tais estudos podem contribuir para assegurar uma análise global das
vértebras e dos discos intervertebrais cervicais, permitindo assim uma cirurgia mais segura e possibilitando
uma melhor reabilitação fisioterápica por causa do menor tempo restritivo de imobilização pós-operatória
(Oh, Perin et al., 1996; Popitz, 1997; Russell e Benjamin, 2004; Richter, Cakir et al., 2005).
A artroplastia cervical consiste na instalação de próteses biomecânicas na coluna vertebral cervical.
Essa técnica desenvolveu-se como um meio de conservar normal o movimento da coluna vertebral após uma
discectomia cervical anterior (Kitagawa, Fujiwara et al., 2004; Kothe, Ruther et al., 2004). A conservação
do movimento da coluna cervical leva a uma melhora clínica marcante no paciente e reduz a incidência de
degeneração do segmento vertebral adjacente (Pracyk e Traynelis, 2005). As provas clínicas atualmente em
andamento demonstram o êxito de procedimentos de artroplastia cervical tais como: do Prestígio, Bryan, e
Pro- Disco-C – que são dispositivos protéticos para reconstruir fisicamente a coluna cervical. Tais próteses
fornecem um apoio de carga, no eixo longitiudinal, e são moldadas através de técnicas de engenharia
biomédica e ergonomia para tentar conservar o movimento fisiológico. O objetivo último desses esforços é
melhorar a vida dos pacientes (Pracyk e Traynelis, 2005). O nosso trabalho se insere também nesse
contexto, tentando contribuir com dados morfométricos e de densidade óptica das estruturas das vértebras
cervicais em indivíduos normais, que podem ser úteis para a elaboração de próteses de artroplastia cervical,
bem como para futuros estudos comparativos com processos degenerativos da coluna vertebral humana
adulta.
77
VI. CONCLUSÕES
1 ) A utilização da Densitometria Óptica Computadorizada (DOC) sobre imagens de Ressonância
Nuclear Magnética (RNM) tem se demonstrado capaz de definir padrões de densidade óssea para
vértebras cervicais, que podem servir como auxiliar na interpretação de achados de imagem.
A) A análise completa dos dados, caracterizando diferentes regiões da vértebra e comparando
adultos de ambos os sexos e de diferentes idades, revelou padrões de tonalidades de cinza (unidades
tonais ou UT) sempre acima de 100 unidades em todas as vértebras de C3 a C7.
B) A densidade se revelou, em valores médios, levemente diminuída nas vértebras C5 a C7,
em comparação com as vértebras C3 e C4. É possível que com uma amostragem maior tal
observação adquirisse significância estatística, o que não foi possível na amostra utilizada na
presente investigação.
2) A morfometria computadorizada de vértebras de esqueletos humanos permitiu observar
diferenças de padrão morfométrico entre os sexos, sobretudo em algumas das medidas lineares, o
que é condizente com as maiores proporções ósseas habitualmente registradas em indivíduos do
sexo masculino, quando comparados aos do sexo feminino. As demais medidas lineares e as
medidas angulares, especialmente, não mostraram significativa diferenciação estatística entre os
sexos. As maiores proporções das vértebras C5 a C7, se comparadas às vértebras C3 e C4, podem
contribuir para a explicação de uma densidade óssea menor, observada no estudo atual por DOC,
sobretudo se lembrarmos que as vértebras de C5 a C7 estão sujeitas a alto grau de mobilização, o
que pode acelerar o processo de degeneração óssea com o avançar da idade do indivíduo.
3) As correlações entre a DOC e a morfometria de vértebras isoladas demonstrou que existe uma
concomitância de diminuição da DOC do corpo vertebral e do processo espinhoso com um aumento
das dimensões ântero-posteriores e látero-vertebrais do corpo vertebral, do pedículo vertebral e da
vértebra como um todo (Figuras 35, 36 e 38-44). No que tange à altura do corpo vertebral não se
constatou uma correlação significativa (Figura 37),.
78
VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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